ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA MARIA MESTRADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIAS DA SAÚDE ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Elisa Grando Santa Maria, RS, Brasil 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA MARIA

MESTRADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E

SÍNDROME METABÓLICA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Elisa Grando

Santa Maria, RS, Brasil

2014

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ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME

METABÓLICA

Elisa Grando

Dissertação a ser apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em

Ciências da Saúde, Área de Concentração Promoção da Saúde, da Universidade

Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do

grau de Mestre em Ciências da Saúde.

Orientadora: Profa. Dr

a. Maristela de Oliveira Beck

Coorientador: Prof. André Avelino Costa Beber

Santa Maria, RS, Brasil

2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

MESTRADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a

Dissertação de Mestrado

ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME

METABÓLICA

Elaborada por

Elisa Grando

Como requisito parcial para obtenção do grau de

Mestre em Ciências da Saúde

COMISSÃO EXAMINADORA:

Profª Dra Maristela de Oliveira Beck

(Orientadora)

Profª Dra Vanessa Santos Cunha

(Examinador Efetivo)

Prof Dr Fábio Vasconcelos Comin

(Examinador Efetivo)

Profª Dra Melissa Orlandin Premaor

(Examinador Suplente)

Santa Maria, 01 de agosto de 2014

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DEDICATÓRIA

Em primeiro lugar, dedico este trabalho à minha família. Aos meus pais, José Luiz e

Margaret, que sempre primaram em oferecer recursos para que suas filhas tivessem o melhor

estudo. À minha irmã Júlia, pelos momentos de companhia em Santa Maria. À minha avó

materna Luiza, que com muita força guiou seus filhos com base na educação, para que

pudessem sempre garantir o seu sustento, qualidade que se perpetua como exemplo para as

futuras gerações.

Dedico também ao Diogo Chagas Dalcin, companheiro de todas as horas, por me

apoiar sempre e amenizar meus medos e angústias com palavras de coragem e persistência, e

também ao Ilmar e à Joce, que me receberam na família Dalcin como se fosse filha também.

Não sei se haveria melhor dupla de residência do que a que me foi designada. Nádia

Murussi, companheira da residência médica e do mestrado, esses dois anos de convivência

diária me fizeram te admirar e aprender muito contigo, saiba que pode contar sempre comigo.

À família Murussi, Edi e Luiz, por sempre me receberem tão bem em sua casa, e à

Márcia, pelos excelentes conselhos em momento de desespero.

Ao Serviço de Dermatologia do HUSM, aos colegas residentes pela colaboração

durante o trabalho, pelo entendimento nas ausências e pela amizade.

Ao Professor André Avelino Costa Beber pelo incentivo à busca de conhecimento

através da pesquisa, por todos os ensinamentos na prática da medicina e da dermatologia e

pela amizade e confiança que tem pelos residentes.

À Professora Maristela de Oliveira Beck, por ter aceitado fazer parte desta caminhada

como orientadora.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à UFSM pela oportunidade de realizar o Mestrado junto à Residência

Médica.

Agradeço a todos os pacientes que foram participantes desta pesquisa, pela gentileza

com que dispuseram parte de seu tempo para responder questionários e para coletar amostras

de sangue.

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RESUMO

Dissertação de Mestrado

Programa de Mestrado Profissional em Ciências da Saúde

Universidade Federal de Santa Maria

ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME

METABÓLICA

AUTORA: ELISA GRANDO

ORIENTADORA: MARISTELA DE OLIVEIRA BECK

COORIENTADOR: ANDRÉ AVELINO COSTA BEBER

Santa Maria, 01 de agosto de 2014

O vitiligo é uma desordem adquirida da pigmentação. Sua etiologia é desconhecida,

principalmente autoimune, associada com a elevação de citocinas pró-inflamatórias. As

citocinas estimulariam a aterogênese, criando um estado de síndrome metabólica. O objetivo

deste estudo é analisar a relação entre vitiligo e síndrome metabólica. Estudo transversal que

avaliou 96 pacientes (47 com vitiligo e 49 sem vitiligo), atendidos no Hospital Universitário

de Santa Maria–RS, no período de março/2013 a janeiro/2014. Os pacientes com vitiligo

foram selecionados por diagnóstico clínico, avaliados pela extensão da doença na pele e pelo

tempo de evolução. Foram avaliados os critérios diagnósticos de síndrome metabólica (SM):

dosagem sérica de colesterol total, HDL-colesterol, triglicerídeos, aferição de circunferência

abdominal (CA) e da pressão arterial. A resistência insulínica (RI) foi avaliada pelo cálculo do

HOMA-IR. A prevalência da SM entre os pacientes com vitiligo e sem vitiligo não mostrou

diferença significativa (36,2% vs. 38,3%, p = 1,00). A CA diferiu entre os grupos, sendo

maior no grupo com vitiligo (95,5 cm vs. 90,5 cm, p = 0,046). Os níveis de HDL-c foram

menores no grupo com vitiligo (48,2 mg/dL vs 57,7 mg/dL, p = 0,002) , mantendo-se

significativos na subanálise dos pacientes do sexo feminino (p = 0,012). O HOMA-IR

também não apresentou diferença entre os grupos (2,6±1,8 vs. 2,0±1,1, p=0,285). Não houve

associação de SM com tempo de evolução e nem com a extensão de acometimento do vitiligo.

Não foi encontrada relação entre vitiligo e SM, entretanto, o HDL-colesterol foi mais baixo e

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a CA maior nos pacientes com vitiligo, e houve correlação inversa (r = - 0,31 , p = 0,045)

entre valores de HDL-colesterol e insulina apenas no grupo com vitiligo.

Palavras-chave: Vitiligo. Síndrome Metabólica. Resistência Insulínica. Prevalência.

Dermatologia.

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ABSTRACT

Master of Science Dissertation

Graduate Health Science Program

Federal University of Santa Maria

ANALYSIS OF THE RELATION BETWEEN VITILIGO AND

METABOLIC SYNDROME

AUTHOR: ELISA GRANDO

MASTER’S SUPERVISOR: MARISTELA DE OLIVEIRA BECK

MASTER’S CO-SUPERVISOR: ANDRÉ AVELINO COSTA BEBER

SANTA MARIA, 2014, August, 1st

Vitiligo is an acquired, depigmenting disorder. The etiology is unknown, but mostly

autoimmune, associated with high levels of pro-inflammatory cytokines. These cytokines

would stimulate atherosclerosis and develop metabolic syndrome. The aim of this study was

to evaluate the relationship between vitiligo and metabolic syndrome. This is a transversal

study, with 96 patients (47 with and 49 without vitiligo) treated at Hospital Universitário de

Santa Maria – RS, from March 2013 to January 2014. The vitiligo patients were selected by

clinical diagnosis and the criteria of extension and time of disease were evaluated. The

diagnostic criteria for metabolic syndrome were assessed, following IDF: total cholesterol,

high-density lipoprotein-cholesterol (HDL-c), triglycerides, waist circumference and blood

pressure. We evaluated the insulin resistance through the homeostasis model assessment-

insulin resistance (HOMA-IR). The MS prevalence between the groups does not show

significant difference (36,2% vs. 38,3%, p=1,000). Waist circumference was different

between groups (95,5 vs. 90,5 cm). Vitiligo group showed smaller levels of HDL-c (48,2

mg/dL vs 57,7 mg/dL, p<0,001), and this difference was sustained in the sub-analysis of

female patients. HOMA-IR did not show difference between groups. Metabolic syndrome was

not associated with extension and evolution time of vitiligo. This study did not reveal relation

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between vitiligo and MS. HDL-c was smaller in vitiligo patients, and there was inverse

correlation (r = -0,30, p = 0,045) between HDL-c and insulin only in vitiligo group.

Key words: Vitiligo. Metabolic Syndrome, Insulin Resistance. Prevalence. Dermatology.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Manchas branco-nacaradas ................................................................................ 18

Figura 2 – Porcentagem de pigmentação para o cálculo do score VASI. ........................... 20

Figura 3 – Expressão de GM-CSF nos sítios perilesional (A) e na lesão (B) ..................... 21

Figura 4 – Expressão de bFGF nos sítios perilesional (A) e na lesão (B) ........................... 22

Figura 5 – Expressão de SCF nos sítios perilesional (A) e na lesão (B) ............................. 22

Figura 6 – Expressão de IL-6 nos sítios perilesional (A) e lesional (B). ............................. 23

Figura 7 – Expressão de SCF nos sítios perilesional (A) e na lesão (B) ............................. 23

ARTIGO

Figura I – Gráfico de média e barra de erro da comparação da circunferência abdominal

entre os grupos ..................................................................................................................... 37

Figura II – Correlação entre HDL e insulina no grupo com vitiligo (A) e sem vitiligo (B) 38

Figura III – Caracterização do vitiligo ................................................................................ 42

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Critérios para SM da IDF .................................................................................. 26

Tabela 2 – Fototipos pela classificação de Fitzpatrick ........................................................ 29

ARTIGO

Tabela 1 – Características clínicas dos pacientes em estudo ............................................... 36

Tabela 2 – Comparação entre as variáveis metabólicas entre os grupos dos pacientes com e

sem vitiligo .......................................................................................................................... 37

Tabela 3 – Comparação das características gerais dos pacientes em estudo, excluindo-se os

pacientes com DM ............................................................................................................... 39

Tabela 4 – Comparação entre as variáveis metabólicas entre os grupos dos pacientes com e

sem vitiligo em pacientes sem DM...................................................................................... 39

Tabela 5 – Comparação das características gerais dos pacientes do sexo feminino ........... 40

Tabela 6 – Comparação entre as variáveis metabólicas entre os grupos dos pacientes com e

sem vitiligo em pacientes do sexo feminino ........................................................................ 40

Tabela 7 – Comparação das variáveis de extensão da doença e tempo de evolução nos

pacientes com vitiligo divididos em grupos com e sem SM ............................................... 41

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LISTA DE SIGLAS

5 – FU 5 - Fluoracil

BRAMS Brazilian Metabolic Syndrome study

CAAE Certificado de Apresentação para Apreciação Ética

CT Colesterol total

DM Diabete melito

EUA Estados Unidos da América

FDA Food and Drug Administration

HAS Hipertensão Arterial Sistêmica

Hcy Homocisteína

HDL-c HDL-colesterol

HOMA-IR Homeostasis Model Assessment Insulin Resistance

HUSM Hospital Universitário de Santa Maria

ICAM-1 Intercellular cell adhesion molecules

IDF Internacional Diabetes Federation

IR Resistência Insulínica

IL Interleucina

IMC Índice de massa corporal

LDL LDL-colesterol

MTHFR Metilenetetrahidrofolato redutase

NCEP-ATPIII National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III

NS Não significativo

OMS Organização Mundial da Saúde

PAD Pressão arterial diastólica

PAS Pressão arterial sistólica

RI Resistência insulínica

ROS Radicais Livres de Oxigênio

RS Rio Grande do Sul

SAME Serviço de Arquivo Médico e Estatística

SM Síndrome Metabólica

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

TCLE Termo de consentimento livre e esclarecido

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TG Triglicerídeos

TNF-alfa Fator de necrose tumoral alfa

UFSM Universidade Federal de Santa Maria

UVB-NB Radiação ultravioleta B – Narrow Band

VASI Vitiligo Area Score Index

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LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 – Ficha de coleta de dados.............................................................................53

Anexo 2 – Termo de Confidencialidade......................................................................54

Anexo 3 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido..........................................55

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 16 1.1 Justificativa .................................................................................................................. 16

1.2 Objetivos ....................................................................................................................... 17

1.2.1 Objetivo geral ............................................................................................................. 17

1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................................. 17

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................. 18

2.1 Vitiligo .......................................................................................................................... 18

2.1.1 Classificação diagnóstica ............................................................................................ 19

2.1.2 Etiopatogenia ............................................................................................................. 20

2.1.3 Tratamento .................................................................................................................. 24

2.2 Síndrome Metabólica .................................................................................................. 25

2.3 Resistência Insulínica .................................................................................................. 26

3 MÉTODOS .................................................................................................................. 28 3.1 Delineamento ................................................................................................................ 28

3.2 Período de coleta de dados .......................................................................................... 28

3.3 Amostragem ................................................................................................................. 28

3.3.1 Critérios de inclusão ................................................................................................... 28

2.1.2 Critérios de exclusão .................................................................................................. 29

3.4 Instrumentos de coleta de dados ................................................................................ 29

3.5 Examinador .................................................................................................................. 30

3.6 Aspectos éticos ............................................................................................................. 31

3.7 Análise estatística ......................................................................................................... 31

4 ARTIGO ....................................................................................................................... 32 4.1 Artigo em português ................................................................................................... 32

Resumo ................................................................................................................................ 32

Abstract ............................................................................................................................... 33

Introdução ............................................................................................................................ 34

Métodos ............................................................................................................................... 34

Análise Estatística .............................................................................................................. 35

Resultados ............................................................................................................................ 36

Discussão ............................................................................................................................. 42

Conclusão ........................................................................................................................... 44

Referências .......................................................................................................................... 45

CONCLUSÃO ............................................................................................................... 47

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 48

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 49

ANEXOS .......................................................................................................................... 54

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1 INTRODUÇÃO

O vitiligo é uma dermatose com prevalência de 0,1% a 2% na população mundial.

Afeta ambos os sexos e todas as raças (Alikhan, 2011). Não há estudos sobre a prevalência do

vitiligo no Brasil.

Esta doença é diagnosticada na maioria das vezes pela anamnese e exame físico.

Clinicamente é definido por manchas hipocrômicas e/ou acrômicas, distribuídas em diversas

localizações da superfície corporal. Pode ser classificado em subtipos: localizado (focal e

segmentar), generalizado (vulgar, acrofacial e misto) e universal (quando acomete 50% da

pele ou das mucosas) (Ezzedine, 2012).

O vitiligo é uma desordem adquirida da pigmentação, caracterizada pela perda

progressiva dos melanócitos da epiderme (Ortonne, 2011). A etiologia da perda dos

melanócitos é de provável causa multifatorial, associada a fatores autoimunes, genéticos,

citotóxicos e neurais (Dell’anna, 2006; Kemp, 2011). As citocinas são importantes

marcadores de autoimunidade e, além disso, são também marcadores de inflamação. As

citocinas pró-inflamatórias podem ser responsáveis por causar aterogênese e resistência

periférica à insulina, podendo contribuir para a instalação de critérios clínicos relacionados

com a síndrome metabólica (SM) (Moretti, 2002). A SM é um transtorno complexo

representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular, usualmente relacionados à

deposição central de gordura e à resistência à insulina (Penalva, 2008; Diretriz, 2005). Neste

estudo, foi utilizada a classificação para diagnóstico de SM proposta pela (International

Diabetes Federation) IDF, que inclui circunferência abdominal, glicemia de jejum, HDL-

colesterol, triglicerídeos e pressão arterial. A resistência insulínica foi calculada pelo índice de

HOMA-IR, que utiliza glicemia de jejum e insulina. Não há estudos sobre a relação entre

vitiligo e SM na literatura.

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1.1 Justificativa

Apesar de o vitiligo ser uma doença cutânea considerada danosa pelo prejuízo estético,

estudos demonstram também associação desta doença com patologias autoimunes, como

diabete melito tipo 1 e tireoidites autoimunes, e com fatores causadores de aterogênese,

podendo estar relacionado com resistência insulínica e obesidade, aumentando o risco destes

pacientes para doenças cardiovasculares (Ongenae, 2003; Rezaei, 2007).

Justifica-se a realização deste trabalho por não existirem estudos avaliando a

prevalência de SM em pacientes com diagnóstico de vitiligo.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Avaliar a prevalência de síndrome metabólica em pacientes com vitiligo.

1.2.2 Objetivos específicos

Estabelecer a relação de síndrome metabólica e vitiligo, realizando comparação com a

extensão e o tempo de evolução da doença. Estabelecer a prevalência de resistência insulínica

nos pacientes com vitiligo através do escore HOMA-IR.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Vitiligo

O vitiligo é um achado dermatológico relativamente comum, com prevalência média

de 0,5 a 2% na população mundial, havendo variações nas diferentes regiões (Alikhan, 2011).

Não há estudos que estimem a prevalência de vitiligo no Brasil. É uma doença adquirida, de

origem multifatorial, caracterizada por manchas branco-nacaradas bem delimitadas, de

diferentes formas, com tendência a aumento de tamanho. Ocorre pela perda progressiva dos

melanócitos da camada basal da pele. Pode afetar a pele e as mucosas. Adultos e crianças de

ambos os sexos são igualmente acometidos, sem diferença entre as raças. Metade dos

pacientes iniciam a doença antes dos 20 anos. O risco de desenvolver a doença é independente

de fototipo, raça e sexo (Steiner, 2004).

Figura 1. Manchas branco-nacaradas, bem delimitadas, com formato irregular, localizadas na

região cervical anterior

Os locais mais acometidos são a cabeça, os membros e o tronco, já os menos afetados

são as mucosas (Ortonne, 2011).

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O diagnóstico é clínico na maioria dos casos. A biópsia da lesão pode ser realizada

quando se quer afastar outra doença, como hanseníase ou outras leucodermias, e quando as

características clínicas não são completamente típicas (Kawakami, 2011). Na histologia, é

representado pela diminuição ou ausência de melanócitos (Sahni, 2014).

2.1.1 Classificação diagnóstica

Há diversas formas de classificação do vitiligo. Dentre as formas qualitativas, uma das

classificações propostas, e que será utilizada neste estudo, depende da distribuição e da

porcentagem de superfície corporal despigmentada. É dividida em localizada, generalizada e

universal (Ezzedine, 2012)

A forma localizada é dividida em focal, que acomete determinada área, sem

distribuição específica; segmentar, que segue a distribuição de um dermátomo; e mucosa, no

qual apenas as mucosas são afetadas.

A forma generalizada pode ser classificada em acrofacial, quando há lesões nas

extremidades e face; vulgar, quando apresenta distribuição variável; e misto, quando ocorre a

combinação dos dois tipos.

A forma universal corresponde à despigmentação de 50% ou mais da pele e/ou

mucosas.

Não há nenhum método de quantificação do vitiligo com acurácia superior aos demais.

Alguns estudos demonstraram que o VASI (Vitiligo Area Score Index), a regra dos nove e a

lâmpada de Wood são, provavelmente, as melhores técnicas para quantificação da extensão e

progressão do vitiligo na prática clínica e nos estudos clínicos (Kawakami, 2011).

O VASI é calculado através da soma de todas as áreas despigmentadas, multiplicado

pela porcentagem de despigmentação de cada área do corpo (Alghamdi, 2012).

A área é calculada através da medida de uma unidade de mão, que engloba a palma

mais a superfície volar de todos os dígitos, e corresponde a 1% da área corporal total. O corpo

é dividido em cinco regiões: mãos, extremidades superiores, tronco, extremidades inferiores e

pés. A região axilar é incluída nas extremidades superiores e as nádegas e região inguinal, nas

extremidades inferiores.

A despigmentação de cada área é expressa por porcentagens, 100% (não há pigmento

presente); 90% (manchas de pigmento estão presentes); 75% (a área hipocrômica excede a

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20

área pigmentada); 50% (áreas iguais de pigmentação e despigmentação); 25% (a área

pigmentada excede a área hipocrômica) e 10% (apenas algumas manchas de hipocromia estão

presentes) (Figura 2). O escore engloba valores de 0 a 100. Quanto mais próximo de 100,

mais extensa a doença.

VASI = ∑ [Unidades de mão (%)] x [Despigmentação]

(Todas as partes do corpo)

Figura 2. Porcentagem de pigmentação para o cálculo do score VASI (Vitiligo Area Score

Index) nos pacientes com vitiligo (Hamzavi, 2004).

Page 21: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

21

2.1.2 Etiopatogenia

A etiopatogenia exata do vitiligo ainda não foi definida, mas existem muitas teorias,

como autoimune, genética, citotóxica, autotóxica de melanócitos, neural e bioquímica. As

etiopatogenias sugeridas estão provavelmente interligadas, e todas têm um papel importante

na gênese do vitiligo (Alikhan, 2011). Envolve interação entre múltiplos genes, eventos

imunológicos e interações do ambiente (Lu, 2014).

A etiologia autoimune parece ser a mais aceita, sugerindo a destruição dos

melanócitos por autoanticorpos. Esta teoria se baseia na frequente associação entre vitiligo e

doenças autoimunes, como anemia perniciosa, diabete melito, tireoidites e alopecia areata.

(Kemp, 2001)

A maior associação evidenciada é com as doenças da tireóide, principalmente

tireoidite de Hashimoto e doença de Graves. O vitiligo frequentemente precede o quadro de

disfunção da tireóide (Ongenae, 2003).

A etiologia citotóxica baseia-se na elevação das citocinas pró-inflamatórias,

principalmente interleucina-6 (IL-6) e interleucina-2 (IL-2), que podem ter um papel

importante na citotoxicidade aos melanócitos. Singh e colaboradores avaliaram 80 pacientes

com vitiligo e evidenciou um aumento da IL-6 nos pacientes com vitiligo, principalmente

naqueles com maior tempo de evolução da doença (> 15 anos). A IL-6 é produzida por

linfócitos mononucleares que induzem a expressão de moléculas de adesão intercelular 1

(ICAM-1) nos melanócitos, facilitando as interações leucócito-melanócito, levando a ativação

de plasmócitos e subsequente aumento na produção de anticorpos, que produziriam o dano

nos melanócitos. Neste estudo, a elevação de fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa) e IL-2

não mostrou diferenças entre os grupos (Singh, 2012).

Moretti e colaboradores, demonstraram que nos locais de pele acometidos pelo vitiligo

há redução de citocinas que estimulam a melanogênse, como fator estimulador de colônia de

granulócitos e macrófagos (GM-CSF), SCF e o fator de crescimento do fibloblasto-beta

(bFGF), (figuras 3, 4 e 5) e aumento da expressão de citocinas inibitórias da atividade do

melanócito, como IL-6 e TNF-alfa (figuras 6 e 7). (Moretti, 2002).

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Figura 3 – Expressão de GM-CSF nos sítios perilesional (A) e na lesão (B) (setas

brancas)

Adaptado de Moretti, et al, 2002

Figura 4 - Expressão de bFGF nos sítios perilesional (A) e na lesão (B) (setas brancas)

Adaptado de Moretti, et al, 2002

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23

Figura 5 - Expressão de SCF nos sítios perilesional (A) e na lesão (B) (setas brancas)

Adaptado de Moretti, et al, 2002

Os linfócitos T CD8 melanócito-reativos parecem estar em maior concentração no

sangue periférico de pacientes com vitiligo em atividade do que em indivíduos hígidos.

(Wankowicz-Kalinska, 2003). Infiltração perilesional de linfócitos T CD8 também

reconhecem antígenos contra o melanócito e desenvolvem citotoxicidade para melanócitos

autólogos (Van den Boorn, 2009). Linfócitos T helper 17 também têm sido implicado na

patogênese do vitiligo (Bassiouny, 2010).

Figura 6 - Expressão de IL-6 nos sítios perilesional (A) e lesional (B) (setas brancas)

Adaptado de Moretti, et al, 2002

Page 24: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

24

Figura 7 - Expressão de TNF-alfa nos sítios perilesional (A) e lesional (B) (setas

brancas)

Adaptado de Moretti, et al, 2002

Enzimas responsáveis por processos antioxidantes, como catalase e glutation

peroxidase tem sido implicadas na susceptibilidade ao vitiligo, apesar dos resultados de

estudos serem conflitantes (Lu, 2014).

Recentemente, estudos sugeriram que o estresse oxidativo causado pelos radicais

livres (ROS) pode ser o evento desencadeante e perpetuador da disfunção dos melanócitos

vista no vitiligo (Chen, 2014).

2.1.3 Tratamento

O vitiligo apresenta um número limitado de tratamentos, e nenhum deles oferece a

cura da doença.

A fototerapia é a opção de primeira linha no tratamento do vitiligo. Pode ser utilizada

de forma isolada ou associada com tratamentos tópicos, sistêmicos ou cirúrgicos. O UVB-NB

é um dos métodos mais utilizados, e tem mostrado excelentes resultados. O Excimer laser de

Page 25: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

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308 nm foi estudado e mostrou eficácia similar ao UVB-NB. O UVA1 mostrou-se ser menos

eficiente do que o UVB-NB, e tem valor limitado como monoterapia. É bastante utilizado

associado aos psoralenos, tanto tópicos quanto orais (Korobko, 2012).

Tacrolimus é um imunomodulador que tem a habilidade de interferir em vias

autoimunes e inflamatórias. Ele se liga à proteína ligadora FK506. Esse complexo inibe a

fosforilação do fator transcriptor calcineurina mediado e, assim, inibe a expressão de diversas

citocinas pró-inflamatórias. Em geral, o tacrolimus é bem tolerado topicamente, e é uma boa

opção para pacientes com contraindicação a fototerapia e em uso de corticóide por longo

período. Dois estudos indianos, realizados por Bhuvana e cols em 2011, mostrou a eficácia co

tacrolimus em um estudo não controlado e Kathuria e cols em 2012 realizaram ensaio clínico

randomizado comparando tacrolimus ao propionato de fluticasona, mostrando uma

repigmentação pequena, não satisfatória, das lesões do vitiligo em ambos os grupos, sem

diferença significativa. Em 2011, Ho e colaboradores realizaram um ensaio clínico

randomizado comparando tacrolimus vs clobetasol, e demonstraram que ambos os

tratamentos ofereceram benefício similar na repigmentação das lesões, notando que as lesões

faciais responderam melhor e mais rapidamente das não faciais.

O uso no vitiligo ainda não é regulamentado pela FDA. O pimecrolimus, outro

inibidor da calcineurina, mostrou-se menos eficiente do que outros corticóides (Sahni, 2014).

Análogos da vitamina D falharam em mostrar melhora da pigmentação nas lesões de

vitiligo quando usados de forma isolada. Estudos ainda investigam se a associação do

calciprotrieno com dipropionato de betametasona possa ter um efeito melhor nas lesões de

áreas mais sensíveis, como a face, servindo como poupador de corticoide (Korobko, 2012).

Outras terapias tópicas foram testadas, como 5FU, extrato de Cucumis melo, creme de

tetrahidrocurcuminóide e extrato de placenta, mas não mostraram eficácia no tratamento do

vitiligo (Korobko, 2012).

Os corticóides orais e os psoralenos – utilizados em associação com a fototerapia

UVA1 – são os tratamentos sistêmicos disponíveis para o vitiligo. A suplementação com

sulfato de zinco não mostrou eficácia. O uso oral de vitamina E também foi testado, falhando

em promover benefícios no tratamento, mesmo em associação com corticóides tópicos e

fototerapia. Em dois estudos, o extrato de Ginkgo biloba por via sistêmica, mostrou

estabilização das lesões nos pacientes com vitiligo (Parsad, 2003; Szczurko, 2011).

Procedimentos cirúrgicos são considerados como última opção de tratamento para o

vitiligo. Os métodos consistem na introdução de melanócitos para repigmentar a lesão

Page 26: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

26

vitiligóide. Os principais métodos utilizados são enxerto tecidual e transplante de suspensão

de células melanocíticas (Korobko, 2012).

Muitos dos pacientes com vitiligo são resistentes a inúmeros tratamentos. Novas

terapêuticas têm sido testadas. Laser de CO2 fracionado combinado com exposição solar pode

ser efetivo e seguro no tratamento do vitiligo refratário (Hélou, 2014).

Além das tentativas de repigmentação das lesões, uma alternativa quando há

acometimento extenso da superfície corporal é a remoção da pigmentação residual nas áreas

da pele não acometidos pelo vitiligo, para promover um resultado estético uniforme mais

aceitável. Nos EUA apenas o uso do monobenzil éter de hidroquinona é aprovado para este

propósito (Webb, 2014).

2.2 Síndrome Metabólica

A SM é uma entidade clínica representada pela ocorrência de múltiplas desordens

metabólicas e vasculares que são fatores de risco para doença cardiovascular e diabete melito

tipo 2. Caracteriza-se pela presença de dislipidemia aterogênica (hipertrigliceridemia, níveis

elevados de apolipoproteína B, partículas de LDL-colesterol pequenas e densas e níveis

baixos de HDL-colesterol); hipertensão arterial; hiperglicemia; estados pró-trombótico e pró-

inflamatório. A obesidade abdominal e a resistência insulínica parecem ter um papel

fundamental na gênese da SM (Penalva, 2008). Existem três classificações de diferentes

entidades: Organização Mundial de Saúde (OMS), National Cholesterol Education

Program’s Adult Treatmente Panel III (NCEP-ATP III) e International Diabetes Federation

(IDF). Neste estudo foi utilizada a classificação proposta pela IDF (Tabela 1). A presença da

obesidade abdominal é critério obrigatório, devendo ser associado a mais dois critérios dentre

os quatro restantes para completar o diagnóstico da síndrome metabólica.

Page 27: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

27

Tabela 1 - Critérios para SM da IDF

Tabela 1. Critérios IDF

Obesidade

CRITÉRIO

OBRIGATÓRIO

Circunferência abdominal > 94 cm em homens europeus

e > 80 cm em mulheres

Glicose plasmática

> 100 mg/dL ou diagnóstico prévio de diabete melito

Triglicerídeos > 150 mg/dL ou tratamento para dislipidemia

HDL < 40 mg/dL em homens ou < 50 mg/dL em mulheres

Pressão Arterial Pressão sistólica > 130 mmHg ou diastólica > 85 mmHg ou

tratamento para hipertensão arterial

2.3 Resistência insulínica

A resistência insulínica (RI) tem um papel fundamental na gênese da síndrome

metabólica. Em populações normais, a RI ocorre em 20 a 25% dos indivíduos. Himsworth e

Kerr, nos anos 30, realizaram o primeiro teste para o estudo da sensibilidade da insulina, e

observaram que o indivíduo jovem e magro era mais sensível à insulina do que indivíduos

mais velhos e obesos. Também demonstraram que dietas ricas em carboidratos e pobres em

gorduras aumentavam a sensibilidade à insulina (Bergman, 1985).

Os métodos de avaliação da RI podem ser diretos ou indiretos. Os métodos diretos

analisam os efeitos da insulina injetada em um indivíduo. Já os indiretos avaliam a ação da

própria insulina endógena (Geloneze, 2006).

A dosagem da insulina de jejum é uma forma simples para avaliação da sensibilidade à

insulina. Nos indivíduos resistentes à insulina, as concentrações plasmáticas estão elevadas,

principalmente em relação à glicose dosada na mesma amostra. As críticas quanto a sua

Page 28: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

28

interpretação levam em consideração a fraca correlação com a ação insulínica in vivo e pela

possível reação cruzada com a pró-insulina. (Geloneze, 2006).

A técnica do clamp euglicêmico permite a mensuração da captação total de glicose em

resposta a uma hiperinsulinemia fixa, e constitui o padrão-ouro para a avaliação da ação da

insulina segundo a American Diabetes Association (ADA). No entanto é um método invasivo

realizado apenas em pesquisas (ADA, 1998).

Turner e colaboradores desenvolveram um modelo matemático que prediz a

sensibilidade à insulina, utilizando-se a medida da glicemia e insulina de jejum. Esse método

foi chamado de HOMA-IR (Homeostasis Model Assessment Insulin Resistance). Eles se

basearam em dados da literatura para construir curvas relacionando o estado de homeostasia e

a resposta insulínica de indivíduos saudáveis com variados graus de comprometimento de

célula beta. O cálculo se define como: insulina sérica de jejum (mU/L) x glicemia de jejum

(mmol/L) / 22.5. Para transformar a glicemia de jejum de mg/dL em mmol/L multiplica-se

por 0,0551. Na publicação original, os autores encontraram correlação positiva entre a RI

avaliada pelo HOMA e pelo clamp (r = 0,88, p < 0,0001). O HOMA tem ganhado aceitação

com a publicação de novos estudos realizados em indivíduos com graus variados de obesidade

e tolerância à glicose (Turner, 1985).

No estudo BRAMS (Brazilian Metabolic Syndrome Study), foi definido o valor de

corte para o diagnóstico da RI, quando o HOMA-IR for maior que 2,71. Este estudo foi

efetuado com 1371 brasileiros, com idade média de 40 anos, IMC médio de 34 kg/m2 e sem

alterações metabólicas (Geloneze, 2009).

Page 29: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

29

3 MÉTODOS

3.1 Delineamento

O tipo de delineamento de pesquisa proposto para o estudo é transversal.

3.2 Período de coleta de dados

Os dados foram coletados entre março de 2013 e janeiro de 2014.

3.3 Amostragem

A amostra foi selecionada por conveniência, a partir dos pacientes com vitiligo em

acompanhamento no ambulatório de Dermatologia do Hospital Universitário de Santa Maria

(HUSM).

Foram convidados a participar da pesquisa, como indivíduos não expostos ao vitiligo,

pacientes que buscaram atendimento no Serviço de Dermatologia por queixas estéticas, como

melasma, melanose, telangiectasias e poiquilodermia, e que consultavam no ambulatório de

Cosmiatria do HUSM. Os indivíduos precisavam não ter diagnóstico de vitiligo.

3.3.1 Critérios de inclusão

Os critérios de inclusão foram o diagnóstico de vitiligo conforme critérios clínicos,

consentimento verbal e escrito de participação no estudo em pacientes com 18 anos ou mais.

Page 30: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

30

3.3.2 Critérios de exclusão

Os critérios de exclusão foram a não concordância (TCLE) do paciente em participar

do estudo, aqueles atendidos fora do período pré-estabelecido, paciente com diagnóstico de

neoplasia e se tivessem com idade menor do que 18 anos.

3.4 Instrumentos de coleta de dados

Os pacientes foram avaliados por meio de exame físico e anamnese durante a consulta

rotineira no ambulatório de dermatologia, com alocação de tais dados em ficha específica de

coleta padronizada de dados direcionados ao estudo (Anexo 1). A ficha de coleta englobou

características como sexo, idade, fototipo - através da classificação de Fitzpatrick modificada

(tabela 2) (Sachdeva, 2009). Também, tempo de evolução da doença em meses, profissão,

estado civil, padrão lesional cutâneo, método de avaliação qualitativa do vitiligo (que é

dividido em 3 grandes grupos: localizado, generalizado e universal); VASI (índice de área

acometida pelo vitiligo), método de avaliação quantitativa do vitiligo, descrito na revisão de

literatura.

Tabela 2. Fototipos pela classificação de Fitzpatrick (Sachdeva, 2009)

Fototipo Caracteristicas Sensibilidade ao sol

I Pele branca, queima com facilidade, nunca bronzeia Muito sensível

II Pele branca, queima com facilidade, bronzeia muito

pouco

Sensível

III Morena clara, queima moderadamente, bronzeia

moderadamente

Normal

IV Morena Moderada, queima pouco, bronzeia com

facilidade

Normal

V Morena escura, queima raramente, bronzeia bastante Pouco sensível

VI Negra, nunca queima, totalmente pigmentada Insensível

Page 31: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

31

No exame físico, foram realizadas medidas da circunferência abdominal (CA), aferida

na metade da distância entre a crista ilíaca e o rebordo costal inferior, em centímetros; pressão

arterial, aferida em duas medidas, na posição sentada após cinco minutos de repouso, em

milímetros de mercúrio (mmHg); peso, em quilogramas, aferido sem calçados e com roupas

leves; altura, em centímetros; e o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC): peso dividido

pela altura ao quadrado.

Os exames laboratoriais para avaliação da resistência insulínica e síndrome metabólica

foram: colesterol total, triglicerídeos, HDL-colesterol, glicemia de jejum, através do método

colorimétrico enzimático, pelo aparelho Dimension, Siemens e, insulina sérica, através do

método de quimioluminescência, pelo aparelho Architect, Abott. O LDL-colesterol foi

calculado através da fórmula: LDL-colesterol = colesterol total – HDL-colesterol –

triglicerídeos/5. O cálculo não foi realizado se os níveis de triglicerídeos fossem maiores do

que 400 mg/dL. Os exames foram coletados na rotina do Laboratório de Análises Clínicas do

Hospital Universitário de Santa Maria, com 12 horas de jejum (Santos, 2009).

Para o cálculo de resistência insulínica foi utilizado o homeostasis model assessment

(HOMA-IR), com fórmula matemática que utiliza a insulina sérica e a glicemia de jejum –

HOMA-IR é igual a glicemia em mmol/L vezes a insulina em um/L, divididos por 22,5. A

glicemia medida em nosso laboratório é em mg/dL e por isso foi convertida em mmol/L

multiplicando-se por 0,0551.

Valores de HOMA-IR maiores ou iguais a 2,7 foram utilizados para definição de

resistência insulínica, conforme Geloneze (Geloneze, 2009).

3.5 Examinador

A coleta de dados foi realizada pela autora do projeto, e por bolsista auxiliar, estudante

de medicina, previamente treinada, que realizou aferição de circunferência abdominal, peso,

altura e pressão arterial nos pacientes sem vitiligo.

Page 32: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

32

3.6 Aspectos éticos

O projeto teve suas atividades iniciadas após registro na Direção de Ensino e Pesquisa

do Hospital Universitário de Santa Maria e aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal de Santa Maria, sob o Certificado de Apresentação para Apreciação

Ética (CAAE): 11462112.1.0000.5346, aprovado em 08/01/2013.

Os dados foram coletados exclusivamente para a finalidade da pesquisa e serão

armazenados no arquivo do ambulatório de Dermatologia do Hospital Universitário de Santa

Maria, por um período de 5 anos, sob responsabilidade dos pesquisadores. Após este período,

os dados serão destruídos, conforme consta no Termo de Confidencialidade (Anexo 1).

Participarão da pesquisa os indivíduos que concordarem em assinar o “Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido”, após seu processo de obtenção, ou seja, exposição dos

objetivos, riscos e de mais itens do documento. (Anexo 2).

O protocolo do estudo está de acordo com a Declaração de Helsinki (Rickham, 1964).

Nenhum dos procedimentos utilizados ofereceu riscos à dignidade do paciente.

Poderia causar algum desconforto emocional ao responder perguntas ou no momento da

retirada das fotografias ou desconforto físico mínimo no momento da coleta do exame de

sangue. O paciente poderá beneficiar-se indiretamente através dos resultados desta pesquisa.

Não há benefício direto para o paciente pela participação neste estudo.

3.7 Análise estatística

Os dados foram digitados no programa Excel e, posteriormente exportados para o

programa SPSS v. 18.0 para análise estatística.

As variáveis categóricas foram descritas por frequências e percentuais e comparadas

entre os grupos pelo teste de Qui-quadrado com correção de Yates. As variáveis quantitativas

foram descritas pela média e o desvio padrão e comparadas pelo teste t de Student para

amostras independentes. Foram correlacionadas as variáveis quantitativas entre si pelo

coeficiente de correlação de Spearman.

Valores de probabilidade (p) menores do que 0,05 foram considerados estatisticamente

significativos. Todos os testes foram bi-caudais.

Page 33: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

33

4. ARTIGO

Análise da relação entre vitiligo e síndrome metabólica

Resumo

Fundamentos: O vitiligo é uma desordem adquirida da pigmentação. Sua etiologia é

desconhecida, principalmente autoimune, associada com elevação de citocinas pró-

inflamatórias. As citocinas estimulariam a aterogênese, criando um estado de síndrome

metabólica.

Objetivos: O objetivo desde estudo é analisar a relação entre vitiligo e síndrome metabólica.

Métodos: É um estudo transversal que avaliou 96 pacientes (47 com vitiligo e 49 sem

vitiligo), atendidos no Hospital Universitário de Santa Maria–RS, no período de março/2013 a

janeiro/2014. Os pacientes com vitiligo foram selecionados por diagnóstico clínico, avaliados

pela extensão da doença na pele e pelo tempo de evolução. Foram avaliados os critérios

diagnósticos de síndrome metabólica (SM) pela International Diabetes Federation (IDF):

circunferência abdominal (CA), pressão arterial, dosagem sérica de colesterol total, HDL-

colesterol (HDL-c) e triglicerídeos. A resistência insulínica (RI) foi avaliada pelo cálculo do

HOMA-IR.

Resultados: A prevalência da SM entre os pacientes com vitiligo e sem vitiligo não mostrou

diferença significativa (36,2% vs. 38,3%, p = 1,00). A CA diferiu entre os grupos (95,5 cm vs.

90,5 cm, p = 0,046). Os níveis de HDL-c foram menores no grupo com vitiligo (48,2 mg/dL

vs 57,7 mg/dL, p = 0,002) , mantendo-se significativos na subanálise dos pacientes do sexo

feminino (p = 0,012). O HOMA-IR também não apresentou diferença entre os grupos

(2,6±1,8 vs. 2,0±1,1, p=0,285). Não houve associação de SM com tempo de evolução e nem

com a extensão de acometimento do vitiligo.

Conclusão: Não foi encontrada relação entre vitiligo e SM, entretanto, o HDL foi mais baixo

e a CA maior nos pacientes com vitiligo, e houve correlação inversa (r = - 0,31 , p = 0,045)

entre valores de HDL-c e insulina apenas no grupo com vitiligo.

Palavras-chave: Vitiligo. Síndrome Metabólica. Resistência Insulínica. Prevalência.

Dermatologia.

Page 34: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

34

Analysis of the relation betwenn vitiligo and metabolic syndrome

Abstract

Background: Vitiligo is an acquired, depigmenting disorder. The etiology is unknown, but

mostly autoimmune, associated with high levels of pro-inflammatory cytokines. These

cytokines would stimulate atherosclerosis and develop metabolic syndrome.

Objectives: The aim of this study was to evaluate the relationship between vitiligo and

metabolic syndrome.

Methods: This is a transversal study, with 96 patients (47 with and 49 without vitiligo)

treated at Hospital Universitário de Santa Maria – RS, from March 2013 to January 2014. The

vitiligo patients were selected by clinical diagnosis and the criteria of extension and time of

disease were evaluated. The diagnostic criteria for metabolic syndrome were assessed,

following IDF: total cholesterol, high-density lipoprotein-cholesterol (HDL-c), triglycerides,

waist circumference and blood pressure. We evaluated the insulin resistance through the

homeostasis model assessment-insulin resistance (HOMA-IR).

Results: The MS prevalence between the groups does not show significant difference (36,2%

vs. 38,3%, p=1,000). Waist circumference was different between groups (95,5 vs. 90,5 cm).

Vitiligo group showed smaller levels of HDL-c (48,2 mg/dL vs 57,7 mg/dL, p<0,001), and

this difference was sustained in the sub-analysis of female patients. HOMA-IR did not show

difference between groups. Metabolic syndrome was not associated with extension and

evolution time of vitiligo

Conclusion: This study did not reveal relation between vitiligo and MS. HDL-c was smaller

in vitiligo patients, and there was inverse correlation ( r = -0,30, p = 0,045) between HDL-c

and insulin only in vitiligo group.

Key words: Vitiligo. Metabolic Syndrome, Insulin Resistance. Prevalence. Dermatology.

Page 35: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

35

Introdução

O vitiligo é uma dermatose de prevalência variável na população mundial, entre 0,34 e

4% (1-5). No Brasil, há escassez de estudos de prevalência para essa doença. O vitiligo é uma

desordem cutânea adquirida da pigmentação, caracterizada pela perda progressiva dos

melanócitos da epiderme (4,6). A etiologia da perda dos melanócitos é de provável causa

multifatorial, associando fatores autoimunes, genéticos, citotóxicos e neurais (7-10). As

citocinas são importantes marcadores de autoimunidade e inflamação, podendo estar

envolvidas na etiologia do desenvolvimento do vitiligo. As citocinas pró-inflamatórias, que

incluem Fator de Necrose Tumoral Alfa (TNF-alfa), Interleucina-1 (IL-1) e interleucina-6

(IL-6), podem ser responsáveis por causar aterogênese e resistência periférica à insulina,

fatores que podem contribuir para a instalação dos critérios clínicos englobados pela síndrome

metabólica (SM) (4). A SM é um transtorno complexo representado por um conjunto de

fatores de risco cardiovascular, usualmente relacionados à deposição central de gordura e à

resistência à insulina (11,12,13). Há apenas um estudo investigativo relacionando vitiligo e

resistência insulínica, e nenhum artigo publicado pesquisando uma relação entre vitiligo e

síndrome metabólica (2). O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de síndrome

metabólica em pacientes com vitiligo.

Métodos

O estudo incluiu um total de 96 pacientes. Destes, 47 pacientes com vitiligo e 49

pacientes sem vitiligo. A coleta de dados foi realizada no período de janeiro de 2013 a janeiro

de 2014, com a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, e reuniu as seguintes variáveis:

sexo, idade, fototipo, profissão, estado civil, caracterização do vitiligo, tempo de evolução da

doença, tabagismo, HAS e DM. A caracterização do vitiligo foi feita de modo categórico e

quantitativo. A classificação categórica descreve o vitiligo em: localizado focal, localizado

segmentar, generalizado acrofacial, generalizado vulgar, generalizado misto e universal

(14,15). A caracterização quantitativa foi feita através do VASI (escore de medida da área

acometida pelo vitiligo) (16,17).

Os pacientes sem vitiligo foram selecionados através do ambulatório de cosmiatria,

com queixas estéticas, como melanoses, telangiectasias e melasma. Foram excluídos deste

grupo os pacientes com vitiligo.

Page 36: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

36

Os exames laboratoriais foram coletados no Laboratório de Análises Clínicas do

Hospital Universitário de Santa Maria, com 12 horas de jejum: colesterol total, triglicerídeos,

HDL-colesterol, glicemia de jejum, estes através do método colorimétrico enzimático, pelo

aparelho Dimension, Siemens e, insulina sérica, através do método de quimioluminescência,

pelo aparelho Architect, Abott.

O homeostasis model assessment (HOMA-IR), foi calculado através da fórmula

matemática que utiliza a insulina sérica e a glicemia de jejum – HOMA-IR é igual a glicemia

em mmol/L vezes a insulina mU/L, divididos por 22,5. O ponto de corte utilizado para

definição de resistência insulínica foi 2,7, baseado no estudo brasileiro de Geloneze (18,19).

Foram realizadas aferições da circunferência abdominal (CA), pressão arterial, peso e

altura de todos os pacientes. A CA foi aferida na metade da distância entre a crista ilíaca e o

rebordo costal inferior, em centímetros; a pressão arterial aferida na posição sentada, após

cinco minutos de repouso, em mmHg; o peso foi aferido sem calçados e com roupas leves, em

centímetros e a altura foi aferida sem sapato, com postura ereta, em centímetros.

Análise Estatística

Os dados foram digitados no programa Excel e, posteriormente, exportados para o

programa SPSS versão 18.0 para análise estatística. Foram descritas as variáveis categóricas

por frequências e percentuais, e comparadas entre os grupos pelo teste de Qui-quadrado com

correção de Yates e pelo teste Exato de Fisher. As variáveis quantitativas de distribuição

assimétrica foram descritas pela mediana (variação), e comparadas pelo teste U de Mann

Whitney. As variáveis quantitativas de distribuição simétrica foram descritas pela média e

desvio padrão e comparadas pelo teste t de Student para amostras independentes. Foi

considerado um nível de significância de 5%.

Resultados

Neste estudo foi avaliado um total de 96 pacientes. Destes, 47 pacientes (49,0%)

tinham diagnóstico de vitiligo.

Page 37: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

37

A caracterização do vitiligo, avaliada nos 47 pacientes com a doença, o subtipo

generalizado vulgar foi o mais prevalente na amostra, com 38,3%, seguido pelo subtipo

localizado focal (19,1%), generalizado misto (17,0%), generalizado acrofacial (10,6%),

universal (8,5%) e localizado segmentar com a menor prevalência (6,4%) (Figura I).

Figura I. Caracterização do vitiligo por subtipos

A tabela 1 descreve as principais características dos pacientes com e sem vitiligo.

Conforme demonstrado na Tabela 1, a frequência de mulheres foi maior em ambos os

grupos, porém, significativamente mais elevada nos pacientes sem vitiligo (66% vs 90%, p =

0,01). O diagnóstico de DM tipo 2 foi mais prevalente no grupo sem vitiligo (9% vs. 33%, p =

0,008). Os grupos com e sem vitiligo não diferiram, respectivamente, quanto a idade (46 vs

43 anos), frequência de tabagismo (17% vs 6%), e de HAS (26% vs 31%).

Page 38: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

38

Dentre os critérios diagnósticos para síndrome metabólica, o HDL e a circunferência

abdominal diferiram entre os grupos. O grupo com vitiligo apresentou menores níveis de

HDL (48,2 vs. 57,7 mg/dL) e maior CA (95,5 vs. 90,5 cm) (Figura I). A altura diferiu entre os

grupos. Pacientes com vitiligo foram mais altos do que pacientes sem vitiligo. Os demais

exames laboratoriais (TG, glicemia, CT, LDL e insulina) e as demais medidas (Peso, PAS,

PAD, IMC e HOMA-IR) não mostraram diferença entre os dois grupos.

Tabela 1. Comparação entre as variáveis dos pacientes com e sem vitiligo

Variáveis Com Vitiligo

(n = 47)

Sem Vitiligo

(n = 49)

P

Sexo Masculino

Feminino

16 (34%)

31 (66%)

5 (10%)

44 (90%)

0,010

Idade (anos) 46 ± 17 43 ± 12 0,295

Tabagismo 8 (17,0%) 3 (6,0%) 0,175

HAS prévia (mmHg) 12 (26%) 15 (31%) 0,744

DM 4 (9%) 16 (33%) 0,008

Peso (kg)

IMC (kg/m2)

CA (cm)

PAS (mmHg)

PAD (mmHg)

Glicemia (mg/dL)

CT (mg/dL)

HDL (mg/dL)

Insulina (um/L)

HOMA-IR

SM

RI

72,6 ± 18,1

26,4 ± 4,8

95,5 ± 12,9

126 ± 21

82 ± 12

98,0 ± 12,3

186,9 ± 43,2

48,2 ± 13,5

10,6 ± 6,7

2,6 ± 1,8

17 (36%)

18 (38%)

67,7 ± 12,9

26,3 ± 5,0

90,5 ± 11,3

120,5 ± 14,3

78 ± 10

94,5 ± 13,4

202,1 ± 34,1

57,7 ± 14,9

8,6 ± 4,4

2,0 ± 1,1

18 (37%)

12 (25%)

0,132

0,922

0,046

0,108

0,383

0,194

0,059

0,002

0,104

0,055

1,000

0,284 HDL, HDL-colesterol. TG, triglicerídeos. CA, circunferência abdominal. PAS, pressão arterial sistólica. PAD,

pressão arterial diastólica. IMC, índice de massa corporal. CT, colesterol total. LDL, LDL-colesterol. HOMA-

IR, Homeostasis Model Assessment Insulin Resistance, SM, síndrome metabólica. RI, resistência insulínica.

Variáveis quantitativas normais descritas pela média±desvio padrão, e não-normais pela mediana (variação).

Variáveis categóricas comparadas pelo teste de Qui-quadrado com correção de Yates e quantitativas normais

pelo teste t de Student para amostras independentes e não-normais pelo teste U de Mann Whitney.

A síndrome metabólica foi diagnosticada em 35 pacientes (37,2%). Entre os pacientes

com vitiligo, 17 (36,2%) apresentaram SM. Não houve diferença na prevalência de SM nos

pacientes com vitiligo e sem vitiligo (36,2 vs. 38,3%, p = 1,000).

A resistência insulínica, diagnosticada através do HOMA-IR >2,7, foi presente em

38% dos pacientes com vitiligo e em 25% dos pacientes sem vitiligo, porém, sem significado

estatístico (p = 0,284).

Page 39: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

39

Houve correlação inversa fraca (r = -0,30, p = 0,045) entre o HDL-c e a insulina

apenas nos pacientes com vitiligo (Figura II).

Figura II – Correlação entre HDL e insulina no grupo com vitiligo (A) e sem vitiligo (B).

Para reduzir o fator de confusão da presença de DM, que mostrou diferença entre os

grupos, analisamos apenas o subgrupo dos pacientes sem DM (Tabelas 3 e 4). Os pacientes

com vitiligo eram mais altos e com níveis de HDL eram mais baixos (48,4 vs 59,3 mg/dL, p =

0,001), porém mais pesados (72,1 vs 64,3kg, p = 0,041), com maior CA (94,6 vs 87,3 cm, p =

0,011) e maiores níveis de glicemia (96,7 vs 87,7 mg/dL, p = 0,0001).

A

B

Page 40: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

40

Tabela 2. Comparação entre as variáveis nos grupos dos pacientes com e sem vitiligo em

pacientes sem DM

Variáveis Com Vitiligo

(n = 43)

Sem Vitiligo

(n = 33)

P

Sexo Masculino

Feminino

Idade (anos)

Tabagismo

HAS prévia (mmHg)

14 (33%)

29 (67%)

44,3 ± 16,2

7 (16%)

8 (19%)

3 (9%)

30 (91%)

39,2 ± 11,6

2 (6%)

8 (31%)

0,031

0,136

0,313

0,754

Peso (kg)

IMC (kg/m2)

CA (cm)

PAS (mmHg)

PAD (mmHg)

Glicemia (mg/dL)

CT (mg/dL)

HDL (mg/dL)

72,1 ± 18,5

26,3 ± 4,9

94,7 ± 13,1

125 ± 20

80 ± 10

96,7 ± 13,1

189,1 ± 42,9

48,4 ± 12,9

64,3 ± 12,1

25,4 ± 5,2

87,3 ± 11,2

118 ± 15

77 ± 10

87,7 ± 6,4

200,1 ± 31,5

59,3 ± 14,8

0,041

0,448

0,011

0,125

0,115

0,0001

0,210

0,001

TG (mg/dL) 95 (35 – 289) 108 (41 – 277) 0,939

LDL (mg/dL)

Insulina (um/L)

HOMA-IR

SM

RI

118,1 ± 39,7

9,9 ± 6,6

2,4 ± 1,7

13 (30%)

13 (32%)

119,1 ± 31,9

8,0 ± 4,4

1,8 ± 1,0

7 (22,6%)

5 (17%)

0,911

0,183

0,067

0,641

0,245 HAS, Hipertensão arterial sistêmica. DM, Diabete melito. HDL, HDL-colesterol. TG, triglicerídeos. CA,

circunferência abdominal. PAS, pressão arterial sistólica. PAD, pressão arterial diastólica. IMC, índice de massa

corporal. CT, colesterol total. LDL, LDL-colesterol. HOMA-IR, Homeostasis Model Assessment Insulin

Resistance. SM, síndrome metabólica. RI, resistência insulínica. Variáveis quantitativas normais descritas pela

média ± desvio padrão, e não-normais pela mediana (variação). Variáveis categóricas comparadas pelo teste de

Qui-quadrado com correção de Yates e quantitativas normais pelo teste t de Student para amostras independentes

e não-normais pelo teste U de Mann Whitney.

Avaliando os pacientes sem DM, 30% dos pacientes com vitiligo e 22,6% dos

pacientes sem vitiligo apresentaram SM, com p = 0,641, sem diferença entre os grupos.

Ao analisarmos apenas as pacientes do sexo feminino, para reduzir o viés pela

diferença entre os sexos, podemos verificar que retiramos também o viés da diferença da

altura entre os grupos. O HDL permaneceu com valores mais baixos no grupo com vitiligo

(48,4 vs 59,3 mg/dL, p = 0,012). Mas as demais variáveis (peso, glicemia e CA) não

apresentaram diferença.

Page 41: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

41

Tabela 3. Comparação entre as variáveis nos grupos dos pacientes com e sem vitiligo em

pacientes do sexo feminino

Variáveis Com Vitiligo

(n = 31)

Sem Vitiligo

(n = 44)

P

Idade (anos)

Tabagismo

HAS prévia

DM prévio

42,2 ± 16,7

3 (10%)

8 (26%)

2 (7%)

42,9 ± 21,5

3 (7%)

14 (32%)

14 (32%)

0,825

0,986

0,760

0,019

Peso (kg)

IMC (kg/m2)

CA (cm)

PAS (mmHg)

PAD (mmHg)

Glicemia (mg/dL)

CT (mg/dL)

HDL (mg/dL)

66,3 ± 12,2

25,9 ± 5,0

92,7 ± 12,6

119 ± 17

78 ± 9

97,2 ± 10,5

190,5 ± 47,0

48,4 ± 12,9

67,2 ± 12,8

26,5 ± 5,2

90,6 ± 11,1

121 ± 15

78 ± 10

94,7 ± 13,5

204,7 ± 29,5

59,3 ± 14,8

0,760

0,812

0,431

0,733

0,736

0,391

0,117

0,001

TG (mg/dL) 95 (35 – 289) 114 (41 – 293) 0,440

LDL (mg/dL)

Insulina (um/L)

HOMA-IR

SM

RI

118,4 ± 44,7

11 ± 7,1

2,7 ± 1,9

10 (32%)

11 (37%)

118,9 ± 35

8,8 ± 4,4

2,1 ± 1,1

16 (37%)

11 (27%)

0,143

0,117

0,079

0,846

0,531 HDL, HDL-colesterol. TG, triglicerídeos. CA, circunferência abdominal. PAS, pressão arterial sistólica. PAD,

pressão arterial diastólica. IMC, índice de massa corporal. CT, colesterol total. LDL, LDL-colesterol. HOMA-

IR, Homeostasis Model Assessment Insulin Resistance. Variáveis quantitativas normais descritas pela média ±

desvio padrão, e não-normais pela mediana (valor mínimo e máximo). Variáveis categóricas descritas como n

(%) e comparadas pelo teste de Qui-quadrado com correção de Yates e quantitativas normais pelo teste t de

Student para amostras independentes e não-normais pelo teste U de Mann Whitney.

A SM não apresentou diferença entre os grupos no sexo feminino (32,3% vc. 37,2%, p

= 0,847).

A análise do subgrupo de pacientes masculinos com (16 pacientes) e sem vitiligo (5

pacientes) não mostrou diferença em nenhuma variável.

Analisando apenas o grupo dos pacientes com vitiligo, podemos observar os seguintes

resultados:

A extensão do vitiligo determinada pelo VASI e o tempo de evolução da doença não

apresentaram diferença em relação à SM (Tabela 7). Entre os pacientes com SM, 50%

apresentaram VASI maior ou igual a 2,85, enquanto 50% dos pacientes sem SM apresentaram

VASI maior ou igual a 2,35 (p = 0,572). O tempo de evolução do vitiligo, em 50% dos

pacientes com SM, foi 48 meses ou mais, e entre os pacientes sem SM, 50% tinha duração da

doença de 108 meses ou mais (p = 0,168).

Page 42: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

42

Tabela 4. Comparação das variáveis de extensão da doença e tempo de evolução nos pacientes

com vitiligo divididos em grupos com e sem SM.

Variáveis Com SM (n = 17) Sem SM (n = 30) P

VASI

2,85 (5,90) 2,35 (1,69) 0,572

Tempo de

evolução

(meses)

48 (114) 108 (118) 0,168

VASI, Vitiligo area score index. SM, síndrome metabólica. Variáveis quantitativas descritas por

mediana e intervalo interquartil. As comparações foram realizadas através do teste de Mann Whitney.

Discussão

A prevalência de SM na amostra estudada foi de 37%, uma média semelhante às

encontradas em outros estudos brasileiros, que variam entre 25 e 46% (20-23). Nos pacientes

com vitiligo, a prevalência foi de 36,2%, sem diferença para o grupo sem vitiligo (38,3%) (p

= 1,000).

Na Turquia, Karadag e cols avaliaram 96 indivíduos, destes 57 com vitiligo e 39 sem

vitiligo. Neste grupo, o HOMA-IR foi maior no grupo com vitiligo (2,3 vs 2.0, p < 0,01), mas

com níveis médios abaixo do ponto de corte definido por Geloneze (HOMA-IR > 2,7). O

estudo afirma que a resistência insulínica é aumentada nos pacientes com vitiligo, mas os

dados não deixam essa afirmação verdadeira através da avaliação do HOMA-IR. A insulina

também foi avaliada como mais elevada nos pacientes com vitiligo (9,9 vs 7,7, p < 0,001),

valores que são mais baixos do que no presente estudo (respectivamente, 10,6 vs 8,6). O

HDL-c da amostra também apresentou níveis mais baixos nos pacientes com vitiligo (41,3 vs

51,1 mg/dL, p < 0,0001). A circunferência abdominal não mostrou diferença entre os grupos

com e sem vitiligo, respectivamente (93,8 vs 92,9 cm, p NS) (2).

Ao contrário, Rodriguez-Martin, em 2011, avaliou 105 indivíduos com vitiligo e 95

sem vitiligo, avaliando que os pacientes com vitiligo apresentavam menor prevalência de

alterações na circunferência abdominal, triglicerídeos e HDL, mas não descreveu suas médias,

e admitiu um p < 0,05 para todos estes critérios citados acima. Concluiu assim que os

pacientes com vitiligo tendem a apresentar menor risco cardiovascular. Este artigo foi

publicado como uma carta ao editor e não descreve os métodos utilizados para a coleta de

dados, seleção dos pacientes e análise estatística (3).

Page 43: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

43

Os fatores de confusão que podem estar relacionados com o resultado são: maior

porcentagem de mulheres no grupo sem vitiligo, e maior prevalência de diagnóstico

confirmado de DM nos pacientes do grupo sem vitiligo.

Analisando ambos os grupos, excluindo-se os pacientes com diagnóstico de prévio de

DM, podemos observar que houve uma relação do vitiligo com níveis mais baixos de HDL-c

e com CA, ambos critérios de síndrome metabólica. Além disso, também houve associação

entre o vitiligo com o peso e com maiores níveis de glicemia.

Na análise utilizando apenas pacientes do sexo feminino, verificamos que a única

variável que manteve a diferença entre os grupos foi o HDL, com menores níveis nos

pacientes com vitiligo, com correlação inversa fraca, mas significativa, com a insulina.

Analisando o subgrupo dos pacientes masculinos, o estudo não apresentou diferença

entre as variáveis. Um dos fatores pode ter sido o pequeno número de indivíduos no grupo de

pacientes sem vitiligo (5 pacientes).

Avaliando-se a resistência insulínica, através do HOMA-IR, este trabalho não mostrou

diferença entre os grupos (p = 0,055), porém apresentou tendência à significância, com um p

muito próximo de um valor significativo. Se utilizássemos um ponto de corte mais sensível

para o HOMA-IR, poderíamos ter diferença entre o diagnóstico de resistência insulínica entre

os grupos com e sem vitiligo.

O resultado pode se dever à pequena amostra de pacientes utilizada em cada grupo do

estudo.

Nas análises das características do vitiligo, demonstramos em nosso estudo como

subtipo mais prevalente o generalizado vulgar, com 38% dos casos, dado corroborado pela

literatura (3, 24).

A extensão da superfície corpórea afetada pelo vitiligo, medida através do VASI, não

contribuiu, neste estudo, para o aumento da prevalência de SM e RI. O tempo de evolução da

doença também não mostrou diferença na prevalência de ambas as variáveis. Não há estudos

publicados na literatura realizando essa comparação.

Não há estudos na literatura que mostrem relação entre doenças autoimunes e

síndrome metabólica ou resistência insulínica.

Page 44: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

44

Conclusão

Em conclusão, este estudo demonstrou uma relação positiva entre níveis menores de

HDL-colesterol e maiores medidas de circunferência abdominal nos pacientes com vitiligo.

Além disso, os pacientes com vitiligo tenderam a apresentar um HOMA-IR mais

elevado do que os pacientes sem vitiligo, sugerindo uma maior resistência insulínica.

Reduzindo o viés pela diferença entre os sexos, pode-se afirmar que, neste estudo,

houve diferença para o sexo feminino, entre os grupos com e sem vitiligo, na variável HDL

apenas, sendo que os pacientes femininos com vitiligo apresentaram menores níveis.

Possivelmente, aumentando-se o tamanho da amostra, as diferenças sejam mais perceptíveis.

A extensão e tempo de evolução das lesões não foram importantes na relação da

síndrome metabólica com o vitiligo.

Espera-se que esse trabalho sirva de base para novos estudos, com maior número de

pacientes, e com pareamento dos indivíduos por idade, sexo e IMC, para uma melhor

avaliação dos pacientes com vitiligo e sua relação com a síndrome metabólica.

Page 45: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

45

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Page 47: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

47

CONCLUSÃO

Em conclusão, este estudo demonstrou que pacientes com vitiligo apresentam menores

níveis séricos de HDL-colesterol e medidas maiores de circunferência abdominal do que os

pacientes que não possuem vitiligo. A resistência insulínica apresentou uma tendência a ser

maior nos pacientes com vitiligo. A extensão e tempo de doença não alterou a relação da

síndrome metabólica com o vitiligo. Mais estudos são necessários e importantes para maior

esclarecimento dessa relação.

Independentemente, é importante pesquisar o perfil metabólico com exame físico e

laboratorial dos pacientes com vitiligo, para uma abordagem precoce no processo da síndrome

metabólica.

Page 48: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

48

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O vitiligo é uma doença cutânea, normalmente tratada para benefício estético. Já se

sabe há algum tempo que o vitiligo está relacionado a doenças autoimunes, e nos últimos

anos, têm-se estudado a relação do vitiligo com a resistência insulínica e síndrome

metabólica, trazendo resultados interessantes desta associação.

Espero que esta dissertação possa contribuir na melhora do atendimento dos pacientes

com vitiligo em todo o Brasil. É importante que o dermatologista investigue a resistência

insulínica e síndrome metabólica, para que possamos iniciar um tratamento precoce, com o

auxílio do endocrinologista sempre que necessário.

Acredito que esse trabalho sirva de base para novos estudos, com maior número de

pacientes, e com pareamento dos indivíduos por idade e sexo, para uma melhor avaliação dos

pacientes com vitiligo e sua relação com a síndrome metabólica e resistência insulínica.

Page 49: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE VITILIGO E SÍNDROME METABÓLICA

49

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54

FICHA DE COLETA DE DADOS

Data ____________ Número de identificação ______ SAME ___________

Nome ________________________________________ Sexo (1) Feminino (2) masculino

Idade ________ Fototipo: (1) (2) (3) (4) (5) (6) Profissão ________________

Procedência ____________________________ Estado civil: ___________________

Caracterização do vitiligo

1. Localizada Focal

2. Localizada Segmentar

3. Generalizado Acrofacial

4. Generalizado Vulgar

5. Generalizado Misto

6. Universal

Idade de início _____ Tempo de evolução (em meses): ____________

*VASI _____

Tratamento para vitiligo: (1) sim (2) não Qual: _________________________________

Medicações orais em uso: _____________________________

Comorbidades

• Tabagismo (1) sim (2) não

• HAS (1) sim (2) não

• DM (1) sim (2) não

*VASI: Vitiligo Area Score Index: descrito na revisão de literatura

Circunferência Abdominal (cm) _________

Pressão arterial (mmHg) _________

Peso (kg) ______________________

Altura (cm) _____________________

IMC: ___________________

Exames laboratoriais

Triglicerídeos ____________

Colesterol total ____________

HDL ___________

LDL (calculado) _____________

Glicemia de jejum __________

Insulina __________________ HOMA-IR: _______________

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55

ANEXO 2

TERMO DE CONFIDENCIALIDADE

Título do projeto: Prevalência de Síndrome Metabólica em pacientes com Vitiligo do

Hospital Universitário de Santa Maria, RS

Pesquisador responsável: Elisa Grando

Instituição/Departamento: UFSM/ HUSM – Dermatologia – Clínica Médica

Telefone para contato: (55) 3317.0596

Local da coleta de dados: Ambulatório de Dermatologia - HUSM

Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a privacidade dos

pacientes, cujos dados serão coletados através de questionários no ambulatório de

dermatologia do HUSM. Concordam, igualmente, que estas informações serão utilizadas

única e exclusivamente para execução do presente projeto. As informações somente serão

divulgadas de forma anônima e ficarão guardadas no arquivo do ambulatório de Dermatologia

do HUSM, na sala número 0 (zero) por um período de 5 anos sob a responsabilidade de Elisa

Grando. Após este período, os dados serão destruídos e arquivos de computadores com tais

informações, deletados. Este projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitê de Ética

em Pesquisa da UFSM em ...../....../......., com o número do CAAE .........................

Santa Maria, .............de ............................de 20......

____________________________

Elisa Grando

Orientadora: Maristela de Oliveira Beck

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56

ANEXO 3

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título da Pesquisa: Prevalência de Síndrome Metabólica em pacientes com Vitiligo do

Hospital Universitário de Santa Maria, RS

Nome do coordenador do projeto: Maristela de Oliveira Beck

Nome do Pesquisador: Elisa Grando

1. Natureza da pesquisa: O(a) senhor(a) está sendo convidado(a) a participar desta pesquisa que tem

como finalidade avaliar a associação do vitiligo com a síndrome metabólica, doença que mostra

algumas alterações do colesterol e do açúcar do sangue, mede a gordura da barriga e a pressão.

2. Participantes da pesquisa: os participantes da pesquisa serão pessoas com diagnóstico de vitiligo,

atendidos no ambulatório de Dermatologia do HUSM, no período de Janeiro a Agosto/13.

3.Envolvimento na pesquisa: ao participar deste estudo o(a) senhor(a) irá responder a um

questionário, terá a pele examinada e se necessário, serão tiradas fotografias da pele. As fotografias

possuem a finalidade de registrar o padrão e extensão de suas lesões, não serão divulgadas com seu

nome. O(a) senhor(a) tem liberdade de se recusar a participar, e ainda, desistir da pesquisa, sem

qualquer prejuízo pessoal, ou seja, o (a) senhor (a) continuará tendo a mesma qualidade de

atendimento nas consultas. Sempre que precisar, poderá tirar dúvidas sobre a pesquisa com os

pesquisadores do projeto e, se necessário, com o Comitê de Ética em Pesquisa da UFSM.

3. Sobre a coleta de dados: Após sua concordância em participar do estudo e sua assinatura do

TCLE, será preenchida uma ficha com os dados de sua consulta médica habitual.

4.Riscos e desconforto: Nenhum dos procedimentos usados oferece riscos à sua dignidade. Você pode

sentir algum desconforto emocional ao responder perguntas ou momento das fotografias; poderá ainda

sentir um desconforto físico mínimo no momento da coleta do exame de sangue.

5.Benefícios: Ao participar desta pesquisa a Sra (Sr.) poderá ter algum benefício indireto, através da

oportunidade de receber diagnóstico ou tratamento mais adequados. O pesquisador se compromete em

divulgar os resultados obtidos somente para fins científicos, mantendo sempre em segredo o seu

nome/identidade. Esperamos também que este estudo traga informações importantes sobre o vitiligo.

6.Confidencialidade: Todas as informações coletadas neste estudo manterão o seu anonimato,

incluindo as fotografias de suas lesões de peles. Somente o(a) pesquisador(a) e o(a) orientador(a) terão

conhecimento da identidade dos participantes do estudo.

7.Pagamento: o/a Sra (Sr.) não terá nenhum tipo de despesa para participar desta pesquisa, mas nada

será pago por sua participação.

Após estes esclarecimentos, solicitamos o seu consentimento de forma livre para participar

desta pesquisa. Portanto preencha, por favor, os itens que se seguem.

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Obs: Não assine esse termo se ainda tiver dúvida a respeito.

Consentimento Livre e Esclarecido

Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida, manifesto meu

consentimento em participar da pesquisa. Declaro que recebi cópia deste termo de consentimento, e

autorizo a realização da pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste estudo.

___________________________ _________________________

Nome do Participante da Pesquisa Assinatura do participante

____________________________

Elisa Grando

Tel: (55) 3317.0596

Comitê de Ética da UFSM: Avenida Roraima, 1000 - Prédio da Reitoria, 7° andar, sala 736, Cidade

Universitária, Bairro: Camobi, Santa Maria – RS; telefone: 3220.9362.

Serviço de Dermatologia do HUSM Avenida Roraima, 1000 – Hospital Universitário de Santa Maria

1º andar, Bairro: Camobi, Santa Maria – RS. Telefone: (55) 3220.8544