Anfetaminas

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO CURSO DE FARMÁCIA E BIOQUÍMICA TRABALHO DE TOXICOLOGIA ANFETAMINAS Aline Nunes Rocha – RA 406102306 Fernanda de Almeida – RA 407102839 Silvia Alves dos Santos – RA 407106930 OUTUBRO/2010

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Trabalho de toxicologia - Anfetaminas

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHOCURSO DE FARMÁCIA E BIOQUÍMICA

TRABALHO DE TOXICOLOGIAANFETAMINAS

Aline Nunes Rocha – RA 406102306Fernanda de Almeida – RA 407102839

Silvia Alves dos Santos – RA 407106930

OUTUBRO/2010

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Anfetaminas

Sob essa designação, podemos citar alguns exemplos: dextroanfetamina (anfetamina), metanfetamina, dietilpropiona (anfepramona), fenproporex, mazindol, metilfenidato.

Introdução

O consumo maciço dos diferentes compostos de anfetaminas durante as décadas de 1960 e 1970, motivado pelo efeito psico-estimulante desse princípio, levou a maioria dos organismos de saúde pública a baixar normas que procuram reduzir seu emprego. Utilizada principalmente como estimulante e nos regimes de emagrecimento, a anfetamina é o protótipo de uma série de drogas sintéticas, todas chamadas anfetamina, que atuam sobre o sistema nervoso central, gerando aumento da atividade mental, euforia e incremento da resistência à fadiga e da capacidade de concentração, além de melhorar a disposição geral. Em conseqüência, é utilizada para tratar casos de depressão e de narcolepsia, doença caracterizada por uma irresistível tendência ao sono. Outros tratamentos em que também se emprega a anfetamina são os de desintoxicação de alcoólatras e, pela capacidade que tem essa droga de eliminar o apetite, nas dietas de emagrecimento. A preparação mais usada é o sulfato de anfetamina. O sulfato de dextroanfetamina é a mais ativa das duas formas isoméricas (isto é, que têm a mesma composição química, mas uma distribuição espacial diferente) da anfetamina produzido os mesmos efeitos terapêuticos, apresenta a vantagem de provocar menor número de efeitos secundários indesejáveis: entre outros, náuseas, insônia, contrações abdominais, irritabilidade, hipertensão e estados maníacos. Dois dos efeitos fisiológicos produzidos pela administração da anfetamina são semelhantes aos que se apresentam naturalmente pela ação do hormônio adrenalina: estimulação dos centros respiratórios e constrição dos vasos sanguíneos. Embora não se produza uma típica síndrome de abstinência quando a administração da droga é suspensa, ocorre desajustes orgânicos, e o uso prolongado leva a uma grande dependência de origem psíquica.

História

As anfetaminas foram sintetizadas pela primera vez por L. Edelano, em 1887. Gordon Alles querendo achar um substituto da efedrina em 1920, descobriu que ocomposto sulfato de anfetamina e se isomero dextroanfetamina, possuíam a capacidade de estimular o sistema nervoso central.Em 1931, começaram a estudá-la em laboratórios farmacêuticos dos Estados Unidos e, cinco anos depois, durante a Lei Seca, a empresa farmacêutica que adquiriu as patentes de Alles, a introduziu na prática médica sob a denominação comercial de Benzedrina®. Quase em seguida saiu no mercado seu isômero mais ativo, a dextroamfetamina comercializada como Dexedrina®. Depois de sua inclusão nas listas de Substâncias Controladas, ambos os tipos de anfetamina apareceram no mercado negro.

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Mecanismo de ação

A ação da anfetamina é estimulante, provocando aceleração do funcionamento mental, por meio do aumento da liberação e tempo de atuação de dopamina e noradrenalina no sistema nervoso central, pois existe uma similaridade estrutural com esses neurotransmissores, fazendo com que atuem como agonistas indiretos das sinapses adrenérgicas, dopaminérgicas e serotoninérgicas. Em grandes quantidades podem inibir a recaptura da serotonina e inibir a ação da enzima monoaminoxidase (IMAO).A dopamina é o neurotransmissor que proporciona sensação de prazer e está relacionada ao comportamento motor fino, cognição/percepção, controle hormonal e sistema neurovegetativo, este último relacionado a comportamentos motivacionais, de desejo, como fome, sede e sexo. Já a noradrenalina é relacionada ao controle de humor, motivação, cognição/percepção, comportamento motor fino e manutenção da pressão arterial.São substancias aminosimpatomiméticas, estimulantes do sistema nervoso central e do sistema respiratório, dilatam os brônquios, causam hipertensão e são supressoras do apetite.

Exemplos de anfetaminas e análogos• Anfetaminas: metilfenidato (Ritalina®), anorexígenos (anfepromona, fenproporex, dietilpropiona etc).• Metanfetamina (“Speed”, “Ice”, Pervertin®). Sintetizada a partir da efedrina em 1893;

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foi muito utilizada pelos soldados durante a IIa Guerra Mundial.• MDMA: 3,4 metilenodioximetanfetamina – “Ecstasy”: sintetizada em 1912 e patenteada em 1914 pela Merck. Mais recentemente, esse produto começou a ser produzido para ter efeitos similares à anfetamina (estimulantes) e aos da mescalina (alucinógenos). O primeiro laboratório clandestino do Brasil foi descoberto em 2000.

Efeitos colateraisInsônia, inapetência, midríase causando visão turva, taquicardia, hipertensão, confusão mental ou depressão, alterações da libido, constipação, diarréiaenjôos, irritabilidade, nervosismo ou inquietação, palpitações, cãibras e dores no estômago.

Efeitos tóxicosSíndrome adrenérgica prolongada, com ilusões, paranóia, taquicardia, hipertensão, hipertermia, diaforese, hiperreflexia, midríase, convulsões, coma. A tolerância se instala rapidamente, o que leva os usuários a utilizar doses superiores àquelas que induzem a anorexia.Como aumenta a atividade da noradrenalina, serotonina e da dopamina, pode ocorrer neurotoxicidade.

ToxicocinéticaO pico plasmático da anfetamina se dá após mais ou menos 2 horas, com distribuição a todos os compartimentos, inclusive o encéfalo. O metabolismo se faz através do complexo do cyp 450 que limita a meia-vida em torno de 8h. A quase totalidade do produto é eliminada em menos de 40 h, por via renal. A acidificação das urinas aumenta a sua excreção. O MDMA atravessa a barreira placentária.

TratamentoO tratamento da intoxicação aguda por anfetamina inclui redução da irritabilidade do sistema nervoso central (SNC) e da hiperatividade do sistema nervoso autônomo, controle dos sintomas psicóticos e promoção da excreção rápida da droga e de seus metabólitos. Temperaturas superiores a 39ÉC devem ser vigorosamente tratadas. Convulsões que podem ocorrer com intoxicação por anfetamina devem ser tratadas com diazepam, 5-10 mg EV, a uma velocidade não superior a 5 mg/minuto. Isso pode ser repetido a cada 10 ou 15 minutos, conforme a necessidade, até uma dose total de 30 mg. A irritabilidade do SNC pode ser reduzida ainda mais diminuindo-se os estímulos. A excreção da anfetamina pode ser aumentada pela acidificação da urina. Se não houver sinais de insuficiência renal ou hepática, pode-se administrar cloreto de amônia, 500 mg VO, a cada 3-4 horas. Sintomas psicóticos podem acompanhar intoxicação aguda por anfetamina; estes podem ser tratados por um agente bloqueador da dopamina, como o haloperidol. Há alguma evidência de que a clorpromazina não deve ser usada por poder lentificar o metabolismo da anfetamina.