Apresentação SIICUSP

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ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA DO MUNICÍPIO DE CARAGUATATUBA SP, NO PERÍODO DE 2007 A 2011. Denise Dias dos Santos¹, Emerson Galvani² ¹ Graduanda em Geografia, FFLCH/USP, bolsista de iniciação científica PIBIC/CNPq (2012/2013). Email: [email protected] ² Professor Doutor do Departamento de Geografia, FFLCH/USP. Email: [email protected]

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SIICUSP 2013

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ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA DO

MUNICÍPIO DE CARAGUATATUBA – SP, NO

PERÍODO DE 2007 A 2011.

Denise Dias dos Santos¹, Emerson Galvani²

¹ Graduanda em Geografia, FFLCH/USP, bolsista de iniciação científica PIBIC/CNPq (2012/2013).

Email: [email protected]

² Professor Doutor do Departamento de Geografia, FFLCH/USP.

Email: [email protected]

Introdução

Os processos atmosféricos exercem grande influência na gênese no meio ambiente, principalmente na formação e manutenção das formas de relevo, origem dos cursos d’água e desenvolvimento dos solos e da vegetação.

Em regiões tropicais, por exemplo, o atributo climático de maior relevância é a precipitação, que podem definir os períodos de secas e de chuvas (GALVANI et al., 1998, p.531).

Objetivo

Para o desenvolvimento desta pesquisa, é fundamental compreender a importância do efeito orográfico na gênese do clima do litoral norte paulista, que influencia na chegada e deslocamento de umidade e massas de ar que definem o tipo de tempo do local.

O presente trabalho busca verificar a ocorrência horária e sazonal das precipitações no município, no período de 2007 a 2011, utilizando como base os dados fornecidos pelo Sistema Nacional de Dados Ambientais (SINDA/INPE).

Área de Estudo

Caraguatatuba, localizado no Litoral Norte

paulista, possui um regime de chuvas

peculiar influenciado pela sua latitude, alta

umidade provocada pelo oceano e pelo

efeito orográfico característico do relevo

local. A intensidade das precipitações podem

variar de acordo com os dias, as horas e a

sazonalidade.

Figura 1: Mapa de localização do município de Caraguatatuba no estado de São Paulo.

Métodos e Procedimentos Dados diários da Plataforma de Coleta de Dados (PCD) fornecidos pelo Sistema Nacional de Dados Ambientais (SINDA), órgão de responsabilidade do INPE (Instituto nacional de Pesquisas Espaciais), compreendidos entre janeiro de 2007 e dezembro de 2011; os valores correspondem ao valor acumulado de precipitação (em mm) a cada três horas.

A estação meteorológica automática (EMA) está localizada na latitude 23°69’ S e longitude 45°42’ W, em uma altitude de 3 metros acima do nível do mar, no bairro Porto Novo.

Foram determinados também intervalos de classes para a frequência das precipitações na série histórica estudada. A partir destes resultados, os eventos considerados extremos (cujos valores extrapolam as frequências obtidas) foram analisados a parte.

Figura 2: PCD 32521 - Caraguatatuba, localizada no bairro do Porto Novo:

pluviômetro utilizado para coleta da precipitação acumulada (A) e demais

equipamentos da EMA (B). ). Azimutes 340° (Noroeste), 350° (Noroeste),

respectivamente. Fotos: Denise Dias dos Santos, 30/06/2013.

A B

Resultados e Discussão Verão: as chuvas concentram-se no final da tarde, a partir das

15 horas, aumentando gradativamente durante a noite e diminuindo no início da madrugada;

Outono: as maiores porcentagens de precipitação ocorrem no intervalo das 18h01min, há uma leve redução depois das 21h e aumenta pela madrugada, quando há nova redução no decorrer da madrugada e pela manhã;

Inverno: os valores percentuais de chuva no inverno pela manhã são inversos aos valores anuais;

Primavera: as chuvas são melhores distribuídas ao longo do dia, sendo que os maiores valores (16,74%) ocorrem entre às 18h01min até às 20h59min, levemente abaixo do valor percentual anual (SANTOS, GALVANI, 2013, p.15 a 17).

Figuras 3 e 4: Distribuição percentual da chuva acumulada a cada três horas

durante o período (2007 a 2011) e distribuição da chuva acumulada a cada três

horas durante o verão, outono, inverno, primavera. Fonte: Sinda, 2013. Org:

Santos, 2013.

As precipitações no intervalo de 10,0 a

30,0 mm foram as mais frequentes em

todos os meses e são mais evidentes em

janeiro, fevereiro e dezembro.

Acima dos 50,0 mm, os eventos podem

ser caracterizados como “extremos”, pois

ocorrem com menor frequência e são

definidos por maior volume precipitado.

Figura 5: Frequência das precipitações no período 2007-2011. Fonte: Sinda, 2013.

Org: Santos, 2013.

Evento do dia 11 de fevereiro de 2007

Neste período do ano (verão), é comum as chuvas serem condicionadas à atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), fenômeno atmosférico caracterizado pela alta umidade que vai desde a Amazônia até o Sudeste, formado um corredor de nuvens, causando alta precipitação nesta área.

Segundo o boletim Climanálise (CPTEC/INPE), “as chuvas (do mês de fevereiro, no Sudeste) estiveram associadas principalmente aos episódios de ZCAS e aos vórtices ciclônicos em altos níveis que se configuraram sobre o leste da Região e áreas oceânicas adjacentes”. O segundo sistema frontal que atuou no Brasil neste mês foi o responsável pelo evento do dia 11 de fevereiro em Caraguatatuba, contabilizando 102,5 mm de chuva, e proporcionou o desenvolvimento do segundo evento de ZCAS do mês.

Figura 6: Imagens do satélite Goes 12 da América do Sul para o dia 11/02/2007, 1200Z e

2300Z (9h00 e 20h00 no horário de Brasília, respectivamente). Fonte: DSA/INPE.

Conclusões

As precipitações em Caraguatatuba ocorrem com maior predominância durante os meses de verão e primavera (64,43%), enquanto nos meses de inverno e outono foram registrados 35,57% das precipitações.

Na primavera há uma melhor distribuição das chuvas ao longo do dia, consequência da instabilidade atmosférica e da aproximação da estação mais chuvosa (verão).

No outono, a ocorrência de chuvas é condicionada pelo avanço dos sistemas frontais e o volume das precipitações é relacionado à intensidade e a trajetória destes sistemas (BORSATO & SOUZA FILHO, 2008).

Os eventos ocorridos nos verões do período estudado foram influenciados pela Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e, em alguns casos, em conjunto com sistemas frontais;

Contudo, a umidade oferecida pelo oceano em conjunto com o relevo (que proporcionam o efeito orográfico), não permitem que o município tenha uma estação totalmente seca. Mesmo com a ausência atuação de sistemas frontais relevantes, há registros de precipitação durante o outono e também no inverno.

Referências Bibliográficas

BORSATO, V. A. ; SOUZA FILHO, E. E. . A Dinâmica Atmosférica na vertente oriental da

bacia do alto rio Paraná e a gênese das chuvas. Acta Scientiarum. Technology, v. 30, p.

221-229, 2008.

GALVANI, E. ; PEREIRA, A. R. ; KLOSOWSKI, E. S.. Relações entre o Índice de Oscilação

Sul (IOS) e o total mensal de chuva em Maringá-PR.. Acta Scientiarum (UEM) (Cessou em

2002), Maringá-Pr, v. 20, n.4, p. 531-535, 1998.

SANTOS, D. D. ; GALVANI, E. . Análise da Ocorrência Sazonal e Horária das

Precipitações no Município de Caraguatatuba, SP. XV Simpósio Brasileiro de Geografia

Física Aplicada, 2013, Vitória, ES. Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo - UFES,

2013. v. 15. p. 10-18.

Boletim Climanálise (CPTEC/INPE). Boletim de Monitoramento e Análise Climática.

Disponível em: < http://climanalise.cptec.inpe.br/~rclimanl/boletim/index0112.shtml>. Acesso

em 27 de julho de 2013.

SISTEMA NACIONAL DE DADOS AMBIENTAIS (SINDA). Plataforma de Coleta de Dados.

Disponível em: <http://sinda.crn2.inpe.br/PCD/>. Acesso em: 04 de janeiro de 2013.