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Boletim - Açaí: a superfruta que ganhouo gosto e o mercado saudável nos EUA

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Boletim - Açaí: a superfruta que ganhouo gosto e o mercado saudável nos EUA

Nesse boletim, o destaque é a superfruta açaí, por configurar promissora oportunidade no mercado internacional para os segmentos de alimentos, bebidas e produtos do agronegócio brasileiro. Abordar-se-á, inicialmente, a demanda por alimentos energéticos e saudáveis nos Estados Unidos - e o potencial do Brasil para supri-la em decorrência do clima tropical favo-rável ao cultivo de frutas exóticas, ricas em nutrientes e vitaminas. Para análise do perfil do consumidor americano, buscou-se fundamentação em publicações de referência dos EUA.

Consultora: Débora Carvalho

Presença brasileira no mercado dos EUA de frutas e suas preparaçõesEm relação ao mundo, falar sobre os EUA significa, dentre outros fatores, ressaltar que é a maior economia mundial, com Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 15, 7 trilhões/2013, conta com a terceira maior população, com 316 milhões de habitantes em 2013, com elevados níveis de consumo de alimentos, bebidas e produtos em geral. Tal cenário torna-o grande parceiro comercial para países que almejam fornecer produtos do agronegócio.

Salienta-se a prática dos EUA em subsidiar a produção do agronegócio local e facilitar o direcionamento de aproximados 15% para a exportação, com destaque para os estados da Califórnia, Iowa e Texas, que são as maiores regiões produtoras.

Ainda assim, esse país é referência no que se trata de importação de produtos desses seg-mentos, tais como: pescados, produtos para panificação e seus derivados, massas, café verde, frutas e hortaliças, bebidas destiladas, vinhos e cerveja, os quais representam 5% do total importado pelos EUA.

Os principais exportadores de tais produtos são o México e o Canadá, face à proximidade geográfica e aos benefícios do acordo de livre comércio, firmado entre si pelos países da América do Norte, conhecido como North American Free Trade Agreement (Nafta). Em se-guida, figuram como parceiros importantes o Japão, China e União Europeia.

Na Tabela 1, percebe-se que os países mais atuantes na corrente comercial com os EUA são os mesmos potenciais fornecedores do segmento de alimentos e bebidas, além dos produtos do agronegócio.

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Tabela 1 – Estatísticas do comércio dos EUA – Dados 2014

Parceiro ComercialImportações Exportações Balança comercial

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1 1220.--Canadá $346,062.6 $312,125.2 ($33,937.4)2 5700.--China $466,656.5 $124,024.0 ($342,632.6) 3 2010.--México $294,157.5 $240,326.2 ($53,831.3)4 5880.--Japão $133,938.7 $66,964.1 ($66,974.6)5 4280.--Alemanha $123,181.0 $49,442.6 ($73,738.5)6 5800.--Coreia $69,605.7 $44,544.0 ($25,061.7)7 4120. --Reino Unido $54,048.5 $53,865.1 ($183.5)8 4279.--França $47,015.1 $31,197.5 ($15,817.6)9 3510.--Brasil $30,336.6 $42,418.0 $12,081.5

Fonte: USITC – Departamento de Comércio dos EUA

O Brasil segue como 9º maior parceiro comercial dos EUA. Também alcança uma pequena fatia desse mercado, proporcionalmente ao total importado, o que faz dos EUA um impor-tante mercado-alvo para exportação de alimentos e bebidas brasileiras, tendo em vista reais oportunidades para a expansão das vendas, em especial se os esforços nacionais forem direcionados para produtos que vêm crescendo no gosto e no consumo norte-americano.

A Tabela 2 mostra o ranking da pauta exportadora do Brasil com destino aos Estados Unidos no período de 2013 a março de 2015, em dólares. Destaque para o 15º lugar para a expor-tação de preparações alimentícias com frutas, produtos hortícolas e partes de plantas. Em 2014, esse segmento alcançou a cifra de $ 403,4 milhões. Em 39º, representando apenas 0,31%, figura a exportação de frutas, cascas de cítricos e de melões, avaliada em $ 94,5 milhões, naquele ano.

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Boletim - Açaí: a superfruta que ganhouo gosto e o mercado saudável nos EUA

A Tabela 3 divulga o ranking de importações de produtos agrícolas/agropecuários dos Estados Unidos nos últimos dois anos, o que permite verificar que US$ 631 milhões em frutas congeladas ocupam o 26º lugar, sendo Canadá, México e Chile os principais fornecedores.

Tabela 3 – Importações dos EUA – Produtos agrícolas: indústria/commodity – Anual/acumulado do ano

Item2013 2014

2014 YTD

2015 YTD

Variação Absoluta

YTD 2014-2015

Variação Percentual

YTD 2014-2015

Milhões de dólares

As importações dos EUA de mercadorias (produtos agrícolas) para consumo:

001: animais diversos e carnes 2,231 2,452 549 613 64 11.7%

002: bovinos e carne de bovino 5,417 8,057 1,584 2,432 848 53.5%

003: suíno e carne de porco 1,500 1,914 400 426 26 6.5%

004: carne de ovino e de ovelhas 567 676 152 168 16 10.7%

005: aves 403 432 97 117 20 20.3%

006: peixe fresco ou congelado 6,672 7,244 1,868 1,981 112 6.0%

007: conservas de peixe 1,545 1,444 421 393 -28 -6.7%

008: curada e outros peixes 538 535 129 143 15 11.5%

009: marisco 9,148 10,907 2,331 2,168 -163 -7.0%

010: produtos diários 2,428 2,761 601 683 82 13.6%

011: ovos 42 63 14 16 2 13.6%

012: açúcar e outros adoçantes 2,712 2,803 620 686 66 10.7%

013: alimentos para animais 2,911 3,132 768 702 -66 -8.6%

014: plantas vivas 552 585 152 156 4 2.7%

015: sementes 1,542 1,307 405 293 -112 -27.6%

016: flores de corte 1,001 1,019 316 319 3 1.1%

017: substâncias vegetais variadas 3,426 3,079 720 780 60 8.3%

018: vegetais Frescos,

refrigerados ou congeladas

7,367 7,449 2,357 2,330 -27 -1.1%

019:vegetais preparados ou

conservados, cogumelos e

azeitonas

3,380 3,466 818 843 25 3.0%

020: nozes comestíveis 2,000 2,355 445 531 86 19.3%

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Item2013 2014

2014 YTD

2015 YTD

Variação Absoluta

YTD 2014-2015

Variação Percentual

YTD 2014-2015

Milhões de dólares

021: frutas tropicais 4,387 4,963 1,218 1,284 66 5.4%

022: citrino 971 1,069 246 252 6 2.3%

023: deciduous fruit 461 505 128 169 41 32.0%

024: outras frutas frescas 3,239 3,533 1,417 1,641 225 15.9%

025: dried fruit other than tropical 215 224 47 48 1 2.8%

026: frutas congeladas 631 734 195 233 37 19.0%

027: preparações e conservas

de frutas

1,779 1,815 426 457 31 7.3%

028: café e chá 6,440 6,944 1,375 1,683 308 22.4%

029: temperos 1,276 1,426 309 380 71 22.8%

030: cereais 3,416 2,834 645 680 35 5.4%

031: grãos moídos, maltes e

amidos

1,271 1,388 332 334 3 0.9%

032: oleaginosas 1,421 2,052 392 336 -56 -14.3%

033: gorduras e óleos animais ou

vegetais

5,816 5,872 1,419 1,349 -71 -5.0%

034: massas, cereais e outros

produtos de padaria

5,382 5,597 1,248 1,324 76 6.1%

035: molhos, condimentos e sopas 1,282 1,312 316 302 -13 -4.2%

036: fórmulas para lactentes,

extratos de malte e outras

preparações alimentícias

2,464 2,538 589 614 25 4.2%

037: Cacau, chocolate e

produtos de confeitaria

5,728 6,408 1,776 1,596 -180 -10.1%

038: Sucos de frutas e vegetais 1,854 1,897 512 497 -15 -2.9%

039: bebidas não alcoólicas,

exceto sucos de frutas e vegetais

2,589 2,784 647 703 56 8.6%

040: bebidas de malte 3,684 4,118 911 1,071 160 17.6%

041: vinho e certas outras

bebidas fermentadas

5,355 5,451 1,237 1,225 -12 -0.9%

042: bebidas alcoólicas destiladas 6,436 6,600 1,301 1,531 230 17.7%

043: unmanufactured tobacco 953 867 295 226 -69 -23.5%

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Boletim - Açaí: a superfruta que ganhouo gosto e o mercado saudável nos EUA

Item2013 2014

2014 YTD

2015 YTD

Variação Absoluta

YTD 2014-2015

Variação Percentual

YTD 2014-2015

Milhões de dólares

044: tabaco não manufaturado 766 815 157 194 38 24.0%

045: cigarros 147 158 34 36 2 4.6%

046: couros, peles e couro 699 767 173 180 6 3.7%

047: furskins 265 280 120 98 -21 -17.7%

048: lã e outros pelos 28 25 4 6 1 32.0%

049: cotton, not carded or

combed

7 9 3 1 -2 -62.6%

050: ethyl alcohol for

nonbeverage purposes

1,415 620 140 106 -34 -24.1%

Total: 125,756 135,286 32,358 34,336 1,978 6.1%

Fonte: USITC – Departamento de Comércio dos EUA

Em referência a sucos de frutas e vegetais, o total importado em 2014 foi US$1, 854 milhões, destacando-se o Canadá, China e Brasil que, sozinho, foi responsável por exportação de US$ 429 milhões nesse setor no ano de 2014, apresentando um crescimento de mais de 20% em relação ao ano anterior.

No que se refere aos custos tarifários, as facilidades beneficiam, outrossim, o avanço nes-te mercado que, para o segmento de frutas e legumes como um todo, 60% da pauta não ultrapassa a alíquota de 5%. Já o açaí processado enquadra-se no regime aduaneiro com uma alíquota média para os produtos de 13% ad valorem Nações Mais Favorecidas (MFN). Abaixo, a tabela de tarifas para produtos processados e sucos, na qual o açaí figura na ca-tegoria Suco de “outras” frutas.

Tabela 8 – Tarifas de importação dos EUA – Para o açaí brasileiro

Produto - Açaí Und Q1 Tarifa (Ad valorem) Tarifa Und x unid Q1

0811.90.80 - Congelado Kg 14,50% $0

2008.99.80 - Polpa, excluídas misturas Kg 9,60% $0

2008.99.90 - Preparadas, exceto polpa e misturas

Kg 6% $0

2009.89.60 - Suco de “outras” frutas L* 0% $0.005 (0.5 cents/liter)

2009.90.40 - Mistura de sucos L* 0% $0.074 (7.4 cents/liter)

*Ou unidade de medida equivalente.Fonte: USITC (2015) Elaboração: Sebrae NA

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A escolha dessa classificação HTS para o açaí brasileiro importado pelos EUA foi baseada na metodologia usada pelo Sistema dos EUA United States International Trade Comission (USITC) para aquelas “outras” frutas, nas condições acima mencionadas, que não possuem uma classificação específica. Além disso, foi feita análise de itens de açaí exportados que fazem uso dessa classificação. As alíquotas, por sua vez, foram extraídas diretamente via Sistema USITC.

Mercado consumidor de açaí nos EUA Segundo a publicação A fruticultura paraense, elaborada pelo governo do Pará, as vendas de açaí tanto para o mercado nacional e internacional seguiu em franca expansão entre 2000 e 2010, de modo que as vendas para o mercado externo em 2010 alcançaram a marca de US$ 18,6 milhões, referentes a 65% do total da pauta de exportação de sucos do estado. O gráfico1, extraído desse documento, segue abaixo, esboçando a linha de crescimento das exportações de açaí do estado do Pará.

Em seguida, vem o gráfico 2, mais atual, cuja pesquisa foi realizada por esse boletim para compor um panorama mais recente da evolução das exportações de açaí pelo principal produtor nacional, que é o estado do Pará. Todavia, observando-se esses dados, visualiza--se uma forte queda nas exportações de sucos de açaí em 2013, seguido por uma discreta recuperação em 2014.

Por outro lado, as exportações dos demais estados produtores - Amazonas, Acre, Ron-dônia, Roraima e Maranhão - não constam de qualquer registro no Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior (Aliceweb), o que leva à suposição sobre não incidência de registro exportador por esses estados da Federação.

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Boletim - Açaí: a superfruta que ganhouo gosto e o mercado saudável nos EUA

Fonte: Sistema Aliceweb

A exceção é o estado do Amapá, como se pode verificar no gráfico 3. O Amapá, também estado produtor, apresenta registros de exportação no Sistema Alice, com registro de $ 3,69 milhões em produtos de açaí no ano de 2014. Participação satisfatória, mas, ainda assim, aquém aos números registrados pelo Pará, $ 8, 36 milhões naquele ano.

O Amapá, também estado produtor, apresenta registros de exportação no Sistema Alice, que segue esboço no gráfico abaixo. Percebe-se o registro de uma soma de 3,69 milhões de dólares de produtos de açaí no ano de 2014, por esse estado. Participação satisfatória, mas ainda assim fica aquém aos números registrados pelo Pará: 8,36 milhões de dólares neste mesmo ano.

Gráfico 3 - demonstrativo

Fonte: Sistema Aliceweb

`The Superfruit`, que manteve seu nome original: açaí, ganhou o mundo e conquistou inicial-mente o segmento de alimentos exóticos e saudáveis do Brasil e dos EUA, que são de fato os que mais consomem essa fruta no mundo. Pesquisas indicam que esse registro ainda é só o começo, e que o açaí ainda possui um bom caminho em seu ciclo de vida. As exportações oriundas do Brasil ocorrem há apenas uma década e já ocupam prateleiras nos mercados,

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supermercados, farmácias e academias, tanto no Brasil quanto nos EUA. A variedade de produtos tem garantido que seja um “mainstream”, ou seja, algo que já caiu no gosto dos americanos e brasileiros.

Tão importante quanto estudar a evolução da presença exportadora do açaí nos Estados Unidos, é fazer também frente a esta análise traçando o perfil e o gosto da população nor-te-americana, a 3ª maior população do mundo, isto é, 319 milhões de norte-americanos (dados 2015), dos quais 54% situam-se na faixa etária majoritariamente jovem e adulta.

Além disso, 81% dessa população habitam zonas urbanas, dentre as quais destacam-se como as mais populosas, respectivamente: New-York-Newark (18.591 milhões); seguida por Los Angeles-Long Beach-Santa Ana (12.308 milhões); Dallas-Fort Worth (5.603 milhões); Chicago (8.739 milhões); Miami (5.771 milhões); Philadelphia (5.571 milhões); WASHINGTON, D.C. (capital) 4.896 milhões, conforme divulgado pelo censo da CIA em 2014.

Ao analisar os hábitos alimentares da população norte-americana, percebeu-se o legado deixado pelos imigrantes que ali se instalaram. Marcando a história, incluíram produtos com sabores de variadas etnias, em especial a latina e asiática, fortalecendo a presença de pro-dutos alimentícios dessas diversas culturas nas prateleiras dos supermercados.

Mundialmente, o EUA também é conhecido como mercado consumidor de fast food, o que explica a grande quantidade de pessoas consideradas obesas e acima do peso nesse país. Entretanto, há uma paulatina mudança nos hábitos dessa população que tem buscado alimentos naturais, saudáveis e sustentáveis, o que tem incidido no perfil do consumidor norte-americano.

Perfil do consumidor norte-americano – Frutas frescasO estudo EUA: Perfil e Oportunidades Comerciais para Alimentos, Bebidas e Agronegócios, elaborado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Bra-sil), inclui uma abordagem sobre o mercado para frutas nos EUA, o qual permite concluir que aquele país representa um gigantesco mercado, ora em migração para o consumo de alimentos saudáveis, tendência em expansão neste ano de 2015. Trata-se de um mercado crescente, constituído por muitos esportistas, que, por sua vez, é conhecidamente um pú-blico adepto de produtos saudáveis.

Segundo esse estudo, houve um expressivo crescimento no consumo por frutas frescas nos EUA. Dentre as mais consumidas, destacaram-se as bananas, laranjas, uvas e morangos. Já as frutas que obtiveram menor consumo foram os mirtilos, cerejas e frutas tropicais e exóticas.

Esse dado deve ser cuidadosamente observado, de modo que não seja entendido como bai-xa expectativa de mercado nos EUA para frutas tropicais e exóticas, especialmente porque foi esse segmento que obteve maior expansão no índice de consumo entre os americanos.

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Isso significa uma expectativa de crescimento nas vendas de frutas para os próximos anos. Em consonância, esse setor da economia vem recebendo apoio e incentivos de programas governamentais.

As pesquisas mostram que houve um crescimento nas vendas internas de frutas exóticas nos EUA de quase 1% entre os anos de 2007 e 2012 (Euromonitor).

Esse fato configura-se como muito positivo para o Brasil porque oportunidades comerciais na exportação de frutas tropicais e exóticas se sobressaem com a ampliação de demanda.

Ótima notícia é que essa tendência saudável que emplacou no mercado americano impulsio-na não somente a venda de frutas frescas, mas também o consumo nas formas congeladas e industrializadas.

Uma tendência que cresce muito nesse mercado é o consumo de frutas frescas nas con-dições “fácil de consumir”, que significa comprar as frutas lavadas, picadas, embaladas e prontas para o consumo individual; é como se fosse uma nova versão de fast food light, para um consumidor que cada dia quer dedicar menos tempo às suas refeições. Frutas nesta forma já são vendidas não só em supermercados e mercados nos EUA, mas em farmácias, conveniências e discounters (loja de varejo que vende produtos a preços inferiores ao valor normal de mercado). Os canais de vendas mais utilizados pelos norte-americanos para frutas frescas são supermercados, hipermercados, vendas pela internet, entre outros.

Conforme pode ser observado na tabela 7, os dados divulgados pelo Euromonitor foram compilados nesse estudo da Apex-Brasil, identificando as principais marcas nas vendas de frutas frescas cortadas nos EUA, entre o período de 2008 e 2013.

Tabela 7 – Participação das principais marcas nas vendas de frutas frescas cortadas nos EUA (2008-2013)

Fonte: Euromonitor. Elaboração: GICC – Apex-Brasil

As estatísticas de exportações brasileiras de frutas frescas para os Estados Unidos ainda são pequenas, o que significa que o segmento de frutas frescas tropicais e exóticas, espe-cialmente para o açaí, não apresenta uma oportunidade direta de mercado para o Brasil.

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No entanto, o estudo da Apex-Brasil afirmou que em reunião com potenciais importadores/distribuidores, esses sinalizaram interesse em receber contatos dos fornecedores brasileiros. Um fator de peso na escolha dos fornecedores gira em torno da alta exigência com questões referentes à segurança alimentar e rastreabilidade dos produtos.

Os EUA são um país que estabelece uma série de normas e padrões para consumo de alimentos que sejam claramente identificados por marcas, etiquetas e embalagens apropriadas, e que estejam em conformidade com as normas de rastreabilidade, a exemplo do uso de métodos de gestão, tais como: Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (HACCP). Também poderá ser consultado no Estudo sobre o Açaí, realizado pelo Sebrae NA, que a exportação da fruta fresca para os EUA ainda não é permitida. De certa forma, este fato estimulou o processamento de toda a produção em território nacional.

Perfil do consumidor norte-americano – Frutas orgânicasFoi abordado que o perfil do consumidor norte-americano vem sofrendo uma sensível mu-dança, que acompanha a preocupação mundial pela busca de alimentos saudáveis e nu-tritivos. Essa mudança de comportamento é observada especialmente na faixa etária entre os vinte e cinquenta anos; inicialmente nos segmentos que envolviam adeptos do esporte e que hoje já chama a atenção até mesmo dos adeptos do fast food, os quais já se voltam para cuidados frente à obesidade de grande parte da população, seja de crianças e adultos.

Foi nesse meio termo que a preocupação com a saúde e segurança alimentar impulsionou a preferência por alimentos orgânicos e certificados; que embora ofereçam produtos a preços bem mais elevados do que os tradicionais, atingiu nos últimos anos crescimento expressivo nas vendas a varejo, o que leva a dizer que de fato é uma tendência que chegou para ficar, especialmente nos países desenvolvidos, cujo poder aquisitivo é favorável a essa mudança por hábitos saudáveis e seguros.

Gráfico 4 – Consumo de frutas orgânicas nos EUA

Fonte: Euromonitor – Apex Elaboração: Sebrae.

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Boletim - Açaí: a superfruta que ganhouo gosto e o mercado saudável nos EUA

Percebe-se, no Gráfico 4, que houve, de fato, um crescimento sensível no marketing-share das frutas orgânicas nos EUA, entre os anos de 2008 e 2013, saltando de 12% em 2008, para 13,7% em 2013. Isso significa oportunidades de agregar valor ao produto, vendendo mais caro para nichos de mercado.

Perfil do consumidor norte-americano – Frutas processadasA dinâmica do mercado nos EUA segue em velocidade e inovação os passos largos da era globalizada. Portanto, esse consumidor almeja por variedade de opções em produtos na-turais nas formas congeladas, em conserva, secos ou desidratados, além da segurança e qualidade nos alimentos.

Atentos a essa demanda de mercado, os produtores de alimentos inovam, fornecendo frutas processadas nas mais diversas versões e embalagens, prontas para o consumo individual e familiar. Além disso, ainda existe o benefício de evitar o desperdício de alimentos, que tam-bém é uma preocupação crescente desse público-alvo consumidor, aliando-se à promoção da nova versão do fast food light.

Esse cenário é uma boa pedida para o açaí, que oferece toda a bagagem de fruta saudável e nutritiva, além do delicioso sabor exótico e tropical nas versões processado, polpa e creme, em embalagens de diferentes tamanhos, adequando-se ao perfil consumidor do norte-ameri-cano. As indústrias estão atentas e já oferecem diferentes versões industrializadas para o açaí.

As facilidades em termos tarifários beneficiam, outrossim, o avanço neste mercado que, para o segmento de frutas e legumes como um todo, 60% da pauta não ultrapassa a alíquota de 5%. Já o açaí processado enquadra-se no regime aduaneiro com uma alíquota média para os produtos de 13% ad valorem MFN. Abaixo, a tabela de tarifas para produtos processados e sucos, na qual o açaí figura na categoria Suco de “outras” frutas.

Tabela 8 – Tarifas de importação dos EUA – para o açaí brasileiro

Produto - Açaí Und Q1

Tarifa (Ad valorem) Tarifa Und x unid Q1

0811.90.80 - Congelado Kg 14,50% $02008.99.80 - Polpa, excluídas misturas Kg 9,60% $02008.99.90 - Preparadas, exceto polpa e misturas Kg 6% $02009.89.60 - Suco de “outras” frutas L* 0% $0.005 (0.5 cents/liter)2009.90.40 - Mistura de sucos L* 0% $0.074 (7.4 cents/liter)

*Ou unidade de medida equivalente.Fonte: USITC (2015) Elaboração: Sebrae NA

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A escolha dessa classificação HTS para o açaí brasileiro importado pelos EUA foi baseada na metodologia usada pelo Sistema dos EUA USITC para aquelas “outras” frutas, nas con-dições acima mencionadas, que não possuem uma classificação específica. Além disso, foi feita análise de itens de açaí exportados que fazem uso dessa classificação. As alíquotas, por sua vez, foram extraídas diretamente via Sistema USITC.

Perfil do consumidor norte-americano – Suco de frutasEstimativas divulgadas pelo Euromonitor, em 2012, informam que o norte-americano con-some por ano aproximadamente 30,3 litros de suco, significando que nos EUA são consu-midos - em média - 9,6 bilhões de litros anualmente. Isso faz daquele país um importante mercado consumidor de suco de frutas, classificando-o entre os maiores do mundo. Apesar de representar 11% do consumo de bebidas não alcoólicas, observado no estudo da Apex, segue sem apresentar crescimentos neste segmento.

Por outro lado, faz-se evidente a oportunidade da inserção de novos sabores de sucos neste mercado, tendo em vista os indicadores das pesquisas (Ibisword) que relatam a disposição desses consumidores em experimentar novos produtos, especialmente se forem de alimen-tos e bebidas saudáveis e nutritivos.

Do mesmo modo que no comércio de frutas frescas e processadas, a venda de sucos em embalagens individuais estimula e promove o aumento do consumo por bebidas mais saudáveis. Um grande aliado nesse consumo são as escolas, que divulgam e incentivam o consumo por sucos ricos em vitaminas nos recreios escolares para as crianças.

Alguns fornecedores de produtos à base de açaí já fabricam energéticos dessa fruta, a exemplo de grandes marcas como a Amazon e Mona vie. Ao contrário da prospecção es-tagnada para as vendas de sucos, o consumo de energéticos obterá crescimento para os próximos anos, conforme pode ser observado no gráfico abaixo.

Gráfico 4 – Consumo de bebidas não alcoólicas por categoria – nos EUA (2008-2018)

Fonte: GICC Apex-Brasil

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Outrossim, cabe ressaltar que o consumo de sucos à base de açaí não necessariamente acompanhará a tendência estagnada para a categoria de sucos, haja vista que cada dia se faz mais conhecido e adeptos no mercado saudável. Portanto, mesmo que o segmento de sucos não apresente perspectivas de aumento no índice de consumo nos EUA, nada impede que as exportações brasileiras de produtos processados, em especial sucos e energéticos, cresçam, ganhando uma fatia desse mercado fortalecendo a marca Brasil, ou seja, tropical e exótico.

É válido também entender que o segmento de sucos pode ser subdividido em três catego-rias: suco integral (100% suco); néctar (25 a 99% de suco na composição); e os refrescos (com até 24% de suco na composição).O suco integral é de longe o mais consumido, com 60% das vendas pertinentes ao segmento de sucos. Em segundo lugar, ficaram as vendas de refresco, com uma média de 31% desse mercado. Por fim, em terceiro lugar, segue a categoria de néctar, representando apenas 9% das vendas totais de sucos.

E no que compete conhecer os sabores mais consumidos, observemos o gráfico com infor-mações do Euromonitor.

Gráfico 5 – Consumo de sucos por sabores – nos EUA (2012)

Fonte: Euromonitor

A categoria de sucos exóticos está inserida no parâmetro “outros sucos”. Conforme pode ser averiguado em pesquisas in loco, em feiras, mídia vem crescendo e tornando-se popular nesse mercado. Destaque para sucos orgânicos, com sabores exóticos que fornecem vita-minas aliadas a baixos teores de açúcares e conservantes.

Trajetória do consumo de açaí nos EUAFalar de trajetória significa entender o caminho percorrido pelo açaí nos EUA, desde o seu primeiro consumo por um cidadão norte-americano, e, para isso, fundamentaremos em

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pesquisas junto a veículos de mídia dos EUA, em especial na reportagem divulgada pela revista americana The New Yorker, cujo artigo redigido por John Colapino fala da ascensão e da queda do açaí nesse mercado.

A reportagem conta a histórica entrada do açaí no mercado dos EUA como uma fruta mila-grosa, “the superfruit”, isto é, a superfruta, que, segundo a revista, inicialmente foi promovida como poderosa arma que combateria doenças como autismo, artrite, deficit de atenção, doença de Alzheimer, disfunção erétil, câncer, obesidade, entre muitas outras doenças. O açaí chegou aos EUA com a promessa de cura milagrosa.

Isso fez com que de forma inexplicavelmente extravagante e rápida, as prateleiras dos su-permercados ficassem abarrotadas de produtos à base de açaí, por exemplo: geleia de açaí, sorvete de açaí, açaí vodca, cremes de pele com açaí, condicionadores e hidratantes labiais de açaí. Todos esses produtos eram vendidos sob o slogan “que tira a toxidade de viver no 1º mundo e transporta-o de volta para o mundo saudável e natural”, isto é, o mundo da floresta tropical.

Esse marketing espalhou a notícia de que o açaí era rico em gorduras redutoras de coles-terol e antioxidantes. Segundo essa reportagem, ele atingiu números de crescimento pouco vistos na história.

Em suma, segundo essa fonte, os irmãos Ryan e Jeremy Black foram os primeiros america-nos a conhecer o açaí - enquanto viajavam ao Brasil, em 2001. Eles começaram a exportar e promover essa fruta no mercado norte-americano, inicialmente no estado da Califórnia e, após dois anos de trabalho árduo, firmaram o primeiro contrato com fornecedores brasileiros de açaí processado (congelado, pasteurizado e polpa), que garantia cinco anos de exclusi-vidade nas vendas para o EUA.

Juntamente com mais um sócio, Edmund Nichols, os irmãos Black investiram na promo-ção e expansão das vendas de açaí enquanto energético antioxidante, rico em fibras, que ajudava a desintoxicar o organismo. Logo conseguiram expandir as vendas para a cidade de Miami, no estado da Flórida, e, em seguida, para Nova York. Em sua grande maioria, o sucesso deu-se principalmente junto ao público de academias e esportistas.

Em seu terceiro ano, a empresa dos irmãos, Sambazon (associação das palavras Samba e Amazônia), conseguiu inserção do açaí na culinária de restaurantes de referência em Los Angeles. E foi assim que o açaí manteve-se como “fenômeno cult”, popularizado entre os entusiastas por esportes, jovens do sexo masculino, surfistas e praticantes de snowboard.

Nesse meio tempo, as vendas da Sambazon subiram para mais de 5 milhões de dólares, dinheiro que foi investido em instalações próprias, uma fábrica de processamento na Amazô-nia, na região de Santana, no Amapá. Eles conseguiram um empréstimo de US$ 3,7 milhões da Overseas Private Investiment Corporation. Logo que o consumo obteve esse êxito nos EUA, novas marcas despontaram, a exemplo da Zola, Anheuser-Busch, SoBe Lifewater, MonaVie, dentre outras.

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A MonaVie fez uso de um sistema de marketing multinível (também conhecido de marketing de rede), lançando em 2005 uma campanha de açaí engarrafado, sob o rótulo “suco da saú-de”. Essa empresa cresceu rapidamente, com estimados U$ 859 milhões em vendas entre os anos de 2005 e 2008, o que gerou a inclusão na lista das empresas que mais crescem nos EUA. Interessante, que desde o princípio essa empresa investiu milhões de dólares em pesquisas e estudo clínicos, as quais avaliaram a capacidade antioxidante do açaí.

Apesar dos números atípicos de propriedades antioxidantes que há no açaí, nos últimos anos, cientistas descobriram que essa alta pontuação ORAC (propriedades antioxidantes) não tinha nenhuma influência sobre a eficácia de um alimento na prevenção de doenças. En-tão o cientista chamado Blumberg divulgou que “os compostos polifenólicos, tais como os flavonoides, encontrados no açaí, não são muito importantes e nem poderosos no combate aos radicais livres”.

Com base nessa última descoberta, o Food and Drug Administration (FDA) criou normas e diretrizes que restringem as promoções das empresas com base nos benefícios advindos do consumo do açaí. Deu-se também o início da fiscalização pelo governo federal norte-a-mericano no combate aos comerciantes da internet que promoviam as vendas de açaí com anúncios e promessas mentirosas.

Nesse ínterim, houve uma queda brusca no consumo de açaí, tendo em vista que parte do público passou a suspeitar desse produto. Segundo divulgado pela empresa Sambazon, a promoção hipócrita que promovia cura milagrosa, especialmente feita por empresas de in-ternet, acabou por prejudicar a imagem da Sambazon e do consumo do açaí de forma geral.

Em termos gerais, a revista New Yorker completa que o ocorrido de certa forma foi positivo para americanos, pois, depois de décadas abraçando produtos que vendiam a imagem “milagrosa”, aprenderam a lição. Essas análises clínicas, na verdade, concluíram que os be-nefícios do consumo do açaí seriam similares aos benefícios ocasionados por qualquer outra fruta ou legume, a exemplo de uma cenoura.

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O Dr. Stephen Talcott, cientista da Universidade A.&M do Texas, enfatizou que o erro é acre-ditar que o componente saudável de um alimento pode ser tomado em uma “dose farmaco-lógica”, resultando em benefícios visíveis trinta minutos após o consumo. Ele ainda ressaltou que o açaí não é uma droga, e sim um alimento.

Mas esses últimos fatos não impediram o avanço do açaí nos EUA, como se pode constatar pelo exemplo da empresa Sambazon, que continuou crescendo e líder de vendas de suco e polpa de açaí no mercado dos EUA. De fato, houve uma desaceleração no crescimento deste consumo na população como um todo, mas essa fruta continuou fazendo sucesso junto ao público de alimentos saudáveis.

Para entender a curva de crescimento do açaí nesse mercado, considerar-se-á uma ava-liação bem positiva e satisfatória expressada pela Karen Caplan, C.E.O da Frieda, uma das maiores distribuidoras de frutas frescas dos EUA, que disse ainda faltar muitos anos para o açaí atingir o seu ciclo de vida, e que ele está só começando a tornar-se um “mainstream”, ou seja, a cair no gosto dos americanos, a tornar-se popular.

Acompanhe as informações sobre as mais variadas versões de produtos com açaí e poten-ciais importadores e distribuidores que serão abordadas nos próximos boletins.

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