ARTIGO REVISÃO INTEGRATIVA O ESGOTAMENTO …
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Medeiros-Costa ME, Maciel RH, Rêgo DP do et al. O esgotamento profissional na enfermagem...
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Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(Supl. 4):1731-44, abr., 2017 1731
ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.10438-93070-1-RV.1104sup201716
O ESGOTAMENTO PROFISSIONAL NA ENFERMAGEM: UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DE TESES E DISSERTAÇÕES
THE PROFESSIONAL EXHAUST IN NURSING: AN ANALYSIS OF THE SCIENTIFIC PRODUCTION OF THESES AND DISSERTATIONS
EL AGOTAMIENTO PROFESIONAL EN LA ENFERMERÍA: UN ANÁLISIS DE LA PRODUCCIÓN CIENTÍFICA DE TESIS Y DISERTACIONES
Mateus Estevam Medeiros-Costa1, Regina Heloísa Maciel2, Denise Pereira do Rêgo3, Maria Eliziane Pinto da
Silva4, Lucimar Lucas de Lima5, Nicelha Maria Guedes dos Santos6
RESUMO
Objetivo: analisar a produção científica de teses e dissertações brasileiras sobre a síndrome do Esgotamento Profissional (EP) na enfermagem. Método: revisão integrativa, com vista a responder à questão norteadora << Como se caracteriza a produção científica das teses e dissertações brasileiras sobre o esgotamento profissional na enfermagem? >>. As fontes consultadas foram a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações e o Banco de Teses da CAPES. Resultados: foram analisadas oito teses e 22 dissertações brasileiras. A maioria das pesquisas sobre o tema foi realizada em hospitais, caracterizando-se como sendo estudos de prevalência, de natureza quantitativa. No geral, foram encontrados índices baixo-moderados de exaustão emocional e despersonalização, e uma realização pessoal moderada-alta. Conclusão: a enfermagem é uma atividade desgastante que merece ser mais explorada, pondo em voga a estreita relação entre a organização e condições de trabalho e o esgotamento profissional. Descritores: Esgotamento Profissional; Saúde do
Trabalhador; Enfermagem; Revisão por Pares.
ABSTRACT
Objective: to analyze the scientific production of Brazilian theses and dissertations on the syndrome of professional exhaustion (PE) in nursing. Method: this is an integrative review to answer the guiding question << How is the scientific production of Brazilian theses and dissertations characterized about professional exhaustion in nursing? >>. The sources consulted were the Digital Library of Theses and Dissertations and the Bank of Theses of CAPES. Results: there were eight theses and 22 Brazilian dissertations analyzed. Most of the research on the subject was performed in hospitals, characterized as prevalence studies of a quantitative nature. Overall, low-moderate rates of emotional exhaustion and depersonalization and moderate to high personal accomplishment were found. Conclusion: Nursing is an exhausting activity that deserves to be explored, putting into vogue the close relationship between organization and working conditions and professional exhaustion. Descriptors: Burnout, Professional; Occupational Health; Nursing;
Peer Review.
RESUMEN
Objetivo: analizar la producción científica de tesis y disertaciones brasileñas sobre el síndrome del agotamiento profesional (EP) en la enfermería. Método: revisión integradora, para responder la pregunta guiadora << ¿Cómo se caracteriza la producción científica de las tesis y disertaciones brasileñas sobre el agotamiento profesional en la enfermería? >>. Las fuentes consultadas fueron la Biblioteca Digital de Tesis y Disertaciones y el Banco de Tesis de CAPES. Resultados: fueron analizadas ocho tesis y 22 disertaciones brasileñas. La mayoría de las investigaciones sobre el tema fue realizado en hospitales, caracterizándose como siendo estudios de prevalencia, de naturaleza cuantitativa. En general, fueron encontrados índices bajo-moderados de agotamiento emocional y despersonalización y una realización personal moderada-alta. Conclusión: la enfermería es una actividad desgastante que merece ser más explotada, poniendo en boga la estrecha relación entre la organización y condiciones de trabajo y el agotamiento profesional. Descriptors:
Agotamiento Profesional; Salud Laboral; Enfermería; Revisión por Expertos. 1Graduando em Psicologia, Doutorando em Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN. Natal (RN), Brasil. E-mail: [email protected]; 2Psicóloga, Doutora em Psicologia, Professora da Graduação/Programa de Pós-Graduação em Psicologia/PPGPsi, Universidade de Fortaleza/Unifor. Fortaleza (CE), Brasil. E-mail: [email protected]; 3Psicóloga, Doutora em Psicologia, Professora da Graduação em Psicologia/Mestrado Profissional em Gestão de Processos Institucionais, Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN. Natal (RN), Brasil. E-mail: [email protected]; 4Enfermeira, Cursando Especialização em Saúde da Família, Universidade Potiguar/UnP. São José do Campestre (RN), Brasil. E-mail: [email protected]; 5Enfermeira, Cursando Especialização em Saúde Mental, Universidade Potiguar/UnP. Parnamirim (RN), Brasil. E-mail: [email protected]; 6Enfermeira, Mestre em Enfermagem, Professora do Departamento de Enfermagem, Universidade Potiguar/UnP. Natal (RN), Brasil. E-mail: [email protected]
ARTIGO REVISÃO INTEGRATIVA
Medeiros-Costa ME, Maciel RH, Rêgo DP do et al. O esgotamento profissional na enfermagem...
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ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.10438-93070-1-RV.1104sup201716
O primeiro relato sobre o fenômeno do
Esgotamento Profissional (EP) aconteceu na
clínica com os achados do psicólogo Herbert J.
Freudenberger, que constatou manifestações
de exaustão e desespero extremo em seus
pacientes que trabalhavam com situações que
demandavam atenção e cuidado a terceiros.
Essas manifestações ocorriam,
principalmente, em profissionais da saúde que
exerciam suas atividades como voluntários na
década de 1970.1
Seguindo a descrição de uma manifestação
semelhante, denominada pelo romancista G.
Greene como burnout, esse fenômeno passou
a ser divulgado por esse termo ou como
síndrome de burnout e, a posteriori, essa
mesma terminologia foi empregada por
Christina Maslach no Congresso Anual da
Associação Americana de Psicologia de 1997.2
O modelo tridimensional do EP, preconizado
pela pesquisadora e seus colaboradores, foi
rapidamente disseminado no cenário
acadêmico, sendo até hoje o mais adotado
para a averiguação da doença.3-5
O modelo tridimensional, proposto por
Maslach, é alicerçado na psicossociologia.
Segundo essa teoria, o EP é desencadeado
pela intensidade de estressores interpessoais,
decorrente da atividade de trabalho, e se
manifesta por intermédio de três dimensões:
Exaustão Emocional (EE), Despersonalização
(DP) e Baixo Sentimento de Realização
Profissional (RP).2-5
A EE é caracterizada pela sensação de
sentir-se exaurido, pela manifestação do
cansaço, que pode ser tanto psíquico quanto
físico ou, até mesmo, uma combinação de
ambos. Já a DP leva o trabalhador a tratar os
pacientes, colegas e os demais destinatários
do seu trabalho com cinismo e certo
distanciamento afetivo. Nesta dimensão, fica
evidente o desengajamento com o trabalho,
sendo ela diretamente associada à
deterioração das relações. Por sua vez, nos
sujeitos acometidos pela síndrome, em que se
destaca a dimensão RP, prevalece uma
autoavaliação negativa e estes se percebem
desmotivados com a sua atuação e
desenvolvimento profissional.4-5
As investigações sobre o EP, em sua
maioria, tomam os trabalhadores da saúde e
educação como alvos de seus estudos.6 Isso se
dá em função da natureza do trabalho desses
profissionais: são funções que lidam com o
cuidado, envolvimento e atenção a terceiros,
se caracterizando como atividades
assistenciais.7-8 No entanto, em uma revisão
sobre as pesquisas envolvendo a síndrome,
verificou-se que os profissionais de saúde são
o maior grupo pesquisado no que se refere à
EP, sendo que, dessa população, cerca da
metade das pesquisas focalizam amostras
constituídas por profissionais da enfermagem.9
Assim, observa-se que o grupo ocupacional
mais suscetível à síndrome é constituído de
profissionais da enfermagem,10-2 visto que sua
prática de trabalho demanda o cuidado
constante de pacientes, além dos
enfermeiros, técnicos e auxiliares de
enfermagem terem de presenciar, por vezes,
casos de sofrimento, morte e luto, ficando
expostos corriqueiramente às tensões
emocionais de tais situações, o que pode levar
ao desencadeamento da EP.13-4
Diante das evidências e do expressivo
crescimento de estudos nos últimos anos sobre
o EP na enfermagem e tendo em vista a
ausência de investigações que congreguem
apenas as teses e dissertações como fonte de
dados, o presente estudo visa preencher essa
lacuna e tem por objetivo analisar a produção
científica de teses e dissertações brasileiras
sobre a síndrome do Esgotamento Profissional
(EP) na enfermagem.
Revisão integrativa, com abordagem
bibliométrica. Para a sua realização, foram
seguidas as etapas: formulação da questão da
pesquisa; realização da busca das teses e
dissertações na base dados correspondente;
pontos de critérios de inclusão e exclusão;
coleta das informações a serem extraídas das
teses e dissertações selecionadas;
apresentação e interpretação dos resultados
da pesquisa.15
A questão norteadora do estudo foi <<
Como se caracteriza a produção científica das
teses e dissertações brasileiras sobre o
esgotamento profissional na enfermagem? >>.
Os descritores empregados foram
concebidos a partir da lista de Descritores em
Ciências da Saúde (DeCS), sendo eles:
Esgotamento Profissional (Burnout,
Professional) e Enfermagem (Nursing). No
entanto, com o intuito de reunir o maior
número possível de teses e dissertações,
preferiu-se não estipular o período específico
de publicação para inclusão/exclusão na
revisão. As bases de dados consultadas foram
a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e
Dissertações (BDTD) e o Banco de Teses CAPES
(BT-CAPES).
Durante a busca avançada, utilizou-se uma
busca booleano com o uso do conector and,
que permitiu acessar as teses e dissertações
INTRODUÇÃO
MÉTODO
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que possuem intersecção entre os diferentes
descritores. A primeira busca ocorreu em
janeiro de 2015 na BDTD e no dia 29 de
dezembro do mesmo ano foi revisitada para
uma atualização. Em seguida, a BT-CAPES foi
consultada entre os dias 3 a 5 de janeiro de
2016.
Para a análise das teses e dissertações
selecionadas após o levantamento e processo
de exclusão, elaborou-se uma ficha com as
seguintes informações: identificação da tese
ou dissertação (título, ano, local do estudo,
programa de pós-graduação, autor e
orientador), tipo de estudo, objetivos,
abordagens, relações com outros construtos,
principais resultados e recomendações. Por
fim, a análise dos dados possibilitou
categorizar as teses e dissertações analisadas
a partir das frequências das variáveis
investigadas, bem como analisar,
qualitativamente, as características das
pesquisas e seus métodos.
Processo de identificação, seleção e
inclusão das teses e dissertações
A primeira base de dados consultada foi a
BDTD. Nessa primeira fase, foram encontrados
80 registros, atentando-se apenas aos títulos,
resumos e descritores. A partir da leitura mais
aprofundada, restaram 26 manuscritos da
BDTD. A segunda base de dados consultada foi
o BT-CAPES e nela foram encontrados 89
registros que, depois de realizado o mesmo
processo, incluindo a retirada dos trabalhos já
selecionados na primeira fase, resultou em 12
manuscritos. Nessa etapa inicial de
composição da amostra, foi convidado um
revisor externo, com a finalidade de verificar
a pertinência dos estudos e quais deveriam
compor a amostra. Após essa análise inicial,
os registros passaram por mais um processo de
identificação, seleção e inclusão (Figura 1).
Figura 1. Processo de identificação, seleção e inclusão de teses e dissertações para o estudo.
Fortaleza (CE), Brasil, 2016
De acordo com o processo de identificação,
seleção e inclusão mostrado no fluxograma 1,
apenas 30 trabalhos correspondiam aos
critérios de inclusão.16-45
Análise das teses e dissertações
A amostra dessa revisão conta com oito
teses (26,67%) e 22 dissertações (73,33%),
totalizando 30 trabalhos. A partir da analise
do material, constatou-se que os trabalhos
defendidos sobre o EP na enfermagem se
estendem de 2004 a 2015, sendo que nos anos
de 2012 e 2011 se concentra o maior número
de trabalhos, com 26,67% e 23,34%,
respectivamente. Em seguida, estão os anos
de 2013 (13,33%), 2010 (10%) e 2008 (10%). A
figura 2 permite uma melhor visualização
desses dados.
RESULTADOS
Bases de dados: BDTD (n= 26) + BT-CAPES (n= 12) = 38
Registros duplicados e removidos (n =6)
Registros selecionados (n=32)
Teses e dissertações avaliadas para elegibilidade (n=30)
Teses e dissertações analisadas (n =30)
2 dissertações foram excluídas depois que foram lidas. Motivos da exclusão: -Uma das dissertações não investigava o EP. Ela referia-se à validação de um instrumento e, como procedimento de análise, correlacionava os fatores do instrumento estudado com os fatores do Maslach Burnout Inventory (MBI), não apresentando, posteriormente, nenhum resultado ou maiores ponderações sobre o EP; -Uma segunda dissertação não era um estudo empírico, mas, sim, uma revisão integrativa da literatura.
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Figura 2. Teses e dissertações sobre o EP na enfermagem distribuídas por ano.
Fortaleza (CE), Brasil, 2016.
Na distribuição por região, constatou-se
que a região Sudeste detém o maior número
de teses e dissertações defendidas, com uma
representatividade de 63,33% da amostra. Em
seguida, aparecem as regiões Sul (20%),
Nordeste (13,33%) e Centro-Oeste (3,33%).
Em sua maioria, os manuscritos foram
defendidos nos programas de pós-graduação
em enfermagem (56,67%). Um percentual bem
menor corresponde às teses e dissertações
defendidas nos programas de pós-graduação
em psicologia e em administração, com
16,67% e 10%, respectivamente.
Verificou-se que, dentre as instituições de
ensino, a Universidade de São Paulo (USP) e a
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
são as que detêm o maior número de
trabalhos defendidos, com 26,67% e 13,33%. O
Programa Pós-Graduação de Enfermagem
Psiquiátrica (PPGEP) da USP de Ribeirão Preto
é o programa que concentra o maior número
de teses e dissertações defendidas sobre o
tema (13,33%), sendo a professora Sonia Maria
Villela Bueno a pesquisadora que orientou o
maior número de trabalhos (10%).
O ambiente hospitalar é o local mais visado
nas pesquisas (76,66%). Dentre as
investigações realizadas nesses ambientes, a
maioria teve os hospitais universitários como
campo de estudo (26,67%). Em seguida, estão
as dissertações e teses que realizaram suas
investigações em hospitais públicos ou
privados (20%). Com uma frequência menor
estão as pesquisas realizadas apenas em
hospitais públicos (13,33%). Na tabela 1, são
apresentados os locais onde foram realizadas
todas as teses e dissertações da amostra.
Tabela 1. Locais onde foram realizadas as pesquisas sobre EP na enfermagem. Fortaleza (CE), Brasil, 2016.
Locais dos estudos n %
Hospital não especificado 01 3,33% Hospital Universitário 08 26,67% Hospitais Privados 02 6,67% Hospitais Públicos 04 13,33% Hospital Filantrópico 01 3,33% Hospital Geral 01 3,33% Hospital Público e Privado 06 20% Universidade Privada 01 3,33% Universidade Pública 05 16,67% Instituição de ensino não especificada
01 3,33%
Total 30 100%
Em um número menor, estão as teses e
dissertações que discutem o EP entre
docentes e estudantes de enfermagem
(23,33%), as quais, em sua maioria, ocorreram
em universidades públicas (16,67%) (Tabela
1).
Do total da amostra, 22 estudos
investigaram o EP relacionando-o com outros
construtos. Dentre eles, o mais
frequentemente relacionado à síndrome é o
estresse ocupacional (22,73%). Há manuscritos
que correlacionam EP com estresse e coping
(estratégias de enfrentamento) (9,09%) e
outros, ainda, correlacionam o EP com
estresse, coping, depressão e hardiness
(definido como um tipo de personalidade)
(9,09%). Além disso, há estudos que buscaram
evidências de correlação entre EP e depressão
(9,09%), bem como com satisfação no trabalho
(9,09%). Para uma melhor visualização, esses
dados são apresentados na tabela 2.
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Tabela 2. Construtos investigados juntamente com o EP na enfermagem. Fortaleza
(CE), Brasil, 2016.
Construtos relacionados com o esgotamento profissional n %
Estresse 05 22,73%
Autoeficácia 01 4,55%
Organização do trabalho 01 4,55%
Depressão 02 9,09%
Contexto de trabalho, custo humano, prazer-sofrimento e
danos do trabalho
01 4,55%
Satisfação no trabalho 02 9,09%
Percepção do ambiente de trabalho na enfermagem 01 4,55%
Satisfação no trabalho e percepção do suporte social 01 4,55%
Reajustamento social e condições de trabalho 01 4,55%
Sofrimento moral 01 4,55%
Estresse, coping, depressão e hardiness 02 9,09%
Estresse e coping 02 9,09%
Transtornos psíquicos menores 01 4,55%
Fatores psicossociais de risco no trabalho 01 4,55%
Total 22 100%
A tabela 3 apresenta um panorama dos
métodos empregados nas teses e dissertações,
os quais foram classificados por sessões para
facilitar a compreensão dos dados. Constatou-
se que todas as investigações são de
delineamento quase-experimental. São 63,33%
estudos de prevalência, 16,67% de
levantamento, 10% de intervenção e 10% que
congregaram técnicas de prevalência e
intervenção (1ª Sessão da Tabela 3).
Tabela 3. Panorama dos métodos empregados nas teses e dissertações brasileiras sobre o EP na enfermagem. Fortaleza (CE), Brasil, 2016.
1ª Sessão Tipos de estudos n %
Prevalência 19 63,33% Prevalência e Intervenção 03 10% Intervenção 03 10% Levantamento 05 16,67%
Total 30 100% 2ª Sessão Objetivos Nº %
Exploratório 06 19,35%
Descritivo 10 32,26% Descritivo-Exploratório 13 41,94% Explicativa 02 6,45%
Total 30 100% 3ª Sessão Abordagens Nº %
Quantitativa 18 60% Qualitativa 02 6,67% Mista 10 33,33%
Total 30 100% 4ª Sessão Procedimento de coleta Nº %
Estudo de caso 15 50% Estudo em dois ou mais lugares 10 33,33% Pesquisa-Ação e estudo de caso 05 16,67%
Total 30 100% 5ª Sessão Fonte de dados Nº %
Entrevista e questionário 06 20% Questionário 17 56,67% Pré e pós-teste e entrevista 02 6,67% Observação e questionário 01 3,33% Entrevista, questionário, observação participante e diário de campo
02 6,67%
Questionário e Grupo Focal 02 6,67%
Total 30 100%
Na sua maioria, são estudos descritivo-
exploratórios (41,94%), seguidos dos estudos
descritivos (32,26%). Já as pesquisas
exploratórias e as pesquisas explicativas
representaram 19,35% e 6,45%,
respectivamente (2ª Sessão da Tabela 3).
Os dados mostrados na 3ª sessão da tabela
3 se referem às abordagens utilizadas nas
teses e dissertações estudadas. Pode-se
constatar que, na sua maioria, são teses e
dissertações que empregam a abordagem
quantitativa (60%). Em seguida, estão os
estudos de natureza mista, aqueles que
congregaram técnicas quantitativas e
qualitativas (33,33%). Os estudos de cunho
exclusivamente qualitativo representam 6,67%
da amostra.
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Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(Supl. 4):1731-44, abr., 2017 1736
ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.10438-93070-1-RV.1104sup201716
Metade das pesquisas realizadas são
estudos de caso, voltados para a análise em
um contexto específico de trabalho e 33,33%
foram realizados em múltiplos lugares. Com
uma frequência relativamente menor estão os
estudos de caso de caráter intervencionista,
que totalizaram 16,67% (4ª Sessão da Tabela
3).
Na 5ª sessão da tabela 3 são resumidas as
fontes de dados utilizadas nos estudos
analisados. Verifica-se que grande parte das
pesquisas empregam apenas questionários
como meio de obtenção de dados (56,67%).
Em seguida, destacam-se as que utilizaram
entrevistas e questionários (20%). Além das
técnicas já citadas, algumas pesquisas
empegaram o questionário e o grupo focal
(6,67%), pré e pós-teste e entrevista (6,67%),
e entrevista, questionário, observação
participante e diário de campo (6,67%).
Apenas um estudo empregou a aplicação de
questionários e observação (3,33%).
A primeira dissertação brasileira sobre o EP
na enfermagem, entre as que possuem acesso
livre nos bancos investigados, foi defendida
em 2004.16 Quanto à distribuição de pesquisas
por região geográfica no período estudado, a
região Norte do Brasil não apresentou
nenhuma tese ou dissertação sobre EP na
enfermagem. As pesquisas, em boa parte, se
concentraram na região Sudeste, havendo
poucos trabalhos defendidos no Sul e Nordeste
brasileiro. Apenas uma dissertação foi
encontrada na região Centro-Oeste, tendo
como local de estudo a cidade de Cáceres,
Mato Grosso.22
As teses e dissertações, em sua maioria,
foram apresentadas aos programas de pós-
graduação em enfermagem.17-20,23-4,27-9,32,35,38-43
Algumas foram defendidas nos programas de
pós-graduação em psicologia26,33-4,37,44 e em
administração,21,25,30 havendo duas teses
apresentadas em programas de saúde
coletiva.36,45 O Estado de São Paulo detém o
maior número de teses e dissertações
defendidas sobre o assunto, em sua maioria,
apresentadas ao Programa da USP de Ribeirão
Preto: duas teses e duas dissertações.18-9,28,40
Para facilitar a compreensão dos 30
trabalhos, oito teses e 22 dissertações
analisadas, realizou-se a leitura de seus
conteúdos e estes foram organizados em cinco
categorias: (1) EP entre os profissionais de
enfermagem no ambiente hospitalar; (2) EP
entre docentes e alunos de enfermagem no
ambiente educacional; (3) EP e sua relação
com outros construtos na enfermagem; (4)
Métodos de intervenção perante o EP na
enfermagem; e (5) Consistência do modelo
subjacente ao MBI.
EP entre os profissionais de
enfermagem no ambiente hospitalar
A maioria dos estudos sobre o EP na
enfermagem acontece no ambiente
hospitalar. No entanto, esses ambientes se
caracterizam por contextos de trabalho
bastante diversificados, nos quais a
enfermagem perpassa por quase todos os
setores. Dentre esses contextos, os menos
abordados são a urgência e emergência29,33 e
Unidades de Terapia Intensiva.32,43
As investigações realizadas em hospitais
visam investigar o EP na enfermagem em geral
e tomam o ambiente hospitalar como um todo
por ser um espaço potencialmente facilitador
para o desencadeamento da síndrome e
conveniente para abordar tais profissionais.
Afinal, a maioria das pesquisas são
investigações quantitativas e necessitam de
uma amostra suficientemente grande para
serem estatisticamente significativas. Esse
fato pode levar a algumas distorções na
medida em que os diferentes contextos
apresentam riscos diferentes para a síndrome.
Os três ambientes citados como sendo os
menos investigados, por exemplo, pela
natureza da tarefa, são, provavelmente, os
mais estressantes para os profissionais.
As pesquisas, em grande parte, são estudos
de prevalência do tipo descritivo-
exploratórios. Contam com amostras que vão
de 13 a 538 sujeitos e se utilizam do Maslach
Burnout Inventory (MBI) como único meio de
investigação da presença da síndrome entre os
profissionais. A versão Maslach Burnout
Inventory - Human Services Survey (MBI-HSS) é
a mais adotada, havendo apenas um estudo
que aplicou o Maslach Burnout Inventory –
General Survey (MBI-GS)24 e outro que utilizou
a Escala de Caracterização de Burnout (ECB)33
para verificar a incidência e prevalência da
síndrome.
Por não haver um padrão para mensuração
do EP, não é possível realizar uma análise
mais precisa quanto aos resultados, mas ao
verificar os escores médios de alguns dos
trabalhos,17,20,23,26,30-3,36-8,40-1,43,45 é possível
perceber que, na maior parte dos casos, os
profissionais de enfermagem apresentam EE e
DP baixas e RP moderada-alta. Além disso,
parece não haver diferenças significativas ao
comparar os níveis de EP entre enfermeiros e
auxiliares/técnicos de enfermagem.32,45
EP entre docentes e alunos de
enfermagem no ambiente educacional
DISCUSSÃO
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Os estudos acerca do EP entre os docentes
de enfermagem se configuram como
investigações de natureza quantitativo-
qualitativa, com amostras que variam de 13 a
108 docentes, sendo mais comum a utilização
do MBI-HSS25,42 para averiguação da síndrome.
Apenas um desses trabalhos aplicou a versão
Maslach Burnout Inventory – Educators Survey
(MBI-ES).19 Os escores médios obtidos no MBI
entre os professores19,25 são: EE e DP baixas e
RP baixa-moderada. Dessa forma, parece que
os professores se sentem mais realizados do
que os profissionais que atuam diretamente na
prática da enfermagem.
Nas análises qualitativas, os professores
elencam as relações (docente-aluno e
docente-docente) como possíveis
estressores.19,25 Em um dos estudos analisados,
os docentes reconhecem a presença de
exaustão e cansaço físico, mas não os
identificam como elemento do EP por,
segundo a autora, desconhecerem a
síndrome.18
Os trabalhos que focalizam estudantes de
enfermagem também se caracterizam como
pesquisas quantitativa-qualitativa, tendo
amostras que vão de 29 a 168 alunos. Para
verificação do EP, utiliza-se a versão Maslach
Burnout Inventory – Student Survey (MBI-
SS).35,39 Os graduandos em enfermagem
apresentam EE e DP baixas e RP moderada,39
indicando que os integrantes deste grupo se
sentem relativamente insatisfeitos quanto à
realização profissional.
Os resultados das análises qualitativas
foram distintos. A análise dos discursos de 24
estudantes mostrou que a EE parece se
relacionar à carga horária elevada. A
descrença, comparável à DP das outras
versões do MBI, parece estar associada à
ausência nas aulas, ao distanciamento dos
estudos e diminuição do contato com os
colegas.35 Em outro estudo qualitativo,
concluiu-se que os alunos não conhecem o EP,
porém, se mostram desgastados e cansados da
vida acadêmica.28
Um dos trabalhos analisados mostrou haver
uma associação entre o tipo de personalidade
hardiness e a presença de EP entre os
estudantes. Hardiness é definido como um
conjunto de características de personalidade
que funcionam como uma fonte de resistência
diante dos acontecimentos estressantes.39
Posteriormente, esses mesmos construtos (EP
e tipo de personalidade) foram estudados em
uma população de professores e o tipo de
personalidade hardiness apresentou
correlação negativa significativa com a
presença de EP.42
Assim, os trabalhos analisados mostram que
tanto os professores quanto os alunos de
enfermagem não possuem conhecimento
aprofundado sobre EP.18,28 Apesar de ser
regulamentado como uma psicopatologia do
trabalho pela Previdência Social, o EP ainda é
desconhecido pela maior parte dos
profissionais, inclusive daqueles que atuam na
prevenção, diagnóstico e encaminhamento de
pacientes acometidos, pois, muitas vezes, os
pacientes são diagnosticados com depressão
ou estresse, devido ao despreparo do
profissional que o atende.46
EP e sua relação com outros
construtos na enfermagem
Há uma tendência entre os trabalhos
analisados de buscar uma associação entre
estresse e EP.17,20,23,25,27 Supõe-se que tal
prática aconteça porque o EP é definido como
o resultado da cronificação de estressores
interpessoais do trabalho. A quase totalidade
dos resultados obtidos nos trabalhos
analisados indicaram que a exposição a
fatores de estresse se correlaciona
positivamente com a presença de EP20 e que
eles podem predispor os profissionais a
apresentarem a síndrome.23 No entanto, essa
associação positiva não foi encontrada em
todos os casos.40 Talvez, este resultado
divergente esteja ligado a limitações e
dificuldades da pesquisa realizada, uma vez
que essa é quase uma relação óbvia, na
medida em que o EP é o estágio posterior à
exposição a fatores estressantes.
Além da associação entre EP e fatores de
estresse, outras dimensões, como transtornos
psíquicos menores,41 sintomas
depressivos26,39,42 e satisfação no trabalho30,32-
3, também mostram correlações positivas com
a presença de EP. Esses resultados corroboram
a ideia de que depressão, ansiedade e
transtornos psíquicos são as principais
consequências psicológicas do EP.47
No que diz respeito aos aspectos
psicossociais do trabalho, um conjunto de
construtos interdependentes mostram
correlações positivas com EP, sendo que o
aspecto “reconhecimento” mostrou-se um
fator de proteção contra o desenvolvimento
da síndrome e o fator “sobrecarga de
trabalho” configura como o elemento que
mais contribui para o desencadeamento do
EP.29
Métodos de intervenção perante o EP
na enfermagem
Estudos intervencionistas na enfermagem
envolvendo o EP ainda são incipientes. As
técnicas empregadas não necessariamente
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visam modificações na organização ou no
contexto do trabalho propriamente ditos (a
fim de evitar o aparecimento ou lidar com a
síndrome). Elas buscam, prioritariamente,
conscientizar os profissionais sobre a
existência da síndrome por meio de cursos
(visando à difusão de informações) e
treinamentos direcionados à redução e/ou
enfrentamento de estressores, bem como o
engajamento em grupos de apoio (grupos
focais de ação).
Intervenções visando à conscientização a
respeito do EP foram feitas em grupos de
professores e alunos da enfermagem. Buscou-
se, nesses estudos, averiguar as
representações sociais dos profissionais sobre
o EP para, depois, intervir, por meio de uma
conscientização, utilizando textos e cartilhas
explicativas sobre o EP e outras
manifestações.18,28
Dois estudos pré/pós-teste utilizaram
cursos/treinamentos com uma forma de
intervenção. Em um deles, o objetivo foi
reduzir o estresse e EP, tomando o
treinamento como estratégia. O treinamento
de 12 horas serviu para explorar os conceitos
de EP, estresse, estratégias de enfrentamento
e comunicação interpessoal.17 O segundo se
caracterizou como uma formação continuada,
que visava contribuir para o enfrentamento da
situação de morte em equipes de
enfermagem.34 Em ambos os estudos, após a
intervenção, os níveis de EP entre os
profissionais de enfermagem diminuíram.
Por fim, dois estudos relatam intervenções
tipo grupo focais. No primeiro estudo, a
intervenção teve como proposta explorar três
temas: aprender a lidar com as crianças com
cardiopatia grave; a questão do
reconhecimento profissional; e repensar os
recursos humanos.41 O segundo utilizou o
grupo não apenas como uma intervenção, mas
principalmente como uma forma de investigar
fatores do trabalho que podem estar ligados
ao aparecimento do EP. Nas suas conclusões,
o autor enfatiza que a vulnerabilidade ao EP
não está na profissão propriamente dita, mas
na organização do trabalho. Além disso,
ressalta que o modelo tradicional de
averiguação do EP não é suficiente para
explicar sua gênese.45 Esses dados levam à
reflexão de que o modelo tridimensional
subjacente ao MBI não explica a “totalidade
do EP”, uma vez que o aparecimento da
síndrome está relacionado a inadequações das
condições de trabalho na enfermagem,
incluindo a organização do trabalho. Vale
ressaltar que isto fica claro apenas no âmbito
das investigações qualitativas.
Consistência do modelo subjacente ao
MBI
As investigações, em sua maioria,
empregam apenas o questionário como fonte
de dados e, dentre os estudos analisados,
96,43% utilizaram o MBI. Esse resultado é
condizente com os dados obtidos na revisão já
realizada,9 em que os autores constataram
que, no final da década de 1990, o MBI havia
sido utilizado em 93% das investigações
científicas analisadas por eles.
O MBI, incialmente, continha 45 itens e
restaram 25 após o instrumento original ser
submetido à validação estatística. A análise
fatorial do estudo original de validação dividiu
os 25 itens em quatro fatores. Após novo
estudo de validação, o quarto fator, composto
de apenas três itens, denominado de
Envolvimento Pessoal, foi excluído (por conter
um autovalor menor que 1,0), o que levou o
MBI a mensurar o EP como uma estrutura
tridimensional. Atualmente, o MBI possui
quatro versões: o MBI-HSS (para profissionais
de saúde); MBI-ES (para professores); MBI-GS
(geral); e MBI-SS (para estudantes).48
O MBI-HSS foi a primeira versão do
instrumento, sendo destinado aos profissionais
de serviços de saúde e assistenciais (médicos,
enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais,
entre outros). Posteriormente, alguns dos
itens do MBI-HSS foram modificados,
substituindo-se a palavra paciente ou cliente
por estudante, dando origem à versão para
educadores – MBI-ES. Essas duas versões
possuem 22 itens divididos nos três fatores. O
fator EE é constituído por nove itens, o fator
DP por cinco itens e o fator RP por oito
itens.49
A ideia que se tinha inicialmente de que o
EP só se manifestava entre trabalhadores da
saúde e de serviços assistenciais foi ampliada.
Assim, o EP passou a ser investigado em outros
contextos de trabalho e, para atender a essa
demanda, o MBI-GS foi elaborado com o
intuito de investigar a síndrome na população
em geral. Nessa versão, o instrumento tem
apenas 16 itens, divididos nos mesmos três
fatores: EE e RP com seis itens cada e o fator
DP (despersonalização), agora denominado de
cinismo, com quatro itens.4
A última versão do instrumento a ser criada
foi a MBI-SS para mensurar o EP em
estudantes. Do mesmo modo que no MBI-GS, o
instrumento continha, inicialmente, 16 itens,
mas, ao passar pelo processo de validação
entre estudantes de países europeus, foi
excluído um dos itens e o inventário passou a
conter 15 questões. O fator EE é composto de
cinco itens, RP de seis e o fator DP, antes
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denominado despersonalização e cinismo,
recebeu o nome de descrença nessa versão
(quatro itens).50
O MBI-HSS é o instrumento mais empregado
entre as teses e dissertações analisadas
aqui,16-7,20-3,25-7,29-32,34,36,38,40-5 atingindo uma
representatividade de 81,48%, uma vez que
foram revisados trabalhos referentes ao
contexto da enfermagem. Em segundo plano,
estão as dissertações que aplicaram o MBI-
SS35,39 e o MBI-GS,24,37 com 7,41% cada. Apenas
uma tese utilizou o MBI-ES em uma amostra de
professores.19
A versão do MBI-HSS foi validada em
amostras brasileiras.51-2 Entretanto, o
instrumento traduzido e validado utiliza
escalas tipo Likert de cinco pontos16-7,20-
3,27,30,34,36,40-3,45 para as respostas aos itens,
diferenciando-se da versão elaborada por
Maslach e colaboradores, na qual o MBI é
respondido em escalas Likert de sete pontos.49
Das teses e dissertações brasileiras
analisadas aqui, 12 reavaliaram os alfas de
Cronbach (α) em amostras de profissionais da
enfermagem - quatro teses17,19,38,45 e oito
dissertações.20-1,23,31-2,35,39,41 Fazendo-se a
análise dos valores desse parâmetro nos 12
trabalhos, apurou-se que o fator EE é o fator
com maior confiabilidade (α entre 0,72 –
0,90), quando comparado aos fatores RP (α
entre 0,58 – 0,92) e DP (α entre 0,55 – 0,80).
Em uma metanálise de pesquisas que
utilizaram o MBI, buscou-se avaliar a
consistência interna do instrumento por meio
do cálculo dos alfas de Cronbach dos três
fatores. Os resultados mostraram, como o
cálculo feito aqui, que o fator EE é o mais
consistente, com uma confiabilidade na faixa
de α=0,80 ou acima. A RP e DP foram menos
consistentes. Por esse fato, os autores
recomendam maior atenção quando forem
interpretados os resultados obtidos por meio
do MBI.53
Calculando-se as médias dos alfas de
Cronbach de cada versão do MBI nos 12
trabalhos de nossa amostra, evidenciou-se que
o MBI-HSS apresentou boa consistência interna
no fator EE (α=0,86), diferente dos demais
fatores, DP (α=0,66) e RP (α=0,68).17,20-1,23,31-
2,38,41,45 Já na versão do MBI-ES, o fator RP se
mostrou mais consistente (α=0,92), em
seguida vem o fator EE (α=0,84) e o fator DP
(α=0,60).19 Na versão do MBI-SS, a
confiabilidade se apresentou de modo
uniforme. Mesmo assim, o fator EE ainda foi o
que apresentou o alfa mais alto (α=0,75). Em
seguida, vem o fator DP (α=0,71) e RP
(α=0,70).35,39 A partir dessa análise, pode-se
concluir que o fator DP é o que apresenta a
confiabilidade mais frágil do MBI, evidência
também corroborada por outros estudos.53-4
Esses resultados são interessantes porque
indicam que o fator considerado mais
específico do instrumento, isto é, o fator que
se relaciona ao chamado burnout é, ao mesmo
tempo, o que possui menor confiabilidade.
O modelo tridimensional do EP é bastante
aceito pela maioria dos autores pesquisados
desta revisão, não havendo nenhum trabalho
que se propusesse a investigar de forma mais
crítica as bases desse modelo. O modelo
tridimensional do EP, subjacente ao
instrumento proposto por Maslach e
colaboradores “tornou-se, assim, um conceito
praticamente inquestionável”3:5 Entretanto, o
modelo, juntamente com o MBI, mesmo sendo
o mais empregado nas investigações do EP,
são motivo de críticas.3,53-5
Uma das inconsistências apontadas
relaciona-se com a interindependência dos
três fatores do EP no modelo tridimensional,
uma vez que Maslach e Jackson49 enfatizam
sua independência. Na verdade, foram
encontradas associações, principalmente
entre as dimensões EE e DP.54 Em outra
metanálise,55 os autores investigaram a
estrutura fatorial das versões do MBI-HSS e
MBI-ES e também encontraram relações entre
os fatores do instrumento. Nesta revisão, dois
estudos evidenciaram correlações
significativas positivas entre a EE e DP e o
fator RP correlacionou-se de forma negativa
com os demais fatores.37,43
As críticas também recaem sobre o real
número de fatores do instrumento e,
consequentemente, do modelo. Schaufeli e
colaboradores56-7 apontam que a síndrome
possui duas dimensões principais (EE e DP) e
que a RP é uma consequência da deterioração
das outras dimensões. Outros autores,58 ao
avaliarem a estrutura fatorial do MBI junto a
equipes de enfermagem, extraíram quatro
fatores, enquanto outros estudos apresentam
indícios de que o instrumento e a síndrome
possuem cinco dimensões.59
Analisando a teoria que levou ao
aparecimento do conceito de burnout ou EP, o
fator despersonalização (DP) deveria ser o
mais importante no que se refere à síndrome,
pois expressa o seu fenômeno central.60 A
rigor, a DP é a única dimensão que retrata
situações de relações interpessoais, atenção e
cuidado a terceiros e, ao analisar o MBI, se
constata que tal fator é o menos explorado e
o mais inconsistente. Uma maior exploração
do fator DP pode ser feita com aplicação da
ECB, já que essa escala possui um maior
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número de variáveis e uma consistência
interna melhor.33,61
Além disso, é importante pontuar que, a
despeito de sua larga utilização em pesquisas,
alguns autores não recomendam a utilização
do MBI como instrumento diagnóstico na
prática clínica. Eles avaliaram a validade do
instrumento para discriminar pacientes
acometidos e não acometidos pela síndrome e
afirmam que o inventário não deve ser
utilizado “para fins de diagnósticos
individuais”.56:579
Ao finalizar o “estado da arte” sobre o EP
na enfermagem, tomando as teses e
dissertações brasileiras como meio de análise,
constatou-se que um maior número de
trabalhos foi realizado em 2012 (teses e
dissertações defendidas), mas a quantidade de
estudos vem se reduzindo. A região Sudeste,
principalmente o Estado de São Paulo,
concentra a maior parte dos estudos. As teses
e dissertações foram apresentadas em sua
grande parte nos programas de pós-graduação
em enfermagem e a USP é a instituição que
detém o maior número de trabalhos na área.
A maioria das investigações foi realizada em
hospitais universitários.
As investigações são todas quase-
experimentais, sendo, em sua maioria,
estudos de prevalência, descritivo-
exploratórios, de natureza quantitativa,
configurando-se como estudos de casos, em
que apenas o MBI, na sua versão destinada aos
serviços humanos, é utilizado.
O estresse é o construto mais relacionado
com o EP na enfermagem, embora existam
estudos que relacionam do EP com transtornos
mentais comuns, depressão e tipos de
personalidade.
Os estudos sobre o EP na enfermagem
precisam ser retomados/ampliados, visto que,
nos últimos anos, o número de teses e
dissertações defendidas vem diminuindo
consideravelmente. Não se pode deixar de
atestar as contribuições das pesquisas que
têm como objetivo descrever os fenômenos.
Contudo, os trabalhos sobre a temática, aqui
analisados, parecem sofrer de uma
“acomodação científica”, uma vez que o
instrumento empregado é praticamente o
mesmo em todas as investigações de
prevalência.
Por outro lado, é coerente afirmar que o
trabalho de enfermagem possui grande custo
humano, já que, para sua concretização,
envolve o cuidado de pacientes e terceiros,
caracterizando-se, desse modo, como
ocupação bastante suscetível à síndrome.
Além disso, os problemas relacionados à
gestão, a ausência de suporte organizacional e
a falta de autonomia na tomada de decisões
(queixas frequentes entre esses profissionais),
intensificam o processo psicopatológico.
Assim, salienta-se que as investigações não
podem deixar de lado essas variáveis, e, sim,
intensificar as discussões sobre a prática da
enfermagem e sua relação com o EP,
explorando mais intensamente os possíveis
riscos ou variáveis de exposição que podem
levar ou predispor à síndrome, atrelando às
variáveis que exprimam a prática do cuidado.
Aconselha-se a realização de pesquisas com
delineamento experimental, além de estudos
de cunho qualitativo e de natureza
intervencionista. Por outro lado, outros
modelos teóricos devem ser testados e novos
instrumentos validados.
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Submissão: 09/04/2016 Aceito: 05/01/2017 Publicado: 15/04/2017
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