Aquecimento Global e Sustentabilidade

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Coleção CIEE 114 Aquecimento global e sustentabilidade Antonio Carlos de Mendes Thame

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Coleção CIEE 114

Aquecimento global e sustentabilidade

Antonio Carlos de Mendes Thame

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Sede

Rua Tabapuã, 540 - Itaim Bibi - São Paulo/SP - ceP 04533-001

Espaço Sociocultural – Teatro CIEE

Rua Tabapuã, 445 - Itaim Bibi - São Paulo/SP - ceP 04533-011

Prédio-Escola CIEE

Rua Genebra, 65/57 - centro - São Paulo/SP - ceP 01316-010

Telefone do estudante: (11) 3046-8211

Atendimento às empresas: (11) 3046-8222

Atendimento às Instituições de ensino: (11) 3040-4533

Fax: (11) 3040-9955

www.ciee.org.br

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Aquecimento global e sustentabilidade

Coleção CIEE 114

Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE

São Paulo

2010

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C389a CENTRO DE INTEGRAÇÃO EMPRESA-ESCOLA - CIEE

Aquecimento global e sustentabilidade / Centro de Integração Empresa-Escola – São Paulo : CIEE, 2010. 49 p. (Coleção CIEE ; 114) Palestra proferida por Antonio Carlos de Mendes Thame durante o Fórum Permanente de Debates do CIEE sobre a Realidade Brasilei- ra, realizada no auditório Ernesto Igel e Mario Amato do CIEE em 24 de setembro de 2009.

ISBN: 978-85-63704-01-6

1. C. c. da Terra - Aquecimento Global 2. Sustentabilidade 3. Silva, Ruy Martins Altenfelder 4. Bertelli, Luiz Gonzaga 5. Souza, Paulo Nathanael Pereira de 6. Thame, Antonio Carlos de Mendes I. Título II. Série

CDU : 550

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SUMÁRIO

A importância da conscientização ambiental ...................................................Ruy Martins Altenfelder Silva

Questão ambiental: uma temática atual......Luiz Gonzaga Bertelli

Conduta ética em defesa do meio ambiente ...........................................

Paulo Nathanael Pereira de Souza

Aquecimento global e sustentabilidade .........................................

Antonio Carlos de Mendes Thame

Debates ......................................................

Homenagem de encerramento ....................

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A importância da conscientização

ambiental

A importância da conscientização

ambiental

Ruy MaRtins altenfeldeR silvaAdvogado, presidente voluntário do Conselho de Administração do Centro de Integração Empre-sa-Escola – CIEE, vice-presidente da Academia Paulista de História – APH, presidente da Acade-mia Paulista de Letras Jurídicas – APLJ e do Con-selho Superior de Estudos Avançados da FIESP.

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A

a presente obra chama a atenção para uma temática de discussão fundamental

na atualidade e que só começou a ser discutida nos últimos 50 anos: a questão

ambiental.

Além do reconhecido papel de agente integrador, comprovado pelo encaminhamento de milhares de jovens estudantes para estágio e programas de

aprendizagem, o Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE desenvolve inúmeras atividades, com o intuito de ampliar o conhecimento sobre temas em alta no país. O Fó-rum Permanente de Debates sobre a Realidade Brasileira é uma dessas iniciativas, uma vez que visa à compreensão aprofundada de assuntos relevantes, tanto no cenário na-cional, quanto internacional.

A presente obra, fruto de uma palestra extremamente provei-tosa ministrada pelo deputado Antonio Carlos de Mendes Tha-me durante este fórum, chama a atenção para uma temática de discussão fundamental na atua-lidade e que só começou a ser discutida nos últimos 50 anos: a questão ambiental.

É evidente que o assunto apre-ciado por Mendes Thame tem fundamental importância no ce-nário mundial da atualidade. Afinal, os últimos dados apresen-tados por organismos internacio-nais revelam que o planeta dá sinais claros de exaustão, devido

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ao uso inadequado dos recursos naturais e da destruição de ecossistemas, tornando-se urgente a união global em torno de soluções que amenizem os efeitos negativos desse des-respeito histórico do homem com o meio ambiente.

Espera-se que este livro resulte em novos debates e re-flexões aprofundadas sobre a questão ambiental, bem como na conscientização das pessoas quanto à necessidade de fa-zer uso responsável dos recursos naturais.

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Questão ambiental: uma temática atual

Questão ambiental: uma temática atual

luiz GonzaGa BeRtelliPresidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE, presidente da Academia Paulista de História – APH, diretor e conselheiro da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP.

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HHá 10 anos, o Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE realiza o Fórum Permanente de Debates sobre a Realidade Brasileira, um evento de fun-

damental importância para o entendimento de temáticas relevantes no âmbito nacional.

Esta obra, que resulta de um desses encontros, traz ex-celente aula sobre aquecimento global e sustentabilidade, uma temática em voga na atualidade, dada a situação ur-gente de se encontrar soluções para os problemas ambien-tais enfrentados por todos os países do mundo.

A abordagem do deputado Antonio Carlos de Mendes Thame que, além de desempenhar de forma ética sua ati-vidade política, possui conhecimento e experiência no as-sunto tratado neste livro, é extremamente enriquecedora no que tange à ampliação da reflexão sobre o papel e a res-ponsabilidade de cada cidadão na preservação ambiental.

Espero que esta obra seja muito proveitosa a todos os leitores interessados neste tema que, como o próprio Men-des Thame ressalta, é paradoxalmente recente na história da humanidade, já que o homem está há tanto tempo no planeta, fazendo uso indevido dos recursos naturais.

Boa leitura!

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Conduta ética em defesa do meio

ambiente

Paulo nathanael PeReiRa de souzaAcadêmico, educador, presidente emérito do Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE e presidente da Academia Paulista de Educação.

Conduta ética em defesa do meio

ambiente

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EEsta é mais uma obra resultante do Fórum Permanente de Debates sobre a Realidade Brasileira, realizado pelo Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE. Nesses

encontros periódicos, reúnem-se grandes conferencistas para discutir e esclarecer problemas gravíssimos e intrincados que estão na base das dificuldades que este país atravessa em seu impulso para um futuro maior e melhor.

Antes de abordar a experiência profissional e a atuação de Antonio Carlos de Mendes Thame, palestrante que apresen-tou o tema “Aquecimento Global e Sustentabilidade”, assunto originador do presente livro, é relevante destacar o importante papel desempenhado pelo CIEE no campo educacional e no en-caminhamento de jovens ao mercado de trabalho.

O CIEE não é escola, mas tem um compromisso inarre-dável com a educação dos brasileiros, que busca cumprir da forma que lhe é apropriada. A entidade mantém o mo-vimento de estagiários, o preparo de aprendizes, cursos es-peciais para o público jovem em geral, discussões e semi-nários, e tem um prédio-escola no centro da cidade de São Paulo para facilitar o acesso do jovem que mora na extrema periferia e precisa ter atendimento e treinamento na sua preparação para o trabalho.

Desde o seu nascimento, o CIEE não pára de crescer, e os seus diversos filhotes nos outros estados do Brasil mantêm a tradição da matriz em São Paulo, cumprindo seu papel de forma magnífica, estendendo a todos os cantos do país os benefícios e serviços que a entidade oferece e pratica.

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a educação técnica no Brasil nunca teve muito

prestígio, pois, infelizmente, este foi um

país que nasceu escravocrata.

É necessário ressaltar o papel de educador e historiador da educa-ção brasileira desempenhado pelo CIEE. Afinal, coube à entidade con-solidar a primeira solução para um problema histórico do Brasil. Trata-se da separação absoluta da educa-ção, ao longo dos séculos, entre ge-ral e técnica.

A educação técnica no Brasil nunca teve muito prestígio, pois, infelizmente, este foi um país que nasceu escravocrata. E não presti-giar o trabalho manual é próprio da psicologia das coletivi-dades que tiveram escravos, já que esse tipo de atividade não cabia ao homem livre. Assim, ao longo do período da Colônia e do Império, verifica-se, no Brasil, a ausência da educação técnica.

Em primeiro lugar, não havia mercado para a educação técnica, já que o escravo assumia todos os postos de traba-lho. Em segundo lugar, não havendo mercado, é evidente que não havia emprego e, assim, ninguém estudaria espe-rando ser empregado.

Essa situação só se alterou após a proclamação da Re-pública, quando se deu o início de uma nova era através da urbanização e da industrialização, que exigiam do tra-balhador uma formação mais complexa e ampla. Uma vez que os processos de trabalho e produção estavam profun-

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essa educação geral estava condicionada aos interesses estreitos das famílias que a utilizavam. o resto da

população não tinha acesso a

escolas.

damente ligados à tecnologia, era necessária a formação técnica para o trabalhador ou a economia brasi-leira não teria a mão de obra de que necessitava.

A educação brasileira era apenas para a elite. Era destinada às famí-lias de alto nível econômico e social. Somente os filhos dos grandes fa-zendeiros, dos grandes latifundiá-rios, dos altos funcionários da coroa portuguesa e da corte imperial po-diam estudar. Somente essas famí-lias dispunham de recursos econô-micos suficientes para financiar o estudo.

Para esses cidadãos, as escolas não eram necessárias. As famílias tinham seus próprios professores e tutores dentro de casa. Tratava-se de uma educação elitista, só disponível a quem tivesse um tio padre, por exemplo, que lhe desse uma formação suficiente para que, quando atingisse a idade apropriada, tomasse um navio para a Europa para buscar a formação superior. Era assim que funcionava a educação brasileira. Ela não era técnica, mas sim geral.

Todavia, essa educação geral estava condicionada aos inte-resses estreitos das famílias que a utilizavam. O resto da po-pulação, ainda que livre em seu status social, não tinha acesso a escolas. Quando tinha, tratava-se de escolas que somente

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havia, então, um nó na educação a ser desfeito. necessitava-se unir educação geral e técnica.

preparavam para um curso superior. Assim, quem não conse-guisse chegar a um curso superior havia perdido todo o tempo que gastou na educação geral, na chamada paideia.

Havia, então, um nó na educação a ser desfeito. Necessi-tava-se unir educação geral e técnica. A educação completa, chamada de integral pelas leis brasileiras, só teria sentido se fosse possível juntar a paideia com o tecnicismo da escola.

Quem desempenhou esse papel de forma marcante no Brasil foi o CIEE. Empresários e educadores de São Paulo se uniram e tiveram a ideia de criar estágios de forma ma-ciça para todos aqueles que estudavam na escola secundá-ria da época, equivalente hoje ao ensino médio, e na escola superior. Era preciso propiciar a esses estudantes alguma familiaridade com o “fazer”, e não somente a sabedoria dos conceitos, ligada ao “saber”.

Foi assim que nasceu essa contribuição imensa na figura do estagiário nos postos de trabalho de empresas e órgãos governamentais. É o indivíduo que sai da sala de aula e convive, por um ou dois anos, com a cultura empresarial. Assim, ele perce-be como tudo acontece no âmbito da produção econômica e como toda a or-ganização é articulada para que essa produção exista. E isso funciona. Daí a importância do estagiário.

Essa ideia cresceu e, hoje, o Bra-

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sil tem mais de dez milhões de estudantes colocados no mercado de trabalho. É preciso ressaltar que 65% deles conseguem ser empregados na mesma organização onde fi-zeram o estágio. O restante muda de local de trabalho ou trabalha por conta própria, mas todos aprovam o estágio. Pesquisas realizadas pela InterScience demonstram que 99% aprovam o estágio como o caminho certo de entrada no mercado de trabalho.

Resumidamente, o CIEE conseguiu estabelecer essa im-portante ponte entre um universo e outro e, a partir daí, a educação foi objetivando resultados cada vez mais qua-lificados, uma vez que essa formação que junta o fazer e o conhecer é uma verdadeira qualificação.

Ao criticar os resultados da educação no Brasil de hoje, que são negativos, sempre questiono qual é seu principal

problema. Quase sempre se conclui que há falta de aplicação prática da teoria ensinada. O professor deveria ser formado no sentido de, ao ensi-nar um conceito, ser capaz de, ime-diatamente, aplicá-lo na vida práti-ca de seus alunos.

Este exemplo é adequado para es-clarecer o conceito. Certa vez, em um congresso de matemática, participei de uma grande reunião com brasilei-ros e pessoas de outros países. Pergun-tei àquele auditório se os professores

essa ideia cresceu e, hoje, o Brasil

tem mais de dez milhões

de estudantes colocados no mercado de

trabalho.

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presentes ensinavam o Teorema de Pitágoras a seus alunos. Foi um le-vantamento de braços unânime: cla-ramente todos o ensinavam.

Em seguida, perguntei quais de-les haviam conseguido ensinar a seus alunos para que serve o Teore-ma de Pitágoras. Ninguém levantou a mão. Nenhum deles havia sido preparado para isso. Os cursos de pedagogia no Brasil são uma piada.

Os resultados dessa situação apa-recem hoje, quando estão sendo feitas as avaliações do PISA. Nessas avaliações, participam mais de 60 países. Elas são organizadas pela OCDE da Europa, para verificar os resultados da educação no mundo. No ano passado, o Brasil ficou em 52º lugar. Podem estar certos de que neste ano o resultado será pior.

Mas há um lado positivo: o CIEE fez o seu dever. Ele abriu essa possibilidade no Brasil, de o aluno ter um pouco de praticidade em seus conhecimentos, vendo aquela teoria da sala de aula sendo aplicada nos processos de produção e de distribuição da vida econômica.

Não se pode perder a oportunidade de destacar a contri-buição do CIEE, não só o de São Paulo, mas, como foi visto, também os vários CIEEs autônomos presentes nos diversos Estados do Brasil.

o professor deveria ser formado no sentido de, ao

ensinar um conceito, ser capaz de,

imediatamente, aplicá-lo na vida prática de seus

alunos.

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Após apreciar o importante pa-pel desempenhado pelo CIEE no campo educacional, parte-se para a apresentação do conferencista, deputado Antonio Carlos de Men-des Thame, que abordou o conteúdo deste livro. Hoje, ele é presidente da Executiva Estadual do PSDB de São Paulo e também deputado fede-ral por esse partido, já em seu quin-to mandato. É professor licenciado do Departamento de Economia da ESALQ, a Escola Superior de Agri-cultura Luiz de Queiroz, de Piraci-caba, onde se formou. É advogado pela PUC de Campinas.

Na Câmara Federal, é membro das Comissões de Rela-ções Exteriores e Defesa Nacional, da Comissão de Agri-cultura e Pecuária e da Comissão de Abastecimento e De-senvolvimento Rural. Participa ainda da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas e do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

Deve-se a ele o primeiro projeto de lei obrigando a im-plantação do biodiesel no país. Representou o Brasil em vários congressos internacionais ligados à energia e a mu-danças climáticas e também no Fórum Mundial de Água, na Bélgica, Turquia, Polônia e diversos outros países.

Além disso, preside a Frente Parlamentar Pró-Biocom-

Mas há um lado positivo: o Ciee fez o seu dever. ele abriu essa

possibilidade no Brasil de o aluno ter um pouco de

praticidade em seus conhecimentos.

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bustíveis e presidiu a CPI da Biopirataria, que tratou do tráfico de animais e plantas silvestres, bem como do desvio de material genético e da exploração e do comércio ilegal de madeiras nobres, assuntos estes que caracterizam a pirata-ria dos tempos modernos.

Foi o primeiro presidente do Comitê de Bacias Hidro-gráficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, e também fundador e presidente da Associação dos Municípios Cana-vieiros do Estado de São Paulo. Ocupou a Prefeitura de Pi-racicaba de 1993 a 1996, onde foi responsável por uma ad-ministração que ainda hoje deixa saudades. Foi secretário de Estado de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras em São Paulo em 1999.

Este deputado merece dois des-taques: primeiro, mercê de sua formação científica, é uma das maiores autoridades do Brasil em sustentabilidade climática e econô-mica, e coloca essa cultura a servi-ço de seus mandatos, o que signifi-ca a serviço de seus eleitores. É um deputado sério, por mais que estes dois termos, hoje, não se encaixem muito na opinião dos brasileiros. Mas é exceção, e é por isso que me-rece respeito e saudações.

Além de sua formação e atuação

Representou o Brasil em vários

congressos internacionais

ligados à energia e a mudanças

climáticas e também no fórum Mundial

de Água, na Bélgica, turquia, Polônia

e diversos outros países.

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científica, o deputado é um exemplo de ética no exercício de seu mandato. Hoje, essa é uma palavra que está muito desmoralizada, para a qual não existe respeito.

Quem não se importa com a ética diz que se trata de um termo do tempo de Aristóteles e que, naquele tempo, era normal haver ética. Mas, atualmente, não há mais lugar para ela, porque o mundo mudou. Bem, mudou, mas não seria necessário mudar para pior. Porém, infelizmente, foi o que aconteceu.

No Brasil, já houve muita ética no Parlamento. Mas, de algum tempo para cá, houve mudanças e parece que será necessário um bom tempo para que as coisas voltem aos trilhos. Mas há aqueles que são teimosamente otimistas e

têm a ética como uma das suas re-ferências na ação parlamentar. Um deles é o Thame.

Nunca houve notícia de alguma ação inconveniente, de alguma pos-tura duvidosa ou de algum negócio escuso que se ligue a seu nome. São duas coisas que o distinguem: sua capacidade científica e sua ética na ação parlamentar. Neste livro, essa é a personalidade que vai falar sobre as políticas públicas e mudanças cli-máticas e a crise de alimentos.

É uma das maiores autoridades do Brasil em

sustentabilidade climática e

econômica, e coloca essa cultura a serviço de seus

mandatos.

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antonio CaRlos de Mendes thaMeDeputado estadual e presidente do Diretório Estadual do Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB.

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EEste livro trata de um tema paradoxalmente recente na história da humanidade: as questões ambien-tais.

É paradoxalmente recente porque é verdadeiramente um paradoxo. Nas últimas décadas, a ciência tem demons-trado que o ser humano está no planeta há centenas de milhares de anos, e os hominídeos há mais de um milhão de anos. No entanto, só nos últimos 50 anos é que se começou a discutir questões ambientais.

Foi necessário que a Terra desse sinais de exaustão, mos-trasse que os ecossistemas e serviços ambientais estavam sofrendo, que o homem está utilizando os recursos além da capacidade de autorrecuperação, para que as pessoas co-

meçassem a se preocupar com questões ambientais. Durante todo o período anterior, nunca havia existido essa preocupação, porque aparentemente tudo es-tava indo muito bem.

Nos últimos 50 anos, a situ-ação se inverteu. Começou-se a perceber que havia uma série de problemas relacionados à capa-cidade da Terra em continuar oferecendo os serviços ambien-tais de suporte, de fornecimento de alimentos e fibras e, atual-mente, de energia. Serviços de

nas últimas décadas, a ciência tem demonstrado que o ser humano está no planeta há centenas de

milhares de anos, e os hominídeos há

mais de um milhão de anos.

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a primeira vez que a humanidade

se reuniu para discutir questões

ambientais de uma forma organizada foi em 1972, em

estocolmo.

regular o clima, de oferecer remédios através de fárma-cos, em suma, todos aqueles controles que a natureza rea-liza estavam começando a de-monstrar sinais de exaustão.

A primeira vez que a huma-nidade se reuniu para discutir questões ambientais de uma forma organizada foi em 1972, em Estocolmo. Lá, a ONU aprovou a Declaração de Esto-colmo e o plano de mudanças climáticas, o PINUMA, que existe até hoje. Naquela épo-ca, foram detectados os seguintes problemas ambientais: destruição acelerada de florestas, perda de solos agricul-táveis, diminuição da capacidade pesqueira, notadamente em áreas costeiras, desaparecimento de espécies animais e vegetais e escassez localizada de água.

Desde então, muito pouco mudou. Atualmente, além desses, há outros dois problema ambientais. Primeiro, a es-cassez generalizada de água. Praticamente todos os países do mundo passam por dificuldades com o abastecimento de água. Também apareceu um novo problema, o aquecimento global, que não foi detectado em 1972.

A escassez de água é notória. Todos estão vendo os gran-des rios se transformando em rios, os rios se transformando em riachos, os riachos se transformando em filetes de água

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a partir de então, a situação

se complicou ainda mais: além

da lenha e do carvão, passou-

se a queimar petróleo e gás.

e os filetes desaparecendo. A água está faltando não só em lugares com o Oriente Médio, mas em países como os EUA. Hoje, o rio Colorado já não chega mais até o mar.

No Brasil, há problemas de abastecimento de água em nove das regiões metropolitanas. Uma delas é São Paulo. Quando falta chuva já há preocupação com o sistema Can-tareira, temendo que ocorra de novo o que aconteceu em 2001, quando foi feito racionamento para evitar o rodízio.

O problema do aquecimento global surgiu com a primei-ra revolução industrial, depois de uma das grandes inven-ções da humanidade, o motor a vapor, que exigiu a queima de lenha ou carvão.

Noventa anos depois, veio a 2ª revolução industrial, quando foi descoberto o uso da energia elétrica e foram in-

ventados os motores a combustão interna. São motores desse tipo que movem os veículos até hoje. Con-tam com vários aperfeiçoamentos, evidentemente, mas foram criados em meados do século XIX.

A partir de então, a situação se complicou ainda mais: além da le-nha e do carvão, passou-se a quei-mar petróleo e gás. Inicia-se, então, a construção de uma sociedade car-bonária, em que é necessário emitir gás carbônico para produzir toda

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essa energia. A queima destes quatro combustíveis produz uma emissão contínua de gás carbônico que vai sendo acu-mulada na atmosfera.

Assim, a concentração de gás carbônico na atmosfera começa a crescer. Passa de 280 ppm, na época da 1ª re-volução industrial, para 310 ppm em 1960. A partir de en-tão, a curva empina. Depois da 2ª Guerra Mundial houve um processo de conurbação, ou seja, a concentração da po-pulação nas grandes cidades, uma migração rural-urbana muito grande. Vivendo nas cidades, a população precisa de energia para transportes e o seu consumo aumenta muito.

Na era pré-industrial, a concentração era de 280 ppm, e, em 2000, chegou a 380 ppm. Ou seja, está se chegando a quase 400 ppm de concentração de gás carbônico (CO2) na atmosfera.

Um gráfico do IPCC, Painel Intergovernamental de Mu-danças Climáticas, que faz a correlação entre o aquecimen-to da Terra e a concentração de CO2 na atmosfera, eviden-cia que, a partir do momento em que a concentração de CO2

empina, a temperatura da Terra também sobe. Ela subiu

na era pré-industrial, a

concentração era de 280 ppm, e,

em 2000, chega a 380 ppm. ou seja, está se chegando a quase 400 ppm de concentração de gás carbônico

(Co2) na atmosfera.

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estes valores de 25% até 2020 e 50% até 2050

correspondem ao limite de emissão de gás carbônico em um nível que

será naturalmente absorvido pelos ecossistemas.

quase 0,8 graus centígrados nos últimos 100 anos.

É preciso enfrentar essa situação e o IPCC apresenta vários cenários para isso. O otimista supõe que seja feito tudo o que é necessário para reduzir a emissão de gases do efeito estufa para que a temperatura da Terra não continue subindo. Para que o aumento da temperatura não ultrapasse 1,8 ºC nos pró-ximos 100 anos, é necessário reduzir as emissões de gases do efeito estufa em no mínimo 25% até 2020, ou 50% até 2050, em relação à emissão observada em 1990.

Essa é uma tarefa imensa, uma verdadeira revolução ambiental. Fala-se em um aumento de 1,8ºC, porque se tem um aumento da temperatura já acumulado de 0,8 graus centígrados e, mesmo com toda essa redução hipotética, no

futuro a concentração acumu-lada de gás carbônico ainda fará a temperatura subir em mais um grau nos próximos 100 anos.

Na melhor das hipóteses, estes valores de 25% até 2020 e 50% até 2050 correspondem ao limite de emissão de gás car-bônico em um nível que será naturalmente absorvido pelos ecossistemas, pelos sumidouros, que são os oceanos e as florestas. Acima desses limites, acumula-se mais gás carbônico na atmos-

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deve ser feita uma terceira revolução: a descarbonização

da atmosfera. será preciso

mudar a forma de viver, consumir e,

consequentemente, produzir.

fera e aumenta-se o efeito estufa e o aquecimento global.

É necessária uma nova re-volução energética. Como vis-to, a primeira revolução foi a descoberta do motor a vapor. A segunda revolução energética, 90 anos depois, foi a da eletri-cidade e do motor de combus-tão interna.

Deve ser feita uma terceira revolução: a descarbonização da atmosfera. Será preciso mudar a forma de viver, consumir e, consequentemente, produzir.

É importante examinar a matriz energética atual. A pro-duzida pela biomassa inclui a lenha, a biomassa tradicio-nal, presente ainda principalmente em alguns lugares da África e outros países. É uma energia obtida da queima de pedaços de madeira.

Há uma pequena parte que é biomassa moderna, repre-sentada pelo etanol, e o Brasil é um dos pioneiros nesse campo. Também tem um pouco de energia solar, ainda co-meçando. Ainda tem a energia nuclear em alguns países, inclusive no Brasil, como a usina em Angra dos Reis.

No setor hidrelétrico, o Brasil é um dos países mais

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adiantados. O país ainda tem o gás natural, do qual boa parte é importada da Bolívia, embora se tenha também uma disponibilidade própria desse combustível.

O petróleo é o maior setor, o grande fornecedor atual de energia. A civilização mundial tem como base a energia ob-tida a partir do petróleo.

Existe uma utilização pequena de outros tipos de ener-gia, como a geodésica e a eólica e, finalmente, o carvão, que é ainda baratíssimo em termos relativos e tem uma produ-ção muito grande, com uma participação ainda muito ex-pressiva na matriz energética.

O que é preciso fazer nos próximos cem anos? Atuar em diversas frentes. Ampliar a produção de biomassa, de biocombustíveis, bem como aumentar tremendamente a produção de energia solar. A partir da metade desse perío-do, por volta de 2050, será preciso acabar com o uso de energia nuclear pelos motivos que serão vistos adiante.

A energia hidrelétrica tem limitações naturais, e não é possível aumentar muito sua utilização. Ela depende

o petróleo é o maior setor,

o grande fornecedor atual

de energia. a civilização mundial tem como base a

energia obtida a partir do petróleo.

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a biomassa é matriz limpa, a energia solar é

totalmente limpa e a hidrelétrica

é absolutamente limpa.

da capacidade das quedas d’água. A energia obtida do gás natural deve ser man-tida ou diminuída. Já a do petróleo tem que ser muito reduzida, porque as jazidas irão se reduzir muito. E, finalmente, diminuir bas-tante, de uma forma muito expressiva, a utilização do carvão.

Essa matriz energética pretendida é totalmente diferente da atual. É limpa. A bio-massa é matriz limpa, a energia solar é totalmente limpa e a hidrelétrica é absolutamente limpa. Há, ainda, um resí-duo de problema com o petróleo e o carvão.

Aqui, vale ressaltar uma afirmação de Nicholas Stern, um economista inglês. Ele não é um ambientalista, mas um economista, que foi diretor do Fundo Monetário Internacio-nal. A pedido do Tony Blair, ele elaborou um documento que ficou conhecido como “Relatório Stern”.

Nesse relatório, ele concluiu que “as mudanças climá-ticas advêm da mais grave falha de mercado da história do capitalismo”. Essa afirmação não parece estranha? Será que o capitalismo falha? As forças de mercado falham?

Aprende-se que existe uma mão invisível que, em função da demanda e da oferta, faz com que o mercado chegue ao

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ponto ótimo. Existe até o ótimo dos ótimos, que é o ótimo de Pareto, em que todos ganham! Como pode o mercado falhar?

Acontece que o mercado não leva em conta as externa-lidades, que são os efeitos colaterais. Se a emissão de gás carbônico não é cobrada, ninguém cobra do industrial o es-trago que ele está gerando. Portanto, ele não coloca esse custo na sua planilha de produção, ou seja, não computa esse malefício no custo de produção.

A teoria econômica tradicional afirma que, no sistema capitalista, as forças de mercado, de uma forma sempre in-teligente, procuram os insumos mais baratos para produzir da melhor forma possível e vender os melhores produtos

pelo menor preço de merca-do e, dessa forma, ganhar a concorrência e maximizar o lucro.

Na prática, o carvão é o in-sumo mais barato para pro-dução de energia. Então, ele é o escolhido. Por que se esco-lheria uma energia eólica ou uma energia solar fotovoltaica, que são caras, se existe o car-vão que é mais barato para a produção de energia elétrica? Utiliza-se o mais barato, já que ninguém está cobrando pelos

Por que se escolheria uma

energia eólica ou uma energia solar fotovoltaica, que

são caras, se existe o carvão que é

mais barato para a produção de

energia elétrica?

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33AqueCImento globAl e sustentAbIlIdAde

malefícios da emissão de CO2. Dessa forma, foi criada a civili-zação carbonária.

A única forma de corrigir distorções do mercado é atra-vés de uma atuação do Estado. Os últimos leilões da ANEEL, a Agência Nacional de Energia Elétrica, feitos recentemente para o fornecimento de energia a partir de 2012, foram ganhos por empresas que vão fornecer energia elétrica a partir de usi-nas termoelétricas, uma boa parte delas movidas a carvão ou a gás.

Elas colocaram o preço mais baixo, porque pretendem utilizar o insumo mais barato. Não havia no edital uma vantagem, alguma condição que desse vantagens para quem oferecesse uma energia nova. Assim, ganhou a ener-gia mais barata.

Só se enfrenta o mercado se for colocado nesses leilões algum dispositivo, alguma exigência que seja uma condicio-nante para que esse tipo de energia ganhe a concorrência.

O Estado atua em duas vertentes: na legislação e nos in-vestimentos públicos. Ele pode fazer leis que induzam uma mudança comportamental. E também pode fazer investi-

o estado atua em duas vertentes: na legislação e

nos investimentos públicos. ele

pode fazer leis que induzam uma mudança

comportamental.

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mentos para transformar proble-mas em soluções, para criar tec-nologias novas, para conseguir avançar nessa substituição da energia suja pela limpa.

Observe um exemplo de atua-ção do governo na parte das leis. No Brasil, tem-se o exemplo do Proálcool. Em meados da década de 1970, o governo fez uma brutal intervenção no mercado, em duas famílias de leis: leis de incentivo

e leis mandatórias.

Entre as leis mandatórias, obrigatórias, estava a mistu-ra de 20% de álcool à gasolina. Hoje, o percentual obrigató-rio de mistura é de 25%.

As leis de incentivos previam o financiamento subsidiado das destilarias e os subsídios à produção do álcool. Naquela época, o custo da produção de um litro de álcool era o dobro do custo da produção de um litro de gasolina, e o governo bancava a diferença para que o álcool ficasse 20% mais ba-rato na bomba, para o consumidor. Foi previsto, também, um imposto menor para o carro a álcool para estimular o consumo. Foi assim que começou o Proálcool.

As leis de incentivo vigoraram entre 10 e 13 anos. E a lei mandatória perdurou ininterruptamente até hoje, obrigan-do a mistura do álcool à gasolina, e garantiu um mercado

naquela época, o custo da produção

de um litro de álcool era o

dobro do custo da produção de um litro de gasolina.

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35AqueCImento globAl e sustentAbIlIdAde

cativo para o álcool. Assim, essa legislação induziu a im-plantação de uma curva de aprendizagem.

Foi isso que garantiu que o Brasil, hoje, pudesse ser um grande produtor de biocombustíveis, no caso, etanol. Na-quela época e até poucos anos depois, em 1980, um barril de álcool custava 105 dólares. O custo de produção foi caindo até que, no finalzinho do século passado, antes do ano 2000, estava em 30 dólares o barril.

Ocorreu uma incorporação imensa de tecnologia na área industrial e na área agrícola, permitindo produzir muito mais cana-de-açúcar por hectare, bem como uma produção muito maior de álcool por batelada.

Hoje, há 7 milhões de veículos flex, 26 bilhões de litros de etanol produzidos por ano, 25% de mistura do etanol na gasolina e mais de 50% do consumo de gasoli-na no país substituídos por etanol produzido em apenas 1% das terras agricultáveis do Brasil, em 3,4 mi-lhões de hectares. Isso foi consegui-do com uma intervenção do governo no mercado.

É preciso dar ênfase a essa ques-tão porque em muitas palestras sobre aquecimento global, no final, jogam em cima dos consumidores a responsabilidade por tomar medi-

ocorreu uma incorporação

imensa de tecnologia na área industrial e na área agrícola, permitindo produzir muito mais cana-de-açúcar por

hectare.

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das, como economizar água, mudar as formas de consumo, deixar os aparelhos em stand by etc. Uma somatória de me-didas que supõem sempre que toda a culpa é do cidadão.

É correto que todos passem a incorporar preocupações am-bientais na estratégia de vida, no comportamento. Mas, se tudo isso for feito, se todas as empresas do país passassem a ser sustentáveis, mesmo assim o resultado seria insuficiente se não houvesse uma decisiva atuação do governo.

O Estado tem o poder, através das leis, de induzir com-portamentos. Cansa ouvir pessoas falarem que é necessário substituir todas as lâmpadas incandescentes por lâmpadas fluorescentes ou leds. Ótimo! Se todos fizerem isso, real-mente a economia de energia será brutal.

Mas como impor isso a uma pessoa carente? Como exigir que ela vá ao supermercado e deixe de comprar uma lâmpada incandescente, que custa R$ 3,00, para comprar uma fluores-cente, que custa R$ 9,00? Ela não fará isso. Ela teria que trocar

20 lâmpadas da sua casa, que custam, cada uma, R$ 9,00. Não será possível.

Na Alemanha, por exemplo, foi fei-ta uma reforma tributária ecológica. Assim, a energia suja foi sobretaxada e foram dados vigorosos subsídios para aqueles que utilizam energia limpa. Foi sobretaxado o que era considera-do perdulário em energia e isentou-se de tributos aquilo que era considerado

É correto que todos passem a incorporar

preocupações ambientais na

estratégia de vida, no comportamento.

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37AqueCImento globAl e sustentAbIlIdAde

ecologicamente conveniente em de-terminado momento da história do país. Os resultados foram fantásticos.

O Brasil tem que seguir esse ca-minho e fazer leis de incentivo em uma reforma tributária ecológica.

Agora, é necessário analisar os pontos positivos do etanol para o país. Ele apresenta uma vantagem em saúde pública, porque sua mistura à gasolina elimina a necessidade do uso do chumbo tetraetila, que ainda é usado em alguns países e é altamente cancerígeno.

Existe também uma redução na produção de gases do efeito estufa, já que o etanol não produz CO2. Por outro lado, ele ajuda a balança comercial brasileira, já que cada barril de álcool produzido é um barril de petróleo importa-do a menos, ou um barril que sobra para exportar, se o país for autossuficiente.

Existe, ainda, a possibilidade de cogeração de energia elétrica. É possível queimar o bagaço para produzir energia elétrica e, com isso, afastar o risco de um “apagão” como ocorreu em 2001. Sem contar o aspecto da segurança geopolí-tica, uma vez que o Brasil fica menos dependente do petróleo que vem dos países árabes, regiões sempre conturbadas.

Finalmente, o fato mais importante: um milhão de em-pregos são criados no país.

o Brasil tem que seguir esse caminho

e fazer leis de incentivo em uma reforma tributária

ecológica.

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Os países tropicais podem, teori-camente, transformar-se em plata-formas de exportação de biocombus-tíveis. Se forem misturados apenas 5% de álcool à gasolina em todo o mundo, tem-se um consumo fantás-tico, um total de 60 bilhões de litros por ano. Para toda essa produção, seria necessária uma área de ape-nas 8,6 milhões de hectares.

Se for adicionado o dobro, che-gando a uma mistura de 10% à ga-

solina, ter-se-ia um consumo de 120 bilhões de litros por ano. Portanto, existe um mercado potencial fantástico no mundo para os países pobres produzirem biocombustíveis e venderem para os países ricos.

É importante ressaltar que, hoje, os países tropicais pas-sam por inúmeras dificuldades no mercado internacional. Os países africanos, por exemplo, não conseguem exportar algodão para os Estados Unidos, em virtude de todas as barreiras impostas para impedir a importação desses pro-dutos naquele país.

Na prática, o mercado internacional é paradoxal. Os paí-ses ricos dão subsídios para seus agricultores não produzi-rem. Por exemplo, eles pagam para que seus agricultores utilizem apenas 70% da área disponível e deixem 30% sem cultivar, para evitar excesso de produção e queda de preço do produto.

se forem misturados apenas 5% de álcool à gasolina em todo o mundo, tem-se um consumo fantástico,

um total de 60 bilhões de litros

por ano.

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39AqueCImento globAl e sustentAbIlIdAde

Enquanto isso, países pobres desejam o contrário. Que-rem produzir o máximo para pagar suas dívidas externas, suas importações. Mas não conseguem vender seus produ-tos no mercado internacional, tamanhas são as barreiras que as nações ricas impõem para proteger seus mercados internos em virtude de seus fortes lobbies.

No entanto, os biocombustíveis podem representar uma oportunidade para esses países pobres tropicais, porque os países ricos vão precisar desse produto. O petróleo irá se tornar cada vez mais escasso. Vejam que essa crise trouxe uma diminuição do preço do petróleo, que caiu de 140 dóla-res por barril para 40. Mas o valor do barril já está subindo novamente e está em 60 dólares.

A tendência é que o petróleo vá se tornando cada vez mais escasso e seja destinado à produção de substâncias em que não tem substituto, como é o caso da petroquímica. Por ou-tro lado, a energia que movimen-ta os veículos pode ser substituída pela advinda da biomassa e dos biocombustíveis líquidos.

É preciso lembrar que os car-ros existentes atualmente pos-suem um tanque para combustí-vel líquido, que também pode ser usado para combustível em forma de gás, mas há uma preocupação muito grande quanto ao uso do

enquanto isso, países pobres

desejam o contrário. Querem produzir o máximo para

pagar suas dívidas externas, suas importações.

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gás em carros. Há um certo receio intrínseco de que se está andando em um equipamento perigoso, por melhor que ele seja projetado no sentido de evitar qualquer acidente.

Em suma, esse é um imenso mercado para os países que conse-guirem produzir biocombustíveis. Porém, para que isso aconteça, exis-te um grande desafio. O mundo está de olho nessa produção de biocom-bustíveis porque deseja que ela seja feita de uma forma sustentável.

O que significa produzir biocombustíveis de forma sus-tentável? Em 1987, foi elaborado o relatório Brundtland, coordenado por uma ministra da Noruega, denominado “Nosso Futuro em Comum”. Nele, foi definido o conceito de “desenvolvimento sustentável” como aquele que permite produzir no presente, sem prejudicar a capacidade das fu-turas gerações de usufruírem os mesmos serviços ambien-tais disponíveis atualmente.

Isso quer dizer que desenvolvimento sustentável é aque-le no qual as demandas do presente são atendidas sem comprometer a capacidade das futuras gerações de tam-bém proverem suas próprias necessidades.

Essa condição é obtida com o tripé composto por uma produção que considere aspectos econômicos, sociais e am-

os carros existentes atualmente possuem

um tanque para combustível líquido, que também pode

ser usado para combustível em forma de gás.

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41AqueCImento globAl e sustentAbIlIdAde

bientais. Não adianta atender apenas um ou dois deles. É necessário atender a todos para que a produção seja consi-derada sustentável.

No caso dos biocombustíveis, é preciso considerar ques-tões sociais como, por exemplo, a dignidade do trabalho. Não se pode admitir usineiros que utilizem trabalho escra-vo, infantil ou trabalhadores sem carteira assinada. Esse é o primeiro quesito que deve ser atendido.

Depois, há aspectos econômicos. Quando se produz ál-cool de milho, o recurso utilizado deixa de ser empregado na produ-ção de alimentos. Assim, o preço do milho sobe. Nessa situação, o pro-blema ambiental está sendo substi-tuído por um problema de seguran-ça alimentar.

Por último, é fundamental ter um balanço energético favorável. Para se produzir um litro de biocombus-tível, não se pode gastar um litro de petróleo. Além disso, também é ne-cessário comprovar que não se está desmatando para aumentar a área de plantio do biocombustível.

Analisando o caso brasileiro quan-to ao balanço energético, a produção de álcool de cana apresenta um resul-

desenvolvimento sustentável é

aquele no qual as demandas

do presente são atendidas sem comprometer a capacidade das

futuras gerações de também proverem

suas próprias necessidades.

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tado fantástico, de 9 para 1. Com um litro de gasolina ou diesel, são produ-zidos 9,3 litros de álcool de cana. O tri-go apresenta um balanço de 2 para 1. Um litro de petróleo produz 2 litros de etanol de trigo. O caso da beterraba é praticamente idêntico.

No caso do milho dos Estados Unidos, o balanço é de 1,4 para 1. O volume de combustível produzido é pouco superior ao de combustível consumido. É quase um empate. Mesmo assim, defende-se essa pos-

sibilidade, porque o processo vai passando por uma curva de aprendizagem e, no futuro, a produção tende a ficar mais eficiente.

No caso das florestas, a produção brasileira de cana se concentra em São Paulo e no Nordeste. A distância de São Paulo até a região amazônica é de 2.500 km. Do Nordeste até a Amazônia são 2.000 km. São distâncias equivalentes à de Moscou a Paris. Não há nenhuma razão para preocu-pações com desmatamento.

Porém, pode haver uma questão indireta, uma vez que a cana cresce na área de pastagem e esta última muda-se para a Amazônia. Isso realmente pode ocorrer em alguns casos, mas não é o que está sendo registrado nos últimos anos.

O Estado de São Paulo já promoveu um zoneamento

analisando o caso brasileiro

quanto ao balanço energético, a

produção de álcool de cana apresenta

um resultado fantástico, de 9

para 1.

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agrícola. É o primeiro Estado do país a fazer isso. Existem regiões onde se pode plantar cana, que são adequadas para essa atividade. Por outro lado, há regiões onde é possível o plantio de cana com limitações ambientais. São necessários cuidados com água e outros aspectos.

Em outras regiões, é muito difícil conseguir uma aprovação ambiental, porque existem graves restrições, e ainda outras onde é proibido o plantio de cana.

Por outro lado, há a questão das pastagens. O Brasil tem um rebanho de 200 milhões de cabeças. Pouco mais de uma cabeça por habitante. São 190 mi-lhões de brasileiros e 207 milhões de cabeças de gado.

Isso acontece em uma área de 200 milhões de hectares, resultando em praticamente um animal por hecta-re. Em São Paulo, há 14 milhões de cabeças em uma área de 10 milhões de hectares, ou seja, uma produtivi-dade de 1,4 cabeça por hectare. É um pouco mais alta que a do Brasil, em-bora não seja tão elevada.

Porém, esse pouco significa uma diferença de 40%: de 1,0 para 1,4. Se a média brasileira fosse 1,4, seriam liberados de 50 a 70 milhões de hectares para a agricultura em geral. Essa área poderia ser destinada ao plantio de cana, arroz, feijão, soja, amendoim etc.

no caso das florestas, a produção

brasileira de cana se concentra em são Paulo e no

nordeste.

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Portanto, a tendência nos Es-tados mais avançados é de que a agricultura avance nas áreas degradadas, ou de pastagens destruídas, ou de pastagens com produtividade muito baixa. A taxa nacional de 1,0 é média, e portan-to, existem lugares onde a taxa é menor que 1,0.

Quanto à sustentabilidade do ponto de vista social, o país tem um milhão de novas vagas de empregos criadas pelo setor ca-navieiro. Observa-se um maior número de contratos de trabalho

formais no setor agrário, há tribunais do trabalho muito ativos, um Ministério Público do Trabalho extremamente atuante, além de uma legislação trabalhista e uma fiscali-zação permanente.

Os europeus são muito criteriosos em relação a esses aspec-tos para fornecer certificações. Eles procuram confirmar que há uma legislação efetiva. Se houver casos de abusos detecta-dos que forem realmente punidos, é sinal de que há uma legis-lação proibindo as transgressões na área social e trabalhista. Existem países que não possuem essa legislação.

Quanto à produtividade econômica, a produção de grãos no Brasil vem crescendo. Portanto, a cana não está impe-dindo que ocorra expansão. Ela passou de menos de 60 mi-

o Brasil tem um rebanho de 200

milhões de cabeças. Pouco mais de

uma cabeça por habitante. são 190 milhões de

brasileiros e 207 milhões de cabeças

de gado.

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lhões de toneladas em 1970, para 130 milhões de toneladas em 1997. Além disso, ocorreu um aumento brutal na pro-dutividade, que passou de 1.500 kg por hectare para 2.800 kg por hectare. O aumento da produtividade foi muito mais significativo do que a ampliação da área plantada.

Nos Estados Unidos, foi proibida a expansão da produção do etanol de milho porque concluíram que ela está afetando o preço da tortilla, ou seja, da comida, que é prioritária em relação à produção de energia. O que estiver sendo produzido continua assim, porém não será mais possível ampliar a área de produção do etanol de milho.

Voltando à questão da matriz energética, o Brasil tem que sair dessa situação em que está.

Sabe-se que a implantação da energia eólica no Nordeste é antie-conômica. Isso porque ela é mais cara que outras formas de energia. Portanto, o mercado a abomina. É preciso um subsídio do governo como, por exemplo, isentar a pro-dução das hélices de IPI. É preciso intervir no mercado durante alguns anos. Porém, a cada ano, com cer-teza, será inventada uma forma de tornar a produção mais barata.

O mesmo ocorre com a produção dos dois tipos de energia solar. Tem-

os europeus são muito criteriosos

em relação a esses aspectos para fornecer

certificações. eles procuram confirmar

que há uma legislação efetiva.

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se energia solar para esquentar água do banho nas residên-cias, recolhida por um painel que fica no telhado da casa. Um outro tipo é a fotovoltaica, que acumula a energia solar em uma bateria. Essa energia acumulada fornece corrente elétri-ca para a rede de eletricidade da residência.

A cada dia ocorrem novas descobertas. Na edição de abril de 2009 da revista da Fapesp, foi publicado um ar-tigo informando que pesquisadores paulistas descobriram a possibilidade de substituir o silício das placas utilizadas na produção de energia fotovoltaica por um pigmento de uma planta da família do mamão. Isso representa uma eco-nomia de 80% no custo do silício, que é um dos elementos mais caros na produção daquele material.

A cada ano, vai sendo incorporado mais conhecimento e, de repente, atin-ge-se um ponto-limite a partir do qual não é mais necessário o subsídio. En-tão, torna-se possível competir com o carvão ou petróleo. A partir desse pon-to, a atividade passa a ser economica-mente viável.

Porém, a energia nuclear não tem essa característica. Depois que a usina é montada, não há curva de aprendi-zagem. Só após 30 anos, quando for o momento de atualizar a tecnologia, será possível falar em ganho de produ-tividade. Não se consegue melhorar o

sabe-se que a implantação da energia eólica no nordeste é

antieconômica. isso porque ela é mais cara que outras

formas de energia. Portanto, o mercado

a abomina.

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processo gradualmente para se produ-zir cada vez mais barato.

Finalmente, têm-se os trópicos de Câncer e de Capricórnio. Entre eles estão os países tropicais, de clima quente. São os mais pobres do pla-neta, que incluem países da América Central, América do Sul, toda a Áfri-ca e outros na Ásia.

Esses países têm uma oportuni-dade excepcional de produzir bio-combustíveis e vender para os paí-ses do norte, mais frios. São 100 países da região tropical que pode-riam abastecer com biocombustíveis 200 nações, enquanto hoje são apenas 20 países petrolífe-ros que fornecem combustíveis para o mundo inteiro.

Desse modo, estar-se-ia cooperando, ajudando a promover a paz mundial, porque é nesses países mais pobres que se en-contram a maior taxa de crescimento demográfico, os maiores índices de pobreza, as maiores incidências de doenças, o maior número de pessoas com problemas de saneamento básico e passando fome.

É também nesses países mais pobres que são recrutados os jovens que não têm nenhuma esperança de futuro e, por isso, aceitam ser terroristas suicidas. Eles não têm nenhuma opor-tunidade e enxergam os países ricos como aqueles que lhes

a energia nuclear não tem essa característica. depois que a

usina é montada, não há curva de aprendizagem.

só após 30 anos será possível falar

em ganho de produtividade.

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tiram todas as chances de ter uma vida melhor.

Se for encontrada nos biocombustíveis uma forma de produzir de maneira sustentável, sem agredir o meio am-biente, sem criar problemas trabalhistas, sem substituir os alimentos, que são os três grandes desafios, esses países pobres podem ter uma oportunidade revolucionária.

Na primeira revolução energética, quando foi criado o mo-tor a vapor, quais países se saíram bem? Os que tinham carvão e lenha.

Na segunda revolução industrial, com a utilização da energia elétrica e do motor a combustão interna, saíram

ganhando os países que tinham petróleo, gás e carvão. Até hoje, a Inglaterra e a Austrália vivem muito bem com as imensas jazi-das de carvão que possuem.

Agora, na terceira revolução in-dustrial, acabou o petróleo. Será necessário reduzir seu uso, porque não será mais possível continuar envenenando a atmosfera. O car-vão, mesmo que ainda exista em grande quantidade, não será mais usado. Mesmo havendo muito pe-tróleo e carvão, não será mais pos-sível continuar produzindo desse jeito.

são 100 países da região tropical

que poderiam abastecer com

biocombustíveis 200 nações, enquanto

hoje são apenas 20 países petrolíferos

que fornecem combustíveis para o

mundo inteiro.

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Os países pobres poderão emer-gir como potências tropicais se ti-verem o discernimento de produ-zir de forma sustentável. Se for para destruir floresta ou substi-tuir alimentos, ter trabalho escra-vo ou infantil, será inútil porque não será possível exportar.

Os países ricos irão exigir cer-tificados de que a produção está sendo conduzida de forma susten-tável. Mas não podem ser, na verdade, barreiras disfarça-das para impedir a importação. Elas devem ser baseadas em evidências científicas e ser medidas com clareza para evitar subjetividades.

Concluindo, pode-se dizer que os biocombustíveis podem se expandir em todo o mundo. O mercado ainda é muito pequeno. As medidas obrigatórias, mandatórias, como essa da mistura de álcool à gasolina, podem criar um mercado cativo mundial para estimular o desenvolvimento tecnoló-gico e a produção em larga escala de biocombustíveis nos países pobres emergentes.

Além disso, os biocombustíveis representam uma oportu-nidade para os países tropicais, que possuem terra, água, sol, temperatura, mão de obra, potencial para melhorias genéticas e incorporação de novas tecnologias. O seu livre comércio pode ser um vigoroso estímulo para a paz mundial.

na primeira revolução

energética, quando foi criado o motor a vapor, quais países

se saíram bem? os que tinham carvão e lenha.

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Ainda é tempo de evitar a tragédia do aquecimento glo-bal. Recentemente, um cientista de Harvard afirmou, em uma pesquisa, que se os dinossauros tivessem sido avisa-dos a tempo sobre um fenômeno meteorológico que poderia colocar em risco a continuidade da espécie, não teria adian-tado, porque eles não conseguiriam fazer nada.

Mas se os seres humanos, dotados de raciocínio e inteli-gência, com conhecimento científico disponível - mesmo que algumas soluções sejam antieconômicas do ponto de vista de mercado, mas que estejam à disposição dos melhores centros de pesquisa do mundo -, estivessem sendo alertados de algum

fenômeno ambiental que pudes-se colocar em risco a qualidade de vida das futuras gerações e nada fizessem, estariam agindo de uma forma mais irracional que os pró-prios animais.

O cientista continua dizendo que os seres humanos não estão sendo alertados. As pessoas estão sendo bombardeadas pela im-prensa todos os dias em relação a dois fenômenos ambientais sérios e letais: a escassez de água doce e o aquecimento global.

Assim, ou se tomam esses pro-blemas como uma responsabili-dade atual e incorporam-se essas

os biocombustíveis representam uma oportunidade para os países tropicais,

que possuem terra, água, sol,

temperatura, mão de obra, potencial

para melhorias genéticas e

incorporação de novas tecnologias.

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preocupações ao comportamento, ou corre-se o risco de perder a oportuni-dade de continuar vivendo na Terra. Arrisca-se a não dar continuidade a essas condições que propiciam o fu-turo de descendentes. É preciso in-corporar essas preocupações ao coti-diano.

Só que o comportamento não se pauta por preocupações, mas sim por princípios e valores, sendo es-tes últimos fatos valorizados por uma sociedade em determinado momento da sua história. E esses valores são incorporados à consci-ência. Se as preocupações ambientais forem transformadas em valores, consegue-se mudar o comportamento.

Mudando o comportamento cotidiano, automaticamente se começa a ter preocupação com os vizinhos. Passa-se a cobrar dos vizinhos o mesmo tipo de responsabilidade, por exemplo, com o desperdício de água.

As pessoas começarão a se preocupar com empresas, forçando-as a serem sustentáveis. Vão pressionar os go-vernantes, aqueles que ocupam cargos públicos, cargos ele-tivos, a terem posições consistentes, para que incluam na agenda política as questões ambientais.

Vontade política não nasce por geração espontânea. Ela

as pessoas estão sendo

bombardeadas pela imprensa todos os dias em relação a dois fenômenos

ambientais sérios e letais: a escassez de água doce e o

aquecimento global.

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é decorrente da pressão da sociedade organizada. E para existir essa pressão da sociedade organizada é necessário um processo contínuo de conscientização ambiental.

Prestem atenção a essa frase de James Lovelock:

“Não sei se ainda é tempo de ficar buscando desenvol-vimento sustentável ou se só nos cabe tentar encontrar uma ´saída sustentável´ para essa imensa encrenca em que nos metemos”.

Para finalizar, uma frase de Leonardo Boff:

“Desta vez não haverá uma Arca de Noé que salvará al-guns e deixará os demais morrerem. Ou nos salvamos todos ou ninguém sobreviverá”.

É importante que as pessoas se lembrem que a Bíblia diz que, na primeira vez, foi com água e, na segunda, será com fogo. Então, não tem jeito. Mais cedo ou mais tarde vai acabar tudo. Mas a Bíblia também diz: “virá o tempo em que os huma-nos não farão dano e nem causarão ruína à Terra”.

Depende de cada um, da responsabilidade, do respeito intergerações, da solidariedade com pessoas que ainda nem nasceram. São filhos dos netos que dependem do comporta-mento atual para terem condições de usufruir de um lugar para viver como se tem hoje.

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antonio CaRlosTrevisan Consultoria

Primeiramente, gostaria de fazer uma provocação: a substituição do pe-tróleo pela agroenergia do etanol ou do biodiesel é importante mas, se utilizarmos uma matemática simples, algo não bate. Calculamos, na Trevisan, que o Brasil irá produzir, neste ano, 26 bilhões de litros de etanol, que significam aproximadamente 50 horas de con-sumo de petróleo no mundo. Ou seja, para substituirmos esses quase 86 milhões de barris de petróleo consumidos por dia, será necessária uma área de cultivo muito grande. Como isso poderia ser conseguido? Além disso, existe o aspecto de que não aproveitamos esse resíduo, o CO2, para geração de energia e nem mesmo procuramos realizar uma captação dele em algum sumidouro. Ele é simplesmente desperdiçado. A Petrobrás tem um projeto interessante para injetar o CO2 em campos esgotados ou mesmo em campos em produção, o que permite aumentar a produção do petróleo. Essa não poderia ser uma saída?A segunda pergunta: sabemos que essa produção de agroenergia, sobretudo do etanol, mas mesmo de outras plantas, demanda muita água. Temos um problema sério de água, como o senhor mesmo colocou. Ora, sabemos que a China importa muita soja do Brasil porque lá há muita falta de água. Dessa forma, estamos, na verdade, exportando água dentro da soja. Como iremos conseguir água para fazer a produção dessa agroenergia? Como conciliar esses dois números?

antonio CaRlos de Mendes thaMeNão é possível contestar essa análise aritmética. Realmente, se tiver-mos um aumento extraordinário na produção de biocombustíveis vamos conseguir substituir apenas 5% do petróleo. Porém, o que se deseja é tentar substituir os aditivos. O aditivo é algo que se mistura na gasolina para aumentar a octanagem, ou seja, a po-tência de explosão. Antigamente, utilizava-se o chumbo tetraetila, que é altamente cancerígeno. Ele foi substituído na maioria dos países pelo MTBE ou pelo ETBE. O MTBE é um éster que quando percola as partículas do solo, vai para o subsolo, onde atinge os lençóis freáticos. Às vezes, chega até abaixo do

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basalto, alcançando os aquíferos. Nos Estados Unidos, a produção de etanol foi iniciada porque se perdeu um aquífero inteiro no estado de Iowa devido ao MTBE. O governador Tommy Thompson formou, então, uma coalizão de governadores para produzir etanol com a matéria prima que estava disponível, no caso, o milho, mesmo que a produção fosse extremamente antieconômica, como é até hoje.Agora, eles estão chegando à conclusão de que assim não pode continuar. Eles precisam encontrar uma outra solução, porque o dano ambiental do MTBE é muito grande. Mesmo assim, o mundo ainda utiliza amplamente o MTBE hoje. Em alguns lugares, como em Caracas ou em Taipé, ainda se usa o chum-bo tetraetila, porque a produção de MTBE não é suficiente. Assim, utili-zam o pior aditivo que existe, o chumbo. Portanto, aumentar a produção do biocombustível não significa imaginar que será possível substituir todo o petróleo por ele. Espera-se que ocorra uma corrida para uma produção mais econômica, no mínimo com carros mais eficientes, como é o objetivo dessa nova resolução do Obama. Nos Estados Unidos, a partir de 2012, somente será possível produzir veículos que façam, no mínimo, 15 km por litro. Portanto, esse costume tipicamente americano de utilizar carros grandes, que fazem 5 km por litro, como era o caso do Galaxie e do Landau, aqui no Brasil, terá que mudar.Se somarmos a eficiência com o aumento da produção, acredito que os países tropicais possam produzir biocombustível para exportar para os países ricos. Em terceiro lugar, teremos, um dia, o etanol ou o biodiesel produzidos a partir da celulose obtida de gravetos, do bagaço etc. É o chamado etanol celulósico. Rompendo-se a camada de lignina, que fica por cima da molécula de celulose, é possível se obter esse etanol. O problema é como quebrar essa crosta, mas as pesquisas estão bastante avançadas.Para demonstrar que se trata de uma luta de Davi contra Golias, vejam que em São Paulo há um programa da Codistil, uma empresa particular, com a Fapesp. Somando o que as duas estão investindo, temos 180 mi-lhões de reais, que equivalem a 90 milhões de dólares.

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Nos Estados Unidos, houve um jantar reunindo os formandos de uma universidade. De uma forma geral, esses formandos são, hoje em dia, empresários bem sucedidos que continuam muito ligados à universida-de. Após o jantar, passaram o livro de doações e foi obtido um bilhão de dólares para financiar pesquisa de etanol celulósico.Eles têm consciência de que, se conseguirem atingir esse objetivo con-quistarão um avanço mundial. Nesse caso, não se está falando em um barril de 30 dólares, mas de 10 dólares, de combustível obtido com gra-vetos, com lixo. Será possível produzir biocombustível a partir de qual-quer material. Essa será a grande revolução que se espera. Há um artigo muito interessante na Folha de S. Paulo, de um articulista científico, que apresentou cálculos de quanto será necessário das ener-gias alternativas para substituir o petróleo. No caso dos painéis solares, ele calculou que seria necessário cobrir a Terra inteira de painéis. No caso da energia eólica, seria necessário colo-car as hélices em todos os lugares.Ele conclui que é necessário investir em tecnologias novas. As atuais não serão de forma alguma suficientes, exceto se recorrermos de uma forma de-sesperada à energia nuclear, o que ninguém quer, pelos riscos que ela traz e pelo fato de até hoje nenhum país ter conseguido resolver definitivamente a questão dos depósitos de rejeitos e precisamos escapar disso.

GleuBeR MaRtinoO senhor disse que São Paulo é um Estado pioneiro em várias atividades, em vários incentivos à política ambiental. Temos uma grande frota de carro flex no Brasil e São Paulo possui uma grande parte dela. Não seria possível começarmos a trabalhar no Estado pela diminuição do IPVA para os carros flex, para revigorar a frota e existir um maior incentivo à produção e consumo de carro a álcool? Isso está ao alcance dos governos estaduais. Na minha opinião, São Paulo também poderia ser pioneiro nisso.

antonio CaRlos de Mendes thaMeSou plenamente favorável ao incentivo via desconto no IPVA. Eu mesmo já apresentei um projeto de lei para considerar o carro flex como um

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carro a álcool. Na verdade, o carro flex é um carro a gasolina que usa álcool. Quando foi in-ventada a tecnologia dos veículos flex, os engenheiros automotivos ficaram com medo de fazer um carro a álcool que pudesse utilizar gasolina porque haveria o risco de que o motor explodisse. A área de explosão do álcool é menor que a da gasolina e, por isso, haveria esse risco. Assim, fizeram um carro a gasolina que pode ser movido a álcool, porém gastando proporcionalmente mais combustível. Por exemplo, o Astra movido a álcool gastava menos combustível que um Astra flex com álcool. O carro flex é um veículo a gasolina que tem um seguro para a falta de combustível, como aconteceu em 1978. Em uma situação dessas, ele pode também funcionar com álcool.Portanto, sou favorável a que o carro flex tenha o mesmo IPVA que o antigo carro a álcool, com um valor menor, para estimular suas vendas.

nelson alvesConselheiro do CIEE

Inicialmente, gostaria de dizer que se pudermos participar desse movi-mento em prol da continuidade da Terra, certamente tudo vingará ao longo do tempo. Não sei até onde os órgãos internacionais estão preocupados como al-guns de nós, brasileiros, já que a China tem apresentado um programa de desenvolvimento baseado na força motriz oriunda de materiais onde o CO2 ainda está presente.Por outro lado, perguntaria se não existe nos institutos internacionais preocupação em procurar saber o porquê disso e conduzir o assunto. Por que não se incentivar, no caso específico do biodiesel, também outras li-nhas, embora algumas sejam até mesmo antieconômicas, como no caso da força eólica?Temos os exemplos dos países europeus. A Holanda está, até hoje, viva devido à força eólica, em um nível abaixo do mar.Portanto, acho que algo deve ser feito no sentido de que as comunida-des europeias e mundiais possam realmente realizar mudanças.

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antonio CaRlos de Mendes thaMeEu sou favorável ao Carbon Tax, o imposto sobre a produção de CO2. No final do século passado, defendíamos a cobrança pelo uso da água. Era um sofrimento porque as pessoas não entendiam a ideia e a viam apenas como mais um custo, mais um imposto. Conseguimos, finalmen-te, convencer o Horácio Piva da Fiesp e o Fábio Meireles da Faesp. Mostramos para ambos que a cobrança pelo uso da água não era um incremento arrecadatório, mas sim um elemento de gestão. Não iríamos cobrar praticamente nada de quem devolvesse a água limpa, apenas o custo da fiscalização. Mas cobraríamos caro de quem usa a água para nela jogar seus efluen-tes. Essa pessoa estaria fazendo um ato deletério e, portanto, caberia a ela pagar pelo estrago feito, pela DBO da recomposição.Dez anos depois, a cobrança pelo uso da água já está implantada em dois comitês de bacias: o Comitê do Piracicaba, Capivari e Jundiaí e o Comitê do Paraíba do Sul. Certamente, isso será visto com naturalidade. Quem polui paga. Mesmo que polua pouco, dentro dos limites legais, se houve um malefí-cio à sociedade, não há porque socializar o estrago e o poluidor privati-zar os lucros. Quem causa malefício arca com isso.Hoje, há uma situação semelhante em relação ao Carbon Tax nessa linha que o senhor colocou. Quem emite CO2 tem que pagar. Se fizermos isso, teremos um grande avanço. Diversos países já estão implantando essa sistemática, ainda de uma forma tímida. Em alguns países, só no caso da aviação; em outros, no caso da marinha mercante. Mas estão iniciando essas cobranças. Quem emite CO2 paga. Se não emite, tem subsídio. O dinheiro arrecadado com a cobrança do Carbon Tax não fica no caixa do governo. Ele é colocado para desenvolver novas energias ou subsi-diar a implantação de energias limpas. Dessa forma, damos um brutal avanço na construção da sociedade nova.

JoRGe luis dos santosLamentavelmente, o ser humano, a bordo da espaçonave Terra, não tem a característica de ter ações preventivas. Colocamos o cadeado na porta

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depois que fomos assaltados e a espaçonave está perdendo a condição de nos transportar pelo Universo em torno do sol. Isso aconteceu real-mente nos últimos cem anos, quando apareceu toda essa tecnologia e sua evolução. Pergunto o que pode ser feito para melhorar esse aspecto preventivo? Os Estados Unidos não assinaram o acordo em Kioto. Será que essa atitude do presidente Obama, que representa uma postura mais proa-tiva por parte dos americanos em relação a esse problema, trará algum benefício para a humanidade? Essa decisão tem que ser realmente tomada agora, porque a mídia infor-ma que o gelo está derretendo nos polos, o nível do mar está subindo, enfim, estão acontecendo coisas que não são muito visíveis, mas que com o passar do tempo resultarão em problemas sérios, de forma muito mais acelerada.O vice-presidente Gore também apresentou um filme que é muito inte-ressante e importante, porém pouco divulgado.Temos que trabalhar muito rápido nessa questão e quero publicamente convidá-lo para fazer essa palestra no Conselho Regional de Administra-ção para que possamos, também, divulgar tudo isso junto aos adminis-tradores, nossos companheiros que são formadores de opinião.

antonio CaRlos de Mendes thaMeEu também acho que é preciso ser rápido. Estávamos imaginando que nos Estados Unidos aconteceria como na Austrália. A Austrália não assinou o Protocolo de Kioto. Quando chegaram as eleições, os candidatos dos dois partidos, o trabalhista e o conservador, prometeram que iriam assinar o Protocolo se ganhassem. O trabalhista ganhou e assinou no dia seguinte. Imaginávamos que Obama também iria assinar, embora na campanha nenhum dos dois houvesse prometido isso. Mas o Obama está tomando medidas concretas como, por exemplo, quando aceitou que cada Estado tomasse suas próprias medidas sobre o tema, ao contrário do Bush, que as contestava.Os republicanos diziam que assumir metas de redução da emissão de gases do efeito estufa era competência privativa da União. O Obama

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mudou essa postura, e o Schwarzenegger colocou metas ousadas para a Califórnia, que estão em vigor. Já é um grande avanço. Se mais estados fizerem isso, será um grande passo.De qualquer forma, se eles não assinarem o novo protocolo, de Cope-nhague, em dezembro, será uma grande decepção. O mundo inteiro es-pera uma mudança de 180 graus na política dos Estados Unidos.A China, o Brasil e os outros países emergentes ficaram de fora do Pro-tocolo de Kioto. Isso, segundo o Goldemberg, foi um grande equívoco. Mesmo que fosse uma meta pequena, eles deveriam também ser cobra-dos para que todos mostrassem que estavam solidários. Agora, é mais difícil incluí-los.

PlateiaComente a inclusão de disciplinas de educação ambiental nas escolas.

antonio CaRlos de Mendes thaMeA inclusão das disciplinas de educação ambiental em geral, não só essa parte de sustentabilidade, já está aprovada, por um projeto do Fábio Feldmann, de 1990. Porém, elas não são obrigatórias. A escola pode, se quiser, colocá-las na grade. Inúmeras instituições de ensino já incluíram essas matérias no currículo.À medida que questões relacionadas à sustentabilidade passarem a fa-zer parte dos vestibulares, as escolas preparatórias, inclusive os cursi-nhos, passam a ensinar os jovens de uma forma muito mais responsável em relação ao assunto.

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Durante a cerimônia de encerramento deste Fórum de Debates sobre a Realidade Brasileira, o conselheiro do Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE, Nelson Alves, entregou ao ilustre palestrante, Antonio Carlos de Mendes Thame, o Troféu Integração, concedido pelo CIEE, que expressa a filosofia e os objetivos da instituição, não-governamental e filantrópica, mantida pelo empresariado brasileiro.

Homenagem de encerramento

Nelson Alves, conselheiro do CIEE, entrega o Troféu Integração a Antonio Carlos de Mendes Thame.

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eColeção CIEE-01 (esgotado)estágio - investimento produtivoPublicação Institucional do CIEE

Coleção CIEE-02 (esgotado)A globalização da economia e suas repercussões no BrasilIves Gandra da Silva Martins

Coleção CIEE-03 (esgotado)A desestatização e seus reflexos na economiaAntoninho Marmo Trevisan

Coleção CIEE-04 (esgotado)Rumos da educação brasileiraArnaldo Niskier

Coleção CIEE-05 (esgotado)As perspectivas da economia brasileiraMaílson da Nóbrega

Coleção CIEE-06 (esgotado)Plano Real: situação atual e perspectivasMarcel Solimeo e Roberto Luís Troster

Coleção CIEE-07 (esgotado)Os desafios da educação brasileira no século XXISimpósio CIEE/O Estado de S. Paulo

Coleção CIEE-08 (esgotado)Os cenários possíveis para a economia em 98Luís Nassif

Coleção CIEE-09 (esgotado)O fim da escolaGilberto Dimenstein

Coleção CIEE-10 (esgotado)O peso dos encargos sociais no BrasilJosé Pastore

Coleção CIEE-11 (esgotado)O que esperar do Brasil em 1998Marcílio Marques Moreira

Coleção CIEE-12 (esgotado)As alternativas de emprego para o mercado de trabalhoWalter Barelli

Coleção CIEE-13 (esgotado)Redução tributária - urgência nacionalRenato Ferrari, Alcides Jorge Costa e Ives Gandra da Silva Martins

Coleção CIEE-14 (esgotado)A contribuição do 3º Setor para o desenvolvimento sustentado do PaísSeminário do 3º Setor

Coleção CIEE-15 (esgotado)Os rumos do Brasil até o ano 2020Ronaldo Mota Sardenberg

Coleção CIEE-16 (esgotado)As perspectivas da indústria brasileira e a atual conjuntura nacionalCarlos Eduardo Moreira Ferreira

Coleção CIEE-17 (esgotado)As novas diretrizes para o ensino médioGuiomar Namo de Mello

Coleção CIEE-18 (esgotado)Formação de especialistas para o mercado globalizadoLuiz Gonzaga Bertelli

Coleção CIEE-19 (esgotado)A educação brasileira no limiar do novo séculoSimpósio CIEE/O Estado de S. Paulo

Coleção CIEE-20 (esgotado)A formação da nacionalidade brasileiraJoão de Scantimburgo

Coleção CIEE-21 (esgotado)A educação ontem, hoje e amanhãJarbas Passarinho

Coleção CIEE-22 (esgotado)A universidade brasileira e os desafios da modernidadePaulo Nathanael Pereira de Souza

Coleção CIEE-23 (esgotado)Os novos rumos do real: previsões para a economia brasileira após a mudança da política cambialJuarez Rizzeri

Coleção CIEE-24 (esgotado)Brasil: saídas para a criseAlcides de Souza Amaral

Coleção CIEE-25 (esgotado)A educação e o desenvolvimento nacionalJosé Goldemberg

Coleção CIEE-26 (esgotado)A crise dos 500 anos: o Brasil e a globalização da economiaRubens Ricupero

Coleção CIEE-27 (esgotado)A língua portuguesa: desafios e soluçõesArnaldo Niskier, Antonio Olinto, João de Scantimburgo, Ledo Ivo e Lygia Fagundes TellesSimpósio CIEE/ABL

Coleção CIEE-28 (esgotado)Propostas para a retomada do desenvolvimento sustentável nacionalJoão Sayad

Coleção CIEE-29 (esgotado)O novo conceito de filantropiaII Seminário do 3º Setor

Coleção CIEE-30 (esgotado)As medidas governamentais de controle de preçosGesner de Oliveira

Coleção CIEE-31 (esgotado)A crise brasileira: perspectivasAntônio Barros de Castro

Coleção CIEE-32 (esgotado)O futuro da justiça do trabalhoNey Prado

Coleção CIEE-33 (2ª ed./esgotado)Perspectivas da economia e do desenvolvimento brasileiroHermann Wever

Coleção CIEE-34 (esgotado)O que esperar do Brasil na virada do séculoEduardo Giannetti

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Coleção CIEE-35 (esgotado)O ensino médio e o estágio de estudantesRose Neubauer

Coleção CIEE-36 (esgotado)Perspectivas da cultura brasileiraMiguel Reale

Coleção CIEE-37 (esgotado)Política pública de qualificação profissionalNassim Gabriel Mehedff

Coleção CIEE-38 (esgotado)Perspectivas da economia brasileira para além da conjunturaGustavo Franco

Coleção CIEE-39 (esgotado)As empresas e a capacidade competitiva brasileiraEmerson de Almeida

Coleção CIEE-40 (esgotado)A globalização e a economia brasileiraAntônio Carlos de Lacerda

Coleção CIEE-41 (esgotado)A dignidade humana e a exclusão socialIII Seminário do 3º Setor

Coleção CIEE-42 (esgotado)Recomendações para a retomada do desenvolvimentoAloizio Mercadante

Coleção CIEE - Especial (esgotado)Guia prático do cADeA defesa da concorrência no Brasil

Coleção CIEE-43 (esgotado)O cADe e a livre concorrência no BrasilSeminário CIEE/Correio Braziliense

Coleção CIEE-44 (esgotado)Profissões em alta no mercado de trabalhoLuiz Gonzaga Bertelli

Coleção CIEE-45 (esgotado)Democracia no Brasil: pensamento social, cenários e perfis políticosGaudêncio Torquato

Coleção CIEE-46 (esgotado)Necessidades profissionais para o século XXINorberto Odebrecht

Coleção CIEE-47 (esgotado)O trabalho no Brasil: novas relações x leis obsoletasAlmir Pazzianotto Pinto

Coleção CIEE-48 (esgotado)O futuro da aviação comercial no BrasilOzires Silva

Coleção CIEE-49 (esgotado)Desafios da economia brasileira e suas perspectivas para 2001Clarice Messer

Coleção CIEE-50 (esgotado)O Brasil no terceiro mundoCristovam Buarque

Coleção CIEE-51 (esgotado)O mercado de capitais no Brasil:desafios e entraves para seu desenvolvimentoHumberto Casagrande Neto

Coleção CIEE-52 (esgotado)O voluntariado no BrasilIV Seminário do 3º Setor

Coleção CIEE-53 (esgotado)Revolução de 32: um painel históricoSimpósio CIEE/APH/IRS

Coleção CIEE-54 (esgotado)Os reflexos da economia global no desenvolvimento brasileiroLuciano Coutinho

Coleção CIEE-55 (esgotado)As condições necessárias para o Brasil crescerDelfim Netto

Coleção CIEE-56 (esgotado)Globalização e hipercompetição: a sociedade das organizações e o desafio da mudançaThomaz Wood Jr.

Coleção CIEE-57 (esgotado)Desenvolvimento social, previdência e pobreza no BrasilRoberto Brant

Coleção CIEE-58 (esgotado)A paixão pela poesiaArnaldo Niskier, Carlos Nejar, Ledo Ivo, Lygia Fagundes Telles e Mário Chamie

Coleção CIEE-59 (esgotado)Rumos da educação no BrasilSimpósio CIEE/O Estado de S. Paulo

Coleção CIEE-60 (esgotado)Reforma tributária: solução ou panacéia?Osíris de Azevedo Lopes Filho

Coleção CIEE-61 (esgotado)Os atentados em Nova York e os interesses internacionais do BrasilFlávio Miragaia Perri

Coleção CIEE-62 (esgotado)Lei de responsabilidade fiscal: esperanças e decepçõesDiogo de Figueiredo Moreira Neto

Coleção CIEE-63 (esgotado)A saúde no novo conceito de filantropiaAntônio Jacinto Caleiro Palma

Coleção CIEE-64 (esgotado)Fundamentos da política econômica do governo LulaGuido Mantega

Coleção CIEE-65 (esgotado)O Banco central e a defesa da concorrência no mercado financeiroGustavo Loyola

Coleção CIEE-66 (esgotado)enxergando o amanhã com os olhos de hojeGaudêncio Torquato

Coleção CIEE-67 (esgotado)Juventude, escola e empregabilidadeV Seminário do 3º Setor

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eColeção CIEE-68 (2ª Edição)educação: Velhos Problemas, Novas (?) SoluçõesPaulo Nathanael Pereira de Souza

Coleção CIEE-69 (esgotado)cobrança de impostos ameaça o futuro da filantropiaVI Seminário do 3º Setor

Coleção CIEE - Especial (esgotado)2ª ed. revista e ampliada Guia prático do cADeA defesa da concorrência no Brasil

Coleção CIEE-70 (esgotado)A importância do estágio na formação do aluno do ensino médioAntônio Ruiz Ibañez

Coleção CIEE-71 (esgotado)Antônio cândido, Guerreiro da educação - Prêmio Professor emérito 2003CIEE/O Estado de S. Paulo

Coleção CIEE-72 (2ª edição)educação e saberPaulo Nathanael Pereira de Souza

Coleção CIEE-73 (2ª edição)O pressuposto da ética na economia, nas empresas, na política e na sociedadeRuy Martins Altenfelder Silva

Coleção CIEE-74 (esgotado)empregabilidadeVII Seminário CIEE - Gazeta Mercantil do 3º Setor

Coleção CIEE-75 (esgotado)Analfabetismo: proposta para a sua erradicaçãoJorge Werthein

Coleção CIEE-76 (esgotado)educação, estágio e responsabilidade fiscal das prefeiturasIves Gandra da Silva Martins, Marcos Nóbrega, Luiz Gonzaga Bertelli e Paulo Nathanael Pereira de Souza

Coleção CIEE-77 (esgotado)Valorização imobiliáriaNelson Baeta Neves

Coleção CIEE-78 (esgotado)As metas inflacionárias no BrasilPaulo Picchetti

Coleção CIEE-79 (esgotado)A qualidade dos estágios e sua importância socioprofissionalSeminário CIEE-SEMESP

Coleção CIEE-80 (esgotado)Desafios da administração de uma grande metrópole (São Paulo)Walter Feldman

Coleção CIEE-81 (esgotado)A realidade educacional brasileira e o desenvolvimento do PaísRoberto Cláudio Frota Bezerra

Coleção CIEE-82 (esgotado)Os entraves para o desenvolvimento nacional e as recomendações para sua superaçãoAbram Szajman

Coleção CIEE-83 (esgotado)O cenário econômico latino-americano e seus reflexos no mercado acionárioAlfried Karl Plöger

Coleção CIEE-84 (esgotado)Jornalismo político: uma visão do BrasilMurilo Melo Filho

Coleção CIEE-85 (esgotado)A política monetária brasileira e seus reflexos no desenvolvimento do paísJosué Christiano Gomes da Silva

Coleção CIEE-86 (esgotado)Tecnologia, economia e Direito: visão integrada e multissetorialJosé Dion de Melo Teles

Coleção CIEE-87 (esgotado)Brasil: competitividade e mercado globalMarcos Prado Troyjo

Coleção CIEE-88 (esgotado)A arte de empreender: o respeito aos limites do ser humanoEduardo Bom Angelo

Coleção CIEE-89 (esgotado)A educação brasileira e a contribuição das entidades de filantropiaRoberto Teixeira da Costa

Coleção CIEE-90 (esgotado)A situação atual da educação brasileiraPaulo Tafner

Coleção CIEE-91 (esgotado)O desenvolvimento das economias japonesa e asiáticaYuji Watanabe

Coleção CIEE-92 (esgotado)A contribuição da embraer no desenvolvimento da indústria aeronáutica brasileira Luís Carlos Affonso

Coleção CIEE-93 (esgotado)A nova fase da crise brasileiraOliveiros da Silva Ferreira

Coleção CIEE-94 (esgotado)Inventário da educação brasileira e recomendações para seu aperfeiçoamentoSeminário

Coleção CIEE-95 (esgotado)Negociações agrícolas internacionaisMarcos Sawaya Jank

Coleção CIEE-96 (esgotado)Um século de sindicalismo no BrasilAlmir Pazzianotto

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Coleção CIEE-97 (esgotado)A atual situação da educação brasileira - medidas para o seu aperfeiçoamentoSamuel de Abreu Pessôa

Coleção CIEE-98 (esgotado)O futuro do abastecimento energético no Brasil e no mundoCarlos Alberto de Almeida Silva e Loureiro

Coleção CIEE-99 (esgotado)Reflexões sobre a conjuntura nacionalGeraldo Alckmin

Coleção CIEE-100 (esgotado)Presença da universidade no desenvolvimento brasileiro: uma perspectiva históricaSimpósio

Coleção CIEE-101 (esgotado)O estabelecimento de um modelo de sustentabilidade ambiental no estado de São PauloXico Graziano

Coleção CIEE-102 (esgotado)O papel dos Tribunais de contas na educação BrasileiraAntônio Roque Citadini

Coleção CIEE-103 (esgotado)Os desafios da administração de uma metrópoleGilberto Kassab

Coleção CIEE-104 (esgotado)A caixa econômica Federal e suas atividades no paísCarlos Gomes Sampaio de Freitas

Coleção CIEE-105 (esgotado)A ética no Brasil: a cabeça dos brasileirosAlberto Carlos Almeida

Coleção CIEE-106 (esgotado)A necessidade dos seguros para o desenvolvimento sustentável brasileiroLuiz Carlos Trabuco Cappi

Coleção CIEE-107 (esgotado)O mercado de trabalho paulistae a capacitação profissionalGuilherme Afif Domingos

Coleção CIEE-108 (esgotado)O papel do Ministério Público em relação a entidades do Terceiro Setor: filantrópicas e de assistência SocialAirton Grazzioli

Coleção CIEE-109 (esgotado)Olhando para o Brasil do futuro: perspectivas e debatesEmílio Odebrecht

Coleção CIEE-110 (esgotado)Para melhor entender nosso País de hoje e de amanhãCarlos Alberto Sardenberg

Coleção CIEE-111A defesa nacional e a situação atual das forças armadas brasileirasGeneral Alberto Mendes Cardoso

Coleção CIEE-112células-tronco: O que poderão representar?Mayana Zatz

Coleção CIEE-113 Perspectivas do setor de habitaçãoJoão Crestana

Coleção CIEE-114Aquecimento global e sustentabilidade Carlos Alberto de Mendes Thame

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Aquecimento global e sustentabilidadeAntonio carlos de Mendes Thame

Textos e debates extraídos da palestra proferida em 24/09/2009, no auditório ernesto Igel e

Mario Amato do cIee, em São Paulo/SP.

Planejamento e produção editorialPIXYS comunicação Integrada

coordenação editorialRenato Avanzi

capaMarcelo Matsumoto

Foto capaBanco PIXYS

Diagramação e Arteedith M. Schmidt

TaquigrafiaOswaldo chiquetto

ImpressãoFirst Fotolitos e editora Gráfica

editado porCentro de Integração Empresa-Escola - CIEE

Rua Tabapuã, 540 - Itaim BibiSão Paulo/SP - ceP 04533-001

Telefone do estudante: (11) 3046-8211Atendimento às empresas: (11) 3046-8222

Atendimento às Instituições de ensino: (11) 3040-4533Fax: (11) 3040-9955

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Permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte.

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CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO(Mandato de 16/4/2009 a 15/4/2012)

PresidenteRuy Martins Altenfelder Silva

Vice-PresidentesAntonio Penteado MendonçaAntonio Jacinto caleiro PalmaWálter Fanganiello Maierovitch

ConselheirosHermann Heinemann WeverJosé Augusto MinarelliOrlando de Almeida Filho

FUNDADORES

Aloysio Gonçalves Martinsclóvis DutraGeraldo Francisco ZivianiJosé Franklin Veras ViégasMario AmatoPaulo egydio MartinsTérbio de Mattos

PRESIDENTE EXECUTIVO

Luiz Gonzaga Bertelli

Adhemar césar RibeiroAna Maria Vilela IgelAntoninho Marmo TrevisanAntonio Garbelini Júniorcarlos eduardo Moreira FerreiraÉlcio Aníbal de LuccaFlávio Fava de MoraesGaudêncio TorquatoGesner de OliveiraIvette Senise FerreiraJoão Guilherme Sabino OmettoJoão Monteiro de Barros NetoJoaquim Pedro Villaça de Souza campos

CONSELHO CONSULTIVO

CONSELHO FISCAL

Titularescésar Gomes de MelloHumberto casagrande NetoNorton Glabes Labes

PRESIDENTES EMÉRITOS

Alex PeriscinotoAntonio Jacinto caleiro PalmaHerbert Victor Levy FilhoJoão Baptista Figueiredo Júnior

MEMBROS HONORÁRIOS

Adib JateneAmauri Mascaro NascimentoAntonio candido de Mello e SouzaAntônio Hélio Guerra Vieiraclarice MesserDorival Antônio Bianchiedevaldo Alves da Silvaevanildo BecharaGuilherme Quintanilha de AlmeidaIves Gandra da Silva MartinsJarbas Miguel de Albuquerque MaranhãoJoão Geraldo Giraldes Zocchio

José VicenteLiz coli cabral NogueiraMarcos TroyjoMauro chavesNey PradoOzires SilvaRicardo MelantonioRogério AmatoSebastião MisiaraTácito Barbosa coelho Monteiro FilhoWander SoaresWilson João ZampieriYvonne capuano

SuplentesLuiz eduardo Reis de MagalhãesRoberto cintra LeiteSidney Storch Dutra

João Monteiro de Barros FilhoJosé Feliciano de carvalhoJosé PastoreLaudo NatelLeonardo PlacucciLuiz Augusto Garaldi de AlmeidaNelson AlvesNelson Vieira BarreiraPaulo emílio VanzoliniPaulo Nogueira NetoRuy Mesquita

Júlio césar de MesquitaLaerte Setúbal FilhoPaulo Nathanael Pereira de SouzaPedro Luiz de Toledo Piza

MEMBROS BENEMÉRITOS

Antonio ermírio de Moraes Lázaro de Mello Brandão

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ESTAGIÁRIOS e APRENDIZES

Da carteira da escola paraa carteira de trabalho.

O Aprendiz Legal é um programa voltado à preparação de jovens para o mundo do

trabalho. Referência nacional em estágios, com 10 milhões de bolsas-auxílio concedidas

aos estudantes, nos seus 46 anos de fundação, o CIEE utiliza sua experiência também para

auxiliar as empresas ao cumprimento da Lei de Aprendizagem (10.097/2000).

Sede: Rua Tabapuã, 540 – Itaim BibiSão Paulo – SP – CEP 04533-001

Atendimento às Empresas

(11) 3046-8222 www.ciee.org.br

Tire suas dúvidas sobre a Lei de Aprendizagem

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CM

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CIEE1209-0225_AnAprendiz150x210.pdf 2/10/10 11:47:01 AM

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Esta obra, que resulta de uma palestra extremamente pro-veitosa ministrada pelo deputado do PSDB, antonio Carlos de Mendes thame, destaca uma temática polêmica e fun-damental para a atualidade, que só começou a ser discutida nos últimos 50 anos: a questão ambiental.

O assunto tratado por Mendes Thame tem fundamental importância no cenário mundial. Afinal, os últimos dados apresentados por organismos internacionais revelam que o planeta apresenta sinais claros de exaustão, devido ao uso inadequado dos recursos naturais e da destruição de ecossis-temas, tornando-se urgente a união global em torno de so-luções que amenizem os efeitos negativos desse desrespeito histórico do homem com o meio ambiente.

Nesse sentido, Mendes Thame apresenta a situação atual do debate a respeito de questões ambientais no âmbito dos organismos mundiais, bem como revela os principais desa-fios a serem encarados por todos os países para garantir a sustentabilidade do planeta, por meio do desenvolvimento, principalmente, de novas fontes energéticas limpas.