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I. IMPORTNCIA DAS PASTAGENS O produto animal que chega at o consumidor na forma de leite, carne, l, couro, etc., provm em grande parte dos animais herbvoros e, dentre estes, a maior proporo representada pelos ruminantes. preciso entender que o produto animal obtido em pastagens o resultado da utilizao da energia solar pelas plantas para formao da biomassa vegetal atravs do processo da fotossntese e da transformao dessa fitomassa em produto animal atravs da ingesto e digesto das plantas consumidas. Especialmente no caso dos ruminantes a presena de bactrias no rmen os capacita a digerir materiais que normalmente no o so pelos monogstricos, da sua importncia como transformadores de alimentos pouco teis na dieta humana, mas que so produzidos na natureza. Isto particularmente importante em locais que no podem, por razes ecolgicas, serem utilizadas para outros propsitos, como por exemplo, a produo de gros e onde a vegetao natural predominantemente herbcea, como o caso das nossas pastagens nativas. Produzir produto animal originrio dos herbvoros torna-se portanto uma atividade altamente especializada, onde necessrio entender no apenas o processo de transformao do pasto em produto animal, mas sobretudo, entender e controlar o processo de crescimento que resulta na produo do pasto. Tambm necessrio saber manejar a densidade de animais por rea de modo a controlar a oferta diria de pasto por animal na quantidade e qualidade necessria para atingir um determinado objetivo de produo de forma sustentvel. O entendimento da complexa interao solo-clima-planta-animal torna-se necessrio ao manejo das pastagens, visando sua adequada utilizao. Um manejo correto constitui-se em prtica preventiva contra a degradao das pastagens, assegurando a manuteno de sua capacidade de suporte, em nveis elevados, atravs dos anos. Entre os vrios fatores envolvidos na produo animal, a alimentao um dos mais importantes, uma vez que concorre com um elevado percentual dos custos no processo produtivo e representa aproximadamente 36% dos custos totais. As pastagens e forragens cortadas representam uma das formas mais econmicas de arraoamento dos ruminantes, podendo contribuir com at 100% dos custos envolvidos na nutrio do rebanho. Boas pastagens eliminam ou reduzem sobremaneira a necessidade de suplementao com concentrados para os animais, principalmente durante a estao de crescimento das forrageiras, que so caros e oneram muito a produo pecuria. Diminuem tambm, a utilizao de mo-de-obra, uma vez que o prprio animal colhe a forragem, no havendo, portanto, necessidade de gastos com essa operao. Uma outra vantagem econmica o fato que o prprio animal devolve pastagem, parte dos nutrientes consumidos, sendo que, uma vaca de 590 kg de peso vivo produziu 21 t de excremento por ano, sendo 25% de urina e 75% de fezes e que cada tonelada de mistura continha 4,3 kg de N, 1,4 kg de cido fosfrico e 3,6 kg de potssio. Outro ponto de importncia econmica, atribudo s pastagens, o fato de se constiturem em excelentes agentes de proteo contra ao deletria das guas e do vento, provocando a eroso das terras, principalmente daquelas de topografia mais acidentada. Sabese que as gramneas tm um importantssimo papel na reteno de gua pelo solo.

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O teor de caroteno ou pr-vitamina A das pastagens maior do que qualquer outro alimento. Esta vitamina necessria a manuteno dos animais, sua produo, conservao do estado sanitrio e reproduo normal. A maioria dos elementos minerais fornecida em quantidade satisfatria aos animais atravs da pastagem. Estes elementos so necessrios nutrio animal, dependendo de certos fatores, existem em maior ou menor quantidade em uma pastagem. Variam com o estado vegetativo da planta, riqueza do solo, clima e espcie vegetal. Forrageiras em estado vegetativo novo, constitudas em sua maior parte por folhas, possuem maior quantidades de minerais que o feno ou mesmo, plantas j amadurecidas, provenientes do mesmo solo. Apesar de se afirmar que as plantas fornecem maior quantidade de elementos minerais do que outros alimentos, casos h em que, em certas regies pastoris, a deficincia dos solos em um ou mais elementos minerais to acentuada que reflete na composio qumica da planta, dando origem a que se manifeste vrias molstias nos animais, diminuindo, consequentemente, sua capacidade produtiva. II. HISTRICO DAS PASTAGENS-

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primeiros registros sobre pastagens : Velho Testamento; 50 anos depois de Cristo Columela descreveu o cultivo de forrageiras para fenao em Roma; no sculo XVI na Inglaterra primeiro cultivo tcnico de forrageira: Lolium perene (Riegrass); No sculo XVII na Inglaterra (1613( - primeira introduo de leguminosas no pasto; Lei Farming criada na Inglaterra (1730) para rotao de pastagens; Primeiro experimento com pastos no mundo desenvolvido na Inglaterra em 1843; Segundo experimento com pastos no mundo desenvolvido na Inglaterra em 1896; Primeiro estudo sobre nutrio animal em pastejo desenvolvido na Esccia em 1914; Primeiro estudo com Melhoramento Gentico de Forrageiras, desenvolvido no Pas de Gales em 1919; Nos EUA primeiro estudo com fogo x pisoteio, concluindo que causa desequilbrio ecolgico; Primeiros estudos de deficincia mineral e valo alimentcio dos pastos desenvolvidos em Cambridge, Nova Zelndia e frica do Sul, em 1920; Segundo Rosevere, estudos dos pastos na Amrica Latina foi desenvolvido inicialmente por Herman Cortez.

Situao atual das pastagens no Brasil Atualmente deve haver 200 milhes de ha de pastagens no Brasil, sendo quase a metade de pastagens cultivadas (plantadas pelo homem). As pastagens cultivadas tm uma expanso anual de 5 milhes de ha e o mercado de sementes comercializadas, para o plantio destas reas, 60 milhes de quilos de sementes por ano. A comercializao de sementes de forrageiras em 1995 no Brasil foi a seguinte: B. decumbens com 38,78% ; B. brizantha com 36%; B. humidicola com 3,41%, com um subtotal de 78,5% para as braquirias, em seguida vem P. maximum (Colonio, Tanznia) com 8,63%; Andropogon gayanus com 8,05% e as demais com 4,82%.

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Ao mesmo tempo, outro tanto de ha de pastagens entra em degradao, ou seja, ocorre perda da capacidade de produo e de domnio da rea pela planta forrageira. Estimam-se em mais de 50 milhes de h a rea com pastagens degradadas. Com base em vrios estudos sobre s causas da degradao das pastagens, conseguiu-se reunir as principais causas: plantio de espcies forrageiras no adaptadas as condies edafoclimticas (tipo de solo e clima) da regio; plantio incorreto da pastagem; manejo incorreto da pastagem durante o seu estabelecimento e durante a sua conduo; queima freqente; falta de diversificao que provoca o desenvolvimento rpido de pragas das pastagens, ex: cigarrinha das pastagens; infestao por plantas invasoras; incompatibilidade de espcies consorciadas; cultivo da pastagem em solos com baixa fertilidade natural ou em solos antes frteis, mas j esgotados. Introdues de espcies e variedades das forrageiras nas pastagens do Brasil. Do incio do sculo dezenove (1812) at a dcada de sessenta do sculo vinte, apenas quatro espcies de plantas forrageiras foram o sustentculo da pecuria bovina nacional, ou seja, por mais de 140 anos apenas o capim gordura, capim jaragu, capim colonio e o capim angola foram explorados em nossas pastagens; Em 1920, o capim elefante (napir) foi introduzido no Brasil, mas seu uso foi basicamente sob regimes de cortes em capineiras at a dcada de setenta, quando comeou a ser utilizado em sistema de pastejo. De 1945 a 1947 mais de 90% de todo o gado abatidos nos frigorficos do estado de So Paulo era engordado em pastagens de capim jaragu, j em 1979 apenas 6% eram provenientes de pastagens deste capim. Da dcada de 40 at a dcada de 60, o capim colonio teve a sua rea de explorao aumentada consideravelmente, mas a partir desta ltima dcada (de 60) houve uma grande reduo nesta rea. Vrios autores atribuem esta reduo queda na fertilidade dos solos destas reas. Os solos explorados com capim colonio naquela poca tinham como cobertura vegetal a exuberante floresta tropical que produzia uma grande fitomassa e que era incorporada ao solo pela derrubada e seguido, na maioria das vezes, pela queima deste material. As cinzas da provenientes sustentaram por alguns anos o grande potencial de produo do colonio. Com o desaparecimento das cinzas a fertilidade caiu e, associado a isso, o manejo incorreto da pastagem provocaram o desaparecimento desta forrageira; Na dcada de 70, o produtor e os tcnicos tentaram substituir o capim colonio pelo capim pangola, principalmente no estado de SP, que aos poucos foi desaparecendo, devido aos erros de manejo da pastagem e continuao na queda da fertilidade do solo. A espcie, tambm fora atacada violentamente pela cochonilha das pastagens e pelo vrus do enfezamento ou Stunt vrus pangola. Tambm nesta poca foram introduzidos dos EUA e Austrlia, os capins coast-cross, waanne bermuda, estrela africana, estrela roxa, o greenpanic, o gatton-panic, o makueni. A partir da dcada de 70, houve uma grande expanso de forrageiras de gnero Brachiaria spp, introduzidas da frica e da Austrlia, como B. humidicola, B. decumbens e B. ruziziensis, que coincidiu com o incio do uso de solos da regio dos cerrados ou de solos de boa fertilidade natural no comeo do seu uso, mas que j estavam esgotados, como os solos das regies de pecuria tradicional (Norte e Noroeste Paulista, Norte do Paran, Sul de Mato Grosso do Sul, etc.).

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Na atualidade, mais de 50% das pastagens cultivadas so ocupadas por forrageiras de gnero Brachiaria sp., que tinham inicialmente a introduo a vantagem de serem de baixa exigncia a solos frteis. Na dcada de 80, os produtores estavam interessados em novos lanamentos, onde houve o incio dos programas de melhoramentos genticos de plantas forrageiras, que fossem testadas e aprovadas nas nossas condies edafoclimticas, pois parecia que importar forrageiras de outros pases no era a soluo. Foram lanados nesta poca: * Andropogon gayanus Kunth, pela EMBRAPA-CPAC Planaltina, DF (1980); * B. brizantha Stapf cv. marandu ou braquiaro, pelo CNPGL Campo Grande, MS e pelo CPAC Planaltina, DF (1983); * Panicum maximum Jacq: - cv. Tobiat (1982); - cv. Centenrio, (1987), pelo IAC - cvs. IZ1 (1987) e IZ-5 Aruana (1989) pelo Instituto de Zootecnia de Nova Odessa, SP. A dcada de 90 tambm foi marcada pelo lanamento de novos cvs da espcie de P. maximum, como os cvs: Tanznia 1, lanado 1990; O Mombaa, em 1993. Tambm foram introduzidos os cultivares Tifton 68 e Tifton 85.

III. TERMOS AFINS: Forragem todo alimento herbceo disponvel para os animais. Pode ser pastejado ou colhida para fornecimento no cocho. Pastagem lugar onde o gado pode pastar. Relaciona-se com o conjunto, isto , cercas, aguadas, plantas forrageiras, etc. Pasto alimento para o gado, retirado da pastagem. Relaciona-se com a espcie forrageira utilizada, ex: pasto de capim gordura. Pastagens cultivadas so aquelas que o homem contribui diretamente para sua formao, utilizando espcies adaptadas, uma ou mais espcies reunidas e/ou consorciadas, podendo ser anuais ou perenes. Pastagem nativas so as formadas principalmente por plantas nativas ou adaptadas, mas distribudas naturalmente, podendo ter espcies anuais ou perenes. Desfolhao remoo, por corte ou pastejo, das partes areas de uma planta (colmo, folhas, flores, sementes). Sistema de Pastejo movimento e nmero de animais numa rea definida. Sistema de Produo mtodo de produo agropecuria, praticado dentro de uma rea definida, que comumente chamada de fazenda. Matria Seca relaciona-se a parte area da planta, livre de gua e com valor nutricional. Parmetro que compara rendimentos entre pastagens, que podem ter diferenas no contedo de gua. Intensidade de Corte ou Pastejo determinada pela altura de corte ou pastejo da planta. Quanto mais alto o corte ou pastejo menor a quantidade de forragem removida por unidade de planta, e consequentemente, menor a intensidade. Frequncia de Corte ou Pastejo refere-se ao intervalo de tempo entre cortes ou pastejos sucessivos. Modificaes Botnicas so alteraes da populao de cada espcie de planta de uma pastagem, que ocorrem com o passar do tempo, devido principalmente, ao manejo aplicado.

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Espcie Dominante espcie que, por invadir espao de outras, apresenta maior populao de plantas em relao s demais. Persistncia habilidade da planta de sobreviver na pastagem. Palatabilidade indica aceitabilidade de uma planta ou sua parte pelo animal. Nvel de Mantena consumo de forragem necessrio para o animal manter apenas as funes vitais, no estando em gestao, produo, nem ganhando peso ou trabalhando. Pastejo Contnuo pastagem que tem sempre a presena de animais em pastejo. O nmero de animais pode ou no ser constante. Pastejo Rotacionado pastejo intermitente, ou seja, intercalam-se perodos de descanso e perodos de pastejo. Pastejo Misto pastejo realizado por duas ou mais espcies de animal ao mesmo tempo. Pastejo Alternado pastejo realizado por uma espcie de animais, seguido pelo pastejo atravs de outra espcie. Pastejo Seletivo desfoliao de partes especficas do vegetal ou pela preferncia de forragem dos animais. Pastejo Diferido tipo especfico de Pastejo Rotativo, onde os animais so retirados da pastagem antes do trmino do perodo de maior crescimento das plantas. Esse descanso permite acumular forragem no campo para ser pastejada no perodo de escassez. Tambm garante a preservao da espcie que constitui a pastagem, atravs da ressemeadura natural. Superpastejo pastejo intensivo e frequente das pastagens, acarretando danos vegetao, com possveis perdas de determinadas espcies. Pastejo Pesado pastejo intensivo, porm no chegando a ser superpastejo. Subpastejo pastejo realizado com baixa presso, o que permite a seleo da dieta pelo animal e o acmulo de forragem. Dossel Foliar cobertura formada pela parte area das plantas em uma rea. Fenologia estudo dos fenmenos peridicos da vida vegetal e animal, como brotao, florao, frutificao, etc. Disponibilidade de forragem quantidade de forragem presente numa pastagem e que est disponvel para o animal ndice de rea Foliar (IAF) relao entre rea da folhagem e a superfcie de solo que ocupa. IAF = AF/A do solo. Carboidratos de reservas material orgnico sintetizado pelas plantas e armazenado em rgos mais permanentes, durante certas pocas do ano, para ser utilizado num estdio posterior, como fonte de energia ou para elaborao de material estrutural. Resduo ou restolho parte inferior do caule das gramneas (fica enraizada depois do corte). Produto Animal bens comercializveis (leite, carne, l, couro, etc) Lotao Animal nmero de animais por unidade de rea durante um determinado perodo de tempo. Presso de Pastejo relao entre nmero ou Peso Vivo de animais em pastejo e a quantidade de forragem disponvel na pastagem. Expresso em %. Capacidade de Suporte taxa de lotao no timo de presso de pastejo, ou seja, taxa de lotao em funo da disponibilidade de forragem para os animais. Digestibilidade Aparente da Matria Seca diferena entre a quantidade de MS consumida e a MS eliminada pelo animal. Consumo animal quantidade de forragem ingerida por um animal. Unidade Animal considerado como uma vaca adulta (450 kg) ou equivalente, baseado na mdia de consumo de 10 12 kg MS/dia.5

Categoria Animal classe de animais, ou seja, animais separados por diferentes idades ou grupos separados por sexo. Veranico estiagem que ocorre durante a estao chuvosa, com dias de grande calor e insolao. IV. CLASSIFICAO DAS ESPCIES FORRAGEIRAS Pastagem possuem caractersticas peculiares - so agrupadas de acordo com: durao do ciclo, famlia, poca e hbito de crescimento. Durao do Ciclo: tempo de vida das plantas numa pastagem. 1.1. Anuais - germinam, desenvolvem e reproduzem em menos de um ano. Priorizam produo de sementes para atravessar perodos desfavorveis. 1.2. Perenes sobrevivem por vrios anos. Possuem crescimento inicial mais lento. Priorizam acumulao de reservas (sobrevivncia em perodos adversos). Produzem menos sementes. So indispensveis para renovao das pastagens em perodos extremamente desfavorveis, como secas prolongadas. Ex: grama-forquilha (Paspalum notatum), grama-pde-galinha (Axonopus affinis), pega-pega (Desmodium incanum), capins, macegas e muitos arbustos indesejveis.1.

poca de Crescimento: poca de concentrao do crescimento: estao fria ou quente. Sempre h um perodo em que a produo de massa reduzida. 2.1. De Estao fria, Hibernais de inverno ou Temperadas: crescem nos meses mais frios do ano. Germinam ou rebrotam no outono, desenvolvem durante o inverno, florescem e sementam na primavera. No vero, com temperaturas mais elevadas, aliadas a perodos secos, determinam a morte das plantas anuais ou reduzem o crescimento das perenes. Ex: flechilhas (Stipa spp., Piptpchaetium ruprechtianum), cabelo-de-porco (Piptpchaetium spp.), cevadilha (Bromus auleticus), trevo-do-campo (Trifolium spp.) babosa (Adesmia latifolia), ervilhas-docampo (Vicia spp.), Poa spp. e Briza spp..2.

2.2. De Estao Quente, Estivais de Vero ou Tropicais: crescem durante os meses mais quentes do ano, iniciam seu rebrote na primavera, crescem e frutificam no perodo verooutono. Com a chegada do frio podem morrer (anuais) ou paralisam seu crescimento (perenes). Ex: grama-forquilha (Paspalum notatum), grama-p-de-galinha (Axonopus affinis), pega-pega (Desmodium incanum) e as macegas. Hbito de Crescimento: a forma que a parte vegetativa se desenvolve. Deve ser conhecido para adequao do manejo. Os mais comuns so: 3.1. Estolonfiero: expandem seus caules no sentido horizontal, enraizando-se ao solo e suas folhas so emitidas na vertical. Ao nvel do solo existem gemas de renovao protegidas por folhas mortas. Ex: grama-forquilha (Paspalum notatum), grama-p-de-galinha (Axonopus affinis), pega-pega (Desmodium incanum), trevos-do-campo (Trifolium polymorphum e T. riograndense) e babosa (Adesmia latifolia).3.

3.2. Prostrado: so plantas semelhantes s estolonferas, porm diferencia-se por seus caules no emitirem razes. Ex: capim-rabo-de-raposa (Setaria geniculata), alfafinha-do-campo6

(Stylosanthes leiocarpa), pega-pega-barbudo (Desmodium barbatum) e Aeschynomene falcata. 3.3. Rizomatoso: plantas com caules e gemas subterrneos. Ex: grama-cinzenta ou capimsereno (Paspalum nicorae) e muitas espcies indesejveis, tais como: mio-mio (Baccharis coridifolia) e alecrim-do-campo (Vernonia spp.). 3.4. Cespitoso: desenvolvem-se em forma de touceiras e apresentam pouca expanso lateral. A maioria dos capins e macegas so aqui representadas. Normalmente so plantas de qualidade inferior s demais. Ex: capim-caninha ou taquara (Andropogon lateralis), capimlimo (Elionurus spp.), macega-estaladeira (Erianthus spp. ), capim barba-de-bode (Aristida spp.), capim-cola-de-sorro (Andropogon spp. ou Schizachyrium spp.) e capim-melador (Paspalum dilatatum).3.5.

Ereto: so plantas que tem seu crescimento perpendicular ao solo e suas gemas se encontram acima do nvel do solo. Ex: accia ou angiquinho-do-campo (Desmanthus spp.), capim-mimoso (Schizachyrium spp), carqueja (Baccharis trimera) e chirca (Eupatorium spp.).

3.6. Decumbente: apresenta, numa fase inicial, crescimento estolonfero e, posteriormente, em competio com outras plantas, ereto. Ex: grama-boiadeira (Laersia hexandra e Luziola peruviana). 3.7. Escandente ou Trepador: so plantas que se apiam nas demais, no so muito comuns na pastagem nativas. Ex: ervilhas-do-campo (Vicia spp.) e os feijes-do-mato (Macroptilium erythroloma, Centrosema virginianum e Vigna spp.).4.

Famlia: Campo Nativo existem muitas espcies pertencentes a um grande nmero de famlias. As que mais contribuem para alimentao do rebanho pertencem s famlias Poaceae (Gramneas) e Leguminoseae. Existem muitas espcies da famlia Compositeae, que normalmente so indesejveis.

4.1. Gramineae: so plantas com folhas estreitas, como: gramas, capins e macegas. 4.2. Leguminoseae: so plantas com folhas mais largas, geralmente, compostas e seus frutos so legumes (vagens). Possuem a capacidade de fixar Nitrognio do ar numa associao com bactrias radiculares dos gneros Rhyzobium e Bradirhyzobium. Em geral, o teor de Protena Bruta mais elevado que o das gramneas. Ex: ervilha-do-campo (Vicia spp.), pega-pega (Desmodium incanum), trevos (Trifolium spp.), babosa-do-campo (Adesmia latifolia) e outras. 4.3. Compositeae: inflorescncia na forma de captulo; Ex: chirca (Eupatorium spp.), carqueja (Baccharis spp.) e alecrim-do-campo (Vernonia spp.). Algumas fazem parte da dieta dos animais (ovinos e caprinos); Muitas so indesejveis ou txicas: mio-mio (Baccharis coridifolia) e maria-mole ( Senecio spp.). V. FAMILIA POACEAE (GRAMINEAE)

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Trata-se de uma famlia numerosa, em torno de, segundo Watson & Dallwistz (1992) de 650 gneros e 10.000 espcies. Ciclo de vida 1. Estivais espcies megatrmicas, que se desenvolvem vegetativamente na primavera e florescem no vero. Ex: sorgo, milho, capim-de-rhodes, capim-elefante, grama-forquilha, papu. 2. Hibernais espcies microtrmicas, que se desenvolvem vegetativamente no outono e florescerem na primavera. Ex: aveia, alpiste, cevadilha, trigo, centeio, azevm. Durao de vida: 1. Monocrpicas s florescem uma vez e morrem depois de frutificar. Anuais gramneas que nascem, desenvolvem-se, florescem e frutificam durante um s perodo vegetativo, cuja durao no passa de um ano, morrendo depois de maduros os frutos. Ex: aveia, trigo, milho, cevada, centeio. - Plurianuais a planta vive vegetativamente durante muitos anos. Aps florescer e frutificar morre toda a planta ou apenas a parte area, permanecendo os rizomas. Ex: taquaruu. 2. Pluricrpicas gramneas perenes, que florescem vrias vezes. A sua durao depende da espcie e de condies do ambiente. Ex: cevadilha, grama-paulista. MORFOLOGIA - ESTRUTURAS VEGETATIVAS Raiz segundo a sua origem, as razes podem ser: 1. Embrionrias originam-se da radcula do embrio; apresentam curta durao, como na maioria das Monocotiledneas. 2. Adventceas ou caulinares originam-se dos primeiros ns basais (ou em estoles, tambm de outros ns que estejam em contato com o solo). So as que formam efetivamente o sistema radical das gramneas. Caule do tipo colmo, formado por ns e entrens. De cada n surge uma folha e podem surgir inovaes. Os entrens podem ser ocos como na taquara-lixa, ou podem ser cheios como no milho, cana-de-acar e cricima. Da regio meristemtica, situada logo acima dos ns do colmo, nas axilas das bainhas foliares, podem surgir brotaes, inovaes ou afilhos. Formas de Crescimento 1. Cespitosa-ereta quando os entrens basais so muito curtos, produzindo afilhos eretos em cada n, formando touceiras. Ex: capim-dos-pampas. 2. Cespitosa-decumbente quando os colmos crescem recostados ao solo, sem enraizamento nos ns, s se erguendo a parte que tem a inflorescncia. Ex: milh. 3. Estolonfera quando os colmos areos so rasteiros, enrazam-se nos ns em contato com o solo, originando-se novas partes areas em cada n (estolho). Ex: grama-mineira ou grama-de-jardim, grama-paulista.

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Rizomatosa o colmo geralmente subterrneo, aclorofilado, coberto por catfilos (escamas) e geralmente engrossado, pelo acmulo de reservas. Dos ns partem razes e novas plantas.

Consistncia: - herbcea em geral, ex: trigo; - lenhosa ex: bambu e - semi-lenhosa - ex: milho. Folhas - Tm disposio alterno-dstica e constam de: 1. Bainha parte da folha que alongada, em forma de cartucho envolvendo o colmo. Nasce no n e cobre total ou parcialmente o entren. Em geral aberta; 2. Lgula estrutura situada na face adaxial (ventral) da folha, na regio limtrofe entre a bainha e a lmina. Pode ser: membranosa - como por ex: gramneas da tribo Poeae; pilosa - como as da tribo Eragrosteae, membranoso-ciliada. Raramente pode estar ausente, o que ocorre, por ex: no capim-arroz e algumas espcies de Panicum; 3. Lmina em geral linear e paralelinrvea. Nas espcies florestais pode ser lanceolada e unida bainha por um leve pseudopecolo, como em gramneas da tribo Bambuseae. 4. Aurcolas so prolongamentos laterais, em ambos os lados da lmina, que abraam o caule. Esto ausentes na maioria das gramneas. Permite reconhecer os cereais de inverno antes do florescimento. ESTRUTURAS REPRODUTIVAS Flor - Consta dos rgos sexuais: 1. Androceu geralmente com trs estames, podendo ocorrer 1-2-6-9; 2. Gineceu ovrio. Possui em geral dois estiletes curtos com estigmas plumosos. 3. Lodculas so dois pequenos rgos membranosos que se localizam ao lado do ovrio. Ao tornarem-se turgescentes, auxiliam na abertura do antcio que protege a flor, possibilitando a sada dos estames e estigmas. Espigueta - inflorescncia bsica das gramneas, constituda de um par basal de brctea estreis, denominadas glumas e de um eixo denominado rquila, o qual sustenta as glumas e o(s) antcio(s). As glumas e antcios tm disposio alterno-dstica sobre a rquila. No interior dos antcios (conjunto de lema e plea) podem ou no ocorrer flores. O antcio sem flor no seu interior denominado estril ou neutro. As flores mais velhas localizam-se na base da espigueta e as jovens no pice, ao contrrio das inflorescncias gerais (sinflorescncias), onde as espiguetas mais velhas situam-se no pice. Glumas - so brcteas estreis que precedem o conjunto de antcios. Em geral, h duas glumas para cada espigueta, podendo ocorrer reduo de uma delas ou, mais raramente, das duas. A gluma mais externa denominada gluma I ou gluma inferior, e a seguinte, gluma superior ou gluma II. As glumas podem ou no apresentar um prolongamento filiforme de nervura arista. Quando a zona de articulao da espigueta est abaixo das glumas, isto , no

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pice do pedicelo, estas so caducas. Esta caracterstica ocorre nas tribos Paniceae, Andropogoneae, Melinideae e Arundinelleae. Quando a zona de articulao da espigueta est acima das glumas, isto , na base da rquila, estas so persistentes. Lema - Brctea inferior do antcio, mais externa, em geral uniquilhada, com um ou mais nervuras. Pode apresentar arista, prolongamento filiforme de 1 ou + nervuras ou ser mtico. Quanto posio, a arista pode ser: 1. apical quando insere-se no pice do lema. Ex: Aristida spp; 2. subapical insere-se quase no pice do lema. Ex: Calamogrostis spp; 3. dorsal insere-se no dorso do lema. Ex: Avena spp. A arista pode ser: - simples formadade um s ramo. Ex: Stipa spp; - trfida apresenta-se tripartida. Ex: Aristida spp. Plea: Brctea superior e mais interna do antcio, situada oposta ao lema, envolvendo lodculas e rgos sexuais. Em geral biquilhada e mais curta que o lema. Caractersticas das Espiguetas - Sinflorescncias: o conjunto de espiguetas. Podem ser dos tipos: Pancula cada espigueta est sustentada por um pedicelo; Laxa - ramos e pedicelos longos e as espiguetas ficam separadas entre si. Ex: aveia. Contrada ramos e pedicelos so geralmente curtos e aproximadamente rquis. Ex: Sporobolus indicus. 1.3. Espiciformes os ramos so muito curtos e as espiguetas aparentemente subssseis sobre a rquis. Ex: Setaria. 1.4. De ramos unilaterais espiciformes as espiguetas acham-se dispostas em dois ou mais ramos (raramente um na extremidade do colmo florfero), voltadas para um s lado do rquis. Os ramos unilaterais espiciformes podem ser: 1.4.1. Verticilados ou subverticilados os ramos formam um verticilo, ou quase, na extremidade do colmo florfero. Ex: capim-de-rhodes. 1.4.2. Digitados quando os ramos se dispem em um verticilo na extremidade do colmo florfero, apresentando um ramo em posio inferior. Ex: capim-p-de-galinha. 1.4.3. Conjugados quando existem dois ramos na extremidade do colmo florfero. Ex: grama-forquilha. 1.4.4. Alternos quando os ramos se alternam sobre um eixo principal alongado. Ex: capimmelador.1. 1.1. 1.2.

Espiga as espiguetas esto dispostas diretamente sobre a rquis: Dstica espiguetas ordenadas em duas sries opostas e alternas ao longo da rquis, num s plano. EX; azevm. 2.2. Cilndrica espiguetas acham-se dispostas em vrias fileiras ao redor da rquis. Ex: espiga feminina do milho.2. 2.1.

FRUTO - tpico uma cariopse. Em certas espcies pode haver uma modificao de deste tipo bsico, por ex, formando um fruto semelhante a um aqunio. Ex: Eleusine ou semelhante a uma baga (cariopse bacide). Ex: Alvimia Bambuseae.10

O embrio lateral e consta das seguintes partes; cotildone, escutelo ou escudete aclorofilado e sem reservas nutritivas. aderido ao endosperma por um epitlio que, durante a germinao, secreta enzimas que ativam a hidrlise do endosperma facilitando a absoro de alimentos solveis pelo embrio; 2. Coleptile o rgo que envolve as folhas embrionrias e o pice do broto, protegendo-os na emergncia do solo. Ao ultrapassar a superfcie do solo, a coloptile se rompe as folhas surgem; 3. Radcula raiz primria; 4. Coleorriza camada de clulas engrossadas, envolvendo a raiz primria. Exerce as funes de proteo e absoro; 5. Epiblasto pode ou no estar presente. uma escama oposta ao cotildone rudimentar. A germinao do embrio hipgea o cotildone permanece no interior da semente, abaixo da terra. Sobre a terra aparece o broto caulinar encimado pelo coleptile.1.

Sistemtica Chave para subfamlias1.2.

Lminas foliares geralmente pseudopecioladas, ao menos as folhas dos ramos; plantas florestais. Plantas lenhosas; folhas do colmo com lminas reduzidas, geralmente sem pseu-dopecolo; folhas dos ramos com lminas desenvolvidas, pseudopecioladas ............ BAMBUSOIDEAE (Bambuseae) 2 Plantas herbceas a sublenhosas; sem dimorfismo foliar. 3. Espiguetas com flores unissexuadas na mesma inflorescncia; lema mtico. 4. Lminas foliares com uma toro no pseudopecolo, face dorsal voltada para cima; espiguetas femininas com tricomas ganchosos, aderentes ............................................................ PHAROIDEAE 4 Lminas foliares sem toro no pseudopecolo, lminas com face dorsal voltada para baixo; espiguetas femininas glabras ou c/ tricomas simples, no aderentes BAMBUSOIDEAE (Olyrese) 3 Espiguetas com flores bissexuadas; lema com uma arista apical longa, espiralada, ficando vrios antcios reunidos pelas aristas, na maturao ............. ANOMOCHLOOIDEAE (Sterptochaeteae) 1 Lms foliares no pseudopecioladas; geralemente campestres, s vezes florestais. 5. Glumas ausentes ou rudimentares; espiguetas mestonas; plantas hidrfitas ou higrfitas ............................................................................................. EHRHARTOIDEAE (ORYZOIDEAE) 5 Glumas presentes, ao menos a superior, raramente as duas ausentes, ento espiguetas acrtonas; espiguetas bastonas ou acrtonas (mestonas em Ctenium); plantas geralmente de ambientes secos, s vezes midos. 6. Plantas microtrmicas, geralmente com lgula membranosa, cespitosas; espiguetas bastonas, raramente acrtonas (Phalaris), lemas geralmente 5-7-nervados; glumas persistentes na inflorescncia aps a queda dos antcios maduros; pancula tpica, mais raramente espiga (Lolium); anatomia C3......................,..................................................................................................................................................................... .POOIDEAE 6. Plantas megatrmicas, lgula pilosa, membrana ciliada, menos comumente membranosa, cespitsa ou estolonfera; espiguetas bastonas ou acrtonas, se bastonas, lemas geralmente 3-nervados; glumas persistentes ou caducas; panculas tpicas ou ramos unilaterais espiciformes; anatomia C 4, menos comumente C3. 7. Espiguetas com 2 antcios, acrtonas, geralmente superior bissexuado e inferior masculino. ou neutro; glumas caducas com antcios maduros; anatomia C4, com Krans mest. (MS), s vezes parenq. (PS), menos comumente C3...........................................................................................PANICOIDEAE

7. Espcies com um a muitos antcios, bastonas (mestonas em Ctenium), se 1-floras, com ou sem antcios neutros apicais rudimentares ou pouco desenvolvidos; glumas persistentes, anatomia C4 com Krans parenq (PS), ou dupla Kras, mesotomtica e parenquimtica (DS).8.

Lemas com arista tripartida apical; anatomia DS ................................................. ARISTIDOIDEAE

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8. Lemas mticos ou com arista simples, apical ou subapical, anatomia PS ........CHLORIDOIDEAE A. CHAVE ANALTICA PARA AS PRINCIPAIS TRIBOS DE GRAMNEAE A. Lminas articuladas bainha por meio de um pecolo, lanceoladas. B. Flores monoclinas. C. Colmos herbceos. Lemas com aristas longas e espiraladas, torcidas ........................... Streptochaeteae CC. Colmos lenhosos. D. Entrens ocos. 1 a 3 ramos ou 1 fascculo de ramos em cada n .......................................... Bambuseae DD. Entrens macios. Um ramo primrio dominante em cada n do colmo, acompanhado por ramos de menor dimetro ................................................................................................................. Chusqueeae BB. Flores dclinas. E. Lema da flor pistilada com plos aderentes no dorso. Folhas peninrvias, longo-pecioladas, com toro do pecolo ................................................................................................................................. Phareae EE. Lema da flor pistilada endurecido e liso. Folhas paralelinrvias, curto-pecioladas, sem toro do pecolo ....................................................................................................................................... Olyreae AA. Lminas articuladas bainha diretamente, sem pecolo, geralmente lineares. F. Glumas rudimentares ou nulas; espiguetas unifloras .................................................................. Oryzeae FF. Glumas desenvolvidas, ao menos a gluma II; espiguetas uni a plurifloras. G. Espiguetas articuladas abaixo das glumas, de modo que estas caem com os antcios. H. Disporo constitudo de 1 espigueta sssil, 1 espigueta pedicelada (s vezes reduzida) e 1 artculo da rquis ............................................................................................................................Andropogoneae HH. Disporo constitudo de uma nica espigueta. I. Lema do antcio frutfero rgido, ou pelo menos mais consistente do que as glumas ............ Paniceae II. Lema do antcio frutfero membranceo, ou menos consistente do q/ as glumas. J. Antcio(s) apical(is) reduzido(s) ao(s) lemas rudimentar(es). Antcio(s) basal(is) completo(s), com flor(es) monoclina(s) (Melica) .......................................................................... Poeae JJ. Antcio apical completo, com flor monclina; antcio basal completo, porm somente com flor estaminada ........................................................................................................................... Melinideae GG. Espiguetas articuladas acima das glumas, que estas persistem na inflorescncia. K. Espiguetas unifloras. L. Com antcios neutros rudimentares ou ao menos com um artculo de rquila apical. M. Antcio frutfero acompanhado por 1 ou 2 lemas basais rudimentares (Phalaris) .................. Aveneae MM. Antcio frutfero basal acompanhado de 1 a 4 antcios apicais neutros desen-volvidos ou rudimentares, ou s de 1 artculo de rquila. N. Lema com arista dorsal. Antcio II vestigial, representado s por 1 artculo de rquila do lado da plea .................................................................................................................................................. Aveneae NN. Lema mtico, ou com arista apical ou subapical. Um a 4 antcios apicais neutros ou s um artculo de rquila .......................................................................................................................... Cynodonteae LL. Sem antcios neutros rudimentares. O. Um s ramo unilateral no pice florfero (Michrochloa) ................................................... Cynodonteae OO. Pancula tpica ou pancula espiciforme. P. Pancula tpica. Q. Lema rgido R. Arista apical simples .................................... ................................................................................ Stipeae RR. Arista apical tripartida .......................................................................................................... Aristideae QQ. Lema membranceo. S. Glumas menores que o antcio (Muhlenbergia, Sporobulus) ............................................... Eragrosteae SS. Glumas maiores que o antcio .................................................................................................. Aveneae

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PP. Pancula espiciforme (com trade de espiguetas por n da rquis: 1 espigueta sssil e 2 pediceladas) (Hordeum) ............................................................................................................................... Triticeae KK. Espiguetas bi ou plurufloras. T. Colmo sublenhoso, de 1,8 m a 5 m de altura. Rquila e/ou lemas densamente piloso ........ Arundineae TT. Colmo geralmente herbceo, s vezes sublenhoso, geralmente at 1,5 m de altura. U. Lema com arista dorsal. V. Lema bidentado ou inteiro no pice ............................................................................................ Aveneae VV. Lema profunda/e fendido em 2 lbulos at o ponto de insero da arista ........................ Danthonieae UU. Lema com arista apical ou subapical, ou lema mtico. W. Espiguetas dispostas em espiga. X. Presena de gluma I e gluma II; glumas e antcios lateral/e comprimidos contra a rquis ....... Triticeae XX. Presena nicamente da gluma II nas espiguetas laterais rquis, 2 glumas s na espigueta apical, glumas e antcios dorsiventralmente comprimidos contra a rquis (Lolium) ............................ Poeae WW. Espiguetas em pancula tpica ou panc. de ramos espiciformes unilaterais. Y. Lgula pestanosa ou membrano-pestanosa. Lema 3(7) nervado. Z. Pancula laxa ou contrada .................................................................................................... Eragrosteae ZZ. Pancula de ramos unilaterais espiciformes (Eleusine)....................................................... Eragrosteae YY. Lgula membranosa. Lema 5-9-nervado ..................................................................................... Poeae

VI. FAMLIA LEGUMINOSEAE Possui aproximadamente 670 gneros e 17500 espcies (distribuio cosmopolita). a terceira maior famlia das Fanerfamas (Asteraceae, Orchidaceae e Leguminoseae). Vivem, em sua maioria, em simbiose com bactrias dos gneros Rhizobium e Bradirhizobium, que invadem as razes jovens das leguminosas, provocando desenvolvimento de ndulos. A planta fornece acares e outras substncias s bactrias e estas elaboram protenas, a partir do Nitrognio molecular (N2) atmosfrico, existente no solo. Portanto, no necessitam dos nitratos dissolvidos no solo, que de outra maneira seriam sua nica fonte de Nitrognio. Em conseqncia, podem viver em terrenos pobres em nitratos, que ao mesmo tempo, os enriquecem com seus resduos (folhagens e rapidez em decomposio), que se decompe por ao microbiana (amonizao e nitrificao), originando nitratos a partir das protenas. Muitas leguminosas agrcolas como alfafa, feijo e trevos no s so cultivados pelo benefcio direto de seus produtos, mas tambm porque melhoram o solo, ou seja, incorporam hmus e Nitrognio combinado, assimilvel por outras plantas. Este fato fundamento das rotaes de culturas, em que se intercala, periodicamente, uma leguminosa entre os outros cultivos, para manter ou aumentar o rendimento. Leguminosas e seus usos: Alimentcias = feijes; ervilhas, lentilhas; Forrageiras = amendoim, maric, alfafa; Adubo verde = guandu; Melferas = trevos, ervilhacas, alfafas; Tnicos = accia-negra; Tintreas = anileira, pau-brasil; Oleaginosas = soja, amendoim; Madeireiras = angico, canafstula; Medicinais = giestra, pata-de-vaca; Celulosicas = bracatinga; Florestais = timbava, guapuruvu; Ornamentais = glicnia, corticeiras, flamboyant; Energia (carvo e lenha) = accia-negra, bracatinga; Fixao de dunas = acciada-austrlia; Ictiotxicas = timb.

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HBITO DE VIDA: Variado: desde as grandes rvores das matas tropicais, como arbustos, subarbustos, ervas anuais ou perenes e tambm muitas trepadeiras (lianas). AMBIENTE: variado, tanto em latitudes como em altitudes. Existem as Xerfitas de lugares secos (desertos e caatingas). filas sem folhas ou reduzidas a escamas muito insignificantes. MORFOLOGIA: RAZES: Axiais ou pivotantes: Mendicago sativa; Tuberosas: Glycyrrhiza glabra; Xilopdios: Desmanthus spp., Indigofera spp; Adventcias ou caulinares: Trifolium repens e Geminferas: Acacia caven. CAULE: 1. Subterrneos: Rizomas: Vicia spp. 2. Areos: 2.1. Herbceos: Estoles: Adesmia lactifolia; Eretos: Trifolium pratense; Decumbentes ou prostrados: Mendicago lupulina; Volveis: Vicia spp., Lathyrus spp. 2.2. Lenhosos: Com acleos: Mimosa bimucronata; Com espinhos: Prosopis spp., Ullex europaeus; Com gavinhas (lianas): Bauhinia spp. 2.3. Filocldios ou Claddios: Desmanthus hexapetalus. FOLHAS E FOLOLOS: so variadas; dispostas alternadamente, com presena de estpulas, estipelas (s vezes transformadas em espinhos) e pulvinos (articulaes na base no pecolo, que permite movimentos diurnos aos fololos e folhas). Ex: Digitada; Digitadotrifoliolada; Pinada-paripenada; Pinada-imparipenada; Pinada-trifoliolada e Bipinada. TIPOS DE ESTPULAS: Livres; Soldadas; Lancioladas; Peltadas; Sagitadas; Semisagitadas; Pseudoestpulas; Estipelas; Foliceas; Decurrentes e Estpulas com glndulas nectarferas. FLORES: variadas, sempre cclicas, de simentria radial at fortemente zigomorfas. Dclamdeas com clice gamosspalo pentmero ou tetrmero. Corola dialiptala ou tetrmera, maioria com ptalas muito desiguais. Androceu com 4 a 10 estames, livres ou soldados entre si. INFLORESCNCIAS: Racemo; Pancula; Espiga; Espiga cilndrico-cnica; Captulo; Corimbo e Umblula. FRUTOS: tipos: Legume ou Vagem; Lomento; Aqunio; Legume com deiscncia elticas; Legume bacide; Folculo; Legume espiralado; Legume inflado; Utrculo; Legume samaride (Smara); Hemicraspdio; Craspdio e Geocarpo. SEMENTES: monocrpicas ou pluricrpicas.CHAVE PARA AS SUBFAMLIAS DE LEGUMINOSAE:

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A. Flores actinomorfas, geralmente reunidas em espigas, captulos, corimbos ou racemos espiciformesdensos: corola com preflorao valvar, em geral gamoptala; clice geralmente valvar, spalas na maioria soldadas; estames 4 a muito numerosos, em geral sobressaindo corola, que pequena, filetes livres ou, s vezes, soldados; folhas bipinadas, raras vezes pinadas (Inga), reduzidas a fildios ou nulas ..................................................................................................................................... MIMOSOIDEAE AA. Flores zigomorfas, raramente quase actinomorfas, mas em plantas com folhas no bipinadas; flores geralmente reunidas em panculas ou racemos; preflorao imbricadas no clice e corola, poucas vezes valvar no clice; ptalas 5, livre entre si, pelo menos na base; estames geralmente 10, igualados ou envoltos pela corola, em geral vistosa. B. Preflorao da corola imbricada ascendente: estandarte, inteiro, coberto em seus bordos pelas outras ptalas; corolas muito variadas, grandes e vistosas ou muito pequenas; spalas geralmente livres; estames 3 a 12, livres, raramente soldados; folhas bipinadas ou pinadas, raras vezes simples ou nulas .......................................................................................................................... CAESALPINIOIDEAE BB. Preforao da corola imbricada descendente: estandarte externo, cobrindo com seus bordos asas e quilha, corola geralmente papilionada, as 2 ptalas inferiores mais ou menos unidas no pice, em forma de quilha; spalas soldadas: estames 10, raras vezes menos, geralmente escondidos pela quilha, livre ou mais frequentemente soldados em diversos graus pelos filetes: tipicamente (9( + 1; folhas pinadas, digitadas, trifolioladas, unifolioladas, simples ou nulas, nunca bipinadas ............................................................................................................................................ FABOIDEAE N de tribos, gneros e esp. de Legums no mundo: (Hutchinson, 1964). Subfamlias N de tribos N de gneros N de espcies Mimosoideae 05 63 2.800 Caesalpinioideae 05 152 2.800 Faboideae 32 450 12.000

1- SUBFAMLIA CAESALPINIOIDEAE (Hutchinson, 1964):

rvores, arbustos ou muito raramente ervas. Folhas geralmente alternas, pinadas ou bipinadas, com 1a muitos pares de fololos, raramente simples ou unifolioladas, algumas vezes com glndulas translcidas. Estpulas pareadas, geralmente caducas. Estipelas ausentes ou raramente presentes, pequenas. Flores zigomorfas, muito raramente actinomorfas, usualmente pentmeras, geralmente hermafroditas, algumas grandes e vistosas, outras muito pequenas. Inflorescncia em racemos ou panculas, axilares, terminais ou opositifolias. Spalas 5 ou 4 pela unio de 2, livres ou parcialmente unidas, imbricadas ou raramente valvares, frequentemente muito reduzidas quando as bractolas so longas, semelhantes ao clice e envolvendo o boto. 5 Ptalas ou menos, raramente ausentes, a adaxial mais interna, as demais variadamente imbricadas. Estames 10 ou menos, raramente numerosos, livres ou variadamente conatos. Anteras variadas, usualmente com deiscncia longitudinal, raramente poricidas, biloculadas. Disco extraestaminal algumas vezes presente. Ovrio livre ou, quando estipitado, o estpete fica, algumas vezes, mais ou menos adnato ao tubo calicino. Unicarpelar, unilocular com uma sutura ventral. Estilete nico, indiviso. vulos muitos a um,subrepostos. Fruto bivalvar ou indeiscente, drupceo ou samaride. Sementes, algumas vezes, arilada, raramente oblquo, nunca dobrado. Atualmente a subfamlia est dividida em cinco

tribos: Caesalpinieae, Cassieae, Cercideae, Detarieae e Macrolobieae (Breteler, 1995).15

SINOPSE DE 4 TRIBOS: TRIBOS GNEROS Caesalpina, *Delonix, Gleditsia, Parkinsonia, Pterogyne, Schizolobium. CASSIEAE Apuleia, Cassia, Chamaecrista, Senna. CERCIDEAE Bauhinia DETARIEAE Copaifera * Gnero com 1 espcie cultivada. 2- SUBFAMLIA MIMISOIDEAE (Hutchinson, 1964): Peltophorum,

rvores, arbustos ou muito raramente ervas. Folhas bipinadas, raramente pinadas ou fildios. Estpulas presentes, algumas vezes transformadas em espinhos. Flores actinomorfas, hermafroditas, unissexuais ou algumas neutras e estreis, pequenas e curtas ou raramente alongadas e tubulares, usualmente ssseis, reduzidas em espigas cilndricas ou globosas, raramente racemos ou umbelas globosas. Brcteas pequenas, frequentemente decduas. Bractolas raramente presentes. Spalas geralmente 5, imbricadas ou valvares, conatas, formando um clice denteado ou lobado, raramente livres. Ptalas 5, valvares, livres ou coladas em uma corola lobada, hipginas ou levemente perginas. Disco nectarfero geralmente ausente. Estames numerosos ou com mesmo nmero de spalas ou ptalas, livres ou monadelfos ou adnatos base do tubo da corola. Anteras pequenas, versteis, frequentemente coroadas por uma glndula decdua, deiscncia longitudinal. Ovrio livre na base do tubo calicino, unilocular. Estilete geralmente filiforme, estigma pequeno, terminal. vulos em geral numerosos. Frutos deiscentes ou indeiscentes, algumas vezes articulados. Sementes geralmente ovaladas ou orbiculares, comprimidas, algumas vezes aladas, hilo basal, raramente espesso, globoso ou ovide. Arilo raramente presente. Testa dura, endosperma ausente ou muito escasso. Cotildones achatados. Embrio reto (no dobrado).SINOPSE DE 3 TRIBOS: TRIBOS GNEROS MIMOSEAE *Anadenanthera, Desmanthus, *Leucaena, Mimosa, Neptunia, Parapiptadenia, Piptadenia, Prosopis. ACACIEAE Acacia INGEAE Albizia, Calliandra, Enterolobium, Inga, Abarema. * Gneros com espcies cultivadas e/ou adventcias. 3- SUBFAMLIA FABOIDEAE (PAPILIONOIDEAE) (Polhill, 1981).

rvores, arbustos, subarbustos, lianas ou ervas eretas, prostradas, decumbentes, volveis ou escandentes. Folhas geralmente compostas, pinadas, trifoliadas, digitadas, unifolioladas, simples, raramente nulas. Estpulas presentes, livres ou soldadas, estipelas presentes ou ausentes. Flores reunidas em inflorescncia racemosa, racemos, panculas, captulos ou raramente espigas. Corola zigomorfa, com preflorao imbricada descendente.16

Clice gamosspalo, com 5 ou 4 lacnias ou ainda lilabiado. Lobos ou dentes imbricados ou valvares. Corola com 5 ptalas desiguais (exceo: tribo Swartzieae e Sophoreae). Uma ptala superior, denominada estandarte ou vexilo, 2 ptalas laterais, alas ou asas, mais ou menos paralelas e 2 ptalas inferiores, unidas no pice, formando a quilha ou carena, esta geralmente envolve os estames e o pistilo. Estames 10, raro 5, monoadelfos, pseudomonadelfos ou diadelfos, raramente livres, filetes filiformes, s vezes dilatados no pice, anteras uniformes, mais raramente dimorfas e alternadamente basifixas e dorsifixas, usualmente com deiscncia longitudinal. Disco nectarfero raramente presente. Ovrio spero unicarpelar, unilocular. vulos 1 a numerosos, campiltropos, inseridos na sutura adaxial. Estilete terminal, estigma apical ou lateral, capitado. Fruto em geral legume ou transformaes deste, deiscente por 1 ou 2 fendas longitudinais ou indeiscentes, algumas vezes alado, outras vezes separando-se em artculos unisseminados. Sementes sem ou com pouco endosperma, algumas vezes estrofioladas. Embrio freqentemente encurvado.SINOPSE DE 18 TRIBOS:TRIBOS SWARTZIEAE SOPHOREAE DALBERGIEAE MILLETTIEAE ROBINIEAE INDIGOFEREAE DESMODIEAE PHASEOLEAE

*PSORALEEAE AESCHYNOMENEAE ADESMIEAE *LOTEAE VICIEAE TRIFOLIEAE *CICEREAE CROTALARIEAE

GNEROS Swartzia, Zollernia, Holocalyx. Ateleia, Myrocarpus, Ormosia. Andira, Dalbergia, Machaerium, *Tipuana. Dahistedtia, Lonchocarpus, Poecilanthe, Tephrosia, *Wisteria. *Robinia, Sesbania. Indigofera. Desmodium. *Cajanus, Calopogonium, Camptosema, Canavalia, Cen-trosema, Clitoria, Collaea, Dio-clea, Eriosema, Erythrina, *Glycine, Galactia, *Lablab, Macroptilium, *Mucuna, *Neonotonia, *Pueraria, *Phaseolus, Vigna, Rhynchosia. *Psoralea. Aeschynomene, Arachis, Chaetocalyx, Poiretia, Discolobium, Stylosanthes, Zornia. Ornithopus. *Lotus. Ornithopus. Lathyrus, *Lens, *Pisum, Vicia. *Mendicago, *Melilotus, Trifolium *Cicer. Crotalaria, *Lotononis. Lupinus, Sellocharis, *Spartium, *Ulex.

* Gneros com espcies cultivadas e/ou adventcias.

VII - FAMLIA DAS CACTACEAEEncontram-se nas regies submidas e semi-ridas. considerado grande recurso forrageiro (contribuem fortemente para progresso da pecuria). Incluem cerca de 170

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gneros, de distribuio quase exclusivamente restrita s Amricas (algumas espcies de gnero Rhipsalis so encontradas na frica Tropical, Madagascar e Ceilo); Caracteristicamente so plantas sem folhas desenvolvidas e fortemente suculentas (h exceo, ex: Pereskia com folhas normais).1. Importncia e vantagens das Cactaceaes - relevante para as regies ridas, onde ambiente prprio para seu cultivo, no sendo adequado a implantao de outra forrageira. -sua importncia deve tambm a algumas propriedades, como: a) riqueza em gua a palma = 90% de gua e as cactceas nativas = 65 a 70% (diminuiu necessidade de gua dos animais); b) ricas em mucilagens que contm substncias anti-espasmticas e digestivas, que propiciam melhor digesto de alimentos fibrosos; c) presena de celulase ajuda no desdobramento das fibras alimentares, que so ricas em celulose e hemicelulose, principalmente quando associadas com lquido ruminal; d) ricas em resduos mineral principalmente clcio e fsforo; e) tima digestibilidade da MS = maior que 60%. Observao: apesar de apresentar baixa teor de PB, os animais que a recebem apresentam: pelo fino, brilhante, saudveis e maior produo de leite. Consumo mdio = 20 a 50 kg/an/dia. 2. Classificao botnica sistemtica: Filo: CORMOPHYTA (ascendente de plantas com tronco); Diviso: ANTHOPHYTA (planta que floresce); Sub-diviso: ANGIOSPERMA (produz semente); Classe: DICOTILEDNEA (dois cotildones); Sub-classe: CHORIPETALAE (ptalas separadas); Ordem: CENTROSPERMAE (concentra se/es no centro); Famlia: CACTACEAE Gneros: com cerca de 2.000 espcies.

Caule apresenta-se verde, de formas variadas, basicamente consta de: - um eixo: - pode ser pouco alongado e globoso (Melcactus, Notocactus): - alongado e com gomos longitudinais (Cereus, Pilocereus): - achatado no plano do eixo maior: - segmentado (Opuntia, Epiphyllum) ou no: - ou excepcionalmente cilndrico (Rhipsalis). Caule - revestido pr espinhos, dispostos espiraladamente em grupos, substituindo folhas. Folhas - em certos gneros (Opuntia), desenvolvem-se nas pores juvenis caindo logo; em outros (Pereskia) normal, com limbo desenvolvido e persistente.

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Flores - isoladas em geral excepcionamente grandes, de colorido vistoso, formada pr inmeros segmentos, dos quais os mais esternos so verdes e calicinos e os mais internos coloridos e petalides, soldados em maior ou menor extenso na base. Em Cereus e gneros prximos h formao de um longo tubo na flor. Em Opuntia e gneros afins a flor no tubulosa e longa. Androceu - constitudo pr numerosos estames. Estames - em certos gneros (Opuntia), podem apresentar movimentos de elevao, causados pr irritao dos filetes. Ovrio - sempre nfero, multicarpelar e unilocular. Em geral com placenta carnosa e muitos vulos nela mergulhados. Fruto baciforme, em geral grande e de colorido vistoso (comumente vermelho), procurado pr pssaros e pelo homem, pois tem polpa doce (figo-da-ndia). So exemplos frequentes entre ns vrias espcies conhecidas, como: figo-da-ndia, palma, quip (Opuntia), mandacaru (Cereus), coroa-de-frade (Melocactus), flor-de-maio (Zygocactus), rainha-danoite (Epiplyllum) e mtos outros. Como plantas frequentemente cultivadas pelos amadores de suculentas, destacam-se as vrias espcies de Notoccatus e Mammillaria. Merece destaque as vrias espcies de Rhipsalis q vivem epifiticamente na mata pluvial. As cactaceas so especialmente abundantes nas regies e zonas ridas e semi-ridas. No Brasil a maior variedade se encontra na caatinga no Nordeste, bem como em certas reas, ao longo da costa atlntica, sobre os costes rochosos. Certa variedade inerme de Opuntia utilizada como alimento do gado na regio da caatinga (palma). Certas espcies do gnero Analonium conhecidas como peiote, nativas do Mxico, so utilizadas como fontes de substncias alucinognicas (mescalinas). Caracterizao agronmica: Grupos das NATIVAS: - plantas hiperxerfitas (alta resistncia a seca), - plantas fortemente armadas de acleos, com as finalidades de: defesa contra predadores ordem fisiolgica eliminao de excesso de calor atravs dos acleos. Difcil manuseio e utilizadas como recurso forrageiro na poca de seca extrema.

Trs espcies representam o grupo: MANDACARU: Cereus jamacaru P. DC. Porte arbreo colunar suculento. Hbito de desenvolvimento semi-ereto em forma de taa (em relao a sua ramificao), podendo atingir alguns metros de altura. Apresenta-se coma)

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reentranas profundas e largas, 6 cristas e grandes e vistosos acleos (at 20 cm de comprimento). Com pelos ou l desenvolvidos, situados na base da roseta dos acleos, sendo importante para reter umidade. A eliminao de calor se d pelos acleos. Os estmatos so fechados de dia. XIQUE-XIQUE: Pilocereus gounelli K. Schum. Porte: arbustivo suculento. Hbito de desenvolvi/o: semi-ereto, tendendo para horizontal. Reentranas: estritas e rasa. N de cristas: 11. Acleos: mdios e vigorosos. Apresenta l ou pelos distribudos de maneira difusa.b)

FACHEIRO: Pilosucerus aquamosus Porte: arbreo colunar, suculento. Reentrncias: intermedirias, tanto em profundidade com em largura. Acleos: pequenos e dbeis. Hbito de desenvolvimento: semi-ereto com tendncia a formar um facho. N de cristas: 13. Presena de l em forma de novelo pequeno na base de roseta de acleos.c)

Grupo das EXTICAS: Plantas aparentemente desarmadas (sem espinhos), mansas ou domesticadas, de mais fcil manuseio e so usadas como forragens. Corte: 1 c/ 3 anos e depois de 2 em 2 anos. Apresenta lento desenvolvi/o. PALMA GIGANTE: Opuntia ficus Porte: arbustivo suculento. Hbito de desenvolvimento: semi-ereto tendendo a horizontal. Flor: amarela. Mais resistente a seca do que a Palma doce. Apresenta: - raquete em forma de elipse, grande, com cor verde morto; - maior produtividade; - menor palatabilidade; - menor digestibilidade; - menos nutritiva; - mais sensvel a Podrido Mole (bactria planta tomba e morre); - mais resistente a Podrido Negra (fungo).a) b) c)

PALMA REDONDA: Opuntica ficus Indica

PALMA DOCE ou MIDA Nopalea cochenilifera Salm-Dick. Porte: subarbustiva suculenta. Cor: verde intenso. Hbito de desenvolvimento: ereto com tendncia a vertical. VIII - CARACTERIZAO DAS PLANTAS FORRAGEIRAS CULTIVADAS MAIS COMUNS A) GRAMNEAS 1. Espcie: Andropogon gayanus var. bisquamulatus cv. Planaltina. Nome comum: Andropogon. Origem: Rodsia do Sul e Nigria. Exig. em solo: Mdia. Exig. em chuva: mais de 700 mm. Hbito de Crescimento: ereto. Produo de MS: 9 a 13 t/ha20

Indicaes: pastejo rotacionado e fenao. Tolerncia/Resistncia: cigarrinhas e seca. Altura: 2 m. Temperatura: 15 a 35C. Consorciao: arachis, calopogonio e estilisanthes. Exigncia de Adubao: calagem e adubao nitrogenada. Sist. Plantio: a lano. Tempo de formao: 90 a 120 dias. PB(x): 6 a 11%. Manejo: 50 a 90 cm. 2.Espcie: Brachiaria decumbens Stapf. Nome comum: Braquiria, capim braquiria, decumbens, signal grass. A partir de 1965 disseminou rapidamente nos cerrados brasileiros. Origem: frica (Grandes Lagos da Uganda). Exigncias: pouco exigente em fertilidade do solo. Precipitao anual acima de 800 mm. Hbito de Crescimento: perene, herbcea, prostrada (decumbente), pode emitir razes adventcias (estlons) e/ou rizomas. bastante agressiva. Possui panculas com 1 a 5 racemos, mais frequentemente com 3. Floresce vrias vezes ao ano. Produo de MS: 50 a 70 ton/ha/ano de MV ou 9 a 11 ton/ha/ano de MS. Utilizao: pastejo, fenao, feno-em-p e com finalidade de impedir a eroso. bem palatvel em comparao com as demais, sendo que os equinos a rejeitam. Tolerncia/Resistncia: no tolera solos argilosos, seca prolongada e sofre ataque de cigarrinhas e percevejos. Rebrota aps o fogo e tem regular resistncia ao frio e ao pisoteio. A fotossensibilidade hepatgena sempre esteve associada com esta gramnea. Agente infeccioso = fungo Phytomyces chartarum, tambm encontrado em outras gramneas. Altura: 50 at 70 cm. Consorciao: difcil em funo do vigor vegetativo da espcie. Na colocao da leguminosa conveniente rebaixar a pastagem com roadeira ou super pastejo, para facilitar o estabelecimento desta. Pode ser empregado soja perene, centrosema, leucena, guandu, etc. O ataque da cigarrinha (Zulia entreriana) preocupante. Combate-se biolgicamente, com inimigo natural = fungo Metarrhhizium anizopliae. O controle qumico perigoso e quando empregado, evitar o uso de clorados que do problemas na carne e no leite. Os fosforados podem ser aplicados com critrio, observando de 7 a 10 dias de intervalo de aplicao. Multiplicao: sementes com 5 a 10 kg/ha para plantio a lano, com sementes de VC razovel ou mudas em covas, sulcos ou distribuio sobre o solo e gradagem superficial. O espaamento pode ser de 0,5 x 1,0 m, varivel com a disponibilidade de mudas e sua qualidade. As sementes apresentam dormncia de 6 meses. Para o plantio anterior a este perodo emprega-se a quebra de dormncia com cido sulfrico comercial concentrado por 15 minutos e posterior lavagem. Prtica que aumenta a percentagm de germinao. PB(x): 4,1 a 7,5% na MS. Manejo: para pastejo controlado, a entrada dos animais deve ser em torno de 30 a 40 cm de altura e sada com 10 a 15 cm, com perodos de descanso de 30 a 35 dias. Para pastejo contnuo procurar manter a vegetao com porte cerca de 20 cm. 3. Espcie: Brachiaria brizantha. Origem: frica tropical e do Sul.21

Exigncias: mdia a alta em fertilidade do solo e 1000 mm de precipitao mdia anual. Hbito de Crescimento: ereto (touceiras). Produo de MS: 20 t/ha/ano. Utilizao: pastejo e fenao. Tolerncia/Resistncia: pisoteio, secas e cigarrinhas. Altura: 1,50 m. Temperatura: 20 a 30C. Consorciao: soja perene e calopognio. Exigncia de Adubao: fosfatada e nitrogenada. Sistema de Plantio: em linha ou a lano. Tempo formao: 3 a 4 meses. PB(x): 5 a 9 %. Manejo: 50 a 90 cm. 4.Espcie: Brachiaria humidicola. Nome comum: humidcola, quicuio da Amaznia, espetudinha. Origem: frica Equatorial. Exigncias: Adapta-se bem a vrios tipos de solos, especialmente de baixa fertilidade, desenvolvendo-se bem em locais midos e frios (vrzeas e baixadas). Precipitao acima de 800 mm. Hbito de Crescimento: prostrado com folhas eretas. Produo de MS: 9 a 11 t/ha Indicaes: pastejo contnuo. Tolerncia/Resistncia: resistente a cigarrinha das pastagens na fase adulta, porm, criadeira das larvas. Tolerante ao encharcamento e mdia seca. Altura: 0,70 a 1,0 m. Temperatura: 15 a 35C. Consorciao: leucena, estilosanthes, calopognio e arachis. Exigncia de Adubao: fosfatada e nitrogenada. Sistema de Plantio: em linha. Tempo formao: 6 meses. Caracteriza-se por apresentar a fase inicial de formao lenta, levando um tempo maior para se estabelecer. PB(x): 4 a 7%. Manejo: 20 cm. Outras espcies do gnero Brachiaria e seus nomes comuns. B. arrecta: Tanner grass, B. do brejo. Multiplicao: mudas. B. mutica: (Forssk) Stapf. B . purpurancens (Laddi) Henr.: capim angola, capim fino, bengo, capim de muda, capim de boi, Paragrass. Multiplicao: mudas. B. ruziziensis Germain et Evard = ruziziensis, Ruzi grass, capim congo. Multiplicao: mudas e sementes. B. dictyoneura (Fig & Mot) Stapf. B. plantaginea (Link) Hitch: capim marmelada, capim papu, capim doce, c. mimoso. 5. Espcie: Panicum maximum Jacq.22

Nome comum: Capim colonio, capim touceira. Origem: frica. Exigncias: solos frteis, vegetando melhor nos arenosos. Necessita de precipitao acima de 800 mm/ano. Hbito de Crescimento: cespitoso, perene e suas touceiras apresentam ramos tombados quando mais desenvolvidos. Produo de MS: 40 a 100 t de MV/ha, sendo mais comum 40 a 50 t de MS/ha em 2 a 3 cortes. Quando bem conduzido pode-se fazer 1 corte a cada 5 semanas. Produz 150 a 200 kg de sementes. Permite uma capacidade de suporte de at 2,5 UA/ha. Utilizao: pastejo (muito palatvel), fenao e silagem. Tolerncia/Resistncia: bastante rstica, suportando bem o pastejo e o fogo. Adapta-se bem as condio de sombreamento. Rebrote aps o fogo, mas no suporta solos com excesso de umidade e no resiste a geadas. Altura: at 4 m. Consorciao: centrosema, siratro e soja perene. PB(x): 6 a 7%. Manejo: alto, com a entrada dos animais com altura de 60 a 80 e sada com 30 a 40 cm. Para pastejo contnuo manter a vegetao com cerca de 30 a 40 cm. Quando pastejada constantemente, o perfilhamento estimulado. O emprego de roadeiras deve ser feito uma vez por ano, no incio da estao chuvosa. Cultivares: as mais comuns so: colocnio, sempre verde, guin, greeen panic, gatton panic, tobiat, tanznia, mombaa, centenrio, vencedor, aruana (indicado ao pastejo de ovinos). 6. Espcie: P. maximum cv. mombaa. Nome comum: Mombaa. Origem: EMBRAPA / IAPAR. Exig. em solo: mdia a alta. Exig. em chuva: 800 a 1000 mm. Hbito de Crescimento: ereto em touceiras. Prod. MS: 15 a 18 t/ha Indicaes: pastejo rotacionado, pastejo contnuo, fenao e silagem. Toler/Resist: mdia a seca e ao frio. Altura: 1,65 m. Temp: 15 a 35C. Consorc: soja perene, calopognio e leucena. Exig. Adub: calagem, fosfatada e nitrogenada. Sist. Plantio: em linha ou a lano. Tempo formao: 3 a 4 meses. PB(x): 10 a 13%. Manejo: 50 a 90 cm. 7. Espcie: P. maximum cv. Tanznia Origem: frica. Exig. em solo: alta. Exig. em chuva: 800 a 1000 mm. Hb.Cresci/o: ereto em touceiras. Prod. MS: 13 a 18 t/ha23

Indicaes: pastejo rotacionado e fenao. Toler/Resist: mdia a seca e ao frio. Alta ao sombreamento. Altura: 1,5 m. Temp: 20 a 35C. Consorc: soja perene, puerria e calopognio. Exig. Adub: fosfatada e nitrogenada. Sist. Plantio: em linha e a lano. Tempo formao: 3 a 4 meses. PB(x): 12 a 14%. Manejo: 50 a 90 cm. 8. Espcie: Pennisetum purpureum Schum. Nome comum: elefante, napier, capim cana. O nome napier dado de maneira errada a quase todas as variedades, sendo que o Napier uma das variedades. Origem: frica. Exig. em solo: uma das mais exigentes em fertilidadeno se adaptando em baixadas midas. Hb. Cresci/o: cespitosa, perene. Prod. MS: utilizao: pastejo, corte (capineira), fenao e silagem, porem, no pode ser ensilagem pura. Toler/Resist: bastante rstica, suportando bem o pisoteio, com relativa resistncia ao frio e ao fogo, ficando crestada com a geada. Altura: pode atingir at 6 m, sendo muito comum de 3 a 4m, porm, a maioria de suas espcies deve ser cortada com 1,3 a 1,8 cm, ocasio em que so mais tenras e de melhor qualidade. Consorciao: difcil devido ao porte, porm, podem ser empregados soja perene, siratro, centrosema, calopognio e galctia. Multiplico: por frao do colmo ou colmo inteiro, pois tem baixa produo de sementes viveis. O colmo segmentado deve conter de 3 a 5 gemas. As mudas devem ser retiradas de culturas com mais de 100 dias, plantadas em sulcos de 15 a 20 cm de profundidade, espaadas de 0,5 a 1,0 m, com pouca cobertura de terra. As mudas, uma vez colhidas, se forem mantidas sombra, suportam at 20 dias de transporte. Tempo formao: PB(x): diferenciada entre as variedades, sendo que a variao maior ocorre com a idade da planta, apresentando dos 43 aos 55 dias cerca de 9% de PB na MS e, em estgios mais avanados, de 1,2 a 1,9% de PB na MS. Manejo: para pastejo, a entrada dos animais quando estiver com a altura de 60 a 80 cm e sada com 30 a 40 cm e perodo de ocupao de 3 a 7 dias e descanso de 35 a 45 dias. No pastejo contnuo, mante-la com cerca de 60 cm. Manejo alto impede o desenvolvimento de invasoras e favorece a rebrota. Cultivares: mais usadas e recomendadas so as que apresentam florescimento baixo ou tardio, sem joal (espinhos), colmos macios e tenros, sendo as mais empregados: Mineiro, Cameroon, Porto Rico, Vrulwona, Taiwan A-148, Taiwan A-144, Elefante Rxo, Pioneiro (adaptado ao pastejo). Outras cultivares: Mercker, Gold Coast, Niagara, Taiwan A-143, Taiwan A-241, Elefante Ano. As variedades so bastante semelhantes, diferenciando atravs do dimetro, dureza, porte do colmo, comprimento e nmero de folhas e poca de florescimento. Caractersticas passveis de modificao em funo do manejo e com isto, todas as variedades desse grupo so chamadas de Napier.24

B) LEGUMINOSAS Espcie: Arachis pintoi Nome comum: arachis, amendoim rasteiro, amendoim forrageiro, amendoim do campo. Origem: Amricas Central e do Sul. As cultivares mais modernas foram lanadas pelo CIAT, na Colmbia. Exig. em solo: baixa. Exig. em chuva: 900 a 1500 mm/ano. Hb.Cresci/o: estolonfero, rasteiro. Prod. MS: 5 a 6 t/ha Utilizao: cobertura verde, pastejo, adubao verde. Toler/Resist: alumnio livre, frio, cigarrinhas, sombreamento, solos midos. Altura: 0,20 a 0,40 m. Consorc: brizantha, humidcola, dictioneura, capim dos pomares. Exig. Adub: fosfatada e calagem. Sist. Plantio: em linha ou a lano. Tempo formao: 4 a 6 meses. PB(x): 10 a 15%. Manejo: 0,05 m.9.

Espcie: Calopognio mucunoides Nome comum: Calopognio, Calopo. Origem: Amrica do Sul. Exig. em solo: mdia a baixa. Exig. em chuva: 750 a 1200 mm. Hb.Cresci/o: herbceo, volvel, perene. Prod. MS: 6 a 8 t/ha Indicaes: pastejo, fenao e adubao verde, pois excelente na fixao de nitrognio no solo. No palatvel quando novo, porm, muito aceito quando seco. Toler/Resist: seca, cigarrinha, sombreamento. No tolera m dreanagem. Altura: 0,40 m. Temp: 15 a 35C. Consorc: braquirias e os panicuns. Exig. Adub: fosfatadas. Sist. Plantio: em linha e a lano. Tempo formao: 4 meses. PB(x): 14 a 18%. Manejo: 0,20 m.10. 11. Espcie: Stylosanthes

guyanensis (Aubl.) SW Nome comum: estilosantes, estilo. Origem: Amrica Central e do Sul. Exig. em solo: baixa. Responde bem a aplicao de fsforo. Exig. em chuva: 600 a 700 mm at 2500 mm. Hb.Cresci/o: perene, sub-ereta, herbcea, rstica,. Prod. MS: 6,5 a 7 t de MS/ha25

Indicaes: pastejo, banco de protena. muito bem aceita pelo gado. Toler/Resist: seca, pisoteio, baixos valores de pH (adaptada a solos cerrados e lavrados). Altura: at 2,5 m. Consorc: andropogon, buffel, green panic, capim de rhodes. Exig. Adub: fosfatada. Sist. Plantio: em linha e a lano. Tempo formao: 120 dias. PB(x): 12 a 18%. Manejo: altura mxima de 1,0 m e mnima de 0,3 m.12. Espcie: Cajanus

cajan Nome comum: guandu. Origem: Amrica Tropical Ocidental. Exig. em solo: baixa. Cresce bem desde o nvel do mar at a 1800 m. Exig. em chuva: 750 a 1500 mm. Hb.Cresci/o: ereto, sub-arbustivo. Prod. MS: 10 a 15 t/ha Indicaes: pasto, fenao ou corte, silagem, banco de protena, pasto diferido, adubo verde, obteno de farinha para alimentao de aves, para consumo humano utilizando o gro maduro e para raes concentradas Toler/Resist: seca, mdio ao frio, cigarrinhas. Altura: 2,0 m. Temp: 20 a 30 C. Consorc: braquirias, tobiat, milho e sorgo. Exig. Adub: fosfatada. Sist. Plantio: em linha. Tempo formao: 5 meses. PB(x): 14 a 16%. Manejo: incorporar no florescimento. 13. Espcie: Leucaena leucocephala nome comum: leucena, esponjeira. Origem: Amrica Central (Mxico). Exig. em solo: mdia a alta. Exige solos bem drenados. Exig. em chuva: 700 a 4000 mm. Hb.Cresci/o: arbustivo, arbreo, perene. Prod. MS: 12 a 20 t/ha. (folhas e hastes). Indicaes: pastejo, banco de protena. Toler/Resist: seca, sensvel a baixas temperaturas. Altura: at 15 m. Consorc: brachiarias, panicuns, estrela. Exig. Adub: fosfatada e calagem. Sist. Plantio: em linhas e em faixas. Tempo formao: 6 a 12 meses. PB(x): 25 a 30%. Manejo: altura de acordo com a espcie de ruminante.

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14. Espcie: Pueraria phaseoloides Nome comum: Puerria, kudzu tropical. Origem: sia e Indonsia. Exig. em solo: mdia. Exig. em chuva: mais de 1200 mm. Hb.Cresci/o: trepadeira volvel. Prod. MS: 8 a 15 t/ha Indicaes: pastejo, fenao, adubao verde. muito palatvel aos ruminantes. Toler/Resist: mdia a seca e ao frio, alta a cigarrinha e ao sombreamento. Altura: 0,80 a 1,20 m. Consorc: panicum, setria, braquirias. Exig. Adub: fosfatada. Sist. Plantio: em linhas e a lano. Tempo formao: 120 dias. PB(x): 15 a 23%. Manejo: 0,30 m. SUGESTES DE USO: ALIMENTAO ANIMAL:BOVINOS

Brizantha, Decumbens, Ruziziensis, Humidcola, Dictioneura, Tanznia, Aruana, Vencedor, Mombaa, Buffel. EQUINOS Aruana, Pensacola, Rhodes, Andropogon, Coast cross, Estrela Africana. OVINOS Aruana, Buffel, Pensacola, Rhodes, Andropogon, Leucena, Stylosanthes, Guandu. CAPRINOS Rhodes, Setria, Aruana, Guandu, Leucena.

OUTROS FINS:ENCHARCAMENTO SOMBREAMENTO BAIXA TEMPERAT. FENAO TALUDE ADUBAO VERDE

Humidcola, Dictioneura, Setria, Amgola, Carananas, Arachis. Aruana, Ruziziensis, Calopognio, Puerria. Setria, Aruana, Pensacola, Soja perene, Alfafa. Alfafa, Rhodes, Aruana, Decumbens, Ruziziensis, Brizantha, Coast cross. Decumbens, Ruziziensis, Humidcola, Dictioneura. Mucuna preta, Guandu, Crotalria, Labe-labe.

IX. ZONEAMENTO EDAFOCLIMTICO DE PLANTAS FORRAGEIRAS Zoneamento o conhecimento das condies edafoclimticas e das forrageiras existentes em determinada regio. Exemplo: A cultura A vai bem em tal lugar mas no deve ser plantada noutra rea onde a cultura B predomina e tem rendimento superior comparativamente s outras espcies. Esse tipo de informao bastante comum bem como o questionamento de qual atividade deve ser destinada para determinada rea. No Brasil, notadamente os Estados mais evoludos vm adquirindo caractersticas prprias de pases de primeiro mundo onde a agropecuria s tem sucesso desde que seja realizada com emprego de alta tecnologia.

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A atividade pecuria realizada a pasto somente ser justificada quando acompanhada do emprego de tecnologia de ponta a partir da escolha das espcies que comporo o ecossistema de pastagem nas regies mais evoludas e industrializadas. Na atualidade o papel das pastagens vem sendo amplamente revisto no que concerne agricultura, produo animal e ao meio ambiente. As reas de pastagens constituem num recurso finito que vem sendo muito mal manejado. Assim, a maior responsabilidade dos especialistas tornar a atividade pecuria rentvel e sustentvel de maneira eficiente. Embora muitas informaes sejam disponveis, h ainda falta de conhecimento dos tipos de forrageiras existentes, das condies climticas, de solo de extensas regies do pas e do mundo, suas participaes na proteo ambiental e sustentao. As principais limitaes sustentabilidade das pastagens cultivadas so: 1) Endgena limitaes de clima e solo, falta de adaptao das espcies aos estresses fsicos e biticos alm da adaptao aos pecuaristas s novas tecnologias; 2) Exgenas instabilidade poltica, poder aquisitivo da populao e tecnologias de mercado. Pastagens constitudas de espcies bem adaptadas ao nicho ecolgico do local tm alta capacidade de sustentabilidade e contribuem grandemente para a proteo e melhoria do solo. Isto pode ser visto e demonstrado pelos trabalhos de pesquisa de longo prazo conduzidos em diferentes partes do mundo tropical. H ainda necessidade de pesquisas visando definir a adaptabilidade de gramneas e leguminosas forrageiras aos diferentes ecossistemas. Revestem-se, assim, de grande importncia os programas de pesquisas em zoneamento ecolgico de culturas e em especial de plantas forrageiras explorando a multiplicidade de espcies e cultivares para s diferentes situaes edficas, climticas e sociais. Princpios do Zoneamento Edafoclimtico O primeiro vestgio de um zoneamento feito atravs da flora, porm como a atividade pecuria dinmica, aquela indicao perde em muito pouco tempo seu valor perante a realidade. Existem inmeras maneiras de se proceder a um zoneamento de plantas forrageiras desde as mais empricas s mais sofisticadas. Todas devem levar em conta que dos dois grandes recursos naturais disponveis, clima e solo, o primeiro condicionante no passvel de modificaes, porm o segundo, ressalvados alguns aspectos econmicos, pode ser modificado em quase todas as duas caractersticas, com exceo das propriedades fsicas como textura, profundidade e pedregosidade. Clima gua e temperatura so fatores condicionantes para a ocorrncia e/ou sobrevivncia de espcies em cada regio. Embora a deficincia hdrica possa ser contornada em pequena escala, na atividade pecuria isso um tanto impraticvel face s grandes extenses das reas de pastagens ocupadas pelos rebanhos bovinos de corte. J, a temperatura exerce uma influncia decisiva sobre as plantas estabelecendo critrios at de excluso de espcies em dado local. Como a grande maioria das nossas forrageiras tropicais e subtropicais so de origem africana ou asitica, a procura de homlogo ou equivalente climtico tem sido uma constante atravs dos tempos e realizada de maneiras diferentes, como campo de introduo, balanos28

hdricos e trmicos comparativos (Koeppen, Thornthwaite), desempenho de culturas indicadoras, anlises aglomerativas realizadas em dados fenolgicos climticos ou edficos (anlise de Cluster, componente principal, distncia euclidiana, ect). No Brasil j existem alguns trabalhos visando a regionalizao de forrageiras. A ocorrncia de ciclos estacionais de produo em funo das caractersticas trmicas e hdricas das regies imprime a necessidade da procura de espcies mais adaptadas s suas condies ecolgicas. O efeito trmico H na literatura mundial, referncias temperatura de 10C como limitante para o acmulo de MS nas plantas C4. No trabalho de PEDRO Jr. et al., 1990, esse parmetro foi testado para 32 forrageiras com dados de produo de MS obtidos por diversos autores dentro do Estado de So Paulo correlacionando-os com a temperatura mnima mdia mensal. Entretanto, como a obteno da temperatura mnima nem sempre possvel, correlaes entre esta e a temperatura mdia anual mostraram que o limite trmico para o mapeamento pode ser de 16C. H de se considerar que as forrageiras possuem uma plasticidade fenotpica bastante grande o que permite vegetar em faixas de precipitao e temperatura relativamente largas. Assim, o zoneamento climtico deve considerar faixas de restrio hdrica e trmica que possam deprimir ou exaltar a produo potencial de fitomassa ou de sementes. Raras so as situaes em que ocorre inaptido para o cultivo de determinada espcie. o caso da produo de sementes que se inviabiliza em determinada regio quer seja pelo fotoperiodismo inadequado quer seja pela ocorrncia de problemas fitossanitrios. Solo Contrariamente ao clima, o solo possui muitas caractersticas qumicas e fsicas passveis de sofrerem modificaes pela ao do homem. Particularmente as caractersticas qumicas so relativamente fceis de serem alteradas do ponto de vista agronmico, entretanto, o acompanhamento da viabilidade e retorno econmico deve estar presente. Na caracterizao do meio fsico visando a regionalizao das culturas forrageiras, importante definir a capacidade de uso dos solos de modo a fornecer suas aptides e o modo como devem ser manejados com vistas sustentabilidade de produo. As caractersticas limitantes ao uso agrcola como os impedimentos motomecanizao (declividade, profundidade efetiva, pedregosidade, drenagem e eroso) bem como aqueles limitantes produtividade (fertilidade, textura, eroso laminar) devem ser limitadas para cada rea e correlacionadas s espcies em estudo. Assim, pode-se em nvel de propriedade agrcola identificar o tipo de solo e suas caractersticas. Estas, quando comparadas s exigncias de cada forrageira, iro indicar a viabilidade ou no de seu cultivo em cada local conforme indicam os Quadros de 1 a 6. Finalmente, com a unio desses dados obtm-se o zoneamento da aptido edfica para as culturas forrageiras o Estado de So Paulo conforme o Quadro 7.Quadro 1. Exigncia mnima ou tolerncia das espcies em relao declividade. Planos a ondulados suave Colonio, elefante, jaragu, tobiat, leucena, stylosanthes, guin, sempre verde

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Ondulados a Estrela, rhodes, brizantha, soja, siratro, galxia, puerria, calopognio, setrias, fortemente ondulados andropogon Fortemente ondulados Decumbens, ruziziensis, humidcola, gordura, pangola, estrela a montanhosos Quadro 2. Exigncia mnima ou tolerncia das espcies em relao profundidade efetiva. Profundos Profundidade mdia Rasos Colonio, elefante, tobiat, brizantha, ruziziensis, guin, sempre verde Jaragu, rhodes, decumbens, galxia, calopognio, estrela, setrias, sojas Humidcola, gordura, pangola

Quadro 3. Exigncia mnima ou tolerncia das espcies em relao declividade. Argilosos Textura mdia Arenosos Jaragu, estrela, rhodes, humidcola, soja, elefante Humidcola, soja, siratro, galxia, puerria, calopognio, braquiaria Colonio, tobiat, decumbens, brizantha, ruziziensis, kazungula, narok, gordura, pangola, stylosanthes, guin, sempre verde, setria, andropogon

Quadro 4. Exigncia mnima ou tolerncia das espcies em relao drenagem do perfil. Boa Imperfeita Baixada mida Colonio, elefante, tobiat, bizantha, decumbens, ruziziensis, stylosanthes, guin, sempre verde, leucena Jaragu, rhodes, soja, siratro, calopognio, gordura, andropogon, pangola Estrela, humidcola, pangola, setria puerria

Quadro 5. Exigncia mnima ou tolerncia das espcies em relao fertilidade. Frteis Medianos Fracos Colonio, elefante, estrela, rhodes, tobiat, soja, leucena, sempre verde Jaragu, brizantha, ruziziensis, galxia Decumbens, humidcola, setrias, gordura, pangola, siratro, centrosema, puerria, calopognio, andropogon, stylosanthes Quadro 6. Exigncia mnima ou tolerncia das espcies em relao proteo contra eroso. Colonio, elefante, jaragu, rhodes, tobiat, leucena, stylosanthes, guin, sempre verde Estrela, soja, siratro, galxia, puerria, calopognio, setrias, andropogon Decumbens, brizantha, ruziziensis, humidcola, gordura, pangola, estrelas

Baixa mdia Alta

Quadro 7. Exemplo de Zoneamento da aptido edfica para as principais plantas forrageiras no Estado de So Paulo.Forrageira Elefante Jaragu Estrela Rhodes Tobiat Profundidade Efetiva 1 2 3 4 5 1 2 3 4 1 A A A A R I A AR I A Declividade Textura 2 A 3 A Drenagem do perfil 2 A 3 A 4 R 5 I Suceptibilidade a eroso 1 2 3 4 1 2 3 4 5 A A AR I A A A AR I Fertilidade

4 5 1 AR I I

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Zoneamento ecolgico o resultado do somatrio e cruzado das informaes de aptido climtica e edfica das culturas conhecidas pelos dois zoneamentos anteriores. Para o caso das forrageiras tropicais como j foi dito anteriormente, raramente uma condio edfica ou climtica impem a inexistncia total de cultura em cada regio. Assim, o zoneamento ecolgico visa traar limites de: a) aptido que renem condies climticas e edficas timas para o pleno desenvolvimento da cultura; b) aptido com restrio onde h marginalidade de um ou mais fatores ao pleno desenvolvimento da cultura; c) restrio onde os fatores da marginalidade restringem a produo de maneira significativa (ex: problemas fitossanitrios na produo de sementes); d) inaptido onde no possvel o cultivo da forrageira devido a fatores de solo ou de clima extremamente limitantes.

X. PASTAGENS NATIVAS DA AMAZNIA Ao longo do processo de desenvolvimento da atividade pecuria na regio amaznica brasileira, as extensas reas de pastagens nativas da regio sempre desempenharam papel da maior relevncia. Desde os primrdios do incio dessa atividade, por volta de meados do sculo XVII, at o incio dos anos 60, a quase totalidade de produo de carne e de leite comercializados nas capitais dos estado da Amaznia era oriundas de extensas reas de criao de bovinos e bubalinos em pastagens nativas de savanas bem e mal drenadas e nas pastagens nativas de solos aluviais. Com o advento das rodovias de integrao nacional como a Belm-Braslia, Transamaznica, Perimetral Norte e outras, houve o deslocamento das partes da atividade pecuria das reas de pastagens nativas para as reas de pastagens formadas em regies de florestas primrias. Processo este, resultante de condicionantes extremamente vantajosas oferecidas pelo Governo Federal, atravs de incentivos fiscais, disponibilidades de terras a baixo custo e das extremas dificuldades impostas por aspectos logsticos das regies de pastagens nativas. No entanto, a medida que as pastagens cultivadas invadiram as florestas tropicais, cresceram tambm as preocupaes com os impactos que esse tipo de explorao poderia trazer ao meio ambiente. Se por um lado as PN de savanas so consideradas como tendo baixo potencial produtivo quando comparadas s pastagens cultivadas em regies florestais, por outro os sistemas de produo extensivos em PN so mais equilibrados do ponto de vista ambiental, uma vez que se constituem em ecossistemas mais estveis, pois no sofrem interferncias antropognicas drsticas como acontece na formao de pastagens que envolvem a derrubada e queima da floresta. Alm desses aspectos de grande importncia, as PN podem, a curtos e mdios prazos, se constiturem em opo vivel como alternativa para desacelerar os avanos da pecuria nas reas de florestas, reduzindo, consequentemente, os impactos que esse tipo de explorao tem produzido no meio ambiente e no mbito da sociedade. Vrios estudos tm sido realizados no sentido de demonstrar as reais potencialidades das PN para o desenvolvimento de uma pecuria produtiva na regio amaznica, tanto no31

sentido de gerar conhecimentos como adaptando tecnologias compatveis com o meio ambiente e com as caractersticas do tipo de explorao predominante, mas muito ainda falta, pois as savanas constituem-se num importante ecossistema nas regies dos trpicos, ocupando 300 milhes de h na Amrica do Sul, sendo 30 milhes na Venezuela, 28 milhes na Colmbia, 23 milhes na Bolvia (Pereira, 1982). No Brasil, as savanas ocupam mais de 150 milhes de h, estendendo-se pelas Regies Centro-Oeste, atingindo, ainda, parte das Regies Norte, Nordeste e Sudeste. A maior concentrao (73%) ocorre nos Estados de Gois, Mato Grosso e Minas Gerais (Kornelius et al., 1982). Levando-se em considerao as caractersticas hidrolgicas, edficas e florsticas, as pastagens nativas so classificadas em trs principais ecossistemas: Savanas bem drenadas que compreendem os campos cerrados, em seus diversos gradientes de estratos herbceos; Savanas mal drenadas, em seus gradientes de inundaes, cujo prottipo so as PN da ilha de Maraj; e PN de solos aluviais, que correspondem aos campos de vrzeas, sujeitos a regimes de inundaes peridicas (Serro, 1986). Estima-se que na Amaznia exista algo em torno de 75 milhes de h de PN, sendo 50 milhes 50 milhes em terra firme e 25 milhes em terra inundvel (Serro, 1986). A criao de gado na Amaznia iniciou em 1680, na ilha Grande de Joanes (Cruz, 1987), denominao da ilha de Maraj naquela poca, posteriormente se expandiu para a regio do Baixo Amazonas. Somente a partir da dcada de 70, com a abertura da rodovia Belm-Braslia e incentivos oferecidos pelo governo, que teve incio a criao de gado em pastagens cultivadas em reas de florestas. Atualmente, estima-se que existam 43 milhes de h de florestas desmatadas na regio Amaznica e que, desse total, 23 milhes so ocupadas por pastagens cultivadas (Homma, 1994; Kitamura, 1994). Esse desmatamento tem provocado destruio da cobertura vegetal, com prejuzos ao meio ambiente, especialmente na deteriorao dos solos e perdas de populaes nativas de animais e vegetais. Metade das reas desmatadas esto em processo de degradao e boa parte foi abandonada. Os ecossistemas de PN so ecologicamente bastante estveis, como exemplo as pastagens de savanas mal drenadas da ilha de Maraj so exploradas principalmente com criao de gado de corte em sistema de manejo extensivo h mais de 300 anos, e os nveis de degradao das pastagens so muito baixos. A utilizao mais racional e intensiva das PN poderia diminuir a presso de desmatamento nas reas de floresta de terra firme visando a formao de pastagens, e o aumento da produo de carne e leite. 1- PASTAGENS NATIVAS DE SAVANAS BEM DRENADAS PN de savanas foram consideradas por muito tempo como: a) terras marginais; b) pouco potencial de utilizao em atividades agrcolas. Pensamento predominante:a vegetao essas reas deveria ser substitudas para se ter lucro. Com isto, o cerrado do Brasil Central foi envolvido com soja, milho trigo e pastagens, acompanhadas com uso intensivo de insumos.32

Na regio Amaznica, esse fato ainda no ocorreu de forma to marcante como aquela observada nos Estados de Mato Grosso e Gois, embora reas de cerrado no Estado de RR tenham dado lugar a diferentes tipos de explorao agrcola. Fato semelhante ocorreu no Amap, onde algo em torno de 200 mil h deram lugar ao plantio de Pinus e de dend (Elaeis guineensis). Porm, na sua quase totalidade, as reas de savanas bem-drenadas da Amaznia continuam intactas, representando excelente alternativa para a explorao sustentvel da pecuria na regio amaznica, em especial quando se considera que esse tipo de ecossistema mais equilibrado ambientalmente do que em reas de pastagens cultivadas em florestas. Mas, sabe-se que a utilizao das PN de savanas pode desempenhar papel relevante na reduo do avano da pecuria nas reas de florestas tropicais midas da regio amaznica. As PN de reas de savanas bem drenadas so representadas pela vegetao do tipo cerrado, caracterizada pela predominncia de gramneas nativas esparsas e de porte baixo, c/ pequena ocorrncia de arbustos e rvores tortuosas. Essas formaes so encontradas em grandes extenses nos Estados de RR (4,4 milhes de ha), PA (4,4 milhes de ha), Amazonas (3,9 milhes de ha), Amap (1,9 milho de ha) e em pequenas reas no Estado de RO, perfazendo um total de 12,2 milhes de ha. Caracterizao Clima De acordo com a classificao de Kppen, o clima tropical chuvoso com ocorrncia dos tipos climticos Ami e Awi. A precipitao anual mdia varia de um mnimo de 1.700 mm a um mximo de 2.500 mm, em Roraima e Amap, respectivamente. Basicamente, os perodos de chuvas e de estiagem so coincidentes, com exceo do Estado de Roraima. A temperatura mdia anual no apresenta grandes variaes, enquanto a umidade relativa est sempre acima dos 70%, sendo nos Estados do Amap e Par superiores aos 80%. Solos Os solos predominantes so aqueles pertencentes ao grande grupo dos Latossolos, notadamente os Latossolos Amarelos, com pequenas variaes de textura. No Amap, h algumas faixas de Concrecionrio Latertico. Em geral, os solos so mal estruturados e de drenagem lenta. Possuem uma camada superficial compacta devido s intensas precipitaes que ocorrem na estao chuvosa. Independentemente da textura e do tipo de solo, comum a presena de concrees nas camadas subsuperficiais. Os solos so bastante semelhantes com relao composio qumica, sendo predominantemente de baixa fertilidade e acidez elevada. Excepcionalmente, os solos de Rondnia apresentam teores de Ca + Mg e K, especialmente este ltimo, em nveis ligeiramente superiores aos observados nas demais localidades. Vegetao As principais espcies de gramneas pertencem aos gneros: Axonopus, Aristida, Eragrostis, Andropogon, Panicum, Paspalum, Trachypogon e Mesosetum. Entre as espcies forrageiras predonimam:33

Trachypogon sp., Axonopus pulcher, A. purpusii, A. amapaensis, Elyonurus sp., Mesosetum cayenensis, M. altum, M. loliiforme, Paspalum carinatum, P. gardnerianum, Panicum guianensis, P. nervosum, Bulbostylis capilares, B. spadicens (barba-de-bode), Cyperus brevifolius e Rhyncospora spp., dentre outras. Estas espcies ficam dormentes durante o perodo de estiagem, formando uma manta de palha seca, a qual queimada no final deste perodo. Com as primeiras chuvas, as espcies brotam, florescem e produzem sementes ainda durante o perodo das chuvas. Quanto s leguminosas nativas, encontram-se os gneros: Desmodium, Stylosanthes, Zornia, Cassia, Galactia, Phaseolus e Centrosema, porm com baixa freqncia e baixa densidade, no desempenhando papel de relevncia. Produo forrageira Proporciona baixo potencial produtivo, cerca de 1.500kg de MS/ha, com agravamento da produo de forragem durante a poca de estiagem, quando podem atingir 800kg de MS/ha. Essas disponibilidades foram semelhantes s das savanas bem-drenadas da Colmbia llanos de 1.058 kg de MS/ha. A produo de forragem varia em funo da poca do ano. Para as savanas bemdrenadas do Amap, a maior oferta de forragem ocorre entre abril a junho e a me