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Apresentação: Débora Matias-R3 UTI Pediátrica-HRAS/HMIB Coordenação: Marília Aires Unidade de Neonatologia do HRAS/HMIB/SES/DF www.paulomargotto.com.br Brasília, 6 de julho de 2014

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Apresentação: Débora Matias-R3 UTI Pediátrica-HRAS/HMIBCoordenação: Marília Aires

Unidade de Neonatologia do HRAS/HMIB/SES/DFwww.paulomargotto.com.br Brasília, 6 de julho de 2014

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Introdução

Prematuros, principalmente os com muito baixo peso (MBP) ao nascer (<1.500 g), têm alto risco para apresentar déficit no desenvolvimento neurológico1,2.

Têm taxas de sobrevivência favoráveis : 75-85%

Índices de paralisia cerebral (PC) e comprometimento cognitivo: 5-20% e 25-40%, respectivamente.

A enterocolite necrosante (ENC) e infarto hemorrágico periventricular (IHPV), referido por outros autores como hemorragia intraventricular grau IV, geram péssimos resultados em RN MBP.

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Introdução O IHPV é primeiramente diagnosticado pelo

ultrassom transfontanelar (USTF), com lesão da substância branca periventricular3.

A incidência tem diminuído ao longo da última década e se estabilizou entre 6 e 11% para prematuros de extremo baixo peso ao nascer (<1000 g), e entre 1 e 4% para RN entre 1.000 e 1.500 g4,5.

Prematuros com IHPV tem uma menor taxa de sobrevivência bem como o aumento da incidência do PC (72%) e déficit cognitivo (55%)6.

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Introdução

A ECN é associada com déficit no neurodesenvolvimento em recém-nascido (RN) de MBP e a incidência de ECN varia de 7% em RN de MBP a 10% em recém-nascidos de extremo baixo peso.

ECN severa ou tratada com cirurgia representam 30-50% dos casos e se associam com atas taxas de mortalidade (60%)7-10.

Dos RN prematuros com história de ECN que sobrevivem, as taxas de PC e déficit cognitivo são 15-30% e 37-44%, respectivamente 7,11.

A patogênese da ECN e IHPV é complexa12-14. Devido à sobreposição no desenvolvimento de IHPV e ENC, e as suas associações independentes com déficit no neurodesenvolvimento em RN de MBP, buscou-se então explorar associações entre as duas condições. Como objetivo secundário, buscou-se avaliar a influência da ENC no desenvolvimento neurológico das crianças que também evoluíram com IHPV.

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Métodos

Estudo retrospectivo multicêntrico de crianças internadas em 3 Unidades de UTIN na Carolina do Norte, EUA (University of North Carolina Hospitals, Duke University Medical Center and WakeMed Hospital), entre janeiro de 1998 e dezembro de 2004.

Incluídos: RN pela triagem das bases de dados hospitalares para o diagnóstico de hemoragia intraventricular (HIV) grau IV e um peso de nascimento < 1.500 g.

Excluídos: infecções virais congênitas, malformações cardíacas congênitas, doenças genética, malformações cerebrais estruturais e doenças metabólicas, bem como RN admitidos de outro serviço apenas transferidos para a colocação de derivação ventrículo-peritoneal.

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Métodos Dados: idade e raça materna, nascimento em um

centro de atendimento terciário, duração da gestação, esteróides pré-natal, tipo de parto, descolamento e corioamnionite

A idade gestacional foi determinada por ultras-sonografia e dados obstétricos e as discrepâncias foram resolvidas pelo exame neurofísico pós-natal.

Dados adicionais coletados: peso ao nascimento, perímetro cefálico e índice de Apgar atribuído em cinco minutos, cultura comprovando septicemia ou meningite (em qualquer momento durante o período de internação); retinopatia da prematuridade requer cirurgia laser; indometacina antes do diagnóstico da ECN ; ligadura cirúrgica da persistência do canal arterial (PCA); tratamento com hidrocortisona (acima de 12,5 mg / m2), e tratamento com vasopressores antes do diagnóstico da ECN.

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Métodos Definido ENC utilizando critérios modificados do

estágio IIA de Bell15 ou superior. Se pneumoperitônio, confirmação do diagnóstico da ENC foi feita através da revisão cirúrgica e registros patológicos para descartar perfuração intestinal espontânea isolada.

ENC grave: exigiu laparotomia ou colocação de dreno, conforme determinado pela equipe cirúrgica.

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Métodos

Paciente com diagnóstico pelo USTF de leucomalácia periventricular bilateral (LPV), mas sem apresentar HIV grau IV no início foi excluído do estudo.

A radiologia pediátrica em cada centro médico determinou a lateralidade do IHPV.

Sobrevivência e dados de acompanhamento foram determinados entre 18 e 36 meses de idade corrigida16.

O neurodesenvolvimento foi avaliado por meio das Escalas Bayley de Desenvolvimento Infantil, segunda edição (BSID-II) dos índices motor e psicomotor (índice de desenvolvimento físico, PDI, e índice de desenvolvimento mental, MDI).

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Métodos

PC foi diagnosticada depois dos 2 anos de idade por um exame neurológico neonatal no acompanhamento ou em clínicas de reabilitação.

A gravidade da PC foi atribuída pelo uso da Gross Motor Function Classification Scales (GMFCS)17.

PC leve: pontuação GMFCS de 1-2, PC moderado: 3-4 e PC grave : 5.

Deficiência visual foi definida como deficiência visual cortical bilateral permanente ou perda de campo da visão.

A deficiência auditiva foi definida como surdez requerendo aparelhos auditivos ou implantes cocleares bilaterais.

Déficit no neurodesenvolvimento foi definido como a presença de MDI ou de PDI < 70 ou PC moderada a grave.

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Análise Estatística

Para as análises descritivas foram utilizadas a mediana, e amplitude interquartil para variáveis contínuas (DISTRIBUIÇÃO ASSIMÉTRICA) e porcentagens para variáveis categóricas.

Para ajudar a identificar covariáveis que poderiam ser variáveis de confusão, foi utilizado o teste de Wilcoxon e teste quiquadrado de Pearson

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Análise Estatística

Foi descrito o tempo de diagnóstico de ENC, tempo de diagnóstico IHPV e se um desses diagnósticos ocorreram mais precocemente do que o outro.

Um dos objetivos específicos foi determinar se os diagnósticos de ENC tiveram associação com os resultados do desenvolvimento neurológico.

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Análise Estatística

Foi utilizado o teste do quiquadrado para avaliar se a ECN foi associado com retinopatia da prematuridade que necessitou de cirurgia laser, PC, déficit no neurodesenvolvimento, e sepse, e 0 teste de Wilcoxon FOI utilizado para verificar se o diagnóstico de ECN foi associado com escores BSID-II.

Os autores interessaram-se em estimar como a combinação do diagnóstico de ENC e do tipo de IHPV (unilateral, bilateral) poderia ser utilizada para prever pontuações BSID-II e sobrevivência.

Foi utilizado o modelo de regressão logística para estimar as chances de menores escores BSID devido à NEC e PVHI.

Para determinar se o estágio da ECN e o tipo de PVHI estavam associados com a sobrevivência, utilizamos os riscos proporcionais (hazard ratio) de Cox (Regressão de Cox).

O método de Kaplan-Meier foi usado para traçar as curvas de sobrevivência (os indivíduos foram considerados em situação de risco até a morte ou o dia da alta)

p<0,05: considerado estatisticamente significativo

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Resultados

112 pacientes com diagnóstico de IHPV entraram nos critérios do estudo

35 desenvolveram ECN (tabela 1). Os três centros tiveram taxas de ocorrência da ENC de 23, 28 e

36%. Apenas 2 crianças com a ENC foram diagnosticadas com a ENC

concomitantemente ou após um diagnóstico de IHPV. O USTF não estava disponível para rever em 2 semanas antes do

diagnóstico da ENC em 2 pacientes, o que não possibilitou determinar a sequência real dos eventos.

ENC (clínica ou cirúrgica) foi diagnosticada subsequente a IHPV por uma média de 16,6 dias.

ENC cirúrgica foi diagnosticada mais precocemente do que a ENC clínica e ocorreu mais próximo da data de diagnóstico do IHPV (Fig. 1).

A proporção de crianças com ENC clínica ou cirúrgica que receberam nutrição enteral foi semelhante (71 vs 68%).

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Curva de Kaplan-Meier

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Para estudar a associação entre ENC e VARIÁVEIS BÁSICAS, foram estimadas as chances de ter ENC em função de covariáveis medidas antes do diagnóstico ENC incluindo Apgar, raça, uso de hidrocortisona e tipo de IHPV.

Apenas uso de indometacina e a presença de IHPV bilateral foram associados com um risco aumentado de ECN.

Em modelos ajustados para o tipo de IHPV e uso de indometacina, as chances de posterior de ECN foram aumentadas em 2,8 vezes (IC 95% [1,1; 7,2]) quando a indometacina foi usada, e em 2,4 vezes (IC 95% [1,1,;5,7]), quando o RN apresentava IHPV bilateral.

Sobrevivência da população de crianças com IHPV foi relacionado com a presença de IHPV bilateral, e não com ECN (Tabela 2).

IHPV bilateral , em relação ao unilateral, associou-se com um risco 2,34 vezes maior de morte (IC 95% [1,27, 4,33], p = 0,007).

Não se evidenciou que a presença de ENC clínica ou cirúrgica, quando considerada como um fator único, foi associada a dano ao neurodesenvolvimento (Tabela 3). No entanto, na Figura 2, mostra a avaliação cognitiva dos RN sobreviventes como previsto usando tanto PVHI e ECN.

O significado global do modelo utilizado foi muito alto (p < 0,001), indicando que a combinação da ENC e IHPV está fortemente associada com futuros escores no MDI (índice de desenvolvimento mental) (Figura 3).

RN sem ENC e IHPV unilateral têm as maiores pontuações MDI, enquanto indivíduos com ENC e IHPV bilateral tem a menor pontuação MDI.

Estimou-se que 84% dos indivíduos com ENC e IHPV bilateral, 69% dos indivíduos sem ENC e com IHPV bilateral, 49% dos indivíduos com ENC e IHPV unilateral, e 29% dos indivíduos sem ENC e com IHPV unilateral apresentarão

escore MDI< 70.

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Discussão

A taxa de ENC entre os RN com IHPV (31%) é muito maior do que a taxa entre todos os RN de MBP nos três Centros do estudo (6,4-8%), e excede a de ENC (7%) para RN MBP em grandes estudos epidemiológicos10,18.

Além disso, a proporção de crianças que evoluíram para ENC grave foi maior em comparação com dados epidemiológicos (71% nesse estudo versus 30-50%)19.

O momento em que ENC ocorre após IHPV não foi previamente relatado.

Jen et al20 demonstraram uma associação entre a progressão de IHPV e a ocorrência de ENC, mas não aborda especificamente o momento da ENC em relação ao IHPV.

Um estudo recente realizado por Hall et al21 apoia a hipótese de que a ENC não é um fator predisponente para HIV, mas que possui antecedentes etiológicos comuns.

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Discussão

Além disso, esse estudo demonstra uma associação entre tratamento com indometacina e IHPV bilateral com a ocorrência de ECN.

A relação entre uso de indometacina e ECN tem sido relatada por outros autores22.Assim, os presentes resultados sugerem o papel de uma regulação circulatória alterada no desenvolvimento da ECN, como postula a literatura corrente23,24.

O aumento da taxa de ENC na população do estudo, o aumento da progressão para doença grave que requer intervenção cirúrgica, o sincronismo da ENC e IHPV bem como o risco de associações se encaixam nas teorias atuais da patogênese da ENC.

Estudos publicados apontam para fatores pró-inflamatórios comuns ou fatores genéticos predisponentes para ambas as doenças23-2819 . Em particular, polimorfismos genéticos de mediadores circulatório e do sistema imunológico existem em associação com um aumento da incidência de ECN e IHPV, tais como VEGF29 ou CPS130.

Por outro lado, IHPV pode ser um evento inicial numa cascata inflamatória que predispõe a ENC.

Prematuros grandes hemorragias ou áreas de isquemia ativam cascatas de citocinas radicais livres ativam os receptores Toll-like enfraquece o sistema imune imaturo e a barreira mucosa intestinal ENC33,341.

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Discussão

Embora as consequências da ENC para desenvolvimento neurológico são bem documentadas em estudos anteriores, as contribuições relativas de ENC e IHPV sobre o neurodesenvolvimento são menos claros.

ENC, especialmente a cirúrgico, está associada a função cognitiva inferior e, em geral, taxas mais elevadas de deficiências7,11.35.

No entanto, os dados deste estudo sugerem que em RN com IHPV, a severidade da hemorragia é um fator mais importante de atraso no neurodesenvolvimento que a ocorrência de ENC. Este achado pode ser explicado pelas observações de Shah et al36 que demonstraram que:

Não é a ocorrência de ECN em si que resulta num déficit no neurodesenvolvimento, mas sim a associação de lesão da substância branca.

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Discussão

Em RN com IHPV, a substância branca sofreu um insulto tão grave que uma lesão adicional após ENC é difícil de quantificar.

Limitações do estudo: ser retrospectivo e pequeno tamanho da amostra. Além disso, não se obteve dados socioeconômicos de todos os pacientes o que limita ainda mais a análise dos resultados.

Finalmente, a maioria dos recém-nascidos com IHPV bilateral que desenvolve ENC também vai apresentar déficit no neurodesenvolvimento.

Informações específicas sobre estes resultados é importante ao aconselhar os pais de uma criança que tenha IHPV bilateral associado a ENC37.

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Os resultados do presente estudo mostram que as crianças com IHPV são posteriormente diagnosticadas com ENC mais frequentemente do que outros RN de MBP, especialmente se apresentam IHPV bilateral e foram expostos a indometacina.

IHPV frequentemente precede ENC o que sugere fatores etiológicos comuns.

Enquanto ENC pode ser associada a um pior neurodesenvolvimento, a gravidade do IHPV tem mais influência para o futuro neurológico destas crianças.

É necessário a inclusão desta população de risco em grandes estudos observacionais e terapêuticos, no interesse de elucidar os mecanismos de doença e tratamentos.

Conclusões

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Notas do Editor o site, Dr. Paulo R.

Margotto.Consultem também!

Estudando Juntos!

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Entendendo Curva de Kaplan-Meier, consultem:

Nos estudos de avaliação das taxas de sobrevivência entre pacientes submetidos a certos tratamentos ou a certos procedimentos, o resultado será binário-sobrevivência ou morte do paciente e o objetivo será estimar o intervalo de tempo que os pacientes sobrevivem com tipos específicos de tratamento ou em condições específicas.

Na análise de sobrevivência, a variável dependente (resultado) é sempre o tempo até a ocorrência de determinado evento (já na análise estatística clássica, a variável dependente é a ocorrência de determinado evento, como cura, desenvolvimento da doença, efeito colateral).

Para a determinação de um efeito independente de um fator, temos que realizar uma análise multivariada, que no caso de análise de sobrevida geralmente implica na utilização da Regressão de Cox; é uma técnica estatística que é utilizada para determinar a relação entre sobrevivência e várias variáveis independentes exploratórias; fornece uma estimativa do tratamento sobre a taxa de sobrevivência, após o ajuste da variável exploratória. Esta regressão permite obter resultados ajustados para possíveis variáveis de confusão. Aqui, a odds ratio (OR) é trocada pela hazard ratio (HR).

Estatística computacional: Uso do SPSS - o essencialAutor(es): Paulo R. Margotto

      

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O infarto hemorrágico periventricular (IHP) refere-se à necrose hemorrágica da substância branca periventricular; na grande maioria dos casos, a lesão é assimétrica; em 80% dos casos, está associada a uma grande hemorragia intraventricular, sendo erroneamente descrita como “extensão” da hemorragia intraventricular. O IHP tem sido considerado a mais severa forma de hemorragia na matriz germinativa, tendo sido chamado por outros de hemorragia grau IV. Aproximadamente 15% dos RN com hemorragia intraventricular apresentam IHP e, em metade dos casos, o infarto hemorrágico é extenso, envolvendo a substância branca frontoparietal.

Lesão neurológica isquêmica e hemorrágica do prematuro: patogenia, fatores de risco, diagnóstico e tratamentoAutor(es): Paulo R. Margotto

    

Ocorre devido à obstrução do fluxo sanguíneo na veia terminal do mesmo lado em que ocorreu a hemorragia na matriz germinativa

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Capítulos dos livrosAssistência ao Recém-Nascido

De Risco, 3ª Edição, 2013 e Neurossonografia Neonatal, 2013,

Editados por Paulo R. Margotto

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RN masculino, prematuro (29s + 3d),

peso de 1160g, Apgar 2-5-6, não

chorou ao nascer;

Iniciado VPP com FC aumentando de 60 para 70 bpm; feito 1 dose de adrenalina com FC aumentando para mais de 100 bpm;

RN fez gasping, sem esboço de respiração espontânea; Feito surfactante aos 30 minutos de vida;

RN com TOT encaminhado a UTIN;

Caso Clínico :Infarto hemorrágico periventricular em Recém-nascido de mães com pré-eclâmpsia com diástole zeroAutor(es): Raphael Manollo, Paulo R. Margotto

    

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Eco transfontanelar mostrou infarto hemorrágico

periventricular a direita (aos 3 dias de vida)

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Anatomopatologia

Presente caso clínico

ÓBITO COM 3 DIAS DE VIDA

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Anatomopatologia

Presente caso clínico hemorragia intraventricular a direita com infarto hemorrágico

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Sexo Masculino, peso-720grs, Índice de Apgar de 8/8

Surfactante com 20min de vida.

Evoluiu clínica e hemodinamicamente estável.

Ecografia transfontanelar (ETF) no 1º dia de vida- Hiperecogenicidade bilateral.

4º dia de vida – Instabilidade hemodinâmica , bradicardia mantida, hemorragia pulmonar grave, acidose metabólica e distensão abdominal.

RX- “pulmão branco” bilateral e pneumoperitônio.

ETF no 4º dia - Hemorragia intraventricular grau III bilateral e IHP à direita (Figura 1.A -corte coronal e B-corte sagital).

Caso Clínico: Infarto hemorrágico periventricularAutor(es): Benvinda Morais (Cabo Verde) e Paulo R. Margotto

    

RN faleceu aos 28 dias de vida. A associação significativa do IHPV com a hemorragia pulmonar pode ser explicada por distúrbios intrínsecos da coagulação

e consumo de fatores da coagulação; a hemorragia no cérebro e pulmões pode ocorrer durante a reperfusão de áreas vulneráveis previamente afetadas pela

isquemia, segundo Perlman JM et al

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A terapia com os antibióticos coincide com a colonização inicial gastrintestinal. Sabemos que os pré-termos tem uma microflora intestinal diferente dos RN a termo saudáveis. Há várias evidências da importância da colonização gastrintestinal dos RN pré-termos. A terapia empírica inicial prolongada de antibióticos associa-se a uma incidênciaduas vezes maior de sepse precoce, enterocolite necrosante ou morte e quase 3 vezes a de sepse tardia sozinha. Mais importante ainda: estas associações persistiram após ajuste para a severidade da doença. A antibioticoperapia empírica inicial prolongada pode ser indi-cada para recém-nascidos pré-termo quando a probabilidade de sepse é alta, porém, a ampla utilização prolongada de antibióticos pode prejudicar importantes eventos de transição necessários para a homeostase intestinal.

Antibioticoterapia é conhecida por alterar a colonização do trato gastrintestinal e predispõe ao surgimento de patógenos e organismos resistentes. Os estudos em animais sobre o desenvolvimento intestinal mostraram uma interação anormal entre o epitélio intestinal e o microbioma luminal quando a colonização é interrompida com antibióticos de

Amplo espectro A ativação dos receptores toll-like por bactérias comensais parece ser crítica para a proteção contra lesões do intestino e mortalidade associada.A falta de diversidade de espécies bacterianas e a abundância de espécies Proteobacteria associadas com o uso amplo de antibióticos podem predispor à estimulação inflamatória que pode ajudar a explicar a susceptibilidade dos recém-nascidos prematuros a sepse tardia e a enterocolite necrosante.

Enterocolite necrosanteAutor(es): Martha G. Vieira, Paulo R. Margotto

    

(Capítulo do livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, ESCS,Brasília, 3ª Edição, 2013, Editado por Paulo R. Margotto