Ano XIII - Edição 147 - Fevereiro de 2020 Distribuição ...dos os tipos possíveis. Dia...

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Não há orgulho em BR. Somos uma nação relativamente jovem. São 500 e poucos anos de descoberta. Mais uns quase 200 de independência. Nosso proces- so de independência — assim como a instalação da monarquia — é recheado de história de covardia, explorações e fugas. Alguns diriam que não há do que se orgulhar. O erro está justamente a- í. Uma nova história não se escreve sem a defesa do conceito e orgulho de uma nação. Carnaval, ontem e hoje Cada folião brinca o carnaval como lhe a- petece. Uma fantasia, um adereço, uma máscara, e pronto! É uma oportunidade para fazer coisas que normalmente não faríamos: dançar na rua, virar super- heróis, falar com desconhecidos, carregar na maquiagem, inventar uma performance. Ano XIII - Edição 147 - Fevereiro de 2020 Distribuição Gratuita Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar Lusofonia e globalização Mesmo em passos lentos, um novo sentido acerca (do enten- dimento) de lusofonia vem sendo articulado entre os governos no âmbito dos países de língua portuguesa. Ações antes limi- tadas ao espectro linguístico, hoje, cada vez mais, parecem alinhar-se a uma governança territorial influenciadas por as- pectos ligados à globalização. A esse respeito, é tendência que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) crie condições ainda no ano de 2020 para que a mobilidade se torne um fenômeno gradual em vista da livre circulação de pessoas no interior do espaço lusófono. Conforme, Augusto Santos Silva, Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, “o regime de vistos nacionais é regulado pela legislação própria da cada Estado-membro. Quanto aos vistos Schengen, de curta duração, a legislação aplicável é forçosamente a legislação europeia”. + NESTA EDIÇÃO “Comunidades estão sendo envenenadas no Brasil” Música é tudo de bom Estudar música deixa as crianças mais atentas e menos ociosas: Pes- quisas recentes mostram que aprender a tocar um instrumento na infância melhora funções cere- brais ligadas a habilidades como me- mória, organização e controle das emoções. Um mal antigo e atual Ainda nos dias atuais, persiste um grave pro- blema que é antigo, mas recentemente, rece- beu a denominação por Adela Cortina, que é filósofa e professora da Universidade de Valên- cia, Espanha. O grave problema é a aporofo- bia. O Des(Respeito) aos Direitos Humanos Mesmo depois de tantos anos da Declaração dos Direitos do Homem estar em vigor, ainda é fato que não se conseguiu fazer com que ela seja respeitada na sua totalidade. As violações continuam a existir, em todos os países, de to- dos os tipos possíveis. Dia Internacional do Amor Em quase todo mun- do, no dia 14 de feve- reiro, considerado o dia mais romântico e conhecido como Valentine’s Day (Dia de São Valentim), é comemorado o Dia do Amor correspondente ao Dia dos Namorados no Brasil. A origem do Dia de São Valentim... CORRUPÇÃO SE APRENDE NA ESCOLA Quando vemos os noticiá- rios sobre corrupção de alguns administradores, políticos ou mesmo fun- cionários públicos, sempre nos perguntamos: onde nós estamos. Estamos cercados de cor- rupção por todos os lados! “Lobos devoradores” e o cristofascismo no Brasil O termo “fascismo” está em alta no Brasil. Mais do que um xingamento, ele não se resume a sinônimo de ex- trema-direita ou ultraconservadoris- mo.

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Não há orgulho em BR. Somos uma nação relativamente jovem. São 500 e poucos anos de descoberta. Mais uns quase 200 de independência. Nosso proces-so de independência — assim como a instalação da monarquia — é recheado de história de covardia, explorações e fugas. Alguns diriam que não há do que se orgulhar. O erro está justamente a-í. Uma nova história não se escreve sem a defesa do conceito e orgulho de uma nação.

Carnaval, ontem e hoje

Cada folião brinca o carnaval como lhe a-petece. Uma fantasia, um adereço, uma máscara, e pronto! É uma oportunidade para fazer coisas que normalmente não faríamos: dançar na rua, virar super-heróis, falar com desconhecidos, carregar

na maquiagem, inventar uma performance.

Ano XIII - Edição 147 - Fevereiro de 2020 Distribuição Gratuita

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Lusofonia e globalização

Mesmo em passos lentos, um novo sentido acerca (do enten-dimento) de lusofonia vem sendo articulado entre os governos no âmbito dos países de língua portuguesa. Ações antes limi-tadas ao espectro linguístico, hoje, cada vez mais, parecem alinhar-se a uma governança territorial influenciadas por as-pectos ligados à globalização. A esse respeito, é tendência que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) crie condições ainda no ano de 2020 para que a mobilidade se torne um fenômeno gradual em vista da livre circulação de pessoas no interior do espaço lusófono. Conforme, Augusto Santos Silva, Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, “o regime de vistos nacionais é regulado pela legislação própria da cada Estado-membro. Quanto aos vistos Schengen, de curta duração, a legislação aplicável é forçosamente a legislação europeia”.

+ NESTA EDIÇÃO

“Comunidades estão sendo envenenadas no

Brasil”

Música é tudo de bom

Estudar música deixa as crianças mais atentas e menos ociosas: Pes-quisas recentes mostram que aprender a tocar um instrumento na infância melhora funções cere-brais ligadas a habilidades como me-mória, organização e controle das emoções.

Um mal antigo e atual Ainda nos dias atuais, persiste um grave pro-blema que é antigo, mas recentemente, rece-beu a denominação por Adela Cortina, que é filósofa e professora da Universidade de Valên-cia, Espanha. O grave problema é a aporofo-

bia.

O Des(Respeito) aos Direitos Humanos

Mesmo depois de tantos anos da Declaração dos Direitos do Homem estar em vigor, ainda é fato que não se conseguiu fazer com que ela seja respeitada na sua totalidade. As violações continuam a existir, em todos os países, de to-dos os tipos possíveis.

Dia Internacional do Amor Em quase todo mun-do, no dia 14 de feve-reiro, considerado o dia mais romântico e conhecido como Valentine’s Day (Dia de São Valentim), é

comemorado o Dia do Amor correspondente ao Dia dos Namorados no Brasil. A origem do Dia de São Valentim...

CORRUPÇÃO SE APRENDE NA ESCOLA

Quando vemos os noticiá-rios sobre corrupção de alguns administradores, políticos ou mesmo fun-

cionários públicos, sempre nos perguntamos: onde nós estamos. Estamos cercados de cor-rupção por todos os lados!

“Lobos devoradores” e o cristofascismo no Brasil

O termo “fascismo” está em alta no Brasil. Mais do que um xingamento, ele não se resume a sinônimo de ex-trema-direita ou ultraconservadoris-mo.

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Não há orgulho em BR. Somos uma nação relativamente jovem. São 500 e pou-

cos anos de descoberta. Mais uns quase 200 de independência. Nosso processo de independência — assim como a instalação da monarquia — é recheado de história de covardia, explorações e fugas. Alguns diriam que não há do que se or-gulhar. O erro está justamente aí. Uma nova história não se escreve sem a defesa do conceito e orgulho de uma nação.

Há valor nos patriotas. O patriotismo consiste em saber que os erros ou falta de atitude do passado não deve comprometer os anseios do futuro. A história se re-escreve diariamente, tornando tolo aquele que aponta as exibições de paixão pela terra como babaquice.

Infelizmente a tal babaquice está próxima das definições de patriotismo no nosso país. O Brasil via seu derivado, o brasileiro, é um país em que a paixão pelas co-res existe, com o perdão do clichê de definição, de quatro em quatro anos. Fora dessa época, uma bandeira na janela ou adesivo no carro é visto com estranheza pelo seu próprio povo, quando, na verdade, devia ser prestigiado.

Atitudes de exibição de amor pelo país não existem porque as pessoas tem ver-gonha. E elas tem vergonha porque são acusadas de hipócritas.

Por que amar a porra do Brasil?

Porque é preciso.

O homem que ama a sua terra respeita a sua história. Nascemos e nos transfor-mamos naquilo que nosso passado escreveu. Cabe a nós respeitar isso. Caso não haja identificação, fazer algo de novo. Gerar uma razão para que o futuro pro-porcione motivos para relembrar os anos que se foram.

E isso só ocorre, queira você ou não, amando e respeitando o seu território. Não se trata de tolerar uma história, mas moldar ela de acordo com seu caráter. E, se necessário, agir para produzir novas linhas, novos fatos, novos heróis.

O homem precisa amar a sua terra.

Precisa cuidar da sua terra.

Não espere um motivo para ter orgulho. Faça por se orgulhar.

Fred Fagundes

Fevereiro de 2020 Gazeta Valeparaibana Página 2

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Carlos D’Incao

Djefferson Amadeus

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Priscila Figueiredo

Antônio Carlos Vieira

Jamil Chade

Afonso Machado

IMPORTANTE

Todas as matérias, reportagens, fotos e demais conteúdos são de inteira responsa-bilidade dos colaboradores que assinam as

matérias, podendo seus conteúdos não corresponderem à opinião deste Jornal.

Colaboraram nesta edição

02 - Dia de Iemanjá

04 - Dia do Amigo do Facebook

05 - Dia Nacional da Mamografia

11 - Dia da internet segura

13 - Dia Mundial do Rádio

14 - Dia Mundial do Amor

20 - Dia Mundial da Justiça Social

20 - Dia Nac. de Combate às Drogas e Alcoolismo

21 - Dia Internacional da Língua Materna

23 - Dia Nacional do Movimento Municipalista

24 - Promulgação da 1ª Constituição Republicana

25 - Carnaval

25 - Dia da Criação do Ministério das Comunicações

27 - Dia do Livro Didático

Instituído pela Lei 12.639, de 15 de maio de 2012, o Dia Na-cional do Movimento Munici-palista Brasileiro é comemora-do em 23 de fevereiro. Para a Confederação Nacional de Municípios (CNM), a data re-presenta um reconhecimento da importância e da força do municipalismo demonstrado ao longo dos anos.

A homenagem tem por objetivo valorizar aqueles que buscam políticas públicas que permitam ao cidadão uma vida melhor onde eles vivem. O presidente da enti-dade, Paulo Ziulkoski, destacou que esse é um dia para se lembrar das conquis-tas e unir forças para novas. “Municipalismo forte se faz com a participação de todos”, ressalta a frase que é slogan da entidade.

A data surgiu como fruto do Projeto de Lei 3.907/2008. Apresentado pelo deputa-do federal Manoel Júnior (PMDB-PB), o parlamentar fez parte da direção da CNM e conhece de perto o movimento municipalista. A proposta dele era reivindicação dos gestores e se tornou realidade.

23 - Dia Nacional do Movimento Municipalista

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Fevereiro de 2020 Gazeta Valeparaibana Página 3

Carnaval, ontem e hoje

Cada folião brinca o carnaval como lhe apetece. Uma fantasia, um adereço, uma máscara, e pronto! É uma oportunidade para fazer coisas que normalmente não faríamos: dançar na rua, virar super-heróis, falar com desconhecidos, carregar na maquiagem, inventar uma performance. Não sou do tempo do corso, mas já assisti a várias transformações na maneira de festejar o carnaval no Rio. O carnaval é uma festa que se reinventa constantemente.

Recordo-me do carnaval de rua no centro do Rio, quando fantasias de cacique e índio eram populares. Em criança, aquelas caras pseudoferozes, encimadas por cocares feitos com penas de espa-nadores, assustavam-me.

Também era comum encontrar alguém vestido de bebê (às vezes acompanhado de uma “mãe”). A fantasia consistia em uma fralda branca gigantesca (provavelmente um pedaço de lençol velho), presa por um alfinete idem, uma touca de babados e uma desco-munal chupeta de plástico. A fralda da “criança” estava sempre suja de uma substância marrom, que não passava de abacate esmaga-do.

Carnaval sempre combinou com humor. Existiam foliões solitários que desfilavam portando cartazes “Bloco do eu sozinho”. Hoje em dia seria impossível: qualquer coisa que apareça com o nome de bloco arrasta irremediavelmente uma multidão de seguidores.

Há algumas décadas, o ápice dos desfiles de rua era, às terças-feiras, o dos carros alegóricos das agremiações conhecidas como “Grandes Sociedades”. Havia também um dia destinado ao desfile das Escolas de Samba (acho que era o domingo) e outro ao dos Ranchos (acho que era o sábado). A segunda feira não era feriado. Desse calendário só restaram os desfiles das Escolas, que foram crescendo cada vez mais até se transformarem no maravilhoso es-petáculo que são hoje.

Depois dos desfiles era comum ver passistas e baianas zanzando pelo centro do Rio, trajados a caráter. Havia também muitos ho-mens vestidos como nas cortes de séculos passados, os sapatos ostentando enormes fivelas douradas na frente. Descobri, anos mais tarde, que esse tipo de fantasia era recorrente porque o regu-

lamento dos desfiles obrigava as Escolas a desenvolver enredos históricos. O pessoal se esmerava em reis e rainhas para dar conta do recado. Sérgio Porto traduziu isso muito bem no “Samba do Cri-oulo Doido”, uma canção popular cuja letra é uma obra prima. Se ele fosse vivo não poderia usar esse título. Dava multa e cadeia.

Reis e rainhas sobrevivem nos figurinos mais sofisticados das Es-colas, contudo, os enredos, se é que podemos chamá-los assim, deixaram de ser obrigatoriamente históricos. Mas continuam tão doidos quanto antes. Quem se importa? Certas óperas clássicas não ficam atrás. A quem duvidar, recomendo assistir, por exemplo, à “Flauta Mágica” de Mozart.

Houve uma época em que o carnaval de rua desapareceu quase por completo e as pessoas passaram a frequentar os bailes. De-pois desapareceram quase por completo os bailes e renasceu o carnaval de rua. Os blocos não param de crescer e agora, andando pelas ruas da cidade, encontram-se centenas de foliões fantasia-dos, quase todos na base do improviso inventivo.

O que praticamente desapareceu no Rio foram os concursos de fantasias. Uma pena. Eram divididos em duas categorias: luxo e originalidade. As de luxo perderiam atualmente para muitos desta-ques de Escolas de Samba, mas eram belíssimas. As de originali-dade não precisavam de grandes aparatos, e vários indivíduos se inscreviam nessa categoria só para ganhar passe livre ao baile que promovia o concurso.

Alguns candidatos, cujas fantasias não conseguiriam ser finalistas na categoria luxo, acabavam inscrevendo-se na categoria originali-dade, acreditando que assim teriam melhores chances de ganhar prêmios. Diante de fantasias cada vez mais complexas e luxuosas, geravam-se discussões intermináveis sobre se isto ou aquilo pode-ria ser aceito na categoria originalidade. Criava-se um impasse: merecia ganhar quem se apresentou de “Rainha do Egito” ou a bai-larina que saía de uma caixinha de música?

A rainha do Egito era um luxo só, vinha acompanhada de dois eu-nucos, mas existiam outras três ou quatro rainhas semelhantes concorrendo na categoria luxo. A bailarina era mais modesta, mas a “caixinha” era um imenso caixote finamente decorado e os jura-dos não chegavam a um acordo sobre se caixote podia ou não ser considerado fantasia. Idem se os eunucos, que davam um toque de originalidade à rainha, podiam participar.

Os concursos de fantasias tinham habituées famosos e, depois da divulgação dos resultados, havia sempre muito choro e ranger de dentes. O carnaval muda, mas isso continua igualzinho, só que não é mais no concurso de fantasias.

Outra coisa que não sai de moda no carnaval é homem vestido de mulher. A produção é fácil: basta pegar emprestada a roupa da na-morada, da irmã, da amiga. Alguns enfrentam até o salto alto! Vá entender…

Claudia G. R. Valle

A história do carnaval no Brasil iniciou-se no Período Colonial. Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma fes-ta de origem portuguesa que, na colônia, era praticada pelos escra-vos. Estes saíam pelas ruas com seus rostos pintados, jogando fa-rinha e bolinhas de água de cheiro nas pessoas. Tais bolinhas nem sempre eram cheirosas. O entrudo era considerado ainda uma prá-tica violenta e ofensiva, em razão dos ataques às pessoas, mas era bastante popular.

Isso pode explicar o fato de as famílias mais abastadas não come-morarem com os escravos, ficando em suas casas. Porém, nesse espaço, havia brincadeiras, e as jovens moças das famílias de re-

putação ficavam nas janelas jogando águas nos transeuntes.

Por volta de meados do século XIX, no Rio de Janeiro, a prática do entrudo passou a ser criminalizada, principalmente após uma cam-panha contra a manifestação popular veiculada pela imprensa. En-quanto o entrudo era reprimido nas ruas, a elite do Império criava os bailes de carnaval em clubes e teatros. No entrudo, não havia músicas, ao contrário dos bailes da capital imperial, onde eram to-cadas principalmente as polcas.

A elite do Rio de Janeiro criaria ainda as sociedades, cuja primeira foi o Congresso das Sumidades Carnavalescas, que passou a des-filar nas ruas da cidade. Enquanto o entrudo era reprimido, a alta sociedade imperial tentava tomar as ruas.

25 - Carnaval

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Um mal antigo e atual

Ainda nos dias atuais, persiste um grave problema que é antigo, mas recentemente, recebeu a denominação por Adela Cortina, que é filósofa e professora da Universidade de Valência, Espanha. O grave problema

é a aporofobia.

A aporofobia é a aversão às pessoas pobres e miseráveis, às pessoas de baixa renda, que moram em periferias, até mesmo moradores de rua. A verdadeira fobia por trás da xenofobia é a aporofobia. Os ricos costumam ser bem recebidos em qualquer lugar, independentemente da sua nacionalidade ou etnia. Sim, trata-se de uma patologia so-cial, ou disfunção social, que existe em todo o mundo, nos países desenvolvidos tam-bém. Mas no contexto brasileiro, a aporofobia também é “gritante”. Há repugnância por aqueles que carecem de recursos, aqueles com necessidades, pessoas que são vistas como um peso inútil, como estorvo. Pessoas que não têm quase nada a oferecer, basi-camente têm problemas, são hostilizadas. O ser humano gosta de receber benefícios, de ser servido. Quando alguém não tem o que oferecer, nem que seja diversão, o tal não é valorizado. E, muita gente acha que a presença dos pobres lhes vai tirar alguma coisa.

Só que, a absoluta maioria da humanidade é pobre, e dentro do Brasil, a ampla maiori-a da população é pobre. Não se refere só a bens materiais, se refere também a exclu-são quanto a saúde, direitos sociais, educação. Não é questão de se ter viés de es-querda ou de direita, tem a ver com senso de civilização. Para combater a aporofobia, a primeira providência a se tomar é reconhecê-la como algo que realmente existe, e procurar a raiz do problema. Esse fenômeno social reforça a marginalização das pes-soas em uma posição vulnerável, ou seja, a própria sociedade provoca a pobreza com a finalidade de punir os pobres. A pobreza tem várias causas, mas a sociedade quer combater os pobres em vez de combater a pobreza. A questão é, por que as pessoas se comportam assim? Algumas por viés ideológico, exemplo, a crença na meritocracia como princípio, e crendices de achar que assistência social é praticar comunismo. Ou-tras, por dissonância cognitiva, por estado de tensão e desconforto psicológico. E ou-tras por preconceito, por causa de estereótipos, a sociedade foi condicionada a associ-ar os pobres ao crime e à violência, a crer que onde há pessoas pobres, há transtor-nos.

A sociedade não se comporta baseando-se em experimentar para descobrir qual será o resultado, e sim em crenças e sentimentos. Para muita gente, não adianta tentar ex-plicar o caso dos países nórdicos da Europa, das políticas públicas que foram adota-das naqueles países, muitos se melindram, ficam indignados, acreditam que são pau-tas “comunistas”, e que as diferenças culturais impedem de se aplicar aqui o que foi aplicado lá.

É complicado combater a aporofobia! Se tentarem simplesmente criminalizar a aporo-fobia, os reacionários ficarão furiosos e vão eleger governos e legisladores populistas e extremistas de direita, não vai funcionar. Também não vai resultar favoravelmente ficar acusando publicamente a classe média e a classe alta de serem fascistas, muitos já fazem isso a aporofobia permanece na sociedade. Sendo o ser humano também um ser emocional, a princípio, quem parece ter as melhores condições de combater a apo-rofobia são os psicólogos, as pessoas especializadas em lidar com fenômenos mentais e emocionais do ser humano. O que precisa mudar são as crenças que predominam hoje na sociedade sobre as pessoas pobres. E precisamos ser realistas, esse tipo de mudança só é possível a “conta-gotas”, vai levar algumas gerações, mas é necessário que se comece, e que se comece com quem ainda é criança e ainda não tem crenças consolidadas. Considerando que, atualmente, há uma acusação de “doutrinação ideo-lógica marxista” nas escolas, então obviamente teria que se encontrar um meio de que a mudança comece fora das escolas, pelo menos a princípio.

A miséria não tem uma única causa, tem várias causas. Por exemplo, os moradores de rua são população heterogênea, alguns estão nessa situação de vulnerabilidade devi-do ausência de vínculos familiares, alcoolismo, uso de drogas e doença mental, até perda da autoestima. Há pessoas que se tornaram miseráveis devido a desastres natu-rais. A pobreza pode ser absoluta ou relativa. No contexto do Brasil, o sistema tributá-rio inadequado contribui para não deixar as pessoas prosperarem. Outro agravante no Brasil, a reduzida instrução devido a péssima qualidade da educação escolar.

É um mal tão antigo quanto as antigas civilizações humanas, mas persiste nesta nossa era. Quem sabe como combater esse tipo de problema é o profissional que é especia-lista em fenômenos mentais, emocionais e sentimentais.

João Paulo E. Barros

Fevereiro de 2020 Gazeta Valeparaibana Página 4

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Frases e Pensamentos de Filipe de Sousa

Vamo-nos contentando com o possível pois o de-

sejável pelo visto está muito longe de ser pos-sível.

Hoje não fiz tudo o que podia, fiz o possível e não o desejável.Mas amanhã darei um jeito de tornar o desejável, possível.

Ser Professor é muito mais que despejar con-teúdos.

A arte de ensinar está diretamente relaciona-da á arte de representar, pois somente a qua-lidade de representar trará o aluno para dentro da sala de aula.

A omissão é o refúgio dos covardes

Ao ver certos posicionamento na rede real-mente todos os dias me questiono se quere-mos ou estamos preparados para viver Demo-craticamente.

Não peço a Deus Saúde.

Não peço a Deus sabedoria.

Por que... Sabedoria se busca e saúde vem através dela.

Peço a Deus somente que me mantenha inte-gro.

Até as normas mais rígidas acabam quebra-das pelo coração.

Não esqueçam que o grande detalhe é o acu-mular de pequenos detalhes. E que a qualida-de do detalhe é o acumular de qualidades dos pequenos detalhes.

Mês que vem tem mais...

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Fevereiro de 2020 Gazeta Valeparaibana Página 5

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O Des(Respeito) aos Direitos Humanos

Mesmo depois de tantos anos da Declaração dos Direitos do Homem estar em vigor, ainda é fato que não se conseguiu fazer com que ela seja respeitada na sua totalidade. As violações continuam a existir, em todos os países, de todos os tipos possíveis. As torturas, a violência contra a mulher, a xenofobia, o

preconceito, o trabalho escravo, o abuso infantil, as comunidades indígenas, a falta de liberda-de de expressão, o desrespeito a religião do outro., as minorias, lésbicas, gays, bissexuais, trans ou intersex (LGBTI). Os refugiados que sofrem com a discriminação. São tantas as viola-ções e abusos cometidos que fica difícil citar todos.

Segundo A Declaração Universal dos Direitos do Homem, “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”. Os Direitos Humanos são princípios que servem para garantir nossa liberdade, nossa dignidade. Martin Luther King, Jr. Disse que “Uma injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça em todos os lugares.A paz da hu-manidade passa pela defesa dos Direitos humanos, sem a qual a sociedade não evolui.

Violar os direitos humanos implica em situações que ameacem ou violem os direitos básicos fundamentais de todo e qualquer ser humano.

Segundo relatório da Anistia Internacional de 2009 pessoas estão sendo torturadas ou maltratadas em pelo menos 81 países; julgamentos injustos são constatados em pelo menos 54 países; cerceamento da liberdade de expressão em pelo menos 77 países; não há liberda-de de imprensa em muitos países e os que discordam são silenciados .

No Brasil, alguns dos direitos mais desrespeitados envolvem a liberdade de expressão, conflitos ambientais, conflitos relacionados ao tema, orientação sexual. O desrespeito à popu-lação negra também está nessa lista, eles são afetados pela violência, preconceito e discrimi-nação.

Os negros têm menos acesso à saúde, à educação, fazem parte da parcela mais pobre da população, são a maioria nos presídios. As estatísticas mostram que os negros (pretos e pardos) são a maioria da população brasileira e estão entre as maiores vítimas de homicídios. O racismo e a injustiça social provocam a exclusão dessa população, através da segregação cultural e socioeconômica. Assim como os negros, existem outras minorias que sofrem com a violação dos direitos básicos. Precisamos que o governo assuma o compromisso de fazer va-ler o repeito aos direitos humanos, praticar ações e políticas que protejam essas minorias.

Tivemos em 2017 uma denúncia de violação dos direitos de crianças e adolescentes a cada 6 minutos, no rastro desse desrespeito aos direitos humanos estão os idosos, que so-frem com o descaso das pessoas e do poder público. Esse descaso tem um cunho cultural muito forte. Em vez de valorizar as pessoas que trabalharam por seu país, elas são negligen-ciadas, e para muitas famílias são consideradas um peso. Tivemos uma denúncia de violação de direitos humanos a cada minuto no ano de 2017. Denúncias de crimes cometidos contra deficientes, idosos, crianças, adolescentes, pessoas LGBT, moradores de rua, crimes de ra-cismo etc. Isso demonstra que as pessoas estão mais atentas ao que está ocorrendo, mas infelizmente isso não diminuiu o número de violações. Elas continuam crescendo tanto no Bra-sil, quanto a nível mundial.

A desigualdade reina, as conquistas realizadas pela humanidade em prol dos Direitos Humanos ainda não são suficientes, muito precisa ser feito.. Os direitos fundamentais são ga-rantidos constitucionalmente, internacionalmente, mas só isso não basta. Cabe a nós fiscali-zarmos para que eles sejam efetivados, e para que possamos assim usufruir de uma socieda-de mais plena, digna e igualitária. A defesa dos direitos humanos é o que vai salvaguardar a paz e a justiça entre os homens.

Mariene Hildebrando

e-mail: [email protected]

Filipe Bacelo

Natural de Ermesin-de Filipe Bacelo nasceu a 10 de Ju-nho de 1979. Pai de 4 filhos e enamora-do pela sua alma gêmea, de espírito sonhador e com u-

ma alma de miúdo, espalha a partilha conhecimento e a ajuda ao próximo. Não desiste dos sonhos e de ser feliz todos os dias.

O seu lema é a entrega, a humildade e a gratidão.

Autor do livro "O a-mor vence sempre", um livro de pensa-mentos sobre um ca-minho da autodesco-berta. Um caminho de volta para o seu interior. Vendido não só em Portugal, co-mo também em paí-

ses como o Brasil, tendo o autor uma legião de seguidores cada vez maior na sua página no Facebook.

Dia 9 de Fevereiro vai ser apresentado e lançado no Salão Nobre dos Bombei-ros Voluntários de Ermesinde o seu novo livro, o romance "O COMBOIO DAS 9". Inspirado em fatos reais "O comboio das nove" é um convite à per-severança e resiliência, lembrando o poder que o amor tem para transformar a realidade mais adversa e enfrentar as armadilhas que a vida coloca pelo caminho. Neste apaixonante romance, Filipe Bacelo rapidamente o leitor se sente emocionalmente ligado aos pro-tagonistas principais, torcendo até à última página para que uma história de amor tão genuína e recíproca resulte.

Alberto Blanquet

O objetivo desta data é homenagear todos os “amigos virtuais” que se conectam através da rede social mais popular do mundo: o Facebook. A criação do Dia do Amigo do Facebook é uma campanha da empresa para celebrar o seu aniversário de fundação.

O Facebook foi oficialmente criado em 4 de fevereiro de 2004, por Mark Zuckerberg, Dustin Moskovitz, Eduardo Saverin, Andrew McCollum e Chris Hughes.

O Dia do Amigo do Facebook foi promovido pela primeira vez em 2016, para celebrar o 12º aniversário da rede social.

Por norma, nesta data, os usuários do Facebook têm a disposição ferramentas especiais na rede social para compartilhar com as suas conexões e prestar homenagem aos amigos mais próximos.

04 - Dia do Amigo do Facebook

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Fevereiro de 2020 Gazeta Valeparaibana Página 6

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Dia Internacional do Amor

Em quase todo mundo, no dia 14 de fevereiro, considerado o dia mais romântico e conheci-do como Valentine’s Day (Dia de São Valentim), é comemo-rado o Dia do Amor correspon-dente ao Dia dos Namorados

no Brasil.

A origem do Dia de São Valentim, celebrado nos Estados Unidos e na Europa, é muito anterior ao Dia dos Namorados instituído no Brasil.

O chamado Valentine's Day começou a ser celebrado no século V e o primeiro dia oficial do santo foi declarado em 14 de fevereiro de 496 pelo papa Gelásio, nascido em Roma, de origem africana, cul-to, inteligente e dotado de personalidade forte e, com essa data, fez homenagem a um mártir que tinha esse nome:

São Valentim era um padre de Roma que foi condenado à pena de morte no século III por ter lutado contra as ordens do impera-dor Cláudio II que havia proibido o casamento durante as guerras acreditando que os solteiros eram melhores combatentes. No en-tanto, ele continuou celebrando casamentos, apesar da proibição do imperador e a prática foi descoberta e Valentim foi preso e con-denado e morto em 14 de fevereiro no ano 270.

Enquanto estava preso, muitos jovens lhe enviaram flores e bilhe-tes dizendo que ainda acreditavam no amor e, enquanto aguardava na prisão se apaixonou pela filha cega de um carcereiro e, milagro-samente, devolveu-lhe a visão. Antes da execução, Valentim escre-veu uma mensagem de adeus à sua amada assinando como “Seu Namorado” ou “De seu Valentim”, originando assim a prática mo-derna de enviar cartões para a pessoa amada nessa data de cada ano.

Mas foi apenas dois séculos depois que a data passou a ser efeti-vamente comemorada, quando o papa Gelásio instituiu o Dia de São Valentim, classificando-o como símbolo e patrono dos namora-dos e por uma antiga tradição originada em um festival romano chamado Lupercalia que tinha duração de três dias que celebrava a fertilidade e também data que marcava o início da primavera e acasalamento das aves.

Como parte das celebrações, jovens sorteavam nomes de garotas misturados dentro de uma caixa. Os dois então se transformavam em namorados durante a festa, e podiam até casar.

Nos séculos seguintes, a Igreja decidiu erradicar celebrações pa-gãs e por isso transformou o evento em uma festa cristã, em home-nagem a São Valentim.

Mas há ao menos outras duas figuras históricas que disputaram o título de São Valentim associado a essa data. Uma delas é um bis-po de uma cidade próxima a Roma e a outra, um mártir do norte da África, mas, como não se sabe muito mais informações sobre es-sas duas outras figuras o padre de Roma, São Valentim, acabou se tornando o mais conhecido.

Há pelo menos duas lendas atribuídas a São Valentim. A primeira é a da rosa da reconciliação. Conta-se que, certa vez, o bispo estava ouvindo um casal que discutia no jardim. Valentim então levou uma rosa vermelha a eles e convidou-os a fazerem as pazes. Depois de algum tempo, o casal foi até o religioso, pedindo-lhe suas bênçãos

para o casamento.

Há também a história de uma donzela cristã apaixonada por um centurião pagão que lutaram para vencer as resistências familiares e quando conseguiram a jovem acabou acometida por tuberculose, foi quando Valentim foi chamado e a viu agonizando ao lado do seu amor.

No entanto, apesar da morte iminente dela o namorado pediu para morrer junto com ela. O santo intercedeu e, abraçados, ambos caí-ram em um sono profundo que os uniu pela eternidade.

Padroeiro dos apaixonados e, por conta disso, em muitos países o Dia dos Namorados é celebrado em 14 de fevereiro, data comemo-rativa em homenagem a São Valentim, mártir cristão da Roma Anti-ga e que finalmente ganha um rosto graças ao trabalho de um de-

signer brasileiro.

O trabalho de reconstituição facial de São Valentim começou ainda em 2017. Foi quando uma equipe multidisciplinar, formada por aca-dêmicos da Universidade de Pádua - como Francesco Veronese, Alberto e Nicola Carrara e Luca Bezzi, um dos que se encarrega-ram de fotografar detalhadamente o crânio atribuído ao santo em uma operação autorizada e supervisionada pela Igreja Católica e, em seguida essas imagens em altíssima resolução foram repassa-das ao designer brasileiro Cícero Moraes, especialista em recons-trução facial em 3D que de posse de tais imagens digitalizadas, le-vou uma semana para recuperar a face verdadeira do santo.

Entretanto, há mais interrogações do que apenas desvendar o ros-to do homem. Acredita-se que São Valentim não tenha sido apenas uma pessoa, mas pelo menos três.

No entanto, no final do século XVIII a Igreja Católica retirou o Dia de São Valentim do calendário religioso, visto que não existiam pro-vas históricas concretas da existência do santo. Apesar disso, a da-ta permaneceu como uma celebração popular.

Atualmente, os restos mortais de São Valentim repousam na igreja de Santo Antão, em Madrid.

Somente no Brasil essa data, Dia do Amor, é comemorada no dia 12 de junho, como Dia dos Namorados.

O publicitário baiano, João Agripino da Costa Doria Neto, pai de João Doria Junior, atual governador de São Paulo, criou a data 12 de junho em 1948, para aumentar as vendas de uma loja de rou-pas. Dono da agência Standart Propaganda, foi contratado pela lo-

ja Exposição Clipper com o objetivo de melhorar o resultado das vendas em junho, que sempre eram muito fracas e um mês de de-saquecimento das vendas.

Inspirado pelo sucesso do Dia das Mães, Doria instituiu a data co-memorativa para trocar presentes no ano “O Dia dos Namorados” que coincide com a véspera do dia de Santo Antonio, o casamen-teiro.

A escolha do dia 12 teve a ver com o fato de ser véspera da cele-bração de Santo Antônio, que já era famoso no Brasil por ser o santo casamenteiro e, unindo o útil ao conveniente, Doria criou a primeira propaganda que instituiria a data no país com os Slogans:

"Não é só com beijos que se prova o amor!" - "Não se esqueçam: amor com amor se paga". A propaganda foi julgada a melhor do ano.

Afinal, dinheiro não traz felicidade, mas, o presente do dia dos na-morados pode selar o amor...

Genha Auga Jornalista MTB: 15.320

Língua portuguesa: Para falar português corretamen-

te é necessário saber conjugar verbos. Verbo Reaver Eu reouve os meus documentos numa semana. Ele reouve os seus documentos numa semana. Eles reouveram os seus documentos numa semana.

É frequente vermos formas conjugadas erradas deste verbo, como reavi, reaveu, reavê, reavesse,… O verbo reaver é irregular e de-fectivo, não sendo conjugado em todas as pessoas e tempos ver-bais. As formas irregulares são conjugadas com o radical reouv-, como: reouve, reouveram, reouvesse, reouvéssemos,…

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A controversa Direita brasileira

Neste último mês de Ja-neiro, neste ano de 2020, o que era naquele mo-mento Secretário de Es-tado nacional da Cultura,

já exonerado, citou uma frase alterada de Goebbels, o ministro na-zista da propaganda. O próprio Presidente da República, que tam-bém é uma pessoa controversa, discordou do comportamento do Secretário nacional da Cultura e o exonerou. Se alguém cita Jose-ph Goebbels como o ex-Secretário nacional da Cultura fez em ví-deo, é porque tem simpatia e admiração pelo Goebbels. E se uma pessoa assim conseguiu ser nomeado Secretário do Governo Fe-deral, é um péssimo sinal. Essa ocorrência é mais um sintoma da gravidade do que se passa na sociedade brasileira dos dias atuais. Há uma escandalosa falta de tato e de bom senso, de rejeição à civilidade. Os conservadores normais neste planeta Terra são pessoas que defendem a manu-tenção das instituições sociais tradicionais no contexto da sua cul-tura e da sua civilização. Os conservadores desejam preservar as instituições como a religião, os direitos de propriedade, hierarquia social e sociedade patriarcal. Logicamente, há gritantes divergên-cias entre o conservador normal e o progressista. O progressista quer mudanças por estar insatisfeito com o status quo, e o conser-vador normal não quer mudanças por estar satisfeito com o status quo. E é inevitável que haja rivalidade e até mesmo conflito. É claro que há exceções, mas o Conservadorismo brasileiro não é nem brasileiro e nem Conservadorismo puro. É um Conservadorismo eurocêntrico e americanocêntrico, e que combina ideais conserva-dores nos costumes com liberalismo econômico. Os parâmetros do Conservadorismo em território brasileiro são a cultura dos Estados Unidos e da Europa Ocidental. O que se passa realmente no Brasil (e outros países) é Obscurantismo, que é oposição a evolução hu-mana. Essa Obscurantismo que se apresenta como Conservadoris-mo se caracteriza também pela privação de debates e promessas

de soluções fáceis para problemas complexos. Se comporta de-monstrando ser contra o conhecimento, as artes e a ciência. O Bra-sil atual está em posição particularmente retrógrada no ataque ao pensamento crítico e humanista. Trata-se de um espírito autoritário e antidemocrático. Os governos nacionalistas costumam se empenhar para que seus países sejam potências mundiais, como aconteceu no século XIX, principalmente na Europa. Os supostos nacionalistas brasileiros sabotam o desenvolvimento do Brasil, querem que o país seja sub-misso a interesses estrangeiros. A direita brasileira não é verdadei-ramente nacionalista. Os Estados Unidos também são um país cheio de conservadores, muitos destes são envolvidos com a políti-ca, mas aquele país investe muito em pesquisas científicas, é um país com tecnologia avançada, naquela nação há muita gente patri-ota. O brasileiro médio parece que tem vergonha da própria histó-ria. Só que se recusa a compreender que, para que as coisas mu-dem para melhor, são necessárias políticas públicas de combate à pobreza, principalmente na educação, mas preferem políticas de opressão a quem é pobre ou miserável. Aí é claro que o Brasil nun-ca vai conseguir se tornar um país melhor, já que a própria socie-dade brasileira sabota o progresso do Brasil. O problema é que o brasileiro médio não gosta de brasileiro. O brasileiro médio reclama de tudo e não resolve nada e, quando alguém tenta realmente fa-zer algo com a intenção de resolver, é hostilizado. O brasileiro mé-dio gosta de falso moralismo. O brasileiro médio costuma dar reco-nhecimento a quem não merece e se recusa a dar reconhecimento a quem realmente merece. O problema não é querer conservar alguns costumes, alguns valo-res, algumas instituições. O problema é tomar atitudes contra a pró-pria nação priorizando interesses estrangeiros. O problema é que a Direita brasileira se comporta tomando atitudes contra os interes-ses brasileiros. Não significa que a Direita tenha que ser hostil aos estrangeiros, é claro que não! Mas por que a Direita brasileira prio-riza interesses estrangeiros aos interesses brasileiros? E por que essa Direita é contra princípios básicos da civilização?

João Paulo E. Barros

Fevereiro de 2020 Gazeta Valeparaibana Página 7

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Ajude o ambiente: alternativas para uma vida sem plástico

Ajudar o ambiente a livrar-se do plástico pode ser mais fácil do que imagina. Descu-

bra algumas alternativas ao plástico para o seu quotidiano.

Será uma das maiores lutas nos próximos tempos: como diminuir de forma massiva a dependência do plástico? Até 2022 Portugal quer banir utensílios de plástico descartáveis, minimizando os efei-tos sentidos atualmente. Ainda que se perceba a dificuldade em readaptar muitos dos hábitos quotidianos, é perfeitamente possí-vel… e bem mais fácil do que parece. Afinal de contas, é perfeita-mente possível substituir o plástico por outros materiais menos no-civos para o ambiente. No entanto, nem tudo são rosas num assunto cada vez mais atual: tenha cuidado com as alternativas ao plástico que podem causar ainda mais danos do que o próprio plástico. São várias as alternativas ao plástico que podem ser pensadas nas várias dimensões do nosso quotidiano. Na vida doméstica ou no trabalho e em atividades de lazer podem ser desenvolvidas mui-tas ações. Um dos grandes princípios é escolher para reutilizar o maior número de vezes possível. Utilizar garrafas de vidro para a água ao invés de garrafas de plásti-co (e privilegiar a água da rede…que em Portugal é de qualida-de…); Adotar a utilização de palhinhas de aço inoxidável ou de bambu; Evitar os talheres de plástico, substituindo os mesmos por kits de bambu, ou mesmo por pauzinhos de comida asiática; Privilegiar panos reutilizáveis ao invés de papel para embrulhos e para ações de limpeza;

Confecionar os próprios snacks (batatas fritas, bolachas, frutos se-cos no forno, etc.) e coloca-los em embalagens herméticas, ao in-vés de os adquirir em embalagens plásticas; Optar por detergentes ecológicos. O vinagre, o limão e o bicarbona-to de sódio podem ser excelentes opções. Utilizar sacos de compras de pano ou de papel, que possam ser dobrados e não pesem na carteira; Evitar ao máximo adquirir produtos em embalagens de plástico, pri-vilegiando a compra a granel…além de significar um acréscimo de qualidade…e de sustentabilidade…é muito mais económico!!!; Optar por roupa fabricada com materiais naturais e por comprar menos roupa, ou mesmo roupa em segunda mão; Preferir as formulações sólidas no que respeita a produtos de higie-ne pessoal. Além disso existem imensas possibilidades originais para adquirir produtos isentos de plástico, como escovas de dentes e cotonetes de bambu, fio dentário de cardamomo, esponjas natu-rais ou discos de algodão reutilizáveis. A aquisição de produtos reutilizáveis pode parecer mais cara do que os descartáveis, mas lembre-se da longevidade dos produtos e compare…irá facilmente perceber que fica a ganhar em quase toda a linha!!! Se ainda assim não está convencido, faça um pequeno exercício, e compare o preço de aquisição de alguns produtos a granel, com a sua aquisição em embalagens de plástico. Poupará imenso e ga-nhará claramente qualidade. Chás, café, frutas, verduras ou até a própria água são excelentes exemplos. Muitas são também as empresas que já divulgaram estratégias destinadas à eliminação do plástico. Portanto, de que está à espera invista na sustentabilidade e ganhe na qualidade de vida!

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Fevereiro de 2020 Gazeta Valeparaibana Página 8

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Lusofonia e globalização Mesmo em passos lentos, um novo sentido acerca (do entendimen-to) de lusofonia vem sendo articulado entre os governos no âmbito dos países de língua portuguesa. Ações antes limitadas ao espec-tro linguístico, hoje, cada vez mais, parecem alinhar-se a uma go-vernança territorial influenciadas por aspectos ligados à globaliza-ção. A esse respeito, é tendência que a Comunidade de Países de Lín-gua Portuguesa (CPLP) crie condições ainda no ano de 2020 para que a mobilidade se torne um fenômeno gradual em vista da livre circulação de pessoas no interior do espaço lusófono. Conforme, Augusto Santos Silva, Ministro de Estado e dos Negócios Estran-geiros, “o regime de vistos nacionais é regulado pela legislação própria da cada Estado-membro. Quanto aos vistos Schengen, de curta duração, a legislação aplicável é forçosamente a legislação europeia”. Destacado parceiro português, Jorge Carlos Fonseca, Presidente de Cabo Verde, afirmou recentemente que a CPLP deverá transfor-mar-se em uma comunidade de povos e de cidadãos e não somen-te Estados, o que provocaria, sem dúvida, consequências ao exer-cício da mobilidade.

Tal propósito tem sido observado (e apoiado) pela literatura lusófo-na em geral e mais especifica-mente pela literatura portuguesa. É o caso de Isabelle de Oliveira, Presidente do Instituto do Mundo Lusófono em Paris, Professora Titular de Ciência da Linguagem na Université de Paris-Sorbonne e detentora da Habilitation à Diri-ger des Recherches (HDR), o mais alto grau de docência no sistema universitário francês. Lançado em novembro de 2019, O Devir da Lusofonia conta com preâmbulo de Edgar Morin, pre-fácio do Professor Dr. José Ro-drigues dos Santos e posfácio do Dr. José Lourenço Pinto.

Segundo Isabelle, trata-se de um livro reflexivo que poderá servir como ferramenta no sentido de instigar mentes mais inquietas a fim de construir o futuro sob a criação de uma verdadeira identidade lusófona renovada, moderna e progressista. Para a autora, “Mais do que nunca, temos de nos pôr em causa e enfrentar os de-safios que carecem de respostas imediatas e que podem redefinir os contornos do mundo de amanhã. A lusofonia é manifestamente plural. Não comporta ortodoxias políticas, não assenta numa unida-de de pensamento e de expressão, logo, raramente é unívoca. Se-ria impossível vislumbrar o devir da lusofonia se o dissociássemos do futuro da Humanidade. A ligação da lusofonia às realidades do mundo contemporâneo também é uma evidência. A lusofonia pode-ria ser um investimento seguro, uma expressão de circunstância nestes tempos de crise financeira, para todos os que receiam o a-parecimento de um modelo cultural uniforme e, consequentemente, de um pensamento único, hegemónico e até normalizado, ignoran-do a diversidade do mundo. A lusofonia é agente das relações in-ternacionais, cujo comportamento é moldado por diferentes interes-ses. Esses interesses podem ser comuns a diversas organizações – a paz, a luta contra o subdesenvolvimento, a proteção dos direi-tos humanos – ou podem ser-lhe específicos. Devemos assumir a nossa quota-parte nessa reconfiguração do mundo com a convic-

ção de que poderemos cimentar esse espírito de solidariedade que constitui a própria essência da Lusofonia, contribuindo para a afir-mação e a difusão dos valores que a mesma veicula e, dessa for-ma, nestes tempos de crise, tornaremos compreensível e evidente a necessidade imperiosa de uma solidariedade com base nos atos. E essa é a verdadeira raiz de todo o meu trabalho em prol da Luso-fonia da qual este livro representa o meu pensamento atual acerca do que deverá ser o Futuro da Lusofonia: Um valor sólido e seguro, pleno de oportunidades que tem obrigatoriamente de se impor no Mundo sublinhando em qualidade aquilo que já representa indiscu-tivelmente em termos de quantidade”. Fruto do atual dinamismo econômico, as relações de cooperação entre os países lusófonos e os Observadores Associados da CPLP tem propiciado aproximações geopolíticas históricas como é o caso de Portugal e Macau. Sob este contexto, cabe ressaltar que diante da presença do Presidente da República Popular da China, Xi Jin-ping, no dia 20 de dezembro último, Ho Iat Seng tornou-se o quinto governante da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) a ser empossado desde o retorno à tutela da China em 1999, após séculos de domínio português.

Na visão do novo manda-tário, o futuro da RAEM passa por reforçar o patri-otismo, a integração na-cional e a cooperação si-no-lusófona. Deste modo, o multiculturalismo de Ma-cau representa uma ponte o oriente e o ocidente e, especialmente, entre a

China e os países de língua portuguesa. Nessa perspectiva, em 21 de janeiro de 2020 foi assinado um pro-tocolo de cooperação com vista ao reforço da colaboração entre o Instituto Português do Oriente (IPOR) − entidade pública empresa-rial portuguesa que visa promover a língua portuguesa e a cultura lusófona no continente asiático −, o Camões - Instituto da Coopera-ção e da Língua e a Universidade de Macau, cujo objetivo é formar alunos da referida universidade e públicos externos em Língua Por-tuguesa, bem como desenvolver conteúdos de apoio a essas for-mações. De acordo com o IPOR, a proposta de cooperação preten-de investir "na circulação de publicações científicas, na internacio-nalização de projetos de investigação ou na partilha de boas práti-cas, no âmbito de intervenção pedagógica e didática em língua por-tuguesa". Para além dos muros acadêmicos, a verve portuguesa pode ser vista nas ruas de Macau, posto que todos os sinais e placas públi-cas têm a necessidade de grafia nos dois idiomas, uma vez que a administração local é oficialmente bilíngue (cantonês e português). Em termos quantitativos, os falantes de português representam a-proximadamente 2,4% da população, segundo Censo de 2006. De outro modo, segundo reportagem de Daniel Mandur Thomaz, da BBC Brasil, publicada em 23 agosto 2017, a presença chinesa em países como Angola e Moçambique é ostensiva, tornando o país asiático um forte candidato a assumir o espaço de empresas brasi-leiras esvaziado após o impacto dos escândalos de corrupção en-volvendo empreiteiras como Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez, todas elas com grande volume de investimentos em Angola e Mo-çambique. Assim, do ponto de vista geopolítico, Macau tornou-se um ponto estratégico para a internacionalização da língua portuguesa, ao mesmo tempo em que a China assume interesses econômicos na África lusófona sob olhares portugueses. Marcelo Goulart Mestre em Geografia

Povo evoluído faz as cidades e os países evoluídos. Assim como a pessoa se conhece pelo ordenamento de sua casa, com as cidades é a mesma coisa. O povo se conhece pela organização social da sua cidade. Mas, lembro que a casa assim como as cidades não se

analisa somente pela organização da sala de visitas.

Filipe de Sousa

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O que a prisão de Prestes pode ensinar a Lula

Há 82 anos Luis Carlos Prestes, o maior lí-der popular do Brasil naquela época, apeli-dado de “Cavaleiro da Esperança” por Jorge Amado, era preso pela polícia política de Getúlio Vargas. Junto com Prestes também era presa sua esposa Olga Benário. E Olga estava grávi-da. Mas como Olga era estrangeira, Getúlio decidiu por sua extradição. Mas ela não era qualquer estrangeira, ela era alemã, judia e comunista.

Sua extradição era uma sentença de morte.

Os advogados de defesa lutaram por todas as vias para evitar sua extradição, mas no fim o STF negou os pedidos de clemência, ignorou as leis brasileiras e ordenou sua ex-pulsão do país. Olga morreu em uma câma-ra de gás em um campo de concentração Nazista.

Sua filha, Anita, milagrosamente sobreviveu, pois os tribunais nazistas concederam à cri-ança seu direito de viver com os avós pater-nos. Sim, os tribunais nazistas foram mais humanos do que os tribunais brasileiros.

Prestes, por sua vez, ficou preso e em isola-mento por 9 anos. Seu advogado, o famoso Dr. Sobral Pinto, chegou a apelar ao STF se valendo da Lei de Proteção aos Animais pa-ra que Prestes pudesse ter melhores condi-ções na prisão… Tudo em vão. O STF ne-gou todo e qualquer recurso para dar o míni-mo de dignidade a Prestes.

Ao longo dos 9 anos de prisão não faltaram manifestações nacionais e internacionais de apoio a Prestes… Tudo mais uma vez em vão… A justiça brasileira ignorou todo e qualquer apelo para ser “mais clemente e humana” ou tão somente “justa”.

Precisou uma Guerra Mundial, a derrota do Nazifascismo e a deposição de Getúlio para que finalmente Prestes fosse anistiado e sol-to.

E o que podemos aprender com tudo isso?

Naquela época a maior ameaça para os do-nos do poder era Prestes, hoje a maior ame-aça é Lula… Não haverá perdão e nenhum alívio para Lula, da mesma forma que não houve para Prestes. Ainda mais se depen-der do STF.

A condenação de Lula é pra valer e a ideia é que ele morra na cadeia. Já assassinaram sua esposa, Marisa… Agora chegou a vez de Lula. Não importam os movimentos de apoio nacional e internacional. As elites do Brasil nunca se sentiram envergonhadas de suas barbaridades.

Com algumas poucas medidas socioeconô-micas, Lula tirou da miséria 40 milhões de brasileiros, o que vale dizer que esses mi-lhões de indigentes nunca tinham sido moti-vo de vergonha para aqueles que estavam no poder.

Ser classe dominante no Brasil significa ser, antes de qualquer coisa, cruel e desumano. Não há no seu dicionário a palavra “compatriota” e muito menos “compaixão”. Cinicamente está é também a classe domi-nante mais cristã do mundo.

A elite brasileira por muito tempo se sentiu aviltada e injustiçada por Lula e pelo PT no poder. Isso não significa que ela não tenha ganhado dinheiro nessa época. Ganhou

muito. Mas ela se sentiu aviltada em ver po-bre com mais direitos e seu sentido de injus-tiça é único e só entende quem vive no Bra-sil.

Vejamos.

Ser da elite brasileira é achar que algo foi injusto quando as coisas não foram injustas em seu benefício. E essa “injustiça” será co-brada com grande fúria e de forma impiedo-sa contra Lula e o PT.

Há muito tempo atrás quando havia o medo (concreto) de uma insurreição comunista no Brasil as elites agiram daquela forma com Prestes… Imagina agora em que não há nem cheiro disso no Brasil.

Ao que parece as lições do passado não fo-ram muito bem aprendidas pela esquerda. A esquerda até que evoluiu no sentido de ten-tar criar nesse país um Estado Democrático de Direito de verdade… mas a direita não… ela continua a mesma de sempre… Por is-so, Lula só sai da cadeia pela força ou para a forca.

Esperar pela compaixão ou pelo bom senso dos tribunais brasileiros é delírio ou inocên-cia.

O calvário de Lula só está começando… E caberá ao povo e as lideranças de esquerda decidir se vai cruzar os braços e ver Lula morrer na cadeia por um crime que não co-meteu ou vai começar a pensar seriamente em agir de forma mais beligerante.

Alguns dizem que a guerra enfraquece a ra-zão do Homem, mas é importante também reconhecer que a paz enfraquece o seu ca-ráter e o seu espírito, ainda mais quando não lhe faltam razões para lutar.

Carlos D’Incao Historiador

Fevereiro de 2020 Gazeta Valeparaibana Página 9

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MÚSICA É TUDO DE BOM! Estudar música deixa as cri-anças mais atentas e menos ociosas: Pesquisas recen-tes mostram que apren-der a tocar um instrumento na infância melhora funções cerebrais ligadas a habilida-des como memória, organiza-ção e controle das emoções.

Dar um instrumento musical na mão do seu filho ajuda a estimular o desenvolvimento neurológico dele. Estudar música melhora as funções executivas do cérebro, responsáveis por habilidades como memória, controle da atenção, organização e planejamento do futu-ro.

Especialistas constataram que o treinamento musical aumenta a espessura de uma área nobre do cérebro, o córtex, responsável também pelo controle das emoções. “O estudo dos instrumentos leva o ser humano ao nível mais complexo de concentração do cé-rebro, que é a atenção executiva. É preciso ter foco e disciplina pa-ra aprender a ler partituras e marcar o tempo”, explica a pesquisa-dora Elvira Souza Lima, especialista em neurociência e música.

A atividade pode começar a partir dos quatro anos, quando a crian-ça já é capaz de fazer movimentos mais sutis com as mãos. “Esse

aprendizado modifica fisicamente o cérebro, principalmente quando ocorre antes dos sete anos, e os ganhos se mantêm por toda a vi-da, mesmo que a criança pare de tocar o instrumento depois”, diz Elvira, frisando que o contato com a música, ainda que apenas co-mo ouvinte, tem um grande impacto no desenvolvimento humano e prepara o cérebro para executar diferentes tipos de funções.

Então que tal estimular a iniciação musical em casa? Enquanto aju-da seu filho e se diverte com ele, você também absorve os benefí-cios do contato com a música, que vale para todas as idades. Veja como fazer isso no dia a dia:

- Coloque diferentes tipos de música para seu filho ouvir para au-mentar o repertório dele logo cedo. Arrisque mesmo: clássica, afri-cana, indígena, jazz, samba.

- Faça brincadeiras com sons usando objetos da casa, como pane-las e baldes. Não deixa de ser um jeito de produzir música. - Sempre que possível, separe 10 minutos do dia só para ouvir mú-sica com seu filho, sem realizar nenhuma outra atividade ao mes-mo tempo. Todo mundo vai ficar mais relaxado.

- Estimule as crianças a ouvir e identificar os sons da natureza, desde os passarinhos até o barulho das folhas ao vento. Isso tam-bém vale como experiência e memória musical. - Cantem juntos, com e sem música de fundo. O efeito de cantar é o mesmo de tocar um instrumento.

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Fevereiro de 2020 Gazeta Valeparaibana Página 10

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O cidadão de bem elegeu Bolsonaro,

mas poderia ter sido Hitler

O sádico, muitas das ve-zes, aparenta agir na mais pura bondade e com ex-cesso de preocupação em

relação ao outro. Hitler, por exemplo, quando vivia em Munique, ainda desconhecido, adorava ajudar os ratinhos que passavam pe-lo seu quarto, dando-lhes comida. Dava-lhes, porém, pouca comi-da. Ou melhor: nutria-os de pouquinho em pouquinho. E o motivo era simples: ele adorava vê-los brigando, por conta da pouca comi-da, e admirava o modo como os ratos mais fortes dominavam os mais fracos.

Por isso Fromm vai dizer – e a ele não posso deixar de referir, dado que é dele e Freud que vem a minha inspiração – que ânsia de po-der do sádico não se origina da força, mas da fraqueza. Daí dizer-se que o sádico, no fundo, é um fraco, vale dizer: essa aparência forte e dominadora – tal qual a de Hitler e Bolsonaro – esconde, na verdade, uma fraqueza: sua dependência face ao objeto do sadis-mo.

Por esse motivo, o sádico precisa (ou talvez fosse melhor dizer: ne-cessita!) mandar em alguém; afinal: é daí que reside sua força, a saber: do fato de ser senhor de alguém. Essa força, como se vê, é dependente do seu objeto – a pessoa dominada – dado que é o domínio sobre ela que permite-o acreditar que é forte e dominador.

Eis porque os filhos de Bolsonaro, assim como Geli Raubal (a so-brinha-amante de Hitler) parecem ter suas vidas dentro de uma gai-ola dourada, onde podem tudo – desde que não ultrapassem os limites da gaiola –, o que explica as constantes aparições de Bolso-naro, na TV, para “corrigir” os filhos.

O sádico pensa que o seu domínio pela vida alheia se dá pelo fato de amá-los muito; Erick Fromm, porém, lembra-nos que, na verda-de, o sádico ama-os porque os domina.

O sadismo, como adiante se perceberá, varia de intensidade, po-dendo-se falar em 3 tipos de sádicos: (i) um primeiro, que visa não só o controle sobre a pessoa, mas também (ou, sobretudo) sobre seu corpo, com objetivo de usá-lo, explorando-lhe ao máximo; (ii) outro, que visa tornar as pessoas dependentes do sádico, para que este possa fazer delas meros instrumentos, como se fosse argila nas mãos do oleiro; (iii) e, por fim, aqueles (mais conhecidos) que desejam fazer (e ver) o outro sofrer, seja fisicamente, seja moral-mente.

Bom exemplo do primeiro tipo de sadismo está na fala de Ley, che-fe da frente nazista de trabalho alemão: “Queremos mandar e gos-tamos disso; ensinaremos estes homens a montar nos cavalos, a fim de dar-lhes a sensação de domínio absoluto sobre um ser vivo.”

Bolsonaro, como veremos (e suas falas estão aí – vivas – para comprovar) fornece-nos, por mais incrível que possa parecer, e-xemplo dos 3 tipos de sadismo, podendo o primeiro ser percebido nesta frase: “Vamos fazer o Brasil para as maiorias; as minorias têm que se curvar às maiorias. As leis devem existir para defender as maiorias; as minorias se adequam ou simplesmente desapare-cem…”

Hitler também pensava da mesma maneira que Bolsonaro, como se vê no seu famoso livro Minha Luta: “O que a maioria quer é a vitória dos mais fortes e o aniquilamento ou a captação incondicio-nal dos mais fracos.”

Já o segundo tipo de sadismo – fazer com que as pessoas fiquem dependentes do sádico, para que ele possa fazer delas meros ins-trumentos, como se fosse argila nas mãos do oleiro –, é-nos de-monstrado pelas falas de Bolsonaro, com suas tentativas acabar

com os direitos assegurados aos negros e aos oprimidos, bem co-mo manter os privilégios dos homens sobre as mulheres, dos pa-trões sobre os empregados, entre outras coisas, para que sempre haja pessoas que dependam dos sádicos.

Joseph Goebbels, Ministro da propaganda nazista, também via os mais fracos como meros instrumentos, isto é, argila nas mãos do oleiro, o que fica claro no trecho a seguir: “chefe e massa constitu-em problema análogo a pintor e cores; nada mais são do que a pe-dra é para o escultor.” E conclui: “Às vezes a gente se vê preso numa profunda depressão, que só se pode vencê-la quando se es-tá face às massas. Porque as pessoas são a fonte do nosso po-der.”

O terceiro e último tipo de sadismo, que pode ser considerado o mais grave, é justo aquele que mais se identifica com as palavras de Bolsonaro, dado que sua “racionalidade” rege-se por algo do tipo: “atacando primeiro, estou defendendo a mim e meus amigos contra o perigo de sermos feridos”. Aqui as falas de Hitler e Bolso-nosaro espantam não só pelo conteúdo, mas também pela similitu-de, como demonstram os trechos a seguir:

“O erro da tortura foi torturar, e não matar”; “se vão morrer uns ino-centes, tudo bem”; “não vou estuprar você porque não merece”; “ele devia ter sido morto a coronhadas”; “qualquer aliança cujo pro-pósito não é a intenção de iniciar uma guerra é sem sentido e inú-til”; “como uma mulher que preferirá se submeter ao forte do que ao fracalhão, as massas também amam muito mais o que manda do que o que suplica”; “as pessoas ficam muito mais satisfeitas com uma doutrina que não tolera os rivais do que uma que garante direi-tos liberais”.

As frases de Hitler foram colhidas no livro Minha Luta; já as de Bol-sonaro, no Youtube. Limitar-me-ei a isso, deixando a você, leitor(a), a missão de identificar (ou de imaginar) a quem pertence tais fra-ses. Depois disso, lembre-se do seguinte: tudo o que eles disseram (e fizeram) sempre foi (e continua sendo) em nome do bem, em prol da bondade, da moralidade, dos bons costumes e, claro, em nome de deus.

Por isso, o duque de La Rochefoucauld dizia que frequentemente faz-se o bem para poder – impunemente – fazer o mal (o que leva à reflexão sobre os riscos de se conceder poderes ilimitados a qualquer um, em especial os membros do Ministério Público, pasto-res, juízes, entre outros “cidadãos de bem”).

Aliás, sobre o perigo oferecido por “cidadãos de bem” (leia-se: fal-sos moralizadores), Jacinto Coutinho alertou-nos, de há muito, que “os maiores mafiosos vão à missa todos os domingos, quando não todos os dias e, na porta da igreja, tramam os mais terríveis crimes; os grandes defensores da moralidade (visite-se, por exemplo, as salas dos Tribunais, nos julgamentos dos crimes contra a liberdade sexual!), não de raro são infatigáveis pervertidos; democratas de palanques são senhores do totalitarismo, como mostraram certos políticos que, durante o regime militar eram havidos como os sím-bolos de um novo tempo e, depois, eleitos, usaram do poder para confirmarem-se no antidiscurso.”

O “cidadão de bem” impõe aos outros valores que não valem para eles; são, pois, apedrejadores querendo apedrejar sua própria ten-tação ou culpa, como diria Calligaris.[10] Bradam contra a corrup-ção, cuspindo neste prato somente porque queriam (mas não con-seguiram) comê-lo. (Millôr). O problema é que quando um moralista sobe ao poder todos pagam por seus moralismos, dado que o alívio de suas falhas é compensado com o rigor de suas exigências para com os outros.

Encerro, por isso, parafraseando Agostinho Ramalho: que Deus nos proteja da bondade dos hitleristas e dos bolsonaristas.

Djefferson Amadeus é mestre em Direito e Hermenêutica Filosófi-ca (UNESA-RJ), bolsista Capes, pós-graduado em filosofia (PUC-RJ), Ciências Criminais (Uerj) e Pro

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Fevereiro de 2020 Gazeta Valeparaibana Página 11

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“Lobos devoradores” e o cristofascismo no Brasil

O termo “fascismo” está em alta no Brasil. Mais do que um xin-gamento, ele não se resume a sinônimo de extrema-direita ou ultraconservadorismo. Vem de fasces, feixes, “força pela uni-ão”, símbolo adotado por Benito

Mussolini para o seu partido italiano a partir dos anos 1920. O na-zismo, sob o comando de Adolf Hitler, pela mesma época, é outro destacado exemplo.

É ação política ancorada na devoção a um líder cultuado, de ideais nacionalistas e militaristas. Baseia-se na unificação do povo por meio do ideal de supremacia da raça branca e do masculino. É to-talitário, com a imposição do domínio do líder ou do seu partido, uma autoridade sem limites que atua no controle da vida pública e privada, buscando regular todas as suas dimensões.

É ainda nacionalista, na idolatria da pátria e na expansão do seu poder, com hostilidade ao marxismo e suas vertentes – anticomu-nismo e anti-socialismo. As mídias são recursos importantes para disseminação destes ideais.

O sucesso do fascismo tem relação com a imposição do medo e da violência física como antídoto. Daí a incitação às agressões contra os declarados inimigos do Estado e de sua supremacia como cor-ruptos, comunistas, minorias étnicas e sexuais.

Abusos físicos nas ruas e assassinatos são correntes e ações pa-ramilitares são apoiadas pelo Estado. Nesse sentido, um governo fascista representa muito mais do que uma ditadura.

O que isto tem a ver com religião? Foi em 1970 que a teóloga ale-mã Dorothee Sölle cunhou o termo “cristofascismo”, a postura que combina cristianismo e fascismo. Sölle baseia-se no fato de as rela-ções do partido nazista com as igrejas cristãs terem contribuído pa-ra o desenvolvimento do Terceiro Reich.

A história registra como evangélicos alemães (de maioria luterana) colaboraram com o desenvolvimento do nazismo. A propaganda do fim da República (vista pelos luteranos como poder irreligioso) e de um “cristianismo positivo”, voltado apenas contra os judeus, agra-dou este grupo. O apoio durou pouco com o avanço do totalitarismo e do controle que Hitler impôs sobre igrejas. Já os católicos se co-locaram contra o regime no início e depois se omitiram ou se ajus-taram por autopreservação.

Na Itália, o Papa Pio XI fez aliança com Mussolini para restaurar privilégios que a Igreja Católica havia perdido com a unificação itali-ana.

Para Dorothee Sölle, no tempo presente há posturas semelhantes da parte de igrejas e suas lideranças. O mesmo apoio a supremaci-as, totalitarismos, a políticas de intolerância e de ódio contra minori-as por igrejas no passado estaria vivo entre cristãos no presente.

Isto por conta da fé em um Jesus individualizado e sentimentaliza-do, que despreza o profetismo que o caracteriza nos Evangelhos, além de silenciar e até zombar da atuação dele entre os pobres e marginalizados.

“Este tipo de religião”, diz a teóloga, “conhece a cruz apenas como um símbolo mágico do que [Jesus] fez por nós, não como um sinal do homem pobre que foi torturado até a morte como um criminoso político (…). Este é um Deus sem justiça, um Jesus sem uma cruz, uma Páscoa sem uma cruz – (…) uma traição aos desprezados, uma arma milagrosa a serviço dos poderosos”.

A pesquisadora refere-se às práticas de religiosos cristãos no espa-ço público em nome da supremacia branca e máscula: grupos ra-cistas, cristãos e armados, movimentos cristãos “pró-vida” que agri-dem verbal e fisicamente mulheres que desejam ter o controle dos seus próprios corpos e chamam de “abortistas”, milícias que violen-tam fiéis não cristãos e cidadãos que vivem publicamente sua ori-entação sexual.

Há cristãos e lideranças que não praticam essas ações violentas, mas seu silêncio e omissão, como na Alemanha nazista, tornam-se apoio e promoção destas posturas corruptoras do Evangelho.

O cristofascismo também conquista fiéis pela propagação do medo. Espalha-se terror sobre conspirações de bandidos, de terroristas, de comunistas que justifica reações violentas “em legítima defe-sa” (“olho por olho, dente por dente”), o que contraria o Evangelho.

O que isto tem a ver com Brasil? Deixo para os leitores compara-rem o que foi descrito acima com os discursos e práticas em torno da campanha intitulada “Brasil acima de tudo, Deus acima de to-dos”.

Um pastor escreveu em sua página do Twitter: “Estou absoluta-mente certo de que a igreja está escrevendo a página mais triste da sua história no Brasil. A história não poupará os evangélicos”. Para ele, “milhões de brasileiros estão escandalizados, membros das mais diferentes igrejas, aturdidos”.

Segundo pesquisas, 66% de evangélicos e 48% de católicos apoi-am a campanha eleitoral baseada em armamentismo, valorização da tortura, combate a um comunismo ilusório, segregação de ne-gros e indígenas, controle pelo Estado de questões privadas como sexualidade, retirada das crianças da convivência da escola, entre outros projetos que se opõem aos valores maiores do Evangelho.

Magali do Nascimento Cunha

Jornalista e doutora em Ciências da Comunicação

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a depen-dência em drogas lícitas ou ilícitas é uma doença. O uso indevido de substâncias como álcool, cigarro, crack e cocaína é um proble-ma de saúde pública de ordem internacional que preocupa nações do mundo inteiro, pois afeta valores culturais, sociais, econômicos e políticos.

Tratamento

Quem necessita de tratamento no SUS devido ao abuso de álcool e outras drogas deve procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBS), os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e os Centros de Aten-ção Psicossocial Álcool e Drogas III (CAPS AD). O atendimento conta com equipes multiprofissionais compostas por médico psiqui-atra, clínico geral, psicólogos, dentre outros.

Prevenção

É muito difícil convencer alguém a não fazer algo que lhe dê pra-zer; drogas e álcool, antes de qualquer outra coisa, oferecem pra-zer imediato, e por causarem dependência física, psicológica e sín-drome de abstinência são de difícil tratamento. As ações preventi-vas devem ser planejadas e direcionadas para o desenvolvimento humano, o incentivo à educação, à prática de esportes, à cultura, ao lazer e a socialização do conhecimento sobre drogas, com em-basamento científico.

20 - Dia Nac. de Combate às Drogas e Alcoolismo

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O capitalismo como imensa coleção de perguntas

Marx escreveu que a riqueza da sociedade bur-guesa se apresentava como “uma imensa cole-ção de mercadorias”

Pois a lista de perguntas que elas no fazem hoje 24 horas deve dizer algo da riqueza burguesa ou do próprio capitalismo tal como este se apre-senta hoje, ao menos no Brasil. Uma hora vou verificar a duração de todas as vezes em que ouço e respondo a seus apelos e fazer a soma final de um ano. A coleção de perguntas, algu-mas bastante petulantes, é interminável, mas, sendo eu procrastinadora, algo com que não contam, sempre digo ou escrevo não ou depois (equivalentes a um não enche!); mesmo assim, isso me toma muito mais tempo que arrancar a erva inútil que cresce todo dia no meu canteiro de plantas. Eis algumas:

– Você já é nosso cliente? ou: Você é cliente prata? Diamante? Você é cliente Mais? Extra? Único? A senhora quer fazer o cartão X? (se vo-cê for a três lojas, p.ex., serão três interroga-ções, claro, às vezes sob a variação Já é cliente fidelizado?)

– A senhora já conhece a nossa promoção? (se estiver diante de pessoa insistente, você terá de lhe responder duas ou mais vezes, e, mesmo que seja monossilábico como eu nessas horas, precisará de um tempinho a mais.

– Se não quiser receber nossa newsletter/nosso email, clique aqui. Então você segue a recomen-dação, e a cortina se fecha (primeiro ato); res-ponda sim ou não! (segundo ato); mas, quando você supõe que eles estão saindo de cena, eis que… Ora, mas por que você não quer receber mais nossa newsletter? Sua resposta é muito importante para nós! Não vou dizer que seja mentira, mas não vou lhe tirar também o seu tanto de eufemismo (“passivo-agressivo”, como se diz no novo jargão psicológico) para o fato de que sem ela, a resposta, não saímos da grade que imediatamente se fecha em torno de nós, indicando o círculo infernal em que continuare-mos a receber o email. Então pressionamos u-ma entre as quatro ou cinco opções oferecidas, que não deixam de exibir da parte deles uma percepção decantada e matizada dos dilemas da alma humana. No entanto a única coisa que estou dizendo intimamente, com o maxilar trava-do desde o começo do primeiro ato, é: calhor-das, calhordas, calhordas.

– Deseja fazer as atualizações agora/deseja atu-alizar o aplicativo agora? Sim ou não? Às vezes oferecem as opções “daqui a 15 dias, 30 dias”, “lembre-me depois” etc. Nesses casos alternati-vos, o “não” é só o adiamento de um encontro do qual jamais vou poder escapar.

– Qual a nota que você dá para o Victor? (se você pegar só um Uber por dia, claro). Agora essa curiosidade foi acrescida de algumas indis-crições: quanto você gostaria de dar para o Vic-tor [de quem você, como nos disse, gostou tan-to]: 1, 5 ou 10 reais? Não dou nada, mas isso já cavou um buraquinho no meu coração e lá foi se intrometer uma nova modalidade de culpa.

– Não vou contar as propagandas de Ômega 6 que se acumulam na secretária eletrônica do telefone fixo, gravadas por algum trabalhador precário em seu próprio apartamento e pagas por peça pela empresa distribuidora do produto. Eu as apago metodicamente a cada tantos dias, como uma trabalhadora também, capinando ou

faxinando. Não fazem interpelações propriamen-te, mas me roubam uns segundos mesmo que eu só as ouça no início para logo deletá-las. De-pois de uns dez dias, suponhamos, haverá u-mas seis ou sete mensagens. Além disso, meus dedos estão com burn-out, especialmente o indi-cador, que estremece de imaginar que pode tra-balhar até 80 anos ou mais, com ou sem Refor-ma da Previdência.

– Não vou também contabilizar aqui os telefone-mas de associações de caridade solicitando al-guma contribuição, pois no meu entender não vendem mercadorias, e tampouco estas, merca-dorias, estariam em seu “lugar de fala” (como quando o próprio jornal ou ômega 6 falam), mas se trata de situação, digamos, fenomenologica-mente parecida, e sinto a mesma fadiga e an-gústia.

– Nesse item aqui contarei, sim, as inúmeras propostas de empresas de telefonia, às quais invariavelmente respondo — e, atenção, mesmo eu me sentindo por vezes atraída, como pode-mos sê-lo por alguém de quem desconfiamos, no entanto, que seja um tanto complicado de-pois para nos desembaraçar…. PREFIRO NÃO é o que sempre digo. Já assumi ser um Bartleby do consumo (depois de sê-lo do trabalho).

– Já tem alguém te atendendo?, é o que ouço mal ponho o pé na loja ou mesmo nem ainda transpus a soleira, e já fico um pouco ansiosa. Às vezes, quando mais sensível ou neurastênica (com aquele toque de século 19), chego a temer tanto pelo assédio que ponho binóculos para apreciar melhor as mercadorias do outro lado da rua. Não é algo, contudo, que possa fazer com a calma necessária porque naturalmente levanto suspeitas.

– É só isso mesmo? Não quer ver mais nada? Pode ocorrer de a pessoa insistir tantas vezes quanto são os produtos que existem na loja: não quer ver uma bolsa… uma saia… (chego a ver as reticências se desenhando no ar)… um cin-to… (para logo a oferta ganhar aceleração) uma meia uma écharpe uma tesoura um brinco um paralelepípedo? Não, não, não, já disse que não. Posso não levar nem isso que decidi levar, mas é o que você quer? É mesmo? Pense bem! Não ignoro, claro, que são tentativas de persua-são da parte de um vendedor cujo maior rendi-mento vem da comissão e que deve trabalhar, quando menos, 12 horas por dia, com folga num domingo a cada duas semanas, conforme a no-va tendência. E é verdade que numa dessas e-numerações é provável que me sinta inclinada a rever minha posição; no entanto o cansaço, que só aumenta, tem me tornado incoercível — e às vezes apenas balanço, sem maior expressivida-de, a cabeça para os lados, como duas pás de um ventilador já muito fraco.

– Não será o caso de lembrar certos convites ou homenagens que recebo de aniversário: Priscila, você é muito importante para nós, ou para mim, com a mercadoria mais personificada, às vezes até acompanhada de um presentinho, com a assinatura de pessoa física, na verdade aqui um mero alcoviteiro da sua relação amorosa com o CNPJ. Não é mentira minha que uma vez certo namorado estrangeiro, já falando português, em-bora ainda longe de captar todas as astúcias e nuances da língua e em cujo país de origem não lembro ter visto semelhantes ou tão frequentes costumes comerciais, depois de abrir a meu pe-dido uma correspondência que pegou no chão, perguntou com um pouco de ciúmes: Ó, quem é esse Otávio (era o Frias Filho, com a assinatura

digital copiada) que diz coisas assim carrrinho-sas e te envia um CD de música clássica no seu aniversário? E ainda é o Brrrrahms, que você gosta tanto! Além de toda a explicação, o fiz ver o detalhe de que não tinha só Brahms, mas mui-tos outros compositores, em “highlights”, o que não me agradava tanto, e o Otávio creio que não soubesse disso.

– Nem é bom mencionar as malas-diretas que, por morar em casa, jogo no lixo todo dia. Certo dia fiz a caixa do correio dizer: “Minha boca está abarrotada”, mas não lhe deram ouvido. A luta pela vida é insone e nela está engajada quase toda a humanidade… é só o que penso quando recebo tanta propaganda ou me dou conta da cada vez mais milimétrica divisão do trabalho na cosmética, com negócios inteiramente dedica-dos às sobrancelhas, ou às cutículas, ou aos dedões do pé, ou às celulites. Jamais pensei que se podia fazer tanta coisa e tanta arte nas sobrancelhas, mas a verdade é que estamos sendo testemunhas nas últimas décadas de um novo processo de racionalização e autonomiza-ção das esferas, esferas de todo tipo, tamanho e consistência, e centenas de milhares de seres humanos, quiçá liliputhianos, penduram-se em cada uma das minúsculas partes do corpo mais aparente (como a medicina no corpo mais ocul-to), onde acham seu meio de vida e razão de existir. De todo modo, mala-direta não é pergun-ta, embora certo dia uma delas saltasse na mi-nha cara, me intimando: Quanto tempo mais vo-cê vai precisar para me comer? Era uma pizza bem oferecida, com duas azeitonas pretas no lugar dos olhos.

– Não é o momento agora para falar do Você quer CPF da nota? Ao que parece, não é exata-mente uma relação mercantil. Ao que parece. Em todo caso, recuso a oferta com certa apatia.

– Por que você não quer mais assinar o jornal? E aí se segue um verdadeiro interrogatório, on-de não fica claro se você é réu, vítima, promoto-ria, defensoria.

– Eu ia me esquecendo dos bancos. Não vou lembrar direito das interpelações, mas, depois que você insere o cartão, elas começam a se multiplicar: você não quer fazer um empréstimo consignado? Já conhece nossa nova opção de….? Sem contar a operacionalidade do caixa que muda de banco para banco, e no interior de cada banco a própria operacionalidade também muda de tempos em tempos. Daí é preciso digi-tar a senha, as letras de acesso, fazer a biome-tria… meu dedo, já estressado, nem sempre se deita da melhor forma, sou pega no pulo e já muito afobada quando vejo a luzinha vermelha e logo depois o ferro de um cadeado brandido (tente de novo!). Meu desespero bate no limite, mas sempre haverá algo mais a acrescentar pa-ra a “nossa” segurança. De fato são códigos pa-ra responder a uma pergunta essencial e antiga: quem és? ou ainda: você é você mesmo? E, u-ma vez apresentadas todas as provas, como o herói para a princesa exigente que concedia sua mão depois do longo caminho percorrido, a urna ou caverna abre-se como por mágica — do pon-to de vista deles, não do seu, que deu um duro. E você se apossa não de dádiva ou tesouro a-lheio, menos ainda de uma princesa, mas de si mesmo, e isso em geral é decepcionante. Imagi-no que não deva tardar o dia em que, depois de completar um percurso iniciático ainda mais lon-go, nada mais estará a sua espera.

Priscila, no que você está pensando?

Priscila Figueiredo

Fevereiro de 2020 Gazeta Valeparaibana Página 12

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Iemanjá, também conhecida como "Rainha do Mar" é um orixá afri-cano feminino, e faz parte da religião do candomblé e de outras re-ligiões afro-brasileiras. É considerada padroeira dos pescadores, jangadeiros e marinhei-ros. Igualmente, protetora dos lares, das crianças, gestantes e invocada na hora do parto e por todos que desejam ser felizes no casamen-to. O Dia de Iemanjá é a maior festa em honra a este orixá, quando milhares de pessoas se vestem de branco e vão às praias deposi-tar oferendas, como espelhos, joias, comidas, perfumes e outros objetos.

História de Iemanjá Iemanjá é também conhecida

por Yemanjá, Iyemanjá, Yemaya, Yemoja ouIemoja. O nome Iemanjá é derivado da expressão Iorubá, "yeye ma ajá"que quer dizer "mãe cujos filhos são peixes". Iemanjá era a orixá de uma nação iorubá, os Egba, que viviam inici-almente em um local no sudoeste da Nigéria, entre Ifé e Ibadan, onde há um rio chamado Yemanjá. No século XIX, por causa das guerras entre povos iorubás, os Egba foram obrigados a se afastar do rio Iemanjá e passaram a viver em Abeokuta. No entanto, continuaram cultuando a divindade, que se-gundo a tradição, passou a viver em um novo rio, o Ògùn.

O Dia Internacional da Internet Segura celebra-se a 11 de fevereiro em 2020com o tema "Juntos por uma Internet melhor". Este dia mundial da internet segura comemora-se todos os anos em fevereiro, com o objetivo de promover a utilização segura da internet por todas as pessoas, inclusive as crianças, que estão bas-tante expostas a riscos nesta rede mundial de comunicação. A iniciativa é da rede conjunta Insafe-INHOPE, a qual junta as or-ganizações que desenvolvem a utilização consciente da Internet na União Europeia. Tema central em 2020 Todos os anos, este dia, também conhecido como Safer Internet Day (SID), apresenta um tema diferente. O tema de 2020 é "Juntos por uma Internet melhor". Durante a segunda semana de fevereiro decorre a semana da in-ternet segura, com muitas iniciativas nas escolas portuguesas que incentivam a segurança na internet. Regras da internet segura: - Criar uma password forte e segura; - Mudar de password de 6 em 6 meses; - Não ligar todas as contas entre si; - Não repetir passwords entre contas; - Fazer compras somente em sites seguros (“https”) e no computa-dor pessoal; - Atualizar antivírus e restante software do computador; - Limpar a cache do computador regularmente; - Proteger a rede sem fios de internet com password segura.

A data tem o objetivo de conscientizar os grandes grupos radiofôni-cos e as rádios comunitárias da importância do acesso à informa-ção, da liberdade de gênero e expressão dentro deste setor da co-municação. Entre os meios de comunicação tecnológicos que existem na atuali-dade, o rádio continua a ser o que atinge as maiores audiências, continuando a adaptar-se às novas tecnologias e aos novos equi-pamentos. O rádio funciona seja como uma ferramenta de apoio ao debate e comunicação, na promoção cultural ou em casos de e-mergência social. A rádio esteve presente acompanhando os principais acontecimen-

tos históricos mundiais e hoje continua a ser um meio de comunica-ção fundamental. Origem do Dia Mundial do Rádio O Dia Mundial do Rádio é comemorado em 13 de Fevereiro em ho-menagem à primeira emissão de um programa da United Nations Radio(Rádio das Nações Unidas), em 1946. A transmissão do pro-grama foi em simultâneo para um grupo de seis países. A data foi criada e oficializada em 2011, pela Organização das Na-ções Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). O pri-meiro Dia Mundial do Rádio foi celebrado apenas em 2012.

Criada pela UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, em 17 de novembro de 1999, o Dia Internacional da Língua Materna tem o objetivo de promover a diversidade linguística e cultura entre as diferentes nações. Além disso, esta data também convida a todos os países membros da UNESCO e suas matrizes a refletirem sobre a preservação das particularidades linguísticas e culturais de cada sociedade. Origem do Dia Internacional da Língua Materna A ideia para proclamar um dia dedicado à língua materna surgiu a partir do Dia do Movimento da Língua, criado em 1952 e celebrado desde então em Bangladesh.

Esta data é de extrema importância para ajudar a fortalecer a luta contra a pobreza, exclusão, preconceito e desemprego, em busca do desenvolvimento social dos países. Alcançar a justiça social significa promover uma convivência pacífi-ca e saudável entre as nações, eliminando barreiras do preconcei-to, seja por motivos de raça, etnia, religião, idade ou cultura, por exemplo. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas – ONU, em 26 de novembro de 2007, de acordo com a Resolução A/RES/62/10, sendo comemorada pela primeira vez em 2009. O Dia Mundial da Justiça Social foi criado como um reforço para o estabe-lecimentos das metas propostas pela ONU na Cimera Mundial do Desenvolvimento Social, em 1995, Cúpula Social de Copenhagen e na Cúpula do Milênio, entre outros fóruns da Organização. Entre as principais ações a serem atingidas com esta iniciativa está a eliminação da pobreza, o bem estar da população e o fim de qualquer tipo de descriminação dentro da sociedade.

Esta data homenageia uma das ferramentas essenciais para a for-mação educacional dos alunos: o livro didático. O livro didático reúne as informações que o aluno necessita para ajudar a desenvolver o seu conhecimento, em todas as etapas da educação – desde o ensino fundamental até os superiores. Os livros didáticos também são muito importantes para orientar os educadores (professores), no processo de ensino e aprendizagem.

Esta data marca a Constituição de 1891, a primeira do Brasil como uma República. A Primeira Constituição Monárquica do país havia sido outorgada por D. Pedro I em 1824.

A Constituição de 1891 foi criada a partir da assembleia constituin-te, a qual foi convocada na Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889. Entre os principais destaques desta Constituição está a definição da escolha da figura do presidente da República através de votos diretos, sendo que as eleições para este cargo deveriam ocorrer a cada intervalo de 4 anos.

Fevereiro de 2020 Gazeta Valeparaibana Página 13

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+ ALGUMAS DATAS COMEMORATIVAS

02 - Dia de Iemanjá

VISITE NOSSO SITE - Lá verá todas as datas comemorativas

21 - Dia Internacional da Língua Materna

11 - Dia da internet segura

13 - Dia Mundial do Rádio

20 - Dia Mundial da Justiça Social

27 - Dia do Livro Didático

24 - Promulgação da 1ª Constituição Republicana

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Fevereiro de 2020 Gazeta Valeparaibana Página 14

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CORRUPÇÃO SE APRENDE NA ESCOLA

Quando vemos os noticiários sobre corrupção de alguns administradores, políticos ou mes-mo funcionários públicos, sempre nos pergun-tamos: onde nós estamos. Estamos cercados de corrupção por todos os lados! Em um grau maior ou menor! Sim! Às vezes chegamos a

nos indagar: mas fulano quando estudava, trabalhava ou mesmo era de nossa convivência não era assim. Será? Já parou pra pen-sar que nós aprendemos corrupção no dia e dia e não estamos se-quer percebendo? Percebemos apenas quando a mídia divulga al-gum político de um ou outro partido, nas esferas dos poderes cons-tituídos, que cujo interesse às vezes é partidário e não para se re-solver o problema.

Vamos ver alguns fatos que ocorrem no dia a dia de uma escola, que demonstrará claramente que a corrupção existe no dia a dia do cidadão, e o que é pior, a mesma é aprendida e copiada também nas escolas. Poderíamos tomar como exemplos outros ambientes, tais como: uma igreja, uma repartição pública ou mesmo um clube social.

Mas, o fato de se ter escolhido uma escola, é que esse ambiente é singular no aprendizado do cidadão para a cidadania, e, portanto, perfeito para se entender onde aprendemos e aperfeiçoamos a cor-rupção. E pior, na maioria das vezes, nem percebemos que tais coisas estão sendo ensinadas ou copiadas pelos nossos alunos e professores.

Vejamos alguns exemplos:

Quando passamos trabalhos em grupo, para se fazer em sala de aula ou mesmo em casa, geralmente, um ou outro aluno não faz nada e coloca o nome no grupo de trabalho e recebe a nota como se tivesse participado do mesmo. O grupo não questiona a partici-pação do mesmo, e ainda o defende perante o professor, mesmo se ele for argüido e não souber explicar nem uma linha do trabalho. Vocês já perceberam que no trabalho alguns colegas batem o pon-to por outro pra que não fique registrado o atraso, ou mesmo a au-sência, e às vezes é defendido pelos colegas como se o mesmo realmente compareceu ao trabalho naquele horário. Tanto no e-xemplo do Trabalho em Grupo na Escola e do funcionário que não bateu o ponto, ambos as pessoas que não fizeram nada serão be-neficiadas. Isso não é corrupção? Interessante, os nossos repre-sentantes nas Câmaras Legislativas Municipais, Estaduais e Depu-tados Federais e Senadores fazem a mesma coisa. Será coincidên-cia? Qual a diferença?

E aqueles alunos que nem sabe seu nome direito e vive a lhe trazer presentes? Quando chega numa avaliação, o mesmo não sabe na-da e chega para o professor e diz: aí professor! Sabe como é? Sou seu amigo e coisa e tal! Aí o professor faz vista grossa e passa um trabalho (dá um jeitinho) e coisa e tal e os alunos são aprovados. Isso quando não vem a ordem dos nossos coordenadores e direto-res de escolas (às vezes o aluno é amigo do diretor e coordenador) pra passar um trabalho (dar um jeitinho) pra ajudar o aluno. No fun-cionalismo público, acontece uma coisa interessante. Às vezes, te-

mos que marcar uma consulta em um posto médico, tirar um docu-mento em uma secretaria, ou mesmo estamos numa lista pra con-seguir a casa própria ou de um concurso. Não é que, em muitos casos, dando algum presentinho as pessoas que são responsáveis por tais coisas a tal pendenga se resolve! Lembram quando o políti-co lhe oferece facilidades na coisa pública, lhe dá um emprego ou a alguém da sua família e você vota nele. Ou, quando você, vai ao gabinete de tais políticos pedirem pra que ele lhe facilite a vida em algum órgão publico de alguma coisa pendente ou mesmo arranjar um empreguinho (e você nem sempre precisa a se submeter a este tipo de coisa). No congresso os deputados votam em projetos do governo dependendo se terem ou não um ministério, uma secretari-a ou uma diretoria, ou um emprego para um parente. Qual a dife-rença? Estão vendo a semelhança?E quanto às leis que dão vários direito aos alunos. É recuperação da recuperação, provão da recu-peração e acaba alguns alunos sendo aprovado sem sabe ler e nem escrever direito. Fora da escola temos aquelas leis que o cara vai preso e tem direito a tanta coisa que a gente tem a impressão que o mesmo nunca foi e nunca será punido. E quando nossos po-líticos são pegos com a mão na botija? Ai vem o tal de foro privile-giado, imunidade parlamentar, só pode ser julgado pelo supremo e por ai vai. Engraçado! Será pura coincidência a semelhança de tais facilidades ou impunidades?

E os alunos que são matriculados um mês ou mais depois de terem começado as aulas? E aquele funcionário público que foi contrata-do na época da eleição? Em ambos os casos são proibidos por lei. Mas, os nossos diretores de escolas e Administradores públicos fazem isso pra agradar o aluno e o eleitor. Tudo é pra agradar o aluno e também eleitor.

E as eleições para o Conselho Comunitário e Grêmio Escolar? Já perceberam que os participantes dos mesmos geralmente são alu-nos não muito chegados ao estudo em sala de aula e que os mes-mo geralmente defendem alunos que não fazem nada e vivem a perturbarem os que querem alguma coisa, só para ganharem os votos. Chegam, inclusive, a pressionar os professores para ajuda-rem os colegas, que estão muito ruins de nota. Sem dizer que em alguns casos os candidatos são indicados por diretores e coorde-nadores do colégio. Será que a semelhança com as eleições dos nossos representantes nas câmaras legislativas municipais, esta-duais, deputados federais e senadores é pura coincidência? Ou os adultos já vieram das escolas com esse aprendizado?

Eu pergunto mais uma vez: será que nossas escolas não é um bom

exemplo de como aprendemos a ser corruptos? Ou será apenas

imaginação fértil de mais um professor tolo?

Antônio Carlos Vieira

Professor de Geografia(SEED-SE) Em tempo: O pior, é que nossos alunos são os primeiros a exigir ética dos políticos e fazem as coisas, iguaizinhas aos mesmos. A-gora, faz o seguinte, pegue esse texto e passe para alunos de qualquer escola e peça pra ele dar uma opinião sobre isso. Certa-mente, eles irão dizer que você é um calunioso, pois, nas nossas escolas não existe nada disso. É pura imaginação de um professor de escola pública.

Pessoas Com Baixo QI Tendem A Ser De Direita E Apoiar Te-

mas De Intolerância, Mostra Estudo

Um estudo publicado na última edição da revista alemã Emotion mostrou, por meio de pes-quisa, que as pessoas que tiveram uma nota mais baixa em testes de inteligência costumam ser apoiadores de causas da direita e a favor de temas de intolerância, como racismo, xenofobia e homofo-

bia. O estudo é o primeiro do mundo a identificar tendências emo-cionais em pessoas com déficit de inteligência. No total, 983 estu-dantes belgas participaram dos testes emocionais, reconhecimento de emoções e situacional. Os que tiveram apontamentos de QI mais baixo, mostraram ter tendências de autoritarismo e apoio a causas políticas da direita.

“Resultados foram unívocos. Pessoas que apoiam líderes fortes e que não se importam com desigualdades mostram níveis de dese-quilíbrio emocional”, explica o psiquiatra autor do estudo, Alain Van Hiel.

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Fevereiro de 2020 Gazeta Valeparaibana Página 15

Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar

Os sujeitos históricos contra a cultura da barbárie

Brasil e Alemanha , 2020 e 1933. Monstros financiados pela burguesia alemã de ontem, encontram um atalho no tempo e chegam ao palco em que monstros financiados pela atual burguesia brasileira, atuam. No vídeo publica-do pelo ex- secretário da Cultura Roberto Al-

vim no dia 16 de janeiro, encontramos o cenário tétrico recheado pela melodia de Richard Wagner. A cruz de Lorena é o objeto de cena que une-se ao som do compositor alemão: declaração de guerra da civilização cristã contra o paganismo, o comunismo, o internacionalismo, a arte livre... O personagem em cena, Roberto Alvim, surge no vídeo com a máscara e o texto de um célebre teóri-co do extermínio de seres humanos, do controle e da repressão so-bre a cultura: Joseph Goebbels, o principal arquiteto ideológico do nazismo. O espectador com consciência histórica parece não acre-ditar nos seus próprios olhos: as formas do Terceiro Reich enervam-se no ambiente filmado, infiltram-se tranquilamente na mesa, no terno, no rosto, no tom da fala, na música de fundo...

Roberto Alvim, um homem de teatro(e que portanto conhece muito bem a composição do texto dramático e os efeitos de cena) arran-cou do fundo das trevas um cenário histórico que é o espelho cultu-ral do governo Bolsonaro. Não que os bolsonaristas sejam antisse-mitas e defensores de um modelo de Estado em que o ideário do Belo opera com metralhadoras e câmeras de gás um hediondo pa-pel “ cirúrgico “ na criação da cultura da dita “ raça pura “. A política liberal e a subserviência aos EUA que caracterizam o atual gover-no, não rimam com as estruturas políticas do Terceiro Reich. Toda-via, a visão de História e Cultura do governo Bolsonaro possui sim uma macabra sintonia com o fascismo.

Ao defender a arte nacionalista, Goebbels impõe através dos meios de comunicação de massa uma visão de cultura em que o povo a-lemão seria um corpo saudável, unificado por uma suposta história desenhada pela “ virtude “, pela “ vontade “. Este corpo portanto não poderia revelar a realidade, deixar aparecer uma sociedade que é dividida em classes sociais. Quando os bolsonaristas sabo-tam a crítica social em nome do patriotismo, em nome de uma cul-tura nacionalista , apresentam também uma concepção de Beleza que embora não faça uso da suástica e sim das cores verde e ama-rela, é muito parecida com o fascismo. A cultura nazista não poderi-a admitir as contradições do desejo e a pluralidade étnica e sexual existentes. Os intelectuais e artistas alemães formados no gigan-tesco e experimental Cabarét dos anos de 1910 e 1920, encontra-vam ricas perspectivas no marxismo e nas experiências estéticas de vanguarda. Tais elementos críticos não apenas destoavam das manifestações artísticas e publicitárias dos nazistas, mas coloca-

vam em cheque a miséria e a exploração na Alemanha. Não por acaso a chegada de Hitler ao poder no início dos anos de 1930, culmina tanto na perseguição aos comunistas quanto aos artistas críticos e libertários. E no Brasil de Bolsonaro? Os chamados ola-vistas que estão á frente do governo, atacam de maneira tacanha e intolerante todas as manifestações artísticas e intelectuais que rea-lizam a crítica. Os nazistas atacavam o que eles chamavam de “ bolchevismo cultural “. Os bolsonaristas atacam o que eles cha-mam de “ marxismo cultural “. Alguns autores brasileiros chamam a atenção para este perigoso paralelo histórico.

Em uma patética e nada sustentável visão de História, segundo a qual esta envolveria os esforços da “ raça pura “ contra as formas e os setores sociais tidos como “ degenerados “, o nazismo recupera a Estética greco romana e os símbolos da mitologia germânica pa-ra elaborar uma cultura nacionalista e politicamente dirigida. Goeb-bels orquestrava uma série de eventos e produtos culturais que dis-torciam a história da Alemanha e logo impediam com que a popula-ção soubesse o que aconteceu e o que acontecia. A ignorância das massas contribuía com o sucesso destas práticas. No Brasil dos nossos dias, o obscurantismo religioso e falta de formação histórica fazem com que imperem também as mais escabrosas confusões ideológicas. Recentemente, gente do governo chegou a afirmar que o “ nazismo é de esquerda “, despertando assim a indignação de qualquer intelectual ou curioso da História. A este tipo de coisa soma-se o conservadorismo mais rasteiro, que glorifica persona-gens como Pinochet e saúda recentes pesadelos históricos como o AI-5. “ Pedidos de desculpa “ não encobrem horrendas atitudes que vestem meninos de azul e meninas de rosa, que consideram a es-cravidão no Brasil “ benéfica “, que afirmam ser Satã o mecenas do rock, que atacam a memória dos opositores e militantes de esquer-da que lutaram contra a ditadura militar. Portanto não existe nenhu-ma surpresa se alguém que ocupa alguma “ função cultural “ no go-verno seja apaixonado pela Estética nazista.

Dentro da concepção nacionalista de cultura dos nazistas, Goeb-bels queria comunicar ás massas que Hitler era Bismarck. O teórico nazista dizia : “ A Verdade deve se ajustar á necessidade “. Se hoje algum bolsonarista deseja ser Goebbels, que tipo de representação da história a esquerda deve revelar á classe trabalhadora? Neste palco maluco em que personagens do presente vestem-se com as máscaras dos personagens do passado, que concepção de arte e cultura a esquerda pode oferecer? É mais do que oportuno reler-mos e difundirmos autores como Trotski, Breton, Brecht e Benja-min. Este último, crítico e vítima do nazismo, nos ensina a utilizar as imagens do passado como método revolucionário de crítica ao presente. Vamos insistir nesta longa luta, neste esforço político/cultural para mostrar ao sujeito histórico atual que a história está na palma da sua mão.

Afonso Machado

Abelhas são declaradas os seres vivos mais importantes do mundo

A ciência já descobriu que as abelhas podem estar viciadas em a-grotóxicos. Os pesticidas causam a morte das produtoras de mel e seu desaparecimento pode acabar com a humanidade. Graças a isso, não foi uma grande surpresa quando, há 10 anos, o Royal Ge-ographical Society de Londres declarou as abelhas como seres vi-

vos insubstituíveis.

O anúncio fez parte de uma competição denominada Earthwatch, cuja final foi entre as abelhas e os plânctons. Durante a apresenta-ção, cientistas apresentavam argumentos para defender cada uma das espécies e as pessoas presentes deveriam votar em qual ser elas consideravam mais importante.

As abelhas foram defendidas pelo Dr. George McGavin. Ele expli-cou ao público que 250 mil espécies de flores dependem das abe-lhas para se reproduzir. Além disso, muitas frutas e vegetais tam-bém ganham uma ajudinha delas, que tem impacto em cerca de 90% da produção de alimentos no mundo.

Sua importância é tanta que a cidade de Curitiba está espalhando abelhas sem ferrão em seus parques, como uma forma de dissemi-nar árvores nativas. Na Suécia, foi erguido até mesmo um monu-mento para celebrar nossas amigas voadoras.

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“Comunidades estão sendo envenenadas no Brasil”, denuncia relator da ONU

Baskut Tuncak, relator especial da ONU so-bre substâncias tóxicas, conclui que a impu-nidade reina quando o assunto é crime am-biental no Brasil. Ao terminar sua missão pelo país, ele alerta que o Brasil está em um "trágico caminho de desmantelamento das instituições de proteção do meio ambiente".

O especialista esteve no país por duas se-manas em dezembro e, no segundo semes-tre de 2020, apresentará seu informe final diante do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Em entrevista à coluna, o relator da ONU apresentou algumas de suas primeiras ob-servações sobre um informe que promete colocar forte pressão sobre o governo.

Durante sua viagem, ele conta que autorida-des e entidades insistiam em tratar de casos específicos como sendo "crimes ambien-tais". "Mas não há punição e nem processo criminal", alertou, sem entrar em detalhes sobre os casos que tratará em seu informe final. "A impunidade era total", afirmou.

Segundo ele, "uma sensação perversa de impunidade entre os criminosos que enve-nenam as pessoas, tomam suas terras e destroem o meio ambiente."

Ao mesmo tempo, Tuncak alerta que há um movimento no Brasil para criminalizar quem luta pelo meio ambiente.

Ele ainda ressaltou o aumento nas taxas de desmatamento e o número de incêndios na Amazônia.

Em sua avaliação, tais realidades podem ter uma "possível influência de sinalizações do governo sobre mudanças nos regimes de uso da terra, em prol de acelerar e aumentar a produção da agricultura e mineração".

"É desanimador ver as autoridades desman-telando tantos canais de colaboração e até mesmo tentando criminalizar esses atores", disse. "Uma mudança radical na relação en-tre governo e sociedade civil é crucial para melhorar o difícil cenário que eu observei," alerta Tuncak.

O especialista indicou que, depois do rompi-mento de barragens em Mariana e Brumadi-nho, depois do vazamento de óleo e de uma "epidemia de envenenamentos por pestici-das", ele esperava encontrar um governo que estivesse comprometido em adotar me-didas rigorosas de controle ambiental. "Ao contrário, vemos ocorrer o oposto", decla-rou. Para ele, o atual comportamento do go-verno Bolsonaro é preocupante.

"Pedi a visita em muitas ocasiões e final-mente ela foi aceita. Eu pensei que a demo-ra era para permitir que o governo mostras-se o que havia feito desde Brumadinho. Mas fiquei muito decepcionando", declarou. "Foram duas semanas muito difíceis", insis-tiu.

Sem ministros

Segundo ele, a visita ocorreu sem que ne-nhum ministro o tenha recebido. O relator também contou que, depois de apresentar sua agenda pelo Brasil e as visitas, o gover-no apenas deu um retorno sobre o percurso faltando cinco dias para a missão, em de-zembro.

Uma vez no Brasil, o relator diz que recebeu um apoio adequado dos departamentos téc-nicos do Itamaraty e do Ministério de Direi-tos Humanos. Mas não sentiu o mesmo en-tusiasmo do Ministério do Meio Ambiente.

Barragens

Tuncak esteve em Brumadinho e diz ter tido conversas "difíceis" com moradores e sobre-viventes. Mas o que mais o chocou foi a res-posta das autoridades e o fato de, um ano depois, o governo ainda depender dos da-dos da empresa responsável pelo local, a Vale.

Segundo ele, apesar de o governo e empre-sas terem negado reconhecer a situação por anos, está cada vez mais claro o impacto da exposição da população à lama tóxica em Mariana. "No entanto, as empresas respon-sáveis continuam abusando do seu poder impedindo que informações de saúde e se-gurança sejam publicadas", denunciou.

"O Brasil está descumprindo sua obrigação constitucional de proteger os direitos huma-nos da exposição a substâncias tóxicas e resíduos perigosos, eliminando ministérios cruciais, restringindo o financiamento para funções essenciais, eliminando programas importantes, restringindo as instâncias de participação cívica e deixando de aplicar as leis e decisões judiciais que existem para proteger os direitos humanos de exposições

tóxicas", declarou ao final da visita.

Pesticidas

Outra constatação do relator se refere à a-provação de novos pesticidas pelo governo Bolsonaro, em 2019, e mesmo em 2018. No total, ele teria recebido a informação de que o total de novas aprovações chegaria a 800 produtos. Segundo ele, a explicação do Mi-nistério da Agricultura visava minimizar o fato.

Mas o especialista conta que se reuniu com médicos e representantes de comunidades que indicaram a existência de um sério pro-blema. "Existem comunidades envenena-das", alertou. "E membros do governo apon-taram implicitamente e mesmo explicitamen-te, em alguns momentos, que não tem re-cursos para monitorar", lamentou.

O relator deu o exemplo da comunidade de Piquiá de Baixo que, segundo ele, "está en-venenada há décadas".

"O Brasil segue permitindo o uso de deze-nas de pesticidas altamente perigosos, bani-dos por muitos outros países", disse. "As ações ou falta de ação do governo liberou uma onda catastrófica de pesticidas tóxicos, desmatamento e mineração que envenena-rão as gerações futuras, caso ações urgen-tes não forem tomadas para realinhar o Bra-sil com o caminho do desenvolvimento sus-tentável", declarou.

Jamil Chade

Fevereiro de 20210 ÚLTIMA PÁGINA

O patrono das Comunicações no Brasil é Marechal Rondon, segun-do escolha do próprio ministério, em 1971. Sua data de nascimento -5 de maio- é dedicada às Comunicações.

Em 25 de Fevereiro de 1967, foi criado o Ministério das Comunica-ções no Brasil. Este órgão é uma das esferas do poder executivo

federal. Ele é o responsável pela criação e cumprimento das nor-mas e leis que regem as políticas públicas das comunicações.

Suas principais atividades se dividem em três áreas de atuação: a radiodifusão, os serviços postais e as telecomunicações.

A radiodifusão é um ministério que coordena as concessões de e-missoras de rádio e televisão, em canal aberto.

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25 - Dia da Criação do Ministério das Comunicações