Apostila de Atendimento Pré-hospitalar

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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA CENTRO DE ALTOS ESTUDOS E APERFEIÇOAMENTO Noções Básicas de Atendimento Pré-hospitalar Curso de Aperfeiçoamento de Praças 1º SGT QPPME-6 Júnior Cesar Camilo e; 1º SGT QPPME-6 Anderson Rodrigues de Sousa Noções Básicas de Atendimento pré-hospitalar em casos de urgência e de emergência: Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho, Parada Respiratória e Cardiorrespiratória, Hemorragias, Queimaduras e Parto.

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Transcript of Apostila de Atendimento Pré-hospitalar

  • GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

    POLCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL

    DEPARTAMENTO DE EDUCAO E CULTURA

    CENTRO DE ALTOS ESTUDOS E APERFEIOAMENTO

    Noes Bsicas de Atendimento

    Pr-hospitalar Curso de Aperfeioamento de Praas

    1 SGT QPPME-6 Jnior Cesar Camilo e;

    1 SGT QPPME-6 Anderson Rodrigues de Sousa

    Noes Bsicas de Atendimento pr-hospitalar em casos de urgncia e de emergncia:

    Obstruo das Vias Areas por Corpo Estranho, Parada Respiratria e Cardiorrespiratria,

    Hemorragias, Queimaduras e Parto.

  • ATENDIMENTO DE EMERGNCIA PR-HOSPITALAR

    Protocolo Internacional de Atendimento Pr-hospitalar

    Para qualquer assunto que voc queira estudar, sempre haver um livro, artigo ou

    apostila. Em primeiros socorros tambm h, s que em ocorrncia no d tempo de

    recorrer a eles!

    URGNCIA - Situao onde no h risco vida EMERGNCIA - Situao onde h risco vida SOCORRO BSICO - so os procedimentos no invasivos. SOCORRO AVANADO- so os procedimentos invasivos.

    Primeiros socorros um conjunto de aes que visa manter a vida de uma pessoa,

    at a chegada de um socorro competente ou at a remoo da mesma a um hospital

    pblico ou particular.

    ASPECTOS LEGAIS DO SOCORRISMO OMISSO DE SOCORRO (ART. 135 DO CDIGO PENAL)

    Todo cidado obrigado a prestar auxlio a quem esteja necessitando, tendo

    trs formas para faz-lo: atender, auxiliar quem esteja atendendo ou solicitar

    auxlio.

    Excees da lei (em relao a atender e/ou auxiliar): menores de 16 anos,

    maiores de 65, gestantes a partir do terceiro ms, deficientes visuais, mentais e

    fsicos (incapacitados).

    Telefones de emergncia:

    CB: 193 / SAMU: 192 / PM: 190

    A principal causa-morte pr-hospitalar a falta de atendimento. A segunda o socorro inadequado.

    ETAPAS BSICAS DO SOCORRISMO Toda vez que um socorrista realizar um atendimento, ele levar em considerao

    dois fatores iniciais:

    1 Est consciente ou no? Vtima consciente j demonstra estar viva. 2 evento clnico ou traumtico? Em princpio, os eventos clnicos nos permitem maior liberdade de manipulao das vtimas.

    Anlise da cena

    cuidados com a segurana do profissional (prioridade: eu, equipe, vtima) observao sinalizao Anlise da cena - Abordagem da vtima

    verificao da responsividade pode ser realizada distncia. Procuramos perceber as manifestaes da vtima.

    checagem dos sinais vitais s pode ser realizada em contato com a vtima. Abordagem da vtima

    Se for na maca, colocamos ambas as mos nos ombros da vtima e falamos com

    ela. Se for no cho, apoiamos um joelho e colocamos ambas as mos nos

    ombros da vtima.

    Sinais - so os indicativos que obtemos sem auxlio da vtima.

    Sintomas - so os indicativos que obtemos com auxlio da vtima.

    SINAIS VITAIS - formas de checagem: "VER / OUVIR / SENTIR" . Respirao geralmente usa-se o dorso da mo para sentir. . Pulso carotdeo (em adultos e crianas) / braquial (em bebs). . Presso arterial precisa-se de instrumental especfico. . Temperatura precisa-se de instrumental especfico. Checando respirao: Em lactentes no fazemos hiperextenso cervical.

  • SINAIS DE APOIO So os que fornecem mais informaes sobre o estado da vtima. No so prioritrios, mas so vlidos para mais informaes.

    . Cor e umidade da pele pode indicar problemas circulatrios e hipotermia. So avaliados pela observao e toque na vtima. Independem do estado de

    conscincia.

    . Motilidade avaliamos leses musculares e dficit neurolgico. Avaliamos pela observao e solicitando aes vtima. S pode ser avaliada nas pessoas

    conscientes.

    . Sensibilidade idem ao anterior e mais a hipotermia.

    . Fotorreatividade pupilar (pupilas dilatadas chamam-se midrase e contradas

    chamam-se miose) o problema no a posio final da pupila e sim a ausncia de sua reatividade. Midrase paraltica pode ser indicativo de hipxia cerebral,

    edema intracraniano, hipovolemia, TCE. Miose pode indicar envenenamento,

    intoxicao. A presena de midrase e miose juntas, geralmente indica edema

    intracraniano por TCE, sendo que o edema nesses casos localiza-se do lado da

    midrase. Utiliza-se uma lanterna clnica para avaliao e independe do estado

    de conscincia da vtima.

    Observao

    Se a vtima apresentar duas midrases ou duas mioses, chamamos de pupilas isocricas ou estando em isocoria. Se a apresentar midrase e miose ao mesmo tempo, chamamos de anisocricas, ou estando em anisocoria.

    Enchimento capilar pelo tempo decorrido, estimamos a perfuso sangunea ou se houve alguma leso traumtica naquele segmento, que retarda a irrigao.

    Essa leso tambm pode ser vascular. A avaliao depende da luminosidade do

    ambiente, mas independe do estado de conscincia da vtima.

    Comprimindo a unha e Observando o enchimento.

    Observao

    O tempo ideal desse teste o que levamos para dizer enchimento capilar aps soltarmos a compresso na unha.

    ROTEIRO DE PRIORIDADES NO ATENDIMENTO C CONTROLE HEMODINMICO (CIRCULAO / CONTROLE DAS HEMORRAGIAS)

    A ABERTURA DAS VIAS AREAS COM CONTROLE CERVICAL B BOA VENTILAO D DFICIT NEUROLGICO E EXPOSIO COMPLETA DA VTIMA E CONTROLE TRMICO

    * TODA VTIMA DE TRAUMA POSSUI LESO CERVICAL AT PROVAR O

    CONTRRIO!

    * O ESTADO DE UMA VTIMA INVERSAMENTE PROPORCIONAL AO

    NMERO DE INFORMAES OBTIDAS PELO SOCORRISTA.

    * NO SE ADMINISTRA NADA VIA ORAL PARA VTIMAS INCONSCIENTES!

    C Massagem cardaca externa Em crianas e adultos realizada sobre o tero inferior do esterno, utilizando-se

    ambas as mos apoiando apenas a regio tnar e com os cotovelos estendidos. Em

    lactentes, essa manobra realizada com os dedos mdio e anelar sobre o esterno, abaixo

    da linha mamilar. Nas gestantes, a execuo como nos adultos, porm importante e

    trao do tero gravdico para a esquerda, objetivando a descompresso da veia cava

    inferior. Pode ser feito a Massagem cardaca sobre a maca ou a Massagem cardaca no

    cho.

  • Controle das hemorragias

    Geralmente realizado com a compresso de gaze sobre o local da hemorragia. Mas

    tambm pode ser necessria a aplicao de uma segunda compresso compresso indireta , dependendo do local da hemorragia e do volume de sangue.

    Pode ser Compressivo direto e Compressivo indireto

    A (Hiperextenso cervical) a manobra mais utilizada, pois a maior causadora de obstruo das vias areas

    superiores a queda da lngua.

    Em lactentes no fazemos hiperextenso cervical para abrir as vias areas e nem

    para checar a respirao. A manobra nesses casos chama-se retificao cervical. - Cabea na posio retificada (Mostrando a queda da lngua)

    - Cabea em hiperextenso (Mostrando a lngua elevada)

    - Empuxo mandibular (Repare na posio do polegar e indicador)

    - Lateralizao da vtima (Serve para liberar as vias areas e exame fsico)

    Estabilizao cervical = O colar cervical no dispensa a estabilizao manual.

    B Ventilao boca-a-boca (Pode ser boca-nariz, Em lactentes boca-a-boca/nariz.)

    Ventilao boca-mscara (Duas mos fixando a mscara)

    Ventilao amb-mscara (Duas mos fixando a mscara)

    Ventilao amb-tubo (Em lactente)

    D No se administra nada via oral para pessoas inconscientes pelo risco da

    broncoaspirao.

    E Exame fsico da vtima Objetivando procurar leses e hemorragias. O exame fsico ser interrompido se

    for encontrada: PR / PCR / hemorragia significante / fratura bilateral de fmur e/ou de

    quadril.

    Roteiro do exame fsico vtima em decbito dorsal. Cabea / pescoo / trax / abdmen / quadril / genitlia / membros inferiores / membros superiores / coluna

    vertebral / nuca.

    Sempre que o profissional desconfiar de que h leso, proceder como se houvesse.

    Controle trmico:

    Manter a vtima aquecida uma das preocupaes no atendimento em via

    pblica ou em qualquer lugar onde possa ocorrer queda de temperatura corporal.

    PRIORIDADE ABSOLUTA

    C CIRCULAO E CONTROLE DAS HEMORRAGIAS

    A ABERTURA DAS VIAS AREAS COM CONTROLE CERVICAL

    B BOA VENTILAO

    Em princpio, as letras D e E no so prioridades no primeiro atendimento. Avaliao Primria

    Responsividade

    Sinais Vitais

    C /A / B

    Ateno!

    A Avaliao Primria s ser interrompida se ocorrer ou for verificada:

    obstruo das vias areas / parada respiratria / parada crdio-respiratria / grandes

    hemorragias / fratura bi-lateral de fmur.

  • Avaliao Secundria

    Sinais de Apoio

    Exame fsico

    OBSTRUO DAS VIAS EREAS POR CORPO ESTRANHO

    Manobra de Heimlich

    Tambm conhecida como compresses abdominais. Destinada s obstrues causadas por corpos estranhos slidos ou lquidos. Em crianas e adultos realizada no

    epigstrio. Em gestantes e lactentes, essa manobra realizada no trax, sobre o esterno,

    sendo entre os seios na gestante e na linha mamilar com os dedos indicador e mdio nos

    lactentes.

    Se um corpo estranho for visualizado aps a manobra de abertura das vias

    areas, remova-o com o dedo indicador em gancho. No caso de lquidos, tente remov-los com os dedos indicadores e mdios envolvido por gazes. Somente tente

    remover o material que est causando a obstruo se ele estiver bem visvel e de fcil

    acesso.

    Como proceder? APLICAR A MANOBRA DE HEIMLICH.

    Esta tcnica tem como objetivo expulsar o corpo estranho por intermdio da

    eliminao do ar residual dos pulmes, criando uma espcie de tosse artificial. Verificar se um engasgo real. Pergunte vtima: Voc est engasgado (a)?; Posicione-se atrs da vtima, abraando-a em torno do abdome. Estando a vtima

    em p, ampliar sua base de sustentao, afastando as pernas, e posicionar uma

    perna entre as da vtima (para evitar que ela caia, caso venha perder a

    conscincia);

    Localizar o umbigo; Colocar a mo fechada 01 (um) dedo acima do umbigo. A mo do socorrista em

    contato com o abdome da vtima est com o punho fechado e o polegar voltado

    para dentro. A outra mo colocada sobre a primeira;

    Aplicar 05 (cinco) compresses abdominais sucessivas, direcionadas para cima; Conferir se a vtima voltou a respirar expelindo o objeto; Se necessrio, reposicionar e repetir os ciclos de 05 (cinco) compresses, at que

    o objeto desobstrua as vias areas, ou a vtima perca a conscincia e seja

    necessrio realiza-la com a vtima deitada.

    OBSERVAO Se a vtima estiver inconsciente, mas apresentar respirao

    espontnea dever ser mantido em posio de recuperao (decbito lateral esquerdo).

    Essa posio particularmente importante, pois permite que seja reduzido o risco de

    aspirao para os pulmes, em caso de vmito ou excesso de sangue nas vias areas. A

    posio lateral de segurana (posio de recuperao) utilizada nos momentos em que

    a vtima passou por desobstruo das vias respiratrias ou quando seu estado exigir

    descanso monitorado.

    SINAIS DE UMA PARADA RESPIRATRIA Ao depararmos com uma vtima de acidente ou mal sbito, devemos lhe

    examinar o nvel de conscincia, movimento de trax e tentar despert-la. Se ela

    no acordar, o peito estiver imvel e no houver sada de ar pelas vias areas

    (boca/nariz), a vtima est sofrendo uma parada respiratria.

    Avaliao do paciente e realizao do AVDI

    A Alerta; V Verbaliza; AVD = Responde / Consciente D Responde a estmulo Doloroso; I Inconsciente.

    CAB

  • Paciente responde/consciente (AVD):

    Verificar injurias ou situaes de risco iminente Anlise da relao causa / efeito Monitorar os respirao e pulso Necessidade de socorro mdico ou conduta especfica para a situao Diante de uma parada respiratria P.R. (vtima inconsciente)

    Deite a vtima de costas com os braos estendidos ao longo do corpo; Realizar VOS, e manobra de empurre mandibular em casos clnicos; Desobstrua as vias areas da vtima (varredura); Sopre para dentro da boca da vtima com firmeza (2 VENTILAES DE

    RESGATE COM INTERVALOS DE CINCO SEGUNDOS);

    Observe se o peito da vtima se move com as ventilaes, caso contrrio realize a manobra de HEIMLICH;

    Afaste a boca e retire os dedos das narinas da vtima para que seu pulmo se esvazie naturalmente e realize a segunda ventilao, em seguida o VOS;

    Aps as duas ventilaes de resgate sem sucesso, a cada 10 (dez) ventilaes realizar o VOS.

    REANIMAO CARDIOPULMONAR (RCP) Parada respiratria (P.R.) - interrupo brusca da funo pulmonar

    Parada cardiorrespiratria (P.C.R.) - suspenso imediata das funes pulmonar

    e cardaca.

    IMPORTANTE

    No h parada somente cardaca, pois essa situao impossvel de ocorrer.

    Parando o corao, imediatamente ocorrer parada da funo pulmonar, ou seja,

    parada cardiorrespiratria.

    Em adultos (de 8 anos em diante)

    1 ou 2 executantes. 2 ventilaes X 30 massagens cardacas Em crianas (de 1 at 8 anos)

    1 executante 2 ventilaes X 30 massagens cardacas 2 executantes 2 ventilaes X 15 massagens cardacas

    * CHECAGEM DO PULSO (VTIMA INFANTIL E ADULTA): BRAQUEAL

    E NO CAROTDEO RESPECTIVAMENTE.

    * CHECAGEM DA RESPIRAO (QUALQUER VTIMA): VIAS AREAS

    INICIA-SE A MANOBRA DE RCP SEMPRE PELA INSUFLAO!!

    (Somente em vtima conhecida ou familiar / o novo protocolo no exige

    ventilao por leigos)

    RCP em crianas e adultos

    1 - checando a respirao - Realizando hiperextenso cervical

    A checagem da respirao inicialmente realizada sem a hiperextenso. Caso

    no seja constatado movimento ventilatrio, fazemos a hiperextenso da cabea para

    verificar se a ausncia da respirao devida queda da lngua na orofaringe.

    2 ventilando- Preferencialmente boca-a-boca, mas pode ser boca-nariz. 3 checando o pulso - Carotdeo (com os dedos indicador e mdio). 4 massageando - No tero inferior do esterno, apoiando a regio tnar.

    Em lactentes (de 0 at 1 ano)

    1 executante = 2 ventilaes X 30 massagens cardacas

    RCP em lactentes

    1 checando a responsividade (Tocando o beb)

  • 2 checando a respirao (sem hiperextenso) 3 insuflando - Boca-a-boca/nariz (sem hiperextenso) 4 checando o pulso(Braquial) 5 massageando (Dois dedos na linha mamilar) 6 ventilando e massageando - checagem da respiracao (em qualquer vtima) . vias areas

    - checagem do pulso (em criancas e adultos) . carotdeo

    - checagem do pulso (em bebes). braquial

    - Iniciamos a manobra de RCP sempre pelas ventilaes!!

    OBSERVAO

    1 - A Associao Americana do Corao preconiza que a RCP seja realizada por

    apenas uma pessoa, at a exausto, para somente ento ser realizada a troca do

    executante, por motivo de sincronia! Exceo para os casos onde os executantes estejam

    acostumados a fazerem juntos.

    2 - O centro respiratrio, localizado no bulbo raqudeo constitudo por duas

    partes: o apnustico, estimulado pelo CO2 e o pneumotxico, estimulado pelo O2.

    Portanto, o alto percentual de CO2 insuflado nas ventilaes da RCP, no ato do socorro

    bsico essencial.

    POSSIBILIDADES DE RECUPERAO

    Quanto mais rpido a vtima for atendida aumentada a sua chance de

    recuperao e sobrevivncia.

    1` = 98% de chance 5` = 50% de chance 10` = 1% de chance

    * A cada minuto as chances de sucesso reduz de 07 a 10%.

    QUANDO INICIAR AS MANOBRAS?

    Confirmada a PCR, a RCP deve ser iniciada em todos os pacientes, exceto em 3

    (trs) situaes:

    1 - Rigor mortis (enrijecimento cadavrico).

    2 - Livores (mancha violcea em dorso).

    3 - Decomposio corporal (falta parte do corpo, putrefao ou outros)

    A velocidade destas compresses deve ser de 100 vezes em 60 segundos, e no

    pare at que:

    a - Haja resposta e retorne a respirao e os batimentos cardacos. Coloque ento

    a vtima de lado e aguarde o socorro mdico solicitado;

    b Voc entregue o afogado a uma equipe mdica ou; c Voc fique exausto.

    HEMORRAGIAS Definio:

    Perda aguda de sangue. Em geral, todas as hemorragias devem ser contidas

    Classificao:

    Hemorragias Venosas - Sangramento mais escuro, que sai escorrendo.

    Hemorragias Arteriais - Sangramento de cor viva (rutilante), que sai em jatos.

    Hemorragias Externas - so aquelas com origem na superfcie corporal.

    Hemorragias Internas - so aquelas que no ocorrem na superfcie corporal

    AS HEMORRAGIAS INTERNAS:

    Podem ser divididas em exteriorizadas ou no exteriorizadas. So exteriorizadas

    quando o sangramento apresenta- se para o meio externo.

    INTERNAS EXTERIORIZADAS

    OTORRAGIA - sangramento pelo conduto da orelha externa. No fazemos

    tamponamento. Se a vtima est consciente, posicionamos em decbito dorsal.

    Se estiver inconsciente ou com suspeita de trauma cervical, lateralizamos com a

    orelha que esteja sangrando para baixo.

  • EPISTAXE - sangramento pelas narinas. Fazemos compresso manual com a

    cabea posicionada frente 45. Podemos utilizar gelo juntamente com a

    compresso, principalmente nos casos de trauma. Em ltimo caso, fazemos

    o tamponamento utilizando roletes de gaze com vaselina.

    ESTOMATORRAGIA - sangramento proveniente da cavidade oral, podendo ser

    originada por ferimentos na bochecha, lngua e extraes dentrias. Seja qual for

    o caso usamos gaze sobre a leso, fazendo compresso, similar ao procedimento

    utilizado pelos dentistas. O gelo pode ser aplicado, na parte externa, nos casos

    de hemorragias dentrias.

    Ateno!

    As otorragias e epistaxes podem apresentar sada de lquor (lquido

    cefalorraquidiano / LCR), sendo isso um indcio de TCE (Traumatismo Crnio

    Enceflico), e, portanto, todos os cuidados com a estabilizao cervical devem

    ser tomados prioritariamente!

    HEMOPTISE sangramento de origem do aparelho respiratrio, em geral dos pulmes e/ou rvore brnquica. No utilizamos gelo nesse tipo de hemorragia.

    Na vtima consciente, o posicionamento recostado e tentamos mant-lo calmo.

    Esse sangramento tem caractersticas de colorao vermelha rutilante,

    espumante e expelido por tosse. Em caso de vtima inconsciente ou com

    trauma associado, adotamos a lateralizao. Se houver tosse no momento da

    posio recostada, colocamos sua cabea para o lado a fim de facilitar o

    escoamento das secrees.

    HEMATMESE sangramento originrio do sistema digestrio alto (esfago, estmago e duodeno), que normalmente expelido por vmito, juntamente com

    restos alimentares. Costuma ter colorao escura como borra de caf. Em

    vtimas conscientes, utilizamos saco de gelo sobre o epigstrio em decbito

    dorsal e, em casos de vmito ou inconscincia, lateralizamos. Nos casos de

    hematmese por trauma, se o vmito ocorrer muito rpido, sua colorao poder

    ser vermelha normal, mas haver presena de restos alimentares.

    OBSERVAO: Nunca utilize gelo diretamente sobre a pele, nem sobre a

    genitlia e mucosas!

    HEMOSTASIA: Ao de conteno das hemorragias

    MTODOS DE HEMOSTASIA: - Compresso direta tambm chamada de compresso no local e compresso indireta. A direta o mtodo mais utilizado e eficaz.

    Elevao do segmento - usa-se a gravidade a nosso favor

    - GARROTE - o recurso empregado quando os dois mtodos anteriores no

    surtiram efeito. Utilizamos um pedao de tecido, fita de borracha ou qualquer

    material semelhante para envolver o segmento, apertando firmemente, at cessar

    a hemorragia.

    - TORNIQUETE - podemos dizer que consiste em um garrote mais firme, pois

    alm do material anterior, usamos um objeto como caneta ou graveto para

    aumentar a compresso.

    CUIDADO: Garrote e torniquete so aplicados apenas em membros, e o

    torniquete preferencial para amputaes, laceraes ou esmagamentos

    traumticos!

    OBSERVAO

    No verdade que garrotes e torniquetes tenham que ser obrigatoriamente

    afrouxados a cada 15. Nos procedimentos de emergncia, principalmente pr-

  • hospitalares, consideramos que os membros superiores podem suportar isquemia de at

    1:30h, e os membros inferiores de at 2:00h. Portanto, se o garrote ou torniquete foi aplicado e o tempo de chegada com a vtima ao hospital for inferior a essa margem de

    segurana, no haver necessidade de liberao do fluxo sanguneo. Entretanto, nos

    casos onde o socorro mais adequado demore muito, podemos liberar por 1 a compresso a cada 15, no esquecendo de que o curativo sobre a leso dever ficar firme durante o tempo de circulao para impedir perda volmica. Cirurgias em

    membros s podem ser realizadas na ausncia de sangue na regio, demorando

    geralmente mais de 2h00. E nem por isso a isquemia provocada pelo tempo decorrido

    provoca malefcios vtima.

    QUEIMADURAS Queimaduras so leses em determinadas partes do organismo desencadeada por

    um agente fsico. Dependendo deste agente as queimaduras podem ser classificadas em

    queimaduras por radiao trmicas, eltricas e qumicas.

    AS QUEIMADURAS SE CLASSIFICAM QUANTO AO: Agente causador; Profundidade ou grau; Extenso ou severidade; Localizao e Perodo evolutivo CAUSAS DE QUEIMADURAS

    Trmicas por calor (fogo, vapores quentes, objetos quentes) e por frio (objetos congelados, gelo).

    Qumicas inclui vrios custicos, tais como substncias cidas e lcalis. Eltricas materiais energizados e descargas atmosfricas. Substncias Radioativas materiais radioativos e raios ultravioletas

    (incluindo a luz solar), etc.

    CLASSIFICAO DAS QUEIMADURAS POR PROFUNDIDADE

    Queimaduras de Primeiro Grau: Leso na camada mais externa da pele causando eritema, edema e dor local. a mais comum, so leses secas,

    caracterizadas por intenso eritema e dor. Elas no representam risco de vida e

    normalmente no necessitam de reposio volmica endovenosa. Exemplo:

    queimadura solar;

    Queimaduras de Segundo Grau: Leso na camada mais externa e em camadas subjacentes. Apresenta bolhas (flictenas) alm dos sinais de

    queimadura de primeiro grau. Na ocorrncia de muitas bolhas ou leses

    extensas, poder haver e perda importante de lquido e plasma nessas reas,

    podendo haver tambm a formao de cicatrizes e;

    Queimaduras de Terceiro Grau: Leso estende-se para camadas mais profundas, causando extensos danos. A pele pode estar insensvel porque a

    queimadura destri os receptores e terminaes nervosas nas estruturas

    afetadas, sendo dolorosa a rea circundante que sofre queimaduras de

    segundo e primeiro grau.

    TRATAMENTO DAS QUEIMADURAS DE 1, 2 E 3

    Queimaduras de Primeiro Grau: Aps lavar o local, colocar compressas frias para diminuir a dor e o edema. Observar se no aparecem bolhas

    posteriormente. Caso isso ocorra, passe a seguir as orientaes da queimadura

    de segundo grau.

    Queimaduras de Segundo Grau: Utilizar gua fria em abundncia, para resfriar apenas o local afetado; No furar as bolhas porque elas protegem o

    local contra infeco e aceleram o processo de cicatrizao; No tentar retirar

    coisa alguma que esteja grudada pele (por exemplo, roupa); No aplicar

    pomadas, lquidos, cremes, pastas dentais ou qualquer outra substncia sobre

    a queimadura; Proteger o local atingido e encaminhar a vtima ao atendimento

    mdico o mais breve possvel.

  • Queimaduras de Terceiro Grau: Siga as mesmas regras para as queimaduras de 2 grau. Se a vtima estiver com as roupas em chamas, abafe

    o fogo com um cobertor ou algo similar; deite a vtima, colocando a cabea e

    o trax mais baixo que o corpo. Cubra o local atingido com pano limpo, de

    preferncia compressa ou gaze estril, embebida em vaselina estril. Monitore

    os sinais vitais e transporte a vtima para o hospital o mais rpido possvel

    URGNCIAS E EMERGNCIAS OBSTTRICAS Assistncia ao parto normal

    O incio do trabalho de parto desencadeado por fatores maternos, fetais e

    placentrios, que se interagem. O socorrista poder identificar o trabalho de parto pela

    presena de sinais como: discreto sangramento vaginal, perda de tampo mucoso,

    eliminao de lquido amnitico (em condies normais, apresenta-se claro, translcido

    e com pequenos grumos semelhantes a pedaos de leite coalhado); uterinas inicialmente

    regulares, de pequena intensidade, com durao varivel de 20 a 40 segundos, podendo

    chegar a duas ou mais em dez minutos; desconforto lombar; alteraes da crvice (colo

    uterino) com amolecimento e dilatao progressiva (o exame cervical deve ser realizado

    por mdico ou enfermeiro obstetra).

    O PARTO DIVIDIDO EM QUATRO PERODOS CLNICOS, A SABER.

    1. Dilatao: o perodo definido clinicamente de primeiro estgio, perodo de

    dilatao, tem inicio com a instalao das contraes regulares que induzem

    duas importantes mudanas na crvice (colo uterino):

    Apagamento completo do canal cervical, que consiste na incorporao dele ao segmento inferior do corpo uterino, ocorrendo gradualmente durante o

    perodo de dilatao;

    Dilatao total da crvice. considerado o perodo mais demorado, e consiste nas modificaes que o colo

    uterino sofre. A dilatao indica a abertura do colo do tero. expressa em centmetros

    e, ao atingir a dilatao mxima de (10 cm), forma-se um nico canal entre o tero e

    a vagina.

    O apagamento na primigesta ocorre antes da dilatao, e nas multparas,

    simultaneamente, por isso o trabalho de parto mais rpido.

    2. Expulso fetal: o perodo de expulso inicia-se com a completa dilatao do colo uterino e termina com o nascimento completo do beb. (Em outras

    palavras: a total dilatao da crvice caracteriza o incio do segundo perodo do

    parto expulso que termina com o nascimento da criana). Ao final do primeiro perodo do trabalho de parto, o sangramento aumenta com

    a lacerao dos capilares no colo uterino. Nuseas e vmitos podem estar

    presentes, por ao reflexa. A parturiente refere presso no reto, vontade de

    evacuar e urgncia urinria. Ocorre distenso dos msculos perineais e

    abaulamento do perneo.

    3. Dequitao: tambm chamada de secundamento ou delivramento, esse perodo tem incio aps a expulso do feto e termina com a sada da placenta e seus

    anexos (membranas crion e mnio). 4. Perodo de Greenberg: Definido como h primeira hora aps a sada da

    placenta, quando podem acontecer as grandes hemorragias e complicaes que

    solicitem habilidade e conhecimento da equipe de sade. A assistncia ativa

    nesse perodo e a vigilncia ao lado da paciente surpreendem e corrigem

    oportunamente quaisquer desvios do mecanismo fisiolgico.

    ALTERAES PSICO-MOTORAS DISTRBIOS DA CONSCINCIA E DO COMPORTAMENTO

    Conscincia lucidez e orientao no tempo e no espao.

  • Comportamento conduta de acordo com o padro da sociedade local. Sncope - inconscincia at 3?? - a perda da conscincia completa e breve, levando a um estado de morte

    aparente, porm com a caracterstica da retomada de conscincia espontnea.

    Coma inconscincia por mais de 3 ?? - geralmente as vtimas apresentam apenas as funes vegetativas, mas que

    podem ainda assim estarem reduzidas.

    No atendimento de emergncia, a classificao da inconscincia como sncope

    ou coma no prioridade. O socorrista atende da mesma forma, ou seja, os

    procedimentos so referentes a uma pessoa inconsciente!

    CAUSAS DE ALTERAES DA CONSCINCIA

    . Hipoglicemia. Diminuio do % de glicose circulante (ocorre em qualquer

    pessoa)

    - a administrao de acar por via oral e o procedimento clssico, contanto que

    a vtima esteja consciente. Nos casos de inconscincia, o acar poder ser posto

    na mucosa sublingual, sem haver deglutio.

    . Hiperglicemia. O aumento do % de glicose circulante (ocorre somente em

    diabticos)

    - a conduta e a administrao de insulina. Nos casos de inconscincia onde no

    temos diagnstico de hipo ou hiperglicemia, e colocado acar sublingual. Se a

    vtima reagir satisfatoriamente, temos a confirmao de hipoglicemia. Em caso

    contrrio, confirmamos hiperglicemia. Portanto, se houver dvida quanto ao

    diagnstico, no caso de diabticos e inconscientes, a administrao de acar

    sublingual e o procedimento indicado.

    . Convulso. Na crise convulsiva pode ocorrer diminuio de aporte sanguneo

    cerebral com todos os resultados j conhecidos.

    ATENO Na convulso, a vtima no enrola nem engole a lngua e a saliva no

    contagiosa. A crise convulsiva dividida em duas fases distintas:

    1 - Fase tnico-clnica - durao de 40 a 1, onde a principal preocupao evitarmos outras leses, principalmente T.C.E., realizando a restrio da cabea

    e assim evitando choques com o solo.

    2 - Fase de relaxamento - no tem durao pr-determinada. onde a vtima

    corre risco, pois estando geralmente em decbito dorsal, sofre a ao da

    gravidade, ocasionando queda da lngua e provocando asfixia. Tomamos

    cuidados com a permeabilidade das vias areas, e a colocamos lateralizada, para

    escoamento das secrees da boca.

    Posio de recuperao (deitado em decbito lateral do lado esquerdo)

    Observaes

    1 Essa posio adotada nas emergncias clnicas, principalmente nas pessoas inconscientes. Devem ser posicionadas preferencialmente para o lado esquerdo.

    a posio ideal para os casos de pessoas que no recuperaram a conscincia na

    fase de relaxamento da convulso.

    2 Trs motivos pelos quais o lado esquerdo preferencial na Posio de recuperao.

    - Curvatura da Aorta (Facilita o escoamento sanguneo pelo artico)

    - Fundo do estmago (Mantm o contedo gstrico no fundo do estmago)

    - Veia cava inferior (Evita compresso da veia cava inferior)

  • BIBLIOGRAFIAS

    Marcelo Dominguez Canetti, Clio Ribeiro Jnior, Fernando Suarez Alvarez.

    Manual de Socorro de Emergncia. So Paulo: Editora Atheneu, 2003.

    Currents in emergency cardiovascular care. Aspectos mais Relevantes

    dasDiretrizes da American Heart Association sobre Ressuscitao

    Cardiopulmonar e Atendimento Cardiovascular de Emergncia. V. 16, n. 4,

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    1141072864029currentsportuguesewinter2005-2006.pdf. Acesso em: 2 mar.

    2009.

    SOCIEDADE BRASILEIRA DE ATENDIMENTO AO TRAUMATIZADO.

    Trauma e violncia Projeto de Ateno Nacional ao Trauma. Disponvel em:

    http://www.sbait.org.br/projeto.php . Acesso em: 21 jan. 2011.