As casas são o que distingue Carlos Cipriano...Foi em cuecas, com água até ao pescoço e a roupa...

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PREÇO: 0,90€ ASSINATURA ANUAL: 24,50€ DIGITAL: 15€ Director: José Luiz de Almeida Silva Director Adjunto: Carlos M. Marques Cipriano Tel: 262 87 00 50 [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected] Jornal fundado em 1 de Outubro de 1925 www.gazetacaldas.com facebook.com/gazetacaldas HISTÓRIAS DA EMIGRAÇÃO SEXTA-FEIRA 7 JUNHO DE 2019 | Nº 5281 Foi em cuecas, com água até ao pescoço e a roupa embrulhada numa trouxa em cima da cabeça, que Norberto Ferreira atravessou o rio Torto, perto da Serra da Malcata, que faz fronteira entre Portugal e Espanha. Ele e mais quatro rapazes da Atouguia da Baleia, que demandavam terras de França e durante dez dias ficaram entregues aos (maus) cuidados dos passadores de emigrantes clandestinos. Demorou dez dias da Atouguia até Paris, atravessando Espanha a pé, dias segui- dos sem comer e a beber água nos regatos durante a noite. “Passei muita fome, mas era novo e tinha o objectivo de chegar a França”, contou 55 anos mais tarde. Pág. 4 e 5 (007) PUB. (007) PUB. Norberto Ferreira foi “a salto” para França e demorou dez dias a chegar a Paris Carlos Cipriano Editorial O CLN é a continuação do Impulso? Depois do festival Impulso, que pôs as Caldas da Rainha no mapa dos even- tos culturais nacionais com 40 con- certos em três dias, seguiu-se, logo no fim-de-semana seguinte, o Caldas Late Night (CLN). Ambos os eventos trouxeram um grande dinamismo à cidade, à qual afluíram centenas de jovens, gran- de parte vindos de outras regiões do país. No CLN isso foi particularmente visí- vel. O evento, criado há 23 anos por alunos da ESAD, pareceu ressuscitar, após uma fase menos boa, com mais casas abertas e um programa mais ambicioso. Mas aquilo que é a sua essência – as exposições, instalações, performan- ces e outras iniciativas artísticas – pa- rece ter ficado submergido pelo pro- grama musical, fazendo com o que o CLN parecesse uma continuação do Impulso. Alguns grupos de jovens que se viam nas ruas, transportando sacos com garrafas, não pareciam ter outro in- teresse que embebedar-se e ir aos concertos, naquilo que poderia ser uma espécie de “queima das fitas” caldense. Por outro lado, apesar de terem sido anunciadas 50 casas para visitar, algumas só abriram um dia, reduzindo-se assim a oferta daquilo que deveria ser a âncora do CLN. Por exemplo, no sábado, às 23h00, já ha- via poucas casas abertas. O apelo dos concertos falou mais alto e muitos fe- charam as portas cedo para integra- rem os eventos musicais. O programa musical no CLN deveria ser um complemento e não o prin- cipal objectivo deste evento cultural e artístico. O “ver casas” deveria ser a primeira motivação dos visitantes e não os concertos. O CLN terá, em próximas edições, de reaprender a interagir mais com a ci- dade, com a apresentação de mais arte pública, e conseguir um melhor (e difícil) equilíbrio entre a oferta ar- tístico-cultural e os concertos musi- cais. C.C. No Landal foi feita uma omolete com 7500 ovos de codorniz A edição deste ano do Festival da Codorniz do Landal ficou marcada pela confecção de uma omelete com 6,90 metros feita por 25 voluntários com re- curso a 7500 ovos de codorniz. O festival beneficiou dos dias quentes e solarengos que convidaram a uma maior afluência de público. No entan- to, isso criou um problema: os tempos de espera para as refeições aumenta- ram (uma hora de espera em alguns ca- sos) pois a procura era muito superior à oferta dos três “restaurantes” explora- dos por colectividades. Durante quatro dias, terão passado pelo Landal mais de 12500 pessoas. No próximo ano realiza-se a 10ª edição do certame e a organização quer con- feccionar uma omelete de 12 metros e criar tasquinhas com petiscos para re- duzir os tempos de espera de mesa e “entreter a fome” aos mais impacientes. As casas são o que distingue o CLN dos restantes festivais académicos Centenas de pessoas percorrem o centro da cidade, de mapa na mão, para visitar as “galerias de arte” instaladas em 50 casas que os alunos da ESAD abri- ram ao público. Essa é mesmo a marca distintiva do Caldas Late Night, que se realiza há 23 anos. O mapa tinha 90 pontos de visita, o que mostra que o evento está de boa saúde e não está em risco se transformar num mero festival de Verão, apesar de contar com muitos concertos, convívio e bebidas. Entre os mo- mentos mais divertidos destacaram-se um escorre- ga na Calçada 5 de Outubro e a habitual guerra de almofadas. Partidos dizem que situação do hospital justifica ajuda da Câmara O PS, PSD e BE vêem com bons olhos a atribuição do subsídio da Câmara das Caldas para in- vestimento no hospital. Já o PCP quer saber quais os critérios para aquele investimento e não nou- tras obras e o CDS, embora dis- corde, por princípio, está recepti- vo a conhecer as justificações da autarquia. Estas são as posições políticas ao anúncio, feito a 15 de Maio pelo presidente da Câmara, Tinta Ferreira, de um apoio de 400 mil euros para a realização de obras na Pediatria e aquisição de equipamento hospitalar. Entupimento num colector provocou descarga de esgotos na lagoa Um entupimento no colector mu- nicipal doméstico, no cruzamen- to entre a Rua Vitorino Fróis e a Rua Filinto Elísio, provocou uma descarga de esgotos em linhas de água que vão ter à lagoa de Óbidos. A denúncia foi feita pela Comissão Cívica da Protecção das Linhas de Água e Ambiente, no passado dia 29 de Maio. Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento da Câmara das Caldas garantem que o problema foi prontamente resolvido. (48) Este suplemento é parte integrante da edição nº 5282 da Gazeta das Caldas e não pode ser vendido separadamente. Educação 20 2020 Educação Especial Educação 2020 Isaque Vicente Isaque Vicente

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  • PREÇO: 0,90€ ASSINATURA ANUAL: 24,50€ DIGITAL: 15€Director: José Luiz de Almeida Silva Director Adjunto: Carlos M. Marques Cipriano

    Tel: 262 87 00 [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected]

    Jornal fundado em 1 de Outubro de 1925

    www.gazetacaldas.comfacebook.com/gazetacaldas

    HISTÓRIAS DA EMIGRAÇÃO

    SEXTA-FEIRA 7 JUNHO DE 2019 | Nº 5281

    Foi em cuecas, com água até ao pescoço e a roupa embrulhada numa trouxa em cima da cabeça, que Norberto Ferreira atravessou o rio Torto, perto da Serra da Malcata, que faz fronteira entre Portugal e Espanha. Ele e mais quatro rapazes da Atouguia da Baleia, que demandavam terras de França e durante dez dias fi caram entregues aos (maus) cuidados dos passadores de emigrantes clandestinos. Demorou dez dias da Atouguia até Paris, atravessando Espanha a pé, dias segui-dos sem comer e a beber água nos regatos durante a noite. “Passei muita fome, mas era novo e tinha o objectivo de chegar a França”, contou 55 anos mais tarde. Pág. 4 e 5

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    Norberto Ferreira foi “a salto” para França e demorou dez dias a chegar a Paris

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    EditorialO CLN é a continuação do Impulso?Depois do festival Impulso, que pôs as Caldas da Rainha no mapa dos even-tos culturais nacionais com 40 con-certos em três dias, seguiu-se, logo no fi m-de-semana seguinte, o Caldas Late Night (CLN).Ambos os eventos trouxeram um grande dinamismo à cidade, à qual afl uíram centenas de jovens, gran-de parte vindos de outras regiões do país.No CLN isso foi particularmente visí-vel. O evento, criado há 23 anos por alunos da ESAD, pareceu ressuscitar, após uma fase menos boa, com mais casas abertas e um programa mais ambicioso.Mas aquilo que é a sua essência – as exposições, instalações, performan-ces e outras iniciativas artísticas – pa-rece ter fi cado submergido pelo pro-grama musical, fazendo com o que o CLN parecesse uma continuação do Impulso.Alguns grupos de jovens que se viam nas ruas, transportando sacos com garrafas, não pareciam ter outro in-teresse que embebedar-se e ir aos concertos, naquilo que poderia ser uma espécie de “queima das fi tas” caldense. Por outro lado, apesar de terem sido anunciadas 50 casas para visitar, algumas só abriram um dia, reduzindo-se assim a oferta daquilo que deveria ser a âncora do CLN. Por exemplo, no sábado, às 23h00, já ha-via poucas casas abertas. O apelo dos concertos falou mais alto e muitos fe-charam as portas cedo para integra-rem os eventos musicais.O programa musical no CLN deveria ser um complemento e não o prin-cipal objectivo deste evento cultural e artístico. O “ver casas” deveria ser a primeira motivação dos visitantes e não os concertos.O CLN terá, em próximas edições, de reaprender a interagir mais com a ci-dade, com a apresentação de mais arte pública, e conseguir um melhor (e difícil) equilíbrio entre a oferta ar-tístico-cultural e os concertos musi-cais. C.C.

    No Landal foi feita uma omolete com 7500 ovos de codornizA edição deste ano do Festival da Codorniz do Landal fi cou marcada pela confecção de uma omelete com 6,90 metros feita por 25 voluntários com re-curso a 7500 ovos de codorniz.O festival benefi ciou dos dias quentes e solarengos que convidaram a uma maior afl uência de público. No entan-to, isso criou um problema: os tempos de espera para as refeições aumenta-ram (uma hora de espera em alguns ca-sos) pois a procura era muito superior à oferta dos três “restaurantes” explora-dos por colectividades. Durante quatro dias, terão passado pelo Landal mais de 12500 pessoas.No próximo ano realiza-se a 10ª edição do certame e a organização quer con-feccionar uma omelete de 12 metros e criar tasquinhas com petiscos para re-duzir os tempos de espera de mesa e “entreter a fome” aos mais impacientes.

    As casas são o que distingue o CLN dos restantes festivais académicos

    Centenas de pessoas percorrem o centro da cidade, de mapa na mão, para visitar as “galerias de arte” instaladas em 50 casas que os alunos da ESAD abri-ram ao público. Essa é mesmo a marca distintiva do Caldas Late Night, que se realiza há 23 anos. O mapa tinha 90 pontos de visita, o que mostra que o evento

    está de boa saúde e não está em risco se transformar num mero festival de Verão, apesar de contar com muitos concertos, convívio e bebidas. Entre os mo-mentos mais divertidos destacaram-se um escorre-ga na Calçada 5 de Outubro e a habitual guerra de almofadas.

    Partidos dizem que situação do hospital justifica ajuda da Câmara O PS, PSD e BE vêem com bons olhos a atribuição do subsídio da Câmara das Caldas para in-vestimento no hospital. Já o PCP quer saber quais os critérios para aquele investimento e não nou-tras obras e o CDS, embora dis-corde, por princípio, está recepti-

    vo a conhecer as justifi cações da autarquia. Estas são as posições políticas ao anúncio, feito a 15 de Maio pelo presidente da Câmara, Tinta Ferreira, de um apoio de 400 mil euros para a realização de obras na Pediatria e aquisição de equipamento hospitalar.

    Entupimento num colector provocou descarga de esgotos na lagoaUm entupimento no colector mu-nicipal doméstico, no cruzamen-to entre a Rua Vitorino Fróis e a Rua Filinto Elísio, provocou uma descarga de esgotos em linhas de água que vão ter à lagoa de Óbidos. A denúncia foi feita pela

    Comissão Cívica da Protecção das Linhas de Água e Ambiente, no passado dia 29 de Maio. Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento da Câmara das Caldas garantem que o problema foi prontamente resolvido.

    (48)Este suplemento é parte integrante da edição nº 5282 da Gazeta das Caldas e

    não pode ser vendido separadamente.

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