Apostila de Desenho Mecanico

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  • Captulo 1

    Figuras Geomtricas

    As figuras geomtricas foram criadas a partir da observao de formas existentes na natureza ou de objetos criados pelo homem. Existem muitas figuras geomtricas desde a mais simples at as mais complexas:

    Ponto

    O ponto a mais simples das figuras geomtricas. adimensional, ou seja, no tem dimenses (comprimento, largura e altura).

    Fig. 1.1: ponto A, ponto B e ponto C.

    Linha

    A linha unidimensional, ou seja, tem apenas uma dimenso e formada pelo deslocamento de um ponto ou um conjunto de pontos dispostos sucessivamente. O cruzamento de duas linhas determina um ponto que deve ser representado por uma letra maiscula do alfabeto latino.

    Linha reta

    A linha reta no tem incio nem fim. infinita.

    Fig. 1.2: representao da linha reta.

  • Linha semi-reta

    Quando se divide uma reta em duas partes cria-se uma semi-reta: tem um ponto de origem, mas no tem fim.

    Fig. 1.3: representao de linhas semi-reta.

    Segmento de reta

    Segmento de reta uma parte da reta limitada por dois pontos distintos, determinando um incio e um fim.

    Fig. 1.4: representao de um segmento de reta.

    Plano

    O plano formado por um conjunto de retas dispostas sucessivamente em uma mesma direo. No tem comeo nem fim, porm costuma-se representar os seus limites por linhas fechadas. O plano bidimensional, ou seja, tem duas dimenses.

    Fig. 1.5: representao de planos.

  • Figuras geomtricas planas

    Quando todos os pontos de uma figura se situam em um mesmo plano, formada uma figura plana.

    Polgonos

    Polgonos so figuras geomtricas planas com trs lados ou mais.

    Fig. 1.6: figuras geomtricas planas.

    Slidos geomtricos

    Quando os pontos de uma figura geomtrica esto situadas em planos diferentes formado um slido geomtrico, caracterizando assim, uma figura com trs dimenses (tridimensional).

    Fig. 1.7: comparao entre uma figura plana e um slido geomtrico.

  • Prisma

    Prisma um slido geomtrico limitado por um conjunto de polgonos iguais e sobrepostos, com uma distncia muito pequena entre eles.

    Fig. 1.8: composio de um prisma.

    Elementos que constituem um slido geomtrico

    As superfcies que delimitam os slidos geomtricos podem ser planas ou curvas.

    Superfcies planas

    Delimitam slidos geomtricos como cubo, paraleleppedo e pirmide.

    Fig. 1.9: a pirmide um slido geomtrico de superfcies planas.

  • Superfcies curvas

    Delimitam slidos geomtricos como cilindro, cone e esfera, que so conhecidos por slidos de revoluo porque podem ser gerados a partir da rotao de figuras planas em torno de um eixo.

    Fig. 1.10: formao de um cilindro a partir da rotao de um retngulo em torno do eixo y.

    Slidos geomtricos vazados

    So slidos geomtricos que apresentam partes ocas. As partes que foram extradas tambm so slidos geomtricos.

    Fig. 1.11: formao de um cilindro vazado.

  • Slidos geomtricos truncados

    Um slido geomtrico cortado por um plano qualquer pode gerar um outro tipo de slido, denominado slido geomtrico truncado.

    Fig. 1.12: slidos geomtricos truncados.

    Curvas planas

    As curvas planas podem ser geradas partir de slidos geomtricos truncados. O contorno da curva determinado pela direo do plano que corta o slido.

    o plano paralelo a geratriz do cone gera uma parbola

    o plano paralelo ao eixo do cone gera uma hiprbole

    Fig. 1.13: curvas planas.

  • Captulo 2

    Tipos de Linhas e suas Aplicaes

    O desenho tcnico, devido a sua aplicao na indstria, necessita de informaes precisas que impossibilitem dvidas ao fabricante. Definitivamente seria impossvel visualizar corretamente desenhos tcnicos se no houvessem as convenes das linhas.

    Classificao das linhas

    a) quanto largura:

    larga estreita

    b) quanto forma:

    contnua tracejada trao-ponto

    As linhas se classificam apenas quanto a largura e quanto a forma mas existem 9 (nove) tipos de linhas utilizadas em desenho tcnico. A seguir sero mostrados uma tabela e um desenho que juntos apresentaro detalhadamente os tipos de linhas e suas aplicaes.

    Denominao e Traado Item Aplicao Geral

    contnua larga

    A

    contornos e arestas visveis

    contnua estreita

    B1

    B2

    B3

    B4

    B5

    linhas de cota

    linhas auxiliares

    linhas de chamada

    hachuras

    contornos de sees rebatidas na prpria vista

  • contnua estreita ( mo-livre)

    C1

    C2

    C3

    limites de vistas

    cortes parciais

    vistas interrompidas

    contnua estreita (ziguezague)

    D

    desenhos confeccionados por mquinas

    tracejada

    E

    arestas e contornos no visveis

    trao-ponto estreita

    F1

    F2

    F3

    linhas de centro

    linhas de simetria

    trajetrias

    trao-ponto larga

    G

    superfcies com indicao especial

    trao-ponto (larga-estreita)1

    H

    planos de cortes

    trao-dois pontos estreita

    J1

    J2

    J3

    J4

    J5

    contornos de peas adjacentes

    posio limite de peas mveis

    linhas de centro de gravidade

    posio antes da conformao

    detalhes acima do plano de corte

    1 Trao-ponto estreita com linhas largas apenas nas extremidades e mudanas de direo.

  • Ordem de prioridades das linhas

    Ocorrendo coincidncia de linhas diferentes deve-se seguir a seguinte prioridade:

    1. arestas e contornos visveis (linha contnua larga); 2. arestas e contornos no visveis (linha tracejada); 3. superfcies de cortes e sees (trao-ponto estreita, larga nas extremidades e nas mudanas de direo); 4. linhas de centro (trao-ponto estreita); 5. linhas de cota (contnua estreita).

    Coincidncia de linhas.

  • Captulo 3

    Perspectiva Cavaleira

    A perspectiva cavaleira possui trs eixos perpendiculares entre si onde as medidas podem ser tomadas. Na representao do desenho, dois eixos so perpendiculares (um traado na horizontal e outro na vertical), pois pertencem ao plano paralelo s faces do prisma que envolve a figura. O terceiro eixo, que representa a profundidade, pode estar a qualquer ngulo em relao ao eixo horizontal, sendo geralmente mais usados 30, 45 e 60.

    Fig. 3.1: perspectivas cavaleiras de 30, 45 e 60.

    Na perspectiva cavaleira as faces lateral e superior sofrem deformao. A face frontal, porm, projetada sem deformao facilitando a representao de objetos com contornos circulares ou irregulares. uma vantagem em relao a perspectiva isomtrica.

    Regra 1: Colocar sempre os contornos circulares ou perfis irregulares como a face frontal do objeto.

    Fig. 3.2: deformao de contornos circulares (uso da regra 1).

    Outra vantagem da perspectiva cavaleira que ela d condies de minimizar o efeito de deformao produzido pela falta de convergncia das linhas ajustadas ao plano vertical. principalmente em objetos de maiores dimenses esse efeito desagradvel.

  • Regra 2: Em desenhos de objetos com grandes dimenses, a maior dimenso deve estar preferencialmente na face frontal.

    Fig. 3.3: deformao por falta de convergncia (uso da regra 2).

    No caso de conflito entre as duas regras prevalece a primeira, j que mais vantagem ter uma face irregular sem deformao do que minimizar o efeito causado pela falta de convergncia.

    Perspectiva Cabinet

    Conhecida nos Estados Unidos sob a denominao de cabinet projection, um tipo de perspectiva que diferencia da cavaleira pelo mtodo adotado para minimizar o efeito causado pela falta de convergncia. H uma reduo proporcional das distncias medidas nos planos paralelos ao eixo de profundidade, ou seja, das faces lateral e superior. A proporo dada de acordo com a inclinao do objeto.

    30 ........................... 2/3 da medida real

    45 ........................... 1/2 da medida real

    60 ........................... 1/3 da medida real

    Fig. 3.4: perspectiva cabinet a 30, 45 e 60.

  • Perspectiva cavaleira da circunferncia

    Para se desenhar uma circunferncia em perspectiva cavaleira necessrio seguir a seqncia abaixo:

    Passo 1: desenhe um cubo em perspectiva cavaleira a 30, 45 ou 60.

    perspectiva do cubo a 45

    Passo 2: trace as linhas da diagonal da face frontal do cubo.

    Passo 3: trace uma circunferncia com centro no cruzamento das diagonais, tangente s arestas da face frontal do cubo. uma circunferncia perfeita porque a face frontal da perspectiva cavaleira no sofre deformao.

  • Passo 4: trace linhas horizontais e verticais que passem pelas interseces das diagonais e da circunferncia e seja delimitada pelas arestas da face frontal do cubo.

    Passo 5: prolongue essas linhas nas faces lateral e superior no sentido do eixo de profundidade.

    Passo 6: Trace as diagonais das faces lateral e superior do cubo.

  • Passo 7: marque com um pequeno trao o ponto mdio de cada aresta das faces lateral e superior.

    Passo 8: os pontos mdios das arestas e as interseces das diagonais com as linhas paralelas ao eixo de profundidade so os pontos por onde passar o traado mo-livre da circunferncia.

    Passo 9: ligue os pontos encontrados com linhas curvas sem mudanas bruscas de direo. A forma irregular deve-se ao fato da perspectiva cavaleira sofrer deformao em suas faces lateral e superior.

  • Captulo 4

    Perspectiva Isomtrica

    Iso (mesma) e mtrica (medida), indica que a perspectiva isomtrica conserva as propores das dimenses do objeto representado. Tambm a perspectiva que apresenta o traado com menor deformao.

    Eixos isomtricos

    A perspectiva isomtrica baseia-se num sistema de trs semi-retas com o mesmo ponto de origem e formando um ngulo de 120 entre elas. As semi-retas recebem o nome de eixos isomtricos e todas as retas paralelas aos eixos isomtricos recebem o nome de linhas isomtricas. As retas no paralelas aos eixos isomtricos so denominadas linhas no isomtricas.

    Fig. 4.1: eixos isomtricos ox, oy e oz; posicionando as linhas isomtricas t, v e r

    e a linha no isomtrica s.

    O traado da perspectiva isomtrica

    Para traar qualquer figura em perspectiva isomtrica necessrio desenhar um prisma retangular para servir de auxilio. Ele denominado prisma auxiliar e ir envolver a figura. Para desenh-lo deve-se seguir a seqncia abaixo.

  • Passo 1: trace os eixos isomtricos e marque em cada um deles as dimenses de comprimento, largura e altura mximas a serem desenhadas.

    Passo 2: a partir das marcas que delimitaram comprimento, largura e altura trace linhas isomtricas para determinar as faces do prisma.

    Elementos relativos aos eixos isomtricos

    A perspectiva isomtrica permite o traado de tipos diferentes de linhas no interior do prisma. Isso porque o objeto a ser desenhado pode ter elementos do tipo paralelo, oblquo ou circular em relao ao eixo isomtrico.

  • Elementos paralelos

    Uma pea com elementos paralelos aquela que possui apenas linhas paralelas aos eixos isomtricos.

    Fig. 4.2: pea com elementos paralelos.

    Elementos oblquos

    Uma pea com elementos oblquos aquela que possui linhas no paralelas aos eixos isomtricos.

    Fig. 4.3: pea com elementos oblquos.

    Elementos circulares

    Uma pea com elementos circulares aquela que apresenta partes arredondadas ou furos redondo.

    Fig. 4.4: peas com elementos circulares.

  • Elementos mistos

    Uma pea com elementos mistos aquela que apresenta linhas paralelas, no paralelas e partes arredondadas ou furos redondos.

    Fig. 4.5: peas com elementos mistos.

    Perspectiva isomtrica da circunferncia

    Os objetos com elementos circulares existem em grande quantidade no universo da arquitetura e mecnica. lgico que esses elementos se apresentem tambm em perspectiva isomtrica. O traado porm exige uma certa preciso, pois o cubo auxiliar deve possuir arestas com mesma medida (isomtrica) para que possam ser tangente elipse (representao isomtrica da circunferncia).

    Fig. 4.6: perspectiva isomtrica da circunferncia.

  • Para traar circunferncias isomtricas pelo Mtodo do traado de elipses de quatro centros, deve-se seguir os passos abaixo:

    a) Face frontal

    Passo 1: desenhar um cubo isomtrico auxiliar.

    Passo 2: traar linhas a partir dos ngulos obtusos do cubo at o ponto mdio das arestas opostas (linhas auxiliares) na face frontal.

    Passo 3: as interseces dessas linhas auxiliares determinam dois pontos que so centros da elipse. Os outros pontos so os vrtices dos ngulos obtusos do cubo, totalizando 4 (quatro) centros.

  • Passo 4: traar a elipse ou circunferncia isomtrica com base nos quatro centros encontrados.

    b) Face lateral esquerda

    Passo 1: desenhar um cubo isomtrico auxiliar.

    Passo 2: traar linhas a partir dos ngulos obtusos do cubo at o ponto mdio das arestas opostas (linhas auxiliares) na face lateral esquerda.

  • Passo 3: as interseces dessas linhas auxiliares determinam dois pontos que so centros da elipse. Os outros pontos so os vrtices dos ngulos obtusos do cubo, totalizando 4 (quatro) centros.

    Passo 4: traar a elipse ou circunferncia isomtrica com base nos quatro centros encontrados.

    c) Face superior

    Passo 1: desenhar um cubo isomtrico auxiliar.

  • Passo 2: traar linhas a partir dos ngulos obtusos do cubo at o ponto mdio das arestas opostas (linhas auxiliares) na face superior.

    Passo 3: as interseces dessas linhas auxiliares determinam dois pontos que so centros da elipse. Os outros pontos so os vrtices dos ngulos obtusos do cubo, totalizando 4 (quatro) centros.

    Passo 4: traar a elipse ou circunferncia isomtrica com base nos quatro centros encontrados.

  • Objetos encontrados no dia-a-dia e bastante conhecidos podem ser desenhados em perspectiva isomtrica pelo mtodo acima. o caso do cilindro e do cone.

    Fig. 4.7: cilindro e cone em perspectiva isomtrica.

  • Captulo 5

    Projees Ortogrficas

    Os objetos representados em perspectivas seja ela cavaleira ou isomtrica apresentam deformaes porque apesar da conservao das dimenses, no so mostradas em verdadeira grandeza. Alm disso as perspectivas no mostram com clareza detalhes internos. Em representaes de desenhos mecnicos e arquitetnicos, o profissional que executa a construo do projeto no recebe o desenho em perspectiva e sim numa projeo ortogrfica. Na projeo ortogrfica necessrio ter planos de projees no qual ser representada isoladamente cada uma das faces da pea. um procedimento similar ao de um filme projetado na tela do cinema, com uma pequena diferena, imagina-se o observador a uma distncia infinita da pea para que as linhas projetantes tornem-se paralelas.

    Fig. 5.1: A tela do cinema um plano de projeo.

    Todo slido geomtrico, todo polgono e toda reta so constitudos de um conjunto de pontos dispostos no espao ou num plano determinando uma forma. Por isso necessrio fazer um estudo crescente a partir da figura geomtrica mais simples.

  • Projeo ortogrfica do ponto

    Dado um plano qualquer e um ponto A no pertencente a este plano, a projeo do ponto no plano ser encontrado quando se traar uma perpendicular ao plano partindo do ponto A at interceptar o plano.

    Fig. 5.2: projeo do ponto A em um plano qualquer.

    Projeo ortogrfica do segmento de reta

    Dado um plano qualquer e um segmento de reta AB, a projeo do segmento de reta no plano ser encontrado quando se traar duas perpendiculares ao plano, uma partindo do ponto A, outra partindo do ponto B. A interseco das retas perpendiculares com o plano vai gerar os pontos A' e B' que unidos pelo segmento de reta A'B' determinar a projeo que depender da posio deste seguimento em relao ao plano.

    a) Segmento de reta paralelo ao plano

    Os segmentos AB e A'B' so congruentes, ou seja, possuem a mesma medida. A congruncia ocorre sempre que o segmento de reta paralelo ao plano.

    Fig. 5.3: segmento de reta paralelo ao plano.

  • b) Segmento de reta oblquo ao plano

    Neste caso a projeo ortogrfica A'B' no representa a verdadeira grandeza do segmento de reta AB.

    Fig. 5.4: segmento de reta oblquo ao plano.

    c) Segmento de reta perpendicular ao plano

    Todos os pontos do segmento AB projetado no plano e representado por um nico ponto A'B', devido a coincidncia dos ponto que formam o segmento de reta.

    Fig. 5.5: segmento de reta perpendicular ao plano.

    Projeo ortogrfica do retngulo

    Dado um plano qualquer e um retngulo ABCD, a projeo do retngulo no plano ser encontrado quando se traar quatro perpendiculares ao plano, uma partindo dos pontos A, B, C e D respectivamente. A interseco das retas perpendiculares com o plano vai gerar os pontos A', B', C' e D' que unidos pelo segmento de reta A'B', B'C', C'D' e D'A' determinar a projeo que depender da posio do retngulo em relao ao plano.

  • a) Retngulo paralelo ao plano

    Quando a figura plana paralela ao plano de projeo a projeo ortogrfica representada em verdadeira grandeza.

    Fig. 5.6: retngulo paralelo ao plano.

    b) Retngulo oblquo ao plano

    A projeo ortogrfica A'B'C'D' menor que o retngulo ABCD.

    Fig. 5.7: retngulo oblquo ao plano.

    c) Retngulo perpendicular ao plano

    A projeo ortogrfica de um retngulo ABCD perpendicular ao plano de projeo um segmento de reta onde A'B' e C'D'.

    Fig. 5.8: retngulo perpendicular ao plano.

  • Projees ortogrficas de slidos geomtricos

    Dado um plano e um prisma retangular, a projeo do prisma no plano ser encontrado quando se traar quatro perpendiculares ao plano partindo dos vrtices do retngulo. A interseco das retas perpendiculares com o plano vai gerar pontos que unidos por segmentos de retas determinar a projeo que depender da posio do retngulo em relao ao plano. A face do retngulo paralelas ao plano de projeo ser representada em verdadeira grandeza e a viso do observador ser a face mais prxima do ponto de observao.

    Vista frontal

    A face frontal ABCD e a posterior EFGH do retngulo so paralelas ao plano de projeo e ser representada em verdadeira grandeza. A viso do observador ser a face frontal (apesar de ambas terem sido projetadas no mesmo plano) porque a face que est mais prxima do ponto de observao.

    Fig. 5.9: vista frontal

    Vista lateral

    As faces laterais ADEH e BCFG do retngulo so paralelas ao plano de projeo e ser representada em verdadeira grandeza. A viso do observador ser a face lateral esquerda.

  • Fig. 5.10: vista lateral

    Vista superior

    As face superior ABGH e a inferior CDEF do retngulo so paralelas ao plano de projeo e ser representada em verdadeira grandeza. A viso do observador ser a face superior.

    Fig. 5.11: vista superior

  • Rebatimento do plano de projeo

    A uma regio limitada por dois semi-planos e numeradas ordinariamente no sentido anti-horrio chamamos de diedro. O mtodo de representao de objetos atravs de um diedro conhecido como "mongeano" por ter sido criado pelo matemtico francs, considerado o pai da geometria descritiva, Gaspar Monge (1746 - 1818).

    Fig. 5.12: diedros

    Nos Estados Unidos a representao de desenhos tcnicos feita no terceiro diedro. A maioria dos pases do mundo adota a representao de projees ortogrficas no primeiro diedro. O smbolo de posio relativa das vistas indica o mtodo de projeo utilizado.

    1 diedro 3 diedro

    Fig. 5.13: smbolos de posio relativa das vistas

    No Brasil onde adotado o mtodo de representao no primeiro diedro, alm dos planos horizontal e vertical, utiliza-se tambm um plano lateral perpendicular a esses dois planos. Quando se sabe determinar a projeo do prisma separadamente em cada plano, facilita o entendimento das projees em trs planos simultaneamente. As linhas que partem do prisma perpendiculares ao plano de projeo so chamadas linhas projetantes e as linhas que interligam as projees nos trs planos so denominadas linhas de chamada.

  • Fig. 5.14: projees em trs planos simultaneamente.

    Em desenho tcnico necessrio que as vistas sejam mostradas em um nico plano. Por isso usa-se o recurso do rebatimento dos planos de projeo. O rebatimento do plano horizontal origina a vista superior enquanto o rebatimento do plano lateral origina a vista lateral esquerda. O plano vertical se mantm na mesma posio e origina a vista frontal.

    Fig. 5.15: rebatimento dos planos de projees.

    O rebatimento dos planos de projees utilizado para representar qualquer objeto, mesmo que apresente elementos como rasgos, chanfros, abaulamentos, furos, ressaltos e rebaixos. A seguir ser mostrado o rebatimento do plano de projeo de uma srie de objetos que possui alguns desses elementos. Nesses objetos ser observado a presena de linhas tracejadas representando arestas no visveis.

  • Fig. 5.16: vistas de um objeto com rebaixo.

    Fig. 5.17: vistas de um objeto com rasgo.

    Fig. 5.18: vista de um objeto com rebaixo e ressalto.

    Fig. 5.19: vista de um objeto chanfrado e com rebaixo.

  • Quando o objeto apresenta furo, rasgo ou parte arredondada necessrio indicar o centro do elemento com linhas de centro (trao-ponto estreita).

    Fig. 5.20: objeto com furo e a linha de centro nas trs vistas.

    Sempre que necessrio a mesma linha de centro pode indicar o centro de mais de um elemento.

    Fig. 5.21: objeto com furos e partes arredondadas indicadas pela mesma linha de centro.

    Quando o objeto possui medidas iguais em ambos os lados e forma espelhada, dito simtrico e um eixo de simetria divide as duas partes. A linha que indica o eixo de simetria dos objetos denominada linha de simetria (trao-ponto estreita).

    Fig. 5.22: linhas de simetria representada nas vistas frontal e superior.

  • O centro de furos quadrados e retangulares tambm so representados por linhas de centro. Em alguns casos a linha de centro e a de simetria coincidem. Uma mesma pea pode apresentar vistas simtricas e no simtricas.

    Fig. 5.23: Objeto com furo quadrado, simtrico ao eixo horizontal e no simtrico ao eixo vertical e que apresenta

    coincidncia de linhas de centro e de simetria na vista frontal.

    A maior dificuldade para quem vai ler e interpretar um desenho tcnico relacionar as vistas ortogrficas s faces do objeto e vice-versa. Uma forma de minimizar esta dificuldade exercitando a correspondncia entre os elementos desenhados em perspectiva e em vistas ortogrficas. Pode-se fazer correspondncia de vrtices, arestas, e faces.

    Fig. 5.24: correspondncia de vrtices.

    Fig. 5.25: correspondncia de arestas.

  • Fig. 5.26: correspondncia de faces.

  • Captulo 6

    Cortes

    Existem peas mecnicas que precisam ser desenhadas mas tem os elementos internos bastante complexos. As linhas utilizadas para representar esses elementos no visveis so as tracejadas, contudo os elementos externos tambm precisam ser representados no desenho com linhas contnuas largas. Poder existir linhas de centro, de simetria entre outras e isso dificultaria a interpretao do desenho. O recurso utilizado para eliminar essa dificuldade de interpretao e mostrar elementos internos de peas complexas com maior clareza a representao em corte. Os cortes tambm servem para facilitar a visualizao da estrutura interna de conjuntos mecnicos e seu funcionamento.

    Fig. 6.1: comparao da representao da vista e da vista em corte.

    Algumas regras devem ser lembradas no momento de desenhar ou interpretar cortes em peas.

    Regra 1: os cortes so representados quando se quer mostrar elementos internos de peas ou elementos que no so visveis na posio do observador. Regra 2: os cortes em desenhos tcnicos so imaginrios. Regra 3: os cortes so feitos por um plano de corte tambm imaginrio.

  • Fig. 6.2: etapas da execuo de um corte em um desenho tridimensional.

    Plano de corte

    Plano de corte um plano imaginrio que corta uma pea com o objetivo de mostrar os elementos internos.

    Fig. 6.3: plano de corte.

    importante fazer a relao entre a perspectiva da pea e a projeo ortogonal tambm nas representaes em cortes.

    Fig. 6.4: perspectivas isomtricas da pea seccionada pelo plano de corte transversal e da pea cortada.

  • Fig. 6.5: projeo ortogonal da vista lateral em corte.

    Indicao do plano de corte

    Os planos de corte devem ser indicados em qualquer vista da pea por linhas de corte correspondentes, exceto em vistas cortadas onde a linha de corte no pode ser representada. As linhas de centro e de simetria (trao-ponto estreita) devem ser representadas em vistas cortadas. As linhas de corte (trao-ponto estreita, larga nas extremidades e mudanas de direo) possuem setas nas extremidades que indicam o sentido de observao do corte e so colocadas as letras maisculas repetidas que do nome ao corte. Vistas cortadas podem ser desenhadas prximas s vistas da pea ou podem substitu-las. Abaixo da vista representada em corte indicado o nome do corte. As linhas tracejadas no so representadas em vistas cortadas. Os centros de furos e elementos redondos so indicados com linhas de centro.

    Fig. 6.6: indicao do nome do corte localizada sob a vista frontal representada em corte. Na vista superior, est representada a linha de corte

    com as setas nas extremidades indicando o sentido de observao e o nome do corte.

  • Hachuras

    Hachuras so linhas estreitas e, sempre que possvel, inclinadas 45 para a direita ou para esquerda em relao s linhas principais de contorno ou eixos de simetria.

    traados corretos traados incorretos

    Fig. 6.7: hachuras; comparao entre traados corretos e incorretos.

    As partes macias da pea que foram atingidas pelo plano de corte so representadas por hachuras. Os elementos internos que foram atingidos pelo corte deixam de ser representados por linhas tracejadas que passam a ser linhas contnuas largas. Isso ocorre porque deixam de ser elementos no visveis e passam a ser visveis. As partes ocas no recebem hachuras porque no foram atingidas pelo plano de corte.

    Fig. 6.8: hachuras.

    Quando a rea macia atingida pelo corte muito grande as hachuras podem ser representadas apenas prximas aos contornos que delimitam a rea a ser hachurada . Em desenhos de montagem as hachuras mudam de direo para diferenciar as peas.

  • Fig. 6.9: hachuras interrompidas e com mudana de direo.

    Tipos de hachuras

    As hachuras servem para determinar as partes da pea que so macias e que foram atingidas pelo plano de corte. Mas a hachura tambm utilizada para determinar o tipo de material que ser utilizado para a fabricao da pea.

    Ferro Fundido Ao Cobre, Bronze, Lato Alumnio

    Metal Branco Borracha, Fibra Concreto Madeira

    Tipos de corte

    Existem 5 (cinco) tipos de cortes, so eles: corte total, meio-corte, corte em desvio, corte rebatido e corte parcial.

    Corte total

    aquele em que o plano de corte atinge toda a extenso da pea. O corte total utiliza dois tipos de planos de corte: longitudinal e transversal, sendo que o plano de corte longitudinal pode ser vertical ou horizontal.

    Plano de corte longitudinal vertical

    paralelo ao plano de projeo vertical e utilizado no corte da vista frontal.

  • Fig. 6.10: plano de corte longitudinal vertical.

    Plano de corte longitudinal horizontal

    paralelo ao plano de projeo horizontal e utilizado no corte da vista superior.

    Fig. 6.11: plano de corte longitudinal horizontal.

    Plano de corte transversal

    paralelo ao plano de projeo lateral e utilizado no corte da vista lateral.

    Fig. 6.12: plano de corte transversal.

  • Dependendo do grau de complexidade da pea, um nico corte pode no ser suficiente para mostrar todos os detalhes internos. Nesse caso necessrio fazer mais de um corte nas vistas ortogrficas.

    Fig. 6.13: vistas ortogrficas com dois cortes representados.

    Corte em desvio

    Existem peas que, para mostrar todos os elementos internos, precisariam de cortes feitos por dois ou mais planos de corte coplanares. Para esses casos utiliza-se corte em desvio.

    Fig. 6.14: planos de corte coplanares.

    No corte em desvio o plano de corte pode mudar de direo quantas vezes for necessrio a fim de visualizar ao mesmo tempo e num mesmo corte elementos internos situados em planos de corte diferentes, ou seja, a vista representada em corte mostra todos os elementos como se estivessem no mesmo plano.

  • Fig. 6.15: corte em desvio.

    Observando a vista frontal isoladamente impossvel identificar o trajeto percorrido pelo plano de corte, por isso importante escolher a vista adequada para indica-lo com linha de corte.

    Fig. 6.16: linha de corte representando o trajeto percorrido pelo plano de corte.

    Quando uma pea tem dois ou mais elementos iguais e alinhados num plano perpendicular ao de corte, o plano de corte dever passar por um deles. Nesse caso no necessrio mais cortes para mostrar os outros elementos, porque so iguais ao primeiro.

    Fig. 6.17: corte longitudinal de uma pea com elementos iguais alinhados em um plano transversal.

  • Poder haver, em algumas peas, a necessidade de uma quantidade maior de desvios no plano de corte.

    Fig. 6.18: pea com trs elementos internos exigindo trs planos de corte e conseqentemente uma quantidade maior de desvios.

    sempre bom lembrar que na vista em que representado um corte em desvio, os detalhes internos visto como se pertencesse a um nico plano embora na realidade pertenam a planos diferentes.

    Fig. 6.19: representao do corte EE na vista frontal.

    Corte rebatido

    Quando uma pea possui detalhes excntricos distribudos em uma parte de revoluo, preciso fazer um corte composto por dois planos concorrentes.

    Na representao do corte um dos planos sofrer uma rotao at coincidir com o outro. A esse procedimento d-se o nome de rebatimento.

    Fig. 6.20: corte rebatido (vista lateral).

  • Fig. 6.21: corte rebatido (vista frontal).

    Meio-corte

    Meio-corte o tipo de corte utilizado para representar elementos internos de peas simtricas. A pea apresenta apenas a metade em corte e a outra metade a vista. Isso permite a anlise dos elementos externos e internos em uma nica vista.

    Fig. 6.22: execuo do meio-corte.

    Regras especficas:

    A linha de simetria a linha que divide ao meio, a vista representada em meio corte. A metade da pea atingida pelo plano de corte simtrica outra metade. Sendo assim no h necessidade de repetir, na metade no atingida pelo plano de corte, as representaes dos elementos internos com linhas tracejadas. Os centros de elementos devem ser indicados com linha de centro mesmo na metade da pea que no foi atingida pelo plano de corte. A representao em meio-corte no exige a indicao do plano de corte; as demais vistas so representadas normalmente sem haver a indicao.

    .

  • Fig. 6.23: representao em meio-corte.

    Sempre que a linha de simetria for horizontal, o corte ser representado na parte inferior.

    Sempre que a linha de simetria for vertical, o corte ser representado direita.

    Fig. 6.24: posicionamento da parte cortada (linha de simetria horizontal).

    Fig. 6.25: posicionamento da parte cortada (linha de simetria vertical).

  • Corte parcial

    Para representar elementos internos que esto dispostos em determinada parte da pea utiliza-se o corte parcial.

    Regras especficas

    A linha de ruptura (contnua estreita mo-livre ou contnua estreita em ziguezague) delimitam o local do corte deixando visveis os elementos internos. Devem ser representados com linhas tracejadas os elementos internos localizados nas partes que no foram atingidas pelo corte parcial. Pode existir mais de um corte parcial numa mesma vista de um desenho tcnico. No necessrio denominar o corte parcial.

    Fig. 6.26: representao em corte parcial.

  • Captulo 7

    Escalas

    Escala o nome que se d a rgua graduada em milmetros usada como instrumento de medio em desenho tcnico. tambm a relao de dimenses entre o desenho e o objeto representado.

    Antes que o desenho seja feito necessrio observar as dimenses que o objeto tem na realidade, o tamanho real do objeto. Existem objetos que podem ser desenhados em tamanho real, mas alguns so grandes demais, no cabem no formato do papel e precisam ser reduzidos; outros so pequenos demais, dificultam a anlise dos detalhes e precisam ser ampliados. O desenho em escala mantm as medidas lineares do objeto mas tambm permite que essas medidas sejam aumentadas ou diminudas proporcionalmente. J as medidas angulares permanecem inalteradas mesmo em escalas de ampliao ou reduo.

    Fig. 7.1: pea desenhada em escalas diferentes. A medida angular permanece inalterada

    enquanto as lineares so alteradas proporcionalmente.

    So 3 (trs) os tipos de escalas:

    Tipo de Escala desenho : objeto reduo ex. ESC 1 : 2 natural ex. ESC 1 : 1

    ampliao ex. ESC 2 : 1

    Escala natural aquela em que o tamanho do desenho igual ao tamanho real do objeto.

  • Fig. 7.2: desenho em escala 1:1; l-se escala um para um.

    Escala de ampliao aquela em que o tamanho do desenho maior que o tamanho real do objeto.

    Fig. 7.3: desenho em escala 2:1 (duas vezes maior que a pea);

    l-se escala dois para um.

    Escala de reduo aquela em que o tamanho do desenho menor que o tamanho real do objeto.

    Fig. 7.4: desenho em escala 1:10 (dez vezes menor que a pea); l-se escala um para dez.

    Quando existir escalas diferentes em um mesmo formato, cada uma delas deve ser indicada prxima ao desenho correspondente, precedida da abreviatura ESC, que representa a palavra ESCALA.

  • Quando existir um ou mais desenhos com mesma escala em um nico formato, a indicao pode ser feita na legenda no local especificado.

    Fig. 7.5: indicao da escala.

    Importante: o valor da cota indicada no desenho tcnico informa sempre o tamanho real do objeto, mesmo que o desenho esteja em escala de ampliao ou reduo. A escolha de uma escala no arbitrria. Existem as recomendadas pela a ABNT.

    ESCALAS RECOMENDADAS Escalas de reduo Escala natural Escalas de ampliao

    1 : 2 1 : 5 1 : 10 1 : 20 1 : 50 1 : 100 1 : 200 1 : 500 1 : 1.000 1 : 2.000 1 : 5.000 1 : 10.000

    1 : 1

    2 : 1 5 : 1 10 : 1 20 : 1 50 : 1

  • Captulo 8

    Cotagem

    Para confeccionar qualquer objeto preciso ter o conhecimento tanto da forma quanto das dimenses. As medidas indicadas em desenho tcnico so as dimenses que o objeto deve ter depois de produzido e recebe o nome de cotas.

    Para cotar ou interpretar desenho tcnico preciso saber o que so e quais as funes das cotas, linhas de cota e linhas de chamada.

    Fig. 8.1: desenho cotado

    Cotas

    So os nmeros que informam, no desenho tcnico, as medidas reais dos objetos.

    Fig. 8.2: cotas.

  • Linhas de cota

    So linhas contnuas estreitas que apresentam setas, traos ou pontos nas extremidades, dependendo da rea tcnica do desenho. As setas possuem abertura com ngulo de 15 e podem ser abertas ou preenchidas.

    Fig. 8.3: linhas de cota.

    setas abertas setas preenchidas traos inclinados pontos

    Linhas de chamada

    So linhas contnuas estreitas que esto situadas fora das vistas ortogrficas e que servem para limitar as linhas de cota. Deve-se deixar um pequeno espao entre a linha de chamada e a linha de contorno ou aresta da pea. As linhas de chamada devem ultrapassar ligeiramente a linha de cota correspondente.

    Fig. 8.4: linhas de chamada.

  • As linhas de chamada devem terminar com um ponto, se estiverem indicando um objeto pela superfcie; com uma seta, se estiverem indicando um objeto pela aresta; sem smbolo, se estiverem limitando linha de cota.

    .

    ponto; indicao na superfcie

    seta; indicao na aresta

    sem smbolo; limite da linha de cota

    Fig. 8.5: terminao das linhas de chamada.

    Quem elabora desenhos deve ter conhecimentos sobre o processo de fabricao ao qual a pea ser submetida, a funo que ela exerce no conjunto mecnico de que faz parte e dos mtodos de controles de qualidade que sero aplicados. A fabricao de uma pea, a partir do desenho tcnico exige uma interpretao correta das cotas indicadas. Se as cotas estiverem erradas ou houver uma interpretao errada, a pea ficar errada tambm. As cotas podem ser: totais ou parciais.

    Cota total

    Dada apenas para evitar clculos, derivada de cotas parciais apresentadas no desenho. Indica o comprimento, a largura e a altura do objeto.

    Cota parcial

    Essencial para a fabricao da pea. Indica medidas das partes da pea.

    Fig. 8.6: cotas totais (12 e 20), cotas parciais (2, 4, 6 e 8).

    ESC 2,5:1

  • As unidades de medidas adotadas variam de acordo com a rea tcnica do desenho:

    rea de Tcnica

    Unidade Abreviao Desenho Mecnico milmetro mm Desenho de Estruturas centmetro cm Desenho Arquitetnico metro m Desenho Topogrfico (planimetria) Desenho Topogrfico (altimetria)

    metro milmetro

    m mm

    Dessa forma no necessrio escrever a abreviao da unidade aps a cota. Conhecendo a rea de aplicao, fica subtendido que se trata da unidade adotada. Se por algum motivo for necessrio escrever uma cota em uma unidade diferente da adotada, torna-se imprescindvel a indicao abreviada dessa unidade aps a cota.

    Regras para a cotagem

    Regra 1: a cota deve ser posicionada acima de linha de cota horizontal e esquerda de linha de cota vertical.

    certo errado

    Fig. 8.07: aplicao da regra 1.

    Regra 2: a cota deve estar, sempre que possvel, centralizada em relao linha de cota e no deve toc-la.

    .

    certo errado

    Fig. 8.8: aplicao da regra 2.

  • Regra 3: a cota deve ser disposta na direo da linha de cota.

    .

    cotas lineares cotas angulares

    Fig. 8.9: aplicao da regra 3.

    Regra 4: as linhas de cota no devem se cruzar com outras linhas, com exceo das linhas imaginrias (linhas de centro e de simetria).

    certo

    errado

    Fig. 8.10: aplicao da regra 4.

    Regra 5: o cruzamento das linhas de cota deve ser evitado, porm, se isso ocorrer, no devem ser interrompidas no ponto do cruzamento.

    Fig. 8.11: aplicao da regra 5.

  • Regra 6: a cota deve ser indicada na vista que mostra mais claramente a forma do elemento.

    aconselhvel

    desaconselhvel

    Fig. 8.12: aplicao da regra 6.

    Regra 7: as cota devem ser apresentadas em tamanho que as torne facilmente legvel.

    certo

    errado

    Fig. 8.13: aplicao da regra 7.

    Regra 8: a linha de cota no deve ser interrompida, mesmo que o elemento o seja.

    Fig. 8.14: aplicao da regra 8.

  • Regra 9: mesmo aparecendo em mais de uma vista, cada elemento da pea deve ser cotado apenas uma vez.

    O desenho tcnico precisa ter totalmente

    interpretado mas no deve ter informaes

    desnecessrias: a cotagem tem

    que ser completa mas no deve ser

    repetida.

    Fig. 8.15: aplicao da regra 9.

    Regra 10: deve-se utilizar a cota total sempre que possvel, com a finalidade de evitar clculos.

    Fig. 8.16: aplicao da regra 10.

    Cotagem de elementos

    Quando um objeto apresenta rasgo, rebaixo, ressalto, furo etc; necessrio cotar tamanho e localizao desses elementos. Isso exige do desenhista muita ateno pois nenhuma cota poder ser esquecida. As cotas de tamanho referem-se a dimenso do elemento. As cotas de localizao referem-se ao posicionamento do elemento no objeto. No precisam serem escritas se o elemento estiver posicionado no centro de um objeto simtrico.

  • rasgos rebaixo furos chanfros

    Fig. 8.17: objetos com elementos

    Smbolos so usados precedendo cota com o objetivo de identificao das formas:

    R R ESF Dimetro Dimetro Esfrico Quadrado Raio Raio Esfrico

    Se a forma do elemento estiver visivelmente definida, os smbolos de dimetro e de quadrado podem ser omitidos.

    Cotagem de rebaixo

    Em objetos que tm rebaixo so necessrias duas cotas de tamanho: comprimento e profundidade.

    Fig. 8.18: cotagem de rebaixo.

    Cotagem de ressalto

    Em objetos que tm ressalto so necessrias duas cotas de tamanho: comprimento e altura.

    Fig. 8.19: cotagem de ressalto.

  • Cotagem de furo redondo

    Em objetos que tm furo redondo so necessrias duas cotas de tamanho: dimetro e profundidade; e duas de localizao.

    Fig. 8.20: cotagem de furo redondo descentralizado

    Existe vrias formas de cotagem para furos redondos:

    com o auxlio de linhas de chamada

    com a linha de cota diretamente dentro

    do elemento

    com uma seta quebrada indicando a aresta e

    apontando para o centro

    Fig. 8.21: cotagem de furo redondo.

    Quando o furo muito pequeno pode-se fazer a indicao no prolongamento da linha de cota.

    Fig. 8.22: cotagem de furo redondo muito pequeno.

  • Cotagem de furo quadrado

    Em objetos que tm furo quadrado so necessrias trs cotas de tamanho: comprimento, largura e profundidade; e duas de localizao.

    Fig. 8.23: cotagem de furo quadrado.

    Cotagem de rasgo

    Em objetos que tm rasgo so necessrias trs cotas de tamanho: comprimento, largura e profundidade; e duas de localizao.

    Fig. 8.24: cotagem de rasgo.

    Cotagem de cordas, arcos e ngulos

    As cotas de arcos e ngulos apresentam smbolos especficos; as cordas so cotadas de normalmente sem smbolo.

    corda arco ngulo

    Fig. 8.25: cotagem de corda, arco e ngulo.

  • Cotagem de elemento angular

    Para cotar elemento angular preciso conhecer cota linear e cota angular: Cota linear refere-se medida de extenso: comprimento, largura e altura; Cota angular refere-se medida de abertura de ngulos. Em objetos que tm elemento angular necessrio duas cotas lineares ou uma cota linear e outra angular.

    Existe vrias formas de cotagem para elementos angulares:

    :

    chanfro com uma cota linear x angular

    chanfro com duas cotas lineares

    chanfro com uma cota linear e outra angular

    escareado com uma cota linear x angular

    escareado com uma cota linear e outra angular

    escareado com uma cota linear e outra angular

    Fig. 8.26: cotagem de elementos angulares.

    Cotagem de elemento semicircular

    Em objetos que tm elemento semicircular necessria uma cota de tamanho: raio; e uma de posio.

    Fig. 8.27: cotagem de elemento semicircular.

  • Quando o arco muito pequeno, a cotagem pode ser feita das seguintes formas:

    .

    no prolongamento da linha de cota para o lado convexo

    com a seta indicando o arco

    no prolongamento da linha de cota para o lado cncavo

    Fig. 8.28: cotagem de arcos muito pequenos.

    Quando o arco muito grande a cotagem pode ser feita das seguintes formas:

    com o centro na linha de simetria

    com o centro fora da linha de simetria

    Fig. 8.29: cotagem de arcos muito grandes.

  • Captulo 9

    Supresso de Vistas

    A disposio adequada das cotas, alm das informaes de dimenses, auxilia na interpretao correta das formas dos elementos cotados. Sendo assim, em casos especficos, podemos deixar de representar uma ou duas vistas sem haver prejuzo para a compreenso do desenho. esse tipo de representao dado o nome de supresso de vistas.

    A supresso de vistas simplifica a elaborao de desenhos tcnicos porm, no permitido omitir a vista frontal por ser sempre a vista principal da pea.

    Desenho tcnico com duas vistas

    Quando existem duas vistas iguais deve-se suprimir uma delas, pois no h necessidade de apresentar formas e medidas repetidas.

    Fig. 9.1: supresso de uma vista igual outra.

    Quando existem duas vistas semelhantes, ou seja, com formas iguais e medidas diferentes, comum suprimir uma delas. As medidas da vista suprimida devem ser informadas nas outras vistas.

  • Fig. 9.2: supresso de uma vista semelhante outra.

    Quando as trs vistas so diferentes, mesmo assim possvel haver supresso. Basta que uma delas possua poucas informaes sobre as partes e elementos contidos na pea.

    Fig. 9.3: supresso de uma vista diferente da outra.

    Desenho tcnico com uma vista

    O objetivo do desenhista tcnico transmitir todas as informaes sobre a pea, apresentando o mnimo necessrio de vistas. Algumas peas com espessuras homogneas podem ser representadas com uma nica vista, desde que a dimenso da espessura seja informada por escrito. Tambm devem ser informadas por escrito todas as caractersticas de elementos que no foram transferidas das vistas suprimidas.

  • Fig. 9.4: representao em uma nica vista.

    Smbolo indicativo de quadrado e de dimetro

    Na supresso de vistas, os smbolos auxiliam a identificao das formas. O smbolo de quadrado () e de dimetro (), permitem, muitas vezes, a representao de peas em uma nica vista.

    Fig. 9.5: representao de um prima quadrangular em uma nica vista.

    Fig. 9.6: representao de uma pea cilndrica em uma nica vista.

  • Smbolo indicativo de superfcie plana

    A representao em uma nica vista de um prisma quadrangular e de uma pea cilndrica podem ser facilmente confundida. O smbolo indicativo de superfcie plana derivada de superfcie cilndrica (duas linhas estreitas cruzadas) deve ser usado para evitar enganos.

    Fig. 9.7: representao de uma pea em uma nica vista com superfcie plana derivada de superfcie cilndrica .

    Supresso de vistas em corte

    Quando a representao feita em uma nica vista, indispensvel o uso do smbolo indicativo da forma da pea (quadrado ou dimetro). Esse procedimento tambm se aplica quando a nica vista se apresenta em corte total, corte parcial ou meio-corte.

    fig. A fig. B fig. C

    Fig. 9.8: representao de uma pea em uma nica vista em corte total (fig. A), corte parcial (fig. B) e meio-corte (fig. C).

  • Captulo 10

    Vistas Auxiliares

    Em vistas ortogrficas normais, faces oblquas no so representadas em verdadeira grandeza e os elementos apresentam deformaes e sobreposies, dificultando a interpretao do desenho.

    Fig. 10.1: representao de pea com elementos oblquos deformados.

    A vista auxiliar se apresenta em verdadeira grandeza e sem deformaes, alm de simplificar a representao e interpretao dos desenhos de peas com faces e elementos oblquos, porque uma projeo da face oblqua em um plano de projeo auxiliar paralelo. A vista auxiliar substitui a vista ortogrfica deformada que no precisa ser representada.

    Fig. 10.2: plano de projeo auxiliar.

  • O processo de rebatimento do plano de projeo o mesmo das projees ortogrficas sendo que o eixo de rotao da vista auxiliar depender da inclinao da parte da pea representada na vista frontal. Pelo rebatimento dos planos so definidas as posies das vistas no desenho, com o plano de projeo auxiliar originando a vista auxiliar. Com exceo da vista frontal, as demais vistas, inclusive a auxiliar so delimitadas por linhas de rupturas com o objetivo de omitir as partes deformadas.

    Fig. 10.3: rebatimento da vista auxiliar.

    Para cada face oblqua pertencente pea ser necessrio uma vista auxiliar. Sendo assim, o que determina o nmero de representaes com vistas auxiliares a quantidade de faces oblquas existentes na pea.

    Fig. 10.4: desenho com duas representaes de faces oblquas na mesma pea.

  • Fig. 10.5: desenho com duas representaes de faces oblquas na mesma pea.

  • Captulo 11

    Vistas Rebatidas

    conhecido que em vistas ortogrficas normais, faces oblquas no so representadas em verdadeira grandeza e os elementos apresentam deformaes e sobreposies. As peas que tm partes oblquas associadas a um eixo de rotao apresenta o mesmo problema. A soluo fazer um rotao da parte oblqua em torno do eixo de rotao da pea deixando-a paralela ao plano de projeo.

    Fig. 11.1: procedimento de rotao da face oblqua.

    Na apresentao do desenho tcnico, a vista representada com rotao mostra a parte oblqua em verdadeira grandeza. A outra vista representada normalmente.

    Fig. 11.2: representao com vista rebatida.

  • Quando certos elementos como nervuras, raios (braos) de rodas, dentes de engrenagens e orelhas, aparecem em peas numa quantidade mpar ou de forma assimtrica, so representados com rotao.

    Fig. 11.3: pea com trs nervuras. A nervura "B" fica com a visualizao prejudicada na vista frontal.

    Fig. 11.4: rotao da nervura "B".

  • Fig. 11.5: representao convencional adequada.

  • Captulo 12

    Vistas Especiais

    De acordo com as caractersticas da pea as vistas auxiliares e as vistas rebatidas podem no permitir a visualizao clara dos elementos que se quer analisar.

    Fig. 12.1: pea com faces paralelas que apresenta dificuldade de interpretao dos elementos em projeo ortogrfica.

    Nesse caso a forma mais simples de representao uma vista especial. A vista especial permite posicionar um ponto observao de forma que os elementos a serem representados sejam vistos diretamente. Esse ponto de observao indicado por uma seta e uma letra maiscula. Quando os planos so rebatidos, a face projetada no sentido indicado pela seta dando origem vista especial. necessrio denominar essa vista escrevendo "vista de" seguida da letra correspondente ao ponto de observao.

  • Fig. 12.2: representao da vista frontal e da vista frontal em corte com as vista de B e vista de A;

    duas vistas especiais.

    Vistas parciais

    As peas simtricas podem ser desenhadas apenas parcialmente para representar a pea completa. Apresentam-se em meia-vista ou em um quarto de vista.

    a) Meia-vista

    o tipo de representao em que somente a metade da vista desenhada. A linha de simetria representada acrescentando dois traos curtos e paralelos nas extremidades ou sem os traos, se for ultrapassada um pouco pelas arestas e contornos da pea.

    Fig. 12.4: quatro formas diferentes de representao em meia-vista; vista frontal e meia-vista superior (fig. A), vista frontal e meia-vista superior (fig. B),

    vista frontal em corte total e meia-vista superior (fig. C), vista frontal em meio-corte e vista superior (fig. D).

  • b) Um quarto de vista

    A representao ortogrfica pode ser ainda mais simplificada se a pea for simtrica nas direes longitudinal e transversal. Nesse caso poder ser desenhada somente um quarto da vista.

    Fig. 12.5: um quarto da vista frontal e meia vista lateral esquerda em corte.

    Vistas localizadas

    So usadas para destacar isoladamente um elemento da pea que as vistas no possam dar a idia exata da forma.

    Fig. 12.3: vista localizada de um rasgo para chaveta.

  • Captulo 13

    Omisso de Corte

    Alguns elementos, entre eles: nervuras, dentes de engrenagens, braos (raios) de rodas, eixos, parafusos, pinos e rebites sofrem omisso de corte2, ou seja, mesmo atingidos pelo plano de corte, no sero hachurados. O motivo de se representar esses elementos com omisso de corte diferenciar as estruturas de peas macias das peas no macias.

    Fig. A

    Fig. B

    Fig. 13.1: comparao entre as representaes de cortes em peas de estruturas macias (Fig. A) e no macias (Fig. B).

    Braos e Almas de rodas

    Para diferenciar um brao de uma alma executa-se omisso de corte.

    Polia com alma

    Polia com braos

    Fig. 13.2: polia com alma e polia de 4 (quatro) braos.

    2 Os elementos sofrem omisso de corte s quando so atingidos no sentido longitudinal pelo plano

    de corte.

  • Fig. 13.3: comparao entre as representaes dos cortes na polia com alma e na polia com braos.

    Nervuras e Orelhas

    Fig. 13.4: representao de uma pea com a vista frontal em corte e omisso nas nervuras e orelhas.

    Parafusos

    A representao de roscas feita de forma convencional. Para facilitar o traado, o filete fica resumido a duas linhas paralelas, uma larga e uma estreita; sem distncia pr-determinada entre elas.

    A linha estreita representa a profundidade dos filetes. A linha larga depende do elemento. No parafuso, representa o dimetro

    nominal e na porca representa o dimetro do furo. No sentido transversal, a linha larga se apresenta em forma de circunferncia

    e a linha estreita, em forma de semi circunferncia com aproximadamente 3/4 (trs quartos) de volta.

    Se o parafuso ou a porca no estiver visvel, poder ser representado por linhas tracejadas. Nesse caso, deve haver apenas uma espessura de linha3.

    3 Um desenho tcnico deve apresentar apenas uma espessura de linha tracejada. A opo pelo uso

    de tracejada-larga ou tracejada-estreita fica critrio do desenhista.

  • representao de furo com rebaixo

    representao de roscas externas

    representao de roscas internas

    Fig. 13.5: representao de furos e roscas.

    Fig. 13.6: representao de um conjunto mecnico em corte, contendo roscas externas e internas. Omisso de corte no parafuso.

    Corte com rotao de elementos

    Com o objetivo de mostrar elementos em verdadeira grandeza, feita em alguns casos, a representao em corte com a rotao desses elementos. Nesse tipo de representao, os elementos que apareceriam deformados sofrem uma rotao at se posicionar no plano de corte.

  • Fig. 13.7: engrenagem com 5 (cinco) braos e 15 (quinze) dentes representada em corte com rotao; o corte mostra os braos e os dentes em verdadeira grandeza.

  • Captulo 14

    Seces

    Seco significa "corte" mas tambm "parte de um todo". Sendo assim a representao em seco feita de forma semelhante a representao em corte porm com algumas diferenas fundamentais. Seco uma forma prtica e clara de representao e tem a vantagem de ser mais simples do que o corte; mostra apenas as partes macias atingidas pelo plano de corte.

    Fig. 14.1: comparao entre um corte e uma seco.

    As seces podem ser representadas fora da vista, dentro da vista ou interrompendo a vista.

    Seces prximas vista

    indicada pela palavra seco seguida de duas letras iguais e maisculas. Na vista da pea, a linha trao-ponto com traos largos nas extremidades mostra o trajeto do plano de corte.

    Fig. 14.2: representaes de seces prximas da vista;

    Seces ligadas vista

    A seco tambm pode ser ligada a vista por uma linha trao ponto estreita que indica o local onde passou o plano de corte. desnecessrio indicar um nome, j que a relao parte da pea evidente.

  • Fig. 14.3: representaes de seces ligadas vista pela linha trao-ponto estreita.

    Seco dentro da vista

    Se no houver prejuzo para a interpretao do desenho, a seco pode ser representada dentro da prpria vista. Na representao dos contornos de seces dentro da vista usada a linha contnua estreita. No necessrio identificar a seco nem indicar o plano de corte.

    Fig. 14.4: representao de seco dentro da vista.

    Seces interrompendo a vista

    As seces tambm podem ser representadas interrompendo a vista usando a linha de ruptura. Na representao dos contornos de seces interrompendo a vista usada a linha contnua larga. No necessrio identificar a seco nem indicar o plano de corte.

    Fig. 14.5: representao de seco interrompendo a vista.

  • Seces enegrecidas

    As seces apresentam reas hachuradas, mas quando tem perfil de pequena espessura, a rea enegrecida. As seces enegrecidas podem ser representadas fora da vista, dentro da vista ou interrompendo a vista.

    Fig. 14.6: seces enegrecidas.

  • Captulo 15

    Encurtamentos

    Com o recurso de encurtamento, peas que apresentam formas longas e uniformes podem ser representadas de maneira prtica, sem prejuzo de interpretao. So feitos seccionamentos na parte da pea que no apresenta variaes, omitida a parte totalmente uniforme e aproximadas as partes restantes. As linhas de ruptura delimitam os encurtamentos. Em representaes com encurtamentos no devem ser omitidas as extremidades das peas. Pode haver mais de um encurtamento em uma nica pea, na mesma direo ou em direes diferentes.

    Fig. 15.2: representao com encurtamento.

  • Encurtamentos e seces

    A aplicao de encurtamentos e seces em um mesmo desenho economiza tempo e espao.

    Fig. 15.3: representao de um suporte com 4 (quatro) encurtamentos, duas seces representadas fora da vista (seco AA e seco BB),

    uma seco rebatida na prpria vista e uma seco interrompendo a vista.

  • Captulo 16

    Cotagens Especiais

    Em peas que apresentam partes arredondadas, partes esfricas, partes oblquas, elementos repetitivos, elementos muito grandes ou muito pequenos, usada a cotagem especial.

    Esse tipo de cotagem permite, entre outras caractersticas, fornecer maior nmero de informaes concentradas em uma nica cota.

    Permite tambm o uso de smbolos e abreviaes, o que auxilia a interpretao das formas do objeto.

    Cotagem de elementos esfricos

    A cotagem de elementos esfricos feita pela medida do dimetro ou raio. Antecedendo a cota aparece o smbolo indicativo de dimetro () ou raio (R) e a palavra esfrico abreviada (ESF).

    Fig. 16.1: cotagem de elementos esfricos e quadrado.

    Cotagem de elementos eqidistantes

    Quando os elementos esto espaados igualmente e distribudos na pea de maneira uniforme, a cotagem pode ser simplificada; Em espaamentos eqidistantes lineares pode ser cotada apenas a distncia do primeiro ao ltimo elemento. Este valor fica entre parnteses. Antecedendo os parnteses indicado o nmero de espaos e a distncia linear entre os elementos.

  • Os elementos tambm podem ser cotados de forma simplificada; indicando, em apenas um, quantidade e dimenso.

    Fig. 16.2: cotagem de elementos eqidistantes lineares.

    Em espaamentos eqidistantes angulares, a cotagem pode ser feita de vrias formas. As mais usadas so:

    a) com uma cota indicando a distncia angular entre dois elementos seqentes e outra cota em um dos elementos indicando quantidade e dimenso.

    Fig. 16.3: cotagem de elementos eqidistantes angulares.

    b) em uma nica cota, indicando um dos elementos, informar em seqncia; o nmero de elementos, a dimenso do elemento, a distncia angular entre dois elementos seqentes e (entre parnteses) a distncia angular total.

  • Fig. 16.4: cotagem de elementos eqidistantes angulares.

    c) em uma nica cota, medindo a distncia angular entre o primeiro e o ltimo elemento, informar em seqncia; o nmero de espaos entre os elementos, a distncia angular entre dois elementos seqentes e (entre parnteses) a distncia angular total.

    Fig. 16.5: cotagem de elementos eqidistantes angulares.

  • Cotagem de peas com partes oblquas

    A cotagem de peas com partes oblquas feita indicando o ngulo de inclinao, ou seja, o ngulo formado entre a parte oblqua e a base.

    Fig. 16.6: ngulos de inclinao a = b.

    Esses ngulos pertencem a uma relao de inclinao entre o comprimento e a altura da pea.

    Fig. 16.7: relao de inclinao 1:4 (um para quatro); cada 4 mm do comprimento corresponde a 1 mm da altura.

    A relao de inclinao indicada sobre a linha de cota pela palavra inclinao e os numerais. Quando a relao de inclinao indicada, no necessrio indicar as duas cotas das alturas. Basta apenas uma, geralmente a maior.

    Fig. 16.8: cotagem da relao de inclinao 1:4.

  • A palavra inclinao pode ser substitudo por simbologia. Os smbolos so orientados de acordo com o sentido da inclinao:

    .

    ou

    Fig. 16.9: cotagem da relao de inclinao 1:4 com uso da simbologia; l-se: inclinao um para quatro.

    A relao de inclinao tambm pode ser expressa em porcentagem. Uma inclinao de 1:4, expressa de forma percentual, uma inclinao de 25%.

    Fig. 16.10: cotagem da relao de inclinao expressa em porcentagem; l-se: inclinao vinte e cinco por cento.

    Cotagem de peas com partes cnicas

    A cotagem de peas com partes cnicas tambm feita indicando o ngulo de inclinao, que eqivale metade do ngulo do cone.

    Fig. 16.11: ngulo de inclinao = 15 eqivale metade do ngulo do cone = 30.

  • A relao de conicidade indicada sobre a linha de cota pela palavra conicidade e os numerais. Quando a relao de conicidade indicada, no necessrio indicar as duas cotas dos dimetros, Basta apenas uma, geralmente a maior.

    Fig. 16.12: cotagem da relao de conicidade 1:2,5.

    A palavra conicidade pode ser substitudo por simbologia. Os smbolos so orientados de acordo com o sentido da inclinao da parte cnica:

    ou

    Fig. 16.13: cotagem da relao de conicidade 1:25 com uso da simbologia; l-se: conicidade um para vinte e cinco.

  • Cotagem em espaos reduzidos

    Quando no for possvel a indicao das cota por falta de espao, as linhas de cota podem aparecer fora do limite estabelecido pelas linhas de chamada. Se o espao no permitir representar as duas setas, elas podem ser substitudas por um ponto ou por um trao oblquo.

    Fig. 16.14: cotagem em espaos muito pequenos.

    Cotagem em meia-vista e meio-corte

    A localizao das cotas precisa ser adaptada a vrias situaes, de acordo com a apresentao do desenho. Portanto podem ficar sobre o subtendido centro da linha de cota, quando o desenho for em meia-vista ou em meio-corte.

    Fig. 16.15: cotagem de um desenho de uma vista frontal em meio-corte e uma meia-vista superior.

  • Cotagem de peas com seco e encurtamento

    Quando a pea representada com seco, a cotagem pode ser feita na prpria seco para indicar a dimenso do perfil.

    Fig. 16.16: cotagem de um desenho com seco.

    Quando a pea apresenta encurtamento e a parte encurtada tem elementos repetitivos, alguns deles so omitidos. Ento, a quantidade indicada no prprio elemento. Embora o desenho apresente um encurtamento, os espaos entre os elementos so indicados com uma linha de cota no interrompida.

    Fig. 16.17: cotagem de um desenho com seco e encurtamento.

  • Captulo 17

    Tolerncias

    Peas mecnicas exigem preciso. A impreciso na fabricao de peas que fazem parte de equipamentos, prejudica o desempenho do conjunto. Porm, praticamente impossvel a construo de duas peas totalmente iguais (com as mesmas formas e medidas), pois ocorrem variaes ou desvios em relao ao que indicado no desenho. importante, ento, determinar valores limites para esses erros. Os desvios aceitveis nas formas e medidas de peas so indicados em desenhos tcnicos com valores e smbolos apropriados e denominados tolerncias. As tolerncias podem ser de dois tipos; tolerncias geomtricas (referentes forma da pea e a posio de seus elementos) e tolerncias dimensionais (referentes s medidas da pea e de seus elementos).

    1. Tolerncia Dimensional

    a diferena entre a dimenso mxima e a dimenso mnima permitida para uma pea. Quando a tolerncia dimensional indicada em desenho tcnico, a cota representa a dimenso nominal (dimenso bsica, origem dos afastamentos superior e inferior). O afastamento superior a diferena entre a dimenso mxima permitida para a pea e a dimenso nominal. O afastamento inferior a diferena entre a dimenso mnima permitida para a pea e a dimenso nominal. Os afastamentos, precedidos de sinais positivos ou negativos so posicionados na linha de cota, logo aps a cota.

    dimenso mxima 50 + 0,2 = 50,2

    dimenso mnima 50 - 0,1 = 49,9

    tolerncia 50,2 - 49,9 = 0,3

    Fig. 17.1: clculo da tolerncia dimensional de uma pea.

  • Fig. 17.2: representao de dimenses nominais e seus afastamentos superior e inferior

    Sistema de tolerncia e campo de tolerncia

    Sistema de tolerncia um conjunto de princpios, regras frmulas e tabelas que permite a escolha racional de tolerncias para a produo econmica de peas mecnicas intercambiveis. So previstas 18 (dezoito) graus de tolerncias (qualidades de trabalho) para eixos e furos, identificadas pelas letras IT (I = ISO; T = tolerncia) seguidas do nmero correspondente. A qualidade de trabalho classificada como mecnica extra-precisa est associada a calibradores, instrumentos de alta preciso. A qualidade de trabalho classificada como mecnica corrente ou mecnica de preciso est associada a acoplamentos. A qualidade de trabalho classificada como mecnica grosseira est associada a peas isoladas que no requerem grande preciso.

    QUALIDADE DE TRABALHO

    Eixos mecnica

    extra-precisa IT 01, IT 0,

    IT 1, IT 2, IT 3.

    Mecnica corrente

    IT 4, IT 5, IT 6, IT 7, IT 8, IT 9, IT 10, IT 11.

    mecnica grosseira

    IT 12, IT 13, IT 14, IT 15, IT 16.

    Furos mecnica

    extra-precisa IT 01, IT 0,

    IT 1, IT 2, IT 3, IT 4.

    Mecnica Corrente

    IT 5, IT 6, IT 7, IT 8, IT 9, IT 10, IT 11.

    mecnica grosseira

    IT 12, IT 13, IT 14, IT 15, IT 16.

    Fig. 17.3: qualidade de trabalho.

    Campo de tolerncia o conjunto de valores compreendidos entre os afastamentos superior e inferior. So previstas 28 campos de tolerncias representados por uma ou duas letras do alfabeto latino, sendo maisculas para furos e minsculas para eixos. As letras indicam as posies dos campos de tolerncias em relao linha zero (linha de origem dos afastamentos).

  • a b c cd d e ef f fg g h j js k m n p r s t u v x y z za zb zc

    A B C CD D E EF F FG G H J JS K M N P R S T U V X Y Z ZA ZB ZC

    Fig. 17.4: campos de tolerncia para eixos (letras minsculas) e furos (letras maisculas).

    Os afastamentos tambm podem ser indicados pelo sistema e campo de tolerncia, na linha de cota, logo aps a cota. Basta substituir os valores numricos pela letra que simboliza o campo de tolerncia seguida do nmero que simboliza a qualidade de trabalho.

    Fig. 17.5: representao dos afastamentos pelo campo de tolerncia e qualidade de trabalho.

    Ajuste

    o comportamento de um eixo em um furo de mesmas dimenses nominais caracterizado por folga ou interferncia.

    Fig. 17.6: eixo em um furo de mesmas dimenses nominais.

  • No ajuste com folga, o afastamento superior do eixo menor ou igual ao afastamento inferior do furo.

    Fig. 17.7: ajuste com folga.

    No ajuste com interferncia, o afastamento superior do furo menor ou igual ao afastamento inferior do eixo.

    Fig. 17.8: ajuste com interferncia.

    Existe um ajuste intermedirio aos dois anteriores; o ajuste incerto que no define antes da fabricao, se o acoplamento das peas apresentaro ajustes com folga ou interferncia. O afastamento superior do eixo maior que o afastamento inferior do furo e o afastamento superior do furo maior que o afastamento inferior do eixo.

    Fig. 17.9: ajuste incerto.

  • Em desenhos de conjuntos mecnicos, onde eixos e furos aparecem acoplados, a dimenso nominal (comum s duas peas) e os ajustes so indicados sobre a linha de cota. O smbolo dos ajustes do furo sobre o smbolo dos ajustes do eixo, separados por um trao horizontal posicionado aps a cota.

    Fig. 17.10: indicao de ajuste em um conjunto mecnico.

    Ajustes recomendados

    Existem dois sistemas de ajustes recomendados; furo base e eixo base.

    Sistema furo base aquele em que o afastamento inferior do furo preestabelecido como sendo zero. Os sistemas furo base recomendados pela ISO so: H5, H6, H7, H8 e H11.

    Sistema eixo base aquele em que o afastamento superior do eixo preestabelecido como sendo zero. Os sistemas eixo base recomendados pela ISO so: h5, h6, h7, h8, h9 e h11.

    A unidade de medida de tolerncia dimensional apresentada nas tabelas de ajustes recomendados o micrometro ou simplesmente micron (milsima parte do milmetro; 1m = 0,001 mm).

    dimenso nominal

    mm

    EIXO af. sup. af. inf.

    h6 preciso

    F6 livre

    normal

    G7 livre justo

    H7

    deslizante J7

    aderente K7 fixo leve

    M7 fixo

    normal

    N7 Fixo duro

    P7 fixo

    prensado

    R7 fixo

    prensado

    > 0 a 3 0 -6

    +6 -12

    +2 +12

    0 +10

    -6 +4

    -10 0

    __ __ -16 -6

    -20 -10

    > 3 a 6 0 -8

    +10 +18

    +4 +16

    0 +12

    -6 +6

    -9 +3

    -12 0

    -16 -4

    -20 -8

    -23 -11

    Fig. 17.11: parte da tabela de ajustes recomendados sistema furo base

    FURO afastamento inferior (m) afastamento superior (m)

  • 2. Tolerncia Geomtrica

    Determina os limites aceitveis de deformaes macrogeomtricas e de posio que a pea e seus elementos podem apresentar aps a fabricao sem que haja prejuzo para o funcionamento. As tolerncias geomtricas podem ser de:

    a) Linha . retilinidade . circularidade . linha qualquer

    b) Superfcie . planeza . cilindridade . superfcie qualquer

    c) Orientao . paralelismo . perpendicularismo . inclinao

    d) Posio . simetria . concentricidade . localizao

    e) Batimento . radial . axial

    A tolerncia geomtricas inscrita em um retngulo dividido em duas ou trs partes denominado quadro de tolerncia que ligado ao elemento a ser analisado por uma linha terminada em seta. Quando a tolerncia aplicada em superfcies, a seta deve tocar o contorno da parte da pea a ser analisada ou a referente linha de chamada. Quando a tolerncia aplicada em eixos, a indicao deve ser feita no prprio eixo ou em prolongamento a linha de cota.

    Fig. 17.12: Quadros de tolerncias.

  • O quadro com duas partes usado em tolerncias de linha e de superfcie, que no apresentam elementos associados. O primeiro quadro apresenta o smbolo e o segundo, o valor da tolerncia. O quadro com trs parte usado em tolerncias de orientao, posio e batimento que apresentam elementos associados. O primeiro quadro apresenta o smbolo; o segundo, o valor da tolerncia e o terceiro, o elemento de referncia.

    Fig. 17.13: quadros de tolerncias com duas partes (tolerncia de perpendicularidade de 0,25 mm)

    e com trs partes (tolerncia de concentricidade de 0,32 mm em relao ao elemento de referncia D).

    Numa associao de elementos, um deles escolhido para servir de referncia na indicao de tolerncias. O elemento de referncia identificado por uma letra maiscula inscrita em um quadrado e indicado por uma linha terminada em um tringulo cheio.

    Fig. 17.14: quadro de referncia.

    Quando a tolerncia aplicada em superfcies, a base do triangulo deve tocar o contorno do elemento de referncia ou a referente linha de chamada.

    Fig. 17.15: tolerncias aplicadas em superfcies. Quando a tolerncia aplicada em eixos, a indicao deve ser feita no prprio eixo ou em prolongamento a linha de cota.

  • Fig. 17.16: tolerncia aplicada em eixos.

    O elemento de referncia pode ser ligado diretamente ao elemento tolerado. Nesse caso no necessrio a identificao com a letra maiscula.

    Fig. 17.17: elemento de referncia diretamente ligado ao elemento tolerado.

    Quando necessria a anlise da tolerncia de uma determinada extenso da pea, a informao apresentada no segundo quadro, aps o valor da tolerncia, separadas por uma barra inclinada.

    Fig. 17.18: tolerncia de 0,4 mm em uma extenso de 150 mm.

  • Quando o valor da tolerncia vem antecedido pelo smbolo de dimetro (), significa que o elemento tolerado tem a forma circular ou cilndrica.

    Fig. 17.19: elemento tolerado com formato cilndrico.

    a) Tolerncias de linha

    Tolerncia de retilinidade

    Determina o empenamento aceitvel dos eixos em peas cilndricas ou prismticas.

    Smbolo

    Fig. 17.20: aplicao de tolerncia de retilinidade.

    Tolerncia de circularidade

    Determina o desvio radial que pode ser apresentado em peas de seces circulares.

    Smbolo

    Fig. 17.21: aplicao de tolerncia de circularidade.

  • Tolerncia de linha qualquer

    Determina o desvio aceitvel de um perfil ou contorno qualquer.

    Smbolo

    Fig. 17.22: aplicao de tolerncia de linha qualquer.

    b) Tolerncias de superfcie

    Tolerncia de planeza

    Determina em uma pea com superfcie plana, as concavidade e convexidade aceitveis.

    Smbolo

    Fig. 17.23: aplicao de tolerncia de planeza.

    Tolerncia de cilindridade

    Determina o desvio que pode ser apresentado na superfcie de peas de formato cilndrico.

    Smbolo

    Fig. 17.24: aplicao de tolerncia de cilindridade

  • Tolerncia de forma qualquer

    Determina o desvio aceitvel de uma superfcie qualquer.

    Smbolo

    Fig. 17.25: aplicao de tolerncia de forma qualquer.

    c) Tolerncias de orientao

    Tolerncia de paralelismo

    Determina a variao de orientao aceitvel para elementos de uma pea que devem ficar paralelos a um outro que serve de referncia.

    Smbolo

    Fig. 17.26: aplicao de tolerncia de paralelismo.

    Tolerncia de perpendicularidade

    Determina a variao de orientao aceitvel para elementos de uma pea que devem ficar perpendiculares a um outro que serve de referncia.

    Smbolo

    Fig. 17.27: aplicao de tolerncia de perpendicularidade.

  • Tolerncia de inclinao

    Determina a variao de orientao aceitvel para elementos que devem ficar inclinados em relao parte da pea que serve de referncia.

    Smbolo

    Fig. 17.28: aplicao de tolerncia de inclinao.

    d) Tolerncia de posio

    Tolerncia de simetria

    Determina a assimetria aceitvel para peas em que a eqidistncia entre suas partes necessita de preciso.

    Smbolo

    Fig. 17.29: aplicao de tolerncia de simetria.

    Tolerncia de concentricidade

    Determina a excentricidade aceitvel para peas compostas de seces circulares de dimetros diferentes.

    Smbolo

    Fig. 17.30: aplicao de tolerncia de concentricidade.

  • Tolerncia de localizao

    Determina a variao de posio aceitvel para elementos de uma pea que devem ficar precisamente localizados. .

    Smbolo

    Observao:

    Quando se trata de tolerncia de localizao, as cotas de referncia so inscritas em retngulos

    Fig. 17.31: aplicao de tolerncia de localizao.

    e) Tolerncia de batimento

    Tolerncia de batimento radial

    Determina a oscilao radial aceitvel (balano no sentido do raio) em peas de seces circulares.

    Smbolo

    Fig. 17.32: aplicao de tolerncia de batimento radial.

    Tolerncia de batimento axial

    Determina a oscilao axial aceitvel (balano no sentido do eixo) em peas de seces circulares.

    Smbolo

    Fig. 17.33: aplicao de tolerncia de batimento axial.

  • Captulo 18

    Estado de Superfcies

    Todo objeto fabricado a partir do material bruto que passa por vrios processos sofrendo transformao de forma, tamanho e propriedades at chegar ao estado acabado de acordo com o desenho tcnico. Em alguns casos, o desenho tcnico precisa especificar o acabamento superficial e as propriedades da superfcie para garantir o funcionamento perfeito da pea. Quanto melhor o acabamento maior o custo de fabricao por isso importante que a pea apresente um acabamento adequado funo que ir exercer. A aparncia, a funcionalidade e as caractersticas gerais da pea acabada vo depender do mtodo de produo utilizado. Fundio, forjamento e usinagem so processos de fabricao que determinam acabamentos superficiais diferentes. Qualquer processo de fabricao far com que a superfcie da pea apresente salincias, sulcos ou marcas. So as irregularidades microgeomtricas (rugosidade). No Brasil, a avaliao da rugosidade feito pelo sistema de linha mdia.

    Fig. 18.1: avaliao da rugosidade.

    A1 e A2 so as salincias e A3 e A4 so os sulcos da superfcie de uma pea. Como no possvel a determinao dos erros em cada ponto, a avaliao feita em relao a linha p na amostra do perfil da superfcie de comprimento c. A linha mdia segue a direo do perfil separando a linha p em parte superior e inferior numa posio em que a soma das reas da parte superior seja igual a soma das reas da parte inferior. O valor da rugosidade o desvio mdio aritmtico (Ra) calculado em relao a linha mdia.

  • Fig. 18.2: desvio mdio aritmtico (Ra).

    So definidas 12 (doze) classes de rugosidade correspondentes a desvios mdios aritmticos (Ra) em mcrons (m); ver tab. 1.

    O smbolo bsico para indicao da rugosidade de superfcies formado por duas linhas de comprimentos diferentes formando ngulos de 60 em relao superfcie da pea. Isoladamente no significa nada.

    Fig. 18.3: smbolo bsico.

    Quando o processo de fabricao no permite a retirada de material o smbolo bsico recebe um crculo. Em desenho seqenciados como os de etapas de fabricao, esse smbolo significa que a pea deve permanecer com o estado de superfcie da etapa anterior, independente de ter sido obtida por remoo de material ou no.

    Fig. 18.4: smbolo de estado de superfcie que no permite retirada de material.

  • Quando o processo de fabricao permite retirada de material o smbolo bsico permanece sem alterao.

    Fig. 18.5: smbolo de estado de superfcie que permite retirada de material.

    Quando o processo de fabricao exige retirada de material o smbolo bsico recebe um trao horizontal formando um tringulo.

    Fig. 18.6: smbolo de estado de superfcie que exige retirada de material.

    Quando se deseja indicar o mtodo de fabricao, tratamento ou revestimento da superfcie, a informao dada de forma no abreviada, sobre um trao horizontal colocado na extremidade do trao maior do smbolo de estado de superfcie.

    Fig. 18.7: smbolo de estado de superfcie com indicao do mtodo de fabricao.

  • Quando for necessrio definir a direo das estrias, deve ser feito com um smbolo correspondente direo desejada, posicionado direita do smbolo de estado de superfcie.

    Smbolo

    Interpretao Visualizao

    =

    paralela ao plano de projeo da vista sobre o qual o smbolo aplicado.

    perpendicular ao plano de projeo da vista sobre o qual o smbolo aplicado.

    x

    cruzadas em duas direes oblquas em relao ao plano de projeo da vista sobre o qual o smbolo aplicado.

    M

    muitas direes.

    c

    aproximadamente central em relao ao ponto mdio da superfcie ao qual o smbolo aplicado.

    R

    aproximadamente radial em relao ao ponto mdio da superfcie ao qual o smbolo aplicado.

    Fig. 18.10: smbolos para direes de estrias.

  • A classe da rugosidade ou o valor numrico em mcrons (m) indicado acima do smbolo de estado de superfcie.

    Fig. 18.8: smbolos de estado de superfcie com indicao da classe da rugosidade N9

    equivalente ao valor da rugosidade 6,3 m.

    Quando for necessrio indicar os limites mximo e mnimo de rugosidade, o valor mximo posicionado acima do valor mnimo.

    Fig. 18.9: smbolo de estado de superfcie com indicao dos limites mximos N6 (0,8 m)

    e dos limites mnimos N4 (0,2 m).

    Peas fundidas para posterior usinagem precisa informar a quantidade de sobremetal em milmetros (mm). A informao dada esquerda do smbolo de estado de superfcie.

    Fig. 18.11: smbolo de estado de superfcie com indicao da quantidade de sobremetal.

    No Brasil, at 1984, os smbolos de acabamento superficiais informavam apenas valores qualitativos e apesar de estar fora de uso, podem ser encontrados em desenhos mais antigos. importante saber a relao entre os antigos smbolos de acabamento superficial e os atuais smbolos indicativos de rugosidade pois na prtica feita uma correspondncia aproximada entre eles.

  • Equivalncia entre classe de rugosidade e valor da rugosidade

    Classe de Rugosidade

    Valor da Rugosidade

    (m) Mtodo de Fabricao

    Smbolo Antigo

    (fora de uso)

    N 12

    50

    Usinagem

    N11 25 Usinagem

    N10 12,5 Usinagem

    N9 6,3 Alisamento

    N8 3,2 Alisamento

    N7 1,6 Alisamento

    N6 0,8 Polimento

    N5 0,4 Polimento

    N4 0,2 Polimento

    N3 0,1 Mais fino que polimento

    N2 0,05 Mais fino que polimento

    N1 0,025 Mais fino que polimento

    Fig. 18.12: relao entre os antigos e os novos smbolos de estado de superfcie.

    Disposio das indicaes no smbolo de estado de superfcie

    a = Valor da rugosidade (Ra) em m ou classe de rugosidade;

    b = Mtodo de fabricao, tratamento ou revestimento da superfcie;

    c = Comprimento da amostra para avaliao; d = Direo predominante das estrias; e = Sobremetal para usinagem (mm).

  • Indicao de estado de superfcie em desenho tcnico

    O estado de superfcie indicado pelo smbolo que se posiciona diretamente no contorno da pea ou na respectiva linha de chamada. O smbolo tambm pode ser posicionado numa linha terminada em seta que aponta para a superfcie correspondente.

    Fig. 18.13: indicao de estado de superfcie.

    Quando se trata de uma pea que apresenta o mesmo grau de rugosidade em todas as superfcies, o smbolo indicando esse grau aparece uma nica vez, prximo vista.

    Fig. 18.14: pea com o mesmo grau de rugosidade em todas as superfcies. Quando a pea apresenta um mesmo grau de rugosidade na maioria das superfcies, o smbolo indicando esse grau aparece uma nica vez, prximo vista seguido de parnteses onde so inscritos os smbolos com os demais graus de rugosidade existente nas superfcies da pea. Os smbolos que ficam entre parnteses podem ser substitudos pelo smbolo bsico mas independente disso devem ser indicados tambm nas respectivas superfcies da vista. O grau de rugosidade predominante em uma superfcie denominado rugosidade geral; as demais so rugosidades especficas.

  • Fig. 18.15: rugosidades geral e especficas.

    Quando a pea tem um nmero de referncia, esse nmero indicado antes das rugosidades geral e especficas.

    Fig. 18.16: nmeros de referncia de peas.

  • Captulo 19

    Simbologia de Soldagem

    Os smbolos so os meios tcnicos de transmitir informaes necessrias soldagem. A solda indicada por uma seta quebrada que contm dados sobre, geometria e dimenses do chanfro; localizao, dimenses e continuidade do cordo, etc.

    solda sem chanfro

    chanfro em V

    chanfro em

    meio V

    chanfro em U

    chanfro em J

    solda em ngulo

    lado da seta

    lado oposto

    ambos os lados

    Fig. 19.1: smbolos bsicos de soldagem.

    A indicao de solda tem algumas regras bsicas;

    Regras para indicao de solda

    1. Aplicar setas toda vez que houver mudana brusca de direo no cordo de solda;

    2. Todos os cordes de solda so considerados contnuos exceto quando indicado o contrrio;

    3. As dimenses do cordo de solda so dadas em milmetros;

    4. O valor da profundidade de preparao do chanfro ou da dimenso da solda indicada frente do smbolo. A abertura da raiz da solda indicada no centro do smbolo. O ngulo do chanfro indicado acima do smbolo.

  • 5. Soldas do lado da seta so indicadas no lado inferior;

    6. Soldas do lado oposto ao da seta so indicadas no lado superior;

    7. Nos entalhes duplos, apresentar smbolos em ambos os lados;

    8. Indicar as dimenses em ambos os lados somente se forem diferentes;

    9. Na representao dos smbolos, o trao vertical fica esquerda;

  • 10.Com a seta na posio vertical seguir o mesmo procedimento usado para cotas;

    11.Quando apenas uma pea sofrer entalhe, direcionar a seta para esta pea;

    12.Indicar solda com cordo raso sem recurso de acabamento, acrescentando um trao horizontal acima do smbolo.

    13.Indicar soldas com cordo raso com recurso de acabamento, utilizando os smbolos de acabamentos superficiais.

  • Solda de contorno

    a solda aplicada em todo o contorno da pea. O smbolo indicativo de solda acrescido de uma circunferncia posicionada no desvio da seta.

    Fig. 19.2: smbolo indicativo de solda de contorno.

    Solda de campo

    a solda feita fora do local de fabricao; no instante e no local da montagem do equipamento. O smbolo indicativo de solda acrescido de uma bandeira preenchida.

    Fig. 19.3: smbolo indicativo de solda de campo.

    Particularidades

    Particularidades da solda como; especificao, processo e direo de soldagem devem ser posicionadas na cauda da seta.

    Fig. 19.4: smbolo indicativo de solda com particularidade.

    Tipos de cordes de solda descontnuos

    Nos cordes de solda descontnuos, a altura deve ser indicada frente do smbolo. Aps o smbolo devem ser indicados o comprimento e o passo. Quando as descontinuidades so feitas em ambos os lados, podem se apresentar de duas formas:

    em cadeia (coincidente); na seta, os smbolos superior e inferior aparecem alinhados;

    em escalo (intercalada); na seta, os smbolos, superior e inferior aparecem desalinhados.

    Nesses casos, as dimenses do cordo de solda, mesmo que sejam iguais, so indicadas em ambos os lados da seta.

  • Fig. 19.5: solda em Cadeia.

    Fig. 19.6: solda em Escalo.

    ngulos do cordo de solda

    Quando o cordo de solda possui um ngulo de 45, necessrio informar apenas a altura.

    Fig. 19.7: representao do cordo de solda com ngulo de 45.

    Quando o cordo de solda possui um ngulo diferente de 45, a informao da altura no suficiente, a largura tambm necessria.

    Fig. 19.8: representao do cordo de solda com ngulo diferente de 45.

  • Tipos de Juntas soldadas

    a) Junta de Topo

    b) Junta em T

    c) Junta Sobreposta

    d) Junta em ngulo

  • Captulo 20

    Formato de Papel

    Formato

    a padronizao dimensional e geomtrica das folhas aplicadas em desenhos tcnicos.

    Formato Dimenses Margem Esquerda

    Margem Direita

    A0 841 x 1189 25 10 A1 594 x 841 25 10 A2 420 x 594 25 7 A3 297 x 420 25 7 A4 210 x 297 25 7

    Quadro

    Est contido no formato de papel e limita o espao para o desenho.

    Legenda

    posicionada na margem inferior direita do formato e contm informaes como:

    a) nome da empresa b) ttulo c) nmero do desenho d) autor do desenho e) data de elaborao f) escala do desenho g) posio relativa das vistas

    Espao para texto

    A posio do texto na margem inferior do formato. A altura varia de acordo com a natureza do servio.

    O texto tambm pode ser posicionado acima da legenda com largura que varia entre