Apostila de Raios X Odontológico

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Apostila De Raios X Odontológico

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Apostila

De

Raios X

Odontológico

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Organizada por Victor Neto

Radiologia Odontológica

A radiografia é o registro fotográfico de uma imagem produzida pela passagem de uma fonte de raios x através de um objeto. O exame radiográfico representa uma ferramenta fundamental do exame clínico, e sua validade é diretamente proporcional à quantidade de informações que oferece. Assim sendo, podemos dizer que o exame radiográfico auxilia o diagnóstico, colabora no plano de tratamento, orienta e controla a terapêutica.

Exames de raios x

Os raios x são uma valiosa ferramenta de diagnóstico para o dentista. A cárie pode se desenvolver tão rapidamente nas crianças que é importante detectá-la o mais cedo possível. As cavidades que são muito pequenas para serem vistas ao olho nu aparecerão nos exames de raios x. Os pontos de cárie entre os dentes, onde o espelho e o explorador não alcançam, podem ser localizados pelos raios x.

Dentes extras, dentes que faltam, qualquer anomalia nos dentes permanentes, que ainda estão inclusos na mandíbula, podem ser vistos nesses exames de raios x. Essa informação é necessária se o dentista tem que decidir se vai reter ou remover o dente. Os pais, os dentistas e os médicos têm se preocupado, justificadamente, com o uso crescente e extensivo dos raios x. Há uma evidência controvertida que as pessoas que recebem terapia intensa de radiação quando crianças podem desenvolver problemas. O uso excessivo de raios x deve ser evitado sempre que possível.

As máquinas de hoje são seguras e facilmente operáveis. Anos atrás um exame de raios x demorava de 1 a 1,5 segundos de exposição para tirar uma radiografia. Hoje aparelhos novos e de boa proteção tiram a mesma radiografia em décimos de segundo; 15 a 20 radiografias podem ser tiradas no mesmo tempo que se utilizava para tirar uma. A quantidade de radiação que uma criança fica exposta uma vez por ano é menor do que ela obteria em exposição natural durante um dia na praia.

Aparelhos especiais de raios x conseguem fazer uma única radiografia dos maxilares chamada Panorâmica. A criança fica parada e o filme é colocado

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num dispositivo flexível, montado num módulo rotatório que gira em torno da criança. O resultado é uma visão completa dos dentes decíduos e permanentes. Essa radiografia, mais algumas para verificações de lesões de cáries, são suficientes para que o dentista inicie o diagnóstico.

É praticamente um conceito que as radiações ionizantes possuem um potencial de risco. Desde 1896, o cirurgião dentista vem utilizando os raios x como auxiliar de diagnóstico e de acompanhamento das terapêuticas instituídas.

Durante todo esse tempo, muito se aprendeu dos riscos, assim como dos benefícios associados aos raios x. Nós aprendemos, por exemplo, que altos níveis de exposição estão associados a um aumento do risco de câncer, de leucemia, de anomalias congênitas e até de catarata. Porem é preciso lembrar que a maioria dos estudos dos riscos são alicerçados em extrapolações e análises estatíscas de potencial de riscos oriundos de altíssimos níveis de exposição.

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Considerando que ao analisarmos os achados radiográficos, nós estamos avaliando estruturas tridimensionais projetadas em dois planos e, teremos a noção apenas dos aspectos de altura e largura, faltando à terceira dimensão, a profundidade, aspecto este que só poderá ser avaliado quando do uso das modalidades de exame que possuem a habilidade de reformatação tridimensional. Tais modalidades incluem as tomografias que podem ser convencionais ou computadorizadas, que já se tornaram parte integrante das indicações da rotina dos procedimentos de diagnóstico de quase a totalidade das especialidades odontológicas.

Para cálculo dos riscos radio biológicos devemos calcular as doses de absorção nos chamados órgãos críticos. Os chamados órgãos críticos. São tecidos que apresentam susceptibilidade aos efeitos tardios das radiações ionizantes.

Exemplo dos efeitos deletérios em órgãos críticos à radiação pode ser expressos da seguinte forma:

1- Olhos: formação de cataratas;2- Gônadas: alterações genéticas;3- Pele: câncer;4- Glândula tireóide: câncer;5- Medula óssea: leucemia;6- Mama: câncer;7- Gravidez: alterações fetais.

Toda vez que executamos uma técnica radiográfica, o paciente apresenta certo grau de absorção de dose de radiação distribuída de forma não homogênea pelo corpo todo. O período de latência é o período decorrente entre a exposição e o efeito visível da radiação. Os eventuais efeitos das exposições podem variar desde uma fibrose até a indução de um tumor.

A dose total recebida pelo indivíduo, a idade, o estado de saúde geral, o volume de tecido irradiado, o tipo e a susceptibilidade celular. Bem como a capacidade de reparação das células após a exposição são os fatores do chamado período de latência.

A estimativa dos riscos de câncer é tradicionalmente relatada de duas maneiras:1- pelo risco de morrer através de câncer radio gênico;

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2-pela incidência de risco de câncer que um indivíduo possui, ou seja, a probabilidade deste desenvolver um câncer de origem radia gênica, mas não necessariamente morrer desta doença.

Segundo Frederiksen, 2003, notamos que a dose equivalente do exame perapical completo com filme D corresponde a 150 miliSievert, enquanto a dose numa panorâmica é de 26 miliSievert. Assim sendo, avaliando estes valores, temos que ter em mente que as doses de radiações geram um dano biológico de forma cumulativa ou estocástica. Portanto, a somatória gera uma probabilidade de risco nos chamados órgãos críticos.

Logo, quando se executa uma tomografia odontológica convencional linear ou multidirecional de maxila total são realizados seis cortes anteriores com 5 miliSievert cada, mais quatro premolares multiplicados por 26, totalizando, portanto 306 miliSievert versus 104 da chamada dose efetiva (E) da tomografia computadorizada helicoidal (TC).

Assim sendo, podemos dizer que à luz dos conhecimentos atuais, a dose de uma TC helicoidal de maxila corresponde à dose equivalente a quatro radiografias panorâmicas ou ainda menor que a dose efetiva de um exame periapical da boca toda. Quando o mesmo raciocínio é aplicado para região mandibular, temos uma proporção de aproximadamente 4 exames Peri apicais de boca toda.

Logo, quando se planeja uma reabilitação com mais de cinco sítios a serem implantados ou se pretende avaliar áreas patológicas e suas relações topográficas, o exame tridimensional é de fundamental importância e não pode ser relegado a segundo plano, uma vez que, o custo biológico é menor que o benefício obtido pela somatória de informações. Podemos ainda afirmar que as doses das técnicas de imagem utilizadas na Odontologia Moderna podem ser consideradas menores do que as doses de radiação de fundo a qual estamos expostos diariamente, querendo ou não.

SUMÁRIO DA DOSE EFETIVA

Exame dose em Probabilidade de Milisievert Estocástico Periapical completo 150 11.0Panorâmica 26 1.9TC convencional anterior 5 0.4TC convencional premolar 30 2.2

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TC convencional molar 26 1.9TC computadorizada maxila 104 7.6TC computadorizada mandíbula 761 55.6

Raios x odontológico.

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Radiografia Panorâmica

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Tomografia computadorizada da mandíbula.

RADIOGRAFIAS MAIS UTILIZADAS EM ODONTOLOGIA:

Rx periapicalRx interproximalRx oclusalRx panorâmicoRx lateralRx lateral oblíquaRx de WatersRx de Towne Rx de Towne modificadaRx telerradiográfico

Quais são os exames radiográficos na rotina odontológica?

O cirurgião-dentista costuma executar os exames intrabucais no seu consultório e solicitas técnicas extrabucais para serviços especializados. Na atualidade, a maioria das especialidades utiliza a técnica panorâmica por ser de fácil execução e pelo fato de que, numa radiografia, visualizam-se as

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estruturas anexas, como órbitas, seios maxilares, fossa nasal e articulação termporo-mandibulares.

MÉTODOS RECENTES APLICADOS A RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA.

A imagem radiográfica nada mais é que a projeção de uma estrutura anatômica tridimensional numa superfície plana (Filme radiográfico). Modernamente, o cirurgião-dentista dispõe de uma série de exames nos Serviços de Radiologia. Tais exames especiais fornecem subsídios em terceira dimensão que facilitam todos os procedimentos terapêuticos. Dentre eles, podemos citar os métodos de localização de corpos estranhos, dentes inclusos ou, simplesmente, lesões que podem ocorrer na maxila e/ou mandíbula. Pelo fato de esses exames darem a noção da terceira dimensão, os procedimentos cirúrgicos são mais precisos e genericamente menos agressivos. Outro tipo de exame bastante difundido nos dias atuais é a tomografia das articulações temporomandibulares. Cefaléias, dores de ouvido, diminuição da audição, zumbido e dores orofaciais podem estar associadas aos chamados distúrbios temporomandibulares A reabilitação oral sofreu nos anos um processo revolucionário associado à descoberta e ao desenvolvimento dos chamados implantes osseointegrados. Somente com os métodos de localização para implantes, executados com tomografias especiais para visualizar os rebordos alveolares, é possível prever a quantidade de tecido ósseo remanescente, assim como visualizar a relação com reparos anatômicos considerados nobres. O cirurgião-dentista moderno só consegue efetuar esses procedimentos cirúrgicos com segurança por meio desse tipo de exame.

A EVOLUÇÃO DA IMAGINOLOGIA ODONTOLÓGICA

Com a introdução da tomografia computadorizada para uso odontológico, tornou-se possível planejar a colocação de implantes dentários de maneira mais precisa e adequada. Este dará ao cirurgião a altura largura do osso, em cada parte desejada. Junto a esse exame, poderemos utilizar um programa computadorizado que possibilita a visão da boca e demais estruturas anatômicas do paciente em 3D e a partir deste executar a protipagem ( modelo de estudo em resina ) do paciente que será submetido à cirurgia, geralmente mais extensa e invasiva. Com esse advento é possível fazer a cirurgia no computador, exatamente como será feita na boca, e o cirurgião terá em mãos exatamente a mesma situação que encontrará no ato cirúrgico.

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Planejamento de Implantes por TC.

EXAMES RADIGRÁFICOS TRADICIONAIS X TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA.

As radiografias extrabucais e intrabucais são exames de grande valia para a odontologia. Muitos cirurgiões- dentistas reconhecem que, apesar dos benefícios, estes exames apresentam limitações, principalmente devido à sobreposição de imagens.

A tomografia computadorizada chega a ser de 10 a 20 vezes mais sensível que o exame convencional, para verificação com mais nitidez e menor distorção dos detalhes como fraturas, periodontites apicais ocultas, reab sorções. Uma

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desvantagem da TC em relação aos exames radiográficos convencionais é ainda o custo elevado.

A IMPORTÂNCIA DA RADIOGRAFIA PANORÂMICA NA ODONTOLOGIA.

A radiografia panorâmica é um importante exame radiográfico utilizado para o diagnóstico e planejamento terapêutico das doenças dos dentes e dos ossos da face. Atualmente, a maioria dos dentistas solicita esse exame no inicio e no controle dos tratamentos odontológicos.

O QUE É RADIOGRAFIA PANORÂMICA E SUAS VANTAGENS.

O exame ortopantomográfico, mais conhecido como radiografia panorâmica, é um exame útil e bastante prático para complementar o exame clínico no diagnóstico das doenças dos dentes ( cáries ou doenças endodônticas ) e dos ossos da face. Através desse exame, o dentista pode visualizar todos os dentes de uma só vez, inclusive os que não estão erupcionados. Cáries, fraturas dentais, infecções ou outras doenças dos ossos que sustentam os dente podem ser visualizadas e, muitas vezes, diagnosticada.

INDICAÇÕES PARA RADIOGRAFIA PANORÂMICA.

Lesões dentais;Lesões dos ossos da maxila e mandíbula;Reabsorção óssea e radiculares; Cistos;Tumores;Inflamações;Fraturas pós-acidentes;Distúrbios da articulação temporomandíbular e sinusite ( causam dor na região do ouvido, face, pescoço e cabeça );Exame pré-operatório em cirurgias dos dentes e ossos.

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PROTEÇÃO RADIOLÓGICA.

Atualmente, com os modernos aparelhos de raios x, a proteção dos aventais de chumbo e os filmes mais sensíveis, esse método é bastante seguro. Nas mulheres grávidas opta-se por realizar o exame depois do terceiro mês de gestação ou após o parto, dependendo da necessidade do caso e sempre observando as medidas de segurança.

CUSTO DO EXAME.

Se comparado ao benefício que ele proporciona, veremos que o preço é acessível para população. Alem das clínicas particulares, existem órgãos públicos e faculdades de Odontologia que dispõem de aparelhagem necessária para realiza-lo sem custo para a população.

Radiografia panorâmica.