ANÁLISE DOS FATORES ASSOCIADOS À SÍNDROME ......Encerrando ciclos, fechando portas, terminando...
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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA-UnB
FACULDADE DE CEILÂNDIA-FCE
CURSO DE FISIOTERAPIA
LILLIAN DE CARVALHO PEREIRA
ANÁLISE DOS FATORES ASSOCIADOS À
SÍNDROME METABÓLICA EM
TRABALHADORES DA SAÚDE DE UM
HOSPITAL PÚBLICO DO DISTRITO
FEDERAL
BRASÍLIA
2016
2
LILLIAN DE CARVALHO PEREIRA
ANÁLISE DOS FATORES ASSOCIADOS À
SÍNDROME METABÓLICA EM
TRABALHADORES DA SAÚDE DE UM
HOSPITAL PÚBLICO DO DISTRITO
FEDERAL
BRASÍLIA
2016
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Universidade de Brasília – UnB – Faculdade de Ceilândia
como requisito parcial para obtenção do título de bacharel
em Fisioterapia.
Orientador (a): Prof. Dr. Rodrigo Luiz Carregaro
3
LILLIAN DE CARVALHO PEREIRA
ANÁLISE DOS FATORES ASSOCIADOS À
SÍNDROME METABÓLICA EM
TRABALHADORES DA SAÚDE DE UM
HOSPITAL PÚBLICO DO DISTRITO
FEDERAL
Brasília,22/11/2016
COMISSÃO EXAMINADORA
____________________________________________
Prof. Dr. Rodrigo Luiz Carregaro
Faculdade de Ceilândia-Universidade de Brasília-UnB
Orientador
_____________________________________________
Prof.ª Mes. Daniela da Silva Rodrigues
Faculdade de Ceilândia - Universidade de Brasília-UnB
_____________________________________________
Prof. Dr. Wildo Navegantes de Araújo
Faculdade de Ceilândia - Universidade de Brasília-UnB
4
Dedicatória
Este trabalho é dedicado a Raimunda Vilani (in memoriam), mãe,
amiga e hoje o anjo que intercede por mim.
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AGRADECIMENTOS
Chega ao fim mais uma etapa, encerra-se mais um ciclo e com ele vem o início
de algo ainda melhor, pois é isto que Deus tem me preparado ao longo de toda minha
vida, o melhor.
Mais um sonho se concretiza, antes tão distante, hoje tão real que as vezes me
pego perguntando se é mesmo verdade, mas sim, eis-me aqui, “combati o bom combate,
acabei a carreira, guardei a fé." e hoje me tornei quem sou.
Diante de tantas graças alcançadas, não poderia deixar os meus mais profundos
agradecimentos àquela, Raimunda Vilani, que sempre me impulsionou, motivou e
acreditou em mim e na minha capacidade mesmo quando o jaleco não passava de um
simples roupão de banho e tudo não passava de brincadeira de criança. Hoje o jaleco é
de verdade e os pacientes não são mais as bonecas. É mãe, se cheguei aqui foi porque
você esteve comigo em cada passo. Apesar de teres partido deste plano sei que
continuas comigo em minha caminhada e sempre continuarás, porque em meu peito
sempre te guardarei. Obrigada minha mãezinha pelo apoio, amor, carinho, broncas e
incentivos ao longo de todos os seus e meus dias, amo você além da vida, este trabalho,
minha formação e todos meus sucessos tem e sempre terão dedicação especial a você.
Agradeço à minha tia, Maria de Fátima e suas filhas Andréia e Tanara sem elas
não teria condições para ingressar em uma universidade e menos ainda na
Universidade de Brasília, o apoio de vocês foi fundamental e dedico também minha
graduação a vocês três, minha eterna gratidão, carinho, amor, respeito e admiração
por vocês, minha segunda família.
Agradeço à minha madrinha, Maria de Fátima que sempre me motivou e
acreditou em mim quando eu não mais acreditava principalmente na reta final da
graduação, em que por várias vezes não tinha mais forças para continuar e ela sempre
dava um jeito com palavras ou atitudes, de me levantar mais uma vez, muito obrigada
por tudo.
Aos meus orientadores Prof. Dr. Rodrigo e Profa. Dra. Luisiane, assim como a
professora Dra. Liana que me acolheram e me deram esta oportunidade de crescer
como pessoa e como profissional, agradeço pela paciência, boa vontade, disposição,
prontidão e suporte além de todo o ensino da fisioterapia, o meu muito obrigada. E aos
pacientes, que tornaram este estudo possível.
Aos meus professores e preceptores cada um deles em suas peculiaridades,
profissionais extraordinários, que me ensinaram a amar e ser apaixonada pela
fisioterapia e a ter o respeito que ela merece esta profissão tão linda que me escolheu
antes mesmo que eu soubesse da existência dela.
Por fim e não menos importante agradeço de modo muito especial às minhas
amigas de caminhada Natália, Priscilla e Taís, que trilharam comigo a experiência do
estágio atendendo cada paciente e com nossas trocas de olhares que diziam mais que
mil palavras, vocês têm um espaço especial no meu coração, levá-las-ei comigo por
toda a vida, afinal como diz Antoine de Saint-Exupéry em seu livro O Pequeno
Príncipe: “Foi o tempo que dedicaste a tua rosa que fez a tua rosa tão importante”,
hoje vocês não são menos que importantes para mim. Agradeço ainda com muito amor
e carinho a todos os meus amigos (em especial Tiago Brito que é o ser humano mais
incrível que conheci e também o mais complicado de todos, no entanto o mais amado,
Iago Ferreira, o mais dócil e companheiro e Diego Oliveira, o “Peste”) e amigas irmãs
Mary, Milah, Carol, Jana, Bruninha, May, Tainã, Beca, que sempre estiveram ao meu
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lado me ajudando dos mais diversos modos e maneiras. Agradeço ainda de modo muito
especial a alguém igualmente especial e tão importante para mim Patrícia Araújo,
obrigada por estar ao meu lado, por me fazer acreditar e me fazer tão forte. Meu muito
obrigado a todos os meus amigos, cada um, sem exceção, que estiveram comigo
ajudando-me direta ou indiretamente ao longo de todos esses anos e que também foram
de suma importância para mim, torço por cada um de vocês, vibro por cada conquista e
espero poder estar sempre lá ao lado de cada de um, eu amo vocês!
Por tudo, gratidão!
“Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em
permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das
outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando
capítulos - não importa o nome que damos o que importa é deixar no passado os
momentos da vida que já se acabaram... Feche a porta, mude o disco, limpe a casa,
sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.”
(Fernando Pessoa)
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Epígrafe
“Pensamos demasiadamente e sentimos muito pouco.
Necessitamos mais de humildade que de máquinas. Mais de
bondade e ternura que de inteligência. Sem isso, a vida se
tornará violenta e tudo se perderá.”
(Charles Chaplin)
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RESUMO
PEREIRA, LC; SANTANA, LA; CARREGARO, RL. Análise dos Fatores de risco para
Síndrome Metabólica em funcionários de um Hospital Público do Distrito Federal.
2016. 38f. Monografia (Graduação) - Universidade de Brasília, Graduação em
Fisioterapia, Faculdade de Ceilândia. Brasília, 2016.
Introdução: O atual estilo de vida do homem favorece o sedentarismo e a má
alimentação, fatores que associados ao nível de estresse e condições ocupacionais
podem proporcionar o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e/ou metabólicas.
Objetivo: Descrever os fatores predisponentes ao desenvolvimento da SM, a partir de
uma avaliação de trabalhadores da saúde que atuam em ambiente hospitalar Método:
Estudo transversal com 51 indivíduos de um hospital público do Distrito Federal.
Verificou-se normalidade dos dados pelo teste de Shapiro-Wilk. Utilizou-se os testes de
quiquadrado, coeficiente de correlação de Pearson e teste T de Student, para dados não
paramétricos, comparando o estresse entre grupos com qualidade de sono normal e
reduzida. Resultados: Não houve associação significante entre índice de massa corporal
(IMC) e classificação de atividade física (χ2=12,3; P=0,4), e não houve diferença
significante entre indivíduos que dormem mais ou menos de 6h, no escore de estresse
(média 1,07; P=0,8; IC 95% [-8,5;10,7]. Conclusão: A demanda ocupacional deixa o
homem suscetível ao estresse, reduz suas horas de sono, e o tempo para praticar
atividade física ocasionando um aumento do IMC. Estes fatores podem predispor o
desenvolvimento da SM e outras doenças crônicas não transmissíveis. Observou-se que
as condições de saúde dos trabalhadores que atuantes em hospital são favoráveis ao
desenvolvimento destas doenças.
Palavras-chave: Síndrome, Metabolismo, Estresse, Doenças cardiovasculares.
9
ABSTRACT
PEREIRA, LC; SANTANA, LA; CARREGARO, RL. Analysis of risk factors for
metabolic syndrome in employees of a public Hospital of the Federal District. 2016.
38f. Monograph (Graduation) - University of Brasília, Graduation in Physiotherapy,
Faculty of Ceilândia. Brasília, 2016.
Introduction: Men’s lifestyle today favours sedentary and poor nutrition habits, which,
when in association with stress levels and occupational conditions, can develop
cardiovascular and metabolic diseases. Objective: To describe the factors predisposing
to the development of MS, based on an evaluation of health workers working in a
hospital environment Methods: Transversal study with 51 subjects from a public
hospital on the Federal District. The normality of the data was verified by the Shapiro-
Wilk program. The tests chi-square, Pearson’s correlation coefficient and T Student test
were used to measure non parametric data, comparing stress levels between groups with
normal and reduced sleep quality patterns. Results: There was no significant correlation
between Body Mass Index (BMI) and physical activity classification (χ2=12,3; P=0,4),
and there was no significant correlation between subjects who slept more or less than 6h
on the stress levels (medium 1,07; P=0,8; IC 95% [-8,5;10,7]). Conclusion: The
occupational requests summarize in higher stress levels, less sleep and less time to
practice physical activities, increasing the BMI. These factors can contribute to develop
the MS and other non transmittable chronic diseases. It was observed that the health
conditions of the hospital workers are favorable to the development of these diseases.
Key words: Syndrome, Metabolism, Stress, Cardiovascular diseases.
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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 13
2. OBJETIVO ............................................................................................................... 15
3. MÉTODO ................................................................................................................. 16
3.1. Local do Estudo ................................................................................................. 16
3.2. Tipo de Estudo ................................................................................................... 16
3.3. Análises das Variáveis ....................................................................................... 16
4. RESULTADOS ......................................................................................................... 18
4.1. Análise descritiva .................................................................................................. 18
4.2. IMC e IPAQ .......................................................................................................... 19
4.3. Sono e Estresse ...................................................................................................... 20
5. DISCUSSÃO ............................................................................................................. 21
6. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 25
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 26
8. ANEXOS ................................................................................................................... 28
Anexo A – Normas da revista científica ........................................................................ 28
Anexo B- Parecer do comitê de ética em pesquisa ......................................................... 30
Anexo C- Escala de Estresse no Trabalho ..................................................................... 33
9- APÊNDICES ................................................................................................................ 36
Apêndice A- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .......................................... 36
Apêndice B – Avaliação das Condições de Trabalho dos Profissionais do Hospital
Regional de Ceilândia ................................................................................................... 38
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LISTA DE ABREVIATURA
ATPIII - Adult Treatment Panel III
CEP – Comitê de Ética e Pesquisa
CONEP – Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
DeCS – Descritores em Ciências da Saúde
DBSM - Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica
DORT – Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho
DM – Diabete Mellitus
EET - Escala de Estresse de Trabalho
FCE – Faculdade de Ceilândia
FEPECS – Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde
HDL - High Density Lipoproteins
HPA- Hipotálamo- Pituitáriaadrenal
HRC – Hospital Regional de Ceilândia
ICMJE – International Commitee of Medical Journal Editors
I-DBSM – Primeira Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome
Metabólica
IMC - Índice de Massa Corporal
IPAQ – Questionário Internacional de Atividade de Pesquisa
LILACS – Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
NCEP - National Cholesterol Education Program
NHAMES – National Health and Nutrition Examination Survey
OMS- Organização Mundial da Saúde
RBSO – Revista Brasileira de Saúde Ocupacional
SES-DF – Secretária de Estado de Saúde do Distrito Federal
SIEX – Sistema de Integração e Extensão
SM - Síndrome Metabólica
SNA- Sistema Nervoso Autônomo
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UNB – Universidade de Brasília
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LISTA DE TABELAS E FIGURAS
Figura 1. Classificação do índice de massa corporal
Tabela 1. Características gerais com frequência e porcentagem dos funcionários da
amostra.
Tabela 2. Distribuição do IPAQ em porcentagem conforme a média do IMC entre os
sexos.
Tabela 3. Classificação da EET entre homens e mulheres segundo a quantidade de horas
de sono em frequência (N).
13
1. INTRODUÇÃO
Desde o Período Paleolítico, a humanidade continua basicamente com o mesmo
genoma. A primeira coisa que mudou foi o estilo de vida, que se tornou sedentário, à
base de uma dieta hipercalórica1. Segundo os autores1, essa mudança de estilo de vida
em escala evolutiva, não acompanhada de mudanças genéticas e fisiológicas, e o
aumento da expectativa de vida, promovido principalmente pelo desenvolvimento das
ciências médicas e novas tecnologias, provavelmente, são os grandes promotores de
doenças crônicas1.
Segundo Sichieri et al.2 grande parte das doenças crônicas, como infarto do
miocárdio, diabetes, cânceres, hipertensão, apresentam-se intimamente relacionadas e
há uma verdadeira rede de relações das doenças entre si, bem como dos fatores de risco
a elas associados. Assim, a hipertensão arterial associa-se ao diabetes tipo 2, que por sua
vez associa-se à redução do HDL colesterol e ao aumento de triglicerídios.2
Para Vilarinho et al, os trabalhadores de saúde estão sujeitos a uma série de
influências advindas do meio em que vivem e trabalham. Não é difícil conjecturar que
tais influências possam produzir interferências negativas sobre o estilo de vida e,
consequentemente, sobre o próprio padrão de autocuidado, colaborando assim para a
instalação de fatores de risco para doenças dentre outras a diabetes e Síndrome
Metabólica (SM). 3
Segundo Beltrão & Pena4 a SM é um agrupamento de distúrbios que inclui
resistência à insulina, obesidade central, elevados níveis de triglicerídeos, baixos níveis
de HDL e hipertensão arterial, e está baseada na presença de três ou mais destes
componentes em um mesmo indivíduo4.
Segundo Matos e Couto et al, em seus estudos, documentam o aumento da
incidência de doença arterial coronariana e seus fatores associados em ambientes
ocupacionais. 5,6 A exposição continuada aos diversos fatores de risco, particularmente
ao estresse, em adição a uma dieta inadequada (pobre em frutas e vegetais), fumo,
consumo exagerado de álcool e inatividade física, leva direta ou indiretamente à
patogênese de enfermidades cardiovasculares, com redução precoce da vida produtiva
dos indivíduos.7 Para os autores, é possível argumentar que a exposição crônica a esses
fatores pode reduzir a resiliência biológica e, assim, afetar o equilíbrio fisiológico do
corpo, contribuindo para o desenvolvimento da SM.
A organização do trabalho tem seus reflexos nas condições de trabalho e
impactam diretamente nos trabalhadores. É de conhecimento que a qualidade de sono
interfere na saúde do ser humano em geral. O estudo de Muller & Guimarães, apresenta
que uma diminuição nas horas de sono gera uma alteração na qualidade do sono, que
pode evoluir para distúrbios do sono. Esses distúrbios provocam alterações funcionais e
cognitivas nos indivíduos podendo promover o surgimento e/ou agravamento de
doenças metabólicas e cardiovasculares como já foram citas ainda de doenças do
trabalho, pois esses indivíduos apresentarão mais desatenção elevando os riscos de
acidentes durante a jornada de trabalho, comprometendo assim a qualidade de vida e do
trabalho. 8. O estresse, de modo geral, é considerado um tipo de emoção causado por
uma resposta autonômica ou endócrina que pode resultar em efeitos adversos a saúde do
indivíduo, quando estamos expostos a uma situação ameaçadora nosso sistema necessita
realizar uma atividade vigorosa onde irá ocorrer atividades autonômicas catabólicas e
endócrinas que possuem como objetivo a mobilização de recursos energéticos do nosso
corpo.9 Apesar disso o trabalhador não sofre o acidente porque foi desatento, afinal o
erro faz parte do ser humano, mas porque o ambiente não se apresentava seguro e
adequado.
14
Na vida moderna, o trabalhador tem a necessidade de dedicar cada vez mais um
tempo maior de seu dia para o trabalho, fato este que o expõe a riscos em sua saúde por
ter de reduzir seu tempo para outras atividades como, por exemplo, o seu lazer,
atividades físicas e alimentação, o que pode ocasionar prejuízo no bem-estar. Esses
prejuízos incluem alterações no metabolismo o que pode ocasionar o desenvolvimento
da SM. Deste modo, o objetivo do presente trabalho foi descrever os fatores
predisponentes ao desenvolvimento da SM, a partir de uma avaliação de trabalhadores
da saúde que atuam em ambiente hospitalar.
15
2. OBJETIVO
O objetivo do presente trabalho foi descrever os fatores predisponentes ao
desenvolvimento da SM, a partir de uma avaliação de trabalhadores da saúde que atuam
em ambiente hospitalar.
16
3. MÉTODO
3.1.Local do Estudo
A pesquisa foi realizada num hospital público do Distrito Federal.
Participaram do estudo 51 trabalhadores recrutados de maneira voluntária, que
se disponibilizaram a responder aos questionários após lerem e assinarem o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa
(CEP) – Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (FEPECS) Secretaria de
Estado de Saúde do Distrito Federal(SES-DF), sob número de parecer: 799.629.
Os setores da coleta foram escolhidos após estudo prévio que analisou as
condições de trabalho e os fatores de riscos biomecânicos e ergonômicos presentes
neles, desse modo, foram os que apresentaram maior risco de prejuízo à saúde por conta
do ambiente de trabalho e estresse devido a rotina de trabalho, complexidade das
atividades realizadas e alta exigência dos cargos e sendo assim os setores escolhidos
foram ambulatório 1, ambulatório 2, clínica cirúrgica, clínica médica, farmácia,
laboratório de emergência, maternidade, nutrição e pediatria internação, Tipo de estudo
3.2.Tipo de Estudo
Trata-se de um estudo transversal com componentes analíticos.
3.3.Análises das Variáveis Para a realização do estudo foram aplicados três questionários: Questionário das
condições de saúde do trabalhador, Escala de Estresse no Trabalho (EET) versão de
Paschoal e Tamayo (2004), Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ).
Os mesmos foram entregues para os responsáveis de cada setor para que esses
mobilizassem os profissionais a participarem do estudo. O questionário das condições
de saúde do trabalhador busca colher informações sobre histórica clínica do profissional
da saúde, rotina de sono, alimentação (para verificar se a população do estudo procura
se alimentar de forma equilibrada e harmônica) e informação das variáveis que
interferem diretamente na síndrome metabólica (triglicerídeos, colesterol HDL, glicemia
de jejum, pressão arterial, circunferência abdominal e IMC). Além da utilização desses
dados também foram coletados altura e peso dos voluntários para que o Índice de Massa
Corporal (IMC) fosse determinado. Foram considerados os valores para o IMC a
classificação da Organização Pan-Americana da Saúde de 2002 que considera o como
baixo peso <23 Kg/m2, Adequado ou Eutrófico 23 -28 Kg/m2, Sobrepeso 28-30 Kg/m2 e
Obesidade >30 Kg/m2. Os dados foram coletados no próprio hospital durante o horário
de trabalho sem precisar marcar horário para tal.
Em relação à análise dos fatores de risco para SM, foram utilizados os seguintes
materiais: para a aferição da pressão arterial antes de responder os questionários ou no
momento de entrega dos mesmos: Aparelho de Pressão Arterial de Mesa Microlife® e
Aparelho de Pressão Esfigmomanômetro aneróide e Estetoscópio Premium ®, para a
aferição do peso: Balança antropométrica Marte ® LC200 – OS, para a aferição da
altura: Trena Starrett® 3m-10’,para aferir a circunferência abdominal: Trena fita
métrica Sigvaris®. Para a coleta dos dados metabólicos (triglicerídeos, colesterol HDL
e glicemia de jejum) foram solicitados que os voluntários entregassem dados dos
exames laboratoriais contendo os dados de triglicerídeos, colesterol HDL e glicemia de
jejum de até dois anos anteriores para o pesquisador no mesmo dia que fosse entregue
os questionários para aqueles que já possuíam essa informação, ou nos dias seguintes
para os que ainda precisam realizar exame para a obtenção desses dados.
17
A Escala de Estresse no Trabalho utilizada possui 23 itens e tem como objetivo
avaliar o estresse ocupacional. O indicador possui variação de 1 a 5 sendo que 1 indica
que o indivíduo discorda totalmente da afirmativa e 5 o indivíduo concorda totalmente.
E por fim, o questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) que avalia quais os
tipos de atividade física (vigorosas ou moderadas) que o indivíduo realiza no dia a dia e
quantas horas ele permanece sentado durante um dia de semana e um dia do final de
semana. As perguntas são relacionadas ao tempo que o indivíduo gasta realizando essas
atividades com relação à última semana.
Para a atividade física os indivíduos poderiam ser classificados da seguinte
maneira segundo o IPAQ: “irregularmente ativo B” (aquele que não atingiu nenhum
dos critérios da recomendação quanto à frequência nem quanto à duração), “ativos”
(aquele que cumpriu as recomendações de: a) VIGOROSA: ≥ 3 dias/semana e ≥ 20
minutos por sessão; ou b) MODERADA ou CAMINHADA: ≥ 5 dias/semana e ≥ 30
minutos por sessão; ou c) Qualquer atividade somada: ≥ 5 dias/semana e ≥ 150
minutos/semana (caminhada + moderada + vigorosa)), “sedentários” (aquele que não
realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a
semana), “irregularmente ativo A” (aquele que atingiu pelo menos um dos critérios da
recomendação quanto à frequência ou quanto à duração da atividade: a) Frequência: 5
dias /semana, ou b) Duração: 150 minutos / semana) e “muito ativo” (aquele que
cumpriu as recomendações de: a) VIGOROSA: ≥ 5 dias/semana e ≥ 30 minutos por
sessão b) VIGOROSA: ≥ 3 dias/semana e ≥ 20 minutos por sessão + MODERADA
e/ou CAMINHADA: ≥ 5 dias/semana e ≥ 30 minutos por sessão).
3.4. Análise dos Dados
Para a análise dos dados, foi utilizado o programa SPSS versão 22.0. A
normalidade dos dados referentes ao escore da escala de estresse foi avaliada por meio
do teste de Shapiro-Wilk. Como os pressupostos foram atendidos, testes paramétricos
foram utilizados na análise dessa variável.
Os dados do questionário de condições de saúde, IMC e IPAQ foram analisados
descritivamente, com base em frequência de respostas.
Para avaliar a associação do IMC com o nível de atividade física, foi aplicado o
teste de Quiquadrado. Os participantes do estudo também foram agrupados com base na
classificação do sono (sujeitos que dormem > 6h e os que dormem <6h). Com o intuito
de se verificar a diferença entre o tempo de sono no escore do estresse dos
trabalhadores, aplicou-se um teste T de Student para medidas independentes. A
significância adotada foi de 5% (P<0,05).
18
4. RESULTADOS
4.1. Análise descritiva
Os resultados obtidos sobre o sexo, idade, sono, estresse, atividade física e
índice de massa corporal foram descritos abaixo e as informações e características
gerais da amostra analisada estão apresentadas na tabela 1.
A amostra foi composta por 51 indivíduos, sendo 39 (76%) do sexo feminino e
12 (24%) do sexo masculino. Obteve-se como média de idade da amostra total (51
indivíduos) 40±9,3 anos.
Tabela 1. Características gerais com frequência e porcentagem dos
funcionários da amostra
Característica Categoria N %
Sexo Feminino 39 76,0
Masculino 12 24,0
Idade 20-25 2 3,92
26-35 15 29,41
36-45 20 39,21
46-55 12 23,52
56- 66 2 3,92
Sono > 6h50m
< 6h50m
27
24
52,94
47,05
Escala de Estresse
de trabalho
Sem Risco
Limite
Máximo
1
45
5
1,96
88,23
9,80
IPAQ Sedentário
Irreg Ativo A
Irreg Ativo B
Ativo
Muito Ativo
8
7
19
10
7
15,68
33,33
37,25
19,60
33,33
IMC Adequado
Sobrepeso
Baixo peso
Obesidade
28
5
12
6
54,91
9,80
23,52
11,76
Observou-se que a massa corporal dos participantes variou entre 49 kg e 116 kg
e a circunferência abdominal variou entre 43 cm e 122 cm. A média da circunferência
abdominal considerando a amostra total foi de 87,1±15,3cm.
Quanto à avaliação do estado nutricional pelo IMC obteve-se uma média de
25,68±4,5 sendo que dos 51 indivíduos 28 (54,91%) estavam dentro peso adequado, 12
(23,52%) com baixo peso, 6 (11,76%) com obesidade e 5 (9,80%) com sobrepeso, como
mostra a figura 1. Quando estratificado por sexo o IMC teve a seguinte classificação:
estavam com IMC adequado 83,33% do sexo masculino e 46% do sexo feminino,
sobrepeso 8,33% do sexo masculino e 10,25 % feminino, baixo peso 0% masculino e
30,76% do sexo feminino, obesidade 8,33% do sexo masculino e 12,82% do sexo
feminino. A média de peso entre homens e mulheres ficou em 70,2±13,8 kg.
19
Figura 1. Classificação do índice de massa corporal.
Com relação a quantidade de horas de sono avaliada 27 indivíduos (52,94%)
dormiam mais de 6horas e 50 minutos por dia enquanto 24 indivíduos (47,05%)
dormiam menos que 6 horas e 50 minutos (Tabela 3).
Dos 51 participantes do estudo, 39 (76,47%) dos participantes não responderam
aos critérios do protocolo de avaliação para a síndrome metabólica porque não possuíam
os dados necessários ou não quiseram responder a essas variáveis, apenas 12 (23,52%)
responderam aos critérios do protocolo. Dos 12 indivíduos que responderam aos
critérios do protocolo de avaliação para a síndrome metabólica, 7 (58,33%) deles
apresentaram alteração em algum dos componentes avaliados, no entanto apenas 1
indivíduo apresentou alteração em três componentes encaixando-se assim na
classificação de síndrome metabólica.
Ao ser analisado os escores da escala referente ao estrese no trabalho em ambos
os sexos, 45 (88,23%) indivíduos se encontravam no limite do estresse, 5 ( 9,80%)
encontrava-se em estresse máximo e apenas 1 (1,96%) encontrava-se sem risco de
estresse.
No que diz respeito à atividade física 19 (37,25%) indivíduos encontravam-se
como “irregularmente ativo B”, 10 (19,60%) indivíduos encontravam-se como “ativos,
8 (15,68%) indivíduos encontravam-se como “sedentários”, 7 (33,33%) indivíduos
encontravam-se como “irregularmente ativo A” e 7 (33,33%) indivíduos encontravam-
se como “muito ativo”, portanto a população do estudo mostrou-se em sua maioria
como “ irregularmente ativa B” na qual os indivíduos não atingiram nenhum dos
critérios de recomendação quanto a frequência nem quanto a duração da atividade
física.
4.2. IMC e IPAQ
A Tabela 2 apresenta os dados referentes à classificação do IPAQ estratificado
por sexo.
Não foi encontrada associação significante entre a classificação do IMC e a
classificação de atividade física (χ2=15,6; P=0258).
Adequado Sobrepeso Baixo peso Obesidade
Homens 83,33% 8,33% 0% 8,33%
Mulheres 46% 10,25% 30,76% 12,82%
Total Homens e Mulheres 54,91% 9,80% 23,52% 11,76%
83
,33
%
8,3
3%
0% 8
,33
%
46
%
10
,25
% 30
,76
%
12
,82
%
54
,91
%
9,8
0% 23
,52
%
11
,76
%
PER
CEN
TUA
L %
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL
20
Tabela 2. Distribuição do IPAQ em porcentagem conforme a média do IMC entre
os sexos.
IPAQ
Irreg.Atv.
A
Irreg.Atv.
B
Ativo Muito
Ativo
Sedentário
Homens Média(IMC) 0 27,39 25,08 26,86 27,16
% IPAQ 0 58,33 16,66 8,33 16,66
Mulheres Média(IMC) 27,02 23,65 22,20 30,36 25,39
% IPAQ 15,38 28,20 23,07 12,82 15,38
Ambos Média(IMC) 27,02 25,44 22,73 30,72 25,84
% IPAQ 11,76 35,29 21,56 13,72 15,68
4.3. Sono e Estresse
A Tabela 3 caracteriza em frequência as informações sobre a relação de horas de
sono entre homens e mulheres e classifica quanto a EET.
Na comparação entre a quantidade de horas de sono e o estresse não foi encontrada
diferença significante entre as pessoas que dormem mais de 6h e menos de 6h no escore
de estresse (diferença média de 1,07; P=0,8; IC 95% [-8,5; 10,7].
Tabela 3. Classificação da EET entre homens e mulheres segundo a quantidade de horas
de sono em frequência (N).
Horas de Sono Sexo (N) Classificação EET (N)
Sem Risco Limite Máximo
> 6 HORAS
< 6HORAS
Homens 3 0% (0) 3,92%
(2)
81,96%
(1)
Homens 9 0% (0) 17,64%
(9) 0% (0)
> 6 HORAS
< 6 HORAS
Mulheres 24 1,96% (1) 39,21%
(20)
5,88%
(3)
Mulheres 15 0% (0) 27,45%
(14)
1,96%
(1)
Total: 51
21
5. DISCUSSÃO
Nossos achados demonstraram que 88,23% dos voluntários encontram-se no
limite do estresse, sendo que destes, 47,05% apresentaram diminuição na quantidade de
horas de sono, principalmente para a população feminina (em 27,45%). O fator estresse
pode impactar na qualidade de vida e saúde do indivíduo, além de propiciar o
aparecimento de doenças do trabalho. 910
A divisão simpática do sistema nervoso autônomo (SNA) é ativada juntamente
com as glândulas adrenais para secretar epinefrina, noraepinefrina e hormônios
esteroides que estão relacionados ao estresse.10 A epinefrina altera o metabolismo da
glicose e quando atua juntamente com a noraepinefrina resulta em aumento do fluxo
sanguíneo para os músculos e aumento da pressão arterial que podem levar ao
aparecimento futuro de doenças cardíacas.10 Existe uma estreita relação entre o sistema
nervoso e endócrino considerando a atuação do hipotálamo como órgão comum entre
ambos. O hipotálamo em conjunto com a glândula hipófise exerce controle sobre a
função de várias glândulas endócrinas, destacando as glândulas adrenais, que são
responsáveis pela liberação do hormônio cortisol. O cortisol aumenta nas últimas etapas
do sono no ser humano objetivando preparar o organismo para a vigília. 11,12. O estresse
é considerado um dos grandes fatores desencadeantes da insônia. Tanto o estresse
quanto a vigília desencadeiam a atividade do eixo hipotálamo-pituitáriaadrenal (HPA),
ocasionando o despertar. Durante o sono, as atividades do eixo HPA estão reduzidas,
enquanto que o estresse desencadeia as atividades do eixo HPA como resposta a eventos
estressantes. 12,13No presente estudo, encontraram-se os escores da escala referente ao
estresse no trabalho em ambos os sexos dispostos da seguinte maneira: 88,23%
indivíduos se encontravam no limite do estresse, 9,80% encontrava-se em estresse
máximo e apenas 1,96% encontrava-se sem risco de estresse, dessa forma a maior parte
da amostra foi classificada no limite do estresse, em ambos os sexos. Segundo Schmidt
et al, o estresse ocupacional favorece através dos aspectos de organização,
administração, sistemas de trabalho e qualidade nas relações interpessoais o
desenvolvimento de situações de risco para o bem-estar psicossocial do trabalhador. 14
Dessa forma, o processo de trabalho pode ser considerado leve, moderado ou pesado de
acordo com a profissão escolhida pelo trabalhador e com a rotina de trabalho que ele
exerce. Se esse processo envolver uma rotina estressante, a soma desses fatores na qual
o trabalhador está exposto todos os dias por várias horas seguidas, pode resultar em
alterações metabólicas que desencadeiam uma série de outras doenças.
O estudo de Montanholi et al15, demonstrou que os enfermeiros que trabalham
no ambiente hospitalar apresentam estresse elevado, devido as jornadas de trabalho
excessivas e as relações interpessoais no local de trabalho. De forma que os voluntários
relataram que as situações críticas em casos que exponha o trabalhador a sensação de
responsabilidade de vida ou procedimentos difíceis aumentam o nível de estresse.
Ainda sobre esse estudo, os autores corroboram com nosso estudo ao afirmar
que o estresse é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças metabólicas e
cardiovasculares.
Os acidentes de trabalho e doenças de trabalho podem afetar a saúde do
trabalhador, podendo ser reconhecidos como responsáveis pelo absenteísmo e
incapacidade funcional. As novas demandas de mercado, associadas a uma busca
constante pela produtividade e alta qualidade, impõem condições extremamente
prejudiciais à saúde do ser humano. Além disso, o fato do homem passar grande parte
22
do tempo no ambiente de trabalho, na presença de situações inadequadas e prejudiciais,
pode influenciar significativamente a sua qualidade de vida15.
O ambiente e a organização do trabalho de saúde teriam uma participação no
favorecimento das ocorrências de doenças, através de mecanismos ligados ao estresse e
a outras interferências sobre o padrão de estilo de vida. O hospital, como espaço de
trabalho, não foge a tal associação. 3
Observamos que a maioria dos participantes encontrava-se na faixa etária de 35
a 45 anos de idade (39,21%) seguido por 26 a 35 anos (29,41%). A média de idade no
presente estudo corrobora com o estudo de Beltrão et al e Kaur et al4,16,17, os quais
demonstraram a idade acima de 35 anos como um fator de risco ao aparecimento da
SM. Sabe-se que a idade é fator determinante no processo de adoecimento e
predisposição à gênese de algumas doenças como, por exemplo, as doenças
cardiovasculares. Segundo Schieri et al2, mulheres na pós menopausa parecem ser um
grupo particularmente vulnerável ao aumento de peso, deposição abdominal de gordura
e grande dificuldade para perder peso. Dados do III National Health and Nutrition
Examination Survey (NHANES) apontam para uma prevalência de SM ao redor de 25%
da população adulta norte-americana, não existindo diferença entre os sexos. Observa-se
uma progressão linear da prevalência com a idade, fazendo com que mais de 40% da
população acima dos 60 anos seja portadora de SM. 4,18 Segundo Penalva17 em seu
estudo, há uma prevalência de SM de 25,4% em indivíduos de uma área urbana, sendo
cada vez maior com o avançar da idade, especialmente em mulheres, e com a piora do
nível socioeconômico.
Quanto à avaliação antropométrica dos nossos participantes, a circunferência
abdominal para ambos os sexos teve média de 87,1±15,3cm. A OMS estabelece como
ponto de corte para risco cardiovascular aumentado medida de circunferência abdominal
igual ou superior a 94 cm em homens e 80 cm em mulheres caucasianos 14, já para a
National Cholesterol Education Program (NCEP) – Adult Treatment Panel III
(ATPIII), o ponto de corte deve ser de 102 cm para homens e 88 cm para mulheres. 14
Entretanto, a relação entre circunferência abdominal e gordura corporal difere segundo a
idade e diferentes grupos étnicos. 14 Apesar das diferenças dos pontos de corte, a nossa
população ficou abaixo do valor de corte predito pela OMS, diferindo também de outros
estudos que tiveram esse escore acima do predito. Segundo Freitas et al18 há associação
entre distúrbios metabólicos (DM do tipo 2, hiperlipidemia e hiperuricemia) e a
obesidade androide (tipo de obesidade é característica do sexo masculino, com a
deposição de gordura predominantemente na região abdominal).19
Quanto à avaliação do estado nutricional pelo IMC, pode-se observar que grande
parte dos nossos participantes foi classificada na faixa de peso adequado. Tais achados
diferem de outros estudos em que os indivíduos encontram-se em sua maioria
classificados como obesidade. Segundo Freitas et al, 18 até a década de 1980, diversos
estudos foram publicados, verificando não somente a relação entre obesidade e
alterações metabólicas, como também o maior risco de doenças cardiovasculares e
mortalidade entre os obesos. 19 Segundo Gottlieb et 1, a SM é um complexo distúrbio
metabólico provocado pela quebra da homeostasia corporal, razão pela qual é também
definida como a “Síndrome da Civilização” e se trata de um distúrbio que envolve o
metabolismo dos carboidratos, lipídeos e proteínas provenientes da dieta, bem como
programação e predisposição genética.1 A Primeira Diretriz Brasileira de Diagnóstico e
Tratamento da Síndrome Metabólica (I-DBSM,2004) afirma que a Síndrome
Metabólica (SM) é um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de
risco cardiovascular usualmente relacionados à deposição central de gordura e à
resistência à insulina. 1
23
Com relação a SM, dos 12 indivíduos que responderam aos critérios do
protocolo de avaliação para a SM, 7 (58,33%) apresentaram alteração em algum dos
componentes avaliados. Entretanto, apenas um (1) indivíduo apresentou alteração em
três componentes e, consequentemente, foi enquadrado na classificação de síndrome
metabólica segundo a Primeira Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da
Síndrome Metabólica. Apesar do fato de que nesta amostra de indivíduos, apenas um ter
apresentado a SM, é preciso levar em consideração que isso não exclui o risco de
aparecimento futuro nos demais indivíduos, uma vez que havia alterações em pelo
menos um dos componentes. A SM é um tema bastante atual e de importância crescente
na esfera da saúde pública, soma-se também seus impactos sobre as questões
relacionadas ao trabalho, os quais não devem ser desconsiderados, uma vez que a forma
como ele está organizado pode repercutir e influenciar em hábitos e comportamentos
desses trabalhadores, e agir de forma direta ou indireta e predispor ao desenvolvimento
da SM.4
A Tabela 1 detalha a classificação da atividade física conforme o IPAQ, e indica
que a maior parte da amostra não atingiu nenhum dos critérios da recomendação quanto
à frequência nem quanto à duração. Segundo a I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e
Tratamento da Síndrome Metabólica, a atividade física é determinante para o gasto de
calorias e fundamental para o balanço energético e controle do peso. A atividade física
regular ou o exercício físico diminuem o risco relacionado a cada componente da SM e
trazem benefícios substanciais também para outras doenças (câncer de cólon e câncer de
mama). 11 Ainda segundo a Diretriz, um condicionamento cardiorrespiratório
deficitário, fraqueza muscular e sedentarismo aumentam o risco para SM em
aproximadamente três a quatro vezes. O exercício físico reduz a pressão arterial, eleva o
HDL-colesterol e melhora o controle glicêmico. Com duração mínima de 30 minutos
diários e inclusão de exercícios aeróbios e de fortalecimento muscular, o exercício físico
pode prevenir a SM em uma relação dose-efeito apropriada para o grupo etário. 11
No presente estudo não houve associação entre o IMC e a atividade física.
Mesmo apesar de não termos encontrado associação, vale salientar que Kandpal et al10
afirmam que o baixo índice de atividade física tem sido associado à obesidade, de
acordo com o relatório da OMS. 12 Ainda, a atividade física tem sido recomendada para
reduzir os ganhos do IMC. 13 Segundo Martini et al 20, achados análogos são
encontrados na literatura , o que corrobora com a hipótese de que o estado nutricional é
fortemente associado ao risco de SM. Neste sentido, estudos têm detectado importantes
associações entre obesidade e SM desde as idades mais precoces. Ainda segundo o
autor, utilizando-se de delineamento longitudinal, entre um conjunto de variáveis
biológicas e comportamentais, foi constatado que a obesidade infantil é o mais forte
preditor de SM e de outros fatores de risco predisponentes as doenças cardiovasculares
no início da idade adulta. 20
Quando comparamos o estresse nos grupos que dormem mais ou menos do que
6h diárias, verificamos que não houve diferença significante entre os grupos. Esses
achados diferem de Rocha et al que em seu estudo obteve resultado semelhante à análise
da associação de estresse e qualidade de sono realizada por outros autores e ainda em
estudo realizado em sete hospitais de Shanghai em que participaram 1.983 enfermeiros.
No estudo, os autores observaram que o estresse no trabalho estava relacionado com o
prejuízo do sono dos enfermeiros. Para Rocha12, o nível de estresse pode ser um fator
diretamente proporcional, positivo e correlacionado com o sono, visto que quanto maior
o nível de estresse dos enfermeiros, maior é a pontuação global do índice de sono,
indicativo de qualidade de sono ruim. 12
24
Limitações do estudo
No presente estudo, a amostra pequena que acabou sendo uma subamostra pode
ter influenciado a ausência de associação e diferenças entre as variáveis, uma outra
limitação do estudo foi o tempo de trabalho desses trabalhadores para que se pudesse
vincular com as variáveis no setor, por fim uma outra limitação foi o tempo de até dois
anos para os exames da avaliação para a síndrome metabólica uma vez que essa
informação possa ter influenciado os dados.
25
6. CONCLUSÃO
O presente estudo demonstrou que as condições de saúde e de trabalhadores que
atuam em ambiente hospitalar são favoráveis ao desenvolvimento de doenças
metabólicas. Os achados sugerem que o maior impacto na saúde desses indivíduos é o
estresse e a qualidade de sono reduzida. No entanto, nesta população não houve
resultado estatisticamente significante que comprove o aparecimento da SM.
26
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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metabólica: aspectos genético-evolutivos e nutricionais. Scientia Medica;
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brasileira. Arq. Bras. Endocrinol. Metab; vol. 44 n3, junho 2000.
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trabalhadores de enfermagem. Acta Paul Enferm. 2010; 23(4): 557-61.
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saúde no trabalho. Revista Brasileira de Medicina no Trabalho; 11(1): 3-18,
2013.
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artéria sistêmica. Rev. Bras. Hipertens; 14(2): 112-115, 2007
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employees of the Research Center at Petrobras. Arq. Bras. Cardiol; 82(1): 1-
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the metabolic syndrome: prospective study. BMJ, 332(7540); 521- 525,
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study of CVD related risk factors in a tribal population of India. BMC Public
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10. ALBUQUERQUE LG, FRANÇA ACL. Estratégias de recursos humanos e
gestão da qualidade de vida no trabalho: o stress e a expansão do conceito de
qualidade total. Revista de Administração da Universidade de São Paulo,
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11. NUNES MT. O hipotálamo endócrino. In: Aires, MM. Fisiologia. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan; 1999. P.761-81
12. ROCHA MC, DE MARTINO MMF. O estresse e qualidade de sono do
enfermeiro nos diferentes turnos hospitalares. Rev. Esc. Enferm. USP 2010;
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13. PALMA BD, TIBA PA, MACHADO RB, TUFIK S, SUCHECKI D.
Repercussões imunológicas dos distúrbios do sono: o eixo
hipotálamopituitária-adrenal como fator modulador. Rev. Bras. Psiquiatr.
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15. MONTANHOLI LL, TAVARES DMS, OLIVEIRA GR. Estresse: fatores de
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16. KAUR P, RADHAKRISNAN E, RAO SR, SANKARASUBBAIYAN S,
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an urban industrial male population in South India. JAPI 2010; 58:363-6.
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18. FREITAS ED, FERNANDES AC, MENDES LL, PIMENTA AM,
VELÁSQUEZ-MELÉNDEZ G. Síndrome Metabólica: Uma Revisão Dos
Critérios De Diagnóstico. Rev. Min. Enferm; 12(3): 403-411, jul./set., 2008
19. I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica-
Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 84, Suplemento I, Abril 2005.
20. MARTINI FAN, BORGES MB, GUEDES DP. Hábito alimentar e síndrome
metabólica em uma amostra de adultos brasileiros, Archivos
Latinoamericanos De Nutrición. Vol. 64 n° 3, 2014
28
8. ANEXOS
Anexo A – Normas da revista científica
Revista Brasileira de Saúde Ocupacional
Modalidades de contribuições
Artigo: contribuição destinada a divulgar resultados de pesquisa de natureza empírica,
experimental ou conceitual (até 56.000 caracteres, incluindo espaços e excluindo títulos,
resumo, abstract, tabelas, figuras e referências).
Revisão: avaliação crítica sistematizada da literatura sobre determinado assunto; deve-
se citar o objetivo da revisão, especificar (em métodos) os critérios de busca na
literatura e o universo pesquisado, discutir os resultados obtidos e sugerir estudos no
sentido de preencher lacunas do conhecimento atual (até 56.000 caracteres, incluindo
espaços e excluindo títulos, resumo, abstract, tabelas, figuras e referências).
Ensaio: reflexão circunstanciada, com redação adequada ao escopo de uma publicação
científica, com maior liberdade por parte do autor para defender determinada posição,
que vise a aprofundar a discussão ou que apresente nova contribuição/abordagem a
respeito de tema relevante (até 56.000 caracteres, incluindo espaços e excluindo títulos,
resumo, abstract, tabelas, figuras e referências).
Relato de experiência: relato de caso original de intervenção ou de experiência bem
sucedida; deve indicar uma experiência inovadora, com impactos importantes e que
mostre possibilidade de reprodutibilidade. O manuscrito deve explicitar a caracterização
do problema e a descrição do caso de forma sintética e objetiva; apresentar e
discutir seus resultados, podendo, também, sugerir recomendações; deve apresentar
redação adequada ao escopo de uma publicação científica, abordar a metodologia
empregada para a execução do caso relatado e para a avaliação dos seus resultados,
assim como referências bibliográficas pertinentes (até 56.000 caracteres, incluindo
espaços, excluindo títulos, resumo, abstract, tabelas, figuras e referências).
Comunicação breve: relato de resultados parciais ou preliminares de pesquisas ou
divulgação de resultados de estudo de pequena complexidade (até 20.000 caracteres,
incluindo espaços excluindo títulos, resumo, abstract, tabelas, figuras e referências).
Resenha: análise crítica sobre livro publicado nos últimos dois anos (até 11.200
caracteres, incluindo espaços).
Carta: texto que visa a discutir artigo recente publicado na revista (até 5.600 caracteres,
incluindo espaços).
Preparo dos trabalhos
Serão aceitas contribuições originais em português ou espanhol. A correção gramatical é
de responsabilidade do(s) autor(es).
O texto deverá ser elaborado empregando fonte Times New Roman, tamanho 12, em
folha de papel branco, com margens laterais de 3 cm e espaço simples e devem conter:
Corpo do texto
a)Título na língua principal (português ou espanhol) e em inglês. O título deve ser
pertinente, completo e sintético (limite de 50 palavras).
b)Resumo: os manuscritos devem ter resumo no idioma principal (português ou
espanhol) e em inglês, com um máximo de 200 palavras cada, preferencialmente na
forma estruturada (Introdução, Métodos, Resultados, Discussão/Conclusão).
c)Palavras-chaves / descritores: Mínimo de três e máximo de cinco, apresentados na
língua principal (português ou espanhol) e em inglês. Sugere-se aos autores que utilizem
o vocabulário controlado DeCS (decs.bvs.br) adotado pela LILACS.
29
d)O desenvolvimento do texto deve atender às formas convencionais de redação de
artigos científicos.
e)Solicita-se evitar identificar no corpo do texto a instituição e/ou
departamento responsável pelo estudo para dificultar a identificação de autores e/ou
grupos de pesquisa no processo de avaliação por pares.
f)Citações e referências: As citações no texto deverão ser identificadas por números
arábicos em sobrescrito negritado e a numeração será sequencial, em ordem de entrada
no texto. As referências deverão ser numeradas e listadas em ordem sequencial de
entrada no texto e seguir as recomendações do InternationalCommittee of Medical
Journal Editors (ICMJE), disponíveis em nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html.
A exatidão das referências constantes da listagem e a correta citação no texto são de
responsabilidade do(s) autor(es) do trabalho. A RBSO se reserva o direito de recusar a
publicação de um artigo por inadequação ou inexatidão das citações e das referências.
g) Tabelas, quadros e figuras: O número total de tabelas, quadros e figuras não deverá
ultrapassar 5 (cinco) no seu conjunto. As figuras não devem repetir os dados das
tabelas. Devem ser apresentados um a um, em arquivos separados, numerados
consecutivamente com algarismos arábicos, na ordem em que forem citados no texto. A
cada um deve ser atribuído um título sintético contextualizando os dados apresentados.
Nas tabelas não devem ser utilizadas linhas verticais. Fontes, notas e observações
referentes ao conteúdo das tabelas, quadros e figuras devem ser apresentadas abaixo do
corpo principal das mesmas. As figuras (gráficos, fotos etc.) também deverão ser
apresentadas, uma a uma, em arquivos separados, em formato de arquivo eletrônico
para impressão de alta qualidade não encaminhar em arquivo Word, extensão .doc). Os
gráficos devem ser executados no software Excel (extensão .xls) e enviados no arquivo
original. Fotos e ilustrações devem apresentar alta resolução de imagem, não inferior a
300 DPIs, com extensão .jpg ou .eps ou .tiff . A publicação de fotos e ilustrações estará
sujeita à avaliação da qualidade para publicação.
Resumo de informações sobre figuras:
Tabelas, quadros, diagramas,
esquemas Word (.doc)
Gráficos Excel (.xls)
Fotografias, ilustrações
.jpgou .tiff ou .eps (300 DPIs - mínimo de
resolução)
h) Agradecimentos (opcional): Podem constar agradecimentos por contribuições de
pessoas que prestaram colaboração intelectual ao trabalho, com assessoria científica,
revisão crítica da pesquisa, coleta de dados, entre outras, mas que não preenchem os
requisitos para participar da autoria, desde que haja permissão expressa dos nominados.
Também podem constar desta parte agradecimentos a instituições pelo apoio
econômico, material ou outro.
30
Anexo B- Parecer do comitê de ética em pesquisa
31
32
33
Anexo C- Escala de Estresse no Trabalho ESCALA DE ESTRESSE NO TRABALHO (*)
Abaixo estão listadas várias situações que podem ocorrer no dia a dia de seu trabalho. Leia
com atenção cada afirmativa e utilize a escala apresentada a seguir para dar sua opinião sobre
cada uma delas.
1 2 3 4 5
Discordo
Totalmente
Discordo Concordo em
parte
Concordo Concordo
Totalmente
Para cada item, marque o número que melhor corresponde à sua resposta.
Ao marcar o número 1 você indica discordar totalmente da afirmativa
Assinalando o número 5 você indica concordar totalmente com a afirmativa
Observe que quanto menor o número, mais você discorda da afirmativa e quanto
maior o número, mais você concorda com a afirmativa
A forma como as tarefas são distribuídas em minha área tem me deixado nervoso 1 2 3 4 5
O tipo de controle existente em meu trabalho me irrita 1 2 3 4 5
A falta de autonomia na execução do meu trabalho tem sido desgastante 1 2 3 4 5
Tenho me sentido incomodado com a falta de confiança de meu superior sobre o meu
trabalho
1 2 3 4 5
Sinto-me irritado com a deficiência na divulgação de informações sobre decisões
organizacionais
1 2 3 4 5
Sinto-me incomodado com a falta de informações sobre minhas tarefas no trabalho 1 2 3 4 5
A falta de comunicação entre mim e meus colegas de trabalho deixa-me irritado 1 2 3 4 5
Sinto-me incomodado por meu superior tratar-me mal na frente de colegas de trabalho 1 2 3 4 5
Sinto-me incomodado por ter que realizar tarefas que estão além de minha capacidade 1 2 3 4 5
Fico de mau humor por ter que trabalhar durante muitas horas seguidas 1 2 3 4 5
Sinto-me incomodado com a comunicação existente entre mim e meu superior 1 2 3 4 5
Fico irritado com discriminação/favoritismo no meu ambiente de trabalho 1 2 3 4 5
Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação
profissional
1 2 3 4 5
Fico de mau humor por me sentir isolado na organização 1 2 3 4 5
Fico irritado por ser pouco valorizado por meus superiores 1 2 3 4 5
As poucas perspectivas de crescimento na carreira tem me deixado angustiado 1 2 3 4 5
Tenho me sentido incomodado por trabalhar em tarefas abaixo do meu nível de
habilidade
1 2 3 4 5
A competição no meu ambiente de trabalho tem me deixado de mau humor 1 2 3 4 5
A falta de compreensão sobre quais são minhas responsabilidades neste trabalho tem
causado irritação
1 2 3 4 5
Tenho estado nervoso por meu superior me dar ordens contraditórias 1 2 3 4 5
Sinto-me irritado por meu superior encobrir meu trabalho bem feito diante de outras
pessoas
1 2 3 4 5
O tempo insuficiente para realizar meu volume de trabalho deixa-me nervoso 1 2 3 4 5
Fico incomodado por meu superior evitar me incumbir de responsabilidades importantes 1 2 3 4 5
* Versão de Paschoal e Tamayo (2004), uso autorizado por comunicação via e-mail.
34
Anexo D- QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA (IPAQ)
QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA
Nome:_______________________________________________________
Data: ______/ _______ / ______ Idade : ______ Sexo: F ( ) M ( )
Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas fazem como parte do
seu dia a dia. As perguntas estão relacionadas ao tempo que você gasta fazendo atividade física
na ÚLTIMA semana. As perguntas incluem as atividades que você faz no trabalho, para ir de
um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte das suas atividades em casa
ou no jardim. Suas respostas são MUITO importantes. Por favor responda cada questão mesmo
que considere que não seja ativo. Obrigado pela sua participação !
Para responder as questões lembre que:
atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço
físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal
atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço
físico e que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal
Para responder as perguntas pense somente nas atividades que você realiza por pelo menos 10
minutos contínuos de cada vez.
1a Em quantos dias da última semana você CAMINHOU por pelo menos 10 minutos contínuos
em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para outro, por lazer, por
prazer ou como forma de exercício?
dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum
1b Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total
você gastou caminhando por dia?
horas: ______ Minutos: _____
2a. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADASpor pelo menos
10 minutos contínuos, como por exemplo pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer
ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domésticos
na casa, no quintal ou no jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade
que fez aumentar moderadamente sua respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR NÃO
INCLUA CAMINHADA)
dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum
2b Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos contínuos,
quanto tempo no total vocêgastou fazendo essas atividades por dia?
horas: ______ Minutos: _____
3a Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS por pelo menos
10 minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar
rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados em casa, no quintal ou
cavoucar no jardim, carregar pesos elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO
sua respiração ou batimentos do coração.
35
dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum
3b Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos
quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?
horas: ______ Minutos: _____
Estas últimas questões são sobre o tempo que você permanece sentado todo dia, no trabalho, na
escola ou faculdade, em casa e durante seu tempo livre. Isto inclui o tempo sentado estudando,
sentado enquanto descansa, fazendo lição de casa visitando um amigo, lendo, sentado ou
deitado assistindo TV. Não inclua o tempo gasto sentando durante o transporte em ônibus, trem,
metrô ou carro.
4a Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de semana?
______horas ____minutos
4b Quanto tempo no total você gasta sentado durante em um dia de final de semana?
______horas ____minutos
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9- APÊNDICES
Apêndice A- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Pesquisa: “Avaliação das condições de trabalho e dos fatores de risco ergonômicos de
profissionais da saúde: Censo e estudo de coorte”.
Responsáveis: Prof. Rodrigo Luiz Carregaro e Wildo Navegantes
Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa do curso de Fisioterapia e
Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (FCE/UnB). Você precisa decidir se quer participar
ou não. Por favor, não se apresse em tomar a decisão. Leia cuidadosamente o que se segue e
pergunte ao responsável pelo estudo qualquer dúvida que você tiver. Este estudo será conduzido
por acadêmicos dos cursos de Fisioterapia e Saúde Coletiva da UnB, sob responsabilidade dos
Professores Rodrigo Carregaro e Wildo Navegantes.
O fato do homem passar grande parte do tempo no ambiente de trabalho determina a
presença de situações inadequadas que podem influenciar significativamente a sua qualidade de
vida. Neste caso, informamos que o objetivo desta pesquisa é avaliar as condições e os fatores
de risco ergonômicos de trabalhadores da Saúde. É importante destacar que a análise não será
um processo de seleção, e os trabalhadores devem ser encorajados a participar ativamente,
contribuindo com informações importantes e sugestões para melhorar seu ambiente.
Ressaltamos que o que está sob análise é o processo de trabalho em si, e não a maneira com que
cada um o executa. Não analisaremos a sua conduta ou produtividade. Para que se sinta seguro,
garantimos que ninguém será pessoalmente identificado, ficando as opiniões e respostas em
caráter geral. Por fim, nenhum voluntário receberá compensação financeira pela participação no
estudo. Ao participar deste estudo, você terá benefícios relativos ao conhecimento de aspectos
da Ergonomia, qualidade de vida e prevenção, os quais poderão melhorar suas condições de
trabalho e saúde. Além disso, em médio prazo, nós poderemos implementar um programa de
atuação com base nos resultados deste estudo.
Inicialmente você será instruído verbalmente sobre todos os critérios e procedimentos
do estudo. De modo geral, nós aplicaremos questionários e escalas de avaliação, e também
poderemos utilizar um equipamento de medida da função muscular (eletrodos serão colocados
na pele com fita dupla-face). Tal equipamento não apresenta nenhum incômodo ou risco para a
saúde e você não precisará se despir em nenhum momento da nossa avaliação. Nós não
pretendemos interferir na dinâmica de realização do seu trabalho, e lembramos que não haverá
necessidade de se deslocar, pois nós estaremos no seu ambiente de trabalho, para que possamos
compreender como estão as condições ergonômicas. As entrevistas e avaliações possuem uma
duração de tempo que poderá variar entre 15 a 45 minutos. Ressaltamos que a possibilidade de
ocorrência de problemas ou danos físicos é inexistente. No entanto, você poderá abandonar as
avaliações a qualquer momento que desejar, sem qualquer constrangimento ou implicação,
bastando para isso informar ao avaliador sobre sua decisão. Lembramos que não haverá
indenizações futuras, em respeito a sua participação no estudo.
TERMO DE CONSENTIMENTO FORMAL, LIVRE E ESCLARECIDO
Eu,_____________________________________________, abaixo assinado, tendo lido
o “Esclarecimento ao Participante da Pesquisa” e sido devidamente esclarecido sobre os
objetivos, riscos e demais condições que envolverão minha participação no referido Projeto de
37
Pesquisa, realizado por acadêmicos da Fisioterapia e Saúde Coletiva, sob orientação do Prof.
Rodrigo Carregaro e Wildo Navegantes, declaro que tenho total conhecimento dos direitos e das
condições que me foram apresentadas e asseguradas, as quais passo a descrever:
1. A garantia de ser informado e de ter qualquer pergunta respondida ou esclarecimento a
dúvidas sobre os procedimentos, objetivos, decorrências e riscos referentes às situações da
pesquisa a que serei submetido, ainda que isso possa influenciar a minha decisão de nele
permanecer;
2. A liberdade de deixar de participar do estudo, a qualquer momento, sem qualquer ônus ou
constrangimento;
3. A garantia de que não serei pessoalmente identificado e que terei a minha privacidade
resguardada, considerando que eventualmente os pesquisadores realizarão registros
fotográficos;
4. A garantia de que os dados genéricos deste trabalho serão publicados e divulgados em
artigos científicos e eventos da área e no caso das fotografias serem divulgadas, as
identidades sejam preservadas por meio de tarjas pretas;
5. A ciência de que não haverá compensação financeira (presente ou futura), pela minha
participação;
6. O recebimento de uma via deste Termo de Consentimento, assinada pelo pesquisador.
Brasília, …….. de ……………….. ,de 20……. .
________________________ ________________________
Assinatura Assinatura do pesquisador
Nome do Participante: telefone: 3307-8418
RG:
Telefone do Comitê de Ética da FEPECS: (61) 3325-4956
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Apêndice B – Avaliação das Condições de Trabalho dos Profissionais do Hospital
Regional de Ceilândia
Avaliação das Condições de Trabalho dos Profissionais do Hospital
Regional de Ceilândia
Questionário
1) Dados do Entrevistado
Nome: ______________________________________Sexo: ☐F ☐ M
Faixa Etária: ☐ Até 25 anos ☐ De 45 a 50 anos
☐ De 25 a 30 anos ☐ Maior que 60 anos
☐ De 35 a 45 anos
Profissão: _____________________________ Tempo de Profissão: ___ ☐dias
☐meses ☐anos
Telefone para Contato (Acompanhamento):
_________________________________________
2) História Clínica
É tabagista?☐ S ☐ N Por quanto tempo? _____________
É diabético?☐ S ☐ N Por quanto tempo? _____________
É hipertenso?☐ S ☐ N Faz uso de algum anti-hipertensivo?☐S ☐N
Possui alguma doença cardiovascular já diagnosticada?☐S ☐N Qual?
___________________
Possui alguma doença psicológica já diagnosticada?☐S ☐N Qual?
___________________
3) Em relação a atividade física
3.1) Realiza alguma atividade que inclui mudança leve ou moderada no seu
cotidiano?☐ S ☐ N
Qual exercício? ____________________Frequência: ___________ Duração:
___________
3.2) Realiza algum exercício aeróbico?☐ S ☐ N
Qual exercício? ______________________ Frequência:______________
Duração:__________
3.3) Realiza algum exercício resistido? ☐S ☐ N
Qual exercício? _______ Frequência:___________ Duração: _____________
4) Em relação ao sono
4.1) Costuma dormir quantas horas por noite? ☐ Mais que 6h50m ☐Menos que
6h50m
5) Em relação a alimentação, costuma seguir alguma das recomendações abaixo?
☐ Ingere diversos tipos de alimentos em, pelo menos, três refeições diárias: café
da manhã, almoço e jantar.
☐Usa alimentos locais como arroz, feijão, farinhas, pão e leite como base das
refeições.
☐ Sempre consome frutas e verduras da época.
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☐ Faz uso de carne, sal e açúcar de forma moderada.
☐ Utiliza óleo vegetal no preparo da comida ou diminui o consumo de gorduras
animais.
☐ Ingere, diariamente, bastante água.
☐ Sempre prepara a alimentação com muita higiene.
☐ Procura manter o peso, controlando a ingestão de alimentos e fazendo
exercício físico.
☐ Procura fazer com que as refeições sejam agradáveis.
☐ Procura comer melhor gastando menos dinheiro.
6) Avaliação para Síndrome Metabólica
Altura: _______ Peso: ________
Circunferência abdominal: ________
Triglicerídeos: _________mg/dL
Colesterol HDL: _________ mg/dL
Glicemia de Jejum: _________ mg/dL
Pressão Arterial: 1° aferição:Sistólica ______mmHg Diastólica _______mmHg
FC: _____bpm
2° aferição: Sistólica ______mmHg Diastólica _______mmHg
FC: _____bpm
Data em que o exame laboratorial foi realizado: ___/___/_____