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SUMÁRIO

1. RISCOS BIOLÓGICOS EM LABORATÓRIOS

2. BREVE HISTÓRICO DAS DOENÇAS ADQUIRIDAS EM LABORATÓRIO

3. CONCEITO DE RISCO BIOLÓGICO

4. NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA - NB

5. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI

6. PROTEÇÃO COLETIVA

7. TÉCNICAS EDUCACIONAIS EM BIOSSEGURANÇA

8. VIAS DE PENETRAÇÃO POR MICROORGANISMOS

9.CONCLUSÃO

10. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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1. RISCOS BIOLÓGICOS EM LABORATÓRIOS

Manhã chuvosa de segunda-feira. Oito horas e 30 minutos da manhã. Laboratório

de um renomado instituto de pesquisa no Brasil. Josélio Martins, técnico de laboratório

de sorologia, já deu início à sua rotina de trabalho. Apanhou uma estante contendo

tubos com sangue de pacientes de uma área endêmica de hepatite da região nordeste,

separou as amostras e colocou os códigos de identificação para em seguida centrifugar.

Vestiu a luva, mas inadvertidamente não colocou o protetor facial. Equilibrou os tubos e

preparou a centrífuga, programando o primeiro lote de amostras com 15 minutos, numa

velocidade de 3.000 rotações por minuto. Acionou o aparelho e começou o preparo de

uma placa para a técnica ELlSA. Subitamente, Josélio ouve um forte barulho, decorrente

da quebra de um tubo. Imediatamente abre a centrífuga, sem se apercerber de que esta

ainda estava em funcionamento. Em conseqüência, recebe nos olhos grande quantidade

de sangue infectante, Desesperado, Josélio grita, pedindo ajuda. Logo acorre Messias,

veterinário responsável pelo infectório, que estava no laboratório ao lado. Messias vê

Josélio cobrindo com as mãos o rosto encharcado de sangue. Guia-o, como a um cego,

até o lava-olhos do corredor, ajudando-o a lavar os olhos com bastante água corrente e

procurando tranqüilizá-lo. Imediatamente comunica o fato à chefia e vão ambos ao

serviço de Medicina do Trabalho da Unidade. Constatando não haver nenhum tipo de

ferimento, a Unidade encaminha Josélio a um hospital para a realização de exames

complementares.

Sei que o leitor pode estar imaginando as conseqüências do acidente com Josélio,

mas posso assegurar que nada lhe aconteceu, pois este caso relatado é uma ficção ...

Nossa intenção ao construir o caso acima foi ampliar a discussão sobre os riscos

biológicos em laboratórios, despertar sua sensibilidade e aumentar sua percepção sobre

este e outros riscos biológicos que ocorrem em laboratórios.

Vale ressaltar que o caso de Josélio pode se transformar em realidade com

qualquer profissional de saúde, pois nós, profissionais de saúde, às vezes achamos que

acidentes sempre acontecem com os outros, que são uma realidade distante da nossa

prática. Por esta razão, utilizaremos estudos de casos neste curso e sempre

aprofundaremos a discussão com intuito de solucionar cada caso.

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Neste módulo falaremos ainda de exemplos como esse, mas nossa intenção é

desenvolver suas habilidades enfatizando a identificação das fontes de risco e criando

uma rotina de procedimentos seguros através das boas práticas no laboratório.

Acreditamos que desta forma estes conhecimentos propiciarão o desenvolvimento de

técnicas seguras.

2. BREVE HISTÓRICO DAS DOENÇAS ADQUIRIDAS EM LABORATÓRIO

As infecções adquiridas em laboratório são notificadas desde o século XIX.

Lamentavelmente, em nosso País essas notificações em nível nacional são muito raras

ou quase inexistentes. Um sistema de vigilância em saúde que adote procedimentos

claros de notificação de acidentes poderia coletar informações para a construção de um

sistema de banco de dados de livre consulta pelos interessados no tema. Essas

informações seriam importantes subsídios para a minimização ou até eliminação dos

fatores de risco e conseqüente diminuição dos acidentes em laboratórios.

Começam a surgir iniciativas na área de notificação de acidentes em instituições

como a Fundação Oswaldo Cruz, onde este serviço é prestado pelo Núcleo de Saúde do

Trabalhador (NUST), que, utilizando uma ficha de notificação de acidentes, tem

conseguido mapear os acidentes que ocorrem na Instituição.

Duas secretarias da área de saúde têm se destacado na notificação de acidentes:

a Secretaria Municipal do Rio de Janeiro, que tem apresentado um trabalho bastante

consistente, sobretudo em acidentes envolvendo pérfuro-cortantes com profissionais de

saúde, e a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, que também tem se destacado

na notificação de acidentes com esses mesmos profissionais.

Uma retrospectiva dos fatos históricos relativos ao tema, sobretudo às infeções

adquiridas no laboratório, poderá nos trazer maior conscientização.

Em 1885, na Alemanha, dois anos após a descoberta das bactérias, foi publicado

um artigo que relatava a contaminação em laboratório por Salmonella typhi.

Em 1903, relatou-se a primeira infecção adquirida em laboratório nos Estados

Unidos, ocorrida quando um médico acidentou-se com uma agulha durante a autópsia

de um paciente que havia morrido de blastomicose sistêmica (Evans, 1903).

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Em 1929, Kisskalt relatou 59 casos de salmoneloses adquiridas em laboratórios

alemães entre os anos de 1915 a 1929 (Mannuel de Prevention, 1995).

Sulkin e Pike, de 1930 a 1979, realizaram uma pesquisa envolvendo 5.000

laboratórios em todo o mundo, utilizando como instrumento metodológico a adoção de

questionários. Estes autores observaram que dentre as 4.079 infecções, 168 foram

fatais, sendo as contaminações descritas, em sua maioria, de origem bacteriana (41 %)

(bruceloses, salmonelloses typhoides, tuberculoses, tularemias, leptospiroses) ou

rickettisioses (14,7%) (febre Q, febre das Montanhas Rochosas) (Mannuel de

Prevention, 1995).

3. CONCEITO DE RISCO BIOLÓGICO

As cararacterísticas peculiares dos agentes microbiológicos, dentre as quais se

destacam o grau de patogenicidade, o poder de invasão, a resistência a processos de

esterilização, a virulência e a capacidade mutagênica, tornam este tema de grande

relevância no decorrer deste módulo. É importante ressaltar que os riscos biológicos são

fruto ou conseqüência da atividade humana, (Simons, 1991).

Todos aqueles profissionais que trabalham ou irão trabalhar com os agentes

biológicos, patogênicos ou não, devem conhecer profundamente o agente em questão.

Parece redundante esta lembrança, principalmente no que tange aos agentes não-

patogênicos, porém, com os recentes avanços da moderna biotecnologia, em especial

da engenharia genética, podem ocorrer transformações dos agentes biológicos através

de processos físicos e químicos, levando a uma alteração ou uma adaptação com

características infectantes e altamente patogênicas para o homem e para os animais

(Vianna, 1989).

Um dos problemas que freqüentemente observamos foi o pouco conhecimento

sistematizado dos profissionais em relação aos agentes etiólogicos no tocante às suas

patogenicidade e virulência, o que pode levar à exposição desnecessária, colocando-os

em situação de risco. Por esta razão, é essencial a criação de um programa de

biossegurança onde estejam descritas as principais técnicas de prevenção, a adoção

das boas práticas no laboratório, o controle da qualidade e a notificação dos acidentes,

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enfatizando a criação de um sistema de monitoração da saúde dos trabalhadores. Cabe

ressaltar que toda esta estrutura deve funcionar de forma articulada e integrada.

Falaremos agora dos riscos biológicos em laboratórios biomédicos. Afinal quais são

estes riscos?

Tentaremos sistematizar as informações, mas podemos afirmar que são muitos os

riscosbiológicos encontrados em laboratórios biomédicos. Estão relacionados

diretamente com os microorganismos, o que vai depender das variáveis concentração

da virulência e concentração da patogenicidade.

Destacamos o aparecimento da Aids, que foi identificada pela primeira vez em

1981. A partir daí a epidemiologia da Aids passou a relacionar essa doença a uma

possível transmissão por um agente infeccioso, até a identificação do retrovírus que a

causava (Montagnier et aI., 1983). O aparecimento da Aids e as possíveis implicações

do ponto de vista ocupacional fizeram toda a classe de profissionais de saúde discutir os

aspectos de biossegurança, em particular das precauções padrões, apesar de a

importância do ponto de vista da transmissão pela via ocupacional . representar 0,3%. O

aparecimento da Aids despertou toda classe de profissionais de saúde para a discussão

mais aprofundada das suas relações de trabalho e das formas de transmissão pela via

ocupacional.

A hepatite B também possui importante papel do ponto de vista ocupacional. A

doença de Creutzfeldt-lakob, transmitida por uma proteína modificada, o príon, reforça a

preocupação com risco biológico, e ainda hoje este risco ocupacional é desconhecido

por grande parte dos profissionais de saúde no Brasil.

O campo dos riscos biológicos é realmente vasto. Poderíamos falar ainda sobre os

riscos biológicos associados aos organismos geneticamente modificados; os riscos

biológicos em banco de sangue; os riscos biológicos em laboratórios de análises

clínicas...

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4. NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA - NB

No Brasil deve-se adotar a classificação estabelecida pela CTNBio.

Classificação de Agentes Etiológicos Humanos e Animais com Base no Risco - Anexo I

da lei 8.974/95, Apêndice 2, Instrução Normativa nº 7, de 06 de junho de 1997, Ministério

da Ciência e Tecnologia - MST, Comissão Técnica Nacional de Biossegurança -

CTNBio.

Os agentes biológicos apresentam um risco real ou potencial para o homem e para

o meio ambiente. Por esta razão, é fundamental montar uma estrutura que adapte a

prevenção aos riscos encontrados nos laboratórios biomédicos.

NB 1

Possui baixo risco individual e coletivo. Inclui microrganismos que nunca foram descritos

como agentes causais de doenças para o homem e que não constituem risco para o

meio ambiente.

Exemplo: Bacillus cereus.

NB 2

Representa risco individual moderado e risco coletivo limitado. Inclui microrganismos

que podem provocar doenças no homem, com pouca probabilidade de alto risco para os

profissionais " do laboratório.

Exemplo: Schistosoma mansoni.

NB 3

Representa risco individual elevado e risco coletivo baixo. Compreende microrganismos

que podem causar enfermidades graves aos profissioanis de laboratório.

Exemplos: Mycobacterium tuberculosis.

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NB 4

Agrupa os agentes que causam doenças graves para o homem e representam um sério

risco para os profissionais de laboratório e para a coletividade. Possui agentes

patogênicos altamente infecciosos, que se propagam facilmente, podendo causar a

morte.

Exemplo: vírus Ebola; Lassa; Machup; Marburg.

Classificação dos Agentes Microbianos

No Brasil, a classificação destes agentes é definida pela comissão Técnica Nacional de

Biossegurança, CtnBio.

Sinalização

Consideramos este item fundamental numa política para implantação de um

Programa de Biossegurança. A sinalização funciona como barreira primária, pois cada

laboratório ou unidade que trabalhe com o risco biológico deverá ter na porta de acesso

um cartaz com um símbolo do risco biológico, informando o tipo de agente etiológico, o

nível de biossegurança e uma frase alertando para "Solicite autorização". A função

deste cartaz é impedir a entrada de pessoas não autorizadas em áreas com riscos

biológicos.

Outro fator importante na sinalização das áreas de risco esta relacionado à melhoria dos

procedimentos que envolvem riscos, pois existem cartazes com símbolos que indicam o

equiparnento de proteção individual obrigatoriamente utilizado em determinadas áreas

ou que informam a localização do laboratório em relação à unidade (planta baixa). O

item das boas práticas de laboratório também pode ser ressaltado com a sinalização.

Por exemplo o símbolo risco biológico, pode sensibilizar o profissional a não guardar

alimentos na geladeira nem fazer refeições nas dependências do laboratório ou da

unidade de saúde, e outro pode indicar ainda onde se encontram os lava-olhos e os

chuveiros de emergência ou a localização dos extintores de incêndio.

Poderíamos apresentar vários exemplos, mas a sensibilidade e a criatividade surgirá

quando o leitor for sinalizar seu laboratório ou sua unidade. Tenha bom senso em não

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poluir visualmente o ambiente. Nestes casos, onde acontece um exagero de cartazes, a

função de sensibilizar e melhorar a percepção dos profissionais fica extremamente

prejudicado e não atinge a eficácia esperada.

Formas de prevenção com ênfase nas barreiras primár ias

A prevenção é definida pelo conjunto de ações voltadas para prevenir um perigo ou um

risco à exposição de profissionais em ambientes onde existam agentes biológicos com

risco potencial para a transmissão de doenças.

A prevenção dos riscos de origem biológica tem por objetivo limitar os riscos e assegurar

a qualidade dos experimentos. Isto deve ser feito:

• Baseado na avaliação correta do risco;

• Adotando-se métodos de prevenção (coletiva e individual) adaptados;

• Com amparo nas questões legais associadas às áreas de engenharia de

segurança (NR9) e na qualidade, em particular, nas boas práticas de laboratório.

5. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI

São equipamentos utilizados para proteção do trabalhador. Neste módulo daremos

ênfase aos EPls utilizados em atividades que envolvam riscos biológicos, tipificando-os e

apontando suas indicações em função dos riscos.

A Portaria 3214-NR6 do Ministério do Trabalho, de 08/06/1978, prevê a distribuição

gratuita dos equipamentos de proteção individual, competindo ao trabalhador utilizá-Ios

e conservá-Ios. Caso você desenvolva alguma atividade que envolva riscos e seu

laboratório ainda não possua estes equipamentos, procure sensibilizar sua chefia

imediata, mostre que acidentes podem e devem ser evitados.

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Vale ressaltar que os EPls não devem ser vistos como únicos elementos numa política

de prevenção; é necessário fazer uma avaliação e ter uma visão global do problema. Um

exemplo, apenas para ilustrar: às vezes a realização de uma simples obra, como

levantar uma parede de alvenaria num laboratório, pode representar uma melhoria

significativa na saúde dos trabalhadores.

É importante salientar que na aquisição destes equipamentos torna-se fundamental

a presença do profissional exposto ao risco, pois é este trabalhador quem conhece de

forma mais aprofundada o seu processo de trabalho e a exposição que lhe é colocada

na rotina de trabalho.

Os equipamentos de proteção não devem ser inseridos de forma autoritária na

rotina de trabalho; é fundamental que o profissional tenha um prazo para se adaptar a

esta rotina, senão, ao invés de proteger, estes equipamentos tornar-se-ão elementos

geradores de acidentes. Devemos levar em consideração também o conforto

proporcionado por estes equipamentos e a qualidade do produto e, ainda, exigir junto ao

Ministério do Trabalho o Certificado de Aprovação (CA). É importante fazer testes que

assegurem o conforto e a funcionalidade destes equipamentos antes de adquiri-Ios.

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Quadro 1. Tipos de EPls mais utilizados em relação às técnicas laboratoriais

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6. PROTEÇÃO COLETIVA

Os Equipamentos de Proteção Coletiva são utilizados para minimizar a exposição

dos trabalhadores aos riscos e, em caso de acidentes, reduzir suas conseqüências. Um

exemplo disso é o uso de câmaras de fluxo laminar, que protegem os profissionais e o

meio ambiente do risco de contaminação.

EXEMPLOS: Chuveiro de emergência, lava- olhos, câmaras de fluxo laminar.

7. TÉCNICAS EDUCACIONAIS EM BIOSSEGURANÇA

Acreditamos realmente na educação como potencial tecnológico capaz de reverter

alguns quadros que em nosso país ainda são de difícil solução, e a biossegurança é

considerada uma área incipiente.

Apresentamos três sugestões que são factíveis e podem ser adequadas em função

das necessidades e dos profissionais de laboratório. A primeira pode ser implementada

através de um seminário de sensibilização e informação em biossegurança; a segunda

através de um curso básico de biossegurança com carga horária de 80 horas; e a

terceira e última é a discussão das questões de biossegurança utilizando a

problematização, com fotografias do cotidiano de trabalho expostas em sessões de

slides.

A primeira sugestão, o seminário, pode ser ministrado em uma semana e atingir

excelentes resultados na sensibilização dos funcionários, pois segundo Teixeira, P. e

cols., I Congresso Brasileiro de Biossegurança -1999, que apresentaram uma forma

inédita de abordar o tema adotando a sensibilização em biossegurança através de um

conjunto de temas ligados à área com o intuito de criar habilidades nos profissionais que

iniciam suas atividades em laboratórios e nem sempre passam por treinamentos

adequados nos cursos de graduação e pós-graduação. Este primeiro seminário,

realizado no início do semestre daquele ano, obteve, na avaliação dos alunos, o

conceito bom ou ótimo, com índice de aprovação de 75%.

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Dessa forma, acreditamos que estes seminários possam preparar os profissionais

que lidam em laboratório para atuarem de forma segura e conhecer mais

aprofundadamente seus processos de trabalho, evitando acidentes e identificando riscos

potenciais para sua saúde.

Sugerimos a grade abaixo com os temas propostos, que pode ser modificada e

adequada conforme cada instituição, pois sabemos das peculiaridades das questões

regionais e políticas. Que se tente proceder às modificações, mas precedidas de uma

análise para definir os temas mais apropriados para o treinamento dos profissionais.

• Aspectos legais da biossegurança - comissão de biossegurança;

• Riscos biológicos em laboratórios biomédicos;

• Percepção de risco;

• Riscos químicos em laboratórios de microbiologia;

• Primeiros socorros;

• Prevenção de incêndio;

• Bioética na experimentação;

• Medicina do trabalho - saúde do trabalhador;

• Contenção Biológica - cabinas de Segurança Biológica (CSB);

• Boas práticas de laboratório;

• Desinfecção e esterilização;

• Radioproteção em laboratórios biomédicos;

• Gerenciamento e descarte de resíduos.

A segunda sugestão requer investimento maior, podendo ser executada a médio e

longo prazos: é a implantação de um curso básico de biossegurança de duas semanas

com uma carga horária de 80 horas.

Segundo Grist (1995), um curso básico de biossegurança deve ser estruturado

enfatizando as boas práticas no laboratório. Este curso poderá ser modificado e

adaptado em função das necessidades do seu laboratório.

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Modelos gerenciais na área de biossegurança

Em nosso país têm-se uma tradição histórica de importar modelos adotados em países

desenvolvidos, sem a preocupação com a adequação às nossas reais necessidades. E

a área de biossegurança não poderia fugir a esta regra. Por vezes, algumas instituições

brasileiras importam normas e boas práticas de laboratório relacionadas à

biossegurança de instituições americanas e européias sem a preocupação com nossa

realidade. Sentimo-nos motivados a desenvolver uma técnica gerencial com base nas

Células de Biossegurança e Qualidade - CBQ (Teixeira, P.-I Congresso de Brasileiro de

Biossegurança, 1999), que discute a adoção de um modelo inspirado nas Delegacias

Legais da Secretaria de Segurança do Estado do Rio de janeiro. (A delegacia legal é um

projeto desenvolvido através de uma parceria do Governo do Estado do Rio de janeiro

com a COPPE-UFRj, que está modernizando as atuais delegacias policiais,

trasformando-as em modelos tecnológicos de atendimento e administração e na área de

base de dados.)

Utilizamos o mesmo conceito e adaptamos o modelo das Delegacias Legais para

as CBQ. Mas, afinal, o que vêm a ser uma Célula de Biossegurança e Qualidade?

A grande maioria dos laboratórios no Brasil por vezes não foram projetados, e

existem inúmeras adaptações que podem expor a saúde dos profissionais. Nossa

pretensão através deste modelo gerencial foi criar uma alternativa para auxiliar os

gestores e demais profissionais a transformarem seus laboratórios adotando o conceito

das CBQs .

Façamos um roteiro orientado para transformação do seu laboratório numa

CBQ:

• O primeiro passo é sensibilizar o gestor ou administrador da importância de se

trabalhar num ambiente seguro e de acordo com as leis de biossegurança

vigentes no país. Vencida esta etapa, garantem-se os recursos para implantar a

CBQ.

• Julgamos essencial o treinamento de toda a equipe em relação à biossegurança e

a indicação do responsável pela CBQ, geralmente o Presidente da Comissão

Interna de Biossegurança.

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• Sinalizar todas as áreas de risco do laboratório (as portas, o interior do

laboratório) com relação às questões de extintores de incêndio e ao piso.

• Em parceria com o conjunto de trabalhadores, construir um mapa de risco;

• Criar procedimentos operacionais padrões (POP) para os experimentos e para os

equipamentos e ainda guia para manipulação de microorganismos e outro para

procedimentos em casos de acidentes.

• Fazer uma relação de todos os EPls e EPCs necessários e sensibilizar os

profissionais sobre a importância deles como barreiras de proteção.

• Criar um plano de descarte de resíduos para o laboratório.

Formação dos Aerossóis

Em termos conceituais, podemos definir os aerossóis como sendo micropartículas

sólidas ou líquidas com dimensão aproximada de 0,1 f.L e 50f.L, que podem permanecer

em suspensão, em condições viáveis, por várias horas. Os aerossóis se formam

geralmente pelo uso incorreto de alguns equipamentos, tais como centrífugas,

homogeneizadores, misturadores e agitadores. As centrífugas, em particular, são

grandes geradoras de aerossóis infecciosos quando não possuem dispositivos de

segurança.

Além do uso incorreto destes equipamentos, alguns procedimentos técnicos

também podem gerar riscos potenciais, tais como a agitação em alta velocidade de

materiais biológicos infecciosos; a remoção de meio de cultura líquido com seringa e

agulha de um frasco contendo material infeccioso; a flambagem de alças de platina nas

técnicas bacteriológicas; o descarte da última gota de fluidos contaminados de uma

pipeta (mesmo com o pipetador automático); o ato de destampar um frasco de cultivo ou

de suspensão de líquidos imediatamente após agitá-Io; e o rompimento de células com

ultra-som. O Quadro 2 mostra uma listagem de equipamentos e de operações capazes

de criar perigo, sugerindo ainda meios de eliminá-Ias ou minimizá-Ios:

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Quadro 2 - Listagem de equipamentos e operações de perigo. Sugestões para

eliminação e minimização (Adaptado de Grisht, 1995) .

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8. VIAS DE PENETRAÇÃO POR MICRORGANISMOS

Via aérea

Os laboratórios biomédicos, em sua grande maioria, produzem aerossóis seja pelo ato

de pipetagem, centrifugação (com a abertura da centrífuga, com o rotor em

funcionamento), mace ração de tecidos, sonicação, agitação, flambagem de alça de

platina, abertura de ampolas liofilizadas, manipulação de fluidos orgânicos, abertura de

frascos com cultura de células infectadas, seja por outras práticas.

O aerossol pode ficar em suspensão, propagar-se à distância e contaminar um grupo

grande de profissionais, dependendo da concentração do agente infeccioso, da

capacidade de patogenicidade e de sua virulência (Simons, 1991 & Brun, 1993).

Via cutânea

Uma das formas mais freqüentes de transmissão por esta via é, sem dúvida, a picada

com agulhas contaminadas, sobretudo durante a prática incorreta de recapeá-Ias.

O corte ou perfuração por vidraria quebrada, trincada ou ainda por instrumentos pérfuro

cortantes contaminados também constituem modos de contaminação relevantes.

Via ocular

A contaminação da mucosa conjuntival ocorre, invariavelmente, por projeções de

gotículas ou aerossóis de material infectante nos olhos.

Via oral

O ato de pipetar com a boca representa uma das mais freqüentes formas de infecção

nos laboratórios. Porém, a contaminação oral não ocorre, necessariamente, por esta

prática, sendo o hábito de fumar, fazer refeições no laboratório e a falta de

procedimentos higiênicos (não lavar as mãos após manusear materiais contaminados)

importantes formas de transmissão por esta via.

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Boas práticas no laboratório

Consiste em um conjunto de normas e procedimentos de segurança que visam

minimizar os acidentes e aumentar o nível da consciência dos profissionais que

trabalham em laboratórios de pesquisa. Abaixo, encontram-se listadas algumas das

principais normas de Biossegurança (CDC 1999).

• lavar as mãos antes e após a jornada de trabalho;

• nunca pipetar com a boca. Usar, sempre que possível, pipetadores automáticos e

pêras de borracha;

• no laboratório, não fazer refeições ou preparar alimentos, não beber, não fazer

higiene bucal ou maquilagem, não barbear-se, não fumar, não roer as unhas;

• os artigos de uso pessoal devem ser guardados em locais apropriados, nunca no

laboratório;

• não trabalhar com calçados abertos, ou seja, usar sapatos que protejam

inteiramente os pés;

• cuidado com a formação de aerossóis e respingos, o que implica em ter sempre

um protocolo com procedimentos de segurança para estes casos;

• não trabalhar com material patogênico se houver ferida na mão ou no pulso;

• quando do uso de luvas, evitar abrir portas e atender telefone;

• durante a rotina de trabalho, o profissional deverá utilizar roupas apropriadas ao

trabalho desenvolvido, como, por exemplo, aventais, jalecos e outros uniformes

afins;

• o responsável pelo laboratório deverá criar uma rotina de procedimentos em

biossegurança,

• enfocando principalmente os riscos a que está exposta sua equipe;

• as bancadas de trabalho deverão ser lavadas e desinfectadas antes da rotina de

trabalho;

• evitar trabalhar sozinho no laboratório.

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Transporte

O transporte de microrganismos e demais insumos de laboratório deverá seguir os

procedimentos recomendados pelo Departamento de Aviação Civil, pela Empresa

Brasileira de Correios e Telégrafos, pela Divisão de Saúde dos Portos e pelos demais

órgãos competentes.

Na etiqueta deverá constar o nível de risco do microrganismo e na embalagem é

obrigatório o símbolo do risco biológico.

9. CONCLUSÃO

Apesar dos recentes avanços na área de biossegurança, nos últimos anos tem

existido a necessidade premente de todos os setores da sociedade - em especial os

diretamente envolvidos com o risco biológico - estabelecerem urgentemente um sistema

de informações que contemple a notificação de acidentes e uma maior participação dos

trabalhadores, pois são eles os que sofrem o impacto direto dos ri scos e, com

certeza, os que possuem as melhores informações par a minimizá-Ios .

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA JUNIOR, A. A., 1992. Princípios e práticas de segurança em laboratórios:

adaptação e construção de laboratórios: riscos ocupacionais; Prevenção de

acidentes/Salvador: UFBNSenac, Monografia - Mimeo.59p.

GRISHT, 1995. Manual de Biossegurançapara o Laboratório. World Health Organization,

Geneva. Editora Santos Comércio e Importação Ltda.

TEIXEIRA, P. 1999. Implantação de um modelo gerencial baseado em Células de

Biossegurança e

Qualidade (CBQ). Um desafio em construção. I Congresso de Biossegurança. Rio de

Janeiro (RJ):

TEIXEIRA, P.; OBBADI M. & jUNQUEIRA A.RA 1999. Seminário de informação como

estra- tégia educacional na sensibilização de Biosegurnaça em profissionais da área de

saúde.

SANT' ANA, A., 1992. Biossegurança: A Experiência Internacional e uma Abordagem

para o Brasil. Ministério da Ciência e Tecnologia. Brasília DF. (mimeo.)

VIANNA, C. H. M., 1989. Biotecnologia: novos riscos no trabalho laboratorial. Seminário

Nacional sobre Segurança Química e Biológica do Setor Farmacêutico. INCQS/Fiocruz.

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