ARTIGO REVISÃO INTEGRATIVA O ESGOTAMENTO …

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Medeiros-Costa ME, Maciel RH, Rêgo DP do et al. O esgotamento profissional na enfermagem... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(Supl. 4):1731-44, abr., 2017 1731 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.10438-93070-1-RV.1104sup201716 O ESGOTAMENTO PROFISSIONAL NA ENFERMAGEM: UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DE TESES E DISSERTAÇÕES THE PROFESSIONAL EXHAUST IN NURSING: AN ANALYSIS OF THE SCIENTIFIC PRODUCTION OF THESES AND DISSERTATIONS EL AGOTAMIENTO PROFESIONAL EN LA ENFERMERÍA: UN ANÁLISIS DE LA PRODUCCIÓN CIENTÍFICA DE TESIS Y DISERTACIONES Mateus Estevam Medeiros-Costa 1 , Regina Heloísa Maciel 2 , Denise Pereira do Rêgo 3 , Maria Eliziane Pinto da Silva 4 , Lucimar Lucas de Lima 5 , Nicelha Maria Guedes dos Santos 6 RESUMO Objetivo: analisar a produção científica de teses e dissertações brasileiras sobre a síndrome do Esgotamento Profissional (EP) na enfermagem. Método: revisão integrativa, com vista a responder à questão norteadora << Como se caracteriza a produção científica das teses e dissertações brasileiras sobre o esgotamento profissional na enfermagem? >>. As fontes consultadas foram a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações e o Banco de Teses da CAPES. Resultados: foram analisadas oito teses e 22 dissertações brasileiras. A maioria das pesquisas sobre o tema foi realizada em hospitais, caracterizando-se como sendo estudos de prevalência, de natureza quantitativa. No geral, foram encontrados índices baixo-moderados de exaustão emocional e despersonalização, e uma realização pessoal moderada-alta. Conclusão: a enfermagem é uma atividade desgastante que merece ser mais explorada, pondo em voga a estreita relação entre a organização e condições de trabalho e o esgotamento profissional. Descritores: Esgotamento Profissional; Saúde do Trabalhador; Enfermagem; Revisão por Pares. ABSTRACT Objective: to analyze the scientific production of Brazilian theses and dissertations on the syndrome of professional exhaustion (PE) in nursing. Method: this is an integrative review to answer the guiding question << How is the scientific production of Brazilian theses and dissertations characterized about professional exhaustion in nursing? >>. The sources consulted were the Digital Library of Theses and Dissertations and the Bank of Theses of CAPES. Results: there were eight theses and 22 Brazilian dissertations analyzed. Most of the research on the subject was performed in hospitals, characterized as prevalence studies of a quantitative nature. Overall, low-moderate rates of emotional exhaustion and depersonalization and moderate to high personal accomplishment were found. Conclusion: Nursing is an exhausting activity that deserves to be explored, putting into vogue the close relationship between organization and working conditions and professional exhaustion. Descriptors: Burnout, Professional; Occupational Health; Nursing; Peer Review. RESUMEN Objetivo: analizar la producción científica de tesis y disertaciones brasileñas sobre el síndrome del agotamiento profesional (EP) en la enfermería. Método: revisión integradora, para responder la pregunta guiadora << ¿Cómo se caracteriza la producción científica de las tesis y disertaciones brasileñas sobre el agotamiento profesional en la enfermería? >>. Las fuentes consultadas fueron la Biblioteca Digital de Tesis y Disertaciones y el Banco de Tesis de CAPES. Resultados: fueron analizadas ocho tesis y 22 disertaciones brasileñas. La mayoría de las investigaciones sobre el tema fue realizado en hospitales, caracterizándose como siendo estudios de prevalencia, de naturaleza cuantitativa. En general, fueron encontrados índices bajo-moderados de agotamiento emocional y despersonalización y una realización personal moderada-alta. Conclusión: la enfermería es una actividad desgastante que merece ser más explotada, poniendo en boga la estrecha relación entre la organización y condiciones de trabajo y el agotamiento profesional. Descriptors: Agotamiento Profesional; Salud Laboral; Enfermería; Revisión por Expertos. 1 Graduando em Psicologia, Doutorando em Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN. Natal (RN), Brasil. E-mail: [email protected] ; 2 Psicóloga, Doutora em Psicologia, Professora da Graduação/Programa de Pós-Graduação em Psicologia/PPGPsi, Universidade de Fortaleza/Unifor. Fortaleza (CE), Brasil. E-mail: [email protected] ; 3 Psicóloga, Doutora em Psicologia, Professora da Graduação em Psicologia/Mestrado Profissional em Gestão de Processos Institucionais, Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN. Natal (RN), Brasil. E-mail: [email protected] ; 4 Enfermeira, Cursando Especialização em Saúde da Família, Universidade Potiguar/UnP. São José do Campestre (RN), Brasil. E-mail: [email protected] ; 5 Enfermeira, Cursando Especialização em Saúde Mental, Universidade Potiguar/UnP. Parnamirim (RN), Brasil. E-mail: [email protected] ; 6 Enfermeira, Mestre em Enfermagem, Professora do Departamento de Enfermagem, Universidade Potiguar/UnP. Natal (RN), Brasil. E-mail: [email protected] ARTIGO REVISÃO INTEGRATIVA

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Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(Supl. 4):1731-44, abr., 2017 1731

ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.10438-93070-1-RV.1104sup201716

O ESGOTAMENTO PROFISSIONAL NA ENFERMAGEM: UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DE TESES E DISSERTAÇÕES

THE PROFESSIONAL EXHAUST IN NURSING: AN ANALYSIS OF THE SCIENTIFIC PRODUCTION OF THESES AND DISSERTATIONS

EL AGOTAMIENTO PROFESIONAL EN LA ENFERMERÍA: UN ANÁLISIS DE LA PRODUCCIÓN CIENTÍFICA DE TESIS Y DISERTACIONES

Mateus Estevam Medeiros-Costa1, Regina Heloísa Maciel2, Denise Pereira do Rêgo3, Maria Eliziane Pinto da

Silva4, Lucimar Lucas de Lima5, Nicelha Maria Guedes dos Santos6

RESUMO

Objetivo: analisar a produção científica de teses e dissertações brasileiras sobre a síndrome do Esgotamento Profissional (EP) na enfermagem. Método: revisão integrativa, com vista a responder à questão norteadora << Como se caracteriza a produção científica das teses e dissertações brasileiras sobre o esgotamento profissional na enfermagem? >>. As fontes consultadas foram a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações e o Banco de Teses da CAPES. Resultados: foram analisadas oito teses e 22 dissertações brasileiras. A maioria das pesquisas sobre o tema foi realizada em hospitais, caracterizando-se como sendo estudos de prevalência, de natureza quantitativa. No geral, foram encontrados índices baixo-moderados de exaustão emocional e despersonalização, e uma realização pessoal moderada-alta. Conclusão: a enfermagem é uma atividade desgastante que merece ser mais explorada, pondo em voga a estreita relação entre a organização e condições de trabalho e o esgotamento profissional. Descritores: Esgotamento Profissional; Saúde do

Trabalhador; Enfermagem; Revisão por Pares.

ABSTRACT

Objective: to analyze the scientific production of Brazilian theses and dissertations on the syndrome of professional exhaustion (PE) in nursing. Method: this is an integrative review to answer the guiding question << How is the scientific production of Brazilian theses and dissertations characterized about professional exhaustion in nursing? >>. The sources consulted were the Digital Library of Theses and Dissertations and the Bank of Theses of CAPES. Results: there were eight theses and 22 Brazilian dissertations analyzed. Most of the research on the subject was performed in hospitals, characterized as prevalence studies of a quantitative nature. Overall, low-moderate rates of emotional exhaustion and depersonalization and moderate to high personal accomplishment were found. Conclusion: Nursing is an exhausting activity that deserves to be explored, putting into vogue the close relationship between organization and working conditions and professional exhaustion. Descriptors: Burnout, Professional; Occupational Health; Nursing;

Peer Review.

RESUMEN

Objetivo: analizar la producción científica de tesis y disertaciones brasileñas sobre el síndrome del agotamiento profesional (EP) en la enfermería. Método: revisión integradora, para responder la pregunta guiadora << ¿Cómo se caracteriza la producción científica de las tesis y disertaciones brasileñas sobre el agotamiento profesional en la enfermería? >>. Las fuentes consultadas fueron la Biblioteca Digital de Tesis y Disertaciones y el Banco de Tesis de CAPES. Resultados: fueron analizadas ocho tesis y 22 disertaciones brasileñas. La mayoría de las investigaciones sobre el tema fue realizado en hospitales, caracterizándose como siendo estudios de prevalencia, de naturaleza cuantitativa. En general, fueron encontrados índices bajo-moderados de agotamiento emocional y despersonalización y una realización personal moderada-alta. Conclusión: la enfermería es una actividad desgastante que merece ser más explotada, poniendo en boga la estrecha relación entre la organización y condiciones de trabajo y el agotamiento profesional. Descriptors:

Agotamiento Profesional; Salud Laboral; Enfermería; Revisión por Expertos. 1Graduando em Psicologia, Doutorando em Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN. Natal (RN), Brasil. E-mail: [email protected]; 2Psicóloga, Doutora em Psicologia, Professora da Graduação/Programa de Pós-Graduação em Psicologia/PPGPsi, Universidade de Fortaleza/Unifor. Fortaleza (CE), Brasil. E-mail: [email protected]; 3Psicóloga, Doutora em Psicologia, Professora da Graduação em Psicologia/Mestrado Profissional em Gestão de Processos Institucionais, Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN. Natal (RN), Brasil. E-mail: [email protected]; 4Enfermeira, Cursando Especialização em Saúde da Família, Universidade Potiguar/UnP. São José do Campestre (RN), Brasil. E-mail: [email protected]; 5Enfermeira, Cursando Especialização em Saúde Mental, Universidade Potiguar/UnP. Parnamirim (RN), Brasil. E-mail: [email protected]; 6Enfermeira, Mestre em Enfermagem, Professora do Departamento de Enfermagem, Universidade Potiguar/UnP. Natal (RN), Brasil. E-mail: [email protected]

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O primeiro relato sobre o fenômeno do

Esgotamento Profissional (EP) aconteceu na

clínica com os achados do psicólogo Herbert J.

Freudenberger, que constatou manifestações

de exaustão e desespero extremo em seus

pacientes que trabalhavam com situações que

demandavam atenção e cuidado a terceiros.

Essas manifestações ocorriam,

principalmente, em profissionais da saúde que

exerciam suas atividades como voluntários na

década de 1970.1

Seguindo a descrição de uma manifestação

semelhante, denominada pelo romancista G.

Greene como burnout, esse fenômeno passou

a ser divulgado por esse termo ou como

síndrome de burnout e, a posteriori, essa

mesma terminologia foi empregada por

Christina Maslach no Congresso Anual da

Associação Americana de Psicologia de 1997.2

O modelo tridimensional do EP, preconizado

pela pesquisadora e seus colaboradores, foi

rapidamente disseminado no cenário

acadêmico, sendo até hoje o mais adotado

para a averiguação da doença.3-5

O modelo tridimensional, proposto por

Maslach, é alicerçado na psicossociologia.

Segundo essa teoria, o EP é desencadeado

pela intensidade de estressores interpessoais,

decorrente da atividade de trabalho, e se

manifesta por intermédio de três dimensões:

Exaustão Emocional (EE), Despersonalização

(DP) e Baixo Sentimento de Realização

Profissional (RP).2-5

A EE é caracterizada pela sensação de

sentir-se exaurido, pela manifestação do

cansaço, que pode ser tanto psíquico quanto

físico ou, até mesmo, uma combinação de

ambos. Já a DP leva o trabalhador a tratar os

pacientes, colegas e os demais destinatários

do seu trabalho com cinismo e certo

distanciamento afetivo. Nesta dimensão, fica

evidente o desengajamento com o trabalho,

sendo ela diretamente associada à

deterioração das relações. Por sua vez, nos

sujeitos acometidos pela síndrome, em que se

destaca a dimensão RP, prevalece uma

autoavaliação negativa e estes se percebem

desmotivados com a sua atuação e

desenvolvimento profissional.4-5

As investigações sobre o EP, em sua

maioria, tomam os trabalhadores da saúde e

educação como alvos de seus estudos.6 Isso se

dá em função da natureza do trabalho desses

profissionais: são funções que lidam com o

cuidado, envolvimento e atenção a terceiros,

se caracterizando como atividades

assistenciais.7-8 No entanto, em uma revisão

sobre as pesquisas envolvendo a síndrome,

verificou-se que os profissionais de saúde são

o maior grupo pesquisado no que se refere à

EP, sendo que, dessa população, cerca da

metade das pesquisas focalizam amostras

constituídas por profissionais da enfermagem.9

Assim, observa-se que o grupo ocupacional

mais suscetível à síndrome é constituído de

profissionais da enfermagem,10-2 visto que sua

prática de trabalho demanda o cuidado

constante de pacientes, além dos

enfermeiros, técnicos e auxiliares de

enfermagem terem de presenciar, por vezes,

casos de sofrimento, morte e luto, ficando

expostos corriqueiramente às tensões

emocionais de tais situações, o que pode levar

ao desencadeamento da EP.13-4

Diante das evidências e do expressivo

crescimento de estudos nos últimos anos sobre

o EP na enfermagem e tendo em vista a

ausência de investigações que congreguem

apenas as teses e dissertações como fonte de

dados, o presente estudo visa preencher essa

lacuna e tem por objetivo analisar a produção

científica de teses e dissertações brasileiras

sobre a síndrome do Esgotamento Profissional

(EP) na enfermagem.

Revisão integrativa, com abordagem

bibliométrica. Para a sua realização, foram

seguidas as etapas: formulação da questão da

pesquisa; realização da busca das teses e

dissertações na base dados correspondente;

pontos de critérios de inclusão e exclusão;

coleta das informações a serem extraídas das

teses e dissertações selecionadas;

apresentação e interpretação dos resultados

da pesquisa.15

A questão norteadora do estudo foi <<

Como se caracteriza a produção científica das

teses e dissertações brasileiras sobre o

esgotamento profissional na enfermagem? >>.

Os descritores empregados foram

concebidos a partir da lista de Descritores em

Ciências da Saúde (DeCS), sendo eles:

Esgotamento Profissional (Burnout,

Professional) e Enfermagem (Nursing). No

entanto, com o intuito de reunir o maior

número possível de teses e dissertações,

preferiu-se não estipular o período específico

de publicação para inclusão/exclusão na

revisão. As bases de dados consultadas foram

a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e

Dissertações (BDTD) e o Banco de Teses CAPES

(BT-CAPES).

Durante a busca avançada, utilizou-se uma

busca booleano com o uso do conector and,

que permitiu acessar as teses e dissertações

INTRODUÇÃO

MÉTODO

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que possuem intersecção entre os diferentes

descritores. A primeira busca ocorreu em

janeiro de 2015 na BDTD e no dia 29 de

dezembro do mesmo ano foi revisitada para

uma atualização. Em seguida, a BT-CAPES foi

consultada entre os dias 3 a 5 de janeiro de

2016.

Para a análise das teses e dissertações

selecionadas após o levantamento e processo

de exclusão, elaborou-se uma ficha com as

seguintes informações: identificação da tese

ou dissertação (título, ano, local do estudo,

programa de pós-graduação, autor e

orientador), tipo de estudo, objetivos,

abordagens, relações com outros construtos,

principais resultados e recomendações. Por

fim, a análise dos dados possibilitou

categorizar as teses e dissertações analisadas

a partir das frequências das variáveis

investigadas, bem como analisar,

qualitativamente, as características das

pesquisas e seus métodos.

Processo de identificação, seleção e

inclusão das teses e dissertações

A primeira base de dados consultada foi a

BDTD. Nessa primeira fase, foram encontrados

80 registros, atentando-se apenas aos títulos,

resumos e descritores. A partir da leitura mais

aprofundada, restaram 26 manuscritos da

BDTD. A segunda base de dados consultada foi

o BT-CAPES e nela foram encontrados 89

registros que, depois de realizado o mesmo

processo, incluindo a retirada dos trabalhos já

selecionados na primeira fase, resultou em 12

manuscritos. Nessa etapa inicial de

composição da amostra, foi convidado um

revisor externo, com a finalidade de verificar

a pertinência dos estudos e quais deveriam

compor a amostra. Após essa análise inicial,

os registros passaram por mais um processo de

identificação, seleção e inclusão (Figura 1).

Figura 1. Processo de identificação, seleção e inclusão de teses e dissertações para o estudo.

Fortaleza (CE), Brasil, 2016

De acordo com o processo de identificação,

seleção e inclusão mostrado no fluxograma 1,

apenas 30 trabalhos correspondiam aos

critérios de inclusão.16-45

Análise das teses e dissertações

A amostra dessa revisão conta com oito

teses (26,67%) e 22 dissertações (73,33%),

totalizando 30 trabalhos. A partir da analise

do material, constatou-se que os trabalhos

defendidos sobre o EP na enfermagem se

estendem de 2004 a 2015, sendo que nos anos

de 2012 e 2011 se concentra o maior número

de trabalhos, com 26,67% e 23,34%,

respectivamente. Em seguida, estão os anos

de 2013 (13,33%), 2010 (10%) e 2008 (10%). A

figura 2 permite uma melhor visualização

desses dados.

RESULTADOS

Bases de dados: BDTD (n= 26) + BT-CAPES (n= 12) = 38

Registros duplicados e removidos (n =6)

Registros selecionados (n=32)

Teses e dissertações avaliadas para elegibilidade (n=30)

Teses e dissertações analisadas (n =30)

2 dissertações foram excluídas depois que foram lidas. Motivos da exclusão: -Uma das dissertações não investigava o EP. Ela referia-se à validação de um instrumento e, como procedimento de análise, correlacionava os fatores do instrumento estudado com os fatores do Maslach Burnout Inventory (MBI), não apresentando, posteriormente, nenhum resultado ou maiores ponderações sobre o EP; -Uma segunda dissertação não era um estudo empírico, mas, sim, uma revisão integrativa da literatura.

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ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.10438-93070-1-RV.1104sup201716

Figura 2. Teses e dissertações sobre o EP na enfermagem distribuídas por ano.

Fortaleza (CE), Brasil, 2016.

Na distribuição por região, constatou-se

que a região Sudeste detém o maior número

de teses e dissertações defendidas, com uma

representatividade de 63,33% da amostra. Em

seguida, aparecem as regiões Sul (20%),

Nordeste (13,33%) e Centro-Oeste (3,33%).

Em sua maioria, os manuscritos foram

defendidos nos programas de pós-graduação

em enfermagem (56,67%). Um percentual bem

menor corresponde às teses e dissertações

defendidas nos programas de pós-graduação

em psicologia e em administração, com

16,67% e 10%, respectivamente.

Verificou-se que, dentre as instituições de

ensino, a Universidade de São Paulo (USP) e a

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

são as que detêm o maior número de

trabalhos defendidos, com 26,67% e 13,33%. O

Programa Pós-Graduação de Enfermagem

Psiquiátrica (PPGEP) da USP de Ribeirão Preto

é o programa que concentra o maior número

de teses e dissertações defendidas sobre o

tema (13,33%), sendo a professora Sonia Maria

Villela Bueno a pesquisadora que orientou o

maior número de trabalhos (10%).

O ambiente hospitalar é o local mais visado

nas pesquisas (76,66%). Dentre as

investigações realizadas nesses ambientes, a

maioria teve os hospitais universitários como

campo de estudo (26,67%). Em seguida, estão

as dissertações e teses que realizaram suas

investigações em hospitais públicos ou

privados (20%). Com uma frequência menor

estão as pesquisas realizadas apenas em

hospitais públicos (13,33%). Na tabela 1, são

apresentados os locais onde foram realizadas

todas as teses e dissertações da amostra.

Tabela 1. Locais onde foram realizadas as pesquisas sobre EP na enfermagem. Fortaleza (CE), Brasil, 2016.

Locais dos estudos n %

Hospital não especificado 01 3,33% Hospital Universitário 08 26,67% Hospitais Privados 02 6,67% Hospitais Públicos 04 13,33% Hospital Filantrópico 01 3,33% Hospital Geral 01 3,33% Hospital Público e Privado 06 20% Universidade Privada 01 3,33% Universidade Pública 05 16,67% Instituição de ensino não especificada

01 3,33%

Total 30 100%

Em um número menor, estão as teses e

dissertações que discutem o EP entre

docentes e estudantes de enfermagem

(23,33%), as quais, em sua maioria, ocorreram

em universidades públicas (16,67%) (Tabela

1).

Do total da amostra, 22 estudos

investigaram o EP relacionando-o com outros

construtos. Dentre eles, o mais

frequentemente relacionado à síndrome é o

estresse ocupacional (22,73%). Há manuscritos

que correlacionam EP com estresse e coping

(estratégias de enfrentamento) (9,09%) e

outros, ainda, correlacionam o EP com

estresse, coping, depressão e hardiness

(definido como um tipo de personalidade)

(9,09%). Além disso, há estudos que buscaram

evidências de correlação entre EP e depressão

(9,09%), bem como com satisfação no trabalho

(9,09%). Para uma melhor visualização, esses

dados são apresentados na tabela 2.

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Tabela 2. Construtos investigados juntamente com o EP na enfermagem. Fortaleza

(CE), Brasil, 2016.

Construtos relacionados com o esgotamento profissional n %

Estresse 05 22,73%

Autoeficácia 01 4,55%

Organização do trabalho 01 4,55%

Depressão 02 9,09%

Contexto de trabalho, custo humano, prazer-sofrimento e

danos do trabalho

01 4,55%

Satisfação no trabalho 02 9,09%

Percepção do ambiente de trabalho na enfermagem 01 4,55%

Satisfação no trabalho e percepção do suporte social 01 4,55%

Reajustamento social e condições de trabalho 01 4,55%

Sofrimento moral 01 4,55%

Estresse, coping, depressão e hardiness 02 9,09%

Estresse e coping 02 9,09%

Transtornos psíquicos menores 01 4,55%

Fatores psicossociais de risco no trabalho 01 4,55%

Total 22 100%

A tabela 3 apresenta um panorama dos

métodos empregados nas teses e dissertações,

os quais foram classificados por sessões para

facilitar a compreensão dos dados. Constatou-

se que todas as investigações são de

delineamento quase-experimental. São 63,33%

estudos de prevalência, 16,67% de

levantamento, 10% de intervenção e 10% que

congregaram técnicas de prevalência e

intervenção (1ª Sessão da Tabela 3).

Tabela 3. Panorama dos métodos empregados nas teses e dissertações brasileiras sobre o EP na enfermagem. Fortaleza (CE), Brasil, 2016.

1ª Sessão Tipos de estudos n %

Prevalência 19 63,33% Prevalência e Intervenção 03 10% Intervenção 03 10% Levantamento 05 16,67%

Total 30 100% 2ª Sessão Objetivos Nº %

Exploratório 06 19,35%

Descritivo 10 32,26% Descritivo-Exploratório 13 41,94% Explicativa 02 6,45%

Total 30 100% 3ª Sessão Abordagens Nº %

Quantitativa 18 60% Qualitativa 02 6,67% Mista 10 33,33%

Total 30 100% 4ª Sessão Procedimento de coleta Nº %

Estudo de caso 15 50% Estudo em dois ou mais lugares 10 33,33% Pesquisa-Ação e estudo de caso 05 16,67%

Total 30 100% 5ª Sessão Fonte de dados Nº %

Entrevista e questionário 06 20% Questionário 17 56,67% Pré e pós-teste e entrevista 02 6,67% Observação e questionário 01 3,33% Entrevista, questionário, observação participante e diário de campo

02 6,67%

Questionário e Grupo Focal 02 6,67%

Total 30 100%

Na sua maioria, são estudos descritivo-

exploratórios (41,94%), seguidos dos estudos

descritivos (32,26%). Já as pesquisas

exploratórias e as pesquisas explicativas

representaram 19,35% e 6,45%,

respectivamente (2ª Sessão da Tabela 3).

Os dados mostrados na 3ª sessão da tabela

3 se referem às abordagens utilizadas nas

teses e dissertações estudadas. Pode-se

constatar que, na sua maioria, são teses e

dissertações que empregam a abordagem

quantitativa (60%). Em seguida, estão os

estudos de natureza mista, aqueles que

congregaram técnicas quantitativas e

qualitativas (33,33%). Os estudos de cunho

exclusivamente qualitativo representam 6,67%

da amostra.

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Metade das pesquisas realizadas são

estudos de caso, voltados para a análise em

um contexto específico de trabalho e 33,33%

foram realizados em múltiplos lugares. Com

uma frequência relativamente menor estão os

estudos de caso de caráter intervencionista,

que totalizaram 16,67% (4ª Sessão da Tabela

3).

Na 5ª sessão da tabela 3 são resumidas as

fontes de dados utilizadas nos estudos

analisados. Verifica-se que grande parte das

pesquisas empregam apenas questionários

como meio de obtenção de dados (56,67%).

Em seguida, destacam-se as que utilizaram

entrevistas e questionários (20%). Além das

técnicas já citadas, algumas pesquisas

empegaram o questionário e o grupo focal

(6,67%), pré e pós-teste e entrevista (6,67%),

e entrevista, questionário, observação

participante e diário de campo (6,67%).

Apenas um estudo empregou a aplicação de

questionários e observação (3,33%).

A primeira dissertação brasileira sobre o EP

na enfermagem, entre as que possuem acesso

livre nos bancos investigados, foi defendida

em 2004.16 Quanto à distribuição de pesquisas

por região geográfica no período estudado, a

região Norte do Brasil não apresentou

nenhuma tese ou dissertação sobre EP na

enfermagem. As pesquisas, em boa parte, se

concentraram na região Sudeste, havendo

poucos trabalhos defendidos no Sul e Nordeste

brasileiro. Apenas uma dissertação foi

encontrada na região Centro-Oeste, tendo

como local de estudo a cidade de Cáceres,

Mato Grosso.22

As teses e dissertações, em sua maioria,

foram apresentadas aos programas de pós-

graduação em enfermagem.17-20,23-4,27-9,32,35,38-43

Algumas foram defendidas nos programas de

pós-graduação em psicologia26,33-4,37,44 e em

administração,21,25,30 havendo duas teses

apresentadas em programas de saúde

coletiva.36,45 O Estado de São Paulo detém o

maior número de teses e dissertações

defendidas sobre o assunto, em sua maioria,

apresentadas ao Programa da USP de Ribeirão

Preto: duas teses e duas dissertações.18-9,28,40

Para facilitar a compreensão dos 30

trabalhos, oito teses e 22 dissertações

analisadas, realizou-se a leitura de seus

conteúdos e estes foram organizados em cinco

categorias: (1) EP entre os profissionais de

enfermagem no ambiente hospitalar; (2) EP

entre docentes e alunos de enfermagem no

ambiente educacional; (3) EP e sua relação

com outros construtos na enfermagem; (4)

Métodos de intervenção perante o EP na

enfermagem; e (5) Consistência do modelo

subjacente ao MBI.

EP entre os profissionais de

enfermagem no ambiente hospitalar

A maioria dos estudos sobre o EP na

enfermagem acontece no ambiente

hospitalar. No entanto, esses ambientes se

caracterizam por contextos de trabalho

bastante diversificados, nos quais a

enfermagem perpassa por quase todos os

setores. Dentre esses contextos, os menos

abordados são a urgência e emergência29,33 e

Unidades de Terapia Intensiva.32,43

As investigações realizadas em hospitais

visam investigar o EP na enfermagem em geral

e tomam o ambiente hospitalar como um todo

por ser um espaço potencialmente facilitador

para o desencadeamento da síndrome e

conveniente para abordar tais profissionais.

Afinal, a maioria das pesquisas são

investigações quantitativas e necessitam de

uma amostra suficientemente grande para

serem estatisticamente significativas. Esse

fato pode levar a algumas distorções na

medida em que os diferentes contextos

apresentam riscos diferentes para a síndrome.

Os três ambientes citados como sendo os

menos investigados, por exemplo, pela

natureza da tarefa, são, provavelmente, os

mais estressantes para os profissionais.

As pesquisas, em grande parte, são estudos

de prevalência do tipo descritivo-

exploratórios. Contam com amostras que vão

de 13 a 538 sujeitos e se utilizam do Maslach

Burnout Inventory (MBI) como único meio de

investigação da presença da síndrome entre os

profissionais. A versão Maslach Burnout

Inventory - Human Services Survey (MBI-HSS) é

a mais adotada, havendo apenas um estudo

que aplicou o Maslach Burnout Inventory –

General Survey (MBI-GS)24 e outro que utilizou

a Escala de Caracterização de Burnout (ECB)33

para verificar a incidência e prevalência da

síndrome.

Por não haver um padrão para mensuração

do EP, não é possível realizar uma análise

mais precisa quanto aos resultados, mas ao

verificar os escores médios de alguns dos

trabalhos,17,20,23,26,30-3,36-8,40-1,43,45 é possível

perceber que, na maior parte dos casos, os

profissionais de enfermagem apresentam EE e

DP baixas e RP moderada-alta. Além disso,

parece não haver diferenças significativas ao

comparar os níveis de EP entre enfermeiros e

auxiliares/técnicos de enfermagem.32,45

EP entre docentes e alunos de

enfermagem no ambiente educacional

DISCUSSÃO

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Os estudos acerca do EP entre os docentes

de enfermagem se configuram como

investigações de natureza quantitativo-

qualitativa, com amostras que variam de 13 a

108 docentes, sendo mais comum a utilização

do MBI-HSS25,42 para averiguação da síndrome.

Apenas um desses trabalhos aplicou a versão

Maslach Burnout Inventory – Educators Survey

(MBI-ES).19 Os escores médios obtidos no MBI

entre os professores19,25 são: EE e DP baixas e

RP baixa-moderada. Dessa forma, parece que

os professores se sentem mais realizados do

que os profissionais que atuam diretamente na

prática da enfermagem.

Nas análises qualitativas, os professores

elencam as relações (docente-aluno e

docente-docente) como possíveis

estressores.19,25 Em um dos estudos analisados,

os docentes reconhecem a presença de

exaustão e cansaço físico, mas não os

identificam como elemento do EP por,

segundo a autora, desconhecerem a

síndrome.18

Os trabalhos que focalizam estudantes de

enfermagem também se caracterizam como

pesquisas quantitativa-qualitativa, tendo

amostras que vão de 29 a 168 alunos. Para

verificação do EP, utiliza-se a versão Maslach

Burnout Inventory – Student Survey (MBI-

SS).35,39 Os graduandos em enfermagem

apresentam EE e DP baixas e RP moderada,39

indicando que os integrantes deste grupo se

sentem relativamente insatisfeitos quanto à

realização profissional.

Os resultados das análises qualitativas

foram distintos. A análise dos discursos de 24

estudantes mostrou que a EE parece se

relacionar à carga horária elevada. A

descrença, comparável à DP das outras

versões do MBI, parece estar associada à

ausência nas aulas, ao distanciamento dos

estudos e diminuição do contato com os

colegas.35 Em outro estudo qualitativo,

concluiu-se que os alunos não conhecem o EP,

porém, se mostram desgastados e cansados da

vida acadêmica.28

Um dos trabalhos analisados mostrou haver

uma associação entre o tipo de personalidade

hardiness e a presença de EP entre os

estudantes. Hardiness é definido como um

conjunto de características de personalidade

que funcionam como uma fonte de resistência

diante dos acontecimentos estressantes.39

Posteriormente, esses mesmos construtos (EP

e tipo de personalidade) foram estudados em

uma população de professores e o tipo de

personalidade hardiness apresentou

correlação negativa significativa com a

presença de EP.42

Assim, os trabalhos analisados mostram que

tanto os professores quanto os alunos de

enfermagem não possuem conhecimento

aprofundado sobre EP.18,28 Apesar de ser

regulamentado como uma psicopatologia do

trabalho pela Previdência Social, o EP ainda é

desconhecido pela maior parte dos

profissionais, inclusive daqueles que atuam na

prevenção, diagnóstico e encaminhamento de

pacientes acometidos, pois, muitas vezes, os

pacientes são diagnosticados com depressão

ou estresse, devido ao despreparo do

profissional que o atende.46

EP e sua relação com outros

construtos na enfermagem

Há uma tendência entre os trabalhos

analisados de buscar uma associação entre

estresse e EP.17,20,23,25,27 Supõe-se que tal

prática aconteça porque o EP é definido como

o resultado da cronificação de estressores

interpessoais do trabalho. A quase totalidade

dos resultados obtidos nos trabalhos

analisados indicaram que a exposição a

fatores de estresse se correlaciona

positivamente com a presença de EP20 e que

eles podem predispor os profissionais a

apresentarem a síndrome.23 No entanto, essa

associação positiva não foi encontrada em

todos os casos.40 Talvez, este resultado

divergente esteja ligado a limitações e

dificuldades da pesquisa realizada, uma vez

que essa é quase uma relação óbvia, na

medida em que o EP é o estágio posterior à

exposição a fatores estressantes.

Além da associação entre EP e fatores de

estresse, outras dimensões, como transtornos

psíquicos menores,41 sintomas

depressivos26,39,42 e satisfação no trabalho30,32-

3, também mostram correlações positivas com

a presença de EP. Esses resultados corroboram

a ideia de que depressão, ansiedade e

transtornos psíquicos são as principais

consequências psicológicas do EP.47

No que diz respeito aos aspectos

psicossociais do trabalho, um conjunto de

construtos interdependentes mostram

correlações positivas com EP, sendo que o

aspecto “reconhecimento” mostrou-se um

fator de proteção contra o desenvolvimento

da síndrome e o fator “sobrecarga de

trabalho” configura como o elemento que

mais contribui para o desencadeamento do

EP.29

Métodos de intervenção perante o EP

na enfermagem

Estudos intervencionistas na enfermagem

envolvendo o EP ainda são incipientes. As

técnicas empregadas não necessariamente

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visam modificações na organização ou no

contexto do trabalho propriamente ditos (a

fim de evitar o aparecimento ou lidar com a

síndrome). Elas buscam, prioritariamente,

conscientizar os profissionais sobre a

existência da síndrome por meio de cursos

(visando à difusão de informações) e

treinamentos direcionados à redução e/ou

enfrentamento de estressores, bem como o

engajamento em grupos de apoio (grupos

focais de ação).

Intervenções visando à conscientização a

respeito do EP foram feitas em grupos de

professores e alunos da enfermagem. Buscou-

se, nesses estudos, averiguar as

representações sociais dos profissionais sobre

o EP para, depois, intervir, por meio de uma

conscientização, utilizando textos e cartilhas

explicativas sobre o EP e outras

manifestações.18,28

Dois estudos pré/pós-teste utilizaram

cursos/treinamentos com uma forma de

intervenção. Em um deles, o objetivo foi

reduzir o estresse e EP, tomando o

treinamento como estratégia. O treinamento

de 12 horas serviu para explorar os conceitos

de EP, estresse, estratégias de enfrentamento

e comunicação interpessoal.17 O segundo se

caracterizou como uma formação continuada,

que visava contribuir para o enfrentamento da

situação de morte em equipes de

enfermagem.34 Em ambos os estudos, após a

intervenção, os níveis de EP entre os

profissionais de enfermagem diminuíram.

Por fim, dois estudos relatam intervenções

tipo grupo focais. No primeiro estudo, a

intervenção teve como proposta explorar três

temas: aprender a lidar com as crianças com

cardiopatia grave; a questão do

reconhecimento profissional; e repensar os

recursos humanos.41 O segundo utilizou o

grupo não apenas como uma intervenção, mas

principalmente como uma forma de investigar

fatores do trabalho que podem estar ligados

ao aparecimento do EP. Nas suas conclusões,

o autor enfatiza que a vulnerabilidade ao EP

não está na profissão propriamente dita, mas

na organização do trabalho. Além disso,

ressalta que o modelo tradicional de

averiguação do EP não é suficiente para

explicar sua gênese.45 Esses dados levam à

reflexão de que o modelo tridimensional

subjacente ao MBI não explica a “totalidade

do EP”, uma vez que o aparecimento da

síndrome está relacionado a inadequações das

condições de trabalho na enfermagem,

incluindo a organização do trabalho. Vale

ressaltar que isto fica claro apenas no âmbito

das investigações qualitativas.

Consistência do modelo subjacente ao

MBI

As investigações, em sua maioria,

empregam apenas o questionário como fonte

de dados e, dentre os estudos analisados,

96,43% utilizaram o MBI. Esse resultado é

condizente com os dados obtidos na revisão já

realizada,9 em que os autores constataram

que, no final da década de 1990, o MBI havia

sido utilizado em 93% das investigações

científicas analisadas por eles.

O MBI, incialmente, continha 45 itens e

restaram 25 após o instrumento original ser

submetido à validação estatística. A análise

fatorial do estudo original de validação dividiu

os 25 itens em quatro fatores. Após novo

estudo de validação, o quarto fator, composto

de apenas três itens, denominado de

Envolvimento Pessoal, foi excluído (por conter

um autovalor menor que 1,0), o que levou o

MBI a mensurar o EP como uma estrutura

tridimensional. Atualmente, o MBI possui

quatro versões: o MBI-HSS (para profissionais

de saúde); MBI-ES (para professores); MBI-GS

(geral); e MBI-SS (para estudantes).48

O MBI-HSS foi a primeira versão do

instrumento, sendo destinado aos profissionais

de serviços de saúde e assistenciais (médicos,

enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais,

entre outros). Posteriormente, alguns dos

itens do MBI-HSS foram modificados,

substituindo-se a palavra paciente ou cliente

por estudante, dando origem à versão para

educadores – MBI-ES. Essas duas versões

possuem 22 itens divididos nos três fatores. O

fator EE é constituído por nove itens, o fator

DP por cinco itens e o fator RP por oito

itens.49

A ideia que se tinha inicialmente de que o

EP só se manifestava entre trabalhadores da

saúde e de serviços assistenciais foi ampliada.

Assim, o EP passou a ser investigado em outros

contextos de trabalho e, para atender a essa

demanda, o MBI-GS foi elaborado com o

intuito de investigar a síndrome na população

em geral. Nessa versão, o instrumento tem

apenas 16 itens, divididos nos mesmos três

fatores: EE e RP com seis itens cada e o fator

DP (despersonalização), agora denominado de

cinismo, com quatro itens.4

A última versão do instrumento a ser criada

foi a MBI-SS para mensurar o EP em

estudantes. Do mesmo modo que no MBI-GS, o

instrumento continha, inicialmente, 16 itens,

mas, ao passar pelo processo de validação

entre estudantes de países europeus, foi

excluído um dos itens e o inventário passou a

conter 15 questões. O fator EE é composto de

cinco itens, RP de seis e o fator DP, antes

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denominado despersonalização e cinismo,

recebeu o nome de descrença nessa versão

(quatro itens).50

O MBI-HSS é o instrumento mais empregado

entre as teses e dissertações analisadas

aqui,16-7,20-3,25-7,29-32,34,36,38,40-5 atingindo uma

representatividade de 81,48%, uma vez que

foram revisados trabalhos referentes ao

contexto da enfermagem. Em segundo plano,

estão as dissertações que aplicaram o MBI-

SS35,39 e o MBI-GS,24,37 com 7,41% cada. Apenas

uma tese utilizou o MBI-ES em uma amostra de

professores.19

A versão do MBI-HSS foi validada em

amostras brasileiras.51-2 Entretanto, o

instrumento traduzido e validado utiliza

escalas tipo Likert de cinco pontos16-7,20-

3,27,30,34,36,40-3,45 para as respostas aos itens,

diferenciando-se da versão elaborada por

Maslach e colaboradores, na qual o MBI é

respondido em escalas Likert de sete pontos.49

Das teses e dissertações brasileiras

analisadas aqui, 12 reavaliaram os alfas de

Cronbach (α) em amostras de profissionais da

enfermagem - quatro teses17,19,38,45 e oito

dissertações.20-1,23,31-2,35,39,41 Fazendo-se a

análise dos valores desse parâmetro nos 12

trabalhos, apurou-se que o fator EE é o fator

com maior confiabilidade (α entre 0,72 –

0,90), quando comparado aos fatores RP (α

entre 0,58 – 0,92) e DP (α entre 0,55 – 0,80).

Em uma metanálise de pesquisas que

utilizaram o MBI, buscou-se avaliar a

consistência interna do instrumento por meio

do cálculo dos alfas de Cronbach dos três

fatores. Os resultados mostraram, como o

cálculo feito aqui, que o fator EE é o mais

consistente, com uma confiabilidade na faixa

de α=0,80 ou acima. A RP e DP foram menos

consistentes. Por esse fato, os autores

recomendam maior atenção quando forem

interpretados os resultados obtidos por meio

do MBI.53

Calculando-se as médias dos alfas de

Cronbach de cada versão do MBI nos 12

trabalhos de nossa amostra, evidenciou-se que

o MBI-HSS apresentou boa consistência interna

no fator EE (α=0,86), diferente dos demais

fatores, DP (α=0,66) e RP (α=0,68).17,20-1,23,31-

2,38,41,45 Já na versão do MBI-ES, o fator RP se

mostrou mais consistente (α=0,92), em

seguida vem o fator EE (α=0,84) e o fator DP

(α=0,60).19 Na versão do MBI-SS, a

confiabilidade se apresentou de modo

uniforme. Mesmo assim, o fator EE ainda foi o

que apresentou o alfa mais alto (α=0,75). Em

seguida, vem o fator DP (α=0,71) e RP

(α=0,70).35,39 A partir dessa análise, pode-se

concluir que o fator DP é o que apresenta a

confiabilidade mais frágil do MBI, evidência

também corroborada por outros estudos.53-4

Esses resultados são interessantes porque

indicam que o fator considerado mais

específico do instrumento, isto é, o fator que

se relaciona ao chamado burnout é, ao mesmo

tempo, o que possui menor confiabilidade.

O modelo tridimensional do EP é bastante

aceito pela maioria dos autores pesquisados

desta revisão, não havendo nenhum trabalho

que se propusesse a investigar de forma mais

crítica as bases desse modelo. O modelo

tridimensional do EP, subjacente ao

instrumento proposto por Maslach e

colaboradores “tornou-se, assim, um conceito

praticamente inquestionável”3:5 Entretanto, o

modelo, juntamente com o MBI, mesmo sendo

o mais empregado nas investigações do EP,

são motivo de críticas.3,53-5

Uma das inconsistências apontadas

relaciona-se com a interindependência dos

três fatores do EP no modelo tridimensional,

uma vez que Maslach e Jackson49 enfatizam

sua independência. Na verdade, foram

encontradas associações, principalmente

entre as dimensões EE e DP.54 Em outra

metanálise,55 os autores investigaram a

estrutura fatorial das versões do MBI-HSS e

MBI-ES e também encontraram relações entre

os fatores do instrumento. Nesta revisão, dois

estudos evidenciaram correlações

significativas positivas entre a EE e DP e o

fator RP correlacionou-se de forma negativa

com os demais fatores.37,43

As críticas também recaem sobre o real

número de fatores do instrumento e,

consequentemente, do modelo. Schaufeli e

colaboradores56-7 apontam que a síndrome

possui duas dimensões principais (EE e DP) e

que a RP é uma consequência da deterioração

das outras dimensões. Outros autores,58 ao

avaliarem a estrutura fatorial do MBI junto a

equipes de enfermagem, extraíram quatro

fatores, enquanto outros estudos apresentam

indícios de que o instrumento e a síndrome

possuem cinco dimensões.59

Analisando a teoria que levou ao

aparecimento do conceito de burnout ou EP, o

fator despersonalização (DP) deveria ser o

mais importante no que se refere à síndrome,

pois expressa o seu fenômeno central.60 A

rigor, a DP é a única dimensão que retrata

situações de relações interpessoais, atenção e

cuidado a terceiros e, ao analisar o MBI, se

constata que tal fator é o menos explorado e

o mais inconsistente. Uma maior exploração

do fator DP pode ser feita com aplicação da

ECB, já que essa escala possui um maior

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número de variáveis e uma consistência

interna melhor.33,61

Além disso, é importante pontuar que, a

despeito de sua larga utilização em pesquisas,

alguns autores não recomendam a utilização

do MBI como instrumento diagnóstico na

prática clínica. Eles avaliaram a validade do

instrumento para discriminar pacientes

acometidos e não acometidos pela síndrome e

afirmam que o inventário não deve ser

utilizado “para fins de diagnósticos

individuais”.56:579

Ao finalizar o “estado da arte” sobre o EP

na enfermagem, tomando as teses e

dissertações brasileiras como meio de análise,

constatou-se que um maior número de

trabalhos foi realizado em 2012 (teses e

dissertações defendidas), mas a quantidade de

estudos vem se reduzindo. A região Sudeste,

principalmente o Estado de São Paulo,

concentra a maior parte dos estudos. As teses

e dissertações foram apresentadas em sua

grande parte nos programas de pós-graduação

em enfermagem e a USP é a instituição que

detém o maior número de trabalhos na área.

A maioria das investigações foi realizada em

hospitais universitários.

As investigações são todas quase-

experimentais, sendo, em sua maioria,

estudos de prevalência, descritivo-

exploratórios, de natureza quantitativa,

configurando-se como estudos de casos, em

que apenas o MBI, na sua versão destinada aos

serviços humanos, é utilizado.

O estresse é o construto mais relacionado

com o EP na enfermagem, embora existam

estudos que relacionam do EP com transtornos

mentais comuns, depressão e tipos de

personalidade.

Os estudos sobre o EP na enfermagem

precisam ser retomados/ampliados, visto que,

nos últimos anos, o número de teses e

dissertações defendidas vem diminuindo

consideravelmente. Não se pode deixar de

atestar as contribuições das pesquisas que

têm como objetivo descrever os fenômenos.

Contudo, os trabalhos sobre a temática, aqui

analisados, parecem sofrer de uma

“acomodação científica”, uma vez que o

instrumento empregado é praticamente o

mesmo em todas as investigações de

prevalência.

Por outro lado, é coerente afirmar que o

trabalho de enfermagem possui grande custo

humano, já que, para sua concretização,

envolve o cuidado de pacientes e terceiros,

caracterizando-se, desse modo, como

ocupação bastante suscetível à síndrome.

Além disso, os problemas relacionados à

gestão, a ausência de suporte organizacional e

a falta de autonomia na tomada de decisões

(queixas frequentes entre esses profissionais),

intensificam o processo psicopatológico.

Assim, salienta-se que as investigações não

podem deixar de lado essas variáveis, e, sim,

intensificar as discussões sobre a prática da

enfermagem e sua relação com o EP,

explorando mais intensamente os possíveis

riscos ou variáveis de exposição que podem

levar ou predispor à síndrome, atrelando às

variáveis que exprimam a prática do cuidado.

Aconselha-se a realização de pesquisas com

delineamento experimental, além de estudos

de cunho qualitativo e de natureza

intervencionista. Por outro lado, outros

modelos teóricos devem ser testados e novos

instrumentos validados.

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Submissão: 09/04/2016 Aceito: 05/01/2017 Publicado: 15/04/2017

Correspondência

Mateus Estevam Medeiros-Costa Rua Santa Cecília, 155 Bairro Aldeota

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