“Chamou “Deu · Ele não fazia nada para impressionar nem provocar elogios, ... calorosa e...
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Jesus “subiu ao monte” Os montes da Bíblia, mais que acidente topográfico, são lugares de teofania,
isto é, de presença, revelação e ação de Deus. Por exemplo, o monte Sinai, o monte Horeb, o monte das bem-
aventuranças, o da transfiguração. No evangelho o monte da investidura apostólica. A intenção de Jesus não foi
criar um grupo separado do povo, mas guias, discípulos missionários para ir até o povo e fazê-los o novo Povo
de Deus.
“Chamou os que ele quis.” A vocação é de iniciativa Divina. Por que Deus chama a este e não aquele ou
aquela, é mistério que não entendemos. O certo é que, para uma missão ou outra, todos somos chamados. E nós
somos só somos plenamente felizes se seguirmos o caminho Deus nos chama.
Vocação – Mistério – Missão. Para as escolhas de Deus não há lógica
humana. O chamado de Deus para nós é irrevogável! Ele vê o coração e faz as
Suas escolhas dentro do que é justo e não de acordo com as nossas razões
humanas, por isso, Ele escolhe pessoas que aos nossos olhos são incapazes,
sem gabarito, despreparadas. Sabemos, porém, que Ele capacita os que não
têm capacidade. No trabalho do reino vale mil vezes mais o que temos dentro
do nosso coração do que a capacidade intelectual que nós possuímos.
As escolhas do Senhor se dão naturalmente, sem grandes alardes,
assim como fez Jesus quando chamou os doze. Jesus aproximou-se de cada
um deles, conheceu a sua realidade, a sua história e chamou até quem mais
tarde iria traí-lo. Ele não fazia nada para impressionar nem provocar elogios,
Ele tinha somente um objetivo: fazer a vontade do Pai para que não se
perdesse ninguém. Se Jesus tivesse chamado muita gente, para agradar, ou
para fazer justiça aos olhos do mundo, o trabalho do reino não teria sido
eficaz. Portanto, Ele chamou aqueles que Ele quis para subir o monte com Ele. Nem todos poderiam subir. A
metodologia de Jesus é muito simples e profunda, Ele chamou aqueles que poderiam ficar muito perto de si,
gozando da sua intimidade, recebendo um ensinamento partilhado concretamente para que fosse frutuoso e
depois eles pudessem lançar sementes em terra boa.
Jesus sabia que na Sua Missão Ele teria que enfrentar dificuldades também com os Seus escolhidos.
Sabia que estaria lidando com homens cheios de defeitos, mas mesmo assim não desistiu e foi com eles, até o
fim. Esse é um valioso ensinamento para nós quando tivermos que fazer opções e usar critérios de escolha nos
nossos empreendimentos. Mas também nós precisamos examinar como é que estamos fazendo as nossas
escolhas, principalmente entre as pessoas que caminham junto de nós; quais os critérios que nós usamos quando
nos aproximamos de alguém para fazer parte do nosso círculo de amizade; se estamos fazendo algum cálculo
racional ou se temos ideias formadas a respeito deles. As nossas amizades são consequência dos encontros da
nossa vida por isso, precisamos também prestar atenção aonde é que estamos encontrando os “nossos amigos”.
Precisamos procurar descobrir com Jesus, na sua Palavra e em oração, qual é a vontade de Deus nas diversas
circunstâncias da nossa vida.
Como é o seu critério quando tem que escolher alguém para uma missão específica? Você quer agradar alguém
ou ser agradado na sua escolha? Você se revolta quando não é escolhido para um lugar importante ou espera a
hora de Deus para você? Como e aonde você tem encontrado “amigos”? Você é capaz de acolher no seu círculo
de amizade aqueles que aparentemente não têm nenhum brilho? “Chamou-os para que ficassem com Ele” Primeiro, nós ficamos junto de Jesus, a fim de aprender dele a
Boa Nova do Reino de Deus. Primeiro aprender a viver na própria vida aquilo que vamos ensinar ao povo.
“Como é bom, como é agradável, os irmãos viverem juntos!” (Sl 133,1).
“E para enviá-los em missão para anunciar o Evangelho (a Boa Noticia).” Os Apóstolos não foram
enviados no começo da vida pública de Jesus. Só no final, depois de um bom tempo de convivência e de
formação, é que foram enviados. E, mesmo depois de enviados, Jesus os chamava de vez em quando para novas
instruções, também para o descanso, a confraternização e a oração juntos.
“Deu-lhes autoridade para expulsar demônios.” Quando Deus nos chama, ele nos capacita para que
possamos cumprir a missão. Não só nos capacita, mas nos dá meios e recursos necessários.
Redação do Elo
AGOSTO: MÊS VOCACIONAL “... Jesus Chamou os que Ele quis...”
Caros Leitores e Leitoras do ELO!
Família Salvatoriana!
Partilhamos com vocês, da nossa última Convivência
Vocacional que aconteceu nos dias 28 e 29 de julho,
em Santa Bárbara D‟Oeste. Tudo começou com a
chegada das jovens na noite da sexta-feira e no
sábado, pela manhã na Comunidade de Hospitalidade
Nazaré. Jovens vindas de Campinas, Conchas e São
Mateus/SP; como vocês podem observar na foto, um
grupo de 09 jovens com rostos cheios de alegria,
vivacidade, sonhos e esperanças!
A convivência foi uma riqueza, nela partilhamos sobre
a Vida Religiosa e especialmente a Vida Religiosa
Salvatoriana; elas beberam atenta e interessadamente
da mística salvatoriana, da história dos nossos
Fundadores, bem como do nosso Carisma e Missão
SDS.
A letra e a música do canto „ Testamento do
Fundador‟ e a canção vocacional Projetos (Padre
Zezinho), proporcionou às jovens um forte tempo de
reflexão e interiorização. Os recursos da multimídia
como: slides sobre a Vida Religiosa e a Vida
Religiosa Salvatoriana, o filme „O Rio‟ (Paulinas
Comep), o poema „Juventude‟ de Madre Maria, tudo
projetados em data show aproximou bastante cada
jovem do ideal SDS e da temática vocacional.
Outro momento bem marcante foi à noite de lazer.
Com as reminiscências da „Missão SDS em Assam,
Nordeste da Índia‟, as jovens Jéssica e Mônica
realizaram uma bela e criativa apresentação, fazendo
memória do envio do primeiro grupo missionário das
Irmãs Salvatorianas, por meio da narrativa e de um
bonito cenário.
Ainda, fez parte da programação da Convivência a
gravação externa da TV Século 21, coletando
testemunho vocacional de algumas jovens e fazendo
imagens do grupo das jovens dançando uma ciranda e
em um momento de oração, na capela.
Cada Irmã das comunidades: Hospitalidade e Casa
Provincial, muito contribuíram com a acolhida
calorosa e carinhosa, bem como com a infraestrutura e
com suas preces. O Padre Sidney mais uma vez
demonstrou toda a bondade do seu coração, trazendo e
levando as jovens de Conchas. Que Maria, Mãe das
Vocações abençoe a todas e a cada Vocacionado e
Vocacionada Salvatoriana.
Irmãs: Renária Bezerra da Silva
e Joana Paula Macêdo de Luna
Entrevista Por Ir Renária Bezerra da Silva
Nesta edição a Irmã Devanira Maria da Silva fala de sua trajetória vocacional, bem como do seu amor e entrega de vida ao Reino, como salvatoriana! Confira e também você se apaixone e decida por seguir Jesus Salvador.
Irmã Renária: Conte-nos um pouco de sua história
vocacional.
Ir. Devanira: Desde muito pequena, lembro que meus
pais incentivavam e levavam todos os filhos à missa,
rezávamos com minha mãe antes de dormir e ao
acordar. Frequentemente, rezávamos o terço, às vezes
apressadamente e sem muito compreender. Minha
mãe, sempre ajoelhada aos pés da cama, rezava com
muita devoção. Esse incentivo dos meus pais foi o
primeiro toque do chamado de Deus em minha vida,
que só depois de
adulta compreendi o
quanto essa atitude
deles foi marcante
para mim.
Quando completei 11
anos, vi na TV, a Ir.
Dulce sorrindo e
ajudando as crianças
e outras pessoas
necessitadas, e, sem
muita consciência eu
disse para minha mãe que eu gostaria de ser uma Irmã
para ajudar as pessoas sofridas. Este foi o segundo
despertar vocacional que livremente foi acontecendo.
Aos 13 anos fui trabalhar em uma confecção com
minha irmã Dejanira e lá conheci uma jovem que
sempre me dizia que queria ser freira e que gostaria
muito de conhecer as Irmãs; nesta mesma época
minha outra irmã, Osenira, começou a fazer parte da
pastoral vocacional da Paróquia São João Batista e
disse-me que no mês seguinte teria um encontro
vocacional para jovens interessadas em conhecer a
vida religiosa, então, comuniquei minha colega sobre
este encontro, a qual respondeu que só iria se eu
também fosse. Como eu não tinha idade suficiente,
insisti com minha irmã e fui para o encontro, porém
minha colega de trabalho não foi, (depois ela começou
a namorar e desistiu, antes mesmo de conhecer a vida
religiosa). Neste encontro conheci várias Irmãs
Salvatorianas e fiquei encantada com a acolhida,
alegria e missão Salvatoriana, a partir daí comecei a
participar das convivências e encontros vocacionais,
conheci também outras Congregações e em 1987
decidi dar o meu SIM e ingressei na Congregação das
Irmãs do Divino Salvador.
Ir. Renária: Fale-nos de sua trajetória missionária
na Congregação das Irmãs do Divino Salvador.
Ir. Devanira: Aos 17 anos fui morar em Campinas
SP, as pessoas diziam que eu era muito jovem. Eu
sempre pensava: “quero doar a Deus o que no
momento tenho de melhor – minha juventude”. Passei
todo o período da formação inicial: Aspirantado,
Postulantado e Noviciado na mesma casa, foram
quatro anos. Além dos estudos, encontros formativos,
juntamente com outras formandas e as Irmãs
atuávamos na comunidade Mãe do Salvador; na
liturgia, catequese e outras pastorais; também
ajudávamos nas visitas e grupos de rua da antiga
Favela 41, que ficava bem
próxima a nossa casa. Foi
um tempo de intenso
crescimento interior com
as Irmãs e com o povo.
Depois do
Noviciado, no dia seguinte
à Celebração dos
Primeiros Votos, fui para
Piracicaba (CECAP),
Capela Curada Santa
Clara, e lá também foram
4 anos de atuação na formação de lideranças, na
organização das pastorais, preparação de jovens para o
crisma, visitas, celebrações da Palavra e trabalho na
escolinha para crianças carentes na Capela Santa Clara
juntamente com Ir. Luciane.
Ainda como Juniorista, fui convidada para ir à
Fortaleza (CE), morar na casa de formação
(aspirantado) e trabalhar na escola comunitária da
ocupação Pantanal, bem como, atuar na pastoral. Foi
uma missão bem desafiante, principalmente trabalhar
com os adolescentes e mulheres da ocupação Pantanal.
A pobreza e a miséria com que as pessoas viviam
eram um constante questionamento pessoal. Vivi um
tempo profundo que me ajudou a confirmar minha
vocação e consagração total a Deus. Uma frase bíblica
que sempre esteve presente em minha vida nesta
época foi: “Senhor, dai-me um coração sábio para
ajudar seu povo e discernir entre o bem e o mal” (I
Reis 3, 9). Foi também em Fortaleza, que sentindo o
sofrimento das mulheres, comecei a fazer o curso de
terapia comunitária popular com Padre Rino
(Psiquiatra - Comboniano). Este curso e o trabalho
com as mulheres na terapia comunitária despertaram
em mim o desejo de me preparar melhor na área
humana. Após quatro anos e meio fui morar em São
Paulo, São Mateus. Em São Paulo iniciei o curso de
psicologia e comecei a atuar na favela Divinéia e
depois na favela Pe. Samut, na formação de
lideranças, escola da fé, liturgia, pastorais,
coordenação da catequese e coordenação da pastoral
da criança. Fiz estágio na prefeitura de São Mateus no
trabalho com jovens infratores em prestação de
serviço à comunidade.
Após cinco anos em São Mateus e no final do
curso de psicologia fui convidada a morar e
acompanhar as noviças na casa do noviciado em Santa
Bárbara, no Jardim Mariana, novo desafio, mas
assumi este trabalho com amor e contando com a
graça de Deus. A Paróquia Bom Jesus era composta
por quatro comunidades e duas capelas rurais. Como o
povo era muito acolhedor, de início atuamos nas
diversas comunidades com celebrações, pastoral da
criança e grupo de rua.
Desde que cheguei em Santa Bárbara assumi
também o trabalho profissional –
“terapia individual”, inicialmente no
CAPS com outras psicólogas e depois
em uma sala na Casa Provincial, onde
atuo até hoje, atendendo a diversidade
de pessoas que procuram este serviço.
Em Santa Bárbara tenho ajudado na
animação da Província como
conselheira provincial de 2006 a 2008 e
depois como vice-provincial e
formadora das Irmãs Junioristas de
2009 a 2012. Após cinco anos na casa
do noviciado, em 2010, fui residir na casa
Hospitalidade de Nazaré, também em Santa Bárbara
com as Irmãs de maior idade. No final de 2010,
assumimos os programas Salvatorianos na TV Século
XXI e juntamente com Ir. Celeste apresentadora do
programa, temos coordenado todo o trabalho de
gravação interna e externa do programa: “O Mundo
para o Salvador”, com o objetivo de divulgar nossa
missão e carisma salvatoriano. No início de 2012
acolhemos, nesta casa, as aspirantes para iniciar o
processo de formação e desde então tenho prestado
este serviço de acompanhar as aspirantes nesta etapa
inicial. Posso dizer que em todos os lugares por onde
passei busquei dar o melhor de mim e aprendi muito
com o povo, com as formandas e com as Irmãs com as
quais convivi. Sou eternamente grata a Deus Salvador
pela Vida Religiosa Salvatoriana.
Ir. Renária: Como você se sente na Vida Religiosa?
O que a motiva sempre e renovadamente?
Ir. Devanira: Sinto-me muito feliz na Vida Religiosa.
O que sempre me motivou e continua sendo minha
motivação maior é seguir Jesus
Cristo, pois Ele é o fundamento e a
razão da minha consagração, estar a
serviço das pessoas, ouvir, ajudá-las
no resgate da vida e da dignidade é o
que tenho buscado fazer
constantemente em minha missão e
profissão. “Só chegará aos lindos
voos e às belezas das alturas, quem
se submeter aos enjoados treinos”.
Essa frase sempre me acompanhou
desde o período do Postulantado, ela
continua me inspirando e cada vez
mais tenho a certeza de que é preciso
“treinar” sempre sem nunca desistir.
Como dizia Pe. Jordan, não podemos
descansar, até que todos conheçam e
amem Jesus Salvador. Sinto que a
missão Salvatoriana é grande e
desafiante, ainda existe muito
sofrimento e eu acredito que a Vida
Religiosa é sinal de esperança neste
mundo que sofre.
Ir. Renária: Quais os textos
bíblicos de sua predileção? Porque
esses textos lhe falam alto ao
coração?
Ir. Devanira: “Não importa o grau a que chegamos,
o que importa é prosseguir decididamente” (Fl. 3,16).
Não importa onde e como chegamos, o importante é
ser decidida, arriscar sempre naquilo que acreditamos,
enfrentar qualquer desafio, mesmo que pareça
impossível chegar até o fim. “Eu sei em quem
depositei minha confiança” (2º Timóteo 1,12).
Como dizia Pe. Jordan: “Minha confiança não tem
limites”, todos os dias peço a Deus que minha de que
nós não estamos sozinhos e podemos contar com Ele
confiança N‟ele seja ilimitada. Sempre diante das
dificuldades e desafios me vem esse versículo: “Eu sei
em quem depositei minha confiança”. Jesus é a certeza
em todas as situações. Ele é a inspiração que me
mantém confiante. “Se eu, vosso Senhor e Mestre,
vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés
uns aos outros”.... “Vocês serão felizes se fizerem o
que vos mando”. (Jo. 13, 14; 17) Estou certa de que
seguir Jesus Cristo é colocar-me a serviço, sei que
muitas vezes falho e deixo a desejar, mas minha
motivação de todos os dias é colocar-me sempre a
serviço e esforçar-me para ter um coração generoso e
aberto para a vida.
Ir. Renária: Que mensagem vocacional deixa às
jovens que querem seguir Jesus Salvador, como
religiosa?
Ir. Devanira: “Toda vocação é uma história de amor
entre Deus e a pessoa”. Toda vocacionada antes de
responder ao chamado de Deus, sente-se inquieta com
o apelo de amor de Deus e com
a situação de sofrimento no
mundo. Isso é sinal de que Deus
conta com você! Digo com toda
a convicção de que vale a pena
ouvir o chamado de Deus e
responder ao seu convite. Como
o próprio Jesus disse: “Não
foram vocês que me
escolheram, mas fui eu que
escolhi vocês” (Jo. 15,16), Ele
nos chama e nos capacita para
cumprir a missão que Ele confia
a nós. Tenha você também a
coragem de responder SIM ao
chamado de Deus. Maria, Mãe
de Jesus, ainda muito jovem,
confiando em Deus,
decididamente seguiu Jesus até
as últimas consequências, como
oferta alegre e generosa. Que ela
interceda a Deus por nós Irmãs
Salvatorianas, e por todas as
vocacionadas para que
cheguemos a esta integração
pessoal que ela alcançou.
"Mergulha fundo no amor de Deus, vive o mistério,
contempla tudo a luz da fé." Pe Jordan
Para mim Jéssica, a caminhada do Aspirantado tem sido, muito significativa, pois estou aprendendo como viver a vida religiosa Salvatoriana em
comunidade. Fico encantada com a forma que vamos ajudando-nos mutuamente na missão: dentro e fora de casa.
Sinto-me cada vez mais atraída pela Vida Religiosa Salvatoriana, conhecer mais profundamente Jesus Salvador tem sido motivo de alegria e crescimento interior. A oração pessoal e comunitária ajuda-me a estar sempre aberta para conhecer e discernir a vontade de Deus sobre mim. O Senhor já me cativou por isso me sinto animada a continuar minha caminhada.
Além dos estudos com as Irmãs e da conclusão do ensino médio, também me anima a possibilidade que
estou tendo de aprender a tocar violão, fazer a escola de agentes de pastoral e contribuir com o PA (Pastoral da Adolescência).Parar para escutar o chamado que Deus me faz, tem sido motivo de grande alegria. Sinto-me feliz em poder dizer aos jovens: “Deus te ama, te chama e espera uma resposta tua, tenha também a coragem de dar o teu SIM”. “Então Venha!!!”
Aspirante: Jéssica Marcela Lourenço
................................................................ Sou Mônica Imaculada e ainda estou vivendo
com minha família e fazendo o processo do
aspirantado na casa de formação
em Santa Bárbara. Em agosto
deste ano passo a viver na casa
de formação com as Irmãs. A
vida é uma caminhada com
muitas aventuras, alegrias e
desafios. Ao longo de meus 36
anos passei por muitas situações
e Deus sempre esteve comigo.
Mesmo quando tentei pegar
atalhos, Ele estava lá para me
colocar no rumo certo. Na Família Salvatoriana
venho abrindo meus horizontes e encarando novos
desafios para conhecer melhor Jesus Salvador. Hoje estou certa de que o Senhor é o caminho certo a
seguir. Sou sua “serva” e minha missão é segui-Lo e
anunciar seu Reino a todos que ainda não O
conhecem. Dou graças a Jesus Cristo por ser presença
viva em minha vida e agradeço as Irmãs Salvatorianas
por me acolher.
Aspirante: Mônica Imaculada N. Ferreira
.......................................................... Eu sou Maristely, também estou fazendo o processo
do aspirantado com as Irmãs Salvatorianas e pretendo
entrar no segundo semestre. Ser Aspirante pra mim é
um grande desafio e ao mesmo tempo, é uma enorme
alegria, Deus me convida
para uma verdadeira missão,
e sinto que essa é a minha
vocação, de me por diante
do chamado de Cristo, se
doar-me ao seu projeto. Que
diante desse chamado eu
possa conhecer cada vez
mais a Palavra de Deus e
também anuncia-la ao
mundo. E juntamente com a
Família Salvatoriana
possamos espalhar pelo
mundo a Boa Nova de Cristo e o grande amor que ele
tem por cada um dos seus filhos/as, pois para amar
como Deus amou precisamos estar dispostas a
experimentar o novo, sentir o sabor do seu amor. Ser
aspirante Salvatoriana é ser semente, para que
futuramente sejamos verdadeiros frutos de amor,
caridade e esperança para o próximo.
Aspirante Maristely Souza da Silva
O XX Capítulo Geral (Assembleia) das Irmãs Salvatorianas acontecerá na Casa
Mãe, de 01 a 31 de outubro de 2012, em Roma Itália com o seguinte Tema: Mulheres
Salvatorianas - Místicas e Proféticas - em Nosso Mundo Sofrido.
Convido a todos/as para entrarem em comunhão conosco pedindo as luzes do
Espírito Santo para este evento tão importante para nossa Missão.
“... Jesus chamou-os para ficar com Ele ...”
“A Bíblia é a Palavra de Deus, semeada no meio do povo,
que cresceu, cresceu e se transformou, ensinando-nos a viver num mundo novo”
JESUS: PALAVRA ENCARNADA, PALAVRA ANUNCIADA.
Em Jesus “a Palavra se fez carne e habitou
entre nós” (Jo 1,14). A encarnação da Palavra em Jesus
foi um processo que se iniciou com o Sim obediente de
Maria e terminou com o último Sim de Jesus na cruz
quando disse: “Está tudo consumado” (Jo 19,30). Jesus
deixou a Palavra de Deus entrar dentro
de si, e ela tomou conta de tudo. Ele
dizia: “Eu faço sempre o que o Pai me
manda fazer” (Jo 12,50). “O meu
alimento é fazer a vontade do Pai” (Jo
4,34). Fazer a vontade do Pai e cumprir
a missão era o eixo da vida de Jesus.
Como diz a carta aos hebreus, citando o
salmo: "Ao entrar no mundo ele
afirmou: “Eis me aqui! Eu vim, ó Deus,
para fazer a tua vontade!" (Hb 10,5.7; Sl 40,8-9). Jesus se
deixou moldar pela Palavra a cada momento da sua vida.
Por isso podia dizer: “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,9).
Esta encarnação da Palavra em Jesus não era
automática, mas sim fruto de uma luta que ele travava
dentro de si para obedecer ao Pai em tudo. Jesus dizia:
"Por mim mesmo nada posso fazer: eu julgo segundo o
que ouço" (Jo 5,30; 5,19). Não foi fácil. Para obedecer à
Palavra do Pai, Jesus teve que desobedecer várias vezes às
autoridades religiosas da época
As etapas do processo da encarnação da Palavra de
Deus em Jesus Os três ambientes da formação de Jesus
Em casa na família.
A transmissão da fé nada mais era do que a leitura orante
ou a ruminação constante da Palavra de Deus na
convivência familiar.
Na sinagoga em comunidade.
Todo sábado Jesus participava da celebração da Palavra na
sinagoga. Era o costume dele (Lc 4,16). O conhecimento
que tinha da Bíblia vinha destas reuniões semanais na
comunidade, onde se faziam duas leituras: da Lei e dos
profetas (At 13,15).
No templo no meio do povo.
Aqui se situam as romarias (Ex 23,14-17), nas quais Jesus
participava desde doze anos de idade e que o empolgavam
tanto a ponto de permanecer em Jerusalém no meio dos
doutores para aprender mais as coisas de Deus, lembradas
nas Escrituras (Lc 2,41-50).
O ambiente em que Jesus se formou
A escola de Jesus:
era, antes de tudo, a vida em casa, na família, onde
vivia com os pais, obediente a eles (Lc 2,51)
era a Bíblia, lida na comunidade (sinagoga) e ruminada
em casa.
era a Tradição, transmitida pelos escribas ou doutores
da lei. Jesus reconhece a autoridade dos escribas, os
teólogos da época. Mas avisa: "Façam o que eles dizem,
mas não o que eles fazem!" (Mt 23,3)
era a convivência com o povo de Nazaré. Nazaré era
um povoado pequeno, onde todo mundo
conhecia todo mundo.
era o trabalho. Jesus se formou
trabalhando. Aprendeu a profissão de seu pai
(Mt 13,55).
era o mundo. O povo da Galileia tinha
uma maneira diferente de conviver com os
outros povos. Era mais aberto e mais
ecumênico que o da Judéia, no Sul.
era a sua vida de intimidade com Deus, seu Pai. Jesus
rezava muito. Passava noites em oração (Lc 6,12).
Instruído pela meditação da Palavra, Jesus assume a
missão do Servo.
Na sinagoga de Nazaré, ele escolhe um texto de
Isaías sobre a missão do Servo de Deus para expor o
programa da sua missão junto ao povo (Lc 4,18-19 e Is
61,1-2).
Um novo modo de anunciar a Boa Nova de Deus Refazer o relacionamento humano na base - Visitar
o povo nas suas casas e recuperar a dimensão sagrada da
festa
Cuidar dos doentes e acolher os excluídos - Ir ao
encontro das pessoas e propor um caminho
Criar comunidade e reconciliar as pessoas - Superar
as barreiras de gênero, religião, raça e classe. O uso que Jesus faz da Bíblia para anunciar a Boa
Nova de Deus Jesus usa a Bíblia em todos os níveis da atividade Pastoral:
FAMILIARIDADE A característica da
familiaridade indica não só o amplo conhecimento
que Jesus tinha da Bíblia, mas também a consciência
de que a Bíblia não é um livro estranho que pertence
aos outros, mas é da nossa família. Jesus revela sua
união com o Pai através da reza dos salmos,
sobretudo na hora do sofrimento.
O uso que Jesus faz da Bíblia incomoda os
conservadores: LIBERDADE Esta liberdade com que Jesus
interpretava a Bíblia incomodava os conservadores. Em
nome da compreensão fundamentalista da lei eles criticam
a atitude pastoral de Jesus e se recusam a crer nele (Mc
2,7.16.18.24; 3,2-4.22; 7,1-8). Por causa desta sua
liberdade na interpretação da Bíblia, Jesus foi criticado.
Diziam que ele estava acabando com a Lei de Deus e com
a Tradição dos Antigos. Ele responde: “Não vim para
acabar com a Lei, mas para levá-la ao pleno cumprimento”
(Mt 5,17).
Na maneira de usar a Bíblia Jesus busca o objetivo da lei:
FIDELIDADE Jesus ajuda o povo a ultrapassar a
letra e a descobrir o espírito da lei. A lei do Sábado deve
estar a serviço da vida (Mc 2,27). E dizia: “Se a justiça de
vocês não for maior do que a justiça dos escribas e
fariseus, vocês não vão poder entrar no Reino de Deus”
(Mt 5,17).
A prática pedagógica de Jesus. Uma pedagogia que parte da realidade.
Jesus convida as pessoas à reflexão a partir
das coisas ou dos fatos mais corriqueiros.
Salgar a comida (Mt5,13), acender uma
lâmpada (Mt 5,14), pescadores que puxam
rede (Mt 13,47), camponeses semeando
(Mt13,4), plantas que crescem (Mt 13,31)
Qualquer situação humana é material
suficiente para Jesus transmitir um
ensinamento. Sua pedagogia parte da
observação, da realidade, do cotidiano.
Nada de decorar conteúdos ou raciocinar em cima de
abstrações, mas de analisar fatos e situações bem
concretas. Partindo destas situações caseiras, Jesus
consegue se fazer entender por qualquer pessoa (Lc
10,21), permitindo que sua mensagem atinja a todos, sem
discriminação.
Uma pedagogia participativa. Ao optar pelo
ensinamento através de parábolas, Jesus adota uma
pastoral de participação do ouvinte. Jesus tinha uma
capacidade muito grande de comparar as coisas de Deus
como as coisas mais simples da vida. Isto supõe duas
coisas que marcam a pedagogia de Jesus: estar bem por
dentro das coisas da vida do povo, e estar bem por dentro
das coisas de Deus, do Reino de Deus.
Uma pastoral que cria comunidades. Jesus propõe
um caminho. No seu esforço de ser um com seus
discípulos e discípulas, Jesus oferece a todos uma
convivência. Nesta proposta ele não seleciona pessoas.
Acolhe a todos e todas. Sabe conviver com todos,
transmitindo e ensinando qualquer um que se proponha a
ouvi-lo.
Uma pedagogia libertadora. Jesus vive e faz o que
ensina e ninguém consegue acusá-lo de algum pecado (Jo
8,46). Ele é livre e comunica liberdade aos que o cercam
(Jo 8,32-36), dando-lhes coragem de transgredir as
tradições caducas dos escribas e arrancar espigas no
campo (Mt 12, 1-8).
O objetivo do uso da Bíblia na Pastoral: revelar a
presença de Deus na vida
O objetivo do uso que Jesus fazia da Bíblia não era ajudar
os outros a entender a Bíblia, mas sim de ajudá-los a
interpretar a VIDA com a ajuda da BÍBLIA. Pois, a
Bíblia, o Segundo Livro de Deus foi escrito, não para
ocupar o lugar da vida, mas para ajudar o povo a entender
a vida e descobrir dentro da vida os sinais dos apelos e da
presença da Deus.
1º Livro: a criação, a natureza, a vida, o mundo, o
cosmos, os fatos, a história O processo da encarnação e do
anúncio da Palavra se desdobra em duas grandes etapas. A
primeira etapa começou na criação do universo. Ou seja, a
Voz da Palavra ressoa em primeiro lugar, na natureza, no
universo, na vida, nos fatos, como diz o salmo: “O céu
manifesta a glória de Deus, e o firmamento proclama a
obra de suas mãos. O dia passa a mensagem para outro dia,
a noite a sussurra para a outra noite. Sem fala e sem
palavras, sem que a sua voz seja ouvida, a toda a terra
chega o seu eco, aos confins do mundo a sua linguagem”
(Sl 19,2-5). O primeiro livro de Deus não é a Bíblia, mas
sim a natureza, a criação, o mundo, a vida, a
história, os acontecimentos. É através deste
Livro da Natureza ou da Vida que Deus quer
falar conosco.
2º Livro: a Bíblia A Bíblia foi escrita, não
para substituir o Livro da Vida, mas sim para
ajudar-nos a entendê-lo melhor e a descobrir
nele os sinais da presença de Deus. O estudo e
a leitura orante da Bíblia nos devolvem o
olhar da contemplação e nos ajudam a decifrar
e a interpretar o mundo, os acontecimentos, a
natureza. Fazem com que o Universo se torne novamente
uma revelação de Deus, e volte a ser o que deve ser “O
Primeiro Livro de Deus” para nós. Aqui está o objetivo
mais importante de toda a Pastoral que pode ser resumido
da seguinte maneira: com a ajuda e a orientação da Bíblia
devemos também nós “escrever a nossa Bíblia”, isto é,
devemos imitar o povo de Deus e, como eles, devemos
também nós tentar ler a nossa realidade, descobrir nela os
apelos de Deus e expressá-los e proclamá-los dentro dos
critérios da nossa cultura.
A Mística: só pode trabalhar com a Palavra quem se
deixa trabalhar pela Palavra
Qual foi a mística que sustentava a Jesus na
encarnação e no anúncio da palavra e o mantinha na
fidelidade, a vida inteira, até a morte, e morte de cruz? O
segredo escondido da vida de Jesus era o Pai. Jesus vivia
unido a Ele através da oração. É na oração que ele
assimilava e encarnava a Palavra em sua vida. A palavra
que Jesus anunciava era a experiência que ele mesmo tinha
da palavra. Ele dizia: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da
terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e
inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai,
porque assim foi do teu agrado!” (Mt 11,25-26). Jesus
experimentava a presença de Deus nesta sua inserção no
meio do povo.
Meditação constante da Palavra de Deus. Palavra
encarnada Jesus Só pode trabalhar com a Palavra quem se deixa
trabalhar pela Palavra, nem que seja de poucos versículos
por dia. Neste ponto Jesus é modelo. Ele se inspirava na
missão do Servo descrita no livro de Isaías. O terceiro
cântico do Servo é uma espécie de autorretrato de como
Jesus meditava a Palavra de Deus (Is 50,4-7).
I CONGRESSO BRASILEIRO DE ANIMAÇÃO BÍBLICA DA PASTORAL Goiânia 8 a 11 de Outubro de 2011
Frei Carlos Mesters e Francisco Orofino fazem parte do CEBI (Centro de Estudos Bíblicos
23 DE SETEMBRO DIA INTERNACIONAL CONTRA A EXPLORAÇÃO SEXUAL E O TRÁFICO DE MULHERES E CRIANÇAS
Defender e Promover a Vida das pessoas traficadas - um Imperativo Carismático- Profético!
“Um grito pela vida tão sofrida quero ouvir!
Milhares de outras vozes solidárias vão se unir!
Não mais o trabalho escravo, não mais a exploração!
No grito, a dor e o pranto do canto-libertação!”( Ir. Miriam Koling).
O Tráfico de Seres Humanos,
cujas vítimas em potencial são as
mulheres, as crianças e adolescentes,
constitui uma das formas mais
explícitas da escravidão do século
XXI. Reflete profundas contradições
históricas nas relações humanas e
sociais. Vulnera e viola a dignidade e
a liberdade de numerosas mulheres e
crianças, mercantilizando e ferindo
seus corpos, matando seus sonhos e
direito de viver. Configura hoje uma
das piores afrontas à dignidade
humana e um das mais cruéis
violações dos direitos humanos.
Do ponto de vista econômico,
trata-se de uma rede extremamente
lucrativa que ocupa o terceiro lugar na
economia mercadológica do crime
organizado. Estima-se que 700 mil
mulheres e crianças passam todos os
anos pelas fronteiras internacionais do
tráfico humano. Isso sem contabilizar
o tráfico interno, que no nosso País é
alarmante.
As vítimas deste delito vivem em
situações inumanas e degradantes.
São violados os princípios e direitos
fundamentais da pessoa humana como
o direito à vida, à integridade física,
à dignidade e o desenvolvimento
pessoal, à liberdade de ir e vir e o
direito a não ser submetida/o à
escravidão, servidão, aos maus
tratos. (cf. João Paulo II. 2002)
A pobreza, o desemprego, bem
como a ausência de educação e de
acesso aos recursos constituem as
causas subjacentes ao Tráfico de
Seres Humanos. As mulheres são
particularmente vulneráveis ao tráfico
de seres humanos devido à
feminização da pobreza, à cultura de
discriminação e desigualdade entre
homens e mulheres, à falta de
possibilidades de educação e de
emprego, à cultura hedonista que
transforma o corpo da mulher em
objeto de desejo e cobiça.
Segundo o Ministério da
Justiça, o desconhecimento da
população sobre esta modalidade de
tráfico e a pouca divulgação pela
grande imprensa colaboram para que
crimes desta natureza passem
despercebidos pela sociedade. O que
facilita a atuação dos aliciadores e
torna as vítimas presas fáceis de falsas
promessas de emprego digno e uma
vida melhor no estrangeiro ou em
alguma outra região do país, tida
como mais promissora.
O clamor das mulheres,
adolescentes e crianças traficadas se
impõe hoje como um Imperativo
Carismático- profético para a Vida
Religiosa Consagrada. A crueldade
deste crime exige uma decidida e
inegociável ação solidária e profética.
A presença, a dor e o grito das vítimas
são sacramento da presença de Deus
clamando por vida, dignidade e
libertação.
Sensibilizar e socializar
informações sobre o Tráfico de Seres
Humanos, capacitar multiplicadores e
multiplicadoras para ações educativas
de prevenção e assistência, e
intensificar a luta por políticas
públicas de enfrentamento desta
realidade são parte da tarefa que tem
sido assumida pela Rede um Grito
pela Vida desde marco de 2007. A Rede Um grito pela vida é
Intercongregacional, constituída por
religiosas de diversas Regionais e
Congregações. Um espaço de
articulação e ação solidária da Vida
Religiosa Consagrada do Brasil. Faz
parte dos programas da CRB
Nacional, atua de forma
descentralizada e articulada com as
organizações e iniciativas afins, nas
diversas localidades, Estados e
municípios. Integra a Rede Talitakun,
a Rede internacional da VR no
enfrentamento ao Tráfico Humano.
Somos convictas de que o
tráfico de mulheres e crianças com
toda sua complexidade se apresenta
como um campo de atuação
missionária, um “desafio-clamor, que
nos toca profundamente e convoca a
todas e todos a estar de maneira
estratégica ao lado das pessoas
indefesas, com uma práxis articulada
de prevenção, assistência e proteção
às vítimas. Trabalhar neste campo não
é só uma opção, mas uma necessidade
que o Evangelho nos propõe como
condição de fidelidade ao Projeto do
Reino. Some conosco, abrace você
também esta causa, faça parte Rede
um Grito pela Vida
O dia 23 de setembro é o dia
Internacional Contra a Exploração
Sexual e o Tráfico de Mulheres e
Crianças. Esta data foi escolhida na
Conferência Mundial de Coligação
contra o Tráfico de Mulheres em 1999
em Dhaka, Bangladesh, e lembra a
promulgação da primeira lei que
permitiu punir os casos de
prostituição e corrupção de menores
de idade.
Em diversas localidades estão
sendo realizadas atividades de
sensibilização, mobilização em torno
desta data, colocando em pauta esta
causa, sobretudo em vista da
elaboração do II plano nacional de
enfrentamento ao tráfico de pessoas,
que está em andamento no Ministério
da Justiça e da CPI contra o tráfico de
Pessoas, em curso no Senado.
Informe-se, participe! Realize
no seu espaço ações que marquem
este dia de luta. Gestos simples
desencadeiam ações de libertação:
Colocar a questão em pauta em todos
os espaços possíveis: igrejas, escolas,
hospitais, inserções, obras e projetos
sociais, em vista da formação da
consciência e ações de intervenção na
realidade. Articular forças – atuar em
redes e parcerias com a sociedade
civil e o poder público. Somar na luta
por políticas públicas para a
juventude e mulheres. Rezar e
aprofundar esta realidade, à luz da
Palavra de Deus. Ir. Eurides Alves de Oliveira, ICM
Rede Um grito pela Vida – fonte CRB
Outubro: Me s Missiona rio “...Chamou-os para envia -los em Missa o para anunciar a Boa Noticia.”
MISSÃO SALVATORIANA
“Agora, meu irmão, minha irmã, é hora de partir! Desata e enrola de uma vez a tua rede, pega a tua mochila,
despede-te de pai e mãe, da família, de quem te ama e a quem tu amas! E vai em frente! Vai em frente! Segue o
teu caminho e não olha mais para trás! Todo mundo vai rezar por ti! Vai acender velas ao pé da Santa! Vai
com Deus! Vai com Deus! Amém! Amém!”. Dom Erwin Kraütler, bispo do Xingu
Gavião – Bahia “Crê, confia ,espera, ama, trabalha e vá em frente!”(Pe. Jordan)
Com esta citação do Pe. Jordan, nosso querido
Fundador, queremos iniciar este nosso artigo.
Confiando cada dia e crendo na misericórdia de Deus
e na sua graça nós irmãs, como comunidade
salvatoriana, vamos assumindo a missão a
que Ele nos destinou neste pequeno
pedaço do nosso mundo. Assim sendo,
pretendemos partilhar com vocês, amigos
e amigas, um pouco da nossa missão aqui
nesta terra querida e sofrida no sertão da
Bahia.
Antes de tudo, julgamos oportuno dar
alguns dados históricos desta localidade
onde estamos vivendo e atuando.
“Gavião” é um nome um tanto estranho... Vale, a
pena então, colocar um pouco da origem deste nome..
Senão, vejamos.
“Pouco se sabe sobre a origem de Gavião. Conta-
se que em 1812, passava por aqui um rico viajante
com destino a Feira de Santana. Diz-se que ele parou
para descansar, pois sua filha ficara doente durante a
viagem. Acamparam, então, próximo a um rio de
águas claras e límpidas notadamente, com uma
grande variedade de peixes. A caatinga era rica e
exuberante pela diversidade de animais silvestres
Uma vez que sua filha se
recuperava muito
lentamente, começou a
construir uma casa perto
de uma grande quixabeira
e logo começou a observar
que uma grande
quantidade de gaviões ali
se aninhava para dormir.
Por esse motivo,
denominou aquele local de
“Fazenda Gavião”.
Entretanto, a moça não se
recuperava da
enfermidade. Seu pai, que era uma pessoa muito
católica, pediu a Deus e prometeu a Ele que, se sua
filha se recuperasse, ele aí construiria uma capela em
louvor a Nossa Senhora da Conceição. Como seu
pedido foi atendido, ele de
fato, construiu uma capela
e, com essa construção,
outras casas começaram a
ser construídas e, assim,
formou-se o Gavião.” Com
a Lei nº 4.410, de 19 de
março de 1985 conforme
informações de pessoas do
local, criou-se o Município
de Gavião, desmembrado do Município de Riachão do
Jacuípe. (NB. Extraído de um documentário local).
Voltando ao nosso artigo, queremos dizer que, aos
poucos, vamos nos adaptando com o calor forte, com
a estiagem (conforme pessoas do local, trata-se das
piores nestes últimos quarenta anos) e com a
expressão do povo sofrido que, com seu jeito, coloca
toda a sua confiança no Deus da Vida que vai mandar
a sonhada chuva com todas as suas consequências
boas.
A nossa Paróquia compreende três municípios:
Gavião, Nova Fátima e
Capela do Alto Alegre.
Gavião tem uma
população por volta de
4.561 habitantes. Nova
Fátima com 7.602 e
Capela do Alto Alegre
com 11.527. Esses três
municípios são
atendidos por dois
jovens sacerdotes: Pe.
Gerônimo Moreira
Vieira de Lima, com
32 anos de idade e Pe.
Jeremias Rocha Santiago, com 31 anos e por nós,
Irmãs: Ângela Antônia, Maria Auxiliadora e Maria
Zélia.
É uma Igreja ainda bastante conservadora,
sacramentalista, o que resulta numa prática pastoral
muitas vezes de “conservação”. Dentro deste contexto,
nossa atividade missionária como Irmãs nessas três
cidades, tem consistido, resumidamente, no seguinte:
- formação para catequistas,
- dias de retiros para as diversas pastorais;
- catequese com pessoas adultas na cidade e na zona
rural;
- coordenação da Liturgia (no centro de Gavião);
- catequese de preparação para a Crisma;
- Colaboração na Escola de Agentes e Escola da
Juventude na cidade de Nova Fátima;
- Pastoral da Esperança;
- Coordenação da Pastoral do Dízimo;
- Visita às famílias;
- Atendimento à saúde;
- Formação bíblica;
- Atendimento regular na Secretaria Paroquial em
Nova Fátima;
- Celebrações de Tríduos nas Comunidades rurais
por ocasião da festa dos Padroeiros e, nas cidades,
participação junto com o povo nessas festas;
- Além dessas atividades, uma característica forte de
nossa comunidade aqui em Gavião, é sermos uma
comunidade acolhedora para todas as pessoas que
nos procuram para as mais diversas solicitações.
- Em nosso trabalho nas cidades e na zona rural,
sentimos muita dificuldade de locomoção, sobretudo
quanto às comunidades rurais, devido a precariedade
de transporte. Vale acrescentar que, quando somos
solicitadas para a zona rural das outras cidades,
pedimos para pessoas amigas que têm carro próprio
que, na medida do possível, nos atendem
gratuitamente. Em outras ocasiões, somos forçadas a
nos utilizar do transporte clandestino que, usualmente,
é muito precário pondo mesmo em risco a vida dos
passageiros. Mas é a única solução.
Diante de tudo isso, acreditamos que estamos
procurando realizar o sonho de Padre Jordan, sonho
este, tão coerente com o Projeto do nosso Deus
Salvador, procurando torná-Lo cada vez mais
conhecido e amado, por todos os meios e modos que
Seu Amor nos inspira.
Numa atitude constante de aprendizagem, sobretudo
junto ao povo mais sofrido tanto pela seca quanto por
tantas outras penúrias, crescemos na consciência da
presença do nosso Deus que quer se identificar com
esses irmãos e irmãs e atua em nós e sempre caminha
conosco, pois Ele é Emanuel.
Procuramos como comunidade animada pelo nosso
Carisma salvatoriano continuar dando o nosso
testemunho pessoal e comunitário e, como resposta
aos desafios, mantendo uma atitude iluminada pelos
valores do nosso carisma, sobretudo mostrando o rosto
do Deus Salvador e Libertador através de uma visão
mais libertadora de Deus na abordagem dos conteúdos
formativos e, de modo especial, nas abordagens da
Sua Palavra na Bíblia que nos convoca: “Vão pelo
mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a
humanidade”. (Mc16,15).
Comunidade Imaculada Conceição, Gavião BA
Irmãs: Maria Auxiliadora de Sales Maria Zélia de Lima
Ângela Antônia de Castro
Guariba – Mato Grosso
Enquanto ainda houver sobre a terra um único ser humano que não conhece a Deus e não O ama sobre todas as coisas, não poderás sossegar um instante sequer.
Enquanto Deus não for glorificado em toda parte, não poderás sossegar um instante sequer. Pe. Jordan
É com esse poema escrito pela Ir. Vera Lúcia que o compôs enquanto estava na Missão Inter
Congregacional na cidade de Manaquiri AM, que partilho com você querido(a) leitor(a) do boletim ELO, a
experiência missionária que eu Monica vivo juntamente com as Irmãs Jeane, Admir, Terezinha e a missionária
leiga Fátima em Guariba-MT.
“Só por Amor”... É por amor...
Que fazemos todas as coisas, nos cansamos, ultrapassamos nossos limites!
É por amor... Que doamos nossas vidas,
pois não medimos esforços para cuidar de outras vidas! É por amor...
Que lutamos contra toda injustiça, que fere, que mata e não deixa a vida nascer!
É por amor...
Que enfrentamos ventos, tempestades em nossas vidas,
só para ver no olhar sereno de uma criança, o verde da esperança contida num sorriso de acolhida!
É por amor... Que cuidamos dos doentes, dos carentes, sem nos
esquivar, deixando que nos evangelizem, pois também somos
gente, pequena, simples e humilde e também precisamos de alento!
É por amor...
Que a cada novo dia, se enche nosso coração de alegria e novamente, pronto o corpo está para servir e outra vez se doar!
É por amor... Que somos gratuidade, não importa nossa idade, na relação de ser e amar!
É por amor... Somente por um grande amor Que somos uma pequena e simples melodia na boca do Criador
que nos impulsiona a só nos doar, se for para amar! É por amor! Tudo por amor!
Ir. Vera Lúcia Palermo, SDS
(missão em Manaquiri AM - 2004)
Jesus: O nosso Divino Salvador nos chama a cada dia e nos convoca a assumir a missão com
disponibilidade, generosidade e alegria. E é com essa alegria e o coração ardendo que desde o final de Abril,
tenho vivido um Kairós, tempo de graça, tempo de perceber a presença de Deus na realidade tão desafiadora,
mas envolvente de Guariba.
Desafiadora porque assim como no tempo de Pe. Jordan, ele se sentia aflito diante da falta de fé e
compromisso, hoje este mesmo fato gera em nós, sentimentos de desafio e de apreensão. Somos impulsionadas
a buscar formas de chegar até o povo, que por qualquer motivo abandona a Igreja e passa para outras Igrejas.
Segunda uma estatística local, somos a 4° Igreja em número de fiéis. Sentimos a falta de lideranças, pessoas
comprometidas e que animem a comunidade.
Mas apesar das dificuldades, as Irmãs marcam uma
presença significativa no meio do povo e com o povo.
Estamos envolvidas nas pastorais da criança, catequese,
saúde, liturgia e familiar.
Um atividade importante que a missionária Leiga
Fátima juntamente com o Pe. Roberto desenvolve e que
agora eu também ajudo é as visitas e a missa nas
comunidades distantes do distrito de Guariba. O Pe. Roberto
celebra uma ou duas vezes nas comunidades, dependendo
da distância, porque tem umas que se demora mais de 5hs
para se chegar devido às péssimas condições das estradas e
tem aquelas a que só se chega com barcos, são as
comunidades ribeirinhas. Mas apesar das dificuldades é um momento rico da nossa experiência missionária nas
terras do Mato Grosso. É um momento de partilhar a vida, de celebrar a Palavra e acolher o que o povo na sua
simplicidade nos oferece e nós a ele. As pessoas se alegram quando levamos algo diferente para partilhar com
elas, tais como dinâmicas, conteúdos formativos, DVDs, etc. É um povo sedento de saber sempre mais.
Pe. Jordan quer que utilizemos todos os meios e modos que a caridade de Cristo inspirar, para tornar
Jesus Cristo mais conhecido e amado. Um meio de comunicação forte em Guariba é o rádio. É através dele que
as pessoas se comunicam, passam recados e sabem de tudo que acontece na região. Nós aproveitamos esse
meio de comunicação para chegar até as pessoas também. E logo que nos veem indo para o rádio, pedem para
mandar um alô.
Comecei este artigo com um poema intitulado: “É somente por amor”... E é por amor, somente por amor
que a cada dia nos colocamos no seguimento de Jesus, que confiamos na sua Divina Providência e na sua
promessa que estaria conosco todos os dias até fim.
É somente por amor que todos os dias peço ao Nosso Divino Salvador que conduza meu barquinho, e
que me faça partir sempre quando necessário para cumprir a missão, a missão de “ir pelo mundo inteiro e
anunciar a Boa Noticia para toda humanidade (Mc16,15).
Concluo este artigo, partilhando um fato que me aconteceu quando estava a caminho de Guariba. Parei
em Juína, uma cidade antes para poder seguir viagem. Fiquei na casa de uma família, que me acolheu muito
bem. E logo que as filhas da dona da casa souberam que eu vinha para Guariba ficaram preocupadas e me
questionaram o que tinha feito para ser transferida para uma terra como Guariba, distante de tudo e todos.
Assim eu falo para elas e para você leitor(a), como Jesus falou “Ninguém me tira a vida, eu a dou livremente”.
Assim, eu livremente e com muito amor partilho a minha vida e meus dons com o povo de Guariba, para que
eles possam conhecer a amar o nosso Divino Salvador e assim segui-lo com mais amor, coragem e audácia.
Confio na intercessão de nossos fundadores Pe. Jordan e Madre Maria dos Apóstolos e nas orações de
cada Irmã, leigos (as), Padres e Irmãos que abraçam o mesmo ideal.
Mônica Fernandes S. Braz Missionária Salvatoriana
Na bela tarde de sábado do dia 16 de junho de 2012, reuniram-se em Santa Bárbara d´Oeste os leigos
salvatorianos das cidades de Santa Bárbara e de Piracicaba grupos: Kairós, Partilhando com Jesus, Emanuel, União
Fraterna, os representantes da ADS nacional Mauro e Laura
Sônia e Neive, (coordenadores Nacional), os representantes da
regional São Paulo Maria e Costa, Bia e José Alécio, Merli e
Celso as algumas Irmãs salvatorianas e as vocacionadas vindas
de São Paulo e do Maranhão.
O objetivo deste grande momento celebrativo - festa da
família salvatoriana foi comemorar os 164 anos do aniversário
de padre Jordan fundador da Família Salvatoriana. A renovação
dos compromissos dos grupos União Fraterna, Kairós e
Partilhando com Jesus e o primeiro compromisso do grupo.
Irmã Renária acolheu a todos os presentes e aproveitou
o momento para falar da importância da intensificação do
compromisso batismal no assumir também a missão da Salvatoriana na Igreja, colaborando para a salvação de todos e
para as condições que favorecem a vida das pessoas, principalmente com o testemunho da própria vida.
No inicio do momento celebrativo houve a apresentação de alguns símbolos que devemos lembrar no nosso dia-a-dia.
A vela acessa: colocada em nosso meio representando a missão salvatoriana centrada na pessoa de Jesus Cristo
ressuscitado, que presente em nosso meio nos impulsiona a caminhar.
A imagem de Pe Jordan: que vivenciou esta fé em Jesus ressuscitado
levando-O a todas as pessoas.
A bíblia: palavra de Deus que é alimento diário para nossa caminhada de
discípulos/as missionários/as.
Quatro velas: representando cada grupo presente que foi retomado no
momento da renovação dos compromissos.
A Mesa Redonda: com as cores dos 5 continentes enfatizando a
Universalidade da Missão Salvatoriana.
Dando seguimento à celebração, o Sr Fernando Costa
Coordenador Regional/SP fez a reflexão sobre o Evangelho de
Mateus 28, 16-20 e sobre a missão da família salvatoriana nos dias de hoje. A renovação dos compromissos
implica em sermos chamados/as para uma missão e vale a pena ressaltar que atualmente o leigo deve trabalhar
em seu interior, em sua própria família, no seu trabalho, em seus grupos de convivência e onde Cristo pedir
com o objetivo de testemunhar que a Salvação é para toda a humanidade e que para que todos tenham vida em
abundancia precisamos cuidar e amar toda a criação (meio ambiente). Precedendo a renovação dos
compromissos cada coordenador falou um pouco de algumas características de seu grupo:
Para encerrar a celebração do aniversário de padre Jordan e a renovação dos compromissos dos grupos,
todos os presentes se confraternizaram com os alimentos juninos que trouxeram para partilhar com os demais.
Marlene e Edilson Grupo Kairós
Retiro de Espiritualidade Missionária
O Centro Cultural Missionário, organismo da
CNBB, promoveu um Retiro de Espiritualidade
Missionária em sua sede em Brasília, de 16 a 20 de
julho. O Retiro foi orientado pelo Pe. Guido Labonté,
pmé, missionário da Sociedade das Missões
Estrangeiras de Quebéc, Cánada. Estavam presentes
neste, 14 pessoas sendo 4 Religiosas 1 Seminarista, 2
Padres diocesano e 7 leigos e leigas de diversas partes
do Brasil. O Tema do mesmo foi: Brasil Missionário,
Partilha a tua Fé com a América. Fomos convidados/as a situar a nossa oração
no contexto universal. Rezando cada dia por um
continente entrando em comunhão e trazendo presente
sua realidade. “A consciência da universalidade da
missão evangelizadora que a Igreja recebeu deve
permanecer viva, como, aliás, a testemunha
continuamente a história do Povo de Deus que
peregrina na América. A evangelização torna-se mais
urgente junto de todos aqueles que, vivendo neste
Continente, ainda não conhecem o nome de Jesus, o
único nome dado aos homens para se salvarem (cf. At
4,12). Infelizmente, este nome é desconhecido por
larga parte da humanidade e em muitos ambientes da
sociedade americana” (João Paulo II, Ecclesia in
America, 74).
A mística da missão. Experiência mística de Deus.
São João descreve a dimensão mística da fé,
por um lado, associada ao conceito da contemplação;
por outro, à imagem de convivência e permanência.
Primeiramente, vemos em Jesus Cristo o Verbo
Divino que se fez carne; nele, a glória de Deus torna-
se visível na frágil condição de um ser humano. O
João observa a fundo Jesus, que, por sua vez, observa
os discípulos; eles vão a Ele para observar como Ele
vive. Um ato de ver para perceber Jesus, para
observá-lo e olhar para Ele de olhos abertos. A fé é
um olhar profundo. Outro aspecto da mística de João
se apresenta na imagem de Deus habitando entre os
homens. Em suas últimas palavras, diz Jesus no
Evangelho de João: “Se alguém me ama, guarda
minha palavra; meu Pai o amará, viremos a ele e nele
faremos morada” (Jo 14,23). Faremos em seu coração
uma morada, na qual nele, ou com ele, habitaremos.
As expressões “morada” e “permanecer” são
frequentemente repetidas nesta passagem do texto.
Jesus nos reserva uma morada nos céus, mas, desde
já, vivemos ou permanecemos nele, pois Ele é a
videira e nós somos os ramos. Assim Ele nos diz:
“Permanecei em mim e Eu permanecerei em vós. O
ramo não pode dar fruto por si mesmo se não
permanecer na videira. Assim também vós, se não
permanecerdes em mim” (Jo 15,4).
A existência e a efetividade dos frutos
humanos vêm da nossa unidade com Cristo, de nele
habitaremos, de nele e com Ele permaneceremos.
Reciprocamente, Deus e o Cristo também habitam em
nós. Cristo é o cerne interior, através do qual
encontramos nosso EU verdadeiro. Outra imagem que
expressa a dimensão mística no Evangelho de João é a
da unidade. Refere-se a uma unidade misteriosa, uma
unidade entre pessoas, entre o Pai e o Filho, mas
também entre o Filho e nós. No Filho, tornamo-nos
UM também com o Pai. (Jo 17,21-23).
Tudo em nós
deve absorver-se na
unidade com Deus.
Não é uma fusão, e
sim uma unificação
pessoal com Deus.
Jesus mostra, no
Evangelho de João,
um caminho para essa
unidade: do Pai, Ele
desceu à terra, para
em Deus acolher
todos os homens.
Portanto, só nos tornaremos UM com Deus se, tal
como Jesus, tivermos a coragem de descer ao fundo
de nossas almas e deixar que o Espírito e o amor de
Deus permeiem tudo. Assim, no fundo de nossas
almas, seremos UM com Deus.
“A fé vem da escuta” (Rm 10,17).
“A fé entra pelo ouvido, ouvindo a mensagem do
Messias”, ou então: “a fé procede da audição”. “Oxalá
ouvísseis sua voz: „Não endureçais os corações...‟” (Sl
95,8). Quem fecha o coração deixa de ouvir. A aliança
de Deus com seu povo exige que o povo esteja
continuamente ouvindo a voz do Senhor. “Ouvir”, na
Bíblia, significa além de “atender” e “entender”,
“obedecer”. Sobretudo no imperativo (shema),
significa “escutar aceitando” a Palavra de Deus, a sua
lei, as suas exigências.
Escutar o silêncio Só no silêncio podemos entrar na intimidade com
Deus. O silêncio é a porta do céu. Jesus costumava, na
calada da noite, subir à montanha para rezar. No silêncio
ouvia e falava a seu Pai. A raiz de toda a espiritualidade é a
experiência de Deus no silêncio, o encontro pessoal com o
Senhor que transforma a vida. Deus fala também pelo seu
silêncio, no sofrimento e na tristeza, na perseguição e nas
ameaças abertas e veladas, na “noite escura do espírito” do
“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? (Sl
22[21],2; Mt 27,46; Mc 15,34). Nas horas escuras é só a
oração que nos sustenta e nos faz perseverar.
O clamor do silêncio
Existe ainda uma outra dimensão do “ouvir” em que a voz
de Deus nos chama de modo não menos intensivo. Chega
até a se tornar um clamor desafiador, impetuoso,
comprometedor. Deus aparece a Moisés na sarça ardente e
o chama “Moisés, Moisés!”, ao que este responde: “Eis-me
aqui!”. Manda tirar as sandálias, pois o lugar “é uma terra
santa”. Aí Deus se revela: “Eu sou o Deus de teus pais...”.
Mas este Deus a quem Moisés ouve se revela também
como um Deus que – ele mesmo- vê e ouve. “Eu vi,, eu vi
a miséria de meu povo que está no Egito. Ouvi o seu grito
por causa dos seus opressores...” (Ex 3,7). Estêvão, o
protomártir da Igreja, antes de morrer apedrejado, se refere
exatamente a essas palavras (At 7,34).
Quem não sente calafrios ante aquela terrível
palavra dirigida a Caim que acaba de matar a seu próprio
irmão: “Ouça o sangue de teu irmão, do solo, clamar por
mim!” (Gn 4,10).
Assim, o sangue continua a clamar a Deus, desde a
Amazônia e todos os rincões do nosso país. Violência
gerando violência, morte sendo vingada por outra morte,
sangue derramado provocando rios de sangue derramado!
Estatísticas confiáveis... não há! Inquéritos são
instaurados, só quando se trata de pessoas mais conhecidas
ou tem uma relação com um pais do exterior... “Há
cemitérios na Amazônia com inúmeras cruzes sem nomes,
há cemitérios clandestinos sem cruzes! A mata cresce por
cima das sepulturas e esconde o sangue derramado” (Dom
Erwin).
Deus ouve o clamor e age. No Êxodo ele “desce a
fim de libertar [o povo] da mão dos egípcios”(Ex 3,8).
Caim, porém, é “expulso do solo fértil que abriu a boca
para tragar o sangue do irmão”(cf. Gn 4,11).
Assim, o que fica como imperativo para todos nós,
cristãos/ãs- que pode se considerar como “outro lado da
moeda” de toda a mística cristã, é “ouvir” o próximo,
estar à escuta, dar ouvido ao clamor do povo, não tapar o
ouvido diante do grito de dor da humanidade. “Ouvir” não
é uma escuta passiva, mas olhando pelo sentido bíblico:
um “escutar, aceitando” o grito como desafio, como
chamado, como exigência de assumir uma causa, de ir
ao encontro de um povo que chora; que se debate na
extrema miséria, que é oprimido, expulso de sua terra,
povo que é explorado, agredido em sua dignidade,
desrespeitado nos mais elementares direitos à vida
(ref. Dom Erwin).
Partilha da Colocação de Pe Guido
Irmãs: Filomena Tominaga e Vera Lucia Palermo
“Esta é a Vida Eterna:
Que todos conheçam o Deus Único e Verdadeiro e a Jesus Cristo que Ele enviou”.
(João 17,3)
Este motivo foi vivido por Ir. Gertrudes Rocha Lima durante os 58 anos de sua vida vividos na
Congregação das Irmãs do Divino Salvador, conhecidas como Irmãs Salvatorianas. Destes, 58 anos de sua Vida
Consagrada a Deus, foram colocados a serviço dos irmãos mais necessitados: crianças, jovens, adultos e idosos.
Iracema Rocha Lima nasceu na cidade de Caucaia Ceará em 05/01/1923. Entrou na Congregação das
Irmãs do Divino Salvador em 06/02/1955, na cidade de
Americana, Estado de São Paulo e lá, teve a sua formação
para a Vida Consagrada juntamente com outras jovens.
Percorrendo todo o processo de formação, ela iniciou o seu
período de Noviciado no dia 1º de fevereiro de 1957
recebendo o nome religioso de Gertrudes e, em 2 de fevereiro
de 1958, fez a sua Primeira Profissão Religiosa, emitindo os
votos de pobreza, castidade e obediência, para viver a sua vida
a serviço do Reino. Em 02/02/1964 fez os votos perpétuos.
Ir. Gertrudes morou em Roma por cinco anos exercendo no
Hospital Internacional Salvator Mundi a profissão de
odontóloga. Desse período, residindo na Casa Mãe em Roma,
Ir. Gertrudes manteve carinhosas lembranças das Irmãs da
comunidade internacional, dos médicos e funcionários do
hospital, expressadas pelos comentários através das fotos que
carregava consigo.
Vindo de Roma, Ir. Gertrudes serviu também como
dentista no Patronato Santo Antônio, São José dos Pinhais, Paraná. Nessa residência de menores, meninos e
meninas, ela criou um relacionamento profundo. Esta amizade e gratidão eram comprovadas nas visitas
recebidas, por muitos anos, de ex-alunos do Patronato que lhe traziam notícias dos colegas, já formados em
Direito, enfermagem e medicina e, que como bons cidadãos, viviam o que tinham apreendido com ela no tempo
de sua infância e adolescência.
Com a sua formação em odontologia Ir. Gertrudes deu aula no Educandário Divino Salvador em
Americana/SP, foi professora de Ciências Físicas e Biológicas, Ir. Gertrudes viveu amizade profunda com
alunos e famílias italianas e com uma família exilada do Chile, que naquela época, procuraram o Educandário
para seus filhos estudarem. Esses jovens a procuravam com muita frequência para conversar e se orientar.
Em Fortaleza, Ir. Gertrudes trabalhou no Externato Coração de Maria e em escolas estaduais no Conjunto
Ceará, bairro de Fortaleza, sempre estimada e respeitada pelos alunos e professores.
Já, caminhando em sua idade avançada, Ir. Gertrudes foi presença doada e feliz em seu grupo de oração e
reflexão bíblica no Bairro Bonsucesso. Os componentes desse grupo são mulheres da terceira idade. Grande
era a sua preocupação e carinho por elas.
Em Janeiro de 2012 foi morar na Comunidade Maria da Libertação em São Joaquim da Barra/SP, onde
faleceu em 23/07/2012 de choque séptico, Abdome Agudo Obstrutivo e Insuficiência Cardíaca.
A simplicidade em tudo o que fazia era sua marca. Diante da infinitude da Vida Eterna feliz, temos certeza; Ir.
Gertrudes está vivendo em Deus, e os seus 89 anos vividos com seus familiares e conosco são como gotas de
água no oceano infinito do amor de Deus. Nós, Irmãs Salvatorianas somos muito gratas a Deus por nos dar Ir.
Gertrudes para ser nossa irmã.
Na Celebração Eucarística de 7º dia vivemos a memória da Vida, Morte e Ressurreição de Jesus,
fazendo também a memória de Ir. Gertrudes, agradecemos a Deus o grande presente de inigualável valor que
Ele nos fez colocando-a, por sua própria escolha, como membro da nossa Família Salvatoriana.
Ir. Gertrudes, temos certeza de que seus feitos são acolhidos por Deus e continuam a evangelizar as
mentes de quem a ouviu, intercede por todas nós, junto de Deus. Amém
Irmãs: Isabel Tooda, Eliane de Calis, Crisóstoma Galvão.