Anno, Avulso, ,. graphos náo se restituem quer sejam ou ... · Bemdito o que se lembra dos pobres...

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'ff ANNO SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRICOLA Assignatura i) Anno, i$ooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. II para o Brazil, anno. 2S5oo réis (moeda forte,:. 0 Avulso, no dia da publicação, 20 réis. ~ EDITOR — José Augusto Saloio IICÍOET — RUA DIREITA — 19, i.c A L D E G A L L K G A Publicações Annuncios— i.a publicação. 40 réis a linha, nas seguintas, \ 20 réis. Annuncios na 4.“ pagina, contracto especial. Os auto- ,. graphos náo se restituem quer sejam ou não publicados. PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio EXPEDIENTE Rogauios aos nossos estimáveis assignantes a Qaeza de nos participa rein qualquer falta na re messa do jornal, para de p ro nap to provi de a c i a r- utos. Acceitain-se com grati dão quaesquer noticias que sejam «le interesse pubHco. A Paschoa Eil-a, a quadra ridente em que se realisam as verdadeiras festas da fa milia, em que se reunem as pessoas queridas, feste jando a Resurreição! Depois dos dias de luto, dos trajes negros das En doenças e da Paixão, as cô res alegres e garridas, a alegria em todas as almas, 0 enthusiasmo e o jubilo em todos os corações. E’ tambem nesta época do anno que a Caridade tem ensejo de mais larga mente se expandir. Os co rações generosos abrem- se ouvindo os lamentos da pobreza, e derramam a flux as suas dádivas, con solando assim as agruras e as misérias dos desprote gidos da sorte. Bemdita seja a caridade, que tantos dons prodigio sos espalha pelo mundo. Bemdito o que se lembra dos pobres e lhes estende a mão, porque, na phra- se de Victor Hugo, quem dá aos pobres empresta a Deus. Saudando este dia so- lemne, que todos respei tam e veneram desde an tigas eras, damos as Boas Festas a todos os que tão bizarramente nos teem coadjuvado nesta modes ta empreza, desejando-lhes toda a sorte de venturas e prosperidades de que são dignos. A Emprega. Procissão dos Passos Como havíamos noticia do, effectuou-se no prete- rito domingo, com a so- lemnidade dos annos ante riores, a procissão dos Pas sos, o que fez concorrer muita gente dos logares li- mitroph.es. O cortejo reli gioso, que sahiu da egreja do convento da Senhora da Conceição, pelas 5 ho ras da tarde, vinha organi- sado pela fórma dos annos anteriores: guião, pendão, irmandade dos Passos, com posta de grande numero de membros, u anjos pri morosamente vestidos con duzindo os symbolos dos martyrios de Christo, o an dor magnificamente deco rado com flores naturaes, sobre o qual se via o mar- tyr do Goigotha curvado ao peso do seu supplicio, conduzido pelos srs. José Antonio Fernandes, José Maria Mendes, Antonio Luiz Dantas, Antonio Mo raes da Costa Jacome, An tonio Ermogal, Manuel Ro drigues Brandão, Joaquim Futre e Joaquim Soeiro Garrôa; atraz, ia o andor com a Senho.'a da Purifi cação, conduzido pelos srs. José Serrador Junior, José Joaquim Ferreira, José Luiz Aleixo e João Lazaro; o paliio, sob o qual iam os reverendos João Pereira Vicente Ramos, conduzin do o Santo Lenho, Theodo ro de Sousa Rego e Napo- leão. Fechava o cortejo a phi- larmonica «i.° de Dezem bro», desta villa, que du rante o trajecto executou com toda a correcção, duas bonitas marchas fúnebres, intituladas «Dôr suprema» e «Dolorosa separação». Esta ultima foi executada pela primeira vez, e ambas são originaes do nosso ami go e talentoso regente d’a- quella philarmonica, sr. Balthazar Manuel Valente. Os sermões do pretorio, encontro e calvario foram prégados pelo rev. Napo- leão. A scena do encontro deu-se, como de costume, no largo da Misericórdia, que, comquanto seja enor me, estava occupado pelo povo que acompanhava a procissão. Executaram habilmente os motetes os srs. José Cân dido Rodrigues d’Annun- ciação, Joaquim d’Almeida e Amadeu dos Santos. Os srs. dr. Luciano Ta vares Móra, Francisco Ta vares da Silva Ribeiradio, Luiz Fernandes Aleixo e Antonio Simões faziam a meza representando a ir mandade da Senhora da Purificação. Representavam a com missão promotora da pro cissão os srs. Cândido Jo sé Rodrigues d’Annuncia- ção, Solibanio da Veiga e Francisco Soeiro Garrôa As egrejas foram orna mentadas sumptuosamen te pelo nosso amigo, sr. Francisco Silverio Fernan des, proprietário da agen cia funeraria, desta villa. Foi mantida a ordem por grande numero de cabos de segurança, indo a pro cissão sempre com a ma xima decencia A commissão promoto ra da procissão á veneran da imagem do Senhor dos Passos, péde-nos para pu blicarmos aqui a sua conta de receita e despeza rela tiva á referida procissão, que é a seguinte: RECEITA Rendimento do gui ão. . $ « do pendão.. 2S000 » das lanternas i$ 5oo » do andor... i 5S68o » de capas e de esmolas....................... 74»385 Rendimento do mealhei ro, no convento ........ 3»22o Somma em ..... 963785 DESPEZA Francisco S. Fernandes . 66S9S0 Parocho ........................... i$6oo Ihesoureiro .................... 1S200 Fabrica ............................. S4.00 Padre Theodoro ............. 1S200 Prégador ......................... i 5$ooo Gratificação á philarmo nica i.° de Dezembro 128000 Rosmaninho e areia........ $800 Beberete e amêndoas aos anjos ........................... 28480 100 registos da imagem do Senhor dos Passos $36o Sapatos pura os anjos, 11 pares ................ ........... 48800 Duas idas a Lisboa de um homem........................ 1S200 Distribuição de capas e recolhimento das di tai . . . .......................... 1S000 Somma em ..... 109S020 Saldo contra ................... 12S2ÍÍ3 Esmola.; de 2 ; nonymos. ' 48200 Do sr. Francisco Silverio Fernandes .................. 2S000 Saldo conta..................... ójjoiS Diversas formas clinicas da Influenza Suppõe muita gente que a mesma doenca se denun- > ciará sempre pelos mesmos symptomas, e se realmente assim acontecesse muito se simplificaria o exercício da clinica. E’ verdade que ha doen ças que apresentam inva riavelmente um conjuncto de sxmptomas perfeitamen te característicos, mas é egualmente certo que nem todos os individuosreagem uniformemente deante dos mesmos agentes mórbidos e essas diíferenças no mo do de reagir não podem deixar de modificar os sym ptomas clássicos da doença. Outras doenças ha que variam na escolha dos or- gãos que affectam, produ zindo-se, por isso mesmo, symptomas completamen te diversos. Neste caso está a influ- enza. A dor de cabeça, dores pelo corpo, protração, ele vação de temperatura, tos se, defluxo, deixam facil mente diagnosticar a sua fórma clinica mais trivial, em que foram affectados os orgãos respiratórias e que por isso se chama/or- ma thoracica. Outros doentes queixar- se-hão de violentíssimas do res de cabeça, vertigens, accusadissima depressão physica e moral, dores, transpiração profusa. Na da de catharro, dada de de fluxo. E’ que nestes doentes foi poupado o apparelho res- piratorio e o affectado foi* o systema nervoso; é uma outra fórma da doença— a nervosa. Existe tambem a fórma gastrò-intesiinal, em que é este o apparelho que soffre toda a violência do ataque, ficando indemnes os outros e aqui surgem novos sym ptomas: vomitos, diarrhéa, dores abdominaes, etc. Cada uma destas fór mas clinicas ainda admitte subdivisões pelo predomí nio de determinados sym ptomas. O agente mórbido da in- fluenza póde affectar si multaneamente orgãos di versos, contribuindo cada um delles com os seus sym ptomas proprios e dando á doença novas feições, e as sim é que a fórma thoraci ca se póde combinar com a nervosa ou com a gastro intestinal, etc. Seria um nunca acabar se tivessemos de detalhar a enorme variante de sym ptomas da influenza, egual mente caprichosa na sua evolução; ora arrastando- se numa demoradissima convalescença, ora desap- parecendo bruscamente. Uma fórma das menos conhecidas já me visitou por duas vezes. Installa-se bruscamente, annunciando-se por fórte dor de cabeça, calefrios re petidos, febre e grande de pressão, dores vagas por todo o corpo, absoluta inap- petencia e, passadas pou cas horas, sobrevem um somno irresistível e muito extraordinario em quem tem uma grande difficulda- de em habitualmente o con ciliar. Adormece-se num som no pesado, profundo, de que se desperta para ador mecer immediatamente e depois de umas quinze ou dezoito horas acorda-se de finitivamente, magnifica mente bem disposto, com appetite, apenas um pouco fraco e isso mesmo des- apparece em dois ou tres dias. A mesma doença póde, pois, pela inconstancia das suas localisaçÕes, revestir aspectos os mais diversos, como acabamos de vêr pa ra a influenza, tornado por vezes o seu diagnostico ex tremamente difficil. Ha pouco tempo foi pu blicada uma nova varieda de por que se apresenta a influenza, e acabo justa mente de observar um ca so bem comprovativo. Per tence á fórma gastro-intes- tinal e é interessante conhe cer-se, mas convém saber primeiro a disposição dos orgãos na cavidade abdo minal. Delia nos occupare- mos no proximo artigo. Dr. JOSÉ DE MAGALHÃES. (Da Gaveta das Aldeias/ DOMIJNTGrO, 3 IDE ABRIL DE 1904

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'ff ANNO

S E M A N A R IO N O T I C I O S O , L IT T E R A R IO E A G R IC O L A

A ssignatu ra i)A n n o , i$ooo réis; s e m e s tre , 5oo réis. Pagamento adeantado. II para o Brazil, anno. 2S5oo réis (moeda forte,:. 0A v u ls o , no dia da publicação, 20 réis. ~

EDITOR— José Augusto Saloio

I I C Í O E T— RUA DIREITA — 19, i .cA L D E G A L L K G A

PublicaçõesAnnuncios— i . a publicação. 40 réis a linha, nas seguintas,

\ 20 réis. Annuncios na 4.“ pagina, contracto especial. Os auto- ,. graphos náo se restituem quer sejam ou não publicados.

PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio

EX PED IEN TE

Rogauios aos nossos estimáveis assignantes a Qaeza de nos partic ipa rein q ua lquer falta na re ­messa do jo rn a l , para de p ro na p to p rov i de a c i a r- utos.

Acceitain-se com g ra t i­dão quaesquer noticias que sejam «le in te resse pubHco.

A PaschoaEil-a, a quadra ridente

em que se realisam as verdadeiras festas da fa­milia, em que se reunem as pessoas queridas, feste­jando a Resurreição!

Depois dos dias de luto, dos trajes negros das En­doenças e da Paixão, as cô­res alegres e garridas, a alegria em todas as almas, 0 enthusiasmo e o jubilo em todos os corações.

E’ tambem nesta época do anno que a Caridade tem ensejo de mais larga­mente se expandir. Os co­rações generosos abrem- se ouvindo os lamentos da pobreza, e derramam a flux as suas dádivas, con­solando assim as agruras e as misérias dos desprote­gidos da sorte.

Bemdita seja a caridade, que tantos dons prodigio­sos espalha pelo mundo. Bemdito o que se lembra dos pobres e lhes estende a mão, porque, na phra- se de Victor Hugo, quem dá aos pobres empresta a Deus.

Saudando este dia so- lemne, que todos respei­tam e veneram desde an­tigas eras, damos as Boas Festas a todos os que tão bizarramente nos teem coadjuvado nesta modes­ta empreza, desejando-lhes toda a sorte de venturas e prosperidades de que são dignos.

A Emprega.

P roc issão dos P assos

Como havíamos noticia­do, effectuou-se no prete- rito domingo, com a so- lemnidade dos annos ante­riores, a procissão dos Pas­sos, o que fez concorrer muita gente dos logares li- mitroph.es. O cortejo reli­gioso, que sahiu da egreja do convento da Senhora da Conceição, pelas 5 ho­ras da tarde, vinha organi- sado pela fórma dos annos anteriores: guião, pendão, irmandade dos Passos, com­posta de grande numero de membros, u anjos pri­morosamente vestidos con­duzindo os symbolos dos martyrios de Christo, o an­dor magnificamente deco­rado com flores naturaes, sobre o qual se via o mar- tyr do Goigotha curvado ao peso do seu supplicio, conduzido pelos srs. José Antonio Fernandes, José Maria Mendes, Antonio Luiz Dantas, Antonio Mo­raes da Costa Jacome, An­tonio Ermogal, Manuel Ro­drigues Brandão, Joaquim Futre e Joaquim Soeiro Garrôa; atraz, ia o andor com a Senho.'a da Purifi­cação, conduzido pelos srs. José Serrador Junior, José Joaquim Ferreira, José Luiz Aleixo e João Lazaro; o paliio, sob o qual iam os reverendos João Pereira Vicente Ramos, conduzin­do o Santo Lenho, Theodo­ro de Sousa Rego e Napo- leão.

Fechava o cortejo a phi- larmonica «i.° de Dezem­bro», desta villa, que du­rante o trajecto executou com toda a correcção, duas bonitas marchas fúnebres, intituladas «Dôr suprema» e «Dolorosa separação». Esta ultima foi executada pela primeira vez, e ambas são originaes do nosso ami­go e talentoso regente d’a- quella philarmonica, sr. Balthazar Manuel Valente.

Os sermões do pretorio, encontro e calvario foram prégados pelo rev. Napo- leão. A scena do encontro deu-se, como de costume, no largo da Misericórdia, que, comquanto seja enor­me, estava occupado pelo

povo que acompanhava a procissão.

Executaram habilmente os motetes os srs. José Cân­dido Rodrigues d’Annun- ciação, Joaquim d’Almeida e Amadeu dos Santos.

Os srs. dr. Luciano T a ­vares Móra, Francisco T a ­vares da Silva Ribeiradio, Luiz Fernandes Aleixo e Antonio Simões faziam a meza representando a ir­mandade da Senhora da Purificação.

Representavam a com­missão promotora da pro­cissão os srs. Cândido Jo­sé Rodrigues d’Annuncia- ção, Solibanio da Veiga e Francisco Soeiro Garrôa

As egrejas foram orna­mentadas sumptuosamen­te pelo nosso amigo, sr. Francisco Silverio Fernan­des, proprietário da agen­cia funeraria, desta villa.

Foi mantida a ordem por grande numero de cabos de segurança, indo a pro­cissão sempre com a ma­xima decencia

A commissão promoto­ra da procissão á veneran­da imagem do Senhor dos Passos, péde-nos para pu­blicarmos aqui a sua conta de receita e despeza rela­tiva á referida procissão, que é a seguinte:

R E C E IT A

Rendimento do gui ão. . $« do pendão.. 2S000» das lanternas i$ 5oo» do a n d o r... i 5S68o» de capas e de

esmolas....................... 74»385Rendimento do m ealhei­

ro, no convento........ 3»22oSomma e m .. . . . 963785

D ESP EZ A

Francisco S. Fernandes . 66S9S0Parocho........................... i$6ooIh e s o u re iro .................... 1S200Fabrica............................. S4.00Padre Theodoro............. 1S200Prégador......................... i 5$oooGratificação á philarmo­

nica i.° de Dezembro 128000Rosmaninho e areia........ $800Beberete e amêndoas aos

anjos........................... 28480100 registos da imagem

do Senhor dos Passos $36oSapatos pura os anjos, 11

pares........................... 48800Duas idas a Lisboa de um

homem........................ 1S200Distribuição de capas e

recolhimento das di­t a i . . . .......................... 1S000

Somma em. . . . . 109S020Saldo contra................... 12S2ÍÍ3Esmola.; de 2 ; nonymos. ' 48200Do sr. Francisco Silverio

Fernandes.................. 2S000Saldo conta..................... ójjoiS

D iversas form as clinicas da Influenza

Suppõe muita gente que a mesma doenca se denun-

>

ciará sempre pelos mesmos symptomas, e se realmente assim acontecesse muito se simplificaria o exercício da clinica.

E’ verdade que ha doen­ças que apresentam inva­riavelmente um conjuncto de sxmptomas perfeitamen­te característicos, mas é egualmente certo que nem todos os individuosreagem uniformemente deante dos mesmos agentes mórbidos e essas diíferenças no mo­do de reagir não podem deixar de modificar os sym­ptomas clássicos da doença.

Outras doenças ha que variam na escolha dos or- gãos que affectam, produ­zindo-se, por isso mesmo, symptomas completamen­te diversos.

Neste caso está a influ- enza.

A dor de cabeça, dores pelo corpo, protração, ele­vação de temperatura, tos­se, defluxo, deixam facil­mente diagnosticar a sua fórma clinica mais trivial, em que foram affectados os orgãos respiratórias e que por isso se cham a/or- ma thoracica.

Outros doentes queixar- se-hão de violentíssimas do­res de cabeça, vertigens, accusadissima depressão physica e moral, dores, transpiração profusa. Na­da de catharro, dada de de­fluxo.

E’ que nestes doentes foi poupado o apparelho res- piratorio e o affectado foi* o systema nervoso; é uma outra fórma da doença— a nervosa.

Existe tambem a fórma gastrò-intesiinal, em que é este o apparelho que soffre toda a violência do ataque, ficando indemnes os outros e aqui surgem novos sym­ptomas: vomitos, diarrhéa, dores abdominaes, etc.

Cada uma destas fór­mas clinicas ainda admitte subdivisões pelo predomí­nio de determinados sym­ptomas.

O agente mórbido da in- fluenza póde affectar si­

multaneamente orgãos di­versos, contribuindo cada um delles com os seus sym­ptomas proprios e dando á doença novas feições, e as­sim é que a fórma thoraci­ca se póde combinar com a nervosa ou com a gastro­intestinal, etc.

Seria um nunca acabar se tivessemos de detalhar a enorme variante de sym­ptomas da influenza, egual­mente caprichosa na sua evolução; ora arrastando- se numa demoradissima convalescença, ora desap- parecendo bruscamente.

Uma fórma das menos conhecidas já me visitou por duas vezes.

Installa-se bruscamente, annunciando-se por fórte dor de cabeça, calefrios re­petidos, febre e grande de­pressão, dores vagas por todo o corpo, absoluta inap- petencia e, passadas pou­cas horas, sobrevem um somno irresistível e muito extraordinario em quem tem uma grande difficulda- de em habitualmente o con­ciliar.

Adormece-se num som­no pesado, profundo, de que se desperta para ador­mecer immediatamente e depois de umas quinze ou dezoito horas acorda-se de­finitivamente, magnifica­mente bem disposto, com appetite, apenas um pouco fraco e isso mesmo des- apparece em dois ou tres dias.

A mesma doença póde, pois, pela inconstancia das suas localisaçÕes, revestir aspectos os mais diversos, como acabamos de vêr pa­ra a influenza, tornado por vezes o seu diagnostico ex­tremamente difficil.

Ha pouco tempo foi pu­blicada uma nova varieda­de por que se apresenta a influenza, e acabo justa­mente de observar um ca­so bem comprovativo. Per­tence á fórma gastro-intes- tinal e é interessante conhe­cer-se, mas convém saber primeiro a disposição dos orgãos na cavidade abdo­minal. Delia nos occupare- mos no proximo artigo.

Dr. JOSÉ DE M A G A LH Ã ES.(Da Gaveta das Aldeias/

DOMIJNTGrO, 3 IDE ABRIL DE 1904

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v e rs a n o

Completou no dia 29 do mez findo o seu 2.0 anni­versario natalicio o filhinho do nosso amigo Joaquim Francisco dos Santos.

Os nossos parabéns.

u i t im o s eseasadalos «le P aris

Acabamos de receber o3.° fascículo deste interes­sante romance de aconte­cimentos sensacionaes- e veridicos, occorridos na actualidade por Dubut de Laforest.

Cada fasciculo semanal de 40 paginas e 5 gravu­ras, 5o réis. Volume men­sal de 160 paginas e mui­tas gravuras, 200 réis.

Pedidos á «Editora», L. do Conde Barão, 5o— Lis­boa.

participa hoje a todos os| socios que haverá no salão1 do referido Club uma reu­nião de familias.

C O F R E D E P E R 0 L 1 S

— -

O «Sudas

Centenas de garotos ar­mados de cacetes invadiam hontem, sabbado de alie- lu.ia, as ruas por onde pas­savam com o fim de espan­carem e queimarem o trai­dor discipulo de Christo.

S fe so rd cm

Pelas 11 horas da noite de sexta feira passada, en­volveram-se em desordem no becco do Club os srs Christianô Rodrigues de Mendonça e José Julio da Veiga Marques. Este ulti­mo ficára com uma brécha na cabeça, resultado duma bengalada que apanhara. Foi curar-se á pharmacia «Giraldes».

(i io ipo BBe5<sse3Eo

E’ hoje que se realisa a inauguração da época tau- romachica na praça de tou­ros do Campo Pequeno Os touro são de Emilio In­fante..

Xovo ClaiJ»

AdireccãodoNovo Club

Theatro saa rua «las Tay-pas

Encontra-se aqui ha pou­cos dias uma companhia dramatica, sob a direcção do celebre imitador de actores portuguezes Leo­nardo de Sousa. A compa­nhia traz bons elementos e é de crer que os espectá­culos sejam bons.

Effectuou-se hontem o primeiro espectáculo pro­movido pelo ex-actor A r­thur dos Santos, em seu beneficio, devido a estar cego.

O espectáculo agradou, e a casa estava boa.

Hoje representar-se-ha o interessante duetto «A so­peira e seu derriço-’ , «A móca», a comedia em um acto «As pragas d’um ca­pitão», poesia de Guerra Junqueiro «O Fiel», mo­nologo pela actriz Filome­na «O -riso».

No proximo domingo re­presentar-se-ha o drama em 3 actos «O Veterano da Liberdade.

Circo Amado

E’ verdadeiramente ten­tador o espectáculo popu­lar que hoje se realisa no Circo Amado, onde decer­to concorrerá muito povo, como é de costume em quasi todos es espectácu­los.. Figuram no programma d’hoje o burro amestrado, que todas as noites tem provocado as mais caloro­sas ovações, os insignes acrobatas Arthur Bimbo, Amado, Juliete e Pepito, o marinheiro aereo pela in- comparavel equilibrista Fe­reza Dominguez, funambu- lismo por Emilia Paterna, a dança hespanhola pelas distinctas dançarinas Blan- ca O í tiz e Josepha Alonso e muitos outros trabalhos e entradas cómicas de agra­do certo.

Saudemos nós, portugueses, Aquella nobre bandeira Que a uma nação guerreira F o i sempre levar a gloria.F o i ella que a santa chamma Acc.endeu em tantos peitos, Inspirando heroicos feitos Que regista a lusa historia.

F o i ella que o mundo inteiro Assombrou p o r muitas ve es, Quando os.bravos portugueses Iam por Deus combater.E 110 ardor da batalha,Quando o pendão tremulava,A todos sempre animava Só uma idéa: vencer!

E venciam! Quantas ve es Esses homens denodados Deixavam campos regados Com sangue dos inimigos!E ra assombroso deveras O seu valor sem rival,Que os filhos de Portugal Sempre sombaram dos prigos.

Pobre bandeira! Sqffreste Despre~o vil do extrangeiro. Esse pendão altaneiro,Confuso rojou no pó.Elle, que em.eras remotas Do mundo fô ra temido,Ja\ia agora abatido,Causando tristeza e dó!

Mas houve energicas almas Que o foram erguer de novo, E o santo pendão do povo Nas torres só tremulou. Parecia , solemne, altivo,D i-cr d lusa cidade:« Venho trazer liberdade,«Que o despotismo findou!»

Se um dia a nobre bandeira Tornar a ser insultada.Vereis brVhar nossa espada, Soltando chispas immensas.E com valor mostraremos Aos invasores extrangeiros Que os lusos, nobres guerreiros, Nunca perdoam qffensas!

JOAQ UIM DOS AN.IOS.

A N E Ç D O T A S

■ 0 que tencionas dar a tua mulher no dia dos annos?■ lIma caixa de excellentes charutos.- 0 quê! ella fum a?-Não, mas fumo eu.

LITTERATURA© p as to r de carpas

Perto dum rio sagrado cujas aguas banham a fali da do Fousi-Yama (Monte côr de rosa), um pastor de carpas tocava flauta, na claridade vaporosa da ma­drugada.

No Japão, são criadas com cautella as carpas nos rios sagrados. Formam cardumes, que o pastor guia ao som da flauta, co­mo os pegureiros vascon- ços conduzem no seu paiz os rebanhos de cabras.

A ’ noite, os peixes, a um signal, entram em reserva- torios feitos com laminas de porcellana, e ahi se abrigam das aves pesca­doras e dos animaes de rapina.

O pastor Toiki habitava não longe da margem,nu­ma casa bambus, illumina- da por janellas, em cujos caixilhos se faziam descer corrediças de papel de ar­roz, durante as horas de sol. Sobre o tecto, coberto de terra, floresciam os ly« rios azues.

Por traz da casa, esten­dia-se uma floresta de bambus seculares. Deante da porta abundavam as moitas de camélias e de azaleas.

O pae de Toiki era um soldado velho, que tinha assistido ao Hara Kiri do ultimo Shogoun.

Fiel ao costume dos an­tigos guerreiros japonezes, mandára desenhar no cor­po os principaes episodios das suas campanhas. No peito podia vêr-se-lhe, por exemplo, o grande comba­te dado por Taiko-Sama. e entre as espadoas o mor­ticínio dos Samourais.

O velho passava os dias inteiros sentado á porta da casa, sobre um tamborete de xarão, e fumando num pequeno cachimbo de ré- servatorio de bronze.

Toiki caminhava ao lon­go da margem, modulan­do arias com que fascina­va o rebanho.

-3 FO LHETIM

Traduccáo de J. DOS ANJOS

D E P O I SL iv ro S egu n do

11

— Entáo vamos para a mesa, volveu a sr.a Telemaco. Vem pequena, ac­crescentou, approximando-se da Ma­gdalena e fazendo menção de lhe ti­rar o chapéo de viagem e a capa.

Mas a Magdalena ficou impassível e afastou a sr.11 Telemaco com um ges­to.

— Vae comer tu sfísinha. se tens vontade, disse lhe ella. Cu tenho pres­

sa de ir vêr o men pae. Quer acom­panhar-me, sr. Riballier?

— Estou ás suas ordens, minha se­nhora, respondeu este.

A Magdalena levantou-se e deixan­do a sr.a Telemaco muito espantada, afastou-se com elle.

Cá fóra. o grupo dos curiosos aca­bava de se dissipar e como, aquella hora, os habitante; de Antraigues es­tavam á mesa, a Magdalena, com gran­de satisfação, não ; ncontrou um uni­co no caminho. Em alguns minutos achava se deante da choupana pater­na. Armou-se de animo e entrou, náo sem ficar levemente sufíbeada pelo espectáculo d’aq>'ella miserável habi­tação . e que estava havia muito tem­po desabituada e que difteria com- pietamentè do nco palacio de onde sahira na vespera em Paris. Parou no limiar da poita. pregada alii pelo ter

ror. par; lysada. convencida de que não poderia dar um passo mais.

■— Tenha animo, minha senhora, disse-lhe o tabellião ao ouvido.

Ella amparou se-lhe ao braço e en­trou. Mas mal os seus olhos viram o interior da choupana, sahiu lhe da bò- ca um grito de terror. Sobre a cama, que estava ao fundo da casa, procu­rara o rosto do pae e não vira nada, nada, senão a fórma de um corpo im- movel. desenhado por um lençol branco que o cobria todo. A'quelle grito, uma religiosa que estava senta­da ao pé da cama, em companhia de uma camp -.meza. levantou-se.

— Está morto! murmurou Riballier.— Morto! repeiiu a Magdalena ma-

chinalinente.— Quando foi, minha irmã? pergun

t o a -o tabelhão.— Esta manhã, ds nove horas. ,

— Quando fui para Privas, não pa­recia que isso sue cedesse táo depres­sa.

— E ’ verdade; mas quasi logo de­pois do senhor sahir. declarou-se a crise e comprehendi então que esta­va tudo acabado. O sr. Guillemale, que estava ao pé de mim. foi logo ao presbyterio. O senhor cura ainda lhe poude dar os últimos sacramentos, e depois o pobre homem, que perdera o conhecimento de tudo, foi-se indo a pouco, depois de uma agonia curta, sem soTrjmento.

— Antes de expirar, minha irmã, lembrou se da filha? perguntou timi­damente a Magdalena.

— Não. minha senhora, respondeu n religiosa com brandu a.

— Então foi rigoroso até ao fim; morreu sem me perdoai’! suspirou a M;-. dalena.

Ao mesmo tempo prorompeu em soluços e, dobrando-se-lhe os joelhos, cahiu deante da cama. O tabellião re­cuou discretamente até á porta.

— Quer vêr o seu pae, minha se­nhora? tornou a irmã.

Afastou o lençol, e a Magdalena poude contemplar a face amarellada e cheia de rugas do Thiago Malzon.

— Ah! meu pae, meu pae! murmu­rou ella de repente, entre soluços, se me pode ouvir, náo repilla as minhas supplkas e o meu arrependimento. Juro aqui aos seus pés mudar de vida, consagrar á expiação os dias que me restam para viver. Mas conceda-me o seu perdão.

— Socegue. minha senhora, disse a irmã com voz commovida, approxi­mando-se d'ella.

— A i! sou tão infeliz!(Continua,'.

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O DOMINGO

A A M B IW I ) D l HEIpor Eduardo de Noronha

qualquer numero dt netas ou tomos.

cad-:Tocava t os peixes dou­rados juntavam-se ao'som da flauta. Assim os condu­zia pelos meandros do rio, por entre os salgueiros e saxifragias, de onde soltam o vôo as cegonhas.

As carpas faziam ondu­lar as escamas e subiam de .vez em quando' ao lume dagua, para apanharem moscas azues.

E o pastor caminhava ao longo do rio á hora do pôr do sol. Quando o cume do Fousi-Yama tomava as côres ardentes de cobre e que se ouvia ao longe o gungo, Toiki voltava para traz; e o seu rebanho dó­cil descia o rio até ao re- servatorio de porcellang, onde entrava novamente ao som de uma aria lenta, cadenciada, tocada na flau­ta.

Para a margem do rio sagrado ia ás vezes brin­car a pequena princeza Idzouno, filha do governa­dor.

Chegava dentro de um palanquim de xarão, que dois. servos conduziam. Idzouna acabava de attin- gir a undécima lua. Tinha a côr do lotus. Os cabellos seguravam-se-lhe com al­finetes de tartaruga recor­tada. Os seus labios eram tintos a ouro e carmim, e brunidas com succo das flores as suas paipebras. A princeza trajava um comprido vestido de seda, cruzado sobre o peito e bordado de passaros chi- mericos. Em torno da cin­tura um cinto largo, de cores vivas e formando da parte de traz um laço, que simulava duas azas de bor­boleta.

Sentava-se na margem, tirava as sandalias de mar­fim e deixava os pésinhos descalços rasgarem a su­perfície da agua. Gostava de ouvir Toiki tocar flauta.

— O ’ pastorinho, — dizia ella — meu pae mandou vir para mim da índia dois bengalinhos que cantam divinas canções, mas eu prefiro os sons que os teus, labios arrancam do bambu.

E o pastor tocava perto de Idzouna, para que os peixes se reunissem em volta delia.

A s vezes a princeza acompanhava-o no sam- sim, especie de guitarra, de tres cordas c1e seda, que tocava com um plectro de tartaruga.

Nada havia para Toiki como o rio sagrado. O pastor via alli coisas mara­vilhosas- e mostrava-as a Idzouna.

A agua, de um azul de turqueza, tinha profundi­dades de transparência ce­leste, e animaculos

vam-na de pontos lumino­sos como estrellas. No fun­do, a agu i azul, correndo nun leito de areia amarel- la, projectava claridades verdes; ou então, ao pas­sar por cima de conchas côi- de rosa, tomava a côr arroxeada do lyrio.

De vez em quando subia á superfície como que uma onda de pérolas, que se desvanecia ao contacto do ar, e as escamas das car­pas appareciam num a fen­da brilhante.

Os olhos da pequenina princeza e os de Toiki mer­gulhavam nas profundida­des vagas do rio, onde adi­vinhavam existencias mys- teriosas.

(Conlinúa)

A G R I C U L T U R AC u l t u r a d o Biâillio

A boa ou má lavoura concorre poderosamente para o desenvolvimento e producção do milho, e por isso lembramos aos lavra­dores a conveniencia de lavrar fundo, não só por­que a terra movida em uma rasoavel profundida­de conserva mais tempo a humidade e permite á plan­ta lançar as raizes com li­berdade, procurando fres­cura do sólo e resistindo assim melhor aos ardores do sol, e tambem porque quanto mais funda fôr a la­voura, mais camadas de terra se revolvem e conse- guintemente maior porção de saes se emprega na pro­ducção.

A prova do que deixa­mos dito, e que, decerto, todos teem experimentado, é que no sitio onde se ar­ranca alguma arvore é melhor o centeio e o milho do que no resto do cam­po, por espaço d’uns pou­cos dannos. e nos ater­ros das estradas, embora seja terra de monte e de peior qualidade, vê-se pro­duzir.

O utra coisa muito atten- divel se deve ter em vista: ordinariamente c u s t u m avirar-se a lavo ara um an­no para um lado, e outro anno para ouiro, e que se­gundo a inclinação do ter­reno, se costuma chamar— virar acima ou abaixo, porém éconveniente, quan­do seja possivel, que se vi- re ao poente, isto é, prin­cipiai' a lavo ra por este lado e acabar pelo nascen­te; porque, d’esta maneira, dando raios do so! na ter­ra logo de manhã, aque­cem-na mais facilmente, cujo calor promove o prom­pto desenvolvimento do

Quando, no decurso do dia, o sol declina para o Doente, aquece a relva da eiva encostada para aquel- e lado concentrando-lhe o calor, que se conserva qua­si toda a noite e que auxi- ia poderosamente, não só a prompta germinação, como tambem a fermenta­ção da dita relva, tornan­do-a em estrume.

Sendo, pelo contrario, a relva diminue, em gran­de parte, o calor do sol á terra revolvida;e arrefecen­do durante o dia a dita rel­va enterrada em direcção contraria ao sol, fica fria de noite, o que dá em re­sultado um sensivel atrazo na nascença da planta, e egualmente na alludida fer­mentação.

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A l c o c l i e í c

Tem logar nas noites de4 e 11 do corrente no vas­to salão da florescente so­ciedade « i5 de Janeiro», dois bailes promovidos por rapazes daquella villa.

A companhia dramatica que actualmente está em Aldegallega pensa em ir alli sabbado dar uma re­cita.

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OS DRAMAS DA CORTE

(Chronica do reinado de Luiz XV)

Romance historico porE. L A D O U C E T TE

Os amores trágicos de Manon Les- faut com o celebre cavallèiro de Grieux, formam o entrecho d‘este romance, rigorosamente historico, a que Ladoucette imprimiu um cunho de originalidade devéras encantador.

A corte de Luiz xv. com todos os seus esplendores e misérias, é esrri- pta magistralmente pelo auctor d '0 Bastardo da Rainha nas paginas do seu novo livro, destinado sem duvi­da a alcançar entre nós exito egual aquelle com que foi receb do em Pa ris, onde se conta-am por milhares os exemplares vendidos.

A edição portugueza do popular e commovente romance, será feita em fasciculos semanaes de 16 paginas, de grande formato, illustrados com soberbas gravuras de pagina, e cons­tará apenas de 2 volumes.

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já bem conhecida casa commercial pela seriedade de transacções e já tambem pela modicidade de precos porque são vendidos todos os artigos, vem de novo recommendarao publico em geral que nesta casa se en­contra um esplendido sortido de fazendas tanto em fan­queiro como em modas, retrozeiro, mercador, chape­laria, sapataria, rouparia, etc., etc., prompto a satisfazer os mais exigentes e

A O A L C A N C E DE T O D A S A S B O L S A SDevido á sahida do antigo socio d’esta casa, o ill.mo

sr. João Bento Maria, motivada pelo cansaço das lides commerciaes, os actuaes proprietários resolveram am- plear mais o actual commercio da casa dotando-a com uns melhoramentos que se tornam indispensáveis a melhorar e a augmentar as várias secções que já existem. Tornam, pois, a liberdade de convidar os seus estimá­veis freguezes e amigos, a que, quando qualquer com­pra tenham de fazer, se inteirem primeiro das qualida­des, sortido e preços porque são vendidos os artigos, porque decerto acharão vantagosos.

A divisa d'esta casa é sempre ganhar pouco para ven­der muito e vender a todos pelos mesmos preços, pois que todos os preços são fixos.

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Franco & FigueiraOs proprietários d’este novo estabelecimento parti­

cipam aos seus amigos e ao publico em geral, que teem á venda um bom e variado sortido de artigos de mer­cearia, especialidade em chá e café, confeitaria, papela­ria, louças pó de pedra. Encarregam-se de mandar vir serviços completos de louça das principaes fabricas do paiz, para o que teem á disposição do publico um bom mostruário. Petroleo, sabão e perfumarias.

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Interessantíssima narração das luetas entre inglezes e boers, «illústrada» com numerosas zinc o-gravun.s de «homens celebres» do Transvaal e do Orange. incidentes notáveis, «cercos e batalhas mais cruentas da

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