Arte na idade média

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ARTE NA IDADE MÉDIA

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ARTE NA IDADE MÉDIA

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ARTE BIZANTINA

Raízes – Arte Cristã Primitiva

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ARTE BIZANTINA• Os gregos foram os primeiros a se preocupar em

definir o que é a arte e a discorrer sobre as emoções que a revelam. Essas emoções estão, geralmente, ligadas a um conceito de beleza, inter-relacionado com o meio social, com a cultura, com o ambiente no qual a obra de arte foi produzida. Por outro lado, a obra de arte conecta-se com o meio social, a maturidade e a cultura do espectador que absorve essa emoção de forma sutil e pessoal.

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ARTE BIZANTINA• Vamos “aprendendo”, durante a vida, a

reconhecer a emoção emanada de sons, cores, movimentos, expressões, palavras. Observamos que, em muitas sociedades antigas, como no Egito, essas emoções tinham origem na religião. É possível imaginar a emoção de um egípcio diante do palácio ou do túmulo do representante de Deus na terra, materializado na figura do faraó.

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ARTE BIZANTINA• Um quadro como “A Anunciação”, de Fra

Angélico, com uma virgem Maria recolhida e amável, pode provocar uma grande explosão de beleza em um devoto cristão. No entanto, para um agnóstico, a beleza do quadro pode estar no conteúdo histórico que a peça incorpora ou na composição formal e conceitual elaborada em um determinado estilo artístico.

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A Anunciação”, de Fra Angélico, 1438 e 1445, afresco.

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ARTE BIZANTINA• A arte medieval é, portanto, um mergulho na

emoção religiosa em busca da expressão de uma estética religiosa, divina, que nos revela os valores, a beleza de um tempo em um espaço. Para facilitar o estudo e a compreensão mais esquemática dos acontecimentos desse período, os historiadores consideram que a Idade Média teve início com a desintegração do Império Romano do Ocidente, no século V (476 d. C), e teria terminado com a queda de Constantinopla no século XV (1453 d. C).

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ARTE BIZANTINA• A religião do Império Romano era politeísta,

eles adoravam uma grande quantidade de deuses, a maioria deles importados da religião grega e rebatizados com nomes latinos. A doutrina do cristianismo se opôs, imediatamente, ao tradicional culto romano aos deuses e aos imperadores, encontrando grande repercussão entre os pobres e escravos.

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ARTE BIZANTINAInicialmente, a doutrina cristã foi combatida com violência e brutalidade, e muitos pesquisadores afirmam que diversos cristãos perderam a vida em sangrentos espetáculos nas arenas romanas. Devido às constantes perseguições romanas, os primeiros cristãos enterravam seus mortos em profundas galerias denominadas catacumbas.

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ARTEPALEOCRISTÃFeita por cristãos perseguidos pelo Império Romano. Imagens: CATACUMBAS.

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Devido às constantes perseguições romanas, os primeiros cristãos enterravam seus mortos em profundas galerias denominadas catacumbas. Os mártires eram, porém, sepultados em locais maiores, que receberam, em seu teto e em suas paredes, as primeiras pinturas dos anônimos artistas cristãos . Pinturas de parede e teto da catacumba deSS. Pedro e Marcelino – Roma.

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ARTE BIZANTINAA arte paleocristã tinha por características:Temas: religiosos.Pintura:- Aspecto sombrio. - Representações cristãs e Jesus Cristo.- Configuração rústica e simples.- Sem técnica de desenho (simples e pobres).- Pouca variação cromática: preto, vermelho, roxo e marrom;

raramente o azul.- Composições planas e lineares sem qualquer noção de

perspectiva.

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ARTE BIZANTINAA pintura cristã, especialmente na primeira época (paleocristã), limitava-se à representação de símbolos utilizados, como numa espécie de código secreto, pelos primeiros cristãos.• A cruz – símbolo do sacrifício de Cristo.• A palmeira – símbolo do martírio.• A âncora – símbolo da salvação.• O peixe – símbolo que representava Jesus.

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ARTE BIZANTINA• Com o tempo, a pintura cristã começou a incorporar

cenas do Antigo e Novo Testamentos, tendo, porém, como tema preferido, a representação de Jesus Cristo como Bom Pastor. Jesus era representado como um jovem, sem barba e com cabelos curtos, vestido em trajes simples declara influência romana. A mãe do Cristo era representada em maneira diferente da atual, sua aparência lembrava a de uma matrona romana vestida de maneira simples. O véu e a auréola (elementos simbólicos que remetem à castidade e à santidade) seriam introduzidos mais tarde.

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ARTE BIZANTINAÀ medida que o império se deteriorava, e os novos cultos exigiam, o Imperador Constantino converteu-se, liberando o culto cristão em todos os domínios romanos por meio do Édito de Milão. O cristianismo passou a ser a religião oficial do Império Bizantino.

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ARTE BIZANTINA• Em 330, o imperador Constantino I (c.272-337)

mudou o centro do Império Romano de Roma para Constantinopla (antiga Bizâncio, hoje Istambul, Turquia). A mudança teria graves consequências para o mundo das artes e da arquitetura. Constantinopla servia de entreposto para várias rotas comerciais que ligavam a Europa ao Oriente, tornando-se então um poderoso centro cultural e artístico romano.

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ARTE BIZANTINA• A arte Bizantina se desenvolveu ao longo de

mais de mil anos e se caracterizou por misturar o classicismo grego e a arte romana com a tendência oriental à alegoria, e por um predomínio cada vez maior dos ritos cristãos. A estética da arte bizantina evoluiu constantemente durante esse período começando com a primeira era de ouro do início da arte bizantina, que durou da fundação da nova capital até o século VIII.

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ARTE BIZANTINA• Com que objetivo a arte bizantina, assim como

a egípcia, seguia determinadas convenções?• Egito – frontalidade / relação arte e religião.• Expressar a autoridade absoluta do Imperador

como representante de Deus e dotado de poderes espirituais.

• E quais foram as linguagens e convenções? – pintura, escultura e mosaicos.

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ARTE BIZANTINA

A produção artística de Bizâncio, profundamente ligada ao cristianismo, tinha como um importante objetivo: expressar a autoridade do imperador considerado pelo povo um ser sagrado, um representante de Deus na terra, com poderes temporais e espirituais.

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Corte do Imperador Justiniano – 548, Basílica de San Vitale, Ravena.

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O imperador aparece no centro do mosaico, com uma aureola representando seu poder teocrático e uma vasilha de ouro em suas mãos usada para distribuir os pães da comunhão, enquanto ele celebra a missa ao lado de membros do clérigo e de seu exército. Unindo Igreja, Estado e o povo, o mosaico serviu como uma poderosa peça de propaganda para o imperador, que tentava conquistar o coração e a mente daqueles que estavam sob seu domínio.

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ARTE BIZANTINAHavia uma controvérsia que dividia as Igrejas do Ocidente e Oriente a respeito do uso de pinturas e entalhes na vida religiosa. O que levou à arte bizantina a um período de iconoclastia, tornando ilegal o uso de qualquer imagem de Cristo e da Virgem e de santos em forma humana, justificando assim a destruição dessas imagens.

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ARTE BIZANTINAApós um longo período, em 843, as imagens humanas foram liberadas e retornaram às igrejas reforçando ainda mais o seu caráter majestoso, cujo o objetivo era exprimir poder e riqueza, dando lugar à uma arte mais abstrata e decorativa, na qual as cores vibrantes e o simbolismo ressonante eram usados para criar uma atmosfera mística.

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OS ÍCONES BIZANTINOS

Ícone, em grego, significa imagem. Os ícones eram quadros que representavam figuras sagradas como o Cristo, a Virgem, os apóstolos, mártires e santos. Encontrados em igrejas e oratórios familiares, mantendo-se muito tempo como expressão artística religiosa. As principais técnicas empregadas: a têmpera e a encáustica.

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OS ÍCONES BIZANTINOS

As características formais dos ícones retomavam a rigidez egípcia e a construção simétrica central. A utilização da frontalidade permitia uma “leitura” mais fácil e abrangente dos corpos e dos rostos pintados, proporcionando uma identificação do espectador com a imagem e uma compreensão mais clara da mensagem implícita na obra proposta.

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Ícone de São Nicolau. São Miguel, Museu Cristão e Bizantino, Atenas.

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OS ÍCONES BIZANTINOS

Os ícones foram importantes meios de comunicação e de afirmação dos poderes temporal e secular da época; revelaram também a sensibilidade criativa de um momento que estabeleceu rígidas regras, não somente para a vida comunitária, mas, também, para a representação de um processo imaginário necessário na busca de uma identidade espiritual coletiva.

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OS ÍCONES BIZANTINOS

• Técnica da têmpera: Essa técnica consiste em misturar os pigmentos a uma goma orgânica para facilitar a fixação das cores à superfície do suporte. A substância mais comumente usada é a gema do ovo, que torna as cores mais brilhantes e luminosas.

• Técnica da encáustica: Já os antigos gregos utilizavam essa técnica para cobrir suas esculturas em mármore. O processo consiste em diluir os pigmentos em cera derretida e aquecida no momento de sua aplicação. Essa técnica torna a pintura semifosca.

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Madonna e criança, c.1300, ouro e têmpera sobre madeira.

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Cristo Pantocrator do Sinai, feito em encáustica sobre madeira - podemos observar que o semblante é um retrato concreto, mas na fisionomia prevalece um senso de contemplação e paz. O olhar é pensativo e vívido, a pose é natural. No fundo, nota-se uma construção de arquitetura helênica.

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OS ÍCONES BIZANTINOS

• Rigidez egípcia• Construção simétrica central• Pintados sobre pequenos painéis de madeira.• Os seres humanos eram representados de maneira própria, de acordo

com os valores da época.• FRONTALISMO / POSIÇÃO ¾ (leva o observador a uma atitude de

respeito e veneração).• HIERATISMO e a TÉCNICA DA PERSPECTIVA INVERTIDA (critérios

associados à importância religiosa) – desproporção entre as figuras.• ISOCEFALIA - Seguindo esta convenção, todos os caracteres devem ter a

sua cabeça na mesma altura, localizada na mesma linha.• ISODATILIA – dedos das mãos iguais. - mãos expressam sofrimento e

perdão.

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A virgem e o menino em majestade rodeados de seis anjos.

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OS MOSAICOS

Uma das mais importantes formas de expressão, o mosaico, surgiu durante os séculos V e VI em Bizâncio e na cidade italiana de Ravena. Os mosaicos eram produzidos para impulsionar a propagação da nova religião oficial, o cristianismo. O tema, portanto, era, essencialmente, religioso, mostrando Cristo como mestre e senhor (Cristo Majestade).

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OS MOSAICOS

• A técnica da arte musiva consiste na colocação de tesselas, que são pequenos fragmentos de pedras, como mármore e granito moldados com tagliolo e martellina, pedras semipreciosas, pastilhas de vidro, seixos e outros materiais, sobre qualquer superfície. Nos dias de hoje, o mosaico ressurgiu, despertando grande interesse, sendo cada vez mais utilizado, artisticamente, na decoração de ambientes interiores e exteriores.

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Obs: O mosaico é a expressão máxima da arte bizantina e, não se destinando somente a decorar as paredes e abóbadas, serve também de fonte de instrução e guia espiritual aos fiéis, mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas, e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino não se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem também os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é utilizado em abundância, pela sua associação a um dos maiores bens materiais: ouro.

OS MOSAICOS

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OS MOSAICOS

• Uma nova linguagem figurativa, elaborada a partir das linhas e da ausência de profundidade de espaço, surgiu em Bizâncio. As figuras eram, rigidamente, frontais (pois a postura rígida da figura leva o espectador a uma atitude de respeito e veneração) e simétricas, enquanto os traços do rosto eram o resultado de uma codificação abstrata que se repetia em cada figura retratada.

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Mosaico da Rainha Teodora - Teodora e suas aias avançam em procissão em direção ao Cristo.

Carrega um cálice encrustado de joias e está coberta de adereços majestosos. Dois dignitários a

procedem na igreja, na frente da qual está uma requintada fonte. Os

rostos nobres de grandes olhos e cores magníficas são a essência da

arte gloriosa de Bizâncio.

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OS MOSAICOS

A utilização do claro-escuro foi, aos poucos, desaparecendo, e as imagens perderam seu volume. Para reproduzir os detalhes anatômicos ou os pregueados das vestes, eram utilizadas linhas e outros sinais gráficos cada vez mais simplificados. Foram simplificados, também, os fundos arquitetônicos, o espaço do céu foi substituído por uma superfície dourada, que se tornou o esplendoroso símbolo da luz divina.

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OS MOSAICOS

Símbolos, como a auréola (herança oriental), foram utilizados na representação do imperador, ressaltando sua conotação sagrada. A representação do Cristo tornou-se a representação de um rei (Cristo Majestade), adotando as características das personalidades imperiais da época estabelecendo, dessa maneira, uma relação entre o poder temporal e o poder secular.

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Basílica de San Vitale, Ravena, Itália.

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Não se sabe quem foi o arquiteto responsável pela basílica. Ela combina elementos romanos e bizantinos. Tem desenho octogonal e mosaicos espetaculares no seu interior, que representam sacrifícios do Velho Testamento e retratos de quatro evangelistas. Seu valor é enorme por ser o único grande templo bizantino que permanece intacto até os dias de hoje.

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Acima, mosaico com Cristo, São Vital recebendo uma coroa de mártir, dois anjos e o bispo Eclesius que começou a construir a igreja. Nas laterais. mosaico com Justiniano I (à esquerda) e com a Imperatriz Teodora (à direita).

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Teto com vários detalhes em formas geométricas que lembram a cruz torta da suástica, que já foi usada até por Hitler, mas em sânscrito significa felicidade, prazer e boa sorte.

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Cúpula do mausoléu revestida com mosaicos que simulam um céu estrelado.

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Outros detalhes dos mosaicos em formas de flores estilizadas com círculos concêntricos.

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Mosaico "O Bom Pastor" sobre a porta de entrada.