Anestesiologia

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1 ANESTESIOLOGIA EM ANESTESIOLOGIA EM ODONTOPEDIATRIA ODONTOPEDIATRIA Profª. Renata Schlesner de Oliveira Roteiro Roteiro Conceito Mecanismo de ação dos anestésicos locais Indicação e contraindicação Propriedades desejáveis Classificação dos anestésicos Uso de vasoconstritores Diferenças entre crianças e adultos Cálculo de dose máxima Aspectos psicológicos Técnicas anestésicas Complicações e acidentes Conceito Conceito Anestesia local corresponde ao bloqueio reversível da condução nervosa, determinando perda das sensações sem alteração do nível de consciência. Mecanismo de ação Mecanismo de ação Bloqueio dos canais de sódio Impede a despolarização neural Célula em repouso Mecanismo de ação Mecanismo de ação Bases alcalinas + Ácidos = Sais (hidrossolúveis) Difusão até as fibras nervosas pH >7 Dissociação Base alcalina > lipossolubilidade Ação anestésica Mecanismo de ação Mecanismo de ação Ação anestésica Forma ionizada da base livre Concentração suficiente + pH do meio Local inflamado... pH ácido!

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ANESTESIOLOGIA EM ANESTESIOLOGIA EM ODONTOPEDIATRIAODONTOPEDIATRIA

Profª. Renata Schlesner de Oliveira

RoteiroRoteiro

�Conceito �Mecanismo de ação dos anestésicos locais�Indicação e contraindicação�Propriedades desejáveis �Classificação dos anestésicos�Uso de vasoconstritores�Diferenças entre crianças e adultos�Cálculo de dose máxima�Aspectos psicológicos�Técnicas anestésicas�Complicações e acidentes

ConceitoConceito

Anestesia localcorresponde ao bloqueio reversível da condução nervosa, determinando perda das

sensações sem alteração do nível de consciência.

Mecanismo de ação Mecanismo de ação

Bloqueio dos canais de sódio

Impede a despolarização neural

Célula em repouso

Mecanismo de ação Mecanismo de ação

Bases alcalinas + Ácidos = Sais (hidrossolúveis)

Difusão até as fibras nervosas

pH >7 Dissociação Base alcalina

> lipossolubilidadeAção anestésica

Mecanismo de ação Mecanismo de ação

Ação anestésica

• Forma ionizada da base livre

• Concentração suficiente+

pH do meioLocal inflamado...pH ácido!

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Indicação e contraindicaçãoIndicação e contraindicação

Indicação ContraindicaçãoTodo e qualquer

procedimento clínicoque venha a causar dor

e desconforto

Alergia aos componentes

Distúrbio de coagulação não controlado

Propriedades desejáveisPropriedades desejáveis

•Potencial suficiente para proporcionar anestesia•Baixa toxicidade sistêmica•Ação reversível•Não deve ser irritante aos tecidos•Deve ter efeito rápido e suficiente duração

Classificação dos anestésicosClassificação dos anestésicos

Porção lipofílica

(núcleo aromático)

Cadeia intermediária

(ligação éster ou amida)

Porção hidrofílica

(amina terciária)

Necessária para ultrapassar a

membrana celular

Relação com a duração de efeito (metabolismo)

e risco de reações alérgicas

- Parte ionizável

- Combinação com receptor celular

- Evita precipitação em contato com o líquido intersticial

Estrutura química

ClassificaçãoClassificação

• Cocaína • Procaína• Tetracaína• Benzocaína• Cloroprocaína

•• LidocaínaLidocaína•• MepivacaínaMepivacaína•• PrilocaínaPrilocaína• Ropivacaína• Bupivacaína• Articaína

ÉSTERÉSTER AMIDAAMIDA

ClassificaçãoClassificação

• + potentes• +tóxicos (PABA)• Causam + reação de

hipersensibilidade• Metabolizados no

sangue

• Menos tóxico• Menos potente• Raras reações de

hipersensibilidade• Metabolizados no

fígado

ÉSTERÉSTER AMIDAAMIDA

ClassificaçãoClassificação

ÉSTERÉSTER AMIDAAMIDA

• Não utilizar em pacientes alérgicos,

anêmicos ou com discrasias

sanguíneas

• Evitar em pacientes com

problemas hepáticos

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Uso de vasoconstritoresUso de vasoconstritores

• prolongam a ação dos anestésicos locais• reduzem toxicidade sistêmica• diminui a quantidade de anestésico• maior eficiência e segurança• diminui sangramento

Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000

ContraindicaçõesContraindicações• doenças cardíacas• hipertireoidismo não controlado• diabetes melito não controlada• feocromocitoma• sensibilidade a sulfitos (asmáticos esteróide-

dependentes)

Uso de vasoconstritoresUso de vasoconstritores

Opção: Opção: MepivacaínaMepivacaína 3% sem 3% sem vcvcou ou prilocaínaprilocaína 3% com 3% com felipressinafelipressina

Diferenças entre crianças e adultosDiferenças entre crianças e adultos

Massa corporal

Condicionamento psicológico

Cálculo da Dose Anestésica MáximaCálculo da Dose Anestésica Máxima

Dados necessários:• Anestésico• Dose Máxima Recomendada (DMR) • Concentração do anestésico/ml• 1 tubete de anestésico= 1,8 ml• Massa da criança (Kg)

Cálculo da Dose MáximaCálculo da Dose Máxima

Exemplo:

• Anestésico: lidocaína 2% • DMR: 4,4 mg/kg• Concentração: 20mg/ml• 1 tub.: 1,8ml• Massa: criança de 20Kg

Cálculo da Dose MáximaCálculo da Dose Máxima1. Quantidade de Anestésico em mg Relativa a massa

4,4 mg __________1KgX mg____________20Kg

X= 88 mg

2. Quantidade de Anestésico (mg) Relativa ao Volume do Tubete20 mg__________1 ml Y ____________1,8 ml

Y= 36 mg

3. Número Máximo de Tubetes1 tb__________36mgZ____________88mg

Z= 2,4 tubetes

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DOR• Resposta complexa na criança

• Nem sempre são capazes de descrever claramente suas sensações e experiências pessoais

• Medo/ansiedade – potencializa a dor

• Manifestações comportamentais – choro, queixa, gritos, gemidos

• Manifestações motoras

Condicionamento psicológicoCondicionamento psicológico Condicionamento psicológicoCondicionamento psicológico

• A anestesia é um dos aspectos fundamentais para o sucesso do tratamento em odontologia.

Fotos: Me. Lizandra Guimarães

Ram D.; Perets, B. Administering local anesthesia to paediatric dental patients – current status and prospects for the futurre International Journal of Paediatric Dentistry 2002:12; 80-89

Condicionamento psicológicoCondicionamento psicológico

Conhecimento sobre Conhecimento sobre o pacienteo paciente

Preparo do material Preparo do material

Preparo do pacientePreparo do paciente

Aplicar os conhecimentos Aplicar os conhecimentos técnicotécnico--científicoscientíficos

Conhecimento sobre o pacienteConhecimento sobre o paciente

• Experiência prévia– criança já foi anestesiada?–experiências negativas anteriores

BOA ANAMNESE

Preparo do PacientePreparo do Paciente

• Explicar o que vai acontecer e o que será sentido durante e após a anestesia

• Falar durante o procedimento• Formigamento: sensação transitória• Evitar palavras: dor, agulha, injeção• Reforçar comportamento positivo e censurar

negativo

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Preparo do PacientePreparo do Paciente

• Explicar o que vai acontecer e o que será sentido durante e após a anestesia

• Falar durante o procedimento• Formigamento: sensação transitória• Evitar palavras: dor, agulha, injeção• Reforçar comportamento positivo e censurar

negativo

Preparo do PacientePreparo do Paciente

• Explicar o que vai acontecer e o que será sentido durante e após a anestesia

• Falar durante o procedimento• Formigamento: sensação transitória• Evitar palavras: dor, agulha, injeção• Reforçar comportamento positivo e

censurar negativo

Preparo do material utilizadoPreparo do material utilizado Preparo do material utilizadoPreparo do material utilizado

Técnicas Anestésicas em Técnicas Anestésicas em OdontopediatriaOdontopediatria

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Anestesia TópicaAnestesia Tópica

Indicações Indicações • Pré anestesia(reduzir desconforto)• Exodontia de dentes

decíduos retidos pela mucosaÁreas inflamadas/ulcerações

ApresentaçãoApresentação• Pomadas• Sprays

Cuidados:Cuidados:• secagem da mucosa• tempo de aplicação: 2 min/3min• verificação do aspecto da mucosa

Anestesia Anestesia infiltrativainfiltrativa/terminal/terminal

MaxilaMandíbula

Anestesia vestibular e palatina de todos os dentes decíduos ou permanentes superiores e dentes anteriores inferiores

Dentes posteriores inferiores: maior compactação óssea da mandíbula

Anestesia Anestesia infiltrativainfiltrativa/terminal/terminal

Técnica:Estirar o lábio = mucosa distendida

Agulha próximo a região apical

Injetar o anestésico lentamente!!!

Complementação da técnica Complementação da técnica infiltrativainfiltrativa

Complementação da anestesia (lingual ou palatina)

1) Introdução da agulha através da papila gengival vestibular

(transpapilar)

2) Introdução da agulha na região lingual/palatina (palatina)

Anestesia Anestesia TranspapilarTranspapilar

IndicaçõesIndicações

• colocação de grampo ou matriz

• auxílio na exodontia• Preparos

subgengivais• atingir mucosa L ou

P: transpapilar

Foto: Me.. Lizandra Guimarães

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Anestesia palatinaAnestesia palatina

- Complementar por palatino se necessário

Bloqueio RegionalBloqueio Regional

Dessensibilização de toda uma área de inervação de um determinado

ramo nervoso.

Indicado, principalmente, para o ramo mandibular do nervo trigêmio.

Bloqueio RegionalBloqueio Regional

Nervo alveolar superior posterior

Primeiro molar permanente: morfologia do osso que circunda o ápice não permite infiltração

adequada.

NASP + infiltrativa na região mesial do primeiro molar (anatomose com o nervo

alveolar superior médio).

Anestesia do Nervo Alveolar InferiorAnestesia do Nervo Alveolar Inferior

Diferenças anatômicas

* Dentário inferior - DI

• Ramo ascendente da mandibula mais curto• Ângulo goníaco mais aberto• Língula da mandibula abaixo do plano oclusal• Diâmetro antero-posterior menor

Anestesia do Nervo Alveolar InferiorAnestesia do Nervo Alveolar Inferior

Técnica direta Técnica indireta

Anestesia do Nervo Alveolar InferiorAnestesia do Nervo Alveolar Inferior

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Forame situa-se mais para baixo e mais para posterior

Nervos anestesiados:*Alveolar inferior*Incisivo mentoniano*Lingual

Anestesia do Nervo Alveolar InferiorAnestesia do Nervo Alveolar Inferior

Áreas anestesiadas:*Dentes inferiores até a linha média

*Corpo da mandíbula e porção inferior do ramo

*Mucoperiósteo vestibular, mucosa anterior ao primeiro molar inferior permanente

*2/3 anteriores da lingua e assoalho da cavidade oral

*tecidos moles e periósteo lingual

Anestesiado quando for necessária a anestesia dos tecidos bucais na região de molares

permanentes.

*Região distal ao dente mais posterior no arco.

Nervo BucalNervo Bucal

Anestesia Anestesia intraligamentarintraligamentar

Anestesia intrapulparAnestesia intrapulpar

Complicações AnestésicasComplicações Anestésicas

LocaisLocais• fratura da agulha• parestesia• trismo• hematoma• úlcera traumática

Como evitar?Como evitar?

• Executar uma técnica segura• Preparo psicológico do paciente• Recomendações aos pacientes e aos

pais: não coçar, morder, apertar

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Complicações AnestésicasComplicações Anestésicas

Gerais (Sistêmicas)Gerais (Sistêmicas)�Reações Alérgicas

�Reações Tóxicas

AnamneseAnamnese

Controlar doseControlar dose

Como evitar? Como evitar?

• Avaliar condições do paciente: anamnese• Reduzir a dose para 1/3 quando a criança

estiver debilitada ou no uso de anestésico sem vasoconstrictor

Como evitar? Como evitar?

• Conhecer o anestésico empregado• Uso de vasoconstritores • Realizar a aspiração• Validade do material• Manter dose abaixo da máxima• Injeção lenta

Resumindo ...Resumindo ...

• Estabilização da cabeça• Uso de anestésico tópico• Penetração gradativa da agulha• Sempre manter 2 a 3mm da agulha

para fora da mucosa• Bisel sempre voltado para o osso• Injeção lenta do anestésico

Resumindo ...Resumindo ...

• Conversar com a criança durante o atendimento

• Aguardar de 3 a 5 minutos para começar o tratamento

• Proceder a prova de aspiração• Condicionar a criança para a técnica

Resumindo ...Resumindo ...

• Trabalhar com ponto de apoio• Se necessário, utilizar abridores de boca