Artigo MetricasNegociosSociais ICE

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1 | MÉTRICAS EM NEGÓCIOS DE IMPACTO SOCIAL Métricas em negócios de impacto social FUNDAMENTOS ICE - Instituto de Cidadania Empresarial MOVE - Avaliação e Estratégia

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Startups, Negócios sociais, empreendedorismo

Transcript of Artigo MetricasNegociosSociais ICE

  • 1 | Mtricas eM negcios de iMpacto social

    Mtricas em negcios de impacto socialfundamentos

    ICE - Instituto de Cidadania EmpresarialMOVE - Avaliao e Estratgia

  • 2 | Mtricas eM negcios de iMpacto social

    Quem

    fez

    MissoApoiar clientes a tomar as melhores decises e desenhar as estratgias mais relevantes para aumentar o impacto social de seus investimentos.

    VisoOrganizaes pblicas e privadas fazem investimentos sociais inteligentes, melhor compreendem e demonstram o impacto de suas aes e produzem resultados sociais relevantes para a sociedade brasileira.

    MOVERua Cardoso de Almeida, 2101

    CEP 01251 001 | So Paulo - SPFone +55 (11) 3868-4093

    [email protected] www.facebook.com/movesocial

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    ICE - Instituto de Cidadania Empresarial Rua Padre Manuel de Chaves, 78 Jd. Europa

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    [email protected]

    MissoArticular lderes transformadores para o desenvolvimento social.

    CausaReduo da pobreza compreendida como um problema multidimensional .

  • 3 | Mtricas eM negcios de iMpacto social

    sum

    rio

    Introduo

    Impacto como categoria dos negcios sociais

    Avaliao do impacto social: definies

    Mtricas no ciclo de vida de um negcio social

    Perspectivas sobre as mtricas de negcios de impacto social presentes na literatura

    Teorias de mudana e modelos lgicos

    Desenhos metodolgicos para a avaliao

    Das ferramentas do campo

    Recomendaes para o fortalecimento da avaliao de impacto de negcios sociais

    Referncias

    04

    05

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  • 4 | Mtricas eM negcios de iMpacto social

    Mtricas em negcios de impacto social: fundAMEntos

    por:daniel Brando; Clia Cruz; anna Livia arida

    Palavras-chave:negcios sociais, avaliao, impacto, desenhos metodolgicos, tese de mudana, RCt, IRIs, GIIRs, sRoI.

    Resumo

    O artigo aborda as referncias de avaliao presentes no emergente campo dos negcios sociais com nfase na avaliao de impacto, na descrio dos principais desenhos metodolgicos que podem ser utilizados e na explorao das ferramentas centrais existentes. Ao final, descreve-se um conjunto objetivo de recomendaes para fortalecer a avaliao entre os negcios sociais.

    Introduo

    Num mundo onde as inovaes sociais tem desafios para serem financiadas, os negcios sociais empreendimentos que combinam retorno financeiro com gerao de impacto social por meio de produtos e servios que melhoram a qualidade de vida de comunidades de baixa renda vm atraindo ateno. Investidores privados, fundaes familiares, family funds e mesmo organizaes do terceiro setor encontraram no campo dos negcios sociais uma alternativa para o financiamento de solues dos problemas pblicos.

    Este texto surgiu do debate entre diferentes atores que compem o emergente ecossistema de finanas sociais e negcios sociais no Brasil. Reunidos para refletir sobre formas e abordagens de avaliao do impacto de seus investimentos, o Grupo de Estudos sobre Mtricas de Impacto Social (GEMNS) foi articulado pelo Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), em parceria com a MOVE, e estabeleceu reunies rotineiras entre 2012 e 2013 durante as quais se debruou sobre artigos, experincias empricas e troca de vivncias com avaliadores internacionais. A reflexo gerada pelo grupo provocou anlises e questes pelos quais percorrem as ideias deste artigo.

    Andr Degenszajn (GIFE)

    Andr Melman (Consultor Independente)

    Anna Livia Arida (MOVE)

    Beto Scretas (ICE)

    Carolina Alves de Jongh (Instituto Votorantim)

    Clia Cruz (ICE)

    Daniel Brando (MOVE)

    Felipe Brito (ICE)

    Felipe Soares (Instituto Camargo Corra)

    Fernanda Bombardi (ICE)

    Gilberto Ribeiro (VOX Capital)

    Graziella Comini (CEATS)

    Lilian Okada (Instituto Alana)

    Luciana Aguiar (Plano CDE)

    Marcus Regueira (First)

    Marina Villas Boas (SITAWI)

    Maure Pessanha (Artemisia)

    Paulo Belloti (Pragma /Mov Investimentos)

    Rafael Gioielli (Instituto Votorantim)

    Rebeca Rocha (ANDE)

    Renato Kiyama (Artemisia)

    Rogrio Arns (Instituto Camargo Corra)

    Rogrio Renato Silva (MOVE)

    Tania Limeira (FGV)

    Thas Magalhes (Kalo Taxidi)

    Vivianne Naigeborin (Potencia Ventures)

    GRuPo de estudos em mtRICas de neGCIos soCIaIs (Gemns)

  • 5 | Mtricas eM negcios de iMpacto social

    IMpACto CoMo CAtEgorIA dos nEgCIos soCIAIs

    A razo central para elaborar mecanismos que permitam conhecer os retornos sociais de um negcio social est associada prpria identidade desse campo. A diferena entre os negcios tradicionais e os negcios sociais justamente a associao entre retorno financeiro e impacto social positivo.

    Dois grandes conceitos levam definio de negcios sociais, marcados por uma distino da distribuio dos dividendos. Primeiro: de acordo com a proposta de Muhamed Yunnus, prmio Nobel da Paz e fundador do Grammen Bank, iniciativa pioneira de investimentos dessa natureza, os negcios sociais devem gerar impacto para populaes de baixa renda, e excedentes financeiros (dividendos) reinvestidos na organizao, sem possibilidade

    de distribuio de lucros para os scios. Segundo: outro segmento dos fundos de investimento de impacto defende que os dividendos podem ser remetidos para os responsveis pela iniciativa. Entende-se que articular apenas uma definio para negcios sociais no se torna uma barreira para o desenvolvimento desse campo. Entretanto, importante construir mecanismos capazes de informar o impacto social gerado.

    Conhecer a capacidade de um negcio gerar impacto social aspecto determinante para a constituio de sua identidade. Para alm das tradicionais categorias de anlise de um portflio de um fundo, que se centram no retorno e no risco, os negcios sociais incorporam uma terceira dimenso que exige ateno e apresentao de resultados: impacto (Figura 1).

    RetoRno

    ImPaCto RIsCo

    figura 1 - Categorias de anlise de portflio de negCios soCiais.Nesse sentido, avaliar o impacto do negcio social deixa de ser uma opo para os investidores e empreendedores, impondo-se como imperativo para sustentar as propostas que afirmam ser capazes de gerar lucros e transformao social. Entretanto, para avanar nesse debate, importante construir uma clara definio sobre o significado de impacto, termo amplamente utilizado, que pode expressar diferentes concepes de acordo com cada contexto em que foi empregado.

    Fonte: J.P.MORgAn, 2012

  • 6 | Mtricas eM negcios de iMpacto social

    AvAlIAo do IMpACto soCIAl: dEfInIEs

    Avaliao do impacto social associa-se ocorrncia de mudanas em uma comunidade, populao ou territrio a partir da insero de uma varivel conhecida no sistema (um projeto, programa ou negcio social) em uma relao causal observada entre a mudana e a varivel. O conceito de impacto social guarda diferentes definies que se apoiam em atributos metodolgicos, temporais ou de territrio (Figura 2).

    iMpa

    Cto

    atributos

    Mudanas

    Causa e efeito

    teMpo

    territrio

    Mtodo

    naturezas

    A seguir, so apresentadas algumas definies1 de avaliao de impacto social para ilustrar as distines.

    Avaliaes de impacto procuram responder a questes de causa e efeito. Em outras palavras, buscam mudanas nos resultados (outcomes) que so diretamente atribudas ao programa (GERTLER ET AL., 2010, World Bank Training Series).

    Avaliaes de impacto comparam os outcomes de um programa contra um contrafactual que mostra o que teria acontecido com os beneficirios se o programa no tivesse existido. Distinto de outras formas de avaliao, o estudo de impacto permite atribuir as mudanas ao programa em avaliao por seguir desenhos experimentais e quasi-experimentais (WORLD BANK DIME INITIATIVE Development Impact Evaluation).

    A definio do Development Impact Evaluation (DIME) apresenta uma percepo hegemnica entre rgos de natureza econmica e a avaliao de impacto por uma perspectiva metodolgica, implicando a exigncia de utilizar estudos com grupos controles aleatrios, conhecidos pela sigla em ingls RCTs (Randomized Control Trials). Dessa forma, somente com a utilizao desses grupos controles possvel estabelecer uma relao causal probabilstica e generalizada entre uma interveno e uma mudana na realidade.

    1 - Traduo realizada pelos autores deste artigo.

    Por essa abordagem, atribui-se ao padro ouro (Gold Standard) de uma avaliao. O assunto controverso e motivo de debates metodolgicos e epistemolgicos em que chegar a um consenso raro. Aprofundar essa questo no cabe nestas pginas. Mais adiante sero exploradas algumas questes relacionadas definio e ao uso de RCTs em avaliaes. Outras definies de avaliao de impacto, mencionadas a seguir, permitem novas exploraes do conceito.

    Anlises que medem a mudana lquida (net change) nos outcomes de um grupo particular de pessoas que podem ser atribudas a um programa especfico usando as melhores metodologias disponveis, viveis e apropriadas para responder pergunta avaliativa investigada e ao contexto especfico (International Initiative for Impact Evaluation 3ie, 2008).

    Avaliao que considera todas as intervenes realizadas dentro de uma determinada rea geogrfica (WORLD BANK Independent Evaluation Group IEG).

    A ltima passagem traz uma nova definio de impacto: a rea de abrangncia da interveno, a ser entendida como territrio de alcance do projeto, programa ou negcio. Alm de incluir aqui o territrio no glossrio do impacto, o tempo outra varivel que se filia s composies do termo. Nessa perspectiva, o impacto pode ser concebido como um conjunto de resultados que se manifesta em determinado perodo de tempo aps a interveno ser encerrada, o que sugere que as avaliaes de impacto devem ser realizadas em mdio prazo ex-post na expectativa de capturar evidncias presentes de maneira estvel no sistema.

    Este estudo no ir advogar uma definio especfica. O essencial estimular a compreenso de que concepes distintas convivem e se apresentam de diferentes maneiras em diversas audincias.

    figura 2 - atributos e naturezas da aValiao de iMpaCto soCial.

  • 7 | Mtricas eM negcios de iMpacto social

    MtrICAs no CIClo dE vIdA dE uM nEgCIo soCIAl

    A insero de mtricas para avaliar as transformaes sociais geradas por um negcio convida a observar em que momentos a avaliao pode ser realizada no ciclo do investimento. Um estudo de Harji, K. (2013) define as fases do negcio na perspectiva do investidor e associa

    as diferentes etapas deste processo aos dispositivos avaliativos que podem ser utilizados. O Quadro 1 apresenta essas fases sob o prisma da avaliao, descrevendo-as e apresentando perguntas-guia que devem orientar cada momento.

    Quadro 1 - MtriCas no CiClo do negCio na perspeCtiVa do inVestidor.

    Definio de Valores do Investidor

    Due Diligence Tese de Mudana Plano de Avaliao de Impacto

    Monitoramento de Resultados

    Parciais

    Avaliao Final Avaliao Ex-post

    objetiVo

    Identificar metas de impacto e

    parmetros para o investimento.

    Definir resultados a serem alcanados.

    Selecionar investimentos que articulem retorno risco

    e impacto alinhados ao

    portflio.

    Com o investimento

    definido, desenhar sua tese de mudana com clara explicitao

    de outputs e outcomes.

    Desenho de estratgias a serem

    utilizadas para conhecer o impacto

    do negcio.

    Acompanhar e comunicar

    resultados

    Avaliar o negcio ao final do ciclo de investimento e comunicar os

    resultados

    Acompanhar o impacto aps o

    encerramento do investimento.

    perguntas

    Que valores devem orientar meu

    portflio?

    Que resultados pretendemos

    alcanar com este portflio?

    Que negcios melhor

    respondem ao desenho do meu

    portflio?

    Que resultados o negcio vai gerar?

    Como vai gerar estes

    resultados?

    Que premissas existem?

    Quais desenhos metodolgicos sero utilizados para conhecer o

    impacto?

    Que informaes sero coletadas?

    Quando?

    O que est acontecendo?

    Que resultados esto sendo produzidos?

    Quais os resultados sociais

    gerados?

    O negcio de fato capaz

    de gerar transformao

    social?

    Qual a perenidade dos

    resultados?

    O que se sustenta depois de terminado o investimento?

    Fonte: Adaptado do quadro When Investors Use Social Metrics. In: Final Report: Social Impact Measurement Use Among Canadian Impact Investors. BEST, H. & HARJI, K., 2013.

    Em boa medida, esse Quadro pode ser adaptado para empreendedores, ainda que com ajustes nas perguntas orientadoras, mudando-se portflio por negcio. Considera-se que, exceo da preocupao com a due diliigence, todos os outros movimentos podem compor o ciclo de avaliao com os quais os empreendedores devem se preocupar. Entretanto, ainda que os ciclos sejam semelhantes, no cenrio brasileiro, a questo central parece ser outra. A pergunta fundamental : Quem o responsvel pela avaliao: o investidor, o empreendedor ou os dois?.

    A responsabilidade pela avaliao exige investimento tanto de tempo para modelar as opes mais adequadas, quanto de recursos financeiros. Ainda que os recursos alocados para a avaliao tenham consequncias sobre a rentabilidade do investimento no curto prazo, somente por meio desse processo o negcio social ser capaz de sustentar-se como iniciativa comprovadamente capaz de gerar resultados sociais.

    Para empreendedores que lutam para viabilizar os produtos e servios de sua startups, a exigncia da avaliao delicada por trazer

    complexidade para um cenrio j desafiador. O quanto cabe a um empreendedor investir financeiramente em uma avaliao aspecto que ainda exige debate. Acredita-se que essa no sua responsabilidade primria. Se for comparado, por exemplo, a dinmica dos negcios sociais com o universo dos investimentos a fundos perdidos em que as organizaes da sociedade civil (OSCs) realizam intervenes para transformao social, observa-se que os recursos para avaliaes de impacto so majoritariamente aportados por investidores (fundaes, institutos, cooperao internacional), sendo mais ocasionais e tmidos financiamentos realizados pelas OSCs para avaliao das aes empreendidas.

    fundamental que os investidores assumam essa responsabilidade e, ao elaborar seus portflios, devem se preocupar com os estudos de impacto a serem realizados, compondo os recursos necessrios para viabilizar economicamente essa empreitada.

  • 8 | Mtricas eM negcios de iMpacto social

    pErspECtIvAs sobrE As MtrICAs dE nEgCIos dE IMpACto soCIAl prEsEntEs nA lItErAturA

    A literatura recente sobre mtricas de negcios sociais tem sido profcua e j apresenta textos marcantes produzidos por atores importantes do campo, tal qual a Rockfeller Foundation (2008) e o J. P. Morgan (2012). A reviso das produes desses grupos permite observar a defesa de trs perspectivas que devem guiar os estudos de impacto de negcios sociais.

    A primeira perspectiva aponta que os negcios sociais devem construir ex-ante sua tese de mudana social (Theory of Change) para explicitar claramente quais so as mudanas pretendidas e como elas iro ocorrer. Por meio dessas teses, um negcio social (ou programa social) apresenta suas hipteses de transformao social e permite a empreendedores, aceleradores e investidores uma viso concreta e objetiva da lgica e da viabilidade de gerar impacto.

    A segunda perspectiva est associada definio de impacto como mtodo, tal qual j discutido anteriormente. Afirma-se que, para conhecer o impacto de um negcio social imperativo o uso de RCTs. A premissa dura ao enquadrar uma abordagem nica como capaz de responder a essa questo e, com isso, ignora aspectos relacionados viabilidade do uso dessas tcnicas, bem como no explora as qualidades que outros desenhos metodolgicos podem agregar a uma avaliao. Essa posio inflexvel corre o risco de se tornar fundamentalista e perder a sensibilidade para outros argumentos em situaes que impeam sua aplicao, como elevado custo, implicao tica de excluir grupos da interveno para que sirvam de controle, entre outros.

    Um interessante estudo de White, H. e Bamberg, M. (2007) apresenta um exame das restries prticas que a aplicao de RCTs encontra no mundo real e estima que, no campo da cooperao internacional para o desenvolvimento, apenas 5% dos investimentos preenchem os requisitos necessrios para a adequada conduo de grupos controles aleatrios. Cientes de que a aplicao dessa metodologia encontra problemas para

    ser generalizada a todo e qualquer negcio, anuncia-se a terceira premissa. Galimi e Olsen (2008) observam que:

    uma nova relao est emergindo entre pesquisadores e investidores, na qual os pesquisadores provam por meio de estudos experimentais quais aes causam impacto, e os investidores focam em iniciativas que realizam essas aes em larga escala2.

    Essa concepo deixa claro que os negcios no precisam, necessariamente, realizar seus prprios estudos com emprego de RCTs, mas sim buscar na literatura e em pesquisas as teses que comprovam o impacto de seu negcio. Essa perspectiva adequada e convida a universidade e outros centros de pesquisas a realizar estudos que tero aplicaes relevantes para esse setor. A viabilidade dessa proposta, no entanto, tem como desafios: (a) a atual inexistncia de pesquisas para lastrar propostas sobre as solues inovadoras elaboradas pelos negcios; (b) o dinmico ambiente dos negcios de impacto social que buscam, a cada instante, solues inovadoras para problemas crnicos da sociedade, desafiando o tempo de resposta de pesquisas que necessitam de tempo considervel para apresentar concluses precisas; (c) a articulao poltica e tcnica entre a indstria emergente dos negcios sociais e as universidades ou centros de pesquisa independentes.

    Apesar de o cenrio desenhado por Galimi e Olsen (2008) ter aroma de idealizao e se apresentar pouco conectado com o ritmo e a realidade do mercado de negcios de impacto social, a possibilidade de estimular pesquisas sobre aes de transformao social que possam orientar negcios de impacto uma proposta a ser analisada com cuidado. Com maior produo cientfica nesse campo, possvel ampliar as possibilidades de que os negcios sociais sejam eficientes e gerem verdadeiros benefcios ampla populao.

    2 - Traduo livre dos autores deste artigo.

  • 9 | Mtricas eM negcios de iMpacto social

    tEorIAs dE MudAnA E ModElos lgICos

    A teoria de mudana uma abordagem metodolgica presente principalmente no campo da avaliao e do planejamento de investimentos da cooperao internacional e ganha espao entre os negcios sociais. Essa teoria busca articular o contexto no qual a iniciativa se insere, os resultados de longo prazo ou impacto, o processo que ir gerar as mudanas, as premissas que devem ser cumpridas ao longo do ciclo do projeto ou negcio tendo, por fim, uma sntese figurativa que represente a tese.

    planos resultados esperados

    inputs outputs outCoMesatiVidades iMpaCto> > > >

    Recursos necessrios para operar o programa

    ou negcio

    Atividades realizadas Produtos Alcance imediato das

    atividades

    ResultadosMudanas geradas no pblico-alvo Mudana na vida de indivduos e

    famlias

    Impacto EstruturalMudanas geradas no

    sistema social

    Fonte: Adaptado de Catalog of Approachs to Impact Measurement, THE ROCKEFEllER FOUnDATIOn, 2008.

    As teses de mudana dialogam com a cadeia de valores de umprograma ou negcio social, sendo esse um conceito tributriodos modelos lgicos ou das teorias de mudana lineares. Essacadeia est presente em textos de negcios sociais (GALIMI EOLSEN, 2008; HARJI, K., 2013) e merece ateno.

    A seguir, a Figura 3 traz a imagem clssica dessa cadeia que seestrutura a partir da premissa que, se determinados recursos

    estiverem disponveis, ento um conjunto de atividadespode ser realizada. Se as atividades forem adequadamenteconduzidas, ento sero gerados produtos (outputs).

    Esses produtos podem gerar benefcios para o pblico-alvo,consolidando-se como resultados alcanados para um conjuntode organizaes e comunidades.

    figura 3 - Cadeia de Valores de iMpaCto ou teoria linear de Mudana.

  • 10 | Mtricas eM negcios de iMpacto social

    As teses de mudana social avanaram para modelos bem mais complexos e no lineares, em que as mesmas categorias presentes na Figura 3 se imbricam mutuamente em mltiplas dimenses. Diagramas mais ricos so desenhados idealmente em processos participativos que demandam tempo para construo.

    Uma organizao que tem estimulado e facilitado processos de produo de teses de mudana a ActKnowledge (www.actknowledge.org), baseada em Nova York (EUA) e um exemplo de composio dessas teorias exposto na Figura 4,ilustrada a seguir.

    figura 4 - exeMplo esQueMtiCo de teoria de Mudana eM estrutura CoMplexa.

    PROJECT SUPERWOMAN: A THEORY OF CHANGE

    Long-TermEmployment at a

    Livable Wagefor Domestic

    ViolenceSurvivors

    Survivors Have

    MarketableSkills in

    NontraditionalAreas

    Women AttendTraining in

    NontraditionalSkills

    Women Enroll in program

    Women Hearabout the Program

    SurvivorsKnow Hot toGet Help and

    Deal with Theirissues

    WomenHave New

    SupportSystem

    Women AttainRegular

    Child Care

    Women AreReady to

    Commit andAttend

    Program

    WomenAttend Training

    aboutExpectations

    in the Workplace

    WomenServe

    Internships

    Survivors Experince and Enact

    AppropriateWorkplaceBahavior

    A

    B

    C

    D

    G

    E

    F

    14

    12

    13

    2

    4

    6

    7

    8

    5

    3

    1

    1110

    Social service agency, trainingprogram, and nonprofit shelter

    provider for survivors of domestic violence collaborate to develop an employment program geared to

    the particular issues for survivors of domestic abuse

    InterventionDominio Effect(no intervention needed)Assumptions (see facing page)Related Interventions(see facing page)

    A

    1

    9

    Survivors Attain Coping

    Skills

    Instrumento de grande potncia, inegavelmente, a tese de mudana social, quando elaborada no incio do empreendimento, deve ser associada a outras estratgias de avaliao do negcio social. A tese em si no garante o impacto, ela elabora racionalmente uma lgica, explicita hipteses que podem se tornar realidade caso as condies idealizadas sejam cumpridas. pertinente observar que as anlises sobre teorias de mudana encontram, frequentemente, a necessidade de esclarecer as distines entre essa abordagem e o marco lgico, ferramenta amplamente conhecida e muito utilizada na gesto de investimentos de projetos de fundo no reembolsvel. Vogel (2012) oferece dois argumentos para essa diferenciao. O primeiro tem natureza poltica e diz respeito ao enfraquecimento da proposta original do marco lgico, desenvolvido na dcada de 1960 para orientar anlises participativas sobre o contexto e a lgica da interveno social.

    A ferramenta foi adotada por diversos fundos e agncias de cooperao, mas gradativamente reduzida a um quadro para guiar a gesto por resultados dos investimentos. Dessa forma, seu potencial analtico foi enfraquecido. Ao mesmo tempo, as construes referenciadas nesse marco deixaram de realizar ponderaes consistentes sobre a relao de resultados de curto prazo, ou produtos, e alcances de longo prazo. A teoria de mudana vem ocupar essas lacunas deixadas pelo marco lgico e se estabelece como um dispositivo preocupado em entender os aspectos das intervenes sociais num contexto de complexidade e relaes de mltiplas causalidades.

    SurvivorsAttend

    Peer-to-PeerCounseling

    Employers AreEducated as to

    How to UseInterns

    Fonte: gRAIg. E, 20103

    3 - Usable Knowledge. Disponvel em: . Acesso em 4 out. 2013.

  • 11 | Mtricas eM negcios de iMpacto social

    dEsEnhos MEtodolgICos pArA A AvAlIAo

    Os desenhos experimentais e quasi-experimentais so caracterizados pelo uso de grupos tratamento, aqueles que participam da interveno, e contrafactuais, grupos de comparao que no participam da interveno e guardam as mesmas caractersticas daqueles que participam e, no contexto do estudo, atuam contra o fato. A distino entre desenhos experimentais e quasi-experimentais est no fato de que os primeiros exigem a designao aleatria das unidades (sorteio), tanto do grupo

    tratamento quanto do grupo controle. Nos desenhos quasi-experimentais, essa aleatorizao no realizada. Com relao a modelos no experimentais, o dispositivo do contrafactual no est presente.Uma compilao dos desenhos metodolgicos de base quantitativa mais utilizados em avaliaes de impacto apresentada por Bamberg, M. Rugh, J. e Mabry, L. (2012). O Quadro 2 traz uma adaptao da proposta dos sete desenhos mais utilizados, segundo os autores.

    Quadro 2 - desenhos QuantitatiVos Mais utilizados eM aValiao.

    Desenho Antes do projeto Durante o projeto Final do projeto Aps o final do projeto

    1T1C1

    T2C2

    T3C3

    T4C4

    2T1C1

    T2C2

    3T1C1

    T2C2

    4T2C

    5 T2

    6T1C

    7 T1

    Por meio da metodologia de pesquisa em cincia sociais, desenvolveu-se, ao longo dos anos, um enorme repertrio de desenhos metodolgicos que podem ser utilizados em avaliaes de impacto, os quais podem ser categorizados em trs famlias: Desenhos experimentais (nos quais se enquadram os RCTs) Desenhos quasi-experimentais Desenhos no experimentais

    T = Grupo tratamentoC = Grupo controle

    interessante observar que o rigor dos desenhos decrescente, sendo o primeiro o mais robusto e o ltimo o menos. Ao mesmo tempo, no campo do investimento social privado brasileiro, a avaliao de resultados dos programas e projetos financiados por empresas em geral demandada ao final do processo, sendo o desenho nmero 7 o mais utilizado no pas. Trata-se de uma opo que depende das condies da avaliao (tempo e recursos disponveis, por exemplo) e no necessariamente de uma escolha do avaliador.

    Uma ponderao determinante para a anlise do mtodo de avaliao a ser adotada foi apresentada por Davidson, J. (2012) ao estabelecer a relao entre a preciso metodolgica, a viabilidade do processo e

    a pertinncia do foco do estudo. A autora mostra preocupao com a imagem que o mtodo tende a assumir, podendo-se tornar um fim em si mesmo e no mais um meio para alcanar respostas a uma pergunta relevante de investigao.

    Segundo Davidson (2012)4, essencial responder imperfeitamente a uma questo importante do que responder perfeitamente a uma pergunta pouco relevante. Com isso se estabelece o debate sobre a relao entre o grau de preciso das dados com a viabilidade do processo e a relevncia das informaes produzidas.

    4 - Seminrio Seminrio A Relevncia da Avaliao para o Investimento Social Privado, 2012.

    Fonte: BAMBERg, M. RUgH, J. E MABRy, l., 2012.

  • 12 | Mtricas eM negcios de iMpacto social

    dAs fErrAMEntAs do CAMpo

    iris (iMpact reporting and investMent standards)

    A construo de ferramentas para orientar a avaliao de impacto de negcios sociais configura-se por duas questes chave: a necessidade de ter um instrumento objetivo que auxilie o trabalho de investidores, aceleradores e empreendedores no acompanhamento da performance dos negcios associada ao interesse em ter parmetros comuns que permitem comparar o desempenho das iniciativas. A comparabilidade um aspecto crucial a esse campo por permitir observar o desempenho de negcios entre si, de carteiras de investimentos (portflio), de setores ou de territrios geogrficos. Equacionar a comparao no , entretanto, uma tarefa simples.

    O campo das mtricas de impacto de negcios sociais j produziu um expressivo conjunto de ferramentas. A compilao realizada por Galimi e Olsen, (2008) traz 20 diferentes instrumentos utilizados para a medio do impacto de negcios. Diante dessa diversidade de ofertas, as referncias predominantes entre investidores de impacto e empreendedores so restritas, com amplo

    destaque para a taxonomia IRIS e as ferramentas GIIRS e SROI, ressaltando-se o estmulo para a adoo de teses de mudana. A conduo de estudos de caso de natureza qualitativa tambm considerada como mecanismo que permite entender a complexidade e as particularidades dos resultados de negcios sociais, mas essa estratgia no ser aqui descrita. A seguir, as ferramentas IRIS, GIIRS e SROI sero apresentadas de maneira resumida, com exceo da teoria de mudana que j foi abordada anteriormente.

    O IRIS nasceu da necessidade de criao de um conjunto de mtricas comuns a serem compreendidas de forma alinhada e com potencial de adoo por diversos negcios. Est em desenvolvimento desde 2008, sendo atualmente liderado pelo Global Impact Investing Network (GIIN), uma organizao sem fins lucrativos dedicada a aumentar a escala e efetividade dos investimentos de impacto.

    Como catlogo de mtricas, o IRIS opera tal qual uma taxonomia, com categorias especficas nas quais indicadores so apresentados e descritos. Constitui-se de cinco grupos de indicadores: descrio da organizao, descrio do produto, performance financeira, impacto operacional e impacto do produto, os quais so tambm relacionados aos setores. Os indicadores presentes referem-se a cross-sector e podem ser aplicados a qualquer rea, bem como os especficos ligados a educao, agricultura, energia, servios financeiros, sade, habitao, estrutura e gua.

    A verso 2.2 dessa taxonomia, disponvel para download no site da organizao, contabilizava 446 indicadores em agosto de 2103 e segue crescendo por meio do feedback realizado a partir a experincia concreta de sua aplicao por fundos e empreendedores espalhados pelo globo. Os indicadores relacionados pelo IRIS so quantificveis e podem ser classificados como referentes a produtos (outputs) das intervenes, como, por exemplo, o nmero de alunos de escolas ou o de mulheres envolvidas no negcio. Com isso, esse glossrio avana no alinhamento de conceitos e indicadores comuns e cria

    condies para comparar negcios entre si. No entanto, ainda guarda limitao para orientar indicadores relacionados a resultados de mdio prazo (outcomes) e ao impacto social dos negcios.

    Cabe ressaltar que o IRIS no se configura como ferramenta, mas sim como referencial comum a ser adotado por distintos negcios. A resposta instrumental diretamente ligada a esse catlogo o GIIRS.

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    giirs (global iMpact investing rating systeM)

    O GIIRS uma ferramenta que operacionaliza o uso da taxonomia IRIS em uma plataforma on-line e pode ser utilizada por empreendedores ou fundos de investimentos. A plataforma vem amadurecendo ano a ano a partir dos retornos dados pelos usurios e comea a tornar-se uma pea til especialmente para a gesto dos negcios sociais por fundos de investimento de impacto. O GIIRS opera com base em um conjunto de premissas, como observado por Ribeiro, G. (2012), que remete mesma perspectiva com a qual o mercado financeiro vem regulando standards de performance de investimento. As premissas so: Longitudinalidade: capacidade de acompanhar o desempenho ao longo do tempo. Comparabilidade: permitir comparao. Verificao independente por terceiro. Publicao das memrias de clculo, metodologias e definies utilizadas. Publicao de reports e atualizao de dados com frequncia definida.

    Organizao sem fins lucrativos, o GIIRS cobra uma taxa pelo uso de sua plataforma, com valor definido conforme a dimenso do negcio social. Por meio dessa ferramenta, possvel observar o desempenho do negcio e realizar o benchmarking com outros investimentos, razo pela qual vem ganhando hegemonia entre os negcios sociais. Como est relacionada taxonomia IRIS, a fora do GIIRS est em informar os avanos na performance operacional e consolidar os produtos (outputs) referentes mudana social. Entretanto, sua capacidade de anunciar resultados (outcomes) e impacto restrita.

    sroi (social return on investMent)

    O SROI um mecanismo que possibilita mensurar o impacto social de um negcio, processo que lana mo do uso de proxys para a converso de resultados das atividades em dados financeiros.Orienta-se pelos seguintes princpios5:

    a. Envolvimento dos stakeholders. Entender a mudana produzida pela organizao a partir de dilogos com stakeholders.

    b. Entender as mudanas. Conhecer e articular os valores, objetivos e stakeholders da organizao para a definio do que deve ser considerado no SROI.

    c. Valorar o que importa. Uso de proxies financeiras para os indicadores gerarem valores nos mesmos termos que os usados pelo mercado.

    d. Incluir apenas o que material. Ter clara concepo e articulao sobre como as atividades geram mudanas e avaliar essa dinmica por meio das evidncias recolhidas.

    5 - Traduo livre dos autores deste artigo. Fonte: The SROI Network. Dis-ponvel em: . Acesso em 3 out. 2013.

    e. No sobrepor. Fazer comparaes de performance e impacto usando standards externos apropriados.

    f. Ser transparente. Demonstrar as bases que tornam as informaes produzidas precisas e honestas. Tal demonstrao deve ser reportada e discutida com stakeholders.

    g. Verificar os resultados. Garantir a verificao independente.

    O processo de aplicao do SROI compreende, de maneira geral, quatro etapas: (a) definio do escopo de anlise; (b) identificao de indicadores; (c) atribuio de valor; (d) gerao dos valores. Entretanto, ao contrrio do GIIRS, o SROI exige um bom grau de investimento da organizao em profissionais da rea financeira de alta competncia para realizar clculos precisos.

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    rECoMEndAEs pArA o fortAlECIMEnto dA AvAlIAo dE IMpACto dE nEgCIos soCIAIs

    O fortalecimento do emergente campo dos negcios sociais dependente de sua capacidade de demonstrar os impactos que gera e, com isso, afirmar sua identidade e seu diferencial em relao a outros tipos de negcios tradicionais.

    Os esforos para desenvolver dispositivos adequados para avaliaes desses negcios no Brasil esto em estgio inicial e, para que ganhem potncia, recomenda-se ateno e esforo aos seguintes aspectos:

    A. ACOMPANHAR OS MOVIMENTOS INTERNACIONAIS E AS ABORDAGENS DE AVALIAO DE IMPACTO 1A. Com o intuito de colaborar com o desenvolvimento de um amplo dicionrio de definies claras e padronizadas de mtricas de impacto social e/ou ambiental e financeiro, os atores do ecossistema de negcios sociais podem criar uma ponte com os representantes do IRIS e alimentar sua plataforma com informaes adaptadas a realidade brasileira.2A. De forma semelhante, estimula-se que seja acompanhado o desenvolvimento da plataforma GIIRS e as potenciais implicaes para os negcios sociais brasileiros.

    B. CONSTRUO DE TESES DE MUDANA SOCIAL

    Lderes de fundos de investimento de impacto que atuam com negcios sociais devem elaborar claramente suas teses de mudana e estimular empreendedores a realizar esforos similares. As teses podem orientar, ainda que teoricamente, a lgica do negcio e as mudanas a serem realizadas. Nesse contexto, elas representam hipteses que, em um primeiro momento, vo sustentar o negcio como social.

    C. GERAO DE ESPAOS DE APRENDIzAGEM COLABORATIVA

    Mesmo reconhecendo que os negcios esto em ambiente de competio, a possibilidade de produzir aprendizagens colaborativas por meio do intercmbio de teses de mudana, pesquisas setoriais, grupos de estudos sobre mtricas e similares uma estratgia com grande capacidade de agregar conhecimento e experincia para a ao concreta de investidores, aceleradores e empreendedores.

    D. APRENDIzAGEM A PARTIR DA TECNOLOGIA DE AVALIAO DO INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO BRASILEIRO

    Ao longo dos ltimos anos, o investimento social brasileiro vem construindo um consistente repertrio sobre avaliao de impacto. Essa tecnologia produzida em ambientes empresariais, marcados por culturas coorporativas, o que tende a se aproximar do contexto nos quais muitos negcios sociais esto inseridos. Entende-se que os negcios sociais perpassam por abordagens, metodologias, indicadores e outras questes de avaliao que poderiam se beneficiar de intercmbio com experincias de investidores sociais privados.

    E. UTILIzAO DA PRODUO ACADMICA PARA SUSTENTAR AS TESES DE MUDANAS

    quase impossvel que estudos rigorosos sejam realizados por investidores ou empreendedores de negcios sociais. As teses de mudana dos negcios ganham fora se forem lastradas em produes cientficas que demonstrem as possibilidades de mudanas a partir de determinadas variveis. Uma articulao cuidadosa entre as hipteses dos negcios sociais sobre seu impacto e a produo acadmica que respalde tais teses pode definir os negcios que so capazes efetivamente de gerar mudanas efetivas em prol do desenvolvimento da sociedade.

    F. CONDUO DAS AVALIAES

    Negcios sociais devem conduzir avaliaes para estudar o real impacto que geram e, com isso, fortalecer sua identidade social, bem como gerar informaes teis para orientar ajustes em sua estratgia e seu posicionamento. Somente com a comprovao das mudanas sociais efetivas, o campo dos negcios sociais ser capaz de sustentar sua diferenciao em relao a outros investimentos e alimentar sua reputao.

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