Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 101-102

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transparente = tecido [nas janelas], cortina

matizar = colorir, graduar, realçar | apalaçado = como palácio | estucado = coberto com estuque azafamado = com azáfama; apressado

cobre = moeda | lívido = pálido | semblante = rosto

injetado = corado pelo afluxo de sangue

fragrante = cheiroso | feto = planta pteridófita

joeirar = passar por peneira | incensar = elogiar gigo = cabaz; ramo de árvore com frutos

emanação = emissão de partículas voláteis; exalação

frugal = simples; relativo a frutos; moderado

abóbora-carneira = colondro

Quando, a caminho do emprego, passava num bairro burguês, o poeta ficou a observar uma vendedeira de fruta, jovem e pobre. Os legumes que a rapariga traz levam-no a estabelecer analogias com partes do corpo humano (não sem conteúdo quase carnal). Estava ele nestes sonhos, quando a rapariga lhe pediu ajuda. O poeta ajudou-a a erguer a carga, ela agradeceu-lho («Deus lhe dê saúde»), o que, com a energia que dela emanava, revigorou o nosso poeta.

a. O uso do presente do indicativo nas duas primeiras estrofes [«matizam», «estancam-se», «fere», «repousam», «reluzem» (mas não: «abriram-se»)]

4. contribui para a apresentação de situações estativas [= situações não dinâmicas, que não conduzem a uma mudança de estado e que são intrinsecamente durativas: «Ele é simpático»; «Ela mora naquela rua»?; «Ele gosta de bolos»; «Ela sabe inglês»]

b. A utilização dos diminutivos «pequenina», «bracinhos», «enfezadita», «parvalhona»

2. concorre para a caracterização física da regateira, aproximando-a afetivamente do sujeito poético.

c. O uso do gerúndio em «ajoelhando» e «vergando»

1. confere às ações referidas uma ideia de frequência e de prolongamento temporal [cfr. aspeto imperfetivo e durativo]

d. O recurso ao mais-que-perfeito na décima terceira estrofe [como vendera a sua fresca alface e dera o ramo de hortelã»]

5. permite referir ações anteriores às narradas na mesma estrofe.

e. A utilização do discurso direto [«Se te convém, despacha; não converses. Eu não dou mais»; «Não passa mais ninguém!... Se me ajudassse?!...»; «Muito obrigado! Deus lhe dê saúde!»]

3. contribui para a verosimilhança das ações relatadas.

6. As palavras da regateira «Não passa mais ninguém!... Se me ajudasse?!» configuram um ato ilocutório

c. diretivo.

9.1

modificador do grupo verbal

E recebi, naquela despedida, as forças, a alegria, a plenitude, que brotam dum excesso de virtude, ou duma digestão desconhecida.

[Que fiz naquela despedida? Recebi as forças, a alegria...]

9.2

E [eu] recebi

sujeito nulo subentendido

9.3

E recebi, naquela despedida, as forças, a alegria, a plenitude, que brotam dum excesso de virtude, ou duma digestão desconhecida.

Oração subordinada adjetiva relativa explicativa (ou restritiva [vírgulas oitocentistas não são de fiar])

Observação de uma mulher fisicamente frágil, trabalhadora e do povo, que se reflete no estado anímico do sujeito poético (cfr. «Contrariedades»).

Deambulação (sujeito poético vai observando em andamento). Narratividade.

Referência à doença (neste caso, também a do «eu»).

Regularidade formal (decassílabos, quintilhas, a-b-a-a-b)

vs.

Léxico abrangente e inovador

Notação das cores e de sensações diversas.

Sensualismo (cfr. «De tarde»).

Observação de um momento do quotidiano.

Espaço da cidade mas com elementos que sugerem campo.

Escreve o comentário pedido no ponto 1 [oralidade] da p. 296.

Nos poemas de Cesário Verde que já conhecemos — … —, ora cidade ora campo parecem ser o ponto de partida para as observações do sujeito poético: …

…No entanto, o outro pólo está quase

sempre presente, ainda que, como refere David Mourão-Ferreira, … Com efeito, ……

TPC — Redige comentário pedido em 1/oralidade, na p. 296.