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CADERNO DE APOIO
2011
ENSINO SECUNDÁRIO
Escola Secundária da Lousã
Julho 2011
CADERNO DE APOIO
ÁREA C CONHECIMENTOS
Caderno de Apoio - CONHECIMENTOS Secundário
ÍNDICE A - Objectivos de Sucesso para o Aluno
B - Caderno de Apoio ao Professor
10º Ano
1.1 Aptidão Física e Saúde. Factores associados a um estilo de vida saudável
1.1.1 Desenvolvimento das Capacidades Motoras
1.1.2 Composição corporal
1.1.3 Alimentação
1.1.4 Hidratação
1.1.5 Repouso
1.1.6 Qualidade do Meio Ambiente
1.1.7 Higiene
1.2 Princípios do treino das capacidades Motoras
1.2.1 Princípio de Reversibilidade
1.2.2 Princípio da Continuidade
1.2.3 Princípio da Progressão
1.3 Intensidade e Duração do esforço
1.3.1 Intensidade
1.3.2 Duração
2.1 A Ética e os interesses sociais, económicos, políticos e outros nas
actividades físicas desportivas: A especialização precoce.
2.1.1 Especialização Precoce
11º Ano
1.4 Factores de risco associados à prática de actividades físicas
1.4.1 Doenças e Lesões
1.4.2 Lesões e acidentes mais frequentes na actividade desportiva:
1.4.4 Substâncias Dopantes
1.4.5 Condições materiais e de treino e segurança na actividade física 2.2 A Ética e os interesses sociais, económicos, políticos e outros nas
actividades físicas desportivas: A Dopagem.
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Caderno de Apoio - CONHECIMENTOS Secundário
12º Ano
1.5 Processos de controlo do esforço, sinais de fadiga e inadaptação ao
exercício (dores, mal-estar, dificuldades respiratórias, recuperação difícil).
1.5.1 – Processos de Controlo de Esforço
1.5.2 - Sinais de Fadiga
2.3 A Ética e os interesses sociais, económicos, políticos e outros nas
actividades físicas desportivas: Violência; Corrupção e Verdade Desportiva.
2.3.1 Violência
2.3.2 A promoção do fair-play
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Caderno de Apoio - CONHECIMENTOS Secundário
A - Objectivos de Sucesso para o Aluno
Tema 1 - Aprendizagem dos processos de desenvolvimento e manutenção da condição física.
Tema 2 - Aprendizagem dos conhecimentos relativo à interpretação e participação nas estruturas e fenómenos sociais extra escolares, no seio dos quais se realizam as actividades físicas.
10ºANO
Conhece, interpreta e analisa criticamente, relaciona e aplica na sua prática os conceitos subjacentes aos seguintes temas:
1.1- Aptidão Física e Saúde. Factores associados a um estilo de vida saudável.
Desenvolvimento de capacidades motoras, composição corporal, alimentação, repouso, higiene, afectividade, qualidade do meio ambiente.
1.1.1 - O aluno menciona e relaciona duas das Capacidades Motoras existentes nas
Actividades Físicas Desportivas e elabora situações de exercícios de acordo com as Capacidades Motoras abordadas na aula de Educação Física.
1.1.2 - O aluno define e calcula I.M.C. comparando os valores com a tabela do
Fitnessgram
1.1.3 - O aluno menciona quais as funções dos nutrientes relacionando com um dos grupos de nutrientes existentes e caracteriza uma alimentação saudável.
1.1.4/5/6/7 - O aluno caracteriza a Hidratação, Repouso e Higiene na Actividade Física.
1.2 - Princípios do treino das capacidades motoras: continuidade, progressão, reversibilidade
1.2.1 - O aluno relaciona dois princípios do treino.
1.3 - Intensidade e Duração do esforço
1.3.1 - O aluno explica e relaciona a Intensidade e a Duração do esforço.
2.1 - A Ética e os interesses sociais, económicos, políticos e outros nas actividades físicas desportivas: A especialização precoce..
2.1.1 - O aluno define Especialização Precoce, mencionando uma causa.
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Caderno de Apoio - CONHECIMENTOS Secundário
11ºANO
Conhece, interpreta e analisa criticamente, relaciona e aplica na sua prática os conceitos subjacentes aos seguintes temas:
1.4 - Factores de risco associados à prática das actividades físicas (doenças, lesões, substâncias dopantes, condições materiais e de treino). Segurança na actividade física).
1.4.1 - O aluno caracteriza e relaciona dois factores condicionantes das lesões
desportivas.
1.4.2 - O aluno indica as lesões mais frequentes que ocorrem nas Actividades Físicas e o tratamento de duas dessas lesões.
1.4.3 - O aluno indica e explica quais as componentes do método R.I.C.E.
1.4.4 - O aluno define Substâncias Dopantes e menciona as classes.
1.4.5 - O aluno menciona situações a evitar nas aulas de Educação Física.
2.2 - A Ética e os interesses sociais, económicos, políticos e outros nas actividades físicas desportivas: A Dopagem.
2.2.1 - O aluno conhece a definição de Doping, refere os tipos e o porquê da sua
utilização nas Actividades Físicas Desportivas.
12ºANO
Conhece, interpreta e analisa criticamente, relaciona e aplica na sua prática os
conceitos subjacentes aos seguintes temas: 1.5 - Processos de controlo do esforço, sinais de fadiga e inadaptação ao exercício (dores, mal-estar, dificuldades respiratórias, recuperação difícil).
1.5.1 - O aluno identifica, relaciona e aplica nas aulas de Educação Física os processos
de controlo de esforço.
1.5.2 - O aluno relaciona a Frequência Cardíaca e os diferentes momentos de esforço nas aulas de Educação Física (Testes FitnessGram).
1.5.3 - O aluno refere os tipos de fadiga e aponta quais os sinais de fadiga.
2.3 - A Ética e os interesses sociais, económicos, políticos e outros nas actividades físicas desportivas: Violência; Corrupção e verdade desportiva.
2.3.1 - O aluno define Violência
2.3.2 - O aluno relaciona os diferentes intervenientes na promoção do fair-play no desporto.
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B - Caderno de Apoio ao Professor
10º Ano
1.1 Aptidão Física e Saúde. Factores associados a um estilo de vida saudável
1.1.1 Desenvolvimento das Capacidades Motoras
- Resistência, Força, Velocidade, Flexibilidade e Destreza são capacidades motoras solicitadas em
grau variável em todas as actividades físicas e desportivas. - Se os sistemas cardio-pulmonar, musculares e nervoso forem solicitados com regularidade e
com suficiente intensidade, adaptam-se ao esforço exigido pelo exercício físico e aperfeiçoam o
seu funcionamento, melhorando as capacidades motoras. - O grau de desenvolvimento das capacidades motoras, chama-se condição física e este
melhora-se através do treino físico ou preparação física que consiste num programa de
exercícios realizado num mínimo de três vezes por semana.
Resistência - é a capacidade motora que permite efectuar um esforço durante um tempo
considerável e suportar a fadiga dele resultante, recuperando com relativa facilidade.
- Uma das formas mais utilizadas para treinar a resistência aeróbia é a corrida contínua e
prolongada. O ritmo deve ser regular, sem variações de velocidade, a duração da corrida elevada
e o percurso, tanto quanto possível, plano. Pode também recorrer-se a jogos com bola, desde
que apresentem as seguintes características:
- Incluam uma parte considerável de corrida;
- Possibilitem a participação activa de todos os alunos; - evitem longas pausas;
- Possuam regras simples;
- Sejam de fácil execução.
- Para o treino da resistência, a observação da frequência cardíaca constitui um indicador
importante da intensidade a que se está a realizar o exercício. Por exemplo, a zona de trabalho
aeróbio está compreendida entre 60 e 80% da frequência cardíaca máxima de um aluno. Esta
última determina-se utilizando a seguinte fórmula:
Frequência cardíaca máxima = 220 - idade do aluno
Acima do valor máximo, a actividade entra na zona de esforço anaeróbio.
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Caderno de Apoio - CONHECIMENTOS Secundário
Força - é a capacidade motora que permite deslocar um objecto, o corpo de um parceiro ou o
próprio corpo através da acção dos músculos”.
- Para treinar a força, é necessário realizar de forma repetida exercícios com uma carga: o
próprio corpo, a oposição de um parceiro ou resistências exteriores (sacos de areia, pesos,
elásticos, bolas medicinais, etc.).
- Nos jovens, tendo em conta o processo de crescimento do tecido muscular, o qual só está
concluído após a puberdade, devem evitar-se as cargas que agridam a coluna vertebral, as
grandes articulações e as extremidades plantares (por exemplo, saltar de planos elevados para o
solo).
- Os exercícios de força devem solicitar, de forma alternada, todos os grandes grupos
musculares.
- Até aos 13-14 anos, deve utilizar-se essencialmente o peso do próprio corpo ou cargas leves
movimentadas em velocidade.
- O aumento de trabalho no treino deve fazer-se preferencialmente através do número de
repetições (volume).
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Velocidade - é a capacidade motora que permite realizar movimentos ou percorrer uma distância no menor tempo possível, assim como reagir rapidamente a um sinal (estímulo).
- Os exercícios de velocidade devem:
- Ser realizados à intensidade máxima;
- Ser de curta duração;
- Efectuar-se com poucas repetições em cada unidade de treino;
- Ter uma pausa entre as repetições que permita uma recuperação completa;
- Ser realizados sem fadiga acumulada, razão pela qual são geralmente colocados no início
da aula de Educação Física, logo após o aquecimento.
- Nos jovens, o treino desta capacidade motora deve incidir sobre a velocidade de reacção, de
deslocamento e de execução. Recorre-se, por isso, a exercícios de curta duração em que o aluno,
por exemplo, reage rapidamente a um estímulo (sinal visual, táctil ou acústico), percorre à
máxima velocidade uma distância reduzida ou repete um gesto o maior número de vezes possível
num determinado período de tempo.
Flexibilidade - é a capacidade motora que permite efectuar movimentos com grande
amplitude”.
- Para treinar a flexibilidade deverão ser realizados exercícios que mobilizem todas as grandes
articulações, com destaque para o tronco, membros superiores e inferiores.
- O treino da flexibilidade deve ser uma constante ao longo de todo o ano lectivo, dado que, sem
a solicitação regular desta capacidade motora, os efeitos positivos conseguidos são rapidamente
perdidos.
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Destreza - é a capacidade motora que permite realizar uma sequência de movimentos de forma coordenada”.
- O treino da destreza é fundamental nos jovens, visto que influencia a aprendizagem e o
aperfeiçoamento das habilidades técnicas.
- De uma forma geral, qualquer exercício desenvolve a coordenação dos movimentos corporais,
na medida em que solicita sempre as noções de orientação no espaço, de tempo e de equilíbrio.
- No entanto, no processo de treino da destreza, adquirem um particular destaque os pequenos
jogos e as habilidades técnicas dos jogos desportivos.
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1.1.2 Composição corporal
- A Condição Física é constituída por diversas componentes. Uma delas é a componente
morfológica. Esta componente traduz, por um lado, a composição corporal e, por outro lado, a
massa óssea.
- O IMC é uma forma simples de fácil utilização para caracterizar e controlar a composição
corporal. Da composição corporal faz parte a Massa Magra (a Massa Muscular) e a Massa Gorda
(a Gordura).
- O IMC através da relação que se estabelece entre o peso e a altura de uma pessoa permite-nos
dizer se o peso é ou não adequado.
- Para se obter o IMC aplicamos a seguinte fórmula:
IMC = Peso / (Altura)2 Kg/m
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL
Idade (anos) Feminino Feminino Masculino Masculino 5 16,2 21 14,7 20 6 16,2 21 14,7 20 7 16,2 22 14,9 20 8 16,2 22 15,1 20 9 16,2 23 15,2 20 10 16,6 23,5 15,3 21 11 16,9 24 15,8 21 12 16,9 24,5 16,0 22 13 17,5 24,5 16,6 23 14 17,5 24,5 17,5 24,5 15 17,5 25 18,1 25 16 17,5 25 18,5 26,5 17 17,5 26 18,8 27
17 + 18,0 27,3 19,0 27,8
Quadro 1 - Valores de Corte internacional para o IMC
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1.1.3 Alimentação
- O organismo deve receber, regularmente e em quantidade suficiente, os alimentos que
fornecem os nutrientes responsáveis pela formação e renovação de células e tecidos – Função
Plástica –, pela produção de energia – Função Energética – e pela manutenção do organismo
em equilíbrio e resistente às doenças – Função reguladora.
- Os alimentos dividem-se em cinco grupos – glícidos, prótidos, lípidos, vitaminas e sais
minerais, de acordo com os nutrientes que os constituem:
Prótidos Lípidos Glícidos Água Vitaminas Sais
minerais
Plástica X X X
Reguladora X X X
Energética X X X
Quadro 2 – Cinco grupos em que se dividem os alimentos
- Para uma alimentação saudável e equilibrada é necessário:
Comer a horas certas; o organismo necessita receber nutrientes em intervalos
regulares, para garantir o seu bom funcionamento;
Comer com moderação, isto é, evitando ingerir grandes quantidades de alimentos,
numa só refeição. É preferível comer em menor quantidade e várias vezes ao dia, cinco pelo
menos. O consumo exagerado de sal, das gorduras e dos açúcares pode provocar obesidade e
afecções cardíacas;
Incluir alimentos de todos os grupos, de acordo com as proporções sugeridas pela
pirâmide da alimentação equilibrada. Dieta composta de proteínas, hidratos de carbono,
gorduras, fibras, cálcio e outros minerais, como também rica em vitaminas. Para isto
necessitamos de uma dieta variada, que tenha todos os tipos de alimentos, sem abusos e
também sem exclusões. Variar os tipos de cereais de carnes, de verduras, legumes e frutas,
alternando as cores dos alimentos. As vitaminas e minerais dão as diversas colorações;
Figura 1 - Pirâmide de alimentação equilibrada
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Mastigar bem os alimentos, atitude imprescindível a uma boa digestão;
Dar uma grande importância ao pequeno-almoço como primeira refeição do dia,
para realizar bem as tarefas do período da manha. Por isso não se deve ir para as aulas em
jejum, muito menos para as de Educação física
1.1.4 Hidratação
- Outro aspecto que deves ter sempre presente é a importância de beber frequentemente água
durante e após os esforços físicos mais intensos. Como sabes, o nosso corpo é constituído em
cerca de 70% por água.
- É ela que favorece a absorção dos alimentos e a eliminação dos resíduos alimentares e regula
a pressão sanguínea, bem como a temperatura do corpo.
- Quando fazes esforços físicos prolongados, aumentas a temperatura do corpo e perdes água
através da respiração e do suor. Por isso, é necessário beber água (à temperatura de 10 a 12º,
aproximadamente) para arrefecer o corpo, repor o liquido que perdeste, evitar a desidratação e
eliminar as toxinas resultantes do trabalho muscular.
- As necessidades da água estão dependentes de vários factores – grau de humidade,
temperatura, alimentação, tipo de exercício. A ingestão de líquidos deve ser feita,
preferencialmente, no intervalo das refeições, evitando-se, assim, um grande volume de líquidos
no estômago, o que atrasaria a própria digestão.
- Contudo, não esqueças que deves beber a água, de boa qualidade, em pequenas quantidades,
repetidamente.
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1.1.5 Repouso
- Tão importante como a alimentação e hidratação é o repouso. É indispensável dormir o
suficiente para recuperar a energia despendida e restabelecer o equilíbrio do organismo,
sobretudo do sistema nervoso. Por exemplo, para os jovens correspondentes à faixa etária do 3
º ciclo, recomenda-se oito a dez horas de sono por dia.
- O esforço intenso e regular, sem o adequado repouso, provoca no organismo uma baixa de
rendimento, associada a perturbações do sono, perda de apetite e descontrolo nervoso, o que
facilita, também, a ocorrência de acidentes e lesões.
1.1.6 Qualidade do Meio Ambiente
- A poluição prejudica a saúde e diminui os efeitos favoráveis da actividade física. Infelizmente,
verificamos um aumento progressivo da poluição do ar que respiramos, sobretudo nas grandes
cidades, ao mesmo tempo que se destroem os seus espaços verdes, assim como as grandes
florestas do planeta responsáveis pela produção de oxigénio e pela renovação do ar.
- Fumar constitui também um prejuízo para o ambiente e para a saúde. Para além de poluir a
atmosfera, a nicotina e outras substâncias tóxicas acumulam-se nos pulmões que passam a
funcionar pior, aumentando o risco de doenças graves. Se compararmos os pulmões de um não
fumador com os de um fumador, estes últimos apresentam-se escurecidos, tal como o filtro de
um cigarro depois de utilizado. Ultimamente têm-se verificado também diferenças entre os
pulmões de indivíduos que habitam a cidade ou o campo.
1.1.7 Higiene
- Os hábitos de higiene que se criam revestem-se de uma importância extrema e estão
intimamente relacionados com a saúde. Para além dos cuidados de higiene diária devemos ter a
preocupação de fazer exames médicos de rotina, pelo menos uma vez por ano.
- Após uma actividade desportiva o banho deve ser um hábito. Para além de permitir eliminar os
produtos da sudação, possibilita que a pele e os seus componentes continuem a sua função
protectora.
- Deve-se evitar o uso de tabaco, álcool e drogas que provoquem dependência, uma vez que o
seu consumo se correlaciona com a deterioração do estado de saúde prejudicando até em alguns
casos a integração social.
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1.2 Princípios do treino das capacidades Motoras
1.2.1 Princípio de Reversibilidade
- As adaptações variam segundo o tipo de esforço e o tempo de repouso. Há adaptações que
desaparecem muito rapidamente e outras de forma mais lenta. Quanto mais tempo se demora a
adquirir a adaptação ao esforço mais tempo se demora a perder essa capacidade; também
quanto mais rapidamente se conseguir essa adaptação, mais rapidamente se pode perder essa
capacidade. As adaptações ao esforço desaparecem após algum tempo, por isso, é indispensável
a continuidade do trabalho.
1.2.2 Princípio da Continuidade
- A adaptação do organismo é um processo reversível, verificando-se uma diminuição do nível de
capacidades, sempre que o treino é interrompido. Os processos obtidos tem, assim, tendência
para serem anulados, quando ocorrem períodos de inactividade mais ou menos longos.
- O treino é um processo continuo, prolongando-se por semanas, meses e anos, para que os
seus efeitos possam ser permanentemente assimilados e aumentados. As faltas frequentes e as doenças, por exemplo, são situações que prejudicam os efeitos do
treino.
1.2.3 Princípio da Progressão
- Um estímulo suficiente forte provoca modificações no organismo e consequente melhoria de
rendimento. No entanto, se os estímulos se mantiverem constantes, verificar-se-á, ao fim de
algum tempo a estagnação da capacidade funcional. Por isso, a carga de treino deve aumentar
progressivamente, à medida que a capacidade do organismo também se eleva.
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1.3 Intensidade e Duração do esforço
1.3.1 Intensidade
- É o valor da exigência com que um exercício ou série de exercícios devem ser executados em
relação com o máximo das possibilidades dos desportistas nesse ou nesses exercícios. Mede-se
em percentagem de capacidade máxima de um indivíduo.
Percentagem da Qualidade da Frequência cardíaca
capacidade máxima
intensidade por minuto
individual
30-50 Fraca 130-140
50-60 Leve 140-150
60-65 Media 150-165
75-85 Sub-máxima 165-180
85-100 Máxima >180
1.3.2 Duração
- É o tempo que demora a executar um exercício ou séries de exercícios, ou o tempo, que
demora a percorrer uma distância. A duração pode ser curta, média ou longa e é medida em
horas, minutos ou segundos.
- Para uma correcta obtenção de resultados, dentro de um parâmetro saudável de actividade
física é necessário encontrar um ponto de equilíbrio entre o mínimo e o máximo de esforço onde
nos devemos situar.
- Foi demonstrado por Schultz que qualquer esforço que não produza uma excitação mínima, e
por isso seja subliminar, atrofia. O estímulo que atinge o limiar mantém apenas a função.
- O estímulo que ultrapasse o limiar desenvolve, enquanto, pelo contrário, os efeitos, produzidos
por um nível de excitação que repetidamente ultrapasse a máxima capacidade individual,
atrofiam também igualmente.
- Neste sentido, não basta igualmente repetir bem um determinado gesto ou técnica, importa
sobretudo, fazê-lo correctamente e repeti-lo o numero de vezes que for entendido como
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necessário no sentido de conseguir o menor dispêndio de energia e a maior velocidade de
execução, em suma a sua maior eficácia. - Referência ainda, no que respeita à duração e intensidade do esforço e relacionando estes
factores com os hábitos de vida saudável, às características ideais mínimas de prática física
referenciados pela OMS. Três sessões de meia hora por semana em dias não consecutivos.
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2.1 A Ética e os interesses sociais, económicos, políticos e outros nas actividades físicas desportivas: A especialização precoce.
2.1.1 Especialização Precoce
- A Especialização Precoce surge como uma consequência da relevância social alcançada pelo
desporto, como forma de aquisição de um estatuto socioeconómico elevado. Contudo, deve
referir-se que esta não acontece só no desporto, mas também noutras actividades ligadas ás
artes, como a música, a dança, etc.
- Quando se fala em Especialização Precoce, pretende-se, obviamente, afirmar que o treino
acontece antes do tempo próprio, ou seja, de uma forma prematura.
- No fundo, possibilita uma rápida obtenção de resultados, mas limita a sua evolução posterior,
pois baseia-se numa preparação especializada com a finalidade de obter um rendimento
prematuro, e não numa preparação multilateral em que os resultados só se atingem ao fim de
alguns anos.
- As principais causas da Especialização Precoce:
Pressão Social – Obriga o treinador a ganhar: É exercida pelos pais que gostam de ver os
seus filhos vencer; são comportamentos associados á importância que o desporto assume na
nossa sociedade;
Má formação do treinador – Nem todos os treinadores possuem as qualificações
necessárias para a orientação de crianças e jovens;
Fenómeno de aceleração biológica – Consiste na possibilidade de alargamento dos
períodos biológicos activos no sentido de estimular precocidade para alcançar valores
morfológicos e funcionais elevados no final do desenvolvimento. Este fenómeno está associado
ás melhorias verificadas na higiene corporal, na alimentação, nos cuidados de saúde e na
actividade desportiva controlada, directamente relacionados com a melhoria das condições
sociais das populações nas últimas décadas.
- As principais consequências da Especialização Precoce:
Os Jovens atletas submetidos a um tal processo não atingem, nas etapas posteriores e,
sobretudo, na etapa das elevadas prestações desportivas, os rendimentos prognosticados, isto é,
os rendimentos que lhes eram vaticinados;
É mais reduzido o tempo de actividade desportiva de alto nível;
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Muitas não chegam mesmo ás fases competitivas mais avançadas, porque
esgotamprematuramente a sua capacidade de prestação, abandonando o treino e acabando a
carreira desportiva mais cedo. Em suma:
- Não vale a pena ter pressa em especializar precocemente atletas tendo em vistas um mais
rápido rendimento desportivo: - Não se pode fazer um “campeão” de um praticante que chegou ao escalão sénior sem um
desenvolvimento progressivo, variado e completo de todas as suas funções, estruturas e
aptidões.
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11º Ano 1.4 Factores de risco associados à prática de actividades físicas
1.4.1 Doenças e Lesões
- As lesões típicas dos desportistas podem ser designadas por Atlopatias ou Tecnopatias. - As Atlopatias são lesões típicas dos desportistas, a nível dos sistemas osteo-articular e
miotendinoso, lesões essas de instalação lenta e progressiva, resultantes de micro-traumatismos
toleráveis e cumulativos de efeitos, mas infinitamente repetidos, directamente relacionados com a
repetição gestual que as diversas modalidades desportivas obrigam.
- Os factores condicionadores das lesões desportivas podem ser:
Intrínsecos – quando são inerentes ao indivíduo enquanto praticante;
Extrínsecos – quando são inerentes ao material ou espaço onde se desenvolve a
actividade.
Factores Intrínsecos
Anatómicos – é importante termos um conhecimento mais ou menos aprofundado
sobre a constituição dos aparelhos ou sistemas osteo-articular e miotendinoso;
Idade – importa adaptar as cargas de trabalho ao desenvolvimento e crescimento
osteomuscular, de modo a evitar cargas exageradas em fases de iniciação ou em atletas em
período de crescimento;
Sexo – é fundamental ter consciência das diferenças a nível anatómico e morfológico
entre os dois sexos;
Hereditários – deve-se conhecer o quadro clínico para detectar a presença de factores
de risco para o desenvolvimento de uma actividade desportiva;
Dietéticos – deve existir um equilíbrio a nível da alimentação e hidratação de acordo
com as exigências e especificidade de cada modalidade desportiva;
Anomalias Estáticas – a existência de desvios posturais, alterações da coluna vertebral
ou desigual comprimento dos membros podem influenciar ou impedir a prática de algumas
modalidades;
Focos Infecciosos – a sua existência limita a prestação desportiva, nomeadamente
inflamações de ouvidos, amígdalas, etc;
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Fadiga–revela-se como um sinal indicador do limite da capacidade individual.
Secontinuar com a actividade física, pode acontecer descoordenação de movimentos,
instabilidade psíquica, erros de execução, etc;
Aquecimento Muscular–poderá funcionar em termos profilácticos na prevenção
delesões musculares, parecendo melhorar as performances ao activar os sistemas orgânicos
relacionados com a execução do movimento.
Factores Extrínsecos
Condições Climatéricas – temperaturas exageradamente altas ou exageradamente
baixas condicionam negativamente a prestação desportiva, uma vez que afectam o
funcionamento dos mecanismos de regulação de temperatura do organismo;
Condições Geográficas – o local onde se realiza uma actividade desportiva influencia o
rendimento, quer positiva quer negativamente. Assim, factores como a altitude e a proximidade
do mar deverão ter-se em conta;
Instalações Desportivas – deve ter-se a preocupação de assegurar as medidas de
segurança e a qualidade dos materiais de construção, nomeadamente o piso e os isolamentos, de
modo a criarem condições favoráveis e agradáveis à prática desportiva;
Material – o vestuário e o calçado devem ajustar-se ao tipo de instalações, condições
climatéricas e características da modalidade, de modo a assegurar comodidade e segurança
necessárias ao atleta;
Treino Desportivo – o treino, ao desenvolver a condição física (nomeadamente as
capacidades motoras), técnica, táctica e psicológica, é um factor importante na prevenção de
lesões específicas da prática desportiva.
1.4.2 Lesões e acidentes mais frequentes na actividade desportiva: - Dor muscular: 24 a 48 horas após a realização de uma actividade física inabitual e intensa
aparecem quase sempre dores musculares – miopatia do exercício – em consequência de o
aparelho muscular não estar preparado para suportar determinada carga; Tratamento: apesar de não existir qualquer tipo de tratamento, aconselha-se a realização de
exercícios de baixa intensidade para acelerar o processo de recuperação;
- Contracturas: é um mecanismo de defesa por hiper-solicitação ou lesão durante actividade
física intensa ou inabitual, caracterizando-se pelo aparecimento de espasmos musculares tónicos
que desencadeiam mialgias e diminuição da flexibilidade. Podem aparecer imediatamente ou um a
dois dias após o esforço, desaparecendo em quatro a doze dias;
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Tratamento: diminuição da intensidade do treino, repouso, hidratação, alimentação adequada,
banhos de imersão ou massagem leve, exercícios de alongamento, sauna e vestuário adequado;
- Cãibra - é um mecanismo de alarme, despoletado para proteger as estruturas musculares. É
desencadeado por um espasmo muscular crónico caracterizado por uma contracção muscular
intermitente, intensa, involuntária e muito dolorosa. Desencadeia uma impotência funcional
imediata, desaparecendo quando se contrai o músculo antagonista. A fadiga muscular e orgânica,
o frio e a humidade atmosférica, as afecções do sistema nervoso e metabólicas, as carências
vitamínicas e a dopagem favorecem o aparecimento de cãibras musculares. Como factores
preventivos da ocorrência deste tipo de lesões podemos apontar: a protecção do frio, o
aquecimento muscular adequado e uma boa hidratação no Verão; Tratamento: contracção do músculo antagonista, aplicação de calor, massagem lenta e profunda
do tipo relaxante, suplemento de potássio, sódio e magnésio, administração de relaxantes
musculares e vitamina B1 e B12.
- Rotura Muscular – é a alteração da continuidade anatómica do músculo que se traduz em
termos funcionais por uma perda da sua potência motora, cujo grau depende da grandeza do
traumatismo. Assim, podemos classificá-las em roturas parciais ou micro roturas (quando
atingem um pequeno número de fibras musculares) ou roturas totais (quando afecta a totalidade
das fibras musculares). Há casos em que ocorre simultaneamente a rotura dos vasos sanguíneos,
formando-se um hematoma intramuscular. Desencadeia a impotência funcional ou dor aguda
localizada; Tratamento: repouso e imobilização, aplicação de gelo (15 min. + intervalo 5 min. + 15 min…)
durante as primeiras 24 a 48 horas, compressão (com o objectivo de diminuir a hemorragia e a
dor), elevação (facilitação do retorno venoso), uso de anti-inflamatórios e fisioterapia. No caso de
rotura total, o tratamento passa por intervenção cirúrgica;
- Tendinite – é uma inflamação dos tendões provocada por excessiva carga física ou
traumatismos repetidos de prática intensiva e prolongada, quando não há recuperação
necessária; Tratamento: aplicação de gelo, interrupção da actividade e uso de anti-inflamatórios;
- Luxação – rotura de ligamentos, com perda permanente de contacto das superfícies
articulares e imobilização; Tratamento: aproximação das superfícies articulares e imobilização;
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- Entorse – lesões do sistema articular provocadas por um movimento anormal ou de amplitude
exagerada, com perda transitória de contacto entre as superfícies articulares. Caracteriza-se por
formação de hematoma e dor. Tratamento: aplicação de gelo, repouso (em situações mais graves, imobilização), uso de anti-
inflamatórios. Numa fase posterior pode fazer-se aplicação de calor e fisioterapia;
- Contusão – traumatismo muscular provocado por factores externos (choque, joelhada, etc.),
do qual normalmente resulta o aparecimento de derrames, por vezes com formação de
hematoma; Tratamento: aplicação de gelo nas primeiras 24 a 48 horas, ao fim das quais se pode aplicar
calor, uso de analgésicos e anti-inflamatórios;
- Fractura – é uma solução de continuidade dos tecidos ósseos e/ou cartilagens. É
acompanhada de dor e impotência funcional; Tratamento: mobilização.
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1.4.3 O método de “RICE”
- Muitas vezes passamos por determinadas situações e não sabemos como proceder. Por
exemplo, quando acabamos a aula e sentimos uma dor leve no joelho, perna, pé ou outra parte
qualquer do corpo e não entendemos o porquê, nem mesmo sabemos o que fazer. Para piorar,
muitas vezes não damos muita importância a este “aviso” que o nosso corpo está a dar.
Por isso é importante conhecermos melhor o “auto-tratamento”, que poderá nos ajudar a evitar
lesões mais graves. O mais importante da componente do “auto-tratamento” para a maior parte das lesões é o
método de “RICE”.
R-est -> repouso
I-ce -> gelo
C-ompression -> compressão
E-levation -> elevação
Este método deve ser utilizado logo que a lesão aparece ou quando os sintomas são sentidos - Repouso: Qualquer tipo de exercício deve ser parado imediatamente. A continuação da prática
poderá piorar ou agravar a lesão. Durante as primeiras 24 horas ou 72 horas (dependendo da
lesão) é necessário fazer gelo, compressão e elevação.
- Gelo: A melhor maneira de diminuirmos o inchaço, a dor, e a inflamação, é através da
aplicação de gelo na região afectada por 15 a 20 minutos, com intervalo de 20 minutos. Para
proteger a pele, utilize uma toalha ou t-shirt entre a pele e o saco de plástico com gelo ou use
uma bolsa de gelo apropriada. Faça massagem com o próprio gelo na área infeccionada. Massagem com gelo combina dois elementos do método “RICE”: gelo e compressão. O uso do
gelo pode trazer benefícios por 7 dias. As primeiras 72 horas são mais críticas, assim o gelo deve
ser feito o máximo de vezes possível neste período.
- Compressão: Para reduzir o inchaço, a compressão pode ser feita com o próprio gelo,
pressionando-o contra a região afectada ou também sem ele, fazendo uma massagem da
seguinte maneira: comece a aplicação leve em volta da região inflamada; depois com um pouco
mais de pressão sobre a região mais dolorida; ficar atento a cor da pele, temperatura, e sensação
de dor para que a massagem não esteja comprimindo alguns nervos.
- Elevação: Manter a região da lesão elevada. Quando possível, a região lesionada deve ser
mantida acima da altura do coração.
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1.4.4 Substâncias Dopantes
- As substancias dopantes são substâncias destinadas a aumentar artificialmente, tendo em vista
a competição e que podem trazer prejuízos á ética desportiva, á integridade física e psíquica do
atleta. Estas substâncias fazem parte da lista de produtos proibidos pelo Comité Olímpico
Internacional.
- As classes de Substancias Dopantes:
Estimulantes – aumentam o estado de alerta, reduzem a fadiga e podem aumentar a
competitividade. Ex.: efedrina: este composto pode existir em medicamentos receitados contra as
constipações e o seu uso pode conduzir a acidentes graves. Em doses elevadas produz
estimulação mental e aumenta o fluxo sanguíneo. Os seus efeitos secundários são o aumento da
pressão sanguínea, a aceleração e desregulação do batimento cardíaco, a ansiedade e tremor.
Narcóticos – actuam como analgésicos essencialmente contra as dores moderadas ou
fortes. Ex.: Morfina: tem efeitos secundários prenunciados, incluído depressão respiratória e um
elevado desenvolvimento da dependência física e psíquica.
Esteróides anabolizantes – Incluem substâncias que estão relacionadas com a
estrutura da hormona masculina testosterona. Estas substâncias têm sido muito utilizadas pelos
atletas, na tentativa de aumentar a massa muscular e a força. Os efeitos secundários incluem a
arteriosclerose, o crescimento e a maturação precoce do esqueleto; na mulher podem provocar
irregularidades menstruais e no homem a infertilidade parcial ou total, podendo igualmente
induzir ao aparecimento de carcinomas hepáticos.
Beta-bloqueantes – utilizados em modalidades onde é necessário um grande poder de
concentração (ex.: tiro).
Diuréticos – utilizados para reduzir o peso dos atletas (ex.: boxe) e para baixar a
concentração na urina de compostos proibidos, através da produção de uma maior quantidade de
liquido biológico, que diminui a possibilidade daqueles compostos serem detectados.
Hormonas peptídicas e análogos – são hormonas de incidência lipolítica, têm por
objectivo a destruição da gordura e promovem o aumento da força e da massa muscular.
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1.4.5 Condições materiais e de treino e segurança na actividade física
- Recintos ou áreas gimnodesportivas:
Recintos cobertos: ginásios, pavilhões, piscinas e salas);
Recintos descobertos: polidesportivos, pistas, piscinas e áreas em contacto com a
natureza: pinhais, praias, etc.).
- Material e equipamento: fixo, semi-móvel e móvel:
Equipamento fixo: todo o equipamento que serve de suporte imóvel à
práticagimnodesportiva: tabelas de basquetebol, balizas, traves, postes de voleibol, espaldares
e similares.
Equipamento semi-móvel: plintos, boques, bancos suecos, colchões, redes de voleibol
e outras, postes para saltos de altura, barreiras, etc.
Equipamento móvel: de alto desgaste, bolas (para todas as modalidades), arcos,
cordas, engenhos utilizados nos concursos de atletismo: pesos, discos, dardos, testemunhos para
estafetas, fasquias, bolas medicinais e outros.
- Situações a evitar (assegurar a segurança na actividade física):
- Utilizar bolas sem a pressão adequada (vazias ou muito cheias);
- Pontapear bolas de voleibol;
- Utilizar calçado inadequado em função dos pisos ou actividades;
- Pendurar-se ou encostar-se nas redes;
- Suspender-se em tabelas ou balizas de andebol. Este material deve estar perfeitamente
fixo;
- Utilizar bolas de couro em pisos rugosos ou mal alcatroados;
- Transportar de modo inadequado o diverso material ou montá-lo deficientemente;
- Transpor barreiras em sentido inverso ao da sua queda, etc.
- Normas de segurança:
- Ensino correcto quanto à forma de transporte, montagem e desmontagem do diverso
tipo de material, o que será feito pelos alunos;
- Definição clara das normas de utilização de todo o tipo de material e subsequente
arrumação do mesmo;
- Responsabilização clara por parte de todos (alunos, funcionários e professores) no
adequado cumprimento destas normas;
- Necessidade da definição de locais e modos de arrumação do referido material.
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2.2 A Ética e os interesses sociais, económicos, políticos e outros nas actividades físicas desportivas: A Dopagem.
- Doping: É a utilização de substâncias ou outros meios destinados a aumentar artificialmente o
rendimento, tendo em vista a competição, e que podem trazer prejuízos à ética desportiva, à
integridade física e psíquica do atleta. O doping pode ainda ser considerado como a ingestão de
substâncias que fazem parte da lista de produtos proibidos pelo Comité Olímpico Internacional.
- O uso do doping começou na Antiguidade, quando os guerreiros “aztecas” comiam o coração
dos inimigos mais valentes, na esperança de aumentar a sua própria valentia em combate. Na
Grécia, os atletas já comiam carne com o objectivo de aumentar a massa muscular.
- Nos atletas, o recurso ao doping também tem vindo a aumentar devido a:
Altos níveis de especialização e de prestação dos atletas fazem parecer que a única
forma de evoluir mais ou de fazer melhor que o adversário será o recurso ao doping;
As expectativas do público, treinadores, etc., que se geram em torno da sua prestação,
vão submetê-lo a um estado de pressão tal, que se pode sentir tentado a utilizar substâncias
dopantes, de forma a não decepcionar essas pessoas.
- Actualmente, os atletas e respectivos médicos e treinadores, apanhados na prática de
dopagem, podem sofrer várias sanções, que podem chegar mesmo à suspensão.
Tipos de Doping - Doping pré-competitivo
Esteróides Anabolizantes – São drogas semelhantes às hormonas androgénicas
(testosterona), aumentando o anabolismo celular. Assim, o uso de esteróides anabolizantes
provoca:
- Aumento da massa muscular; Aumento da força máxima e explosiva;
- Aumento da agressividade. Efeitos secundários:
- Alterações hepáticas;
- Alterações das funções cardiovasculares (ex: aumento da pressão arterial);
- Aumento do risco de doenças cardíacas (ex: aumento de triglicerídeos e colesterol);
- Cancro na próstata;
- Impotência sexual;
- Masculinização (aumento da pilosidade e voz masculina) e alteração do ciclo menstrual;
- Encerramento prematuro das cartilagens de conjugação nas epífises nas crianças;
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- Depressões.
Hormona do crescimento–Produzida ela glândula pituitária anterior, favorece o
aumentode massa muscular e, consequentemente, provoca o aumento da força, devido aos seu
efeito anabólico. O uso desta hormona pode ter graves consequências:
- Diabetes;
- Anomalias Cardíacas;
- Osteoporose;
- Artrite;
- Crescimento anormal dos ossos.
- Doping durante a competição:
1. Doping calmante – O seu efeito consiste em inibir a taquicardia (diminuição da frequência
cardíaca) e diminuir o tremor. Estes compostos são controlados em modalidades em que a
actividade física não constitui factor determinante, mas onde a precisão e o auto-domínio são
factores importantes, como, por exemplo, no tiro. Os beta-bloqueantes são as substâncias
calmantes mais utilizadas.
2. Doping estimulante – Este tipo de substâncias actua ao nível do sistema nervoso central e
podem dividir-se em estimulantes fracos (cafeína) e estimulantes fortes (anfetaminas, cocaína).
Anfetaminas: são as drogas mais frequentemente utilizadas, produzindo os seguintes
efeitos:
- Inibição dos mecanismos que despoletam o limiar da fadiga;
- Desinibição do atleta, aumentando a confiança e a capacidade de tomar decisões;
- Aumento do rendimento devido ao aumento da resistência cardiovascular, da velocidade e
da potência;
- Melhoria do tempo de reacção. Efeitos secundários:
- Hipertermia;
- Diminuição do apetite;
- Acidose;
- Arritmias Cardíacas;
- Alucinações;
- Insónias.
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Cocaína: provoca uma sensação de bem-estar e atrasa a sensação de fadiga, contribuindo
para o aumento da capacidade de trabalho.
Cafeína: provoca a mobilização dos ácidos gordos sendo de particular importância para
atletas de resistência de longa duração.
Efeitos secundários:
- Arritmias cardíacas;
- Insónias.
4. Doping analgésico – Actua como analgésico para o tratamento de dores moderadas ou
fortes, sendo representada pela morfina e seus derivados. A maioria destes compostos tem
efeitos secundários bastante pronunciados, incluindo problemas respiratórios.
- Doping pós-competitivo:
Diuréticos – são utilizados pelos atletas por duas razões fundamentais:
- Reduzir o peso de forma rápida (perda de água pela urina);
- Reduzir a concentração de compostos proibidos na urina, pela produção de maior
quantidade de líquido biológico, a fim de diminuir a possibilidade daqueles compostos
serem detectados.
DopingSanguíneo:Este tipo de doping consiste no aumento do volume sanguíneo
atravésda transfusão, com o objectivo de aumentar a capacidade de transporte de oxigénio.
Normalmente o sangue usado na transfusão é do próprio atleta. Este terá que realizar um
programa de treino em altitude, para que o défice de oxigénio provoque um aumento do número
de eritrócitos, assim como a concentração de hemoglobina.
- Após três semanas de treino em altitude, retira-se sangue ao atleta, separando-se a parte sólida
da parte líquida. Guarda-se apenas a parte sólida (glóbulos vermelhos), que volta a ser injectada
ao atleta quando ele participar numa competição ao nível do mar. Esta forma de doping aumenta
a capacidade de resistência e é impossível de detectar.
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12º Ano
1.5 Processos de controlo do esforço, sinais de fadiga e inadaptação ao
exercício (dores, mal-estar, dificuldades respiratórias, recuperação difícil).
1.5.1 – Processos de Controlo de Esforço - Frequência Cardíaca: é caracterizada pelo número de vezes que o coração se contrai e relaxa,
ou seja, o número de vezes que o coração bate por minuto. Esta se subdivide em frequência
cardíaca basal (número de vezes que o coração bate para manter o organismo com suas funções
vitais num estado de vigília), frequência cardíaca de repouso e frequência cardíaca máxima.
- Frequência Cardíaca de Repouso (FCRep): é o número de batimentos cardíacos durante um
minuto quando o indivíduo se encontra em repouso completo. A FCRep de um desportista é
geralmente menor que a de uma pessoa sedentária, devido à pratica da Actividade Física.
- Frequência Cardíaca Máxima (FCMax): é o número mais alto de batimentos capaz de ser
atingido por uma pessoa durante um minuto. A FCMax é uma ferramenta útil para determinar a
intensidade da Actividade Física.
- Medição da Frequência Cardíaca: a frequência cardíaca poderá ser medida através da
palpação do pulso periférico (pulso radial, pulso umeral) (Fig.1), o pulso central (carotídio) (Fig.2)
ou então através do Coração (Fig.3):
1º Palpação do pulso periférico (pulso radial, pulso umeral) - colocação da palma da mão
voltada para cima, pressionando através das pontas dos dedos, indicador e médio dobre a base
do pulso (abaixo do dedo polegar), uma vez que o batimento é mais forte e consequentemente
mais fácil de identificar (Sharpe, 1996), uma vez que a artéria radial situa-se do lado do polegar e
entre o rádio e o tendão do polegar.
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Figura 1 - Pulso periférico (pulso radial, pulso umeral)
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2º Pulso central (carotídio) - a colocação dos referidos dedos é realizado no pescoço junto
à traqueia e por baixo do maxilar, comprimindo-se as carótidas ao nível do pescoço.
Figura 2 - Pulso central (carotídio) -
3º Coração - a frequência cardíaca verifica-se colocando a mão sobre o coração.
Figura 3 - Coração - Relação entre a Frequência Cardíaca e os diferentes momentos de esforço: Para
controlar o nível de condição física, recorre-se a vários procedimentos, destacando-se a medição
da frequência cardíaca e a realização de testes dirigidos às capacidades motoras.
- A reacção do organismo ao esforço pode ser apreciada através da variação da frequência
cardíaca.
- A um esforço mais intenso, corresponde uma frequência cardíaca mais elevada e a um esforço
menos intenso uma frequência cardíaca mais baixa.
Um aluno treinado realiza um determinado esforço com uma frequência cardíaca mais
baixa do que um aluno não treinado.
- A interrupção da actividade provoca uma diminuição da frequência cardíaca. À medida que o
tempo passa, os valores da frequência cardíaca descem, aproximando-se dos valores registados
em repouso.
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- A recuperação cardíaca é mais rápida nos alunos treinados do que nos não treinados. Por isso, a
um menor tempo de recuperação corresponde uma melhor resistência.
Figura 4 - Representação gráfica da recuperação cardíaca
- Zona de Alvo: É o intervalo entre o qual a frequência cardíaca deve ser mantida para obter os
efeitos de treino desejados e adequados a cada indivíduo (exemplo: entre os 130 e os 150
batimentos por minuto).
- Para determinar a Zona Alvo de Treino ter-se-á de realizar a seguinte operação:
220 – idade = Frequência Cardíaca teórica Máxima
- Posteriormente, irá multiplicar-se por 0,7 e 0,8 no caso da pessoa praticar actividade física
regularmente, ou por 0,6 e 0,7 no caso da pessoa ser inactiva. Isto deve-se ao facto da Zona Alvo
de Treino em indivíduos que realizam actividade física regular ser entre 70 e 80%, assim como,
quando o indivíduo é inactivo deverá variar entre 60 e 70%.
Em repouso Após esforço (valores aproximados) (valores aproximados)
Pulsação por minuto 70 200
Quadro 1 - Valores aproximados da Frequência Cardíaca
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- Após 10 minutos de aquecimento, os indivíduos realizaram 20 minutos da fase cardiovascular,
com aumento gradual da intensidade do esforço. Após esta fase, interrompemos a actividade para
proceder à contagem da FC por palpação. Os indivíduos identificaram os batimentos durante 5'' e
procediam à contagem durante 10''.
- A actividade foi retomada durante 4 minutos a uma intensidade mais elevada. No final deste
período foram registados os valores da FC, respeitando o protocolo. (Quadro 2)
Cronómetro
Monitor de frequência cardíaca
Exercício Apanhar o
Contar a FC Exercício Apanhar o
Contar a FC
pulso mais intenso pulso
20 minutos 5 segundos 10 segundos 4 minutos 5 segundos 10 segundos
Quadro 2: Protocolo experimental para o método da FC. Adaptado de Bell e Bassey (1996)
- Testes dirigidos às Capacidades Motoras
Existe uma grande variedade de testes para variar o nível de desenvolvimento das diferentes
capacidades motoras.
- A sua aplicação deve de respeitar os seguintes princípios gerais:
Serem realizadas duas a três vezes por ano lectivo;
Serem repetidas nas mesmas condições da primeira avaliação;
Serem realizados após aquecimentos adequado às provas em causa.
- Outra forma para controlar o esforço da distância percorrida poderá fazer-se a contagem do
número de voltas a um circuito previamente medido ou então o número de voltas a um campo
desportivo. Este controlo permitirá acompanhar o nível de progresso do aluno.
Este método apresenta a desvantagem de introduzir, num programa que se pretende
variado, um factor de competição excessivo e monótono, que por vezes está na base de uma
forma de fadiga – a psíquica.
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1.5.2 - Sinais de Fadiga
- Fadiga: diminuição da capacidade contráctil do músculo, provocada pelo funcionamento do
músculo; quando um estimulo adequado se mantém constante, sendo a capacidade funcional é
reversível com o repouso.
- Existem dois tipos de fadiga:
Fadiga Aguda, que surge após o esforço e desaparece com o repouso;
Fadiga Crónica, esta instala-se no atleta quando existe um desajuste do volume de
trabalho e repouso, por excesso de treino ou de competição e o seu início é na maioria das vezes
falso.
- Na Fadiga Aguda, podemos considerar vários tipos de fadiga:
Fadiga Local: como o próprio nome indica, deve-se a um esgotamento do próprio
músculo. Isto é susceptível de acontecer no exercício estático. O treino atrasa o seu
aparecimento, que iremos aprofundar mais tarde.
Constitui o exemplo típico da fadiga de causa tissular e neuromuscular. Neste caso, o factor
limitativo deve ser investigado ao nível do metabolismo do próprio músculo. Estudos da fadiga,
realizados no músculo isolado e “in situ”, apontam como prováveis as seguintes localizações:
Fibra Muscular (Hermansen, 1972, 1977, 1981; Staderini, 1979; Newsholme, 1981; Gollnick,
1982; Sejersted e Col., 1982; Sjostron e Friden, 1982; Mutch e Bannister, 1983)
Placa Motora (Karpovich, 1975; Lamb, 1978)
Fibra Nervosa Motora
Sinapse ao nível do gânglio nervoso e sistema nervoso central (Simonson, 1971)
Célula Nervosa (Simonson, 1971)
Terminações Nervosas sensitivas do músculo. Actividade proprioceptora (Staderini, 1979).
Fadiga Geral: é consequentemente a um esgotamento progressivo das reservas de
glicogénio com desidratação agravada por um aporte deficiente de água, electólitos e glucidos de
assimilação rápida. Duma maneira geral trata-se de uma hipoglicémia muito grave que pode levar
à morte, que iremos aprofundar mais tarde.
Fadiga Sensorial: traduz-se numa menor qualidade de movimentos com falhas de
coordenação provocando sensações deficientes, fadiga visual ou auditiva. O treino atrasa o seu
aparecimento.
Fadiga Mental, está intimamente relacionada com a anterior e resulta da falência do
sistema nervoso central em descodificar a quantidade excessiva de informações que chegam ao
cérebro.
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Fadiga Ambiental, está relacionada com o meio ambiente como o frio, calor, vento,
alternância dia-noite. O treino em fases atrasa-a ou anula-a.
Fadiga Social, está relacionada com o tipo de vida em sociedade, tanto familiar como
profissional, intelectual e desportiva. Traduz-se em alterações de humor e do comportamento.
Fadiga Articular, como o próprio nome indica está relacionada com os mecanismos e processos de articulação óssea. Vamos então aprofundar a fadiga local e geral.
- No processo de contracção muscular, importa ainda lembrar a existência de dois tipos de
fibras musculares: as lentas ou do tipo I ou vermelhas e as rápidas, tipo II ou brancas.
- Nas actividades desportivas breves e explosivas, as fibras utilizadas, são as de contracção
rápida; - Nas actividades de longa duração são as de contracção lenta.
- Três mecanismos de produção de energia para a contracção muscular:
- Anaeróbio aláctico
- Anaeróbio láctico
- Aeróbio
- Desta forma, o esforço não deverá nunca prolongar-se para além da sensação do
cansaço/fadiga, uma vez que se corre o risco de provocar desequilíbrios funcionais, isto é
descoordenação de movimentos, instabilidade emocional e erros de execução, aumentando desta
forma a probabilidade de contrair alguma lesão.
Sinais de Fadiga
1 - Sono: é uma das funções que melhor avalia o estado do sistema, porque é uma forma
de desregula com uma certa facilidade, consequentemente as alterações de outras funções.
Normalmente, o nosso sono processa-se de forma constante. O número de horas, sem
interrupção, deve ser mais ou menos o mesmo ao longo da vida adulta.
O numero de horas varia de pessoa para pessoa. Em geral, para um adulto, a média tende
a ser de 6 a 9 horas. Temos também que excluir duas condições excepcionais: a de ter que
acordar numa hora determinada, dormindo poucas hora por exigências de trabalho e estudo
concomitantes e os fins-de-semana e feriados em que se costuma dormir algumas horas a mais
que o habitual.
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As mudanças mais significativas são: diminuição ou aumento do número de horas de sono,
grande dificuldade em adormecer e, sobretudo, começar a acordar antes da hora habitual sem
que se tenha programado o despertador para tal.
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2 – Motivação: é um sintoma subjectivo é sempre mais difícil de quantificar. Quer dizer,
está mais sujeito a uma série de circunstâncias transitórias que nem sempre significam uma
desregulação. De um modo geral, espera-se que uma pessoa esteja de moderadamente a muito
motivada em relação ao futuro, à escolha profissional, à carreira, às possibilidades de
empreendimento.
Isto não significa optimismo ou bom humor excessivos, mas um bom de trabalho, estudo e
lazer são esperados.
3 - Concentração, Memória, Atenção: a concentração, a memória e a atenção, também
são sintomas subjectivos. Em princípio cada um sabe o seu estado normal (habitual), as suas
capacidades de concentração e atenção.
Se o indivíduo se encontrar dispersivo, sem capacidade de prestar atenção no trabalho, no
estudo e nos afazeres em geral, sem capacidade de memorização adequada depois de uma
leitura, uma reunião, uma sessão de estudo ou de uma aula, há uma boa probabilidade de que
alguma desregulação se encontre em curso.
Quando existe uma perda de concentração (atenção e retenção de informação) devemos
ter em consideração se:
- É generalizada - quando uma pessoa consegue prestar atenção nalguns assuntos e não
noutros, consegue reter informação de um tipo e não de outro.
Atenção não é gosto ou prazer, é capacidade de inibir outras vontades e tendências e
cumprir o que está a ser exigido.
- Dura pelo menos 2-3 semanas
-Não melhora com medidas simples como - o descanso, reorganização de rotinas, reflexão
(de preferência escrita).
4 - Descanso - Libido – Fadiga: O apetite, é um sintoma de desregulação, isto é, se
come com muita facilidade ou exagera muito na comida, ganhando, desta forma, ou perdendo
peso além de 5% de seu peso anterior, sem que tenha intenção de fazê-lo.
A perda de energia, também é um sinal de desregulação, isto é, cansaço crescente,
incapacidade de relaxar, desligar, ver um filme, dar umas boas gargalhadas, falar sobre
banalidades. Tal facto poderá significar que o indivíduo encontra-se num processo de modificação
no funcionamento do seu cérebro.
Se persistirem por mais de 2 a 3 semanas os sinais de fadiga, falta ou excesso de apetite,
perda de interesse, perda da capacidade de descansar e relaxar, não se pode desprezar.
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5 - Sintomas Físicos: Se de repente começar a sentir uma sensação estranha no peito ou
na garganta, suor nas mãos e nos pés, dor de estômago, enjoo ou náusea, pressão no peito,
tonturas e sensação de cabeça, deve:
- Se for intenso, consultar seu médico
-Se for ligeiro e se encontrar associado a outros sintomas descritos nos itens acima, tentar
relaxar um pouco e pensar sobre a possibilidade de estar mais nervoso do que imagina.
Deve tomar algumas providências simples e consultar um médico. Se não tiver sido
diagnosticado nenhum distúrbio clínico específico (por exemplo, gastrite, enxaqueca, etc)
considere um sintoma importante se durar além de 2 a 3 semanas.
6 - Ideias – Pensamentos – Sonhos: O pensamento, é a mais nobre das funções da
nossa cabeça, é talvez a mais difícil de transmitir e esquematizar.
Quando, a mente apresenta um excesso de ideias relativas a um assunto, seja qual for,
não é um bom indicativo. Os pesadelos e sonhos agitados constantes, também não reflectem um
bom descanso e uma boa capacidade de colocar as coisas nos seus devidos lugares.
Mais que considerar variações do nosso pensamento como sintomas, é de ressaltar que é
no campo das ideias que devemos procurar a chave dos problemas. É na ideia, do pensamento e
na expectativa de cada um de nós que se vão manifestar os problemas que tentamos evitar.
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2.3 A Ética e os interesses sociais, económicos, políticos e outros nas actividades físicas desportivas: Violência; Corrupção e Verdade Desportiva.
2.3.1 Violência - O desporto, enquanto espectáculo profissionalizado, tem uma dimensão real de poder e de
domínio. Os atletas profissionais, no jogo, trabalham e, na procura do sucesso, reproduzem o
mesmo tipo de luta, violenta ou não, que se encontra no resto da sociedade. Por outro lado, os
espectadores, que pagam quantias avultadas por um bilhete de ingresso para assistir a um
espectáculo desportivo, querem ver acção e, principalmente, querem divertir-se. Por vezes,
querem esquecer-se dos problemas que os angustiam, querem libertar-se e, então, o
comportamento violento pode surgir.
- No sistema desportivo, encontramos também sintomas de uma sociedade de consumo que
busca o lucro fácil, o rendimento máximo, o domínio do espectacular e do audiovisual e que não
hesita em recorrer a meios ilícitos – incluindo a agressão física, moral e psicológica – para
alcançar os seus objectivos.
- As diversas teorias formuladas no sentido de explicar conflitos públicos partem do
reconhecimento da existência de um problemas social. Teorias estas que se dividem em duas:
- Teorias monocausais: referem que um motivo, por si só, é suficiente para desencadear um
fenómeno de violência. Aqui encontramos duas situações distintas:
1ª - Emoção/Instinto: agressão é sempre o resultado de uma frustração; 2ª - Bandura e
Walters: Todo o comportamento agressivo é aprendido.
- Teorias multicausais – consideram que os actos de violência verificados se devem a causas
múltiplas e não a uma só, e podem derivar de factores genéticos, da socialização, etc.
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Caderno de Apoio - CONHECIMENTOS Secundário
2.3.2 A promoção do fair-play
- O fair-play é a essência de todo o desporto. É tão fundamental no desporto profissional como
no desporto amador. Exige não só o rigoroso respeito pela regra como também a adesão alegre e
espontânea à sua letra e ao seu espírito. Comporta o respeito pelo adversário e por si mesmo.
Sem fair-play, uma competição desportiva pode tornar-se humilhante e degradante para quantos
nela participam. Se as práticas desleais que, infelizmente, aparecem por vezes nas competições
desportivas se desenvolvessem, o valor do desporto individual e a distracção colectiva, como
factor de boa compreensão internacional, desapareceriam inevitavelmente.
- O fair-play manifesta-se de duas formas:
Pela aceitação, sem discussão, das decisões do árbitro; excepto, evidentemente, nos casos
em que o regulamento permita o recurso:
Pela vontade de jogar para ganhar, objectivo primeiro e essencial; implica a recusa
determinante de conseguir uma vitória a qualquer preço.
- O fair-play é uma forma de ser, baseada no respeito por si próprio e comporta:
Honestidade, lealdade, atitude firme e digna e não um comportamento desleal;
Respeito pelo colega de equipa;
Respeito pelo adversário, vitorioso ou vencido, consciente de que este é um colega de jogo
indispensável e ao qual se está unido por uma camaradagem desportiva;
Respeito pelo árbitro, respeito esse positivo e expresso por um constante esforço de
colaboração. - Devem ser responsabilizados todos os intervenientes, quer tenham uma intervenção directa
(atletas, treinadores) ou indirecta (pais, educadores e organismos públicos).
- Os atletas devem participar no seu desporto respeitando:
As regras do jogo;
O seu treinador, os dirigentes e os colegas da sua equipa;
O treinador, os dirigentes e os colegas da equipa adversária;
Os árbitros ou juízes e todas as decisões por eles tomadas.
- Os pais devem:
Conhecer o jogo e as suas regras;
Incentivar os seus filhos a jogar respeitando as regras;
Mostrar uma atitude positiva perante o jogo e todos os seus participantes, sejam eles
jogadores, treinadores, árbitros ou dirigentes;
Aplaudir tanto na vitória como na derrota;
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Reforçar os pontos positivos do jogo.
- Os treinadores devem ser um modelo positivo para os seus atletas, para tal, é necessário que
respeitem:
Os seus próprios atletas e os dirigentes da sua equipa;
O treinador, os dirigentes e os atletas da equipa adversária;
Os árbitros ou juízes e todas as decisões por eles tomadas.
- Os dirigentes devem:
Seguir as regras e os regulamentos da modalidade em questão;
Incentivar os atletas e treinadores do clube a respeitarem as equipas adversárias e os
árbitros;
Trabalhar para a promoção de uma competição justa.
- Os árbitros de forma a promoverem e a defenderem a verdade desportiva devem:
Saber todas as regras do jogo, suas interpretações e a sua aplicação apropriada;
Agir com confiança e segurança e nunca com arrogância;
Não permitir em momento algum o uso de violência;
Ser justo e imparcial em todas as situações;
Atender a todas as perguntas e pedidos razoáveis por parte dos diferentes intervenientes;
Não criticar nenhum dos intervenientes na competição.
- Os espectadores também podem contribuir para um bom fair-play, por isso devem:
Respeitar sempre os atletas, os treinadores e os dirigentes, independentemente do clube a
que pertencem;
Respeitar os árbitros e as suas decisões;
Incentivar o jogo justo;
Contribuir para um ambiente agradável incentivando a sua equipa e evitando gestos ou
palavras ofensivas para com a equipa adversária, ou para com os outros espectadores;
Aceitar tanto a derrota como a vitória com desportivismo e respeito.
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