Apresentação - Luxação do Tornozelo (inclui notas)

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Apresentação de um trabalho para a unidade curricular de Anatomia e Histologia.

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Vulgarmente, confunde-se luxação com entorse. A entorse corresponde à rotura deligamentos ao contrário da luxação que ocorre quando há um deslocamentorepentino e duradouro das extremidades ósseas de uma articulação, uma em relaçãoà outra. A luxação é um pouco mais grave que uma entorse e geralmente as entorsesestão presentes aquando das luxações. Surge quando uma força actua na articulação,empurrando um dos ossos para uma posição anormal.Normalmente é acompanhada por uma dor intensa, aumento de volume,alongamento e encurtamento, deformidade e impotência funcional por vezesassociada a fractura. É necessária a recolocação da articulação no local e eventualtratamento fisioterapêutico posterior.

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Algumas articulações são particularmente susceptíveis a sofrer luxações sobretudodevido à falta de suporte dos ligamentos, à forma da superfície articular e à falta desuporte muscular adequado.As luxações mais comuns são: do pulso, do cotovelo, do tornozelo, do ombro, dojoelho e a da articulação temporomandibular.No entanto debruçarmo-nos-emos especificamente sobre a luxação do tornozelo.

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Em relação a este tipo de problema, os ossos envolvidos são: a tíbia, o perónio, oastrágalo e o calcâneo, que podem sofrer deslocamento uns em relação aos outros.A tíbia está localizada no plano anterolateral da perna, articulando-se proximalmentecom o fémur e o perónio e distalmente com o perónio e o astrágalo.A zona distal da tíbia é composta pelo maléolo medial, pela superfície articular domaléolo – face lateral do maléolo medial voltada para o astrágalo –, superfíciearticular inferior – superfície de articulação localizada de frente para o astrágalo –,incisura fibular – depressão na superfície lateral da extremidade distal que articulacom o perónio – e pelo sulco maleolar – onde passa o tendão do músculo tibialposterior.O perónio situa-se posterolateralmente à tíbia. Enquanto que a tíbia suporta o pesodo corpo, este serve para a fixação dos músculos. Articula-se com a tíbia e com oastrágalo.Apresenta distalmente o maléolo lateral, a superfície articular do maléolo e a fossamaleolar lateral – depressão que fixa o ligamento talofibular posterior.

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A força que actua para o surgimento de uma luxação afecta ou a articulação astrágalo-cruralou a sub-talar.No astrágalo podemos encontrar em vista lateral: na face anterior está a cabeça do osso e asuperfície articular com o navicular; no corpo do osso estão localizados a face articular com aextremidade distal da tíbia e a superfície articular com o maléolo medial; na face posteriorencontra-se o sulco para a inserção do músculo flexor longo do hálux e os tubérculos mediale lateral do astrágalo.Em vista inferior temos: na parte posterior de novo o sulco para a inserção do músculo flexorlongo do hálux e a superfície calcaneal posterior; na parte intermédia podemos observar ocolo do astrágalo e a superfície calcaneal média; na parte anterior existe a superfíciecalcaneal anterior e superfície articular com o navicular.Quanto ao calcâneo, em vista superior: na parte posterior temos a parte medial da superfícieposterior onde se insere o tendão calcaneal e a parte superior da superfície posterior; nazona intermédia tem a superfície articular com a parte posterior do astrágalo e na partemedial o sustentáculo do astrágalo, o sulco calcaneal e a superfície articular com a parteintermédia do astrágalo; na zona anterior existe a superfície articular com a parte anterior doastrágalo.Em vista inferior: na parte posterior temos a tuberosidade calcaneal ou parte inferior dasuperfície posterior, as apófises lateral e medial nas faces lateral e medial respectivamente ea chanfradura ao centro; na parte anterior estão localizados o tubérculo calcaneal, o sulcopara inserção do tendão do músculo flexor longo do hálux e a superfície articular com o ossocuboide.Na vista lateral podemos observar: na parte intermédia a ligação com a partecalcaneoperoneal do ligamento lateral colateral da articulação do tornozelo, a trócleaperoneal, a superfície articular com a parte posterior do astrágalo e o sulco calcaneal; naparte anterior as superfícies articulares com as partes anterior e média do astrágalo.Estes ossos estão articulados entre si e este conjunto quando articula com a extremidadedistal da tíbia e do perónio forma então a articulação talocrural (astrágalocrural) ouarticulação do tornozelo.

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Existem inúmeras articulações no tornozelo, mas apenas três apresentam um papel importante nafunção biomecânica, são elas: A articulação astrágalo-crural, a subtalar e tíbioperonial distal.A articulação tíbioperonial distal encontra-se proximalmente à articulação do tornozelo, na porçãodistal do perónio e da tíbia, sendo uma importante articulação.Das três articulações referidas as mais afectadas em caso de luxação no tornozelo são a astrágalo-crural e subtalar, desse modo a sua morfologia, será de seguida, mais aprofundada.A articulação astrágalo-crural é formada quando a extremidade distal da tíbia e o seu maléolo medialse articulam com o astrágalo, e o maléolo lateral do perónio articula-se com o astrágalo.A articulação subtalar estabelece ligação entre o astrágalo e o calcâneo.Como articulações sinuviais que são, estas encontram-se revestidas por uma cápsula articular

composta por tecido denso regular. Cada cápsula contém um líquido sinovial lubrificante contido nointerior da cavidade articular. Este líquido é secretado por uma membrana sinovial fina que reveste acápsula articular por dentro, é rico em ácido hialurónico e albumina, contendo também célulasfagocíticas que limpam os resíduos de tecidos que resultam do desgaste das cartilagens articulares(camada fina de cartilagem hialina que reveste os ossos que se articulam numa articulação sinovial).Este tipo de articulações é auxiliado por ligamentos, sendo estes constituídos por tecido conjuntivodenso regular formando cordões flexíveis que conectam com os ossos que se articulam, dando-lhessuporte. Estes ligamentos tanto podem estar localizados dentro da cavidade articular como no lado defora da cápsula.Na articulação astrágalo-crural, a cápsula articular envolve as articulações dos três ossos, e quatroligamentos sustentam a articulação do tornozelo do lado externo da cápsula: O forte ligamentodeltóide (5) que se liga à tíbia, e o ligamento colateral lateral constituído pelo ligamentoastrágaloperonial anterior (2), o ligamento astrágaloperonial posterior (1) e o ligamentocalcaneoperonial (3) que está associado com o perónio.No caso da articulação subtalar, os ligamentos que a sustentam são o ligamento astrágalocalcaneanomedial (6), o ligamento astrágalocalcaneano posterior (7) e o ligamento astrágalocalcaneano lateral (4)(ligamento que une a tróclea do astrágalo à parte lateral do calcâneo).As articulações sinoviais são classificadas em 6 categorias principais, tendo por base as suas estruturase os movimentos que permitem. As seis categorias são: plana, gínglimo ou dobradiça (trocleartrose),pivô (trocartrose), elíptica (condilartrose), em sela (epifiartrose) e em esfera (enartrose).

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No caso específico das duas articulações que se estão abordar, estas são classificadasem articulações gínglimo, tipo mais comum das articulações sinoviais. Este tipo dearticulação caracteriza-se por ser monoaxial (tal como a dobradiça de uma porta)permitindo apenas movimentos num único plano. A superfície de um osso é semprecôncava e a outra convexa (Nota: Não confundir com articulação esferóide, nestecaso são formadas pela articulação de uma superfície convexa arredondada de umosso com uma cavidade em forma de cálice e outro osso, sendo uma articulaçãomultiaxial).

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Sendo a articulação do tornozelo (astrágalo- crural) uma articulação Monoaxial, poisnesta articulação o movimento ocorre apenas num eixo, os tipos de movimentoenvolvidos são:Dorsiflexão- movimento no qual o dorso do pé é voltado para a cabeça. Os músculosenvolvidos neste movimento são o tibial anterior e o extensor longo dos dedos. Aamplitude de movimento é de 0 - 20º.Flexão Plantar - movimento pelo qual a planta do pé é voltada para o chão. Osmúsculos envolvidos neste movimento são o gastrocnémio e o sóleo e a amplitudede movimento é de 0 - 50º.Qualquer uma das amplitudes de movimento podem ser variáveis quandosubmetidas a factores como treino físico de flexibilidade.A articulação subtalar contribui muito pouco neste tipo de movimento.

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Como os termos usados para descrever movimentos generalizados à volta de eixos não seaplicam para movimentos em certas articulações e zonas do corpo, outros termos terão deser obrigatoriamente utilizados. É o exemplo dos movimentos de eversão e inversão do péEversão - movimento no qual se vira a planta do pé para a parte lateral da perna. Osmúsculos envolvidos são o extensor longo dos dedos e os fibulares longo e curto.Inversão - movimento no qual se vira a planta do pé para a perna ou medialmente. Osmúsculos envolvidos são o tibial anterior e posterior.Neste caso é a articulação subtalar que trabalha maioritariamente para que este tipo demovimento aconteça.O tornozelo é a articulação principal mais frequentemente lesada no corpo.Uma luxação do tornozelo é quase sempre uma lesão em inversão, que envolve a torção dopé que sustenta o peso. A pessoa pisa uma superfície irregular e o pé é energicamenteinvertido. Podem então ocorrer distensões do ligamento colateral lateral que é comum emdesportos em que é frequente saltar e correr e isto acontece porque o ligamento colaterallateral é muito mais fraco que o ligamento colateral medial, muitas fibras do ligamentoastrágaloperoneal anterior são dilaceradas parcial ou completamente resultando eminstabilidade da articulação talocrural assim como no ligamento calcaneoperoneal. Emluxações graves, o maléolo lateral do perónio pode ser fracturado.A fractura por luxação da articulção talocrural (em eversão) , fractura de Pott, ocorre quandoo pé é energicamente evertido, o que traciona o ligamento colateral medial extremamenteforte podendo arrancar o maléolo medial. O astrágalo move-se então lateralmentearrancando o malélo lateral ou, mais comummente, fracturando o perónio acima daarticulação tibioperoneal inferior.

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