Artigo sobre conceitos fundamentais em Coaching

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Coaching: Princípios Fundamentais. O Brasil vive um momento de expansão do mercado de Coaching e, como em qualquer outro mercado que não atingiu a maturidade, conceitos básicos ainda parecem confusos. Esta coluna nasce com o objetivo de esclarecer aos leitores sobre práticas, conceitos e benefícios do processo de Coaching. Antes de continuar, vou esclarecer três termos que vez ou outra são confundidos. A palavra coaching designa o processo em si; coachee é o indivíduo que recebe Coaching e coach (plural coaches) é o profissional que faz Coaching. Posto isso, vou buscar esclarecer o que não é Coaching. Coaching não é orientação profissional. Ainda que o orientador profissional possa utilizar técnicas de Coaching, o propósito da orientação profissional, segundo a International Association for Educational and Vocacional Guidance, é ajudar pessoas a compreenderem suas potencialidades e capacitá-los a planejar ações de desenvolvimento que agreguem valor pessoal, econômico e social para o indivíduo e a coletividade. Coaching não é psicoterapia. O processo de Coaching, independente das técnicas utilizadas, busca potencializar ações e comportamentos futuros e, por isso, não estabelece uma relação dialética entre coach e coachee, com o passado. Coaching não é mentoring. O processo de Coaching deve, obrigatoriamente, levar o coachee a construir seu plano de ação. A relação entre coach e coachee não é necessariamente entre alguém com muita experiência e outro com pouca. Coaching não é bate-papo. O processo de Coaching tem início, meio e fim. Deve ser estruturado, ter objetivos e alguma forma de avaliação. Outro fator crítico é estar alinhado às perspectivas pessoais e/ou organizacionais. Definir Coaching não é das tarefas mais simples. Por isso, apresento duas definições, as quais sintetizam de forma ampla o conceito. A International Coach Federation (ICF) define Coaching como fazer uma parceria com os clientes em um processo criativo e estimulante para o pensamento, que os inspire a maximizar o potencial pessoal e profissional. Sérgio Almeida, vice-presidente da Associação Portuguesa de Coaching (APCOACHING), afirma: “O Coaching baseia-se numa relação profissional entre um Coach e o Coachee tendo por base a vontade de mudança deste último. Neste processo o cliente vai “aprendendo fazendo”, definindo com o apoio do seu Coach a

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Julho 2013

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Coaching: Princípios Fundamentais.    

O Brasil vive um momento de expansão do mercado de Coaching e, como em

qualquer outro mercado que não atingiu a maturidade, conceitos básicos ainda

parecem confusos. Esta coluna nasce com o objetivo de esclarecer aos leitores sobre

práticas, conceitos e benefícios do processo de Coaching.  

Antes de continuar, vou esclarecer três termos que vez ou outra são

confundidos. A palavra coaching designa o processo em si; coachee é o indivíduo que

recebe Coaching e coach (plural coaches) é o profissional que faz Coaching.  

Posto isso, vou buscar esclarecer o que não é Coaching.  

Coaching não é orientação profissional. Ainda que o orientador profissional

possa utilizar técnicas de Coaching, o propósito da orientação profissional, segundo a

International Association for Educational and Vocacional Guidance, é ajudar pessoas

a compreenderem suas potencialidades e capacitá-los a planejar ações de

desenvolvimento que agreguem valor pessoal, econômico e social para o indivíduo e a

coletividade.  

Coaching não é psicoterapia. O processo de Coaching, independente das

técnicas utilizadas, busca potencializar ações e comportamentos futuros e, por isso,

não estabelece uma relação dialética entre coach e coachee, com o passado.  

Coaching não é mentoring. O processo de Coaching deve, obrigatoriamente,

levar o coachee a construir seu plano de ação. A relação entre coach e coachee não é

necessariamente entre alguém com muita experiência e outro com pouca.  

Coaching não é bate-papo. O processo de Coaching tem início, meio e fim.

Deve ser estruturado, ter objetivos e alguma forma de avaliação. Outro fator crítico é

estar alinhado às perspectivas pessoais e/ou organizacionais.  

Definir Coaching não é das tarefas mais simples. Por isso, apresento duas

definições, as quais sintetizam de forma ampla o conceito.  

A International Coach Federation (ICF) define Coaching como fazer uma

parceria com os clientes em um processo criativo e estimulante para o pensamento,

que os inspire a maximizar o potencial pessoal e profissional.  

Sérgio Almeida, vice-presidente da Associação Portuguesa de Coaching

(APCOACHING), afirma: “O Coaching baseia-se numa relação profissional entre

um Coach e o Coachee tendo por base a vontade de mudança deste último. Neste

processo o cliente vai “aprendendo fazendo”, definindo com o apoio do seu Coach a

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melhor estratégia para atingir determinado objetivo pessoal ou profissional. Os

princípios básicos assentam numa vontade do cliente atingir as suas metas, objetivos,

assumir a mudança na sua vida e a responsabilidade pelos seus resultados”.  

Não pretende-se com isso finalizar a discussão sobre o conceito, mas sim,

erguer pilares que sustentem uma discussão baseada em teorias amplamente aceitas e

não achismos ou modismos de mercado.  

Outro ponto que suscita polêmica é o propósito do Coaching, o por quê fazê-lo

e em última análise, quais suas funções.  

Observando o chamado Coaching Executivo, principal campo explorado no

mundo, percebe-se a aplicação de Coaching para gerenciar transições de liderança,

acelerar desenvolvimento de carreiras, reter colaboradores de alto potencial e corrigir

problemas de desempenho. Apesar desta variedade de aplicações, constata-se que a

principal razão pela qual organizações contratam coaches é desenvolver a capacidade

de liderança de seus executivos. Neste sentido, vale ressaltar, portanto, a importância

do processo ser desenvolvido em consonância à cultura organizacional e alinhado aos

objetivos estratégicos da empresa, sob pena de não atingir os objetivos almejados.

Como este tema é bastante amplo, tratarei dele em artigo futuro.  

Noto também a aplicação de Coaching em programas de treinamento

específico, a fim de incrementar o resultado. Numa busca rápida pela web, encontra-

se programas de Coaching com foco em comunicação, gestão de tempo, falar em

público, aprendizagem financeira entre outros.  

O Coaching de Vida (Life Coaching) é um segmento que vem crescendo nos

últimos anos. O propósito aqui é ajudar o cliente a alcançar metas em aspectos da sua

vida pessoal. Diferentemente do Coaching Executivo, o Coaching de Vida,

normalmente, é contratado e pago pelo próprio cliente. As práticas, valores de

remuneração e tempo de duração do processo também diferem do Coaching

Executivo.  

Seja qual for o papel do Coaching, seu resultado deve proporcionar um salto

em sua capacidade de realizar algo. O célebre físico Albert Einstein dizia “Os

problemas significantes que confrontamos não podem ser resolvidos no mesmo nível

de pensamento no qual estávamos quando eles foram criados”.  

 

 

Gabriel Santa Rosa  

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Coach & Career Counseling  

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