Antologia de escritores Contemporâneos · 2020. 6. 9. · 13 Judiciário do Estado de Mato Grosso,...
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Antologia de escritores
Contemporâneos
Volume 02
Janeiro/2020 1ª Edição
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Organizadora: Dolores Flor da Cruz Leite
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
Carla Lopes Ferreira (Bibliotecária CRB1-2960)
Índices para catálogo sistemático
Literatura brasileira: poesia 82-1 Literatura brasileira: poesia B869.91
EDITORA AÇÕES LITERÁRIAS CAIXA POSTAL 785 – SINOP - 78.551-350
FONE (66) 9 9643-5501
www.escritorescontemporanos.com.br
L632a
Leite, Dolores Flor da Cruz (Org.)
Antologia de escritores contemporâneos / Dolores Flor da Cruz Leite (Org.).– 1. ed. – Sinop, MT: Ações
Literárias Editora, 2020.
92 p. ; 14x21cm.
Volume II
ISBN 978-859304826-5
1. Literatura brasileira - poesia. 2. Versos. I. Título.
CDU 82-1 CDD B869.91
Sumário
Ao Leitor .............................................. 10
NOSSA HISTÓRIA NOSSOS ESCRITORES
............................................................ 12
Falando com nossa homenageada ........ 15
Bernadete Crecêncio Laurindo .............. 15
Anéis de saturno .................................. 21
O dia depois da corrupção ..................... 22
Dos Versos .......................................... 23
PER SE” .............................................. 23
Verdade .............................................. 24
Dúvida ................................................ 24
Lista ................................................... 25
Espanto .............................................. 26
Porta Aberta ........................................ 26
Gostosura ........................................... 27
Mudança ............................................. 28
Quadro ............................................... 29
Engano... ............................................ 30
Reverso do verso ................................. 31
Presente ............................................. 31
Marcelo Afonso Portes ......................... 34
Aprender a ser ..................................... 34
Josivaldo Constantino dos Santos ........ 36
Solidão partilhada ................................ 36
Maria Clara Flor ................................... 38
Nas águas ........................................... 38
Dorenice Flor ....................................... 40
Quando o silêncio acabou ...................... 40
Marlene Santos da Silva ....................... 42
Me segurou ......................................... 42
Viva" .................................................. 42
Marilene Sousa Henning ....................... 44
A separação do amor ............................ 44
Recadinho para você ............................. 45
Dolores Flor ......................................... 46
Quando se perde um amor .................... 46
Custava dizer....................................... 47
Jacinaila Ferreira ................................. 48
Descoberta .......................................... 48
Vida ................................................... 49
Marlete Dacroce ................................... 50
Louco desejo ....................................... 50
Rejeição .............................................. 51
Rosane Gallert Bet ............................... 52
Pulsação ............................................. 52
Kiara Baco Anhon................................. 54
O iluminar de ideias .............................. 54
Amanda Lima de Oliveira ..................... 56
Nada te define ..................................... 56
A metade que não me falta .................... 57
Leni Zilioto ........................................... 58
Simples assim ...................................... 58
A rainha da noite .................................. 59
Antonio Cesar ...................................... 60
Escapulas e consequência ...................... 60
Abstruso ............................................. 60
Finito .................................................. 61
A máscara da tentação .......................... 61
Shirlei Alexandra da Silva .................... 62
Pegadas vermelhas ............................... 62
Vilson Roque Bocca .............................. 64
Amor-Vício .......................................... 64
Arroubo Poético ................................... 65
Andréa Miriam Laurindo Siqueira ......... 66
Criança ............................................... 66
Infinitas .............................................. 67
Maria Cristina de Sá Pereira ................. 68
Netos ................................................. 68
Viajeira ............................................... 69
Mafalda Moreno ................................... 70
Ler é descobrir ..................................... 70
Horizontes divididos .............................. 71
Valter Figueira ..................................... 72
Soneto da Esperança ............................ 72
Soneto da esperança II ......................... 73
Anna Figueira ...................................... 74
Acabou! .............................................. 74
Nessa vida .......................................... 75
Josiane Domeni Lima ........................... 76
Falso Sorriso ....................................... 76
A Saudade .......................................... 77
Jusineia Menezes de Carvalho .............. 78
O Tempo ............................................. 78
Posso não ter parido, mas, sou mãe de
filhos! ................................................. 79
Ireneu Bruno Jaeger ............................ 82
Onde fica o metatarso ........................... 82
Simone de Sousa Naedzold .................. 84
O encantador de borboletas II ................ 84
Manoel Rodrigues Leite ........................ 88
Quarta de futebol ................................. 88
=== POESIAS ===
==CONTOS ==
Ao Leitor
A Ações Literárias Editora, apresenta esta belíssima coletânea de poesia que vem homenagear Bernadete Crecêncio Laurindo. Escritora de encantadores escritos literários, suas obras carregadas de doçuras, encantos e poesias que soam harmoniosamente entre arranjos de letras que transformam em seus lindos versos, horas de amor, sonhos, realidades e momentos queiram escritos definem seus leitores. Juntos somos 27 escritores, as primeiras páginas são todas dedicadas a ela, por sua dedicação literárias, sua caminhada, para que fique registrada em nosso atual cenário literário.
Dolores Flor Editorial
NOSSA HISTÓRIA NOSSOS ESCRITORES
BERNADETE CRECÊNCIO LAURINDO
Membro da ASCL – Academia Sinopense de
Ciências e Letras
Fundadora e Ocupante da Cadeira n. 04
Patrono: Cruz e Sousa
Catarinense de São José, e reside em
Sinop, há 33 anos. Advogada, Professora e
aposentada por tempo de serviço, pelo Poder
13
Judiciário do Estado de Mato Grosso, como
Oficial de Justiça. Graduada em Letras e
Direito, cursou Pós-Graduação Lato Sensu,
com Especialização em Língua Portuguesa.
Escreve contos, crônicas e poemas. Foi
Presidente da Academia Sinopense de Ciências
e Letras, no período de setembro de 2015 a
outubro de 2016.
Veio para Sinop, em janeiro de 1986,
com o fim de gerir a criação, implantação e
funcionamento da Escola Gente Esperança da
APAE local.
Professora desde os quinze anos de
idade, sua prática docente abrangeu, desde o
ensino fundamental, à Universidade. Atuou nas
modalidades de Ensino Regular e Ensino
Especial - área de Deficiência Visual, com o
método de escrita e leitura ampliado e Braille.
É membro do Fórum Permanente de
Educação do Município de Sinop, e participou
da elaboração do Plano Decenal de Educação
para o decênio 2015/2025.
14
O Plenário do Legislativo Sinopense lhe
concedeu duas Moções de Aplauso e o Título de
Cidadã Sinopense Benemérita.
Obras Publicadas
POR FALAR EM TI
ENCONTROS DE LONGES CAMINHOS
VERSOS E SEUS REVERSOS.
Está escrevendo um novo livro, que relata a história
de uma família sob o estigma da hanseníase;
história essa, ocorrida entre 1940 e 1952, sob o
governo de Getúlio Vargas, sendo a própria autora,
personagem real.
15
Falando com nossa homenageada
Bernadete Crecêncio Laurindo
1- AL: Como foi o seu primeiro contato
com a literatura?
Bernadete: Vejo que tenho várias respostas
para esta pergunta. Atenho-me às mais curiosas lembranças: muito antes de “conhecer
as letras”, eu já me via às voltas com livros das
minhas irmãs; lembro-me de uma tarde de
muito sol, entre um canteiro de dálias e rosas,
eu debruçada sobre um livro, seguindo as
letrinhas, esperando que elas se mexessem
como as formiguinhas, nos canteiros de rosas
da minha irmã... Eu sentia atração irresistível,
curiosidade, pelas letras... E me perdia por
entre os labirintos desenhados por elas.
Ao aprender a ler, ainda no primeiro ano
escolar, obtive autorização da professora, e com avidez, corri à biblioteca do colégio, para
pegar meu primeiro livro: Alice no País das
Maravilhas! Inesquecível, para mim! Cheguei à
adolescência, ainda com “inveja” da Alice...
Depois desse livro, não parei mais de ler.
Concretamente, minha primeira produção
literária se deu ainda no primeiro ano. Dona
Mônica, a Professora, nos apresentou uma
16
gravura, representando uma galinha e seus
pintinhos, fugindo assustados, de algum
invisível perigo. Mandou que escrevêssemos
sobre isso. Lembro-me do tema que escolhi –
imaginei que a mãe buscava proteger seus
filhotes, de uma tempestade iminente. Devo
ter escrito muito bem, pois Dona Mônica se
mostrava encantada; ria e relia a redação, e
saiu a mostrá-la a outras professoras.
2. AL: Desde quando a senhora escreve
literatura?
Bernadete: Considero que iniciei aí, com essa redação, minhas produções literárias. Em
criança e na adolescência, escrevi muita coisa
que hoje, por certo, teriam seu encanto...
Voaram, porém, nas asas do tempo; ou
viraram cinzas, nos diários de adolescente...
Somente em novembro de 2015,
publiquei meu primeiro livro.
3. AL: Fale-nos um pouco do seu trajeto
literário.
Bernadete: Sinto como se já tivesse chegado
“aqui”, ao mundo, compromissada com o escrever, com a Literatura. A graduação em
Letras escancarou-me portas para a uma certa
“intimidade” com os autores, os que há muito
eu “espiava”, embevecida. Daí, timidamente,
comecei a pensar: - E se eu pudesse escrever
um livro?...
17
4. AL: Como é que surge a ideia de
escrever um livro?
Bernadete: Não produzo, especificamente,
visando à publicação. À medida que escrevo e
os textos se acumulam, faço uma avaliação,
ponho-os à apreciação e decido então, publicá-
los.
5. AL: Como funciona o seu processo de
criação? Quais sãos suas manias (ritual da
escrita)?
Bernadete: “Luz”, é assim que vejo esta
sensação de chamado ao qual não há resistir. A Poesia clama por ser escrita; parece que vem
de “um país” onde não há relógio, calendário,
espaço geográfico e nada que não seja ela; ela
surge quando quer, e esse é o seu tempo;
precisa ser segurada num papel, num registro,
e no seu instante, porque é repente, é fugaz.
Então, obediente às suas “excentricidades”,
arranjo logo um jeito de segurá-la, onde quer
que ela me encontre. Já produzi textos em filas
de banco e de consultas médicas, em aviões,
ônibus, em aeroportos, em rodoviárias, e
caminhando. Já escrevi em guardanapos de restaurantes, em margens de jornais e
revistas, e em papel de embrulhar pão.
6. AL: Você é graduada em Direito e
Letras. Como esses conhecimentos te
ajudam na hora de escrever?
Bernadete: Ambos os cursos, Letras e Direito
têm a palavra como matéria prima de sua
18
produção. Letras estuda a alquimia das
palavras, suas metamorfoses e nuanças; para
determinar seu querer jurídico, Direito usa toda
essa vasta gama de sentidos e valores que
aportam em cada palavra. Aí, ela é como ferro
em brasa na mão do ferreiro: ele a molda, lhe
dá forma. É como barro na mão do oleiro... Daí
a afinidade dessas Ciências com a produção
literária.
7. AL: Quais escritores influenciaram o
seu processo de criação literária, desde o
início? Bernadete: José de Alencar e Cruz e Sousa, por
primeiro, despertaram minha atenção para a
beleza da poesia na palavra. O livro Iracema,
lido ainda no segundo ano escolar me
impressionou de tal forma, que por anos, eu
sabia de cor, a primeira página: “Verdes mares
bravios da minha terra natal, onde canta a
jandaia nas frondes da carnaúba...” Cruz e
Sousa, pelos versos que eu ouvia meu irmão
declamar: “Vozes veladas, veludadas vozes...”
8. AL: Quais são os seus próximos projetos literários?
Bernadete: A publicação de um livro que estou
escrevendo; projeto de longa data, que conta a
história de uma família sob o estigma da
hanseníase, durante o governo de Getúlio
Vargas. Uma história real.
19
9. AL: Quais são seus escritores / livros
favoritos?
Bernadete: Tantos, para nominá-los! Entre
romancistas e poetas e suas obras, citando-se,
para constar, na Literatura Brasileira: de Padre
Antônio Vieira, a Cruz e Sousa, Alphonsus de
Guimaraens, Rachel de Queiroz, Jorge Amado,
Zélia Gatai, Érico Veríssimo, Carlos Drummond
de Andrade, Cecília Meireles, Vinicius de
Moraes, João Cabral de Melo Neto, Clarice
Lispector, Ferreira Gullar, Manoel de Barros,
Mário Quintana, Ariano Suassuna, a Adélia
Prado e Paulo Leminski. Entre esses, incluo obras de poetas e romancistas Membros da
Academia Sinopense de Ciências e Letras, e
tantos mais autores de todos os tempos, que
me encantam sobremaneira. Entre os gêneros
literários, prefiro o narrativo – romance, contos
e crônicas; e o lírico – sonetos, versos livres e
haicais.
10. - AL: Qual obra sua que você gostaria
de destacar?
Bernadete: Há um certo bloqueio, certa
“timidez”, não sei bem, em destacar determinado texto ou obra. Ocorre-me, no
entanto, destacar aqui, a obra Versos e seus
Reversos, meu último livro. Indico-o, assim
como os outros, especialmente, quando a alma
pede poesia...
20
11. AL: Qual dica você deixaria para
escritores iniciantes, com base em suas
próprias experiências?
Bernadete: Primeiro, deseje. Não falo em
sonho, o sonho pode se desfazer, como nuvem;
não se aforando a uma conduta ética, o desejo
busca, se impõe, realiza. Se deseja publicar um
livro, defina o que quer desse livro. Escreva,
produza, dê asas ao seu projeto. Não se
intimide. Junte tudo isso a muito estudo e
muito empenho. A partir daí tudo é possível.
Seguimos com as belíssimas e encantadoras poesias de
Bernadete.
21
Anéis de saturno
A lua,
Vigia noturno, cumprindo seu turno
Na sua função.
Sono?...
Também de plantão!...
Rodeando a lua, feito anel de Saturno...
22
O dia depois da corrupção
E agora, nós?
E os nossos jovens
E os nossos
meninos
Presos em casa,
Com medo,
Perplexos,
Porque lá fora
O bicho papão
Pode levá-los
Ele pode arrancá-los
Sem pena, sem dó,
Do colo da mãe
Do zelo do pai
Do amor dos
irmãos!
Do cuidado da avó
E agora, Planalto,
Governador?!
E agora, Prefeito?!
E agora, Senado,
Deputado,
Vereador?!
E agora, Delegado,
Polícia?!
E agora, MM. Juiz
O que me diz?!
E as SUAS LEIS?!...
E os SEUS
CÓDIGOS
PENAIS?!...
E os SEUS VALORES
ÉTICOS?!...
E agora,
Governante
Corrupto?
Político Corrupto?
Polícia Corrupta?
Judiciário Corrupto?
E agora, nós?
E as nossas
crianças?!...
23
Dos Versos
Meus versos
Não são
Meros versos
São nossa história
Nunca contada
Cantada em versos
Oculta nos versos
Versos tão meus
De uma história tão nossa!
PER SE”
Tudo aconteceu
Conforme o imprevisto
O inusitado, o
miraculoso
Passado e presente
Encontraram-se E deram-se as mãos
E, felizes, caminharam
Rumo ao futuro
Milagre do amor!
24
Verdade
Nada é definitivo
Nada é absoluto
Nada é verdade
Nada é mentira
Nada é estável.
Tudo está
Absolutamente
Predestinado
A ser mutável.
Isso é,
Definitivamente, Imutavelmente,
Verdade absoluta.
Dúvida
Tudo
Na minha
Vida Se foi.
Como foi
Que você
Permaneceu?
25
Lista
Sol na janela
Gritando a aurora.
Criança que chora,
Moça que passa,
O emprego que aguarda.
Rua em tumulto.
Multicores uniformes Empoleiram bicicletas,
Outros tantos,
As motocicletas.
Amassam, outros, o barro,
Outros aceleram o carro.
Passa o cortejo apressado,
Pelo relógio, acuado.
Para amanhã, ou depois,
Esperarão os “bons dias”.
Os encontros,
As alegrias,
Vida para a ternura,
Para o amor e a magia,
Só amanhã ou depois.
26
Espanto
Lembrei agora,
Que hoje,
Não me lembrei
De você.
Bom ou mau?
Não sei.
Lembrei agora,
Que hoje Não me lembrei
De você.
Porta Aberta
Vou deixar a porta aberta.
Podes entrar, se vieres.
É possível que
O velho hábito
Te faça, como autômato, Seguir-me os passos.
Vou deixar a porta aberta.
Mas não demores.
Ela poderá se fechar
Sem prévio aviso.
27
Gostosura
Ah, gosto de ti!
Mais que abelha, de mel;
Mais que formiga, de açúcar;
Mais que cupim, de armário.
Gosto de ti,
Como o beija-flor, da flor;
O bicho, da goiaba;
O gato, de peixe de aquário.
Gosto de ti,
Como minhoca, de terra;
Borboleta, de jardim;
Coruja, de seu oco.
Gosto de ti,
Como a noite, de luar,
Como pássaro, de ninho,
Como de sonhos, o louco.
Ah! Como gosto de ti!
28
Mudança
Fim de ano
Esvazio gavetas
Encontro cantos
Empoeirados
Afasto Arrasto
Amasso
Acordo
Acalmo
Removo
Renovo
Refaço
Revivo
Remoço
Retiro...
Você!
29
Quadro
Eu quero a paz desta manhã
lavada
Eu quero a pureza deste azul de
céu
Eu quero este raio indiscreto de
sol
Rasgando frestas expostas
Eu quero esta brisa
Da manhã em risos,
Nos meus cabelos assanhados
E o cheiro de terra úmida
Recém-acordada
A invadir os meus sentidos
Eu quero a alquimia desta
manhã
Com seus raios dourados
Exalando perfume De brisa faceira
Eu quero
30
Engano...
Que pena,
Não reparaste,
Mas havia rosas
Entre os espinhos
Que eu te dei.
É que
Me esqueci
De te
Lembrar Que entre rosas
Sempre há
Espinhos.
Esqueci-me,
Também
De te pedir
Que cuidasses
Das rosas
Esquecendo-lhes
Os espinhos.
Então, Aconteceu
Que os espinhos
Te chamaram
Atenção,
E as rosas...
E as rosas?!...
31
Reverso do verso
Meu verso
Em reverso
Disperso
Imerso
Submerso
Em reverso
Meu verso
Emerso
Inverso
Extroverso
Meu verso
Controverso
Diverso
Adverso
Perverso
Meu verso
Meu Universo
Presente
De repente
Um presente
Que o Presente
Resgatou
Num momento
De repente
De presente
O Passado
Aprisionado
No Presente
Por um momento
De repente
O Passado
No Presente De presente...
Por um momento
De repente...
32
Escritores Contemporâneos
33
34
Marcelo Afonso Portes
Sinop/MT
Aprender a ser
Saber ser não é ser existencial,
Mas ser e saber ser para vida
Como saber se não sei correr atrás
Como viver se não sei responder o que me faz
Pensar que já sou sem sentir a ação É o mesmo que sentir a vida sem ter pulsação
Sentir a existência é acordar de um sono
É tomar o movimento relativo
É não ser um cão sem dono
É prever o impossível
Saber viver é ser o devemos ser
Depende da escolha do princípio não ou sim
Sempre tem início
Mas nunca tem um fim...
35
36
Josivaldo Constantino dos Santos
Sinop/MT
Solidão partilhada
Solidão no meu quarto de descanso..., de
morada..., de estudo..., de descobertas!
Quatro paredes..., poucos móveis. Muitos
quartos em um único quarto.
Não estou só! Há muitos solitários comigo, em
seus pequenos grandes quartos – no meu
quarto!
Estou entre quatro paredes. Eles também!...
Estamos!
Eu os liberto! Eles me libertam! Dialogamos...,
nos libertamos!
Eles, já me conhecem... Sabem tudo de mim!
Eu, na solidão, tento conhecê-los... Saber um
pouco deles.
Alguns me cansam muito! Riem de mim!
Brincam com minha inteligência!
Obrigam-me a começar tudo de novo! Eu
começo.
Outros, já num primeiro abraço me completam..., me bastam.
37
E como agradecimento muitas vezes
recomeço, só pra sentir o seu abraço
aconchegante mais uma vez...
Na solidão do meu quarto eu invado o
pequeno grande quarto de cada um deles...,
e, cada um..., invade o meu... Nos invadimos!
Eles adoram quando eu os liberto, quando
brinco com eles, quando brigo com eles.
Adoro quando os devoro com gula insaciável!
Eles adoram serem devorados! Fazemos
amor! Nos amamos!
Eles me modificam! Revestem-me! Enchem-
me de sentido! Dão-me vida!
Eu também os vivifico a cada invasão que faço
em seus mundos!
Quero apreender os seus mundos! Preciso
apreender os seus mundos! ... E eles me
convidam para visitá-los, invadi-los,
apreendê-los, senti-los.
É isso que os liberta. É isso que me liberta!
Não estamos sós em nossa solidão,
Partilhamos das nossas presenças
Convivemos em uma solidão não solitária
Nos completamos, nos bastamos,
Eu..., e eles..., os LIVROS.
38
Maria Clara Flor 09 aninhos
Sinop/MT
Nas águas
Nas águas há peixes, tubarões, baleias,
golfinhos e muito mais.
Nas águas há flores e frutos do mar
Águas de represas, lagos e lagoas
Há pessoas, sim, sim...
Os animais, é claro!
São muitos seres...
Precisamos preservar.
39
40
Dorenice Flor
Paranaíta/MT
Quando o silêncio acabou
Quando o Silencio acabou veio os primeiros
ruídos, era enjoos, fadigas e desconforto
Quando o Silencio acabou veio ansiedade
alegre e preocupante ao mesmo tempo
Quando o Silencio Acabou veio os primeiros
sorrisos e a certeza de que nunca mais a
solidão iria habitar em meu lar, nunca mais
carência!
Quando o silencio acabou meu mundo
ganhou mais luz e cor dando sentido a minha
vida!
Quando o Silencio acabou me tornei mãe!
41
42
Marlene Santos da Silva
Sinop/MT
Me segurou
1mundo 2 mundos
Frases de loucura
Vou viajando no
submundo
Vivo em 2 mundo
O interno e o
externo Me expresso ao
profundo
E sigo nesse inferno
As vezes infernal as
vezes paraisal
O poder da
argumentação
Segue a onda
adverbial
Cada guerreira com
seu depoimento
A cada universo
Uma prosa atoa
Nesse inverso
Vou ver quem voa
Início de favos de
mel
Sangrei, chorei e gritei
Acreditei que a
culpada
Era eu, eu e eu
Nessa prosa me
deitei
Flores não levantei
O espectro ali
ouvia: chorou, pois,
uma mulher ali
ferida estava.
Viva" O tropicalismo virou popular
Empírico ou vulgar
Conhecendo a vivência do homem
Vinculado á ação da destruição
43
Reformular ou formular
Pra que criar se vai acabar?
Pra que plantar, se irá se alienar
Mistura não misturada para popularizar
Movimento do misturado, para a ação misturar
Cultura atrelada entre o nacional e o internacional Políticos dizem não e humanos dizem sim
E assim o padrão entrando na música popular
Lutaram ontem, estão lutando hoje e lutarão
sempre
Doce para meus ouvidos e "é proibido proibir" Foi censurado com suas ideias inovadoras
Vamos reinventar as artes brasileiras?
Vamos criar, recriar e misturar?
Leis e fenômenos nesse processo evolutivo
Vamos de revolução sexual á guerra fria
Vamos nos enfiar de cabeça no antropofagismo
Me traga o disco "tropicália ou panis et circenses"
Para eu navegar nas ideias de temas urbanos e
modernos e aos folclóricos e populares
Ditadura ainda existe? ...camuflada?
Ditadura e intolerância andam de mãos dadas? Capinar a intolerância é preciso e ouvir "geleia
real" para se manifestar
Vou criticar entre tigres e leões
Viva o tropicalismo, viva tudo junto e misturado
Viva o internacional e o nacional...viva o MPB.
44
Marilene Sousa Henning
Peixoto de Azevedo/MT
A separação do amor
O tempo passa,
A vida continua,
E nela você se torna o máximo.
As vezes tento mudar,
O amor é mais forte do que tudo,
E continuo...
Desde que nos separamos, O meu amor por você aumentou,
Mais e mais...
O que não consigo colocar em meu coração,
É o porquê que faz,
Pessoas que se amam, se separarem.
As vezes penso que é o destino,
Outras, que é a falta de reajuste de ideias,
Enfim, surge na mente milhares de hipótese,
Mas nenhuma delas nos concretiza o fato.
Sempre me pergunto: por que as pessoas que
amam,
Têm que se separar? Sinceramente não sei!
Mas o engraçado é que nos separamos,
Porém, o amor é maior.
Sendo o amor a razão de tudo,
Tenho certeza,
Que um dia se encontrarão,
E então,
Não haverá mais desencontros.
45
E tudo será amor,
Somente amor,
Muito amor.
Recadinho para
você
Há! Você sabe,
quando tudo
começou?
Não digas que
esqueceu! Eu me lembro muito
bem.
Foi naquela
festinha,
Numa noite de luar.
Saímos a andar
pelas avenidas,
Conversamos,
sorrimos,
Mas, o mais
importante
É que falávamos de amor.
De tanto falar em
amor,
Quando menos
esperávamos,
Estávamos nos
beijando.
Parei, pensei, como
tudo aconteceu,
Engraçado,
A chama do amor se ascendeu.
O amor nasceu,
e fez moradia em
meu coração.
Ele estava vazio e
em segundos,
Estava preenchido
de amor,
muito amor por
você, te amo.
Este é o meu
recadinho, Porque queria
apenas dizer: te
amo, te amo...
46
Dolores Flor
Sinop/MT
Quando se perde um amor
Vejo as estrelas,
O sol,
A lua,
Tudo sem brilho...
Nada faz sentido.
O perfume das flores parece não existir.
O canto dos pássaros não tem encanto.
As águas correm como se nascessem, num lugar qualquer.
Não faz sentido saber que vêm da natureza.
O vento sopra como se estivesse
Trazendo o passado para o presente
E o futuro!
Nunca chega.
47
Custava dizer
Custava você dizer que o amor não existia?!
Dizer que sonhos são ilusões?
Dizer que viver não faz sentido?
Juro! Fiz tudo para ser feliz,
Mas tinha que ser você para me fazer
Desiludida!
Fiz de tudo um sonho,
Uma ilusão.
Você levou tudo de mim,
Só me deixou saudades e desejo.
Você foi um momento em que fiz um mundo.
Custava você chegar e dizer:
Desculpe!
A verdade é que nunca lhe amei!
48
Jacinaila Ferreira
Sinop/MT
Descoberta
Segue...
Apenas por rumo e atino!
A sina de escolher...
O escolhido.
Ama!
Por devoção ou instinto...
Capricho e desatino!
Os seus...
Viva...
Sem ao menos pensar
Em parar...
Encontra.
E agora...
A procura se finda.
Cumpriu
O último desafio.
Destino.
Descobriu que é possível resumir
A alma.
No último momento
Na última foto
No último
AMOR.
49
Vida
Viva o dia de hoje!
Só ele existe pra você.
O amanhã a Deus pertence...
E só chega se ELE quiser!
Faça as pessoas felizes!
E não se esqueça de viver... Nunca humilhe ninguém,
Mas ninguém é melhor que você!
Se no amanhã que não me pertence...
Aqui eu não estiver!
Carpe diem com prudência...
Viva, sinta, seja feliz e deixe viver!
50
Marlete Dacroce
Sinop/MT
Louco desejo
Num dia qualquer sem se quer imaginar
Um simples oi no Face
Após o número no celular
Uma chamada a voz encantadora
Que me levou a sonhar...
Um homem sem igual
Alto de pele morena
Dono de um corpo escultural
Encantador
Um verdadeiro Deus real
E, mesmo a distância
Já imaginava o momento de prazer
Como um toque que vicia
Num mundo só nosso
Pura sintonia
Corpos nus Beijos ardentes
Atração
Tesão
Desejo
Carinho
Amor
Sem nenhuma palavra
Ao sussurrar da voz muitas sensações
Num momento erótico único
Sinto o deslizar de suas mãos
51
Num ritual de loucura de desejo
Dominado pelo êxtase da paixão
Na madrugada
Silenciosa
Os corpos se tocam
Novamente a loucura
E, o nosso querer
Recomeça outra vez
Rejeição
Dias e dias de
êxtase De prazer
De entrega
E sedução
Mal acostumado
ficou
Dependente
Carente
Evitando o triste momento
Pois, seria sofrer
É o não querer...
É adoecer no triste
adeus
E como num passo
de mágica Aquela paixão
Em noite fria se
transformou
Agora só resta a
espera Um alento
A alma grita...
E nada
Somente o silêncio
A angustia
confundindo a razão
Questionamentos
sem resposta O porquê... da
indiferença
Será?
O que será?
E assim a longa
espera...
Vai ferindo o
coração
Sem entender
O porquê da
rejeição
52
Rosane Gallert Bet
Sinop/MT
Pulsação
Vida que nasce
Vida que pulsa
Vida que cresce
Vida que cansa
Vida que luta
Vida que bate
Vida que apanha Vida que cai
Vida que chora
Vida que levanta
Vida que para
Vida que olha
Vida que reflete
Vida que respira
Vida que inspira
Vida que muda
Vida que encanta
Vida que sonha
Vida que aspira Vida que vai
Vida que vem
Vida que troca
Vida que doa
Vida que para
Vida que transcende
Vida que se encontra
Vida completa
53
54
Kiara Baco Anhon
Sinop/MT
O iluminar de ideias
Tenho dó:
De quem não compreende a arte,
A beleza pura do sentir e do iluminar
E sua função de permitir:
O despertar.
Dó: daqueles que não brilham
E que no seu ocultar-se Buscam escurecer
Os que se acendem.
Dó: dos não acordados,
Dos ainda sonolentos
Que não se despertaram
E continuam em um sono imutável
Dó: dos que julgam sem compreensão
E no não entendimento
Buscam razão.
... Mas não há razão nas trevas.
Dó: dos presos na caverna
Que na possibilidade de ver o sol
Negam-se
Negam o desconhecido
E por medo prendem-se no seu mito.
55
Não brilham, não acendem, não despertam...
Mas como eu poderia dizer:
Vem cá, me dá a mão.
Vamos tomar um banho de sol?
Vamos ver a bela pintura do amanhecer?
Se eles não sabem o que é o sol,
Muito menos pintura ou amanhecer.
Prendem-se a conceitos,
Ideias primárias, Já que no conforto e segurança
Não precisam se arriscar,
Buscar compreender o mundo,
Refletir, muito menos questionar.
Por isso tenho dó
Daqueles que poderiam brilhar
Mas por falta de querer “saber”
Apagam-se
E no apagar-se,
Ocultam a luz
E qualquer vestígio de luminosidade.
E neste iluminar de ideias,
Tenho dó deste desabafo
Já que o texto pode também ser ocultado
Esquecido e apagado.
56
Amanda Lima de Oliveira
Sinop/MT
Nada te define
Que sociedade louca,
Todos vivem em função
De preencherem um lattes,
De passarem a impressão
Que são felizes demais,
Pelas redes sociais,
Tudo é só uma ilusão.
Uma luta sem sentido
Em busca de ser aceito,
Um esforço desumano
Procurando ser perfeito,
Sendo que a perfeição
Está na convicção
De se aceitar do seu jeito.
Não é artigo, diploma
Não é a religião,
Nem o saldo da sua conta,
Sua cor, ou intenção, Nada vai te definir,
Viva apenas para si,
É a melhor decisão.
57
A metade que não me falta
Não passe uma vida inteira
Procurando conhecer
Um alguém que te complete,
Que priorize você,
Olhe pra dentro de si,
O que importa está ali.
Para pra se conhecer.
Valorize o seu “eu”, Veja seu interior,
Não importa os padrões
Que o mundo aprovou,
Pois você é linda sim,
Pode acreditar em mim,
Comece a se dá valor.
E não precisamos mesmo
De alguém pra nos completar,
Pois nós somos inconclusas
E coisa melhor não há,
É vivendo e aprendendo, Vamos nos desenvolvendo,
Pode-se até transbordar.
58
Leni Zilioto
Sinop/MT
Simples assim
Nacional, você.
Sua pele, seu cheiro,
seu jeito de ser.
Madrugada, você.
O vulto na soleira da porta. À porta, você.
Sua pele, seu cheiro,
seu jeito de ser.
A porta, abriu,
para você.
De mansinho, você
derrubou barreiras,
com seu jeito de ser.
Abri (-me), para você.
Para sua pele, para seu cheiro,
para seu jeito de ser.
59
A rainha da noite
Aguardo,
sentada em minha rede,
olhando para o leste e
cantando as estrelas.
Repasso meu dia,
lembro minha infância, desejo uma companhia.
Falo comigo de tudo
e de todos.
Depois ela chega,
majestosa,
redonda,
iluminada,
trazendo na cauda
toda a minha poesia.
Ela chega
para me fazer companhia.
A Rainha da noite. A Lua!
60
Antonio Cesar
Sinop/MT
Escapulas e consequência
Ele acorda e olha para todos
Se descobre resultado de êxodos.
Não se localiza
Em meio a tantos,
Por dentro agoniza
Por fora, prantos.
Descobrir a origem agora, remoto,
Sobreviver então, só mesmo sendo devoto.
Abstruso
Me aperto aqui neste canto,
Assim, escondido por enquanto.
Se o tempo não passar, Eu morro.
Se a vida não voltar,
Eu sofro.
Uma voz cria o silêncio, espanto,
E escondido, faço daqui meu recanto.
61
Finito
Como a chuva calma lá fora,
Espero a vida aqui dentro ir embora.
A noite já chega
O Sol esfriou
O dia existir, se nega
Seu tempo aqui arriou.
Nada mais espero agora,
A vida calma, em mim não mais mora.
A máscara da tentação
O dia nasceu, mas o Sol não apareceu,
As nuvens se predominam no céu.
Todas as sensações
São úmidas
Dias sem luz, sem ações Calor humano de Midas
O desejo, o ânimo, tudo em mim pereceu
Se o Sol não surgir, é por que me esqueceu.
62
Shirlei Alexandra da Silva
Sinop/MT
Pegadas vermelhas
Nas matas fechadas da Amazônia,
Abriram-se caminhos de sangue.
Onça-pintada, sucuri, ariranha,
Garça-real, arara-vermelha, jacaré-açu,
Seringueira, castanha-do-pará, sumaúma,
Mogno, cedro, cupuaçu...
A fauna e flora foram ao chão.
De todas as alternativas, apenas uma:
O progresso e desenvolvimento da nação!
Migrantes do Sul tornaram-se guerrilheiros,
Em busca da “terra prometida, do ouro, do
mel”
Deixaram famílias, um passado inteiro,
Tiraram dos índios a terra, o céu.
Os que sobraram levaram para o Xingu,
Precisavam “limpar” as pegadas vermelhas,
Vermelhas da pele, vermelhas da alma.
Eis que as vastas florestas,
63
Tornam-se agora, na Amazônia, uma fresta,
Um espaço aberto para o progresso.
Quem foi mesmo que financiou esse sucesso?
E o estado que tem o nome de grossas matas,
Hoje não tem mais igual.
Seus jacarés, onças, cobras e antas,
Agora dão lugar a variadas plantas:
Sorgo, milho, arroz, soja, pasto...
E assim, o sonho seguiu o rastro,
Do sangue que tudo consome.
Vai-se a mata, a fauna, a flora,
Vão-se as pegadas, ficam os nomes...
64
Vilson Roque Bocca
Sinop/MT
Amor-Vício
Se quiser descobrir meus vícios
Leia Vinícius, que, sem querer,
Sem nos conhecer, na verdade,
Disse muito, de mim ou de você:
“Além do tempo”, “Além do amor”
Ou no “Soneto de Fidelidade”.
Nas frias e boêmias madrugadas
Da poesia inocente, me embriagava.
Quer no corpo ou na mente
Que me induzia à descoberta:
Amor é vício, é ferida aberta
Que sangra eternamente...
65
Arroubo Poético
Às vezes me envolvo em arroubos poéticos
De inspiração aleatória, desconexa,
De composição não complexa.
Amadora, que ama, desama, desarma.
Mesmo em linguajar sem requinte
Mas dedicada, feitio simples.
Apesar da rima pobre Às vezes, até ressoa nobre.
Embora de pouca métrica
Recorre à dialética
E para o leitor desatento
Na tristeza ou no contentamento
Mesmo no improviso
O poema é preciso.
Para alcançar à calma
E assim suavizar a alma.
66
Andréa Miriam Laurindo Siqueira
Maringá/PR
Criança
Sopro doce no joelho ralado
Simples como a chuva
Morno como o fim da tarde
Com a palma da mão espanta
A lágrima, a formiga, o castigo.
Não sei ser como tu
Mas vejo a flor que plantas
E sinto o perfume de tua inocência Pequena, afetuosa como os anjos
Serena, caprichosa como as ninfas
Gargalhas besteiras
Levantas castelos
Colocas tudo num papel
E o recortas como um coração
Quisera ser como tu
E falar verdades como elogios
E somar nos dedos
E bocejar sem recato
Ficar de mal para sempre
Para fazer as pazes em 5 minutos Quisera ter teu perfil límpido
Teu sentimento intacto
Teu palavreado direto
Quisera encontrar-te
Refugiar-me em teus cachos
Beijar teu sangue com gosto de poeira
E descansar dessa fuga
67
Infinitas
Há beleza em não saber
Infinitas as possibilidades
Maravilhas que tecem sonhos e vidas
Futuro sem saber
Para assim, com muito prazer,
Fazer do agora o melhor momento
Plantar agora beleza, leveza
Sentir agora amor, paz Sonhar agora o sonho possível
Tangível com as belezas da imperfeição
É agora, quando não sei do amanhã
Que posso criá-lo
Quando não posso reescrever o passado
Que posso ser grata por ele.
É agora quando sou o sou, quando faço o que
faço
É agora!
68
Maria Cristina de Sá Pereira
Sinop/MT
Netos
Há tão pouco tempo,
Todos nós, adolescentes,
Descobrindo os segredos da vida,
Como donos das verdades do mundo.
Hoje, vivendo o pré-outono,
Descobrindo que as verdades Também se relativizam
E os segredos da vida, descobrimos?
Um, pelo menos, com certeza:
O prazer de nos ver
Num novo adolescer.
69
Viajeira
Vontade de um abraço
Vontade de um carinho
Vontade de você
Vontade seguir a
Vontade sem seta
E sem rumo Tipo na boleia
De um caminhão
Vontade de estrada.
70
Mafalda Moreno
Várzea Grande/MT
Ler é descobrir
Existem pessoas no mundo
Que pensam que tudo se move
Em torno do que se vê.
Mas, muito pelo contrário,
Existem coisas escondidas
São coisas maravilhosas
Que encontramos mergulhadas
Nos livros que a gente lê.
Com eles a gente viaja
Mesmo sem sair de casa
Conhecendo o que não vê.
Podemos descobrir o mundo
Conhecer coisas fantásticas,
Que nos faz rir ou chorar.
Conhecer muitas pessoas,
Que fazem parte das histórias
Que depois vamos contar.
Aquele que nunca lê
Nunca vai conhecer tudo
Que eles têm pra nos mostrar,
Portanto, abrace essa causa,
Mergulhe no conhecimento
Que os livros têm pra nos mostrar.
71
Horizontes divididos
Todo caminhava devagar
E nós seguíamos,
Naquele doce vagar,
O encanto a magia a nos guiar.
E tudo isso aconteceu
Depois daquele doce olhar.
Sobressaltos, sonhos, devaneios,
Nuvens, passados a cantar.
A poesia de um sonho verdadeiro,
Na simplicidade de amar.
Anos juntos caminhamos,
Nosso amor cresce, frutifico.
Veio uma nuvem e te envolveu,
Fiquei sem você meu amor.
Hoje somos horizontes distintos,
Não tenho mais teu sorriso,
Sequer sei onde você está.
O amor é assim como o vento.
E, eu?
Hoje vivo chorando a saudade.
Do amor que vivemos juntinhos
Que sei, não mais vai voltar.
72
Valter Figueira
Carlinda/MT
Soneto da Esperança
Não quero viver sobre os escombros
nem sob as nuvens negras do ódio
quero ter a luz irradiante da certeza
e ver o certo vencer o errado.
Não quero viver sobre destroços
nem sobre as sombras da mentira
quero brilhar com brilho próprio
e ver a injustiça ser vencida.
Não quero ouvir a música da discórdia
nem quero sentir o cheiro de enxofre
ao queimar as esperanças dos inocentes.
Quero ter a certeza que o amor vencerá
quero amar para vencer as batalhas
dos meus dias, da eternidade. Sempre.
73
Soneto da esperança II
Quero viver sobre a luz da esperança
que dá vida e sentido ao dia,
quero conhecer o pódio da vitória
que dá alegria aos vencedores.
Faz tempo que não ouço
a música silenciosa da madrugada,
faz tempo que não escrevo
no pergaminho da saudade
Quero vagar por caminhos tantos,
quebrar recordes vencer obstáculos
fazer do agora um aliado.
Quero descobrir o amor no ódio,
quebrar preconceitos amar a liberdade
e fazer do eu um viver infinito.
74
Anna Figueira
Carlinda/MT
Acabou!
Tem um minuto Para o fim do mundo Não tem mais nada o que fazer Não há mais nada para resolver. O mundo vai acabar, Sem nada pra falar. Você não está percebendo, O mundo a sua frente, Sendo destruído sem você notar. A vida vai acabar Implorando por amor, Uma vida sem amor, Uma vida sem rancor. Pronto! O mundo acabou Com tão pouco amor, A vida se foi, Com um pouco De Dor
75
Nessa vida Você já foi Um bebê indefeso, Uma criança inocente, Um adolescente irresponsável Um jovem sonhador, Um adulto realizado. Precisou de ajuda quando bebê, Te ensinaram quando criança, Te corrigiram quando adolescente, Com as chaves que te deram você quis seguir a vida, Agora se tornou o que queria ser. Depois já pode se tornar um idoso sábio.
76
Josiane Domeni Lima
Alta Floresta/MT
Falso Sorriso
Volta o vazio no peito,
O lacrimejar nos olhos,
E o falso sorriso estampado no rosto.
Volta os maus pensamentos,
A agonia inquietante, E o falso sorriso estampado no rosto.
Volta às noites mal dormidas,
Os pensamentos que atormentam à noite,
E o falso sorriso estampado no rosto.
Volta o querer retornar ao passado,
Ao amor que não deu certo,
E o falso sorriso estampado no rosto.
Volta à vontade de bons e leais amigos,
De pessoas que percebam que você está mal, Mas é melhor o falso sorriso estampado no
rosto.
77
A Saudade
É difícil controlar a saudade.
Arrebata a alma,
Adoece o coração,
Aumenta o desejo
Por essa louca paixão.
Ah!, A saudade... Transforma as horas em eternidade.
Tira o sono.
Controla o pensamento.
É um tormento!
Ah!, A saudade...
Só passa com o encontro,
E na hora do adeus
A saudade retorna,
Avisando a alma
Que é chegada a hora,
Do coração sofrer, O pensamento lembrar,
E o corpo querer
Mais uma vez estar perto de você.
78
Jusineia Menezes de Carvalho
Alto Taquari/MT
O Tempo
Vivemos em um mundo que tem pressa!
O tempo passa rápido demais,
Para todos!
Vamos ao encontro de nossos sonhos com
tanta pressa,
Que neste percurso esquecemos de ser feliz!
Esquecemos que o caminho é também a
felicidade que compartilhamos com as pessoas que amamos!
Porque tenho pressa em viver!
Não vivo!
Porque tenho pressa em conquistar!
Não sinto!
Porque tenho pressa em ter tudo agora!
Não percebo!
Os verdadeiros sentimentos que perduram,
São aqueles que por sua intensidade
São suficientes para serem
eternos mesmo que efêmeros!
Nem sempre os maiores, Nem sempre os melhores,
Nem sem pré os mais duradouros,
Porque intensidade é ser,
É ter,
É querer,
É estar,
Presente em todos os momentos que vivemos
ao lado das pessoas que amamos!
79
Posso não ter parido, mas, sou mãe de
filhos!
Um dia fui questionada por algumas
pessoas se eu não sentia falta de uma família,
ou de ter meus próprios filhos....! Respondi
que, mas eu tenho uma família! E, muito
numerosa e feliz por sinal! Agora... filhos?!?!?!
Mas como assim não tenho filhos?!?! Posso não
ter parido, mas sou mãe de filhos!! (5 na
verdade!).
Ninguém pode descrever o sentimento que invadiu meu coração quando olhei para
aquele Ser Humanozinho pela primeira vez, foi
amor a primeira vista! Ali nascia um amor
incondicional, era o ser mais lindo que eu tinha
visto... mesmo que aos olhos dos outros,
aquela carinha cheia de rugas e inchada fosse
igual a todas as demais crianças que nascia, e
que fosse parecido com joelho ou não
parecesse com ninguém, para mim era (e
continua sendo) o bebe mais lindo do mundo!
E quando achei que não haveria mais espaço
para tanto amor no peito... veio outro lindo bebê... outro Ser Humanozinho que veio para
aumentar o amor que já existia, veio para
compartilhar o meu não-tão-organizado-
mundinho-pequeno... e muito de repente, em
um piscar de olhos, outro bebê nascia... e
quando pensei que tudo tinha terminado, me vi
rodeada das cinco mais lindas pessoinhas que
transformaram meu mundinho vazio,
80
silencioso, fechado e sem cor em turbilhão
sentimentos que continha sapatos e roupas
desorganizados, prova de corridas, quartinho
pintado, fraldas sujas, souvenires quebrados,
paredes riscadas, roupas meladas, braços
cansados, noites insones, gritos pela casa,
coração sereno e alma cheia de amor e paz!
Posso não ser mãe biológica! Posso não
ter dado a Luz! Mas sinto as suas dores!
Comemoro suas conquistas! Guardo seus
dentinhos que caíram! Dou carinho, faço
mamadeiras, recebo beijos melados e abraços
apertados! Sou Tradutora, Sou Professora, Sou
Interprete e Sou Aviadora!
Sou quem conta história, e pirata que
esconde tesouro! Aceito os seus carinhos e
entendo suas dúvidas... sei onde fica Saturno...
e Sei quem é Optimos Prime!
Sei quanto metros tem uma rua e sei
quem é Tia Milicent, Trols, Olaf, Grou e os
Incríveis... Já fiz até ligação para o comando
Estelar e fui ao infinito e além!
Sei cantar a Borboletinha e também sei a
música da D. Aranha! Decorei os números em inglês e a tabuada até ao 10!
Também viro onça pintada para defendê-
los e faço o que for possível para vê-los feliz!
Me enxergo neles quando dou colo e quando
traduzo textos de espanhol ou inglês! Sou
braço ao alto para o teto da casa alcançar, sou
confiança quando balanço para ninar, sou
corredora para a bicicleta empurrar e viro
81
mulher maravilha para lá em cima da estante a
bola tirar. Sou para eles destemida porque fui
de avião viajar, mas, corri junto quando um
sapo veio nos encontrar! O mais importante de
tudo isso é que me vejo neles... um pedacinho
em cada um... em todos os cinco tem algo de
mim neles.... Assim como tem algo deles em
mim!!!! E isso não existe cordão umbilical que
faça nascer, é preciso querer estar (ou ser)
presente é ter coração aberto para se doar e
receber!
A reciprocidade de confiança que existe
entre nós, é eu saber que eles estarão sempre ao meu lado e que eu sempre estarei aqui
quando eles precisarem.
Posso muito bem ser a mão da mãe
quando surgir o medo ou quando precisa
segurar! Ou o abraço do Pai quando o escuro
chegar!
Posso não ter gerado... ou nem as dores
de parto sofrido! Eles não me chamam de mãe,
mas basta um toque ou um olhar, sem
palavras, que faz todo o sentido, sou mãe de
todos eles, na mais variada forma de amar!
82
Ireneu Bruno Jaeger
Sinop/MT
Onde fica o metatarso
Uma televisão tem um programa de
humor e manda o funcionário entrevistar
pessoas.
Naquele dia reuniam-se alguns
desocupados na praça e o repórter perguntou:
- Onde fica o metatarso?
Joaquim, mais perto, foi franco: - Não lembro.
O Josué, atendente do café da esquina:
- Achque sei. O Metatarso é um desses
macaquinhos da mata que transmitem dengue
e outras doenças.
- Não é dengue não, interveio o
Joaquim. É febre amarela.
- Nunca vi macaco amarelo.
O repórter explicou:
- Nada disso. A Senhora, Dona Maria,
por exemplo, também tem metatarso.
- Deus me livre. Desconjuro. Tudo que é doença pega em mim e agora esse tal
metatarso.
A filha dela chorosa perguntou:
- Isso é pegajoso... transmite?
- Não, gente boa. Lembram do Neymar,
o jogador...
83
- Coitado do menino. Não basta que a
mulher bateu feio nele, lá em Londres.
Tadinho!
- Não, mãe, não foi em Londres, foi em
Paris.
- Pois é gente, nós todos temos
metatarso. E o repórter mostrou no pé e
explicou.
Depois apontou para o outro lado da
rua:
- Vocês estão sendo filmados, gravados,
vejam a câmera.
- Jesus amado, disse a Da. Maria, logo hoje que não passei batom.
- E eu não pus o dinheiro no bolso,
reclamou o Josué.
Moral da história: Graças ao Neymar,
todos os brasileiros agora sabem onde fica o
metatarso.
84
Simone de Sousa Naedzold
Sinop/MT
O encantador de borboletas II
A grande borboleta carrancuda, alguns
dias antes, havia sido uma das mais
encantadoras descobertas de Júlio. Ao adentrar
na mata próximo a sua casa, viu em um tronco
verde, um desenho muito estranho. Esse
desenho parecia um olho. Júlio sabia que
árvores não tinham olhos, por isso se
aproximou e, com um pequeno pedaço de pau,
tocou-o. O olho virou-se para o outro lado sem
muita vontade e continuou parado.
O menino cutucou de novo e ficou
esperando algum movimento. Nada. Esperou
dez, quinze minutos e o olho permanecia no
mesmo lugar. Com medo de machucar o ser
que ele nem conhecia, sentou-se no chão e
ficou olhando aquele desenho lindo. Pensou em
ir em casa buscar lápis e papel para desenhá-
85
lo, mas ia demorar muito e o olho poderia fugir.
Ou até mesmo pegar sua câmera fotográfica e
tirar uma foto, mas refletiu sobre os possíveis
acidentes que poderia causar, como por
exemplo, queimar o olho com o flash e não fez
nenhuma ação.
Então decidiu continuar sentado olhando
para o tronco da árvore. Observou que o olho
tinha um formato ovalado e suas cores
variavam de um marrom escuro até um
marrom muito claro. Observou ainda que a
parte marrom continha em seu interior um
círculo negro também matizado. Tinha certeza:
o desenho era de um olho e não pertencia à
arvore, considerando que ao tocá-lo com o pau,
ele se moveu.
Perdeu a conta do tempo que ficou ali
olhando aquele desenho até que sua mãe lhe
chamou, pois já passava mais de uma hora que
Júlio havia entrado na mata. O menino ouviu a
voz da mãe, mas não respondeu nada, pois não
queria que aquele momento terminasse. Mas a
86
mãe insistiu e Júlio, muito devagar, levantou-
se e foi saindo da mata. Avistou sua mãe ao
longe e fez um sinal de onde estava. Ouviu um
barulho atrás de si e parou imediatamente. Era
um barulho suave, quase o voo de uma pena
ou de uma folha caindo. Olhou para trás e viu
então uma borboleta com grandes asas e em
cada uma delas um olho enorme.
A cara da borboleta exalava antipatia, a
cor representava um bicho que causaria medo
em muitas crianças, mas que, para Júlio, era
somente um ser maravilhoso da natureza
mostrando suas defesas indefesas.
Júlio sorriu e saiu correndo em direção a
sua mãe. E ia pensando: amanhã volto para vê-
la. Tenho certeza de que estará ali.
A grande borboleta pousou em uma
árvore e ficou observando o menino correr em
direção à mãe. Pensava: porque aquele ser
pequeno não teve medo de meus grandes
olhos? Porque me olhava daquele jeito como
quem olha e analisa algo desconhecido? Porque
87
me cutucou com um pedaço de pau e, vendo
que me movi, não saiu correndo como muitos
fazem? Essa criança é diferente. Vou espera-la
aqui amanhã. Certeza que ela volta!
88
Manoel Rodrigues Leite
Sinop/MT
Quarta de futebol
Finalmente é quarta-feira! Muitas
pessoas aguardam ansiosamente a sexta-feira,
sexta é o dia do happy hour, é dia de celebrar
o início do final de semana, a grande maioria
das pessoas comemora na sexta. Mas, para
mim o dia mais importante é quarta-feira, na
quarta tudo ganha sentido.
Meu nome é Dionísio, tenho 42 anos de
idade, casado, e um casal de filhos. Sou
funcionário público, contudo isso talvez não
seja o mais importante. O que vale lembrar é o
fato que hoje é quarta, na quarta-feira o
futebol torna-se o lazer, torna-se a comunhão.
Há aproximadamente 12 anos participo de
bate-bola com os amigos. Nos rachas
superamos as diferenças e dividimos alegrias.
No campo da mangueira os times são formados
89
em par ou ímpar, ou escolha um a um, isso não
faz diferença. Todos jogam mesmo que seja
sem marcação, pois em frase de boleiro de
alguns a natureza cuida.
Nesta noite jogarei só o primeiro tempo,
e no segundo cuidarei do churrasco e da
peixada, que é prato favorito. Acredito que a
democracia da substituição é maravilhosa, pois
tem os atletas que jogam 5 minutos e bem os
restantes 85 minutos de jogo. Tem também os
fominhas que não passam a bola, e nunca se
cansam. Mas também não correm tanto atrás
da bola, esperam ela chegar e de preferência
na banheira.
Sempre tem pessoas novas, e quanto
mais o tempo passa mais os veteranos
enjuvelhecem. Vi chegar alguns novatos, que
pareciam estranhar tanta diversidade. Um
deles comentava:
- Isso não vai acabar bem. Olha lá no
mesmo time.
90
- Fique de boa! (Falou o Tico, um macaco
velho nos rachas).
- Mas olha lá eles tão discutindo. Já
começaram a gritar um com o outro. Não tem
nem duas semanas que envolveram em
acidente de trânsito. E parece que não foi
resolvido.
- Fica tranquilo problemas deles, eles
resolvem lá fora. No campo o assunto é outro.
Normalmente é isso mesmo, quem não
tem suas diferenças? Quem não guarda
rancores? Só que na quarta-feira e na
mangueira o que importa é o jogo. Se na hora
do churrasco não quiser conversar problema
deles, vieram para jogar bola, comer carne e
beber cerveja, e isso é o que normalmente
acontece.
Não é o espaço da pacificação, e sim do
respeito. Guarde os seus rancores e jogue bola,
concentra no jogo ou na cerveja se quiser. Essa
é a principal regra do jogo, as outras é jogar
com um pouco de malandragem é claro, e
91
principalmente saber perder. É uma trégua na
correria, é o fôlego que se amplia com o
exercício, e dá a energia para chegar até o final
de semana, e principalmente até a próxima
quarta-feira.
92
ANTOLOGIA DE ESCRITORES
CONTEMPORÂNEOS
Cada mês uma nova História, somos muitos
espalhados em viagens encantadoras. O objetivo e ajudar você a dar o primeiro passo,
ou se você já faz parte deste universo, juntar-
-se a nós, e ser parte deste sonho que navega
por mares profundos das letras.
Participe!
A História acontece...
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Ações Literárias
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