Artigo Resul Do Estagio i e II

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CENTRO DE ARTES HUMANIDADES E LETRAS (CAHL) FORMAÇÃO NA BERLINDA: a realidade vivenciada da prática docente e as condições de trabalho dos professores de uma escola de ensino do campo na zona rural do Município de Cachoeira Ba. CACHOEIRA, 2013/14.

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Durante o estagio supervisionado I, passamos todo período de uma unidade observando a estrutura e as condições de ensino que são fornecidas pela escola municipal Otávio Pereira que fica localizada no Distrito de Tabuleiro da Vitória no município de Cachoeira. A partir das observações, coletamos informações através da prática etnográfica e a composição de diário de campo, bem como questionários aplicados ao corpo docente e discente e aos funcionários da escola. Assim, podemos mapear a realidade vivida pelos professores e as condições de ensino oferecido e a relação pedagógica entre os atores. Como resultado desta primeira fase de estágio e em contrapartida, foi produzido relatórios e um curto documentário do processo de estágio e a criação de um blog para a escola no intuito de incentivar os estudantes, funcionário e professores e para contribuir e agradecer pelo acolhimento durante o período de estágio obrigatório.

Transcript of Artigo Resul Do Estagio i e II

  • CENTRO DE ARTES HUMANIDADES E LETRAS (CAHL)

    FORMAO NA BERLINDA: a realidade vivenciada da prtica docente

    e as condies de trabalho dos professores de uma escola de ensino do

    campo na zona rural do Municpio de Cachoeira Ba.

    CACHOEIRA,

    2013/14.

  • FORMAO NA BERLINDA: a realidade vivenciada da prtica docente

    e as condies de trabalho dos professores de uma escola de ensino do

    campo na zona rural do Municpio de Cachoeira Ba.

    Fabio Calisto da Cruz Silva1

    Resumo

    Durante o estagio supervisionado I, passamos todo perodo de uma unidade

    observando a estrutura e as condies de ensino que so fornecidas pela escola

    municipal Otvio Pereira que fica localizada no Distrito de Tabuleiro da Vitria no

    municpio. A partir das observaes, coletamos informaes atravs da prtica

    etnogrfica e a composio de dirio de campo, bem como questionrios aplicados ao

    corpo docente e discente e aos funcionrios da escola. Assim, podemos mapear a

    realidade vivida pelos professores e as condies de ensino oferecido e a relao

    pedaggica entre os atores. Como resultado desta primeira fase de estgio e em

    contrapartida, foi produzido relatrios e um curto documentrio do processo de estgio

    e a criao de um blog para a escola no intuito de incentivar os estudantes, funcionrio e

    professores e para contribuir e agradecer pelo acolhimento durante o perodo de estgio

    obrigatrio.

    Em seguida decididamente, prossegui com a continuidade do estgio

    supervisionado II no mesmo estabelecimento, contudo eram outras as preocupaes,

    pois, passaria a conduzir didaticamente, o processo ensino aprendizagem em sala de

    aula. Discuto neste trabalho sobre a realidade vivenciada da prtica docente e s

    condies de trabalho dos professores de uma escola de ensino do campo na zona rural

    do Municpio de Cachoeira a partir de um estgio de vivencia, onde propomos solues

    eficientes para a contribuio do ensino na escola. Durante o estgio colocamos-nos a

    prova sobre as agonias e aflies que os professores enfrentam. Assim, podemos

    acrescentar que esse episdio torna-se de grande importncia para as discusses

    1 Graduando em Histria pela UFRB. Bolsista de Iniciao Cientfica. Edital 2013/2014 financiado pela Fundao de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia - Fapesb. Email: [email protected]

  • acadmicas, pois suscitou duvidas e acendeu incertezas no mbito de seguir a profisso

    docente a partir do real (sobre) vivido.

    Como seria de fato, ser professor de uma escola da zona rural, visto que

    constatamos uma srie de elementos que interferiam e interferem diariamente na vida

    deste profissional? O que motiva o professor (a) a enfrentar as barreiras, como o

    deslocamento da zona urbana para a rural em transporte precrio2, sob condies de

    ensino e aprendizagem quase omissas pelos poderes pblicos? E quais relaes so

    estabelecidas entre discente e docente e a comunidade local em seu dia-a-dia? Essas so

    as questes bsicas que pairavam sobre mim e o que proponho responder no decorrer

    deste trabalho.

    PALAVRAS CHAVES: Ensino de Histria, Estgio, Educao do campo

    Introduo

    Este artigo fruto das atividades de estgio realizadas durante um (01) ano na

    escola municipal Otvio Pereira, situada na localidade do Tabuleiro da Vitria, Zona

    Rural de Cachoeira. Em continuidade da disciplina de Estgio Obrigatrio do curso de

    Licenciatura em Histria o objetivo era acompanhar durante um perodo, relativamente

    curto, como funcionava a estrutura de uma escola amplamente, desde a construo e

    constituio do seu espao fsico, passando pelos itens relativos ao plano pedaggico,

    bem como instrumentos que facilitassem a insero das polticas de gesto escolar, que

    auxiliassem no cotidiano da escola, com vistas a estabelecer passos para uma gesto

    democrtica e participativa entre todos os atores3.

    A escola Otavio Pereira uma escola do campo4 situada no Tabuleiro da

    Vitoria, zona rural do municpio de Cachoeira. A turma a qual eu relatarei a experincia

    da vivencia, a turma do 7 ano/6 serie do turno vespertino. O perfil da sala bem

    2 A chegada at a escola Otavio Pereira equivale a uma viagem direta at o municpio de Feira de Santana. Dura cerca de uma hora e meia em uma estrada mal conservada e cheia de infortnios. 3 No domingo edio de 09/03/14 o Fantstico exibiu uma matria interessante, que me fez relacionar com a pesquisa do estgio I, o jornal eletrnico foi comprovar a qualidade e estrutura das escolas brasileiras e encontrou um cenrio alarmante que a escola Otavio Pereira, apesar das faltas a escola no enfrenta. Contudo essa matria em muitas

    questes vem confirmar nossa pesquisa. Veja em http://g1.globo.com/fantastico/videos/t/para-assinantes/v/fantastico-edicao-de-09032014/3201157/ 4 De acordo com o professor ngelo Lopes Marques que proferiu nossa oficina na jornada pedaggica de Cachoeira apropriaremos do termo escola do campo utilizado pelo professor, ao invs de escola ruralpara referenciar o nosso lcus da pesquisa, pois, segundo ele o termo rural soaria como algo rstico, atrasado em relao ao urbano. Mesmo sendo relativo ao campo, para no soar desta forma, no utilizaremos o termo escola rural, como esta veiculado na LDB artigo 28.

  • interessante: a maioria dos alunos so negros, beneficirios do Programa Bolsa Famlia

    e so de vrias localidades adjacentes. Abaixo, descrio da turma em nmero e faixa-

    etria:

    Descrio da turma do 7 ano da Escola Otvio Pereira

    Idade Quantidade

    18 04

    17 06

    16 04

    15 06

    14 10

    13 04

    12 07

    11 04

    Mdia: 14.4 Total: 45 Fonte: elaborado pelo autor

    Os que so maiores evidentemente atrapalham na ateno e desenvolvimento

    dos menores. Eles conversam muito, tm dificuldades na leitura e na escrita, so

    inibidos e no emitem opinies em aula, ou seja, foram omissos a qualquer critica e

    tiveram pouca participao referente aos assuntos que foram abordados durante o

    estgio.

    Perfil da localidade da escola e alguns aspectos estruturais

    O povoado rural do Tabuleiro da Vitoria uma localidade muito interessante,

    bonita e com uma bela vista sobre o rio Paraguassu cercada em seu fim de linha de

    grandes morros, plancies e depresses naturais que cercam o rio com verdes rvores

    por todos os lados, dando a impresso de uma mata virgem quase intocada pela

    presena humana, no fossem s plantaes agrcolas que existem em algumas roas

    que adentram a mata, bem como a quantidade de gado de criao na propriedade de uma

    famlia local. O que poderamos deduzir de antemo, que na regio h uma economia

    voltada, principalmente para a agropecuria, agricultura e a pescaria de ostras e peixes

    do rio.

    Nas caractersticas da localidade em sua quase totalidade, esto preservados

    aspectos rurais com casa de taipas e adobe, pistas vicinais de terra e com muitos

  • buracos. Contudo uma localidade bem povoada com suas casas de alvenaria, algumas

    com modelos modernos de antenas parablicas, inclusive de TV por assinatura. A

    localidade de difcil acesso, pois, a estrada mal conservada, possui inmeras ladeiras

    que so ngremes ao extremo e com muitos precipcios, onde os veculos que trafegam

    aquela rea esto protegidos apenas pelas cercas que demarcam as propriedades. Em

    dias de chuvas intensas a estrada interditada. O que faz com que a viagem se torne

    ainda mais enfadonha e cansativa que de costume, pois, acrescido um roteiro que

    aumenta a viagem em uma hora e meia.

    oferecido pelo poder publico municipal no entorno da localidade um

    Infocentro uma Creche de Educao Infantil, Posto de Sade uma pequena praa com

    rea de lazer entre outros, como casa de farinha comunitria, igrejas evanglicas e

    capelas pertencentes igreja catlica. Percebe-se que, juntando ou somando a

    quantidade de moradores das localidades que antecedem o Tabuleiro da Vitoria, fazenda

    Guaba, Granja bem como os desta, teremos sobremaneira uma quantidade de pessoas

    significativa que habitam a regio. O que faz juz a estrutura em funcionamento das

    instituies apresentadas.

    A Escola Otvio Pereira fica localizada no povoado rural do Tabuleiro da

    Vitria no municpio de Cachoeira a 23 km da sede. Assiste 265 alunos do 1 ao 9 ano

    da localidade e adjacncias, sendo estes filhos de agricultores. Assim que conclui o

    fundamental II, os alunos do prosseguimento aos estudos no Colgio Estadual da

    Cachoeira e outros se deslocam para a capital do Estado a fim de conciliar estudo e

    trabalho. A escola regida pela secretaria municipal de educao e os professores so

    concursados que se deslocam de outros municpios e tambm da zona urbana do

    municpio de Cachoeira. A formao acadmica destes profissionais a graduao em

    Pedagogia no sistema semipresencial da FTC. A minoria conta com formao em

    licenciatura por rea de conhecimento.

    A escola tem cinco salas de aula funcionando nos dois turnos, sendo que no

    matutino do 1 ano ao 5 ano e no vespertino do 6 ao 9 ano. Possui tambm 01

    cozinha, 01 secretaria, 01 sala de informtica, 01 banheiro com sanitrio para os

    professores, 04 sanitrios para os alunos e uma rea para recreao. Seu quadro

    funcional formado por: 01 diretor, 01 vice-diretora, 01 coordenadora pedaggica para

    o fundamental I e para o fundamental II, 01 merendeira e 03 auxiliares de limpeza.

  • Conta-se com 12 professores no regime de 40 horas, atuando em partes nesta unidade e

    em outras escolas. Deste nmero, no corpo docente da escola s uma professora possui

    licenciatura plena na disciplina de Histria, os demais atuam no fundamental II com

    formao em pedagogia.

    So conduzidos a unidade de ensino em transporte cedido pela prefeitura

    municipal, tanto para o turno matutino quanto para o vespertino. O transporte um

    nibus que est mais adaptado para cargas devido s condies precrias, do que para

    passageiros, mas ainda o nico meio de conduo que assiste toda a localidade, pois,

    as estradas vicinais encontra-se em pssimas condies de transitar veculos. Este

    transporte funciona de segunda a sbado nos horrios de cinco da manh retornando s

    doze horas,( exceto aos sbados por causa dos feirantes que seu horrio de retorno passa

    a ser s dezessete horas). Este mesmo transporte contratado pela prefeitura municipal

    para levar os alunos que estudam na sede do municpio, ressaltando que por falta de

    opo de horrio os mesmos so obrigados a estudar em nico turno, no caso o

    matutino.

    uma comunidade que tem grande participao na feira livre do municpio, os

    agricultores e os pescadores trabalham durante a semana na roa e outros na mar para

    comercializao de seus produtos nos dias de quarta-feira, sexta-feira e sbado,

    fortalecendo o comrcio local, da sua prpria produo, so realizadas suas compras

    para abastecer as suas casas. Outros viajam na sexta-feira noite para a Feira de So

    Joaquim em Salvador e em outros bairros que possuem moradores desta localidade para

    a comercializao dos produtos.

    2. Descrio da experincia de regncia

    Na escola, como professor, me deparei com um ambiente novo. Vivi o que

    (COULON, 2008)5 chama de perodo de estranhamento (invertido), pois, assumia o

    papel do professor, onde ao mesmo tempo, minha condio era de estudante do ensino

    superior. Pensava que a culpa de tal situao de descaso por parte dos alunos, tambm

    seria em parte dos professores, pelo fato de terem anos de ensino e um acumulo de

    5 COULON Alain. A Condio de Estudante: a entrada para vida universitria. Salvador: EDUFBA, 2008.

  • cargas de experincias positivas e negativas que os levaram a certo grau de saturao no

    ensino em uma estrutura dada e esquecida no campo.

    Cheguei a imaginar por um momento que os grandes tericos da educao

    neste pas estivessem equivocados ao abordar e debater, estabelecendo reflexes que

    nos conduza a uma melhora nas condies do ensino. Para muitos dos envolvidos

    nesse debate, o professor de Histria da escola bsica deveria questionar o papel de

    mero reprodutor do conhecimento criado pela Universidade e configurar-se como

    produtor de conhecimento (CARDOSO, 2008)6. Francisco Imbernn ainda que nos

    diz a inovao perde uma boa porcentagem de incidncia e de melhoria coletiva

    quando se produz isoladamente(IMBERNON, 2006, p. 22). Embebido de inmeras

    ideias inovadoras recebidas durante o curso na academia me senti atrofiado pelo sistema

    arraigado na escola.

    Fui para a sala de aula partilhando a ideia de patrimnio cultural apresentada

    por Jaime Pinsky e Carla Bassanezi Pinsky, onde o professor estabelece uma articulao

    entre o patrimnio cultural da humanidade e o universo cultural do aluno (p, 20) 7 no

    que se refere adequao do conhecimento e a realidade estudada. Desse jeito,

    vislumbrei uma maior facilidade ao adentrar no mundo da cultura histrica escolar

    vivenciada pelos alunos, acima de tudo, uma aula de Histria no deveria apresentar

    apenas dados acabados, mas evidenciar em algum momento o processo de construo

    da verdade histrica e trabalhar com a dvida, dado comum a todas as cincias

    (KARNAL, 2013, p. 13 ).

    Considero a Histria como uma cincia que nos auxilia a descortinar e

    descobrir as variedades e variantes que condicionam os diversos relacionamentos

    culturais, sociais, econmicos, polticos e as relaes de poder implcitas ou explicitas

    na vida do ser humano. Minha inteno no era ser tradicionalista nem crtico

    reprodutivista como tinha visto minha vida inteira em meu ensino fundamental. Queria

    um trabalho docente mais consequente (LIBANEO, 2003)8 e bem prximo da realidade

    daqueles alunos.

    6 CARDOSO, Oldimar. Para uma definio didtica da Histria. Revista Brasileira de Histria. So

    Paulo, v28, n55, p.153-170 -2008. 7 Historia na sala de aula: conceitos, prticas e propostas / Leandro Karnal (org.)6. ed. So Paulo: Contexto, 2013. 8 LIBANEO, J.C. Democratizao da escola publica: a pedagogia critico-social dos contedos. 19 ed. So Paulo, Ed.Loyola, 2003 (b).

  • Um ponto que mais chama ateno nos relatrios produzidos atravs do dirio

    de campo foi o desenvolvimento das aulas. De modo geral, por mais que se planeje uma

    aula com rigores cientficos e metodolgicos adequados para se trabalhar em sala,

    fatores relacionais como disperso, baguna, falta de interesse entre os alunos, falta de

    participao nas aulas faz com que o planejado seja mal executado, haja vista que o

    contexto social e a localizao do ambiente escolar foram fatores muito prximos dos

    momentos vividos.

    Em relao a este ponto, vale ressaltar que durante a primeira etapa de

    observao do estgio I, foi de suma importncia o reconhecimento da localidade, seus

    atores sociais, suas famlias. A partir do momento em que pesquisamos a realidade

    local, conhecendo-a e contextualizando a Histria das pessoas que moram nela,

    tornamos-nos membros, pois, o status de professor na localidade fez com que nos

    familiarizssemos rapidamente e estreitssemos laos com algumas famlias. Isso

    facilitou muito a nossa entrada na vida da escola e o re/conhecimento da cultura escolar

    estabelecida.

    A comunidade valoriza e respeita a profisso de professor, o que se

    corresponde na tarefa rdua de um bom ensino aos seus filhos. No tocante

    participao das famlias e a relao da comunidade com a escola, direo e professores,

    observamos que a relao muito afinada. Citamos no relatrio anterior que:

    As famlias da comunidade participam dos eventos realizados pela

    escola e da vida escolar de seus filhos procurando saber basicamente

    sobre o desempenho deles nas matrias e participando das reunies. Mesmo no havendo um conselho escolar paritrio, as decises via

    direo da escola chegam a esses atores. Para os pais, o diretor

    desempenha um bom trabalho na escola e os professores so peas fundamentais no auxilio da educao de seus filhos. A comunidade,

    apesar de participar, no auxilia nas decises que so tomadas sobre a

    escola. Eles acreditam que a figura da gesto os representa e tambm no cobram participao nessa empreitada. A participao popular em

    questes educacionais ainda pouca. Por isso se torna necessria na

    escola a criao do PPP, pois, no se pode deix-lo engavetado,

    desacabado ou desatualizado. de fundamental importncia sua implementao porque no PPP que podemos ver contemplada a

    participao familiar no plano de ao que desenvolvido. Assim o

    PPP define a identidade da escola e indica caminhos para ensinar com qualidade. (SANTANA, SILVA, F.C, MIRANDA, 2013, p.16)

    9

    9 Consequentemente em mim se deu como ainda existe uma expectativa muito positiva em relao a

    uma maior abertura da secretaria da educao com os familiares da localidade. Contudo a falta de

    mecanismos para uma maior participao familiar na gesto da escola emperra algumas que poderiam aproximar ainda mais o relacionamento com a comunidade. A maior da expectativa que tive foi em

  • No primeiro dia de aula, ainda meio zonzo com a idia de reger uma turma e

    meio perdido no processo de adequao, no fui, em partes, tratado simplesmente como

    um estagirio: os professores, pelo que percebi, me trataram como professor.

    Entendo que entre ns existem caractersticas peculiares para o tratamento entre si.

    Como por exemplo, a utilizao da prpria palavra professor em substituio ao meu

    nome que utilizado como pronome de tratamento.

    Isso me fez aproximar e familiarizar com os colegas. No houve aula neste

    primeiro dia. O motivo foi que o horrio das turmas ainda no estava pronto. A

    organizao do dito horrio ficou sob a responsabilidade de um dos professores, que j

    vinha se empenhando e forjando-o desde a jornada pedaggica. O caso da organizao

    dos horrios dos professores uma verdadeira queda de braos, diga-se de passagem.

    Efetivamente, quando houve a primeira aula, eu, definitivamente, tremia mais uma vez.

    O que dizer para os alunos nesse primeiro momento? O que fazer e como comear?

    Lembrei quando era aluno. Os professores sempre mencionavam umas

    regrinhas de convivncia, que vigoravam durante o ano todo. Ou que pelo menos se

    tentava levar em conta. Segui esta via. Explanei sobre alguns acordos de convivncia

    enquanto estivesse em meu perodo de estgio. Foram basicamente sobre entrar e sair da

    sala na hora das aulas e as conversas paralelas no momento da explicao dos assuntos.

    Anotei meu nome no quadro e falei quais seriam os dias de aula e que

    deveriam trazer os livros didticos. Logo em seguida, copiei uma estratgia

    metodolgica utilizada no primeiro semestre pelo professor de Introduo aos Estudos

    Histricos, Luiz Fernando, quando ele perguntou para nossa turma, em nosso primeiro

    dia de aula, qual a concepo que tnhamos sobre a palavra Histria.

    No utilizei o mesmo termo que o professor, pois, fiquei imaginando o

    entendimento da turma sobre a palavra concepo, tive este cuidado se que foi

    um cuidado ou pr-julgamento e reformulei a questo perguntando o que eles

    entendiam, compreendiam e pensavam sobre a palavra Histria.

    Cada aluno respondeu sobre seu entendimento sobre a palavra. Na medida em

    que respondiam eu anotava as suas respostas no quadro. Aps as respostas obtidas dos

    relao a regncia, como seria ser professor na escola Otvio Pereira, ao passo que escolhi realizar a

    segunda etapa do estgio dando continuidade ao trabalho realizado anteriormente, sobre outro ponto de vista.

  • alunos fui relacionando cada palavra, uma a uma, com o termo Histria, para explic-los

    que tudo pode ser Histria a partir do que eles sabem (real concreto) e da prpria

    realidade onde vivem. Foi muito interativa a dinmica de explicao que eles acabavam

    comentando outras possibilidades geradas por eles mesmos. Notei que tnhamos em

    sala, alunos que eram fceis de assimilao, que pegavam fcil, que rapidamente

    construiu um dialogo comigo sobre o assunto e o relacionava com a sua vivencia no

    campo, outros ainda eram dispersos e precisavam de vrias dicas para formular as suas

    explanaes.10

    Aps esse momento descrito, o primeiro fator foi que no existiu um

    planejamento curricular da unidade. Logo que cheguei, a minha supervisora indicou que

    comessemos a unidade de acordo ao sumrio da primeira unidade do livro didtico.

    Esse era o plano da unidade: lecionar os assuntos do livro para os alunos. Contudo ela

    informou para mim que a Secretaria de Educao pediu que a escola trabalhasse a data

    do 13 de Maro, data do aniversrio da cidade e sobre a Histria de Cachoeira. O que

    no foi possvel devido ao tempo e a falta de organizao e planejamento para tal.

    3. Desenvolvendo as aulas

    Cheguei a extremos com a apresentao de duas aulas distintas, tanto na

    metodologia quanto na exposio didtica. Fui tradicional atravs de uma aula

    expositiva da matria, tentei autoritariamente fazer-me receptivo com os alunos, fui

    muito mecnico e me prendi demasiadamente ao livro didtico, que para mim foi quase

    um orculo. Ainda assim vivi um espetculo cheio de vida e de sobressaltos. Cada

    aula uma aula (SCHIMIDT, 2001, p.56). Foi na sala de aula que pude perceber os

    embates e nuances que circundam o oficio do professor em sua metodologia, seu estilo

    de dar aulas, seu jeito de conversar com os alunos, de olhar seus gestos. Tudo contribui

    para que a aula seja um momento de reflexo ou de inflexo, cristalizados na vontade de

    saber que os alunos tambm demonstraram. na sala de aula, conforme explica

    Schimidt (2001), que se evidencia, de forma mais explicita, os dilaceramentos da

    profisso de professor e os embates da relao pedaggica (op.cit.p, 57).

    10 Sobre esse momento seguem fotos do esquema explicativo que utilizei no quadro. No quero com essa

    fala de modo algum atribuir algum juzo de valor ao saber dos alunos do 7 ano. Vide anexos.

  • No existe fracasso escolar. Em seu livro a Relao com o saber

    elementos para uma teoria, Bernard Charlot (2000) discorre sobre a relao do saber

    em suas variedades e possibilidades. Constata atravs de seus estudos que no existe o

    dito fracasso escolar e que este, enquanto objeto de pesquisa, inencontrvel mesmo

    com os possveis descalabros dirios vividos e divulgados pela mdia, a prpria

    educao, pelos educadores e educandos, bem como a viso que se tem da escola em

    seus processos e ajustes dirios.

    Entretanto, ao negar a existncia do fracasso escolar, o autor pondera que as

    inmeras relaes sociais influenciam, de fato, a vivncia do sujeito na escola, a partir

    da posio social ocupada pelos seus pais na sociedade de modo geral. O autor

    aprofunda seu estudo sociolgico na antropologia para combater a teoria da sociologia

    reprodutivista da dcada de 60 e 70 do sculo XX, que tem em Pierre Bordieau seu

    principal difusor atravs da teoria do habitus.

    P. Bordieau raciocina em termos de sistemas de diferenas: s diferenas de

    posio social dos pais correspondem a diferenas de posies escolares dos filhos e, mais tarde, diferena de posies sociais entre esses filhos na idade

    adulta. H a reproduo das diferenas. Como se opera essas diferenas?

    Novamente atravs de diferenas: as diferenas de posies dos pais

    correspondem nos filhos diferenas de capital cultural e de habitus (disposies psquicas), de maneira que os filhos ocuparo eles prprios

    posies diferentes na escola. (CHARLOT, 2000, p, 20).

    Ao afirmar e defender a inexistncia de tal fracasso, o autor reconhece que a

    sociologia reprodutivista tambm trouxe resultados dos mais surpreendentes para

    anlise desse objeto. Assim, podemos observar que na sala do 7 ano da escola Otvio

    Pereira, levando em considerao a teoria do habitus, que os alunos esto

    sociologicamente vinculados posio social que seus pais ocupam localmente. Quem

    filho de agricultor aqui na sala? atravs desta simples pergunta que fiz aos alunos,

    praticamente 95% da sala respondeu que sim. Os outros 5% so crianas de famlias que

    tem uma posio e um status social relativamente melhor, onde os pais trabalham para a

    prefeitura ou no centro urbano da cidade11

    .

    11 Fao determinada considerao, mas com isso no quero de modo algum dizer, que o trabalho urbano

    seja melhor que o rural. Fao apenas para relacionar a pergunta com as respostas e no para relacionar

    status quo. Em conversas informais ficou-me evidente a noo de que trabalhar na prefeitura ou no centro

    urbano, para as pessoas da localidade melhor que no campo.

  • Por outro lado, posso afirmar ainda que, na sala do 7 ano, o desenvolvimento

    das aulas em relao aos objetivos da unidade no foi alcanado por inmeros fatores:

    desde a falta de organizao do ano letivo, passando pela grande quantidade de dias que

    tivemos sem aula em virtude do transporte escolar12

    ; pela falta de um plano alternativo,

    o que denominei plano B de currculo tendo em vista os impactos que a copa do

    mundo trar para o calendrio do ano de 2014 para os professores, alunos e toda

    educao; pelos recorrentes atrasos na chegada deste transporte; pela falta de

    objetividade da organizao dos nossos horrios, que sempre estavam na iminncia de

    mudanas (inclusive, alcancei o limiar de um momento de indisposio pessoal em

    continuar me deslocando para a zona rural para dar aulas, chegando cansado em sala,

    via-me forosamente tendo que cumprir o compromisso ajustado pela disciplina de

    estgio II, componente imprescindvel para a minha formao acadmica)13

    ; pela falta

    de um plano de unidade consistente que correspondesse realidade local e ao real

    concreto dos alunos14

    .

    Uma srie de fatores desde os pessoais, da prpria escola aos da gesto,

    contriburam para que a realizao dessa etapa do meu processo de estgio no se

    enveredasse por um vis proveitoso. Mas, por outro, ter levado logo a princpio um

    choque de realidade, na profisso docente, me preparar para o futuro, de maneira

    que, creio eu, entrarei na profisso sabendo seus nveis e desnveis, o que no deixa de

    me mostrar o lado positivo do processo.

    [] uma vez que considero existir, em qualquer atividade dirigida pelo homem, espao para a transformao. Esta possvel medida em que o

    12 Vale ressaltar que organizei e planejei todos os encontros em uma planilha que chamei de Quadro de acompanhamento das atividades que sero realizadas Estgio Supervisionado II, onde podemos observar que dos 18 encontros organizados e das 27 aulas programadas nesta planilha, conseguimos

    chegar integralmente na escola apenas seis vezes nesta unidade, sendo possvel apenas, a execuo de 8

    das 27 aulas programadas. 13 No relatrio do colega de estgio Wilson Badar ele formula conceitualmente sobre a dialtica causal da fadiga, onde ele pontua que esses fatores da viagem mais atrapalham do que colaboram para um dia de trabalho sem tanto cansao e proveitoso. Segundo (BADAR, 2013, p. 22) basicamente, questo meramente tcnica e de espao. Os conceitos apresentam problematizaes sobre as causas, impactos e

    consequncias de um sistema de transporte problemtico dentro do sistema educacional da localidade

    escolhida para a execuo da atividade de estgio. 14 A concepo de real concreto embutida neste escrito diz respeito manifestao da realidade na prtica

    cotidiana dos sujeitos sociais, ou seja, a realidade como ela se apresenta nas relaes imediatas dos

    sujeitos, para alm do plano das ideias. Fazendo uma analogia com o campo da educao, quando me

    refiro a este termo trago a preocupao, como futuro educador, da necessidade de adequao do currculo realidade dos estudantes do campo, como enfatizado no artigo 28 da LDB.

  • homem, como ser pensante, sujeito e objeto, processo e produto do trabalho, o agente social, material e intelectual capaz de analisar, compreender e

    contribuir para transformar a realidade a partir das contradies geradas pelo

    trabalho que realiza, em conjunto com outros homens (DAMIS,1999, p.15).

    Tambm, posso enumerar a prpria dificuldade de participao dos estudantes

    nas aulas, suas dificuldades de leitura, a pouca propenso s aulas, o barulho e at

    mesmo o nosso prprio tempo de estgio que acaba sendo de curtssima durao e

    atpico. Umas sries de elementos fazem parte da rotina do professor que leciona na

    escola do campo. Mesmo assim, colocando muitas vezes em cheque minha prpria

    atuao enquanto estagirio, digo que na escola Otvio Pereira no h fracasso

    escolar. Como diz Bernard Charlot,

    Existem claro, alunos que no conseguem acompanhar o ensino que lhes dispensado, que no adquirem os saberes que supostamente

    deveriam adquirir, que no constroem certas competncias, que no

    so orientados para habilitao que desejariam, alunos que naufragam

    e reagem com condutas de retrao, desordem e agresso. o conjunto desses fenmenos, observveis, comprovados, que a opinio,

    a mdia, os docentes agrupam sob o nome de fracasso escolar (CHARLOT, 2000, p, 16).

    O conjunto desses fenmenos que observamos, passa muito mais por um

    fracasso administrativo que sobre o fracasso escolar, sem reservas, no que diz

    respeito s praticas pedaggicas desenvolvidas. A administrao da educao do

    municpio deixa a desejar no que se refere a uma participao mais efetiva, como o

    prprio secretrio de educao explanou na jornada pedaggica. Esse fracasso na gesto

    administrativa se verificou de diversas formas, mas principalmente, com a falta de

    organizao da logstica que acometeu e imprimiu escola diversos dias sem aula nesta

    primeira unidade. Isso provavelmente confirmar, no decorrer do ano, aquela primeira

    questo que abordamos no dirio de campo, quando falvamos dos mecanismos de

    aprovao e reprovao por parte da escola, na qual o diretor se via na obrigao de dar

    chances extras na aprovao dos alunos para que a escola, do ponto de vista

    financeiro, no sasse deficitria.

    Fatalmente, o sistema que faz com que o aluno se tome como um fracassado,

    no provendo o bsico possvel, para que os professores possam ao menos ter garantias

    que daro aulas em seu trabalho. Em funo disto, o fim do ano letivo uma verdadeira

    corrida contra o tempo para se chegar aos resultados que o prprio sistema municipal (e

  • no somente ele) forja. Da vem a questo de se aprovar, alardeadamente no fim do ano,

    para adequar a escola aos resultados, deixando evidente o falseamento da e na

    educao. Deste modo, resguardando as devidas propores, o estudo de (CHARLOT

    2000) evidencia a conjuntura atual em que se encontra a educao na escola Otvio

    Pereira, fruto de todo esse processo terico academicista e embates que relatamos.

    4. Consideraes finais

    Essa a realidade que se encontra a escola e a sua cultura escolar pedaggica.

    Nas disciplinas do estgio pude conhecer e viver de fato, como na vida dos alunos faz

    diferena um professor. As discusses metodolgicas que tivemos me possibilitaram dar

    duas aulas, onde em uma das, os alunos se perceberam enquanto sujeitos da Histria. Os

    textos lidos foram de suma importncia, eram verdadeiros orculos. Atravs deles, em

    muitos momentos de socorro, conseguia me embasar teoricamente para no fazer feio

    perante a prpria supervisora do estgio, a professora Flvia, que foi muito importante

    durante o processo.

    Considerando o que foi dito, dessa forma, percebo que o ensino de histria

    importante para a sociedade e objeto de disputa entre diferentes projetos polticos e

    tericos [] (SILVA, 2013)15. (Guardadas as devidas propores, como vimos no

    inicio do texto, muitas vezes ou quase sempre o poltico recai com mais peso que o

    terico.) Outra questo que mexeu muito comigo foi a (des) valorizao do professor.

    Ns, como bem demonstrado pelo poder pblico, no temos o devido direito

    reconhecido e nem apoio para ensinar numa escola de campo. muito mais que a

    questo salarial, que o secretrio de educao apontou como efetivo, na jornada

    pedaggica. A questo de valor humano, de melhor acesso, de um transporte decente

    para chegar ao trabalho, de dignidade. Os professores, durante esse perodo que vivi em

    suas companhias me relatam inmeras mazelas enfrentadas no s na escola Otvio

    Pereira, como em outras escolas da regio.

    Para mim o estgio foi um processo doloroso, pois, colocou-me em uma

    realidade desconhecida em que vislumbrava outras possibilidades. O estgio como

    pontuei, em uma das passagens anteriores, me coloca na berlinda e me deixa

    apreensivo em seguir a carreira de professor do ensino fundamental. Se o objetivo da

    15 SILVA, Marco. Histria: que ensino esse?/Marco Silva (org). Campinas, SP: Papirus, 2013.

  • disciplina seria dar-nos um choque de realidade para optarmos ou no, em seguir a

    profisso, uma grande parte de mim, tem vontade de no seguir em frente tendo em

    vista esse processo doloroso que o professor vive e que relatamos em certa medida.

    Reflito que essa foi uma realidade vivida em um curto perodo de tempo e que

    o que convivi aqui, no a realidade de outras escolas. Reconheo que a educao no

    est fadada ao fracasso (CHARLOT, 2000), muito pelo contrrio, nossos professores

    tm um compromisso e uma responsabilidade muito grande em chegar escola e

    cumprir seu papel de oferecer conhecimento e saber de qualidade para os alunos.

    Enquanto futuro professor, vejo que ter domnio de sala, para de fato reger uma

    turma, muito difcil e muito importante. E pude perceber que minha fraqueza reside

    ainda em, como a prpria professora Flvia Silva expressou certa feita, me estourar

    com facilidade. Ponto negativo que eu ainda no estou preparado para assumir esse

    risco da profisso. Talvez oriente minhas perspectivas para outras possibilidades na

    rea.

    Por outro lado, reconheo que sempre tive a vontade de me tornar professor. E

    por t-la, apreendi com esse estgio, que no fcil a misso. Contudo, foi positivo

    conviver com tantos outros problemas sociais, in loco com a cultura escolar do campo,

    mesmo que em alguns momentos tenha sido ruim. Contudo, deparei-me com

    problemticas, onde de alguma forma j me deixa preparado para o devir, reconhecendo

    que nem tudo so flores. Foi muito proveitoso sorver esses momentos (para mim)

    dificultosos, mas temos bons momentos, quando damos uma aula atraente para os

    alunos, que quando gostam, gostam de fato, e elogiam!

    O processo de estgio me abriu o olhar para o que a universidade em seu

    castelo no me mostrou, que foi a realidade nua e crua do ensino pblico e do campo. E

    isso no foi desprezvel. O estgio foi significativo, me deu a oportunidade de em dois

    momentos distintos estar no lcus da produo do saber de vivenciar o dia-a-dia de uma

    cultura escolar singular de pessoas que nem sabia da existncia.

    No reconheo defeitos nos professores, nem na escola, contudo, o que

    apontamos no relatrio anterior sobre a desorganizao dos trabalhos, isso ficou

    evidente mais ainda pela falta de organizao dos horrios e do currculo da escola,

    nesta primeira unidade. A Secretaria da Educao deve tomar para si e participar mais

  • da vida da escola Otvio Pereira que, ao que parece, est esquecida a 23 quilmetros da

    zona urbana.

    Aprendi que entre a teoria da cincia do conhecimento, (epistemologia) para a

    sua aplicao prtico metodolgica, existe uma lacuna imensa. A aprendizagem obtida

    durante esses anos na academia no me apropriou de ferramentas praticas. A teoria

    riqussima, contudo, dissociada da metodologia, no surte efeito. Percebo que entre as

    prticas tradicionais que so combatidas e desmistificadas no ambiente acadmico pela

    to falada inovao metodolgica (BITTENCOURT, 2003), (GUIMARES, 1993),

    (LIBANEO, 2003), (MONTEIRO, 2007) h um longo, intenso debate e caminhos a se

    percorrer. Devemos achar resposta mais objetivas para os como do que discutir

    demasiadamente os porqus dos processos.

    Foi interessante ter a responsabilidade de planejar aulas, vivi o conflito de

    conciliar sempre a teoria e a prtica, de reler assuntos que h tempos no lia, de remeter

    a memria a meu tempo de ensino fundamental, de me colocar no lugar de meus antigos

    e novos professores e compreender hoje o que eles me diziam quando falavam que

    queriam meu bem. Encontrei-me, de fato, na funo do historiador. Espero que me torne

    um professor compreensivo, caso siga na profisso, e que as condies de ensino

    mudem para melhor, seja no ensino fundamental ou no ensino mdio.

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