Aos - fatima.pt · quando mandou às crianças que fizessem dois andores, com outros meninos, para...

4
Director: PADRE LUCIANO GUERRA .. Redacção e Administração SANTUÁRIO DE FÁTIMA ASSINATURAS: Portugal e Espanha . . 120$00 Ano 61- N.• ?23- 13 de Dezembro de 1982 2496 FÁTIMA CODEX- Telef. 049 / 97582 Estrangeiro (via aérea). , 250$00 PORTE PAGO Propriedade: FÁBRICA DO SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA PUBLICAÇÃO MENSAL - AVENÇA Que espiritualida e para s. crmados átima? No recente Encontro de responsáveis diocesanos dos Cruzados de Fátima, a Diocese de Aveiro levantou o pro- blema de uma necessária espiritualidade para os Cruzados de Nossa Senhora de Fátima. Compreende-se porquê. Tra- tava-se de renovar os seus estatutos, segundo a mensagem que neste número dirige o Senhor Bispo de Leiria a todos os associados. Tratava-se de saber até se o nome que primitiva- mente foi dado à associação ainda diz com clareza suficiente aquilo que se pretenda sejam as razões e os fins da associação. Muito mais do que uma simples fachada, o nome tem a missão de dizer aos de fora aquilo que está dentro. Alguns dizem, entretanto, que o nome não interessa, mas sim a realídade. De facto, o mais importante é o que as coisas são por dentro, e o Senhor disse no Evangelho que o essencial de cada um de nós está no seu coração. Dai que alguns Cruzados e responsáveis se preocupem com saber: que coração é o desta associação dos Cruzados de Fátima? Que pretendem os seus associados? Com que forças podem contar? Que espiritualidade os anima? A espiritualidade de um movimento qualquer na Igreja, ou de uma associação, tem de ser naturalmente a do Evangelho, a Palavra e a graça d'Aquele que se fez Homem para salva- ção dos homens. E como o que se pretende com qualquer associação é, em última análise, tornar mais acessivel a salva- ção, pois temos que ir sempre beber á fonte da salvação, que é o Senhor Jesus. Na realidade, lidos bem os textos tão curtos e simples da Mensagem de Fátima, examinadas bem as vidas das crianças, conforme nos foram descritas por uma delas, todos poderemos concluir, num resumo ideal, o que tanto Paulo VI como João Paulo ll disseram acerca da Men- sagem de Fátima: o essencial está na oração e penitência. Não temos então nada de novo? E nesse caso, que jus- tificaria o nome DE FÁTIMA dado aos cruzados e à men- sagem em que se inspiram? Pois a novidade está em o Evangelho ter sido repetido de viva voz naquele ermo da Cova da Iria, pela própria Mãe do Senhor, a SENHORA DA MENSAGEM, como tão belamente lhe chamou o grande peregrino do último 13 de Maio. depois umas linhas mais, quer quanto à oração quer quanto à penitência, para melhor aclarar o sentido de tais exigências nos nossos tempos: a adoração à SS. • Trindade, a devoção do Rosário, os sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia, assim como uma atenção especial à sorte triste que espera o grande mundo e os grandes pecadores se não houver quem se ofereça por eles a Deus. Tudo através da consagração ao Imaculado Coração de Maria, em que Nossa Senhora, pedindo o empenho do S. Padre, e com Ele, o de todos os bispos, pediu naturalmente também o de todos os cristãos. Terá a Senhora da Mensagem apontado para a vantagem de os cristãos se associarem para melhor responder aos seus pedidos? Não certamente por palavras (a não ser talvez quando mandou às crianças que fizessem dois andores, com outros meninos, para a festa de Nossa Senhora do Rosário ... ). Mas o facto de ter escolhido três crianças, associadas por laços tão fortes de sangue, de amizade e de tarefas comuns, leva-nos a aceitar facilmente que é de seu gosto ver seus Filhos associados para a vivência da mensagem, no gozo e no sacrificio em que associaram e se ajudaram as três crianças por Ela escolhidas. Haved na Mensagem alguma palavra ou gesto que jus- tifique o nome de Cruzados? Apontarão ao menos as exor- tações de Maria para qualquer género de apostolado, em contacto directo com pessoas de fora da associação? Jus- tificar-se-li pelas palavras de Nossa Senhora qualquer tipo de militância, mesmo menos «agressiva» que a dos cruzados da Idade Média? Os cruzados de Fátima devem ter e ler qualquer livro que os ponha em contacto com os acontecimentos que a mise- ricórdia do Senhor quis fossem sinal da sua vontade de salva- ção, em Fátima, para os nossos dias. E nesse caso, eles mes- mos podem ir ver como hão-de responder às nossas últimas perguntas. P. LUCIANO GUERRA Aos <<Cruzados de Fátima>> OS SEMINÁRIOS E AS VOCAÇÕES ESTIVERAM PRESENTES NAS ORA- ÇÕES DOS PEREGRINOS DE FÁTIMA Precedida de vigília de oração, realizou-se a peregrinação men- sal do dia 13 com a presença de muitos peregrinos que se congregaram no Alpendre da Capelinha das Aparições onde se efectuaram os actos litúrgicos. Presidiu o Senhor D. Alberto Cosme do Amaral, bispo de Leiria e assistiram além do Reitor e capelães do Santuário, os superiores e outros sacerdo- tes dos Seminários e Casas Religiosas de Fátima que con- celebraram às 11 h. sob a pre- sidência do Senhor Bispo. Fez a homilia o P. José Mo- rais, da Congregação dos Pa- dres Marianas, de Fátima, que pediu orações especiais dos pe- regrinos e de todas as famílias cristãs de Portugal pelos Semi- nários e pelas vocações sacer- dotais e religiosas. A insis- tência deste apelo provinha da comemoração da Semana dos Seminários, durante a qual o Episcopado punha à considera- ção dos fiéis o gravíssimo pro- blema da falta de clero no nosso país. O Senhor Bispo de Leiria que no fim da Eucaristia deu a bênção com o Santíssimo Sacra- mento aos peregrinos e em es- pecial aos doentes, pediu as orações aos peregrinos pela organização da Pia União dos Cruzados de Fátima, cujos Es- tatutos irão ser objecto de reestruturação pelo Episcopado Português na sua próxima reu- nião em Fátima. O Prelado referiu-se ainda ao grave pro- blema do aborto, cujo pro- jectó de lei foi regeitado na Assembleia da República, ape- lando para a necessidade de consciencialização da defesa da vida e da defesa da integridade cristã das famílias. O Espirito Santo, mediante o Concilio Ecuménico do Vaticano ll, desencadeou na vida da Santa Igreja um mo\i- mento de renovação que interpela pessoas e estruturas. Aliás, a renovação é programa ordinário da Igreja de Cristo, santa na pessoa do seu Divino Fundador, na palavra que anuncia e na z:raça que agora brota dos seus sacramentos, mas, ao mesmo tempo, pecadora e por isso carecida de purificação. A este Concilio se tem chaDUldo, e com razão, um novo Pentecostes que reclama almas dóceis e audazes na fidelidade ao sopro do Espirito que renova todas as coisas. A Pia União dos Cruzados de Fátima, criada pelo Epis- copado Português, muitos anos, quer renovar o seu espirito e acção, atenta aos sinais dos tempos que são, afinal, sinais de Deus. Segundo o desejo da Conferência Episcopal Portuguesa, manifestado ao Bispo de Leiria na sua qualidade de Di- rector Nacional da Pia União, iniciou-se anos um trabalho de reflexão em ordem à renovação dos Estatutos. Esse trabalho, tem-se intensificado ultimamente coni a colaboração dos responsáveis diocesanos da Pia União. Peço a todos os Cruzados que nos ajudem no desempenho da missão que nos foi confiada pelo Episcopado. A colabo- ração mais valiosa vem da nossa oração mas agradecemos também as vossas sugestões. Queremos que a Pia União corresponda plenamente ao que o Senhor dela espera, nesta hora, para glória da Sua e nossa Mãe. Agradece-vos e abençoa-vos com muito carinho t ALBERTO, Bispo de Leiria e Director Nacional Fátima, 13 de No, ·embro de 1982 Florinhas a cair do Céu Ouvi aquJ há tempos, no programa há visitas» da nossa TV., uma referência descolorida e dh'orclada da realidade, do fenómeno da «chuva de pétalas» da Cova da Iria, psra o qual os expositores procuraram forçar uma explicação natural, equiparando- -as a uns pretendidos «cabelos de anjo» ou <<fios da Virgem», cujo apareci- mento eles asseguram dar-se quando da passagem dos «ovnis». Par:l minha confusão porém, os «OVNIS» nada me dizem de concreto, como aliás também os supra citados «cabelos de anjo». De semelhante apeDBS pude presencear o efeito surpreendente de grandes teias de aranha dependuradas das árvores nas florestas africanas perladas do orvalho da manhã a brl· lhar ao Sol. O QUE EU VI Ora não podendo eu aceitar o expli· caçiio simplista dado à «chuva de pé- talas>> pelos expositores da televisão, pois a tanto me inibe a experiência pes- soal que tive do fcoómeuo, para elu· cidação dos leitores e poder dar-lhes a oportunidade de escolherem entre duas nrslles, vou tentar dar uma ideio do que eotlio realmente vi. O presencear do fenómeno, deu-se 1ta m.inlla primeira ida a Fátima, lt'í vão uns ciocoenta c muitos anos, quando o mararuhoso recinto actual do Santuário se podia ainda dizer charneca. Posso até detcrminor com exactidão o dia e o mês, dia treze e de Maio, mas sou reticente quanto ao anG, que seria 1927 ou taJyez melhor 1928, contando eu então oito ou nove anos. A minha integração como elemento naquela romagem à Cova do Iria, programada noutras bases, foi por mim conquistada a poder de teimosia e birras e obrigou as minhas irmiis Lourdes e Raqud, a alteraçlles de pormenor, como a de levar-se a burrita para suporte à fraqueza das minhas pernas. ESPECf ÁCULO SURPREENDENTE Salmos ao romper de alva, circun- dámos o outeiro de Ourém e metemos a S. Sebastiiio dos Alvajares até se alcançar a Serra de Aire, então fcrvilhantc de romeiros, se bem que o Sol ainda não tivesse nascido. Desse longínquo trajecto apenas recor- do o bom cheiro da serra àquela hora matinal, cheiro peculiar, sobre o pi· cante, que resceode a rosmaninho, a erva de Santa Maria e às mil flo- rlnbas que pululam entre as fragas e que felizmente ainda hoje se conserva. Eu mesmo estranho o Cacto de nlio ter ligado de inicio o fenómeno da chuva de flores, a algo de sobrenatural. Pensava na minha ingenuidade de garoto que o avião que girava no ar durante a procissão e lançara do alto dois grandes ramos de flores sobre o andor de Nossa Senhora, era também responsável por toda aquela profuslio de flores a cair do Céu. Entretanto que espectáculo surpre- endente: uma cascata imensa de flores e mais flores a suceder-se em vagas, rodopiando dos céus até calrem so- bre a multidão. Quem viu o desen- cadear dum nevão, pode fazer uma ideia bastante aproximada do que era a <<chuva de flores» no Cova da Iria. Também as flores nlio eram todas Iguais: Havia pétalas e bolinhas cor de pérola não maiores que bagas, ou um pouco maiores, como bcrlindes caindo soltas ou em cachos e haYia flocos, embora mais raros, que pal- ravam no ar como penas. A cor dessas bolinhas cm dum azul celeste a deitar para pérola, e os flocos, da cor da lil cardado. Tudo desaparecia antes de tocar no solo. Ainda recordo e Continua 110 2.• página

Transcript of Aos - fatima.pt · quando mandou às crianças que fizessem dois andores, com outros meninos, para...

Page 1: Aos  - fatima.pt · quando mandou às crianças que fizessem dois andores, com outros meninos, para a festa de Nossa Senhora do Rosário ... Mas

Director:

PADRE LUCIANO GUERRA

.. Redacção e Administração

SANTUÁRIO DE FÁTIMA

ASSINATURAS:

Portugal e Espanha . . 120$00

Ano 61- N.• ?23- 13 de Dezembro de 1982 2496 FÁTIMA CODEX- Telef. 049 / 97582 Estrangeiro (via aérea). , 250$00 PORTE PAGO

Propriedade: FÁBRICA DO SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA PUBLICAÇÃO MENSAL - A VENÇA

Que espiritualida e para s. crmados átima?

No recente Encontro de responsáveis diocesanos dos Cruzados de Fátima, a Diocese de Aveiro levantou o pro­blema de uma necessária espiritualidade para os Cruzados de Nossa Senhora de Fátima. Compreende-se porquê. Tra­tava-se de renovar os seus estatutos, segundo a mensagem que neste número dirige o Senhor Bispo de Leiria a todos os associados. Tratava-se de saber até se o nome que primitiva­mente foi dado à associação ainda diz com clareza suficiente aquilo que se pretenda sejam as razões e os fins da associação. Muito mais do que uma simples fachada, o nome tem a missão de dizer aos de fora aquilo que está dentro.

Alguns dizem, entretanto, que o nome não interessa, mas sim a realídade. De facto, o mais importante é o que as coisas são por dentro, e o Senhor disse no Evangelho que o essencial de cada um de nós está no seu coração. Dai que alguns Cruzados e responsáveis se preocupem com saber: que coração é o desta associação dos Cruzados de Fátima? Que pretendem os seus associados? Com que forças podem contar? Que espiritualidade os anima?

A espiritualidade de um movimento qualquer na Igreja, ou de uma associação, tem de ser naturalmente a do Evangelho, a Palavra e a graça d'Aquele que se fez Homem para salva­ção dos homens. E como o que se pretende com qualquer associação é, em última análise, tornar mais acessivel a salva­ção, pois temos que ir sempre beber á fonte da salvação, que é o Senhor Jesus. Na realidade, lidos bem os textos tão curtos e simples da Mensagem de Fátima, examinadas bem as vidas das crianças, conforme nos foram descritas por uma delas, todos poderemos concluir, num resumo ideal, o que tanto Paulo VI como João Paulo ll disseram acerca da Men­sagem de Fátima: o essencial está na oração e penitência.

Não temos então nada de novo? E nesse caso, que jus­tificaria o nome DE FÁTIMA dado aos cruzados e à men­sagem em que se inspiram? Pois a novidade está em o Evangelho ter sido repetido de viva voz naquele ermo da Cova da Iria, pela própria Mãe do Senhor, a SENHORA DA MENSAGEM, como tão belamente lhe chamou o grande peregrino do último 13 de Maio.

Há depois umas linhas mais, quer quanto à oração quer quanto à penitência, para melhor aclarar o sentido de tais exigências nos nossos tempos: a adoração à SS. • Trindade, a devoção do Rosário, os sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia, assim como uma atenção especial à sorte triste que espera o grande mundo e os grandes pecadores se não houver quem se ofereça por eles a Deus. Tudo através da consagração ao Imaculado Coração de Maria, em que Nossa Senhora, pedindo o empenho do S. Padre, e com Ele, o de todos os bispos, pediu naturalmente também o de todos os cristãos.

Terá a Senhora da Mensagem apontado para a vantagem de os cristãos se associarem para melhor responder aos seus pedidos? Não certamente por palavras (a não ser talvez quando mandou às crianças que fizessem dois andores, com outros meninos, para a festa de Nossa Senhora do Rosário ... ). Mas o facto de ter escolhido três crianças, já associadas por laços tão fortes de sangue, de amizade e de tarefas comuns, leva-nos a aceitar facilmente que é de seu gosto ver seus Filhos associados para a vivência da mensagem, no gozo e no sacrificio em que associaram e se ajudaram as três crianças por Ela escolhidas.

Haved na Mensagem alguma palavra ou gesto que jus­tifique o nome de Cruzados? Apontarão ao menos as exor­tações de Maria para qualquer género de apostolado, em contacto directo com pessoas de fora da associação? Jus­tificar-se-li pelas palavras de Nossa Senhora qualquer tipo de militância, mesmo menos «agressiva» que a dos cruzados da Idade Média?

Os cruzados de Fátima devem ter e ler qualquer livro que os ponha em contacto com os acontecimentos que a mise­ricórdia do Senhor quis fossem sinal da sua vontade de salva­ção, em Fátima, para os nossos dias. E nesse caso, eles mes­mos podem ir ver como hão-de responder às nossas últimas perguntas.

P. LUCIANO GUERRA

Aos <<Cruzados de Fátima>>

OS SEMINÁRIOS E AS VOCAÇÕES ESTIVERAM PRESENTES NAS ORA­ÇÕES DOS PEREGRINOS DE FÁTIMA

Precedida de vigília de oração, realizou-se a peregrinação men­sal do dia 13 com a presença de muitos peregrinos que se congregaram no Alpendre da Capelinha das Aparições onde se efectuaram os actos litúrgicos.

Presidiu o Senhor D. Alberto Cosme do Amaral, bispo de Leiria e assistiram além do Reitor e capelães do Santuário, os superiores e outros sacerdo­tes dos Seminários e Casas Religiosas de Fátima que con­celebraram às 11 h. sob a pre­sidência do Senhor Bispo.

Fez a homilia o P. José Mo­rais, da Congregação dos Pa­dres Marianas, de Fátima, que pediu orações especiais dos pe­regrinos e de todas as famílias cristãs de Portugal pelos Semi­nários e pelas vocações sacer­dotais e religiosas. A insis­tência deste apelo provinha da comemoração da Semana dos Seminários, durante a qual o Episcopado punha à considera­ção dos fiéis o gravíssimo pro­blema da falta de clero no nosso país.

O Senhor Bispo de Leiria que no fim da Eucaristia deu a bênção com o Santíssimo Sacra­mento aos peregrinos e em es­pecial aos doentes, pediu as orações aos peregrinos pela organização da Pia União dos Cruzados de Fátima, cujos Es­tatutos irão ser objecto de reestruturação pelo Episcopado Português na sua próxima reu­nião em Fátima. O Prelado referiu-se ainda ao grave pro­blema do aborto, cujo pro­jectó de lei foi regeitado na Assembleia da República, ape­lando para a necessidade de consciencialização da defesa da vida e da defesa da integridade cristã das famílias.

O Espirito Santo, mediante o Concilio Ecuménico do Vaticano ll, desencadeou na vida da Santa Igreja um mo\i­mento de renovação que interpela pessoas e estruturas. Aliás, a renovação é programa ordinário da Igreja de Cristo, santa na pessoa do seu Divino Fundador, na palavra que anuncia e na z:raça que agora brota dos seus sacramentos, mas, ao mesmo tempo, pecadora e por isso carecida de purificação.

A este Concilio se tem chaDUldo, e com razão, um novo Pentecostes que reclama almas dóceis e audazes na fidelidade ao sopro do Espirito que renova todas as coisas.

A Pia União dos Cruzados de Fátima, criada pelo Epis­copado Português, há muitos anos, quer renovar o seu espirito e acção, atenta aos sinais dos tempos que são, afinal, sinais de Deus. •

Segundo o desejo da Conferência Episcopal Portuguesa, manifestado ao Bispo de Leiria na sua qualidade de Di­rector Nacional da Pia União, iniciou-se há anos um trabalho de reflexão em ordem à renovação dos Estatutos.

Esse trabalho, tem-se intensificado ultimamente coni a colaboração dos responsáveis diocesanos da Pia União.

Peço a todos os Cruzados que nos ajudem no desempenho da missão que nos foi confiada pelo Episcopado. A colabo­ração mais valiosa vem da nossa oração mas agradecemos também as vossas sugestões.

Queremos que a Pia União corresponda plenamente ao que o Senhor dela espera, nesta hora, para glória da Sua e nossa Mãe.

Agradece-vos e abençoa-vos com muito carinho

t ALBERTO, Bispo de Leiria e Director Nacional

Fátima, 13 de No,·embro de 1982

Florinhas a cair do Céu Ouvi aquJ há tempos, no programa

~<boje há visitas» da nossa TV., uma referência descolorida e dh'orclada da realidade, do fenómeno da «chuva de pétalas» da Cova da Iria, psra o qual os expositores procuraram forçar uma explicação natural, equiparando­-as a uns pretendidos «cabelos de anjo» ou <<fios da Virgem», cujo apareci­mento eles asseguram dar-se quando da passagem dos «ovnis». Par:l minha confusão porém, os «OVNIS» nada me dizem de concreto, como aliás também os supra citados «cabelos de anjo». De semelhante apeDBS pude presencear o efeito surpreendente de grandes teias de aranha dependuradas das árvores nas florestas africanas perladas do orvalho da manhã a brl· lhar ao Sol.

O QUE EU VI

Ora não podendo eu aceitar o expli· caçiio simplista dado à «chuva de pé­talas>> pelos expositores da televisão, pois a tanto me inibe a experiência pes­soal que tive do fcoómeuo, para elu· cidação dos leitores e poder dar-lhes a oportunidade de escolherem entre duas nrslles, vou tentar dar uma ideio do que eotlio realmente vi.

O presencear do fenómeno, deu-se 1ta m.inlla primeira ida a Fátima, já lt'í vão uns ciocoenta c muitos anos, quando o mararuhoso recinto actual do Santuário se podia ainda dizer charneca. Posso até detcrminor com exactidão o dia e o mês, dia treze e m~ de Maio, mas sou reticente quanto ao anG, que seria 1927 ou taJyez melhor 1928, contando eu então oito ou nove anos.

A minha integração como elemento naquela romagem à Cova do Iria, já programada noutras bases, foi por mim conquistada a poder de teimosia e birras e obrigou as minhas irmiis Lourdes e Raqud, a alteraçlles de pormenor, como a de levar-se a burrita

para suporte à fraqueza das minhas pernas.

ESPECf ÁCULO SURPREENDENTE

Salmos ao romper de alva, circun­dámos o outeiro de Ourém e metemos a S. Sebastiiio dos Alvajares até se alcançar a Serra de Aire, então já fcrvilhantc de romeiros, se bem que o Sol ainda não tivesse nascido. Desse longínquo trajecto apenas recor­do o bom cheiro da serra àquela hora matinal, cheiro peculiar, sobre o pi· cante, que resceode a rosmaninho, a erva de Santa Maria e às mil flo­rlnbas que pululam entre as fragas e que felizmente ainda hoje se conserva.

Eu mesmo estranho o Cacto de nlio ter ligado de inicio o fenómeno da chuva de flores, a algo de sobrenatural. Pensava na minha ingenuidade de garoto que o avião que girava no ar durante a procissão e lançara do alto dois grandes ramos de flores sobre o andor de Nossa Senhora, era também responsável por toda aquela profuslio de flores a cair do Céu.

Entretanto que espectáculo surpre­endente: uma cascata imensa de flores e mais flores a suceder-se em vagas, rodopiando lá dos céus até calrem so­bre a multidão. Quem já viu o desen­cadear dum nevão, pode fazer uma ideia bastante aproximada do que era a <<chuva de flores» no Cova da Iria.

Também as flores nlio eram todas Iguais: Havia pétalas e bolinhas cor de pérola não maiores que bagas, ou um pouco maiores, como bcrlindes caindo soltas ou em cachos e haYia flocos, embora mais raros, que pal­ravam no ar como penas. A cor dessas bolinhas cm dum azul celeste a deitar para pérola, e os flocos, da cor da lil cardado. Tudo desaparecia antes de tocar no solo. Ainda recordo

e Continua 110 2.• página

Page 2: Aos  - fatima.pt · quando mandou às crianças que fizessem dois andores, com outros meninos, para a festa de Nossa Senhora do Rosário ... Mas

'

Primeira Peregrlnaçao Nacional Militar Nos dias 21 e 22 de Outubro, efectu­

ou-se a peregrinação militar nacional a Fátima que teve por lema «A Cristo Por Maria, com Amor e Alegria>>.

Reuniu cerca de 6.000 militares que representaram todos os ramos das Forças Armadas e ainda representa­ções da G. N. R., P. S. P. e Guarda

• T

Fiscal. O General Salazar Braga represen­

tou o Chefe de Estado Maior Ge­neral das Forças Armadas, encon­trando-se presentes também repre­sentantes dos Chefes dos Estados Maiores dos três ramos das Forças Armadas; Marinha, Força Aérea e

MA

Exército. A peregrinação foi organizada pela

Capelania-mor das Forças Armadas tendo o Capelão-mor, coronel P. Dr. Joaquim Luís Cupertino, rece­bido os peregrinos militares e presi­dido aos actos do dia 21, como o coro falado junto da Capela de Santo Estêvão no Calvário Húngaro, e à procissão de velas e velada nocturna.

Participaram no acto litúrgico cerca de 80 capelães das d.iversas unidades e Departamentos das Forças Ar­madas.

Às 9.30 do dia 22, realizou-se no Centro Pastoral urna celebração pe-

nitencial e às 11.30 todos os peregri­nos militares se encontraram junto da Cruz Alta e af aguardaram a che­gada de Sua Eminência o Cardeal Patriarca de Lisboa, Vigário Castren­se das Forças Armadas.

Ao chegar Sua Eminência foi cum­primentado pelo capelão-mor e res­tantes capelães, pelo General Sala-7.ar Braga, representente do Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas e por outros Oficiais Gene­rais .

Os militares saudaram Sua Emi­nência com vivas e depois de para­mentado o sr. Cardeal Patriarca se­guiu em cortejo para a Capelinha das

Aparições onde presidiu à concelebra­ção Eucarística.

Depois das leituras, S. E. dirigiu-se aos peregrinos militares para os sau­dar, referindo-lhes que muitos certa­mente já terão vindo a Fátima inte­grados em peregrinações de diversas Unidades e outras e até particular­mente, mas esta é a primeira peregri­nação militar nacional e a presença neste Santuário onde multidões têm orado é um sinal de fé, uma expressão de forte intensidade religiosa. Por isso desejava saudá-los em nome da Igreja, como homens de fé, Igreja viva, e lhes desejava a graça, o amor e a Paz em nome de Jesus Cristo.

• • • ~· .,f ' • - .. .. • ' ' • • I ' •. , • ~ _.,. , ,

I Encontro Nacional de Estudantes de 'l'eolocia

Realizou-se nos dias 6 e 7, o pri­meiro encontro nacional de estudan­tes de Teologia vindos das Escolas de Braga, Porto, Viseu, Guarda, Coimbra, Lisboa e Évora.

Este encontro que reuniu mais de 100 participantes, entre os quais al­guns estudantes leigos de ambos os sexos, teve a presença dos Srs. D. João Alves, Bispo de Coimbra e D. José Policarpo, bispo aux.iliar de Lisboa, membros da Comissão E­piscopal para o clero e Seminários, bem como de professores de Filo­sofia e Teologia.

O encontro que teve como tema geral a «Formação Filosófico-Teoló­gica» decorreu no Centro Pastoral Paulo VI, com conferências proferidas pelo Dr. JúJio Fragata (Braga) sob o tema «Importância da ~ilosofia no estudo da Teologia>>; pelo Dr. Isi­dro Alves (Lisboa) sob o tema «Os estudos bíblicos na formação sacer­dotal»; Dr. Carlos Azevedo (Lisboa) que falou sobre Espiritualidade no conjunto da formação dos futuros sacerdotes»; Dr. Pedro Ferreira (Car­melita de Fátima - Comissão Na­cional de Liturgia) acerca da «Vi­vência Litúrgica e o estudo de Li­turgia>>; Dr. Luciano Guerra (Rei­tor d() Santuário) que versou sobre o «papel de Maria na Formação Sa­cerdotal».

Como conclusão do Encontro, foi elaborado um comunicado, no qual os teólogos propõem que: seja in­centivado o diálogo Inter-Escolas através de colóquios, partilha de experiências, visitas mútuas e publi­cações; seja dada continuação a este 1. • encontro, com encontros anuais preparados a partir da base, discu­tindo temática de actualidade prio­ritária; sejam formados grupos de alunos que estudem e dinamizem o conhecimento das realidades em que estão inseridas (cultural, económica, social, politica e Eclesial) para maior enquadramento da reflexão filosófica e teológica; sejam incrementados espaços de análise da vida comllni­tária, nos Seminários e Institutos Religiosos, para uma maior identifi­cação com o seu papel formador.

Os Teólogos propõem ainda que os bispos mantenham permanente diálogo com os estudos de Teologia e se sirvam nesse diálogo do ensino ministrado, mormente no campo da pastoral e da liturgia; os professo­res respeitem os alunos na sua digni­dade, sendo fiéis às suas responsabili­dades, ministrem um ensino que seja fruto de estudo e da vivência da pala­vra proferida e sejam em tudo motivo de testemunho; as escolas de (Teolo­gia) criem ambiente de convívio entre docentes, discentes e pessoal auxiliar.

o Epi copado Português em Fátima Desde 15 a 18 de Novembro esti­

veram reunidos na Casa dos Retiros do Santuário os Arcebispos e Bispos de Portugal, em Assembleia Plenária anual para apreciar e resolver vários problemas de ordem pastoral que dizem respeito à vida da Igreja em Portugal.

Estiveram presentes os srs. Cardeal Patriarca, os Arcebispos de Braga, Evora, Lamego, do Porto, e os Bispos de Leiria, Santarém, Bragança, Por­talegre e Castelo Branco, Guarda, Faro, Coimbra, Viseu, Aveiro, Vila Real, Beja, Setúbal, Funchal e Angra do Heroísmo, os Bispos resignatários de Portalegre, Porto, Évora, Faro, Leiria, Beja, Guarda, os auxiliares de Lisboa, Porto, Braga. O Bispo do Funchal (D. Teodoro de Faria, esteve presente pela primeira vez, assim

como assistiu já na sua qualidade de Bispo eleito de Viana do Castelo, D. Armindo Lopes Coelho.

Participaram também na Assem­bleia Plenária os bispos resignatários de dioceses do antigo Ultramar, entre os quais, D. José Joaquim Ribeiro, antigo bispo de Dili (Timor).

Às reuniões presidiu D. Manuel de Almeida Trindade, bispo de Aveiro, que é o Presidente da Conferência Episcopal.

O Núncio Apostólico em Lisboa participou nas primeiras reuniões.

Estiveram em Fátima a cumpri­mentar os Bispos portugueses, D. Manuel Vieira Pinto, bispo de Nam­pula (Moçambique), D. Franklin, Arcebispo do Huambo e D. Óscar Bispo de Benguela (Angola).

Servas de Nossa Senhora de Fátima Na Casa de Retiros de Nossa Senhora das Dores, celebrou-se

um festivo acontecimento: o 25.0 Aniversário de Profissão Religiosa de quatro Servas de Nossa Senhora de Fátima: as irmãs Teresa de Sousa, Maria Lopes Belo, Maria Lucília Pedrosa e Palmira Pereira.

Depois de solene Eucaristia concelebrada por todos os Rev.0 •

Capelães do Santuário e presidida pelo Snr. Reitor, houve um jan­tar-convívio em que estiveram presentes as quatro homenageadas, todas as Servas de Nossa Senhora que prestam serviço nas casas da Cova da Iria, Capelães, etc ..

A estas quatro dedicadas irmãs, votos de continuação de fecundo serviço apostólico.

Florinhas a cair do Céu (Continuação da 1.• página)

a minha irmã Raquel, que na altura teria uns treze anos, a perseguir um floco mais avantajado e a sua estu­pefacção ao vê-lo desaparecer, no pre­ciso momento em que ia fechar as mãos sobre ele. Ainda não há um mês saboreámos juntos a lembrança destes episódios.

O impacto do fenómeno que estou tentando descrever, Imprimiu-se de forma tão poderosa no meu espirito,

como se ele se tivesse dado ainda on­tem. É-me, por isso fácil evocá-lo, mas já não tanto descrevê-lo, pois não sendo aquelas flores dos nossos jar­dins, a visão tem a sua quota parte de celeste e como visão celeste Impressio­na mais as potências da alma do que os sentidos. Assim se me é possível transmitir o que os sentidos viram, nem tento transmitir o que a minha alma sentia então.

FERNANDO A. VIEIRA

Cent ''·Eit de E. ; J)it·it ali da I Encontro de Estudos Mariológicos

De 3 a 5 de Novembro reuni­ram-se em Fátima investigado­res, académicos, professores de várias universidades, museólogos e pubHcistas que estudaram o culto da Virgem Maria em Portugal nos séculos XVIT e XVITI. As áreas abrangidas foram as da bibliografia, santuá­rios e lugares de culto, formas de devoção e religiosidade popu­lar, missões, literatura e arte, teologia e espiritualidade.

Foram 14 as comunicações apresentadas e outras tantas as que foram anunciadas por impossibilidade de estarem pre­sentes os seus autores.

Assim foram lidas e discutidas pelos participantes as seguintes comunicações:

MARIA DA GRAÇA FA­RIA, «Bibliografia mariana por­tuguesa, dos seculos XVII e XVITI, Alguns elementos»;

P. LUCIANO COELHO CRISTINO, <<A Biblioteca Ma­riana dos Oratorianos de Lisboa (século XVlll);

P. JOÃO PIRES DE CAM­POS, «Nossa Senhora na arqui diocese de Évora nos séculos XVII e XVITh>;

P. AGOSTINHO MOREI­RA FERRAZ, «0 sacerdócio de Maria no Padre António Vieira e a Teologia»;

P. DOMINGOS DE AZE-

...,.

VEDO MOREm.A, <<Antropo­-toponimia portuguesa extraída do culto da Virgem>>;

P. ANTÓNIO DO ROSÁ­RIO, «0 culto mariano na pri­meira Academia Portuguesa da História»;

P. JOÃO ANTÓNIO DE DEUS, «Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, Padroeira de Portugal»;

P. JOSÉ MORAIS, «Ordens religiosas da Imaculada Con­ceição em Portugal nos séculos xvn e XVITh>;

P. RAUL DE ALMEIDA ROLO, <<A festa da Imaculada Conceição vista por dois teólogos portugueses do século XVII: João de Santo Tomás e Damião da Fonseca»;

P. ANTÓNIO BRÁSIO, «Nossa Senhora nas Missões da África Ocidental, no século XVTh>;

P. ERNESTO DOMIN-GUES, «Santuários marianos nas missões da Companhia de Jesus»;

P. ANTÓNIO DA SILVA REGO, «Nossa Senhora nas Missões do Oriente»;

ANTÓNIO MANUEL GON-ÇALVES, «Imaginária mariana seiscentista de prata»;

PEDRO DIAS, «0 «Santuá­rio Mariano» como fonte de história da arte»;

MARIA TERESA GOMES

FERREIRA, «0 culto de Nossa Senhora e os devocionários do século XVITI»;

P. JOSÉ AUGUSTO ALE­GRIA, <<A música mariana em Portugal nos séculos XVII e XVITh>.

Esteve presente o sr. bispo de Leiria, D. Alberto Cosme do Amaral e os bispos resigna­tários de Leiria e Nova Lisboa.

Este foi o primeiro encontro promovido por um Grupo de Estudos Mariológicos formado depois do Congresso Mariológi­co de Saragoça (1979) e apoiado pelo Sr. Bispo de Leiria e Reitor do Santuário de Fátima. Os participantes, e outras pessoas que vão ser interessadas, prosse­guirão na investigação marioló­gica com vista á presença con­digna de Portugal nos Congressos internacionais da especialidade, nomeadamente no Congresso Ma riológico de Malta, em Setem­bro de 1983, em que se debaterá o tema «0 culto mariano nos séculos XVII e XVill» e ao estudo do culto de Nossa Se­nhora em Portugal, nas outras épocas da sua história. O sr. Bispo de Leiria no fim da pere­grinação mensal de Novembro referiu-se a esta iniciativa e ape­lou para o interesse e oração de todos os peregrinos pelo bom êxito dos trabalhos.

<<0 Senhora da Azinhei•• ... )) ANÇTOLA - PJ\RÓQUIA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA,

DE VILA NOVA DE SELES

O Rev. 0 P.c Laurindo Neto, da Sociedade Missionária Portu­guesa, que há tempos foi libertado em Angola, depois de ter caído numa emboscada da UNITA, esteve alguns dias em Fátima. Como sabíamos que era pároco da igreja de Nossa Senhora de Fátima de Vila Nova de Seles, pedimos-lhe um depoimento sobre a sua paró­quia e sobre o seu próprio diário. Aqui o transcrevemos, com os nossos agradecimentos.

Foi criada em 1943 tendo co­mo Padroeira Nossa Senhora de Fátima.

Inicialmente a população na­tiva era na totalidade pagã. Os primeiros Sacramentos foram ad­ministrados aos portugueses re­sidentes e a seus filhos. Havia um grande trabalho a fazer: formar catequistas. Este traba­lho foi começado pelo primeiro Pároco, P. António da Silva Maia, natural de Ovar, mas não foi continuado pelos seus suces­sores. Estes administraram os Sacramentos sem qualquer exi­gência ou preparação prévia. Só num ano foram registados 3.600 baptismos. Isto levou a um crescimento muito rápido de cristãos, cuja vida continuava a ser pagã. Eram baptizados crian-

ças filhas de pagãos, adultos amantizados, eram casados pô/i­gamos.

Foi nesta situação que os Padres da Sociedade Missio­nária, em Novembro de 1972 tomaram a responsabilidade da Paróquia. Começaram por cons­ciencializar os cristãos da im­portância dos Sacramentos na nossa vida e da conversão que eles exigem. Foram suspensos os baptismos de crianças, cujos pais não vivem uma vida cristã digna. Só serão admitidos ao baptismo adultos aprovados, de­pois de um longo Catecumenado. Só poderão realizar o ca~amento os noivos aprovados pela comu­nidade cristã e depois de feito o curso a eles destinado. Só pode­rão ser admitido à Confissão,

..

Comunhão e Crisma os cristãos adultos na Fé, aprovados pela Comunidade Cristij e cuja vida moral está conforme os prin­cípios cristãos. Isto levou a uma grande mudança de vida. Em primeiro lugar, cortar com os costumes pagãos. Depois inten­sificar a vida cristã através da oração, prática da caridade (per­doando, ajudando os necessita­dos), recepção dos Sacramentos, Catequese. Organizou-se a Ca­tequese de crianças, jovens e adultos. Assim já foi fácil organizar um culto e devoções com vida.

Em quase todas as aldeias se reza diariamente o terço na capela. Há já muitas familias que o rezam em casa. Na Igreja Paroquial, sob a presi­dência de um Padre, reza-se diariamente o terço seguido da exposição do SS. mo Sacramento, Vésperas e Bênção. À quinta­-feira faz-se a Hora de Adora­ção. Em cada mês faz-se a devo­ção das primeiras sextas-feiras e primeiros sábados. Sobretudo na primeira sexta-feira a Igreja enche-se como ao Domingo.

O Continua no próximo número

Page 3: Aos  - fatima.pt · quando mandou às crianças que fizessem dois andores, com outros meninos, para a festa de Nossa Senhora do Rosário ... Mas

Fdtimd N.0 33

dos . pequeninos

Querido amiguinho

Está a chegar a grande Festa do Natal. Como te preparas para ela? Os pastores de Belém, fizeram o que o Anjo lhes disse: Foram à pro­

cura do «Messias Senhor» e encontraram Maria ... e o Menino. Onde está Nossa Senhora está sempre Jesus. Ainda agora é assim.

Repara no que fazem depois os pastores: «E, quando Os viram, começaram a espalhar o que lhes tinham dito a

respeito daquele Menino... E os pastores voltaram glorificando e louvan­do a Deus ... »

Queres imitar os pastotes?

Nisto juntaram-se ao anjo muitos outros, e louvavam a Deus, cantando:

Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens a quem ele quer bem!>)

Mal os anjos partiram para o Céu, os pastores disseram uns para os outros:

«Vamos a Belém para vermos o que o Senhor nos deu a conhecer.)) Foram a toda a pressa e lá encontraram Maria e José, e o menino, que estava deitado na manjedoura. Depois de verem puseram­-se a contar a toda a gente o que lhes tinha sido dito a respeito daquele menino. Todos os que ouviram o que os pastores diziam, ficavam muito admirados. Po­rém Maria recordava estas coisas e me­ditava nelas atentamente. Os pastores foram-se embora, e pelo caminho can­tavam louvores a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, exactamente como lhes fora anunciado.

JESUS EUCARISTIA PARA O MUNDO NOS ENVIA

Como os pastores, vai ter com Jesus. Ele está à tua espera na Euca­ristia. Comungar é ir ao encontro de Jesus. A Eucaristia é Jesus vivo no meio de nós, Jesus que te transforma e te faz sair do teu egoísmo. A Euca­ristia leva-te a anunciar a todos:

- A alegria da presença'" de Jesus. -A certeza do Seu amor. - A força tio Seu auxílio.

E também como os pastores, glorifica e louva a Deus pelos Seus dons, ou seja, procura ser-Lhe agradecido.

E agradece-Lhe também pelos que não sabem fazê-lo. E agora repara no que faz Nossa Senhora: «Quanto a Maria, con­

servava todas estas coisas meditando-as no Seu coração ... ». Maria pensava muitas vezes na bondade de Deus, nos Seus dons,

em Deus sempre presente com o Seu amor... E amava-O e fazia-lhe com­panhia.

' Naquela região havia pastores que pas­

.savam a noite no campo guardando os

rebanhos. Apareceu-lhes um anjo e a

luz gloriosa do Senhor envolveu-os. Ficaram muito assustados, mas o anjo

disse-lhes: «Não tenham medo! Venho

aqui trazer-lhes uma boa nova que será

motivo de grande alegria para vocês e

para todo o povo. Pois nasceu hoje,

na cidade de David, o Salvador, que é

Cristo, o Senhor! Poderão reconhecê-lo

assim: encontrarão o menino envolvi­

do em panos e deitado numa manje· doura.))

S. Lucas, 2, 8-20

Queres fazer como Ela? Pàra algumas vezes, por uns momentos, pensa em Deus que te ama e está dentro de ti; diz-Lhe todo o teu amor.

Que lindo Natal será o teu! Jesus ficará muito contente contigo.

Um abraço amigo Irmã Gina

JESUS CRISTO EUCARIS11A PARA O MUNDO NOS ENVIA

A Palavra do Papa aos colaboradores ·do Santuário

Amados irmãos e irmãs no Senhor:

1. Sai-me do coração uma palavra de grande simpatia e apreço por todos v6s, Colabora­dores habituais do Santuário, Servitas de Nossa Senhora de Fátima e demais colaboradores na assistência que aqui se presta aos peregrinos: e também para v6s, trabalhadores, que aqui ten­des dado o vosso esforço, para as obras deste imponente conjunto. Parece-me que ficaria a faltar alguma coisa à alegria intima e inovidável desta minha peregri­nação a Fátima, se vos não dissesse um sentido, estimulante, e cordial <<bem hajam!».

A celebração da Santa Missa desta manhã avivou f!m mim a grata recordação de muitas ou­tras peregrinações em que tive a alegria de tomar parte, na minha terra natal - ao Santuá­rio de Jasna Gora e de Czes­tochowa, principalmente- e nas minhas visitas apostólicas pelo mundo - de Guadalupe até Fá­tima.

Conheço bem por experiência directa, o valor dos vossos ser­viços e dedicação, para assis­tir e ajudar os peregrinos a sen­tirem-se bem, neste local aben­çoado. Mas conheço e avalio ainda mais o que, consciente ou inconscientemente, fazeis com generosidade e sacriflcio, para proporcionar um encontro de amor, pela Mãe celeste, com o Pai que está nos Céus, e para

alentar, no coração da cada ro­meiro, a fé e o sentido cristão da vida. Frequentemente daí resulta um reencontro consigo próprio e um crescer em docili­dade à voz de Maria SantísJima, cujos apelos maternais sempre convergem no «fazei o que Ele (Cristo) vos disser» (Jo. 2, 5). E quantos e quantos, graças à vossa intervenção e interesse, regressam dispostos a trilhar ca­minhos para eles novos ou esque­cidos, de penitência, de oração, de honestidade, de bondade, de justiça e de graça.

2. Filia/mente devotados a Nossa Senhora, v6s sois também instrumentos de Deus misericor­dioso ao servirdes os vossos ir­mãos, especialmente os doentes e os mais necessitados; e isso, para vosso bem, pois estais a ouvir a Palavra do Mestre, na perspectiva da «vida eterna»: Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais peque­ninos, a Mim o fizestes» (Mt. 25, 40). E mais, com os vossos gestos concretos de humanidade v6s estais a fazer obra de evan­gelização: e «aos pobres é anun­ciada a Boa-Nova» (Lc. 7, 22).

Não pensais, certamente de outra maneira: a Boa-Nova tem de ser proclamada, antes de mais nada, pelo testemunho, feito de capacidade de compreensão e acolhimento; pela irradiação, de um modo absolutamente simples e espontâneo, da fé em valores que estão para além dos valores

correntes e da esperança em alguma coisa que não se vê, nem se consegue imaginar. Por força desta demonstração de amor, sem palavras, não dei­xarão certamente de aflorar ao coração daqueles que vêem as vossa: «boas obras» as pergun­tas: porque é que eles são e fa­zem assim? O que é - ou quem é - que os inspira e motiva a serem bondosos? ( cf Exort. Apost. Evangelii Nuntiandí, 21).

Oxalá continueis a deixar-vos iluminar por esta «razão da vos­sa esperança» (1 Pdr. 3. 15) e que seja ela a dar-vos coragem para levardes por diante, com serenidade, alegria e amor, as tarefas que aceitais generosa­mente, como vivência da condi­ção cristã, e quereis que redun­dem em homenagem filial à Mãe de Deus e Mãe nossa.

3. E a v6s, meus irmãos tra­balhadores, quero dizer: pelo que sois e aqui representais, ficai certos de que o Papa vos estima muito; o Papa, vós bem o sabeis, representa Cristo Sal­vador, que não desdenhou -antes pelo contrário - com todo o amor punha em prática, nas suas obras, o «Evangelho», a Palavra da Sabedoria eterna, que também é «evangelho do trabalho» pois ague/e «que pro­clamava tal 'evangelho' era, Ele próprio, homem do trabalho, do trabalho atresanal», como car­pinteiro ( cf Enc. Lab. Ex., 26).

e Conclusão no próximo número

O PADRE

MANUEL

LOPES

FERREIRA

JUNTO DA

IMAGEM

DE

NOSSA

SENHORA

DE FÁTIMA

NA

CAPELINHA

E COMO

SANTO

PADRE

EM MAIO

PASSADO.

P. Lopes Ferreira Faleceu o rev.o sr. P.• Manuel Lopes Ferreira, natural da freguesia

de Espite, onde nascera em 23 de Junho de 1916, contando portanto 66 anos de idade.

Da sua intensa actividade sacerdotal, pois foi sempre um sacer­dote disponível e pronto, destacamos a colaboração que deu ao San­tuário especialmente desde que fixou residência em Fátima.

Dava habitualmente a sua ajuda no serviço de confissões e em qualquer outro na medida das suas abaladas forças físicas, sobretudo por ocasião das peregrinações aniversárias.

Era visto com muita frequência na capelinha das aparições a rezar devotadamente o terço.

Foi «Servita>> muitos anos e também a esse sector se dedicou com o maior espírito apostólico.

À missa de corpo presente, na capela das Matas, Espite, pre­sidiu o sr. D. Alberto, concelebrando com algumas dezenas de sacerdotes.

A toda a família enlutada, os nossos sentimentos de pesar.

Page 4: Aos  - fatima.pt · quando mandou às crianças que fizessem dois andores, com outros meninos, para a festa de Nossa Senhora do Rosário ... Mas

Encontro Nacional de Responsáveis Diocesanos De 27 a 29 de Outubro de 1982, realizou-se, na Casa de Retiros

de N.a Sr.a das Dores do Santuário de Fátima, um Encontro Nacional de Responsáveis Diocesanos dos Cruzados de Fátima.

Estiveram presentes as dioceses de: Aveiro, Beja, Braga, Lamego, Leiria, Viana do Castelo, Vila Real,· algumas pessoas das dioceses de Castelo Branco, Lisboa e Porto, interessadas em trabalhar com os Cruzados de Fátima; a Pia União dos Servitas com o seu Assistente, Chefe dos Servitas e um grupo particularmente dedicado aos retiros de doentes. Perfaziam um total de 46 participantes.

O Sr. Reitor do Santuário, Padre Luciano Guerra, presidiu a todos os trabalhos previstos na Agenda do Encontro.

O Sr. Bispo de Beja, D. Manuel Falcão, esteve presente desde a manhã do dia 28.

O Sr. Bispo de Leiria, D. Alberto Cosme do Amaral, acom­panhou os trabalhos do dia 29.

Nos dias 28 e 29 os pontos principais da Agenda foram os se­guintes:

ESTADO DA ASSOCIAÇÃO

Analizaram-se as Conclusões dos Encontros Nacionais e As­sembleias realizadas desde 1967 a 1982.

A slntese do que se fez é a seguinte:

Linhas de Pastoral dos Cru­zados de Fátima.

1. • - Oração - Vivência e difusão da Mensagem de Fá­tima.

- Cursos e mini-cursos so­bre a Mensagem de Fátima a nlvel local e a nlvel diocesano.

- Aumento da devoção ao Imaculado Coração de Mar ia com particular incidência: na consagração pessoal e paroquial, na vivência dos 5 Primeiros

Sábados. - Terços públicos em vários

lugares. - Organização de Secretaria­

dos Diocesanos de C. F ..

2. o - Peregrinações.

Desenvolvimento da Pastoral de Peregrinações a partir da base: paróquias e grupos, com preparação das peregrinações por meio de

-Reuniões. - Circulares.

Peregrinos a pé.

Nos meses de Maio desen­volveu-se o apoio aos peregrinos por meio de Equipas móveis, compostas de sacerdotes, leigos, religiosas e seminaristas, que

- Dão aos peregrinos o sen-

Boas- Festas! Dou-vos uma boa notícia: Senhor Jesus. Se souberes ler,

Hoje na cidade de David, pega na Bíblia e todos os dialii nasceu-vos um Salvador. (S. colhe dela alguma lição que te Lucas cap. 2, v~ículo 10-11). ajude a viver a tua vocação de

Estas foram ~ alavras do sofredor. Anjo aos pasto dÊB ' . S. Lucas no capítulo 3, ver-

Entre as festas eb ao sículo 4-6 diz-nos: «Preparai longo do ano e · ? iliza- o caminho do Senhor, endirei--nos e toca o ·f!. ·mo do tai as suas veredas.» Que nada nosso coraç~) · na vida que o Senhor deu e

Porquê? . PJ 1 . aconteci- conserva se,ja empecilho, mu-meoto a!)Jif . de o grande, ralh~ a i edir a Sua vinda. ?elo. e~ m.tstenoso e a nossa Que ada o coração possa ser m~eltgenct~ não segue ex- bs culo à permanência de pltcar, pots nos rgulha no su nel No silêncio da tua Amor Infinito de us. Jesus da ac he o Senhor e faz-te sendo Deus igual Pai e ao s co panhia muito amiga Espírito Santo nã esitou eN· ~fi nte. ~Mossa Senhora descer até nós fa do-se em fie o~te (e ~om a ua ati-tudo igual excepto o pecado. d com ficou ora com

Os Anjos cantar e~- a o~p store reis magos. ciaram o seu nasc ento poJS--...p ~ mo tão também hoje a sua vinda ao mu o era pre- mbi · até daqueles que se sença de amor, d salvaç~ <fi~ cciitãos.. vivem o Natal par~ todos quanto quisessem ~a · 1 rgas aos mais variados acettar a Mensage ~ Sw;_ · s são os judeus de Boa Nova. Os pa or ~ lém indi ntes à grande ajoelharam e adora O, po' graça da vin do Senhor reconheceram neste pequ11uno Jesus. corpo um Deus omnipoténte e Não esqueças o que ouviste Senhor do Universo. no retiro, que o Jesus de Be-

Dois mil anos decorridos e lém e do Calvário é o mesmo jamais esta festa foi esquecida dos nossos sacrários e que tu e envelheceu. É sempre a Boa recebes em comunhão. Ama-O Nova anunciada pelo Anjo. com todo o teu coração e tor-E será sempre Boa Nova para na-te Seu apóstolo fazendo com os corações humildes, como os que os outros O amem. Com dos Pastores e Reis Magos, Maria junto ao silêncio do pre-pois só estes são capazes de O sépio, medita, contempla e faz reconhecerem e de O seguirem, da tua vida oferta permanente. mesmo nas horas mais duras e sombrias da vida. Não es- Boas Festas e um Natal do queças meu irmão e irmã doen- Senhor muito alegre para vós te de te preparares durante o doentes, familiares e pessoas tempo do Advento para a gran- que vos ajudam. de festa do Nascimento do (Equipa do Santuário)

tido da peregrinação cristã; -Rezam e meditam na Men­

sagem de Fátima sobretudo nos postos;

- Proporcionam Eucaristias campais ao longo do caminho (18 em 1982);

- Asseguram confissões; - Distribuem pagelas com os

Mistérios do Terço, devoção dos 5 Primeiros Sábados e outros pedidos de Nossa Senhora.

Alguns Cruzados de Fátima ~restaram ainda outro tipo de «Ssistência:

- Alimentação; -Dormida; - Medicamentos.

3. o - Doentes.

- Retiros para doentes no Santuário de Fátima (23 em 1982}.

- Boletim mensal para os doentes que passaram pelos re­tiros: cerca de 3.500 desde 1976.

- Serviço domiciliário em paróquias.

- Reuniões com doentes, e de doentes entre si, a nível local -a nível diocesano.

Já há alguns retiros para doen­tes nas suas próprias dioceses.

Algumas considerações sobre os jóvens.

}{ota-se interesse crescente da parte dos jóvens:

- Maior participação nos cursos e mini-cursos.

- Encontros especfjicos para jóvens (diocese de Braga).

- Em algumas paróquias têm eles próprios um programa de cursos especializados para o pró­ximo Verão (diocese de Braga).

- Alguns construiram um nicho a Nos~a Senhora e pro­movem a consagração pessoal e paroquial ao Coração Imacu­lado de Maria, Terço público nos dias 13 (Ferreiros- diocese ti e Lamego).

- Aumenta a participação de jóvens doentes nos retiros.

LINHAS DE RUMO PARA 1983

1.0- Fomentar a devoção ao

Imaculado Coração de Maria com particular incidência no pe­dido de CONSAGRAÇÃO. Ex­trair, da atitude e palavras de João Paulo II, toda a riqueza e actualidade desta consagração.

- Publicação de folhas e es­tudos esquematizados sobre a Mensagem de Fátima.

- Reuniões anuais sobre a Mensagem de Fátima para pá­rocos e seminaristas.

2. 0 - Maior atenção à pre­

paração das peregrinações sobre­tudo a nível paroquial.

- Plano duma «Pastoral de peregrino a pé» que prepara com antecedência o mês de Maio (utilização dos Me i os de Co­municação Social, colaboração dos Movimentos que têm postos na estrada, pagelas e cassetes com a Mensagem de Fátima, etc.)

3. 0 - Aperfeiçoar as instala­

ções do Albergue. - Melhor selecção dos doen­

tes nos Secretariados Diocesanos. - Publicação no «Ponto de

Encontro», dum esquema de reu­nião mensal, dos doentes entre si nos vários lugares em que vivem.

- Reuniões de doentes a nível diocesano.

PRINCÍPIOS FUNDAMEN­TAIS SOBRE AS ASSOCIA­ÇÕES DA IGREJA

Sobre este assunto o Sr. Reitor fez uma profunda exposição que esperamos venha a ser publicada.

ESTATUTOS DA ASSOCIA-ÇÃO CRUZADOS DE FÁ­TIMA

Revistos em pormenor os Es­tatutos de 1934 (data da funda­ção da Associação), e os ante­-projectos que têm vindo a ser posteriormente apresentados (1976, 1980, 1981}, os partici-pantes concluíram que uma to­mada de posição nltida e uma palavra actual da Conferência Episcopal são uma necessidade vital para a Associação.

Começando os participantes a concretizar os passos a dar para pedir à Conferência Episcopal a renovação dos Estatutos de 1934, o Sr. Bispo de Leiria, disse:

- «Quando cu cheguei a

Leiria (1972), a Conferência Episcopal pediu-me oralmente que procurasse renovar os Cru­zados de Fátima. Portanto esta­mos a satisfazer o pedido da Conferência Episcopab>.

Esta comunicação acelerou as CONCLUSÕES que foram as seguintes:

- O Sr. D. Manuel Falcão aceitou encarregar-se da revi­são do Projecto de Estatutos da Associação Cruzados de Fá­tima que será apresentado à Conferência Episcopal através do Sr. Bispo de Leiria.

Será ajudado neste trabalho pelos: Sr. Cónego Perdigão, Sr. Padre Manuel Antunes, Sr. Fer­nando Gomes.

- O Projecto de Estatutos ~erá entregue em Março/83 para poder constar na Agend4 da próxima Assembleia da Confe­rência Episcopal ( Abril/83).

e Continua no próximo número

Esque ara a Reuni o d lanelr Convidamo-vos a reflectir séria e serenamente no pro­

jecto de trabalho a rea!izar no ano de 1983. A Associação é dum grupo de vivos que nascida den­

tro da Igreja realiza o seu projecto em Igreja. Antes de mais leiam atentamente as conclusões do en­

contro nacional de 27-29 de Outubro do corrente ano assim como as palavras do Senhor Bispo, transcritas neste jornal.

O que vamos fazer? Viver as três linhas apostólicas da Associação.

1.• - ORAÇÃO - Intensificar a Devoção ao Ima­culado Coração de Maria através da vivência dos 5 pri­meiros sábados e consagração.

«Tu ficarás mais algum tempo no mundo, porque Deus quer estabelecer nele a Devoção ao Meu Imaculado Cora­ção». (13.6.1917 - 2.• Aparição).

.. . «Não desanimes, dizia Nossa Senhora à Lúcia, o Meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá a Deus». 2.• Aparição - Memórias da Lúcia, pág. 149. Ler tudo quanto foi dito pela Lúcia sobre este devoção.

2.• - «PEREGRJ}{OS- Os Santuários são antenas permanentes da Boa Nova da Salvação. Os Santuários são sinais visíveis de Deus, lugares de encontro do homem com o seu Deus.» Palavras do Santo Padre em 24-1-1981. Ver o Capítulo 2 de S. Mateus, Versículos 13 a 23.

3.•- DOE}{TES - Tenhamos em conta a missão que os doentes estão a tomar dentro da Associação.

Tenhamos para com eles os sentimentos de compre­ensão e ajuda de Jesus, Nossa Senhora e do Santo Padre. A Associação sem eles ficaria mutilada e empobrecida. Ver S. Mateus, Cap. 15, Vers. 21 a 28.

CONCLUINDO

1. o - Preparar desde já o apelo à Vivência dos 5 primeiros sábados, a começar em Março, mês da festa da Anunciação de Nossa Senhora.

Esta Vivência é uma resposta ao pedido do Céu, desejo do Santo Padre e compromisso dos Cruzados de Fátima.

O resultado do número de pessoas que viverem esta devoção, será oferecido a Nossa Senhora, na Peregrinação Nacional de 12 e 13 de Setembro. Convidem outras pes­soas que queiram colaborar.

2. o - Iniciar neste mês a preparação da organização para a Peregrinação de 12 e 13 de Setembro, formando equi­pas paroquiais, distribuindo a cada elemento tarefas con­cretas - (transporte, preparação espiritual dos peregrinos, alojamento e. acompanhamento durante a viagem).

Esta mesma equipa pense também já, na pastoral a realizar com os peregrinos que veem a pé nos meses deVe­rão, ao Santuárie _de Fátima ou outros Santuários.

3. o - DOENTES - 'Pensar nos doentes que no ano de 83, hão-de tomar parte nos retiros em Fátima, ou nas dioceses.

Comecem por recrutar os mais novos, doentes e ne­cessitados espiritualmente.

Leiam o Boletim deles «Ponto de Encontro». Terminem o encontro com uma serena Oração, con­

fiando a Nossa Senhora todo o trabalho deste ano.

NOTA: -Lamentamos terem sido tão poucos a res­ponderem aos pedidos que fizemos, em Agosto passado, referentes ao número de camionetes e peregrinos que vie" raro das freguesias à peregrinação de Setembro. As res­postas aos inquéritos que vos fazemos, são mwito válidas para o trabalho qae pretendemos realizar.