ARTIGO-MUSEU A INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA EDUCATIVA

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A INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA EDUCATIVA:

Proposta de um Roteiro de Atividades a partir do Museu De História Natural e

Jardim Botânico/MHNJB da UFMG.

AUTORA: Angélica Cristina Ribeiro – UFMG/ IGC – Geografia Licenciatura

ORIENTADORA: Professora Valéria Amorim do Carmo

RESUMO

Este trabalho discute o uso da Interpretação Ambiental como uma importante

ferramenta para auxiliar as práticas da Educação Ambiental. Abordando ainda a

importância do uso da trilhas interpretativas para sensibilizar alunos durante as práticas

de campo fora da sala de aula. Desta forma, também propomos uma sugestão de roteiro

interpretativo para um dos percursos já existentes no Museu de História Natural e

Jardim Botânico/ MHNJB da UFMG para auxiliar o Programa de Educação Ambiental

que lá vigora.

Palavras Chave: Educação Ambiental, Interpretação Ambiental, Escola, MHNJB-

UFMG.

INTRODUÇÃO

Atualmente observa-se uma acentuada preocupação com a complexa

questão ambiental, o homem vêm degradando o meio ambiente com suas práticas

exploratórias e poluidoras sem perceber que tudo na natureza está interligado. Essas

agressões em busca de “progresso” vêm ameaçando os ecossistemas do planeta, dessa

forma, são necessárias ações efetivas de educação perante a natureza em todos os

espaços vivenciados pela sociedade.

Nessa perspectiva, a Educação Ambiental (EA) emerge como instrumento

significativo na tomada de consciência ambiental, promovendo reflexões sobre as

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relações entre o ser humano e o meio ambiente e passa a ser relacionada, a partir de

1999, ao contexto escolar como um dos temas transversais a ser trabalhado com os

alunos. Para auxiliar a EA, faz-se necessário buscar opções que viabilizem suas práticas

para atrair a atenção do aluno e sensibilizá-lo para a questão. Deste modo, podemos

fazer uso das técnicas da Interpretação Ambiental (IA), que pode ser aplicada por meio

de trilhas temáticas. Essa atividade ocorre, na maioria das vezes, em espaços exteriores

às escolas, como por exemplo, nas práticas de trabalho de campo e por isso pode ser

vista como de fundamental importância para a formação dos educandos, haja vista que a

educação é um processo abrangente e não deve ficar restrita somente ao espaço escolar.

Além disso, cabe ao guia interpretativo mostrar para os alunos que as trilhas não

existem apenas para serem usadas como espaço de lazer e recreação, mas também como

ambiente de aprendizado e construção de valores e para o desenvolvimento de atitudes

efetivas no que diz respeito à valorização ambiental.

Nesse contexto, buscando tornar a visita de alunos de escolas públicas e

particulares a partir do sexto ano do Ensino Fundamental (antiga 5ª série)

sensibilizadora perante o meio ambiente, propõe-se auxiliar o Programa de Educação

Ambiental no Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG – do qual a

pesquisadora faz parte como Educadora - criando um roteiro de atividades

interpretativas.

Tal trabalho surgiu a partir de leituras sobre a interpretação ambiental,

realizadas durante a disciplina de mesmo nome, foi possível levantar questionamentos

sobre a prática de atendimento aos visitantes no Museu, pois apesar de serem tratadas

questões relacionadas ao meio ambiente, durante as visitas, o Museu não conta com

trilhas interpretativas.

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Sendo assim, o objetivo fundamental do trabalho foi a elaboração um roteiro

interpretativo enquanto mais uma alternativa de visitação para o Museu. Espera-se,

através deste meio interpretativo:

• sensibilizar o aluno a fim de gerar atitudes conservacionistas;

• proporcionar ao aluno um encontro agradável e enriquecedor com o

ambiente natural e cultural, aumentando, assim, sua satisfação;

• agregar valor à trilha já existente no museu;

• contribuir para a inserção de técnicas interpretativas no manejo do Museu;

• incentivar os demais educadores a realizarem pesquisas voltadas para a

melhoria do atendimento dos visitantes no Museu; e

• dar suporte para que as escolas utilizem o Museu como área para

realização de campos.

METODOLOGIA

Esta pesquisa foi realizada dentro do Museu de História Natural e Jardim

Botânico da UFMG mediada pela ação da pesquisadora enquanto educadora no local.

Nesse sentido, foi proposta a construção de um Roteiro de Atividades Interpretativas

voltadas para a Educação Ambiental no Museu.

Para a elaboração desse roteiro, inicialmente realizaram-se revisões

bibliográficas, que ocorreram também ao longo de todo o trabalho, relacionadas aos

temas: Educação Ambiental, Interpretação Ambiental e Percepção Ambiental.

Posteriormente, passou-se a pesquisar informações históricas a respeito da área em

questão, o Museu, e o Projeto de Educação Ambiental que lá vigora.

Após inicio dessa revisão contínua, foram percorridas os percursos dentro

da mata, já existentes do Museu, com o objetivo de observar e avaliar possíveis

potencialidades nas quais poderiam ser trabalhados o Tópico e o Tema Interpretativo,

também a ser pensado e desenvolvido. Isso se faz necessário levando em consideração

que a Atividade Interpretativa deve ser provocativa, significativa, organizada,

diferenciada e temática.

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Após o reconhecimento de todos os percursos e escolha de um deles, a

“trilha do jequitibá”, foram definidos três tópicos a serem trabalhados ao longo da

mesma: Evolução das Espécies, as Relações Ecológicas e as Pressões do Meio. A partir

da definição dos tópicos, foi possível definir o tema interpretativo: Os fatores bióticos e

abióticos atuam selecionando os indivíduos, determinando sua perpetuação ou não nos

diferentes ambientes. Posteriormente, foi possível escolher quais exposições seriam

incluídas no roteiro, levando em conta o tema e a organização do mesmo, decidiu-se

pela Paleontologia, Mineralogia e Arqueologia. Logo, foi determinado que a atividade

necessitaria do acompanhamento dos educadores, que já fazem parte do programa

museano, portanto, seria uma roteiro de atividades interpretativas guiado.

Iniciou-se também a definição do público-alvo, optou-se, então, por realizar

a trilha para alunos a partir do sexto ano do Ensino Fundamental. A escolha desse ciclo

se deveu ao fato de que este é um publico que mais visita o museu, segundo

observações feitas pelos educadores e gráficos montados a partir de dados de

agendamento, realizado, ambos, pela equipe do Cenex (Centro de Extensão).

Para a aplicação do roteiro foi necessário revisar os Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCNs), 1que tratam dos temas transversais, dentre os quais o enfoque deste

trabalho foi o Meio Ambiente. Além dos PCNs, também foram revisados os livros

didáticos, deu-se enfoque às disciplinas de História, Geografia e Ciências Biológicas.

Tal análise resultou nos assuntos que foram abordados na proposta de roteiro

interpretativo que será apresentado no capítulo posterior.

Após essas etapas, foi proposto o roteiro no qual se detalhou os princípios

técnicos do Roteiro de Atividades Interpretativas (número de paradas, locais das

paradas, intervenções, acompanhamentos, dentre outros). Essas paradas foram

determinadas para auxiliar os educadores no desenvolvimento da atividade dos temas e

subtemas, porém existe uma flexibilidade que permite ao mesmo agir de acordo com o

desenvolvimento da trilha e a interação com público.

DISCUSSÃO

1 Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) é um texto oficial que possui metas, objetivos e princípios para a Educação Básica. Tem como objetivo auxiliar o docente em suas práticas pedagógicas

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Nos últimos tempos, a humanidade vem despertando para o agravamento da

degradação do meio ambiente devido à interferência humana. Dessa forma, as pessoas

têm percebido a necessidade da preservação para que a espécie humana e as demais

sejam perpetuadas. Até décadas atrás, a questão ambiental era pouco discutida e tomou

força a partir da segunda metade do século passado. É perceptível, em encontros

internacionais sobre a temática ambiental, a unânime recomendação de se investir na

mudança de mentalidade, conscientizando o homem a adotar novos pontos de vista e

novas posturas perante o meio ambiente. Nesse sentido, para conscientizar o homem

buscando a diminuição degradação ambiental, surge a Educação Ambiental como uma

prática social que busca a preservação da natureza.

A educação ambiental no Brasil tornou-se lei em 27 de Abril de 1999. A

Lei N° 9.795 – Lei da Educação Ambiental, em seu Art. 2°, afirma: "A educação

ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo

estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo

educativo, em caráter formal e não-formal.”. De acordo com a Lei 9.795/99:

Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (LEI 9.795, 1999, art. 1º).

Diante desse quadro, as escolas brasileiras, a partir de 1999, passaram a

agregar em seu currículo, como um dos temas transversais, a temática Meio Ambiente,

buscando formar cidadãos capazes de solucionar a problemática socioambiental.

Problemática relacionada à excessiva busca de lucro, que gera incentivos ao consumo,

exige uma mudança de concepção que se sustenta em uma racionalidade alternativa a

conflitos da sociedade moderna. Conflitos esses que podem ser traduzidos pela difícil

relação entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.

A educação ambiental deve ser considerada como um processo permanente,

no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência gradual do seu meio

ambiente. Na prática, esse processo de tomada de consciência assume maior

importância diante do distanciamento existente entre as pessoas, cada vez mais urbanas,

e os ambientes naturais. O cotidiano desvinculado da realidade dos ambientes naturais

pode dificultar que as pessoas percebam as consequências de suas atitudes sobre o

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ambiente, ou sequer avaliem sua importância, pois muitas ignoram até os mais simples

processos da natureza (VASCONCELLOS, 1998).

Desse modo, a educação ambiental implica um desafio aos professores, pois

propõe o fomento do senso crítico nos alunos, para que, a partir de conhecimentos

básicos e de discussões, possam construir um raciocínio mais complexo e reflexivo,

tornando-se cidadãos críticos e opinantes sobre temas polêmicos que podem influenciar

e interferir na sua vida (BRASIL, 2000; JACOB, 2005).

Acreditamos que o ambiente do Museu e as atividades que serão

desenvolvidas nesta pesquisa poderão auxiliar no diálogo entre educando, educadores e

o meio ambiente a respeito da problemática ambiental. É importante introduzir mais

criatividade nas práticas docentes, isto é, introduzir ideias que sejam tangíveis, com

base na vivência, no lúdico e na história de cada um buscando, assim, novas alternativas

e estratégias nas práticas educativas voltadas para a EA.

A percepção permite aos indivíduos tomar consciência do mundo. Por isso,

seu estudo é importante na Educação Ambiental, pois muitos dos aspectos dela estão

relacionados ao ato de aprender e conscientizar-se. OLIVEIRA E VARGAS (2009)

apresentam considerações a respeito da Percepção Ambiental:

A percepção ambiental [...] estabelece os vínculos afetivos do indivíduo com o ambiente vivido através das imagens percebidas e seus significados, as sensações, as impressões e os laços afetivos aí construídos. (OLIVEIRA E VARGAS, 2009, p. 4)

Nesse sentido, o estudo da percepção ambiental é fundamental para que se

possam compreender melhor as inter-relações entre o homem e o ambiente, suas

expectativas, anseios, satisfações e insatisfações, julgamentos e condutas.

KHOLSDORF (1996, p.43) considera “a percepção como parte integrante

de qualquer processo de conhecimento”, assim, a interação ambiente–indivíduo deve ser

analisada e compreendida, pois poderá ser o caminho para identificar o potencial

perceptivo dos espaços. Dessa forma se utilizadas as práticas interpretativas da

paisagem propostas pela Interpretação Ambiental e, com essa ferramenta, forem

propostos estímulos para que os alunos consigam fixar o “olhar” (não só se restringindo

à visão, mas também aos demais sentidos do corpo humano) nos diferentes locais por

onde passarem, poderão perceber o ambiente de forma ampla e, a partir disso, fixar e

compreender as informações apresentadas e por eles interpretadas durante a visita.

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O termo Interpretação da Natureza ou Interpretação Ambiental refere-se a

um conjunto de princípios e técnicas que visam estimular as pessoas para o

entendimento do ambiente por meio da experiência prática direta. Assim, a I.A tem o

propósito de estimular os grupos de atores a um novo campo de percepções, com

objetivo de levá-los a observar, experimentar, questionar, sentir e descobrir os vários

sentidos e significados relacionados ao tema selecionado (VASCONCELLOS, 1998).

Segundo Tilden (1957), citado no Projeto Doces Matas (2002, p. 11), o

objetivo básico da Interpretação Ambiental é revelar os significados, relações ou

fenômenos naturais por intermédio de experiências práticas e meios interpretativos, ao

invés da simples comunicação de dados e fatos. Para San Ham (1992), também citado

no Projeto Doces Matas (2002, p. 14), a interpretação ambiental inclui a tradução da

linguagem técnica de uma ciência natural em idéias que as pessoas em geral, que não

são técnicas, possam facilmente entender. Para isso a interpretação deve caracterizar-se

pela informalidade e encantamento, pela provocação de estímulo, curiosidade e reflexão

e pelo uso de interações, comparações e analogias com experiências reais, abordando

temas relevantes em seus aspectos normalmente despercebidos e, ou aparentemente

insignificantes.

Cabe ao intérprete (Educador) buscar interagir com os alunos para que,

mesmo superficialmente, busque compreender o cotidiano dos mesmos. O educador

deve, ainda, para o melhor desenvolvimento da interpretação, conhecer a área e seu

entorno, saber terminar uma conversa de maneira educada, ser animado, criativo e

gentil, ser seguro de si mesmo, tratar todos com igualdade e manter boas relações

durante toda a visita.

Segundo Tilden (1977), citado no Projeto Doces Matas (2002, pág.17), há

algumas características e critérios a serem seguidos para que sejam elaboradas

atividades interpretativas de qualidade:

• Prazerosa; a interpretação deve ser interessante, amena, cativante, prender

a atenção e audiência e, até mesmo, divertida.

• Significativa; a interpretação deve revelar significados pertinentes ao

relacionar o seu conteúdo com o que já se conhece ou se vivencia.

• Organizada; a interpretação deve ter uma estrutura coerente, para ser

acompanhada com facilidade, exigir poucos esforços do visitante e evitar a dispersão.

As ideias devem seguir um encadeamento lógico; e, para isso, é preciso que exista

princípio, meio e fim.

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• Provocante; os meios e técnicas devem instigar o visitante, fazendo-o

refletir com mais profundidade sobre um fato ou processo ambiental que lhe for

apresentado.

• Diferenciada; adequando a atividade aos diferentes públicos recebidos,

pois um programa para crianças não pode ser o mesmo para adultos, por isso o recorte

da pesquisa para o sexto ano do segundo ciclo do Ensino Fundamental.

• Temática; a interpretação é considerada temática quando possui uma

mensagem a ser comunicada. Quando se tem uma mensagem central em torno da qual a

interpretação acontece, fica mais fácil para o visitante acompanhar a mensagem a ser

passada.

Portanto a Interpretação Ambiental é vista como uma ferramenta importante

para ser aplicada no Museu, pois a IA é uma atividade de curta duração e não um

processo longo e continuo como a Educação Ambiental, que deve ser trabalhada dentro

e fora de sala de aula. Segundo HAM (1992), citado no Projeto Doces Matas (2002,

pág. 23):

A diferença entre as duas reside no fato de que a Educação Ambiental constitui um processo mais longo e contínuo, se comparado com a Interpretação Ambiental. A Educação Ambiental pressupõe um processo continuado, que deve acontecer ao longo de todas as fases da formação do indivíduo; enquanto que a Interpretação Ambiental é projetada para um momento específico e de curta duração, ou seja, enquanto o visitante permanecer no local onde se faz a Interpretação. (HAM, 1992).

Dentro do roteiro de atividades interpretativas proposto nesta pesquisa, há a

trilha interpretativa, pois é vista como importante instrumento pedagógico para a

aplicação da EA e, para isso, deve explorar o raciocínio lógico, incentivar a capacidade

de observação e reflexão, além de apresentar conceitos transdisciplinares e estimular a

prática investigatória (LEMES et al., 2004).

Por meio da sensibilização durante a trilha, busca-se fomentar um grande

elo entre o ser humano e a natureza. Espera-se que esse elo possa contribuir para o

Projeto de Educação Ambiental do MHNJB, visando estimular não só os alunos, mas

também os docentes para que, caso não executem práticas pedagógicas voltadas para a

EA na escola, passem a realizá-las para tornar possível uma real conscientização dos

estudantes.

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O MHNJB/ UFMG e o Projeto de Educação Ambiental

O Museu de História Natural e Jardim Botânico da Universidade Federal de

Minas Gerais situa-se na região leste de Belo Horizonte, Rua Gustavo da Silveira, 1035,

Santa Inês. Ocupa um espaço de 600.000m2 de área verde dentro do município. Nesse

espaço, encontram-se exemplares da flora brasileira ameaçadas, ou não, de extinção,

exóticas e da fauna silvestre.

Além das áreas verdes e do Jardim Botânico, o MHNJB possui exposições

de ciências como a Paleontologia, Arqueologia, Mineralogia, Morcegos – Verdades e

Mitos, Espaço Ciências Divertidas, Oficina de Pigmentos, e o Jardim Sensorial, no

segundo semestre de 2011, conta ainda com a exposição temporária de Serpentes. O

Museu possui ainda espaços como o Viveiro de Mudas, dedicado à venda de mudas e

cultivo de sementes, o Data Plant, referência nos estudos de plantas medicinais e

aromáticas e o Centro de Referência Cartográfica, que abriga um conjunto de mapas do

Brasil Colônia, Império e República.

Em 1953, foi criado o Instituto Agronômico com o objetivo de produzir

mudas e sementes de boa qualidade e baixo preço. Chegou a seu ápice no início da

década de 1960, mas, no final dessa mesma década, parte da área do Instituto

Agronômico foi doada a UFMG, que a transformou em Museu. Já em 1973, outro

Convênio de Comodato, firmado entre a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e a

UFMG, anexou ao Museu mais 150.000 m2 de mata nativa, contígua à área do Museu

de História Natural, para a criação de um Jardim Botânico. A área total do Museu,

incluindo a do Jardim Botânico, foi doada à UFMG em 1979.

Foi no ano de 1984 que a atividade educativa do museu recebeu o nome de

Programa de Educação Ambiental, mas somente em 1992 foi registrado como atividade

de extensão e passou a contar com estudantes universitários de cursos como Ciências

Biológicas, Geografia, História, Filosofia, Letras, ente outros para promover esse

trabalho.

O Projeto de Educação Ambiental no MHNJB é desenvolvido pelo Centro

de Extensão (Cenex) através da Pró-Reitoria de Extensão e possui uma equipe de 24

educadores advindos de diferentes cursos de graduação da UFMG. Esses educadores

atendem aos variados tipos de público que interagem com a instituição (escolas,

colônias de férias, grupos religiosos, escoteiros e empresas). Tal programa propõe um

trabalho em educação ambiental que busca aproximar os conhecimentos produzidos

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pela universidade à sociedade por meio de uma prática pedagógica que propõe o

desenvolvimento da interdisciplinaridade. Para isso, os visitantes, mediados por

estudantes universitários, entram em contato com o acervo da instituição (fósseis,

minerais, vestígios arqueológicos, árvores exóticas ou não, morcegos de várias

espécies). Essa equipe multidisciplinar tem a oportunidade de trocar experiências com

os diferentes grupos de visitantes e assim fazer um intercâmbio de conhecimentos a

partir da experiência acadêmica e das atividades com a comunidade que visita o Museu.

Cada monitor é responsável por um grupo de até 25 alunos durante a

semana e sua missão é guiá-los em uma pequena caminhada por uma das trilhas da

mata, na qual o grupo recebe informações sobre a flora e fauna do Museu. Em seguida,

o grupo tem a chance de conhecer três das cinco exposições permanentes (Arqueologia,

Mineralogia, Paleontologia, Morcegos e Espaço Ciências, de acordo com a escolha e

interesse do professor que realizou o agendamento.

RESULTADO

O roteiro de atividades educativas e interpretativas desenvolvido neste

trabalho tem como principal objetivo sensibilizar os alunos a partir do sexto ano do

Ensino Fundamental sobre a importância da conservação da natureza. O roteiro também

tenciona promover uma reflexão da necessidade de adotar, cotidianamente, atitudes

positivas em relação ao meio ambiente, bem como o exercício de uma postura

consciente e a criação de laços topofílicos 2com o MHNJB.

Formato da trilha: linear.

Extensão: aproximadamente 1 KM.

Tempo médio de duração: em torno de 3 horas.

Grau de dificuldade: fácil.

Público alvo: alunos a partir do 6º Ano do segundo ciclo do Ensino

Fundamental.

2 Neste contexto cabe o conceito de Topofilia como sendo o elo afetivo entre a pessoa e o lugar ou ambiente físico (TUAN, 1980. p. 106). A palavra ‘topofilia’ é um neologismo, útil quando pode ser definida em sentido amplo, incluindo todos os laços afetivos dos seres humanos com o meio ambiente material. Estes diferem profundamente em intensidade, sutileza e modo de expressão (p. 107).

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Modalidade: será desenvolvida por educadores que participam de um

projeto de extensão universitária desenvolvido no Museu de História Natural e Jardim

Botânico/ MHNJB da UFMG.

O desenvolvimento do Tema Interpretativo e da Atividade será

executado da seguinte maneira: a atividade será dividida em paradas, nas quais o

educador poderá trabalhar e desenvolver os tópicos Evolução das Espécies, as Relações

Ecológicas e as Pressões do meio, e o tema interpretativo Os fatores bióticos e

abióticos atuam selecionando os indivíduos, determinando sua perpetuação ou não nos

diferentes ambientes, de maneira dinâmica e divertida. Assim sendo, em cada parada o

educador deverá incentivar os alunos a contemplar a paisagem, através dos sentidos,

além de incentivá-los a realizar reflexões e indagações a respeito do que está sendo

abordado e percebido durante a visita. Ao final, o educador deve tentar resgatar o que

foi abordado durante o percurso, através de uma dinâmica. Serão abordados conceitos

como: Fatores ecológicos, Evolução Adaptativa, Sucessão Ecológica, Polinização e

Extinção. Lembrado que se trata de uma proposta flexível, cabe ao Educador estar

atento à motivação do grupo para desenvolver ou não conceitos durante as paradas, a

fim de evitar que os alunos percam o interesse pela atividade. Recomenda-se que à

medida que forem ocorrendo as paradas, o educador fale menos para dar maior espaço

para os alunos contemplarem, questionarem e realizar comparações com o que já foi

visto. O educador deve questioná-los a todo o momento e não apenas informá-los. Deve

ser apenas um mediador que visa ajudá-los a perceber e interpretar a paisagem por si

mesmos, sanando duvidas e auxiliando para que os educandos construam o

conhecimento necessário para valorização do meio visando o conservacionismo

ambiental.

1ª Parada – Receptivo (Centro de Visitantes):

Na primeira parada, o educador deverá, de forma informal e descontraída,

fazer sua apresentação, pedir que cada aluno se apresente e fale das suas expectativas

em relação à visita. Após esse momento, o educador deve apresentar um breve histórico

sobre o Museu. Também poderá falar um pouco sobre a trilha, dando informações sobre

a extensão do percurso, o tempo de caminhada e algumas recomendações como evitar

jogar lixo no chão, alimentar os animais e, além disso, recomendações de segurança

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(andar somente na trilha, não correr, andar sempre junto com os educadores, dentre

outras).

O educador deverá falar a respeito do tema que abordará durante a

caminhada, - O Os fatores bióticos e abióticos atuam selecionando os indivíduos,

determinando sua perpetuação ou não nos diferentes ambientes - procurando esclarecer

possíveis dúvidas e instigar os alunos a percorrerem a trilha relatando previamente o

que visualizarão.

2ª Parada: Jequitibá (Cariniana legalis)

Subtema Interpretativo: as árvores competem pelos recursos do

meio para sobreviver.

Nesse subtema, o educador deverá abordar a competição entre as plantas.

Poderá abordar também a fitofisionomia das árvores da mata atlântica, como o

Jequitibá, que prioriza o crescimento vertical em busca da luz solar para realização da

fotossíntese.

3º Parada – Cupinzeiro

Subtema Interpretativo: As alterações no meio natural causam a

migração dos cupins para áreas que possam permitir a perpetuação de sua espécie.

Ao trabalhar esse subtema, o educador poderá abordar a dispersão do cupim

das áreas naturais para as áreas urbanas em busca de melhores condições adaptativas,

além disso pode-se abordar o fato de os cupins serem agentes ecológicos atuando no

equilíbrio da cadeia alimentar, além de serem também agentes decompositores.

4ª Parada – População de espadas-de-são-jorge (Sansevieria

trifasciata)

Subtema: A espada-de-são-jorge encontra fatores bióticos e abióticos

favoráveis para o aumento de sua população.

Nesse subtema, o Educador poderá trabalhar a respeito da sucessão

ecológica e também realizar comparações entre essa espécie de planta e o jequitibá.

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Subtema Interpretativo: A polinização é um importante

processo evolutivo de alguns vegetais, pois através desse processo pode ocorrer a

fecundação e geração do fruto.

Nesse subtema, o educador poderá tratar da polinização, um importante

processo evolutivo das plantas do grupo das gimnospermas que pode contribuir para a

ocorrência da variabilidade genética.

5ª Parada - Sapucaia (Lecythis pisonis Cambess)

Subtema Interpretativo: Sapucaia possui sementes comestíveis

que atraem animais que auxiliam na sua dispersão, trata-se de uma importante

adaptação evolutiva.

O educador pode abordar a evolução adaptativa que, a partir de mutações

casuais, formou estruturas na árvore que a permitiu ter sementes comestíveis que atrai

animais, auxiliando na dispersão das sementes.

Subtema Interpretativo: Os musgos e líquens são organismos

pioneiros na colonização de áreas hostis auxiliando as relações ecológicas.

Aqui poderemos falar de seres vivos de extrema importância. Passamos a

dialogar sobre liquens (simbiose de algas mais fungos) e musgos (briófitas)

responsáveis por iniciar o povoamento de áreas com pressões elevadas no meio,

auxiliando na adaptação de espécies mais exigentes.

6ª Parada: Cansanção (Cnidoscolus vitifolius)

Subtema Interpretativo: Há árvores que através de mutações casuais

geram sistema de defesa para se protegerem contra predadores.

O educador poderá abordar a respeito de evolução adaptativa que gerou o

sistema de defesa da planta, os acúleos em seu tronco e suas folhas urticantes.

7ª Parada: Angico

Subtema Interpretativo: O angico possui espinhos em seu tronco e

não acúleos, característica evolutiva que o protege de predadores.

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Nesse ponto, pode ser abordada novamente a adaptação evolutiva que

desenvolveu no angico os espinhos. Espinhos não podem ser arrancados e os acúleos

sim, pois não estão soldados à planta.

8º Parada – Lago da Paineira

Subtema Interpretativo: O meio seleciona as espécies

positivamente ou negativamente, tudo depende se o indivíduo tem características

adaptativas favoráveis para se perpetuar.

Essa é uma das paradas em que os alunos gostam de contemplar a paisagem.

É importante deixar que eles observem bastante o lugar e tirem fotos. Quanto à

continuidade do tema, podemos abordar os fatores ecológicos condicionando as

espécies, pois os cágados, répteis que habitam o lago, vivem na água, mas necessitam de

enterrar seus ovos fora da água. Da mesma forma os peixes necessitam viver na água e

as aves que vão até o lago procuram encontrar alimento.

9ª Parada – Mineralogia

Subtema Interpretativo: As transformações no meio, como o

isolamento geográfico, podem gerar fatores limitantes para as espécies, além de

novos nichos ecológicos e ecossistemas.

Nessa exposição, é possível abordar com os alunos o que é mineralogia,

rocha, caverna, intemperismo e relacionar esses conhecimentos às pressões e

transformações do meio, fatores limitantes que levam à seleção ou dispersão de

espécies. Parte das explicações deve se feita antes de passar pela caverna artificial na

entrada da exposição, para evitar que se dispersem ao passar pela gruta.

10ª Parada – Exposição de Paleontologia

Subtema Interpretativo: As mudanças naturais ao longo das eras

geológicas selecionam as espécies.

Nessa exposição, o educador poderá abordar o significado e o porquê de se

estudar a Paleontologia, também poderá falar da fossilização, evolução das espécies,

mutação, divergência e convergência adaptativa e fatores limitantes, deriva continental,

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tectonismo, dentre outros. Depois o educador pode deixá-los livres para andar na

exposição e fazer questionamentos a respeito daquilo que ouviram e já viram em sala de

aula.

11ª Parada – Cantina: Lanche

Subtema Interpretativo: Tempo para contemplação da paisagem e

interação entre os alunos, importante para descanso e reflexões sobre as

discussões.

Essa talvez seja a parada mais esperada pelos alunos, o momento do lanche,

pois eles trazem alimento de casa e podem socializar com os demais colegas. Antes de

deixá-los por em média 20 minutos, o educador deve orientá-los a não dar comida aos

animais que podem aparecer, a não irritá-los, não deixar alimento nem embalagens no

chão e jogar o lixo nas lixeiras da coleta seletiva prestando atenção nas cores. O

educador deve deixar que eles interajam com o espaço, bem como apreciar melhor a

paisagem levando em conta o que foi tratado na trilha até esse ponto.

12ª Parada – Arqueologia

Subtema Interpretativo: O uso de ferramentas pelo homem o ajudou

a driblar as pressões do meio.

Nessa exposição, pode-se abordar o homem e sua capacidade de adaptação e

modificação do meio através do uso de ferramentas e desenvolvimento de métodos.

13º Parada – Espaço Arte Ambiental

Após a última exposição, o educador deve retomar rapidamente tudo que foi

visto e, assim, poderá avaliar a visita. Propomos a realização de uma dinâmica,

sugerimos a seguinte: Pedir que os alunos façam grupos de até cinco alunos cada grupo.

Posteriormente permitir que cada grupo retire da caixa um papelzinho. Dentro da caixa

deve haver várias palavras diferentes e que estão relacionadas com o tema: Os fatores

bióticos e abióticos atuam selecionando os indivíduos, determinando sua perpetuação

ou não nos diferentes ambientes, e para isso utilizaremos palavras como: homem,

natureza, floresta, fauna, flora, consciência, extinção, dispersão, polinização, solo,

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paleontologia, mineralogia, preservação, conservação, evolução, mutação, barreira

geográfica, dentre outras. Solicitaremos que o grupo discuta entre os membros a

respeito da palavra sorteada, relacionando-a a visita, para posteriormente discutir com

os demais grupos. O educador deve conduzir à dinâmica intervindo e questionando

quando for necessário, para sanar duvidas e possíveis maus entendidos. Após isso,

podemos retornar ao ponto de partida, o Centro de Visitantes.

CONCLUSÃO

A motivação para o desenvolvimento desta pesquisa nasceu com

questionamentos de múltiplos sentidos em relação ao Projeto de Educação Ambiental

no MHNJB-UFMG, do qual a pesquisadora faz parte como bolsista-educadora. O

motivo de não haver trilhas interpretativas no museu para auxiliar as práticas da E.A era

constantemente pensado. Assim, esta pesquisa tenciona auxiliar a prática educativa no

Museu, para que o Educador possa conseguir sensibilizar e fomentar uma percepção

topofílica nos jovens estudantes do segundo ciclo do Ensino Fundamental através de um

roteiro de atividades estruturadas dentro do que é proposto pela I.A. Assim, os

educandos podem buscar uma visão crítica e valorizadora em relação ao meio ambiente,

além de desenvolverem uma consciência de sua atuação no espaço geográfico, no qual

tudo está interligado e, portanto, toda ação que comete gera uma reação.

Nesse sentido, a primeira ação no processo de pesquisa foi elaborar uma

revisão bibliográfica a fim de entender melhor os conceitos e temas que guiavam o

estudo proposto. Isto é, esclarecer e relacionar temáticas e conceitos como: Educação

Ambiental, Escola, Interpretação Ambiental e Percepção Ambiental. Dessa forma,

percebe-se a importância de incentivar a Educação Ambiental nas escolas públicas e

particulares e, a partir das práticas da E.A, desenvolver campos extra-classe que

contenham roteiros voltados para a Interpretação Ambiental. Além disso, a partir desta

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pesquisa e da inserção da pesquisadora no Museu, foi possível conhecer mais a respeito

do histórico da área museana e investigar a fundo o trabalho de E.A. que é realizado ali.

Quanto à elaboração do roteiro de atividades interpretativas (mata e

exposições) propôs-se uma atividade dividida em paradas, nas quais o educador trabalha

e desenvolve o tópico (Evolução das Espécies, as Relações Ecológicas e as Pressões do

Meio) e o tema interpretativo (Os fatores bióticos e abióticos atuam selecionando os

indivíduos, determinando sua perpetuação ou não nos diferentes ambientes) de modo

dinâmico e divertido. Portanto, em cada parada o educador deve incitar os alunos a

reflexões e indagações a respeito do que está sendo abordado e percebido durante a

visita, que tem como objetivo ser prazerosa, significativa, organizada, provocante,

diferenciada e temática. Ao final, o educador deve tentar resgatar tudo o que foi

discutido e percebido durante o percurso através da dinâmica.

Após a proposição do tópico e tema e após escolha do sexto ano do Ensino

Fundamental a ser trabalhado, uma nova revisão bibliográfica, voltada para a análise de

conceitos a serem abordados na trilha, foi feita.

Devido aos limites impostos pelo tempo de desenvolvimento desta pesquisa,

não foi possível aplicar a trilha a turmas visitantes do museu, embora indiretamente tal

proposta venha sendo aplicada durante a prática cotidiana da pesquisadora, o que

resultou nesta proposta. Todavia, ela pode auxiliar nas práticas em curso no museu,

oferecendo mais uma opção de roteiro a ser trabalhado com a comunidade escolar do 6º

Ano.

Assim, esta pesquisa corrobora com o projeto de Educação Ambiental do

MHNJB-UFMG, a fim de efetivar as práticas educativas, realizadas pelos bolsistas-

educadores, voltadas para o conhecimento e a conscientização da importância da

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conservação e preservação do meio ambiente a partir da sensibilização e valorização do

espaço museano pelos alunos visitantes.

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