Apostila de Mecânica Dos Sólidos 2011

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  • 5/25/2018 Apostila de Mec nica Dos S lidos 2011

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    CENTRO UNIVERSITRIO DA FUNDAO

    EDUCACIONAL DE BARRETOS

    UNIFEB

    MECNIC A DOS SLIDOS(Notas de aulas)

    ENGENHARIA CIVILENGENHARIA AMBIENTAL

    Prof. Paula Cacoza Amed AlbuquerqueBarretos, 2011

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    Faculdade de Engenharia de Barretos 1997

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    1 TENSO MECNICA - CONCEITOS FUNDAMENTAIS

    1.1 - Definio de Tenso MecnicaHaste em equilbrio esttico quando sujeita a um sistema de foras axiais e

    centradas de intensidade F.

    imaginando a separao da haste em 2 partes:

    o equilbrio garantido pelas Foras Internas.

    Definio: TensaoFora interna no Corpo

    Area em que atua=

    O valor da tenso depende do ngulo do plano de corte (a rea varia com ongulo).

    Tenso um tensor e no um vetor.no valem as leis da lgebra vetorial para as tenses, mas somente para

    as suas resultantes.

    Considerando o equilbrio de apenas uma parte do corpo deformvel:

    Fx F t dA= + =

    0 0.

    e admitindo tenso distribuda uniformemente na superfcie de corte (t=cte):

    tF

    A=

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    3

    unidades de tenso :Kgf

    cm

    tf

    mpsi

    N

    mPa

    2 2 2; ; ; =

    Obs.: usualmente aproxima-se como:

    1 10

    1 0 12

    kgf N

    kgf

    cmMPa

    ,

    conveniente substituir a tenso total tpor suas 2 componentes ortogonais:

    Perspectiva

    Vista Lateral

    tenso normal ()ao plano de cortetenso tangencial ou de cisalhamento ()//ao plano de corte

    1.2 - Teorema de CauchyConsiderando o mesmo corpo anterior, pode-se passar outros planos de

    corte imaginrios.

    elemento de volume de espessura e

    em planos //s, tensest so iguais eopostas idem para e

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    M ae b be aA

    = =

    = 0 0

    Teorema de Cauchy)

    ( ) ( )

    (

    '

    tenses de cisalhamento em planos perpendiculares so iguais, convergindo ou

    divergindo de uma mesma aresta.

    1.3 - Tenso no PontoCorpo em equilbrio esttico sob a ao de um sistema de foras espacial:

    F resultante da fora interna que atua na rea S

    S

    Ftlim=

    S

    Fnlim

    S

    Flim=t

    0S

    0S

    0S

    =

    1.4 - Estado Triplo de TensoReferindo as tenses a um sistema de coordenadas cartesianas tri-ortogonal,

    as tenses em torno de um ponto ficam:

    Analisando um elemento de volume em torno do ponto A, tm-se o seguinte

    Estado de Tenso:

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    5

    Apenas 6 tenses independentes

    Do Teorema de Cauchy: xy= yx

    xz = zxyz = zy

    1.5 - Estado Duplo ou Plano de Tenses

    No caso mais comum, na prtica, de considerar que as aes sobre os corposatuam em um nico plano, tm-se um caso particular do Estado Triplo de Tensesonde 2 faces paralelas esto isentas de tenses

    Caso todas as aes estejam contidas no plano xy, vem:

    z = 0 = zx = zy

    xz = yz

    O estado duplo de tenso fica determinado conhecendo-se apenas 3 tenses

    independentes em cada ponto: x, ye xy= yx=

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    vista pelo plano sem tenses

    2. ESFOROS SOLICITANTES

    2.1 IntroduoConsidere um corpo em equilbrio esttico, no espao, e as tenses num

    ponto de coordenadas qualquer (y,z) numa seo de corte imaginrio.

    Define-se como Esforo Geral Solicitante a resultante das tenses x, xyexz que atuam em todos os pontos do plano de corte imaginrio, podendo serdecomposto em:

    x)detornoemTorsor;T(Momento=.z)dS.y(

    y)detornoemFletor;(MomentoM=.z.dS

    z)detornoemFletor;(MomentoM=.y.dS

    z)a//Cortante;(foraV=.dS

    y)a//Cortante;(foraV=.dS

    x)a//Normal;(foraN=.dS

    xyxz

    y

    S

    x

    z

    S

    x

    S

    zxz

    Syxy

    S

    S

    x

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    No caso particular de Estrutura Plana, onde todas foras so aplicadas em

    um nico plano, por exemplo, plano xy, so nulas as tenses paralelas a z, erestam:

    x

    xy

    =apenas 2 tensoes no plano de corte.

    =

    e apenas 3 componentes do Esforo Geral Solicitante, pois as distncias paralelas aztambm so nulas:N = .dS ; V = .dS; M = - .y.dS

    SSS

    Objetivo: Determinar e a partir do conhecimento de N, V e Me das leis devariao das tenses.

    2.2 Vinculao das Estruturas Planas

    2.2.1 Definies

    a) Estrutura plana: conjunto de elementos lineares cujas dimenses transversaisso menores do que o seu comprimento de modo significativo.

    b) Barra simples (barra):elemento linear com funo esttica de transmitir apenasN.

    c) Barra geral (chapa):elemento linear com funo esttica de transmitir N,V eM.

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    d)Vnculos (apoios):elementos de ligao entre chapas, barras e a chapa-terra.e) N:encontro de apenas barras simples (2 ou mais).

    Uma chapa possui 3 graus de liberdade no plano 3 deslocamentosindependentes.

    Um n possui 2 graus de liberdade no plano.

    Os vnculos so utilizados para impedir esses movimentos.

    2.2.2. Vnculos Planos Bsicos

    VNCULOS MOV. IMPEDIDOS

    Apoio Mvel 1

    Apoio Fixo 2

    Engaste Fixo 3

    Engaste Mvel 2

    Rtulas (artic.) 2

    N 0

    Ressalvas:

    Barra impede 0 movimentos

    Chapa impede 2 movimentos

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    Chapas 2(c-1)

    Para cada movimento impedido, h uma reao de apoio correspondente.

    2.3 Determinao Esttica

    Uma estrutura composta por cchapas, nns e bbarras ( reais ou vinculares)fica em equilbrio esttico segundo o n. de movimentos impedidos no plano, onde:

    bnec

    = 2n + 3c

    qdo: b

    b Estrutura Hipostatica

    = b Estrutura Isostatica

    > b Estrutura Hiperestaticaex

    nec

    nec

    nec

    <

    2.3.1 Exemplos1)

    ===

    =

    3313

    1

    exist

    nec

    b

    b

    c

    Isosttico ou Determ.

    2)

    =

    ==

    =

    4

    313

    1

    exist

    nec

    b

    b

    c1x Hiperesttico

    3)

    =

    ==

    =

    6

    623

    2

    exist

    nec

    b

    b

    c

    Isosttico ou Determ.

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    2.3.2 Problemas Propostos:Determinar estaticamente as estruturas abaixo1) 2)

    3)

    2.4 Conveno de Sinais para os Esforos Planos

    Estrutura plana em equilbrio esttico

    Separando a estrutura em 2 partes atravs de um corte normal ao seu eixo,podemos determinar os esforos solicitantes pela imposio do equilbrio estticode cada parte separada.

    N> 0 tracao

    compressao

    < 0

    V> 0 rotacao horaria

    rotacao anti - horaria

    < 0

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    M> 0 traciona em baixo

    traciona em cima

    < 0

    Os esforos solicitantes so iguais e opostos em cada parte separadabasta determinar apenas em uma parte.

    Conhecidas as aes e reaes, os esforos solicitantes podem serdeterminados atravs dasEquaes de Equilbrio Esttico.

    2.5 Tipos de Aes

    a) Cargas Concentradas

    b) Cargas Distribudas

    uniforme

    linear

    qualquer

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    c) Cargas Momento

    2.5.1 Clculo de Reaes de Apoio

    Equaoes de Equilibrio

    F

    F

    M

    h

    v

    =

    =

    =

    0

    0

    00

    Exemplo 1) Determinar as reaes de apoio da viga abaixo.

    Determinao Esttica:

    c

    b

    b

    nec

    exist

    =

    = =

    =

    1

    3 1 3

    3

    Isostatico ou Determinado

    Aplicao das Equaes de Equilbrio:

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    13

    F

    HH

    A

    =

    = 0

    0

    F

    V V

    V V

    V

    V kN

    V

    A B

    A B

    A

    A

    =

    + =

    =

    =

    =

    0110

    110

    110 60

    50

    M horario

    V

    V

    V kN

    A

    B

    B

    B

    =

    + =

    + =

    =

    040 2 70 4 6 0

    80 280 6

    60

    ( )

    Exemplo 2) Determinar as reaes de apoio da viga abaixo.

    Determinao Esttica:

    c

    b

    bnec

    exist

    =

    = =

    =

    1

    3 1 3

    3

    Isostatico ou Determinado

    Aplicao das Equaes de Equilbrio:

    FH

    H kN

    H

    A

    A

    = =

    =

    030 0

    30

    F

    V V

    V V

    V V

    V

    V kN

    V

    A B

    A B

    B A

    B

    B

    =

    + =

    + =

    =

    =

    =

    040 100 0

    140

    140

    140 66 67

    7333

    ,

    ,

    M horarioV

    V

    V kN

    B

    A

    A

    A

    = =

    =

    = =

    06 40 5 100 2 0

    6 200 200 0

    400

    666 67

    ( )

    ,

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    Problemas Propostos : Determinar as reaes de apoio.

    1)

    2)

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    2.5.2 Clculo Analtico dos Esforos Solicitantes

    Clculo dos Esforos M, N e V em funo de uma abscissa x, quecorre ao longo do eixo da chapa.

    Exemplo 1)

    F

    HH

    A

    = =

    00

    F

    V V

    V kN

    V

    A B

    A

    =

    + =

    =

    060

    16

    M horario

    V

    V

    V kN

    A

    B

    B

    B

    = + + =

    =

    =

    020 1 20 3 5 20 7 0

    220

    544

    ( )

    Trecho I (0 x 1)

    Condies de Equilbrio:

    F

    NH =

    = 0

    0

    F

    V

    V kN

    V =

    =

    =

    016 0

    16

    M horario

    x M

    M x kN m

    S =

    =

    =

    016 0

    16

    (

    )

    .

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    Trecho II (1 x 3)

    Condies de Equilbrio:

    F

    NH =

    = 0

    0

    F

    V

    V kN

    V =

    =

    =

    016 20 0

    4

    M horario

    x x M

    M x x

    M x kN m

    S=

    =

    = +

    =

    016 20 1 0

    16 20 20

    20 4

    (

    )

    ( )

    .

    Trecho III (3 x 5)

    Chapa esquerda da Seo S

    Condies de Equilbrio:

    F

    NH =

    = 0

    0

    F

    V

    V kN

    V =

    =

    =

    016 40 0

    24

    M horario

    x x x M

    M x x x

    M x kN m

    S =

    =

    = + +

    =

    016 20 1 20 3 0

    16 20 20 20 60

    80 24

    (

    )

    ( ) ( )

    .

    Chapa direita da Seo S (2 x 4)

    Condies de Equilbrio:

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    17

    F

    NH =

    = 0

    0

    F

    V

    V kN

    V=

    + =

    =

    044 20 0

    24

    M horario

    x x M

    x x M

    M x kN m

    S =

    + =

    + + =

    = +

    020 44 2 0

    20 44 88 0

    88 24

    (

    )

    ' ( ' )

    ' '

    ' .

    Trecho IV (0 x 2)

    Condies de Equilbrio:

    F

    NH =

    = 0

    0

    F

    V

    V kN

    V =

    =

    =

    020 0

    20

    M horario

    x M

    M x kN m

    S =

    + =

    =

    020 0

    20

    (

    )

    '

    ' .

    Representao grfica dos Esforos

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    Exemplo 2)

    F

    H

    H

    A

    =

    =

    0

    0

    F

    V VV kN

    V

    A B

    A

    =

    + = =

    0

    12060

    M horario

    VV kN

    A

    B

    B

    =

    ==

    0

    120 3 6 060

    ( )

    .

    Trecho I (0 x 6)

    Condies de Equilbrio:F

    NH =

    = 0

    0

    F

    V x

    V x

    V =

    =

    =

    060 20 0

    60 20

    M horario

    x xx

    M

    M x x kN m

    S =

    =

    =

    0

    60 202

    0

    60 10 2

    (

    )

    .

    Representao grfica dos Esforos

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    Problema Proposto 1)

    2.6 Relaes Diferenciais entre os Esforos

    viga sob carga distribuda qualquer p=p(x)

    Analisando o trecho entre duas sees distantes de um infinitsimo dx:

    Fy = 0 V - p.dx - (V + dV) = 0

    dVdx

    p (I)

    M M - (M + dM) + p.dx.dx

    2(V + dV).dx = 0

    despresando diferenciais de 2 ordem:

    V =dM

    dx(II)

    Substituindo (II) em (I):

    d

    dx

    dM

    dxp

    d M

    dxp (III)

    esq

    2

    2

    =

    = +

    = =

    0

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    20

    Concluses:

    1

    2

    - Onde p 0V = tem variaao linear

    M = tem variaao parabolica 2 grau

    - Onde p = 0 V constanteM linear

    3- A funcao V e um grau acima da funao p(carga)

    4 - A funao M e um grau acima da funao V

    5- A funao M e dois graus acima da funcao p(carga)

    CORRESPONDNCIA ENTRE AES E ESFOROSP V M

    p=0 x0

    x1

    x0 x1 x2

    x1 x2 x3xn xn+1 xn+2

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    21

    2.7 Chapa Bi-apoiada Submetida a um Carregamento UniformementeDistribudo

    O momento mximo quando sua derivada for zero,

    0V0dx

    dM==

    ou seja, no ponto onde a cortante for zero.

    p

    A B

    RA = pl/2 RB= pl/2

    pl

    pl/2 pl/2

    pl

    8

    2

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    22

    2.8 Construo Grfica da Parbola

    2.9 Superposio de Efeitos

    .

    p

    pl8

    2

    0

    1

    2

    3

    4 0

    1

    2

    3

    4

    .

    A

    p

    B

    pl8

    2

    MA MB

    MA MB

    MA MB

    =

    +

    =

    +

    MA MB

    pl8

    2

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    3 - FORA NORMAL

    3.1 IntroduoO principal objetivo do estudo da mecnica dos materiais proporcionar ao

    engenheiro os meios que o habilitem para a anlise e projeto de vrias estruturas demquinas sujeitas a diferentes carregamentos. Isto implica na determinao dastenses e deformaes.

    3.2 - Ensaio de Trao Simples

    Corpos de prova de mesmo material P aplicada no CG da seo transversal P varia lentamente desde zero at a carga de ruptura PR

    Sendo: S1S2S3 PR2PR2PR3

    Mas : R===3

    R3

    2

    R2

    1

    R1

    S

    P

    S

    P

    S

    P

    PR no depende de e nem da geometria da seo transversal.

    Hipteses:

    material homogneo e istropo uniformemente distribuda na seo transversal

    tenses de rupturado material

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    SN

    =

    (aplicado noCG)

    Exemplo 1:Considerando a estrutura abaixo que consiste em barras AB eBC, verificar se a mesma suporta com segurana a carga de 30 kN aplicada noponto B, sendo a tenso admissvel do material (adm ) igual a 165 Mpa. A rea dabarra AB de 2 x 10-4 m2e da barra BC de 3,14 x 10-4 m2.

    2

    1,5tg= = 36,86

    sen= 0,6

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    cos= 0,8

    2,5m=BC

    Fazendo-se a somatria das foras atuantes no n B, temos:

    = 0Fy NBC.sen= 30 NBC= 50kN

    = 0Fx NBC.cos= NAB NAB= 40kN

    Unidades: 1kPa = 103Pa = 103N/m2

    1MPa = 106

    Pa = 106

    N/m2

    1GPa = 109Pa = 109N/m2

    MPa15910x159m10x3,14

    N10x50

    S

    N

    624

    3

    ====

    Concluso: A estrutura suporta o carregamento pois a tenso no ultrapassou aadmissvel.

    3.3 Lei de Hooke

    alongamento total

    d variao de dimenso transversal

    = deformao longitudinal

    especfica

    d

    d=

    t deformao transversal

    especfica

    t = , onde coeficiente de Poisson

    como exemplo: 0,33 ao comum0,20 concreto

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    NS

    N=

    =

    DCTIL FRGIL

    Mat. Frgil ruptura aps pequena deformaoMat. Dctil ruptura aps grande deformao

    OA Fase elstica ao retirar a carga o material recupera a deformao

    AC Fase plstica ao retirar a carga o material apresenta deformaoresidual R

    etenso de escoamento (material deforma sem aumentar a tenso)ptenso limite de proporcionalidade (pe)Rmxima tenso normal ou tenso de ruptura

    = E. Lei de Hooke (vale p/ p)

    E mdulo de Young ou de deformao longitudinal

    Curva no carac-terstica, pois

    depende de S e

    Curva caractersticade cada material

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    Enquanto < R, o material no rompe. Por segurana faz-se:

    =(DCTIL)

    s

    (FRGIL)s

    e

    R

    tenso admissvel

    s 1 coeficiente de segurana

    s fixado por Normas Tcnicas (ABNT)e, R, E,so propriedades mecnicas caractersticas de cada material.

    3.4 - Alongamento Elstico

    == ix

    0

    PdPN

    Analisando um elemento de comprimento dx:

    dxE

    dx

    E.dx

    dx

    =

    =

    =

    como:S

    N= dx

    ES

    Ndx=

    Considerando =

    0

    dx e ES = cte, temos:

    =

    0 NdxES

    1 ES

    N

    = Lei de Hooke na forma generalizada

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    3.5 Energia de Deformao

    Ao aplicar a carga lentamente desde zero at o valor final, o alongamentovaria linearmente com a carga at atingir o valor final .

    No instante intermedirio i, o trabalho realizado pela carga Niao aumentarpara Ni+ dN :

    ).d(NdU i =

    O trabalho total realizado entre o incio e o fim da aplicao da carga :

    === )(.U dNdU i rea sob o grfico

    ES

    NNU

    2

    2

    1.

    2

    1== (p/ ES = cte)

    3.6 Deformaes

    a) Deformao causada pela fora axial

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    ES

    N=

    b) Deformao causada pela ao do peso prprio

    E2

    . 2

    =

    c) Deformao causada pela variao de temperatura

    t= ..

    .t=

    Obs: geralmente a parcela da deformao causada pela variao de temp. somada deformao axial

    4 - TORO DE BARRAS DE SEO CIRCULAR

    4.1 - Introduo

    barra de seo transversalcircular engastada

    T= momento torsor ou torque efeito de T no plano yz da seo carregamento est fora do plano

    xy da pea

    Conveno de sinalT > 0 quando o vetor momento entrana seo

    Hipteses:1.- Seo plana permanece plana

    na deformao elstica, o dimetro permanece como linha reta( s vale para seo circular)

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    2.- T o momento resultante de tenses de cisalhamento perpendiculares

    ao dimetro.

    (Toro de Saint-Venaut)

    )

    AA'=

    D

    2 = tg ld , onde

    rotao da seo transversalddistoro longitudinal do eixo de dimetro D.

    Mas, para pequenas distores (pequenas deformaes):

    d tg d = D

    2 dl (1)

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    BB'= l (2)

    Dividindo (2) por (1):

    D / 2 D / 2D= =

    D

    (3)

    As distores so proporcionais ao raio e o valor mximo ocorre nasuperfcie da pea (mx= D).

    4.2- Tenses no Regime ElsticoAnalisando um trecho entre 2 sees distantes de dx:

    Da lei de Hooke: = G., onde :

    ( )

    G =E

    2 1+

    mdulo de deformao transversal

    Para o ao comum: G 80 GPa

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    Aplicando a Lei de Hooke Equao (3):

    = D / 2

    max

    varia linearmente com o raio e mxima na periferia da seo transversal

    dS = .d.dNa posio atua a tenso na rea dS.

    ( ) {T = dT d d D / 2d

    T =D T

    D

    S

    max

    3

    3

    = =

    =

    Fora

    D

    brao

    maxD

    max

    1 24 4 34 40

    2

    0

    2 3

    0

    2

    2

    16

    16

    / /

    4.3- Rotao Elstica

    max

    max

    max

    l

    dx d D2

    d =dx

    D / 2

    Mas: =G

    e, como:

    = d

    max

    0

    =

    32

    0

    T dx

    G D4

    l

    ( para seo circular cheia)

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    para barras prismticas de mesmo material (GxD = cte)

    =

    32

    0G DT dx

    4

    l

    caso T=cte e G x D= cte =

    32 T

    G D4

    l

    4.4 - Tubo de Parede Grossa

    ( )

    ( )

    max

    l

    =

    =

    16

    32

    T D

    D d

    T

    G D d

    4 4

    4 4

    4.5 - Tubo de Parede Fina

    p / tD

    10

    T

    D t

    TG D t

    m

    m

    2

    m

    3

    =

    =

    2

    4 l

    4.6- Eixos de TransmissoP = x T = 2f.TP Potncia (W=N.m/s)Velocidade angular

    f freqncia (Hz= s-1)

    11

    60

    1

    60rpm

    rotHz

    1 HP 746W

    = =

    s

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    Bibliografia

    HIBBELER, R.C. (2011). Esttica Mecnica para Engenharia. 12aEd.So Paulo. Pearson Prentice Hall editora.

    SCHIEL, F. (1978). Introduo Resistncia dos Materiais LTC, SoPaulo.

    TIMOSHENKO, S.P. (1978). Resistncia dos Materiais, vol I e II, LTC,So Paulo.

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    ROCHA, A.M. (1969). Resistncia dos Materiais, vol I, Editora Cientfica,So Paulo.

    SUSSEKIND, J.C. Curso de Anlise Estrutural, vol I, Rio de Janeiro.

    BEER, F.P. e JOHNSTON JR, E.R. (1995). Resistncia dos Materiais.Makron Books, 3 edio, So Paulo.

    APOSTILAS DE RESISTNCIA DOS MATERIAIS USP.