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ANDRÉA HOLTZ FRANCO UTILIZAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE ESFORÇO PELO MODELO DE PRODUÇÃO COMO INSTRUMENTO DE DIFERENCIAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA NAS ATIVIDADES DIÁRIAS EM IDOSOS - CURITIBA 2016 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

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ANDRÉA HOLTZ FRANCO

UTILIZAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE ESFORÇO PELO MODELO DE

PRODUÇÃO COMO INSTRUMENTO DE DIFERENCIAÇÃO DE

INDEPENDÊNCIA NAS ATIVIDADES DIÁRIAS EM IDOSOS

-

CURITIBA

2016

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ANDRÉA HOLTZ FRANCO

UTILIZAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE ESFORÇO PELO MODELO DE

PRODUÇÃO COMO INSTRUMENTO DE DIFERENCIAÇÃO DE

INDEPENDÊNCIA NAS ATIVIDADES DIÁRIAS EM IDOSOS

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Educação Física do Programa de Pós-Graduação em Educação Física, do Setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná

Orientador(a): PROF. DR. GLEBER PEREIRA

CURITIBA

2014

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AGRADECIMENTO

Inicialmente eu agradeço a Deus, Ele sempre dava um jeito de me dar

uma "mãozinha", principalmente quando eu achava que não ia aguentar

mais, me mostrando que estava ao meu lado me conduzindo, me protegendo

e me dando forças para continuar na batalha.

Agradeço ao meu pai Edgard que foi meu companheiro nas viagens,

que aguentava minha ansiedade nas idas e escutava minhas reclamações

nas voltas. Agradeço a minha mãe Sandra que ficava nos bastidores, sempre

preocupada se estava tudo certo e se eu já havia cumprido a meta do dia de

leitura dos artigos. Agradeço as minhas irmãs que mesmo me olhando com

aquela cara de "você esta me confundindo com alguém que está muito

interessada no que você esta falando", escutavam eu falar do trabalho ou me

ajudavam com o mesmo. Agradeço ao meu noivo Danilo que teve muita

paciência comigo, afinal em alguém eu tinha que descontar todo o estresse.

E a toda essa tropa eu agradeço por ter aguentado os meus "pitis" e choros,

sei que não foi fácil.

Agradeço aos meus tios e tias e a minha amiga Carmem que sempre

que eu precisava estavam me acolhendo em suas casas para descansar.

Agradeço ao Jackson que me apresentou ao professor Gleber e que me

"emprestou" a sua academia para fazer as coletas. Agradeço as minhas

amigas Paula e Luiza que estavam sempre me socorrendo durante todo o

processo.

Agradeço ao Rodrigo, secretário do Programa, que tantas vezes me

explicou o que deveria fazer, sem contar a disposição em me ajudar a

economizar tempo viajando só para realizar entrega de documentação. E

por fim, agradeço ao professor Gleber que acreditou em mim e me deu a

oportunidade de realizar esse mestrado, sem contar a gentileza e paciência

que teve em me orientar, afinal eu sei que o "Chico Bento" não foi fácil.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: CAPACIDADE FUNCIONAL INDICANDO OS PARÂMETROS

FISIOLÓGICOS ASSOCIADOS AS FUNÇÕES EXIGIDAS PARA AS

ATIVIDADES COTIDIANAS BÁSICAS E AVANÇADAS................................20

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Capacidade funcional e atividades diárias ...................................... 17

Figura 2: Perda de capacidade funcional.. ..................................................... 18

Figura 3: Modelo disparo corolário de esforço percebido.. ........................... 27

Figura 4: Desenho experimental do estudo.. ................................................. 35

Figura 5: Frequência absoluta de idosos nas diferentes pontuações na escala

de Katz. ......................................................................................................... 44

Figura 6: Frequência absoluta de idosos nas diferentes pontuações na escala

de Broady e Lawton. .................................................................................... 44

Figura 7 Curva ROC da velocidade de caminhada em esteira e da carga no

teste de flexão bilateral de cotovelos realizados na intensidade com

percepção de esforço e. 13 u.a. e as atividades basicas da vida diária. ....... 46

Figura 8 Curva ROC de pontos de corte da velocidade em testes de carga

constante em PSE de 13 u.a. e as atividades instrumentais da vida diária. .. 47

Figura 9 Curva ROC de pontos de corte do tempo no teste Timed Up Go e

as atividades básicas da vida diária. .............................................................. 48

Figura 10 Curva ROC de pontos de corte do tempo no teste Timed Up Go e

as atividades instrumentais da vida diária. .................................................... 48

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABVD ATIVIDADES BÁSICAS DE VIDA DIÁRIA

AIVD ATIVIDADES INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA

MEEM MINI EXAME DO ESTADO MENTAL

TUG TIMED-UP -GO

PSE PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO

U.a. UNIDADE ARBITRÁRIA

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RESUMO

O objetivo do estudo foi verificar se a intensidade, regulada pela percepção de esforço no modelo de produção, pode ser utilizada para diferençar a independência de idosos em atividades básicas e instrumentais da vida diária. A amostra foi composta por 57 idosos de ambos os sexos (67,5 ± 6,4 anos; 161 ± 7,8 cm; 74,9 ± 12,3 kg ). Todos compareceram ao laboratório em cinco dias diferentes, com intervalo de 2-7 dias entre cada avaliação. No primeiro dia foi realizado o Mini Exame de Estado Mental, juntamente com o Timed-Up-Go e a familiarização com a escala de Borg pelo modelo de estimativa, em teste incremental na esteira para membros inferiores e teste incremental de flexão bilateral de cotovelos para membros superiores. O segundo e o terceiro dia foram para a familiarização do idoso com a escala de Borg pelo método de produção no teste em esteira e de flexão de cotovelos de forma incremental, e aplicação das escalas para avaliar atividades básicas (ABVD) e instrumentais da vida diária (AIVD). No quarto dia o participante realizou o teste em esteira e de flexão bilateral de cotovelos com carga constante pelo modelo de produção. O quinto dia foi semelhante ao quarto servindo como re-teste. As correlações de Spearman entre os testes de carga constante no modelo de produção e ABVD e AIVD foram significativas (p<0,001). Também foram significativas as correlações de Pearson realizadas entre o desempenho em Timed-Up-Go Test e a velocidade obtida no teste de caminhada em esteira e entre a carga obtida no teste de flexão de cotovelos bilaterais com carga constante (p <0,001) A reprodutibilidade se deu através do coeficiente de correlação intraclasse, entre a intensidade do exercício pelo modelo de produção em membros inferiores (ICC = 0,986) e membros superiores (ICC = 1,0). Além disso, foi realizada a curva ROC para verificar o ponto de corte da intensidade do exercício para indicar independência ou dependência funcional em idosos. As áreas abaixo das curvas também foram significativas (p<0,05). A curva ROC realizada para a velocidade determinou um ponto de corte de 3,8 km/h para identificar algum grau de dependência nas atividades básicas da vida diária e de 4,3 km/h para as atividades instrumentais. Para a carga levantada no teste de flexão bilateral de cotovelos o ponto de corte foi de 2,5kg. Pode-se concluir que a utilização da velocidade e da carga auto-selecionada em testes de carga constante foram capazes de diferençar idosos dependentes de seus pares independentes nas atividades diárias. Palavras Chaves: Idoso, Percepção de Esforço, Modelo de produção.

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ABSTRACT

Thus the aim of the study was to determine whether the intensity regulated by the perception of effort on the production model can be used to differentiate the independence of elderly people in basic and instrumental activities of daily living. The sample consisted of 57 elderly men and women (age = 67.5 ± 6.4 years, height = 161 ± 7.8 cm, body mass = 74.9 ± 12.3 kg). All attended the laboratory on five different days with an interval of 2-7 days between each assessment. The first day was held and the Mini Mental State Examination, along with the Timed-Up-Go and familiarization with the Borg scale for the estimation model in incremental treadmill test for lower limbs and incremental test bilateral elbow flexion upper limb. The second and third day were to familiarize the elderly with the Borg scale the production method on the treadmill test and bending incrementally elbows, and application of scales to assess activity (ADL) and instrumental (IADL). On the fourth day the participant performed the treadmill test and bilateral elbow flexion with constant load for the production model. The fifth day was similar to quarter serving as a re-test. Spearman correlations between the constant load tests on the production model and the basic and instrumental activities of daily living were significant (p <0.001). Also Pearson correlations were significant between performance on Timed-Up-Go Test and the speed obtained in the walk test on a treadmill and between the load obtained in bilateral bending test elbows with constant load (p <0.001). Reability was through the intraclass correlation coefficient between the intensity of the exercise by the production model of the lower limbs (ICC = 0.986) and upper limbs (ICC = 1.0). In addition, the ROC curve was performed to verify the cut point of exercise intensity to indicate independence or functional dependence in older adults. The areas under the curves were also significant (p <0.05). The ROC curve performed for speed determined a cut point of 3.8 km / h to identify some degree of dependence in basic activities of daily living and 4,3 km/h in instrumental activities. To the load raised in bilateral elbow flexion test the cutoff point was 2.5 kg. It can be concluded that the use of perceived exertion by the production model in constant load tests proved to be a reliable and valid instrument to differentiate dependent older people independent in daily activities.

Key Words: Elderly, Perceived Exertion, Production model.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 12

2. OBJETIVOS: .......................................................................................... 15

2.1 Objetivo Geral: ................................................................................ 15

2.2 Objetivos específicos: .................................................................... 15

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA: .................................................................. 16

3.1 Capacidade funcional:.................................................................... 16

3.2 Avaliação da capacidade funcional: ............................................. 20

3.3 Testes funcionais: .......................................................................... 22

3.4. Percepção de esforço: ................................................................... 26

3.5 Percepção subjetiva de esforço: modelo estimativa e produção

30

4. METODOLOGIA: .................................................................................... 34

4.1 Participantes: .................................................................................. 34

4.2 Desenho Experimental: .................................................................. 34

4.3 Medidas antropométricas .............................................................. 35

4.4 Escalas ............................................................................................ 36

4.4.1 Mini exame de estado mental - (ANEXO I) .................................... 36

4.4.2 Escala de Katz - (ANEXO II).......................................................... 36

4.4.3 Escala de Broady e Lawton - (ANEXO III) ..................................... 37

4.5. Teste Timed Up and Go: ................................................................. 37

4.6. Percepção subjetiva de esforço: ................................................... 38

4.7. Teste incremental utilizando a escala de percepção de esforço

no modelo de estimativa. ......................................................................... 39

4.8. Testes incrementais utilizando a escala de percepção de esforço

no modelo de produção ........................................................................... 40

4.9. Testes constantes utilizando a escala de percepção de esforço

no modelo de produção ........................................................................... 41

4.10. Análise Estatística ....................................................................... 42

5. RESULTADOS ........................................................................................ 43

6. DISCUSSÃO ........................................................................................... 49

7. CONCLUSÃO ......................................................................................... 54

8. LIMITAÇÕES DO ESTUDO .................................................................... 54

9. APLICAÇÔES PRÁTICAS ...................................................................... 54

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REFERÊNCIAS ............................................................................................. 55

ANEXOS ........................................................................................................ 62

ANEXO I: Mini Exame de Estado Mental ................................................. 62

ANEXO II: Escala de Katz ......................................................................... 63

ANEXO III: Escala de Broady e Lawton adaptada ao contexto

brasileiro. .................................................................................................. 63

APÊNDICE .................................................................................................... 64

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12

1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional se refere à mudança na estrutura

etária da população, e não depende somente de fatores biológicos, mas,

também, econômicos, ambientais, científicos e cultural (CARVALHO, 2003).

Esse envelhecimento é uma tendência demográfica global. De acordo com

Veras (VERAS 2007) todo ano 650 mil novos idosos são incorporados à

população brasileira, a maior parte com doenças crônicas e alguns com

limitações funcionais. Muitos desses idosos acabam perdendo o potencial de

agir e atuar de forma independente no seu cotidiano e isso provoca um

aumento bastante significativo nas despesas com tratamentos médicos e

hospitalares (VERAS, 2007).

Em virtude desse processo do envelhecimento, a demanda por

cuidados surge com base nas várias alterações fisiológicas que ocorrem

nesse processo, comumente associadas às condições mórbidas (SOUZA et

al., 2012). Essas condições geralmente causam uma diminuição progressiva

da capacidade funcional, a qual é a principal alteração encontrada no

envelhecimento (SOUZA et al., 2012). A capacidade funcional refere-se a

autonomia do indivíduo, sendo definida como a capacidade para realização

de atividades básicas ou mais complexas em qualquer domínio da vida, como

os cuidados pessoais, a administração do lar e atividades de cárater

sociocultural (VERBRUGGE e JETTE, 1994).

A avaliação da capacidade funcional gera informações que

possibilitam conhecer o perfil do idoso usando algumas ferramentas simples,

que pode auxiliar na definição de estratégias de promoção de saúde para os

idosos, retardando ou prevenindo as dependências funcionais (FIEDLER,

2008). Tal avaliação pode ser realizada principalmente de duas formas,

sendo através de auto-relato ou indiretamente através do uso de medidas

desempenho padronizado (GURALNIK, 2003).

As escalas de auto-relato referem-se às atividades básicas da vida

diária (ABVD) e as atividades instrumentais da vida diária (AIVD). Para a

avaliação das ABVD utiliza-se o Índice Katz, o qual permite avaliar a

capacidade de um indivíduo para realizar as tarefas básicas como banhar-se,

vestir-se, ir ao banheiro, processo de transferência, continência e

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alimentação (LANG, 2011). Já para as AIVD é utilizado a Escala Lawson-

Brody, que constitui um instrumento de avaliação de habilidades mais

complexas como utilizar o telefone, fazer compras, preparação de alimentos,

limpeza, a responsabilidade pela próprios medicamentos e capacidade de

lidar com finanças (LANG, 2011) .

As medidas de desempenho avaliam a capacidade funcional através

da realização de diversas tarefas funcionais, tais como caminhada, teste de

resistência de força de membros superiores e sentar e levantar (JONES e

RIKLI, 2002). A funcionalidade envolve os componentes de funções e

estruturas do corpo (FARIAS, 2005), que incluem a aptidão

cardiorrespiratória, força e resistência muscular, composição corporal e

flexibilidade, equilíbrio, agilidade, tempo de reação e potência (GALLO et al.,

2013), as quais são necessárias para realizar atividades cotidianas

(CAMARA et al., 2008; RIKLI e JONES, 1999).

Tanto o auto-relato quanto as medidas de desempenho dão

informações válidas e importantes sobre o funcionamento físico, porém

apresentam algumas desvantagens. O auto-relato depende da interpretação

e memória do idoso em relação a sua capacidade em realizar as atividades

diárias, podendo superestimar ou subestimar a sua real capacidade

(DALTROY et al., 1995). As avaliações por desempenho necessitam de

equipamentos, o que reflete um custo maior em relação ao de auto-relato, e

também um maior consumo de tempo para a sua realização (HOEYMANS et

al., 1997). Além disso, esse tipo de avaliação depende do melhor

desempenho possível da pessoa que a realiza, ou do seu esforço quase

máximo para a realização da tarefa, já que as mesmas deverão ser

realizadas no menor tempo ou o maior número de vezes possível. Isso

dificulta a realização desse tipo de avaliação em pessoas com níveis severos

de deficiência, pois, frequentemente acabam sendo incapazes de executar os

testes de desempenho sem assistência, o que dificulta detectar as alterações

no desempenho ao longo do tempo (BINDER, MILER e BALL, 2001). Devido

a isso é interessante a busca de novas formas de avaliação que não dependa

da interpretação do idoso em relação a sua capacidade de realizar tarefase

que não dependa do desempenho.

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A percepção de esforço é definida como o esforço despendido na

realização de uma atividade física (MARCORA,2009). O instrumento utilizado

para mensurar esse esforço percebido é a Escala de Percepção Subjetiva de

Esforço, a qual fornece uma quantificação global de um esforço do indivíduo

(JULIUS et al., 2012). A percepção de esforço vem sendo muito utilizada na

área do treinamento físico, pois essa apresenta forte relação com as

diferentes medidas de intensidade de exercício e de parâmetros fisiológicos,

o que permite utilizar a escala de percepção de esforço para prescrever,

mensurar e avaliar a intensidade de exercício, tanto para cardiorrespiratório

quanto para exercício resistido (ESTON,2012; TIGGERMAN,2010).

Além disso, um recente estudo utilizou a percepção de esforço para

determinar a capacidade funcional de idosos em testes físicos submáximos

com carga constante (REF). Nesse estudo se fez o uso de escalas auto

reportadas para avaliar capacidade funcional, também foi utilizado a escala

de percepção de esforço pelo modelo de estimativa em testes de

funcionalidade para membros superiores e caminhada em esteira. Como

resultado houve uma correlação significativa, entre a percepção de esforço

no teste de caminhada em esteira e a capacidade funcional nas atividades

básicas da vida diária, bem como entre a percepção de esforço no teste de

flexão bilateral de cotovelos e a capacidade funcional nas AIVD (SOUZA,

2014). Adicionalmente, foi verificado se a percepção de esforço reportada

nos testes com cargas constantes de membros inferiores e superiores são

sensíveis para diferençar o nível de capacidade funcional de idosos. Para

isso se fez uso da curva ROC (Receiver Operating Characteristic) e se

constatou que a percepção de esforço dos idosos durante testes com carga

constante apresentam o ponto de corte de 13 unidades arbitrárias (u.a) na

escala de Borg para identificar algum grau de dependência funcional

(SOUZA,2014). Logo isso mostra que a percepção de esforço pode ser

utilizada para avaliar capacidade funcional.

A escala de percepção subjetiva de esforço é uma ferramenta

confiável para avaliar a intensidade do exercício, independente se é pelo

modelo de estimativa quanto pelo modelo de produção (FAUKNER, 2008). A

utilização do modelo de estimativa refere-se a percepção subjetiva de esforço

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sentida na realização do exercício, enquanto o modelo de produção é dado

quando um indivíduo é convidado a auto-regular a intensidade do trabalho

(FAUKNER, 2008). O estudo de SOUZA,2014 utilizou a percepção de

esforço pelo modelo de estimativa, na qual a carga de trabalho foi fixada em

4km/h no teste de caminhada em esteira e de 2kg para o sexo feminino e de

3kg para o sexo masculino, no teste para membros superiores, logo a carga

era absoluta e igual a todos os participantes. Sabe-se que patologias ou

limitações funcionais são decorrentes da perda contínua da função dos

órgãos e sistemas biológicos, o que pode levar o idoso à uma dependência

para a realização de certas atividades (COELHO, 2008). Desta forma, os

participantes que apresentassem uma limitação funcional mais grave não

conseguiriam realizar o teste e esses reportariam uma percepção de esforço

máxima. Entretanto, a percepção de esforço pelo modelo de produção não

depende de suposições do avaliador em relação ao nível de aptidão ou

estado de saúde do avaliado, pois a intensidade do exercício é ajustada pelo

próprio individuo (ESTON e WilILIAMS, 1988). Com isso, o avaliado poderá

aumentar ou dimnuir a intensidade do exercício de acordo com a sua aptidão

física.

Portanto se torna necessário uma adaptação do modo de utilização da

escala de percepção subjetiva de esforço para avaliar a independência nas

atividades diárias, de maneira que essa não dependa da percepção do

avaliado sobre a sua capacidade em realizar diferentes tarefas, nem do

desempenho máximo e ainda que permita idosos com limitações funcionais

graves serem avaliados.

2. OBJETIVOS:

2.1 Objetivo Geral:

Verificar se a intensidade, regulada pela percepção de esforço

no modelo de produção, pode ser utilizada para diferençar a

independência de idosos em atividades básicas e instrumentais

da vida diária

2.2 Objetivos específicos:

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16

Verificar se as intensidades auto-selecionadas de exercícios

para membros inferiores e superiores com cargas constantes,

através da percepção de esforço, são reprodutíveis.

Verificar se as intensidades auto-selecionadas de exercícios

para membros inferiores e superiores com cargas constantes,

reguladas pela percepção de esforço, são sensiveis para

diferençar independência de idosos em atividades básicas e

instrumentais da vida diária.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:

3.1 Capacidade funcional:

Algumas alterações fisiológicas ocorrem tanto pelo desuso como pelo

próprio processo de envelhecimento, dentre elas temos a diminuição da

massa muscular, da força muscular, da potência muscular, da resistência

muscular, da potência aeróbia máxima e diminuição da velocidade da marcha

(SINGH, 2004). Essas alterações abrangem uma ampla variedade de

sistemas fisiológicos e são potencialmente relevantes para o bem-estar físico,

mental e social dos idosos, em outras palavras, ao estado de saúde dos

idosos e consequentemente da capacidade funcional (OMS, 2005; SINGH,

2004).

A manutenção da autonomia durante o envelhecimento é fundamental

e refere-se ao idoso conseguir controlar e tomar decisões pessoais sobre

como se deve viver diariamente, de acordo com suas próprias regras e

preferências, além de manter a sua independência em executar funções

relacionadas à vida diária, o que o permite viver de forma independente na

comunidade com pouca ou nenhuma ajuda dos outros (OMS, 2005). Desta

maneira a autonomia do indivíduo é representada pela capacidade funcional

(JETTE, 2006). A capacidade funcional se dá pela interação dinâmica entre o

estado de saúde de uma pessoa, fatores ambientais e fatores pessoais e é

definida pelo modelo biopsicosocial, em que as interações entre esses vários

fatores vão gerar o estado de capacidade (figura1) (JETTE, 2006; World

Health Organization, 2013).

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Figura 1: Fluxograma de relação entre capacidade funcional e as atividades da vida diária

A perda de capacidade funcional refere-se aos impactos que as

doenças crônicas e condições agudas têm sobre o funcionamento de

sistemas específicos do corpo, o que acaba gerando uma limitação fisiológica

(Impairment) (VERBRUGGE,1994). As limitações fisiológicas são disfunções

e anormalidades estruturais nos sistemas específicos do corpo, o que pode

ter consequências para o funcionamento físico, mental ou social e,

consequentemente, acaba causando limitações funcionais. (JETTE, 2006;

LAWRENCE e JETTE, 1996; VERBRUGGE e JETTE, 1994). As limitações

funcionais são restrições na realização de ações físicas e mentais

fundamentais para a utilização nas atividdes da vida diária, as quais são

causalmente associadas à uma perda de capacidade funcional, visto que

esta refere-se a uma limitação funcional em contexto social (Figura 2)

(JETTE, 2006; LAWRENCE e JETTE, 1996; VERBRUGGE e JETTE, 1994;

WHITE, HART e TEASELLl, 1995). Em outras palavras essas condições

Capacidade Funcional

Capacidade em realizar atividades em qualquer domínio da vida

Autonomia do indivíduo

Interação (estado de saúde, fatores ambientais e sociais)

Estado de capacidade de realização das Atividades diárias

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crônicas decorrentes de uma ou mais doenças ou limitações, são na maioria

das vezes, as geradoras de um processo incapacitante, pelo qual interfere na

funcionalidade dos idosos e, consequentemente, o desempenho das

atividades cotidianas (DUARTE,2009).

Figura 2: Perda de capacidade funcional. Adaptada de Rikli and Jones 1997 e de Guralnik 2003.

Como já mencionado, o termo capacidade funcional inclui múltiplas

dimensões como auto-cuidado (atividades básicas da vida diária e atividades

instrumentais da vida diária), emoção, cognição, participação social,

habilidades físicas, capacidade sensorial e de comunicação (YANG, 2014).

Desta maneira, no contexto do auto-cuidado, a capacidade funcional é

medida pela facilidade em realizar atividades da vida diária (NASCIMENTO,

2012; VERBRUGGE, 1994). Essas podem ser divididas em atividades

básicas da vida diária (ABVD) e atividades instrumentais da vida diária

(AIVD). As ABVD envolvem cuidados pessoais como comer, sentar e levantar

de uma cadeira ou cama, se locomover e cuidados de higiene pessoal

(NASCIMENTO, 2012; VERBRUGGE, 1994). Já as atividades instrumentais

da vida diária (AIVD), consistem na administração do lar e do trabalho, como

as habilidades para preparar suas refeições, fazer tarefas domésticas leves,

gerenciar próprio dinheiro, usar o telefone, e comprar itens pessoais

Patologia

Exemplo:

Desnervação do músculo do braço devido a trauma.

Limitação fisiológica

Disfunção e anormalidades nos sistemas corporais (músculo esquelético, cardiovascular, etc)

Atrofia do músculo

Limitação funcional

Restrições em ações mentais e físicas básicas. (deambular, alcançar, agarrar, subir escada, falar, ver)

Não pode puxar com o braço

Perda de capacidade funcional

Dificuldades em fazer atividades da vida diária (cuidados pessoais, cuidados da casa, administração do trabalho, passatempo)

Mudança de emprego

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(NASCIMENTO, 2012; VERBRUGGE, 1994). A realização das ABVD e as

AIVD refletem sobre avaliação da funcionalidade (DUARTE, 2009; ARAÚJO,

2010). A funcionalidade é capacidade do indivíduo em realizar tarefas

específicas, tais como caminhar, subir escadas e levantar-se (LECHNER,

2002). A capacidade de executar essas tarefas, depende do indíviduo ter

capacidades fisicas como força, resistência cardirespiratória, flexibilidade e

equilíbrio (JONES e RIKLI, 2002). O quadro 1 demonstra a relação

progressiva entre parâmetros físicos, funcionalidade e as atividades diárias.

Para realizar as atividades comuns na coluna à direita do quadro 1 é

necessário ter capacidade de executar as funções listadas na coluna central

e estas funções, por sua vez, necessitam de capacidades físicas identificadas

na coluna da esquerda, demonstrando assim relação entre as capacidades

físicas e a capacidade funcional (JONES, 2002). Um exemplo a ser dado

seria em relação a cuidar das necessidades pessoais, para isso é necessário

ter capacidade de executar a função de caminhar, a qual é dependente da

força muscular.

Portanto, pode-se dizer que para um envelhecimento autonômo é

necessário um acúmulo de diferentes capacidades físicas para que o idoso

mantenha a sua funcionalidade em diferentes tarefas. Consequentemente a

soma da realização dessas diferentes tarefas ou funções podem garantir uma

boa capacidade funcional, o que acaba alterando a percepção que o

indivíduo tem de sua saúde física, de seu estado psicológico, do seu nível de

dependência, de suas relações sociais e de sua relação com o ambiente, em

outras palavras, acaba gerando uma melhor qualidade de vida para o idoso.

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CAPACIDADADES

FÍSICAS

FUNÇÕES META DE ATIVIDADES

Força Muscular

Resistência Muscular

Resistência Aeróbia

Flexibilidade

Habilidade

Motora:potência,

velocidade/ agilidade

Equilíbrio

Composição Corporal

Caminhar

Subir escadas

Levantar da cadeira

Elevar / alcançar

Deflexão / ajoelhar

Correr

Cuidado Pessoal

Compras / Recados

Trabalhos domésticos

Jardinagem

Esportes

Viagens

LIMITAÇÃO

FISIOLÓGICA

LIMITAÇÃO FUNCIONAL PERDA DE

CAPACIDADE

FUNCIONAL

Quadro 1: Capacidade funcional indicando os parâmetros fisiológicos associados funções

exigidas para as atividades cotidianas básicas e avançadas.. Adaptado de R.E. Rikli e C. J.

Jones (2002).

3.2 Avaliação da capacidade funcional:

A avaliação do nível de capacidade funcional dos idosos pode auxiliar

na escolha da decisão das intervenções direcionadas a essa população, pois

avalia o seu bem-estar físico, mental e social. Esse estado de saúde dos

idosos é um importante indicador do grau de sua independência (NUNCIATO,

2012). A capacidade funcional tem sido avaliada através de escalas de auto-

relato (onde a própria pessoa ou um familiar, um médico, um cuidador, etc.

responde a escala) sistematizados por uma série de escalas que aferem os

principais componentes da dimensão que se deseja analisar (GILL, 2010; JR,

2005; VERBRUGGE and JETTE, 1994).

A capacidade funcional inclui múltiplas dimensões, porém as escalas

utilizadas para avaliar a capacidade acabam não englobando todas essas

dimensões. Por exemplo, existem escalas que são destinadas a avaliação

em algumas deficiências, outras avaliam apenas a capacidade de auto-

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cuidado, ainda existem as que avaliam fatores ambientais e participação

social (YANG, 2014). Além disso, algumas foram criadas para a população

em geral, e outras são desenvolvidos para uma população específica como

os idosos (YANG, 2014). Sabendo disso e das múltiplas dimensões que

envolvem a capacidade funcional é necessário que se utilize de diferentes

escalas de auto-relato para a sua adequada avaliação.

Com relação ao auto cuidado, uma das escalas mais utilizadas para

avaliar o desempenho nas ABVD é a Escala de Independência em Atividades

da Vida, ou Escala de Katz (Katz et al., 1970; LINO et al., 2008). A Escala de

Katz avalia o nível de independência nas atividades básicas da vida diária,

através de seis itens: banhar-se, vestir-se, ir ao banheiro, transferir-se,

controle sobre sua continência e alimentar-se (DRUMMOND, 2013). A Escala

classifica a adequação de desempenho através de duas observações onde o

observador classificava o desempenho do idoso de acordo com a descrição

mais apropriada em cada uma das seis funções (DUARTE, 2007). Cada

resposta positiva dada pelo observado é considerado um ponto. Logo uma

pontuação de 6 indica função completa, 4 indica independência funcional

moderada e 2 ou menos indica comprometimento funcional grave (DUARTE,

2007; SHELKEY, 2012)

Para avaliar as AIVD utiliza-se da Escala de Broady e Lawton. Esta

escala é um instrumento eficiente composto por itens, que permite avaliar se

uma pessoa pode ser capaz de realizar algumas atividades como preparar

suas refeições por conta própria, realizar tarefas de casa, chegar a locais nos

quais é necessário caminhar por longas distâncias, manusear o dinheiro e

usar o telefone (DRUMMOND, 2013; LAWTON, 1969; SANTOS, 2008). Cada

questão possui três opções: a primeira, indica independência funcional; a

segunda, dependência funcional parcial e a terceira, dependência funcional

total, atribuindo-se 3, 2 e 1 pontos respectivamente. A pontuação final é

alcançada pela soma dos pontos, de tal forma que quanto maior for a

pontuação, mais independente será o indivíduo na execução das atividades

(LAWTON , 1969; SANTOS, 2008; UESUGUI, 2011).

Desta forma, com a utilização desses dois instrumentos, é possível

avaliar o idoso em relação ao auto cuidado e a sua habilidade de gerir o

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ambiente em que vive, ou seja, a sua autonomia. As escalas das ABVD e das

AIVD são realizadas como auto-relato, sendo breves, simples, de fácil

aplicação e de baixo custo (YANG, 2014). Entretanto, essa é dependente da

percepção da pessoa em relação a sua capacidade de realização das

atividades diárias, logo os resultados podem acabar sendo super ou

subestimados (YANG, 2014). Isso porque a precisão do julgamento das

pessoas sobre o seu próprio funcionamento pode ser afetado pela presença

de disfunção cognitiva, depressão, escolaridade, memória ou por respostas

afetivas (DALTROY, 1995; HOEYMANS, 1997; REUBEN, 1990; YANG,

2014).

As escalas de autorrelato não são a única forma de avaliação da

capacidade funcional, também pode-se fazer o uso de testes funcionais. A

funcionalidade está associada a parâmetros físicos como a força e potência

muscular, flexibilidade, capacidade aeróbia, agilidade e equilíbrio (ROMA et

al., 2013). Logo o conjunto destes testes de desempenho funcional podem

ser um indicador da função, dos idosos no ambiente físico e social e

consequentemente no desempenho das atividades da vida diária (RIBEIRO,

2012).

3.3 Testes funcionais:

Sabe-se que, quando se trata de auto cuidado, a capacidade funcional

refere-se a independência nas atividades do cotidiano, a qual se dá pela

integração de diversas capacidades e habilidades física. Logo, os testes

físicos podem ser utilizados como ferramentas importantes para

determinação do perfil funcional do idoso (CAMARA, 2008).

A seleção dessas ferramentas de avaliação devem considerar vários

fatores para medir a funcionalidade do idoso, já que estes instrumentos

dependem de uma variedade de parâmetros fisiológicos conforme a atividade

funcional realizada. A inter-relação entre as capacidades físicas que

compõem a capacidade funcional, pode dificultar o discernimento sobre a

prevalência de qual atributo físico determina uma ação funcional (CAMARA et

al., 2008). Isso fica claro ao observar que, para o teste de sentar e levantar

da cadeira, por exemplo, observamos, que o seu desempenho é

predominantemente determinado pela resistência de força muscular de

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membros inferiores. No entanto, essa ação funcional também é fortemente

influenciada pelo equilíbrio dinâmico e estático, logo, é logicamente

impossível o “isolamento” definitivo de um atributo da capacidade funcional

(CAMARA et al., 2008). Desta maneira, os testes funcionais avaliam a

funcionalidade, que nada mais é que a capacidade do individuo para executar

uma tarefa específica (LECHNER, 2002). Por consequência, acredita-se que

se o idoso consegue realizar diferentes tarefas, isso pode refletir na sua

independência durante a realização das atividades da vida diária oun uma

boa capacidade funcional (CAMARA, 2008; JONES, 2002).

Testes padronizados de desempenho físico,estão sendo

desenvolvidos para avaliar a capacidade de uma pessoa em executar vários

movimentos das extremidades superiores e inferiores, os quais são

necessários para realizar atividades do cotidiano (ONDER et al., 2005). Para

tanto, há diversas possibilidades de testes de fácil aplicabilidade e de baixo

custo disponíveis na literatura que podem compor a avaliação da

funcionalidade. Dentre eles podemos citar o teste de caminhada de seis

minutos, o teste de mobilidade conhecido como timed Up and Go (TUG) e o

teste de flexão bilateral de cotovelos. O teste de caminhada de seis minutos é

um teste simples que avalia a resistência aeróbia através das respostas

integradas de todos os sistemas envolvidos durante o exercício, incluindo o

sistema pulmonar e cardiovascular, e o sistema neuromuscular, importantes

para o idoso andar longas distâncias, subir escada, passear, etc (JONES,

2002; NUNCIATO, 2012). A velocidade de caminhada, é uma medida

adequada para ser implementada na avaliação de pessoas idosas, pois é

uma medida rápida, barata e confiável da capacidade funcional, devido a sua

associação com a sobrevivência e o status de saúde dos idosos, (CESARI et

al., 2005; STUDENSKI et al., 2011). Além disso, a redução na velocidade de

caminhada auto-selecionada e o grau de mobilidade que é mantido no

processo de envelhecimento são determinantes importantes da

independência funcional (BOYER, ANDRIACCHI e BEAUPRE, 2012), pois

uma velocidade reduzida da marcha está associada a maior dependência

funcional (ROSANO et al., 2008). O Timed "Up & Go" Test (TUG) é um

método simples e barato de mobilidade utilizado em pessoas idosas, que

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compreende os movimentos diários básicos de se levantar de uma cadeira,

caminhar 3 m, virar-se, caminhar de volta e sentar-se novamente

(BEAUCHET et al., 2011; NORDIN, ROSENDAHL e LUNDIN-OLSSON,

2006; PODSIADLO e RICHARDSON, 1991; SCHOENE et al., 2013). O TUG

é uma medida composta de mobilidade funcional, de tarefas de transferência,

caminhada e giro, portanto, incorpora componentes neuromusculares como

potência, agilidade e equilibrio (SCHOENE et al., 2013). Esse método tem

validade de conteúdo pois avalia uma série de tarefas utilizadas na vida

diária, e e também validade concorrente por se correlacionar bem com

medida de equilíbrio, velocidade da marcha e habilidades funcionais

(PODSIADLO e RICHARDSON, 1991). Devido a isso, este método tem sido

amplamente utilizado em medicina geriátrica como uma ferramenta

descritiva, para fornecer informações sobre o equilíbrio do paciente, a

velocidade da marcha, e capacidade funcional, o que é necessário para o

desempenho das atividades da vida diária em pessoas idosas (BEAUCHET

et al., 2011; PODSIADLO e RICHARDSON, 1991).

E finalmente, para avaliar a resistência de força muscular de membros

superiores, utiliza-se o teste de flexão bilateral de cotovelos, que consiste em

realizar o maior número de repetições de flexão bilateral de cotovelos

levantando um peso de 2 kg para mulheres e 3 kg para homens, na posição

sentada, por 30 segundos (CAMARA, 2008; JONES, 2002; MILANOVIC,

2013). A avaliação desse teste nos mostra, de forma indireta, a habilidade

dos idosos na realização de atividades domésticas e outras atividades que

envolvam levantar e transportar coisas tais como mantimentos, malas e netos

(JONES, 2002). Desta maneira, medidas de desempenho físico de

extremidades superiores pode prever perda de capacidade funcional, a qual é

resultado de uma tendência decrescente constante nas habilidades

funcionais, muitas vezes relacionados com condições de saúde, o que acaba

por conduzir à perda da independência (ONDER,2005).

A utilização desses instrumentos para avaliar a funcionalidade e

indiretamente a capacidade funcional no contexto de saúde, através da

observação direta é atraente porque esse método fornece medidas confiáveis

e objetivas de desempenho (DALTROY, 1995; REUBEN, 1834; YANG,

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2014). Medidas baseadas no desempenho oferecem várias vantagens sobre

auto-relatos incluindo o aumento da validade e reprodutibilidade, menor

influência da cultura, linguagem e educação, uma maior adequação na

avaliação da funcionalidade em pessoas com e sem deficiência, além de

realçar a realidade e não a capacidade percebida (COMAN, 2006; OSTIR,

1998). Além disso testes de desempenho podem detectar uma limitação

funcional antes que se torne mensurável por meio de escalas de auto-relato

tradicionais (ROZZINI et al., 1997)

No entanto quando comparados as escalas essa forma de medida

depende de equipamentos prontamente disponíveis, alguns exigem espaço

clínico e maior tempo para a sua administração (DALTROY, 1995; REUBEN,

1834; YANG, 2014). Outra desvantagem importante é o fato de que o

desempenho exigido durante o teste funcional é realizado um ambiente

artificial, e isso pode não se refletir exatamente o desempenho na vida diária,

onde essasvpessoas podem fazer adaptações para executar determinadas

tarefas (RICHARDSON,2006). Além disso, por se tratar de um esforço

máximo, o desempenho durante os testes funcionais depende que o idoso

realize o seu melhor. Logo tarefas que dependem do melhor desempenho

possível também são dependentes do potencial de motivação (MARCORA,

S. M., 2010; MARCORA, S., 2010). Potencial de motivação é a quantidade de

esforço que o indivíduo está disposto para exercer e ter sucesso em uma

tarefa, e isso pode variar de acordo com fatores associados ao incentivo

disponível e o valor desse incentivo (MARCORA, S. M., 2010a; MARCORA,

S., 2010b). Dessa maneira o desempenho nos testes pode ser influenciado

pela motivação em realizar o teste, no qual o nível de encorajamento pode

interferir na velocidade e intensidade em que se realiza o teste e,

consequentemente, pode ter grande efeito no resultado do desempenho da

atividade (GUIMARÃES, 2002)

Devido a essas desvantagens dos instrumentos de autorrelato e dos

testes de funcionalidade, nota-se a importância da uma nova ferramenta de

avaliação a qual não utilize a percepção da pessoa em relação a sua

capacidade de realização das atividades e que não dependa do desempenho

físico.

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3.4. Percepção de esforço:

Percepção de esforço pode ser definida como o esforço despendido

na realização de uma atividade física (MARCORA, 2009), e refere-se à

sensação consciente do quão difícil, pesado e cansativo é o exercício

(MARCORA, 2010a; MARCORA, 2010b).

Estudos tem demonstrado que as áreas motoras

no cérebro influenciam diretamente as áreas sensoriais, produzindo

sensações de esforço independentemente de um feedback aferente

(SMIRMAUL, 2012). Logo a percepção de esforço parece ser uma resposta

generalizada resultante da soma de muitas sensações diferentes, as quais

são integradas pelo indivíduo e diferencialmente ponderados de acordo com

a sua importância durante vários tipos de exercícios (MIHEVIC, 1981;

Sullivan e Sullivan, 1984). A teoria que pode explicar tal situação é

denominada de disparo corolário. Tal teoria mostra que a PSE é gerada pelo

cérebro com pouca ou nenhuma participação de informação dos sistemas de

feedback aferente periférico (PEREIRA et al., 2014). O sentido de esforço é

gerado centralmente por meio do envio de sinais neurais, denominado

descargas corolárias ou cópias eferentes, a partir do córtex motor para o

cortex sensorial (MARCORA, 2009). Isso é dado com base em mecanismo

de pré-alimentação (feedfoward), no qual a intensificação de impulsos

motores para os músculos esqueléticos ativos no exercício e para os

músculos cardirespiratórios seria o principal fator responsável pelo aumento

da PSE (MARCORA, BOSIO e MORREE, 2008; MARCORA, 2009;

NAKAMURA, MOREIRA e AOKI, 2010). Sendo assim, a PSE é dada como

uma resposta psicofísica gerada no sistema nervoso central, decorrente dos

impulsos neurais eferentes provenientes do córtex motor (NAKAMURA,

MOREIRA e AOKI, 2010).

Outros aspectos de caráter psicológico (ansiedade, motivação etc), de

performance (efeito da audiência, histórico de competição etc) e sintomas

gerais de esforço (respiração ofegante, dores musculares etc), também são

associados a estas informações enviadas ao córtex sensorial, o que irá

alterar a percepção de esforço (TIGGERMAN,2010). Desta maneira, as

condições particulares do exercício (como tipo, modo, intensidade, duração e

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processamento consciente dos sinais envolvidos) acabam determinando a

capacidade de resposta da percepção de esforço para o trabalho (Sullivan e

Sullivan, 1984).

Figura 3: Modelo disparo corolário de esforço percebido. Adaptada de MARCORA (2009).

O método mais comum de avaliação da percepção de esforço é a

escala de Borg 6-20, na qual são encontrados 15 descritores de intensidade

de esforço, sendo que o primeiro descritor é " sem nenhum esforço"

representado pelo número 6, e o último descritor é "esforço máximo"

representado pelo número 20. A escala PSE de 6-20 foi construída para

fornecer dados que crescem linearmente com a intensidade do estímulo,

como por exemplo freqüência cardíaca (FC) (BORG, 2001). Essa escala

começa com o número 6, e o intervalo de números de 6 a 20 corresponde

aproximadamente a um intervalo da frequência cardiaca de 60 a 200

batimentos/minuto em pessoas saudáveis, cerca de 30 - 40 anos de idade

(BORG, 2001). Por exemplo a pontuação de 13 na escala corresponderia

aproximadamente a frequência cardíaca de 130 batimentos/minuto para

indivíduos de 30-50 anos de idade (CAPODAGLIO, 2002). Outro método

muito utilizado é o da escala de 10 pontos ou Escala de Borg (CR-10). Na

versão mais simples desta escala, são utilizados os números de 0 a 10, na

qual a classificação de 0 é associada a nenhum esforço (descanso), e a

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classificação de 10 é associado com esforço máximo (CAPODAGLIO, 2002;

ESTON, 2012; MORISHITA et al., 2013).

Os dados da escala de percepção subjetiva de esforço são

verbalmente ancorados a partir de uma intensidade de exercício mínima até

uma intensidade máxima, e os valores reportados na escala (de mínima a

máxima) são igualmente percebidos entre os indivíduos ((BORG e KAIJSER,

2006; BORG e BORG, 2001). Isso é possível porque a escala de percepção

subjetiva de esforço foi criada através do uso de técnicas de estatisticas, as

quais permitiram o desenvolvimento de níveis verbalmente ancorados na

escala de maneira intervalar. Desta forma, os números ancorados por

expressões verbais e colocados na escala de acordo com o seu significado

quantitativo, fornece descrições de percepções de esforço, as quais fornecem

relação entre os estimulos físicos e a sua magnitude percebida e, ainda,

permite uma redução das diferenças inter-individuais que podem estar

presentes em estudos em que a intensidade é definido em relação às

capacidades físicas (BORG, 1990, 1982; CAPODAGLIO, 2002; PARFITT,

EVANS e ESTON, 2012)

Estudos mostram que independentemente de qual for a faixa etária, o

uso da percepção de esforço no desporto, no exercício e na reabilitação

encontra uma forte relação linear com a intensidade do exercício, tais como ,

velocidade, potência (BORG, 1982; ESTON, 2012; THIGGERMANN , 2010).

Um estudo examinou a precisão da escala de percepção de esforço para

regular a intensidade do exercício em um grupo de mulheres na pós-

menopausa (Dunbar, 2004). Para isso foi executado um teste de esforço

progressivo máximo e obteve-se a percepção de esforço equivalente a 40%

do consumo máximo de oxigênio. Esta percepção de esforço foi utilizada

para regular a intensidade de 40% do VO2 máximo durante as quatro

primeiras semanas de um programa de treinamento. Como resultado a

intensidade média produzida não diferiu do alvo, logo as mulheres idosas

conseguiram regular o exercício com precisão nessa intensidade (Dunbar,

2004). Especificamente com idosos, foi realizado um estudo com objetivo de

controlar a intensidade do esforço físico, a partir de um programa de

treinamento, por meio da percepção subjetiva de esforço ao longo e ao final

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de cada sessão de treino em mulheres idosas (ASSUMPÇÃO, 2008). As

voluntárias participaram de um programa de treinamento periodizado

constante de 24 sessões de treinamento, as quais foram divididas em três

níveis (leve, moderado e pesado). Usou-se a escala de BORG 6-20 para

determinar intensidade de treino. Como resultado no nível leve os valores da

escala de percepção de esforço variaram entre 12 e 13, o que reflete um

exercício moderadamente leve à um pouco pesado, enquanto no nível

moderado os valores foram estabelecidos em 13, considerados como um

pouco pesado, e no nível pesado variaram de 14 acima o que é considerado

moderadamente pesado. Assim a utilização da escala de Borg para o

controle da intensidade do esforço pode auxiliar na periodização e no

princípio da intensidade progressiva de esforço (ASSUMPÇÃO, 2008)

A percepção de esforço apresenta alta relação com parâmetros

fisiológicos, como frequência cardíaca, ventilação, consumo de oxigênio,

lactato sanguíneo (BORG, 1982; ESTON, 2012). E muitos estudos foram

realizados para fazer tal relação. Um estudo de revisão mostrou que a

percepção de esforço em pessoas de meia idade e idosas reportou uma boa

linearidade e significativa correlação entre frequência cardíaca e a percepção

de esforço e mostrou ainda que a percepção de esforço é fortemente

associada com o consumo de oxigênio em idosos (GROSLAMBERT , 2006).

Além desses parâmetros fisiológicos pode-se citar um estudo realizado com

mulheres idosas que sofreram uma avaliação de esforço máximo em esteira

em um protocolo de rampa, no qual foi realizado uma análise

ergoespirométrica, eletrocardiográfica e utilização da escala de percepção de

esforço. Nas idosas que perceberam, associaram e relataram as alterações

no esforço, a percepção de esforço de 10 coincidiu com o limiar anaeróbio e

a percepção de esforço 13 e 14 coincidem com o ponto de compensação

respiratória (VIEIRA, 2014).

Um estudo realizado com idosos mostrou que a utilização da

percepção de esforço em testes submáximos para membros inferiores e

superiores pode ser uma ferramenta interessante para distinguir o nível de

capacidade funcional de idosos. Nesse estudo idosos deveriam responder a

escala de Katz, representando as atividades básicas da vida diária, e a de

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Broady e Lawton, representando as instrumentais. Também foi realizado um

teste submáximo em esteira ergométrica em velocidade de 4 km/h durante

cinco minutos e um outro teste de flexão bilateral de cotovelos durante um

minuto com o tempo de execução das repetições sendo controlado por um

metronômo. Ao final de cada teste submáximo o participante deveria reportar

a sua pecepção de esforço (SOUZA, 2014). Como resultado esses dados de

percepção de esforço foram correlacionados com os dados da escala e

forneceu a informação de que a capacidade funcional pode ser distinguida

pela percepção de esforço. Porém, neste estudo, verificou-se que para a

utilização da percepção de esforço para avaliar capacidade funcional há

necessidade de realizar familiarização com a escala de Borg.

3.5 Percepção subjetiva de esforço: modelo estimativa e

produção

A percepção de esforço pode se dar por dois procedimentos o de

estimativa e o de produção. Comumente a percepção de esforço é usada

como variável dependente através do qual o indivíduo dá uma estimativa

subjetiva da intensidade de esforço que está realizando, ou seja no

procedimento de estimativa o índividuo normalmente relata a percepção de

esforço durante cada estágio de um teste de exercício progressivo

(COQUART, 2014; ESTON, 1997; FAUKNER, 2008; KANG, 2009). Outra

estratégia de utilização da percepção de esforço é manipulá-la como uma

variável independente para regular a intensidade do exercício (ESTON,1997).

Esse modo de utilização da percepção de esforço é chamado de modo de

produção, no qual o indivíduo auto-regula a intensidade do exercício com um

valor de esforço percebido conforme a escala de percepção de esforço

(ESTON,1997; FAUKNER, 2008; MORRIS., 2009).

Essa maneira de utilização da percepção de esforço pelo modelo de

produção foi utilizado em estudo com pacientes cardíacos que utilizavam

beta-bloqueadores para estimar o consumo máximo de oxigênio. Nesse

estudo os pacientes foram divididos em grupo controle e um grupo que

tinham fatores de risco para doença cardiovascular, mas não estavam

tomando algum tipo de droga, e um grupo tratamento que faziam uso de

atenolol (beta-bloqueador). Todos os pacientes realizaram dois testes

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submáximos em bicicleta ergométrica. No primeiro teste de avaliação a

percepção de esforço foi relatada por cada aumento no ritmo de trabalho

(modo estimativa) e no teste 2 o índividuo regulou o ritmo de trabalho de

acordo com a sua percepção de esforço de quatro pontos predeterminados

na escala de percepção de esforço 9, 13, 15,e 17 (modo produção). Em

ambos os testes, as correlações individuais entre a PSE, freqüência cardíaca,

e carga de trabalho variou conforme intensidade de exercício. Quando a

intensidade do exercício em cada PSE foi expressa em relação a potência

máxima não houve diferenças entre os grupos de tratamento e controle. Logo

os resultados deste estudo confirmaram a forte relação positiva entre PSE,

freqüência cardíaca e ritmo de trabalho em ambos os grupos de pacientes

tanto pelo modelo de estimativa quanto produção (ESTON, 1997). Outro

estudo mostrou que homens de 33 a 65 anos de idade foram capazes de

discriminar com precisão a execução de três intensidades de exercício, em

percepção de esforço de 11, 13 e 15 u.a.. Os resultados mostraram

significativas diferenças nos níveis de frequência cardíaca, lactato sanguíneo

e velocidade, nos três níveis de percepção de esforço, assim confirmando a

utilização da percepção de esforço como um meio de regular a intensidade

do exercício (CECI e HASSMÉN, 1991).

O modelo de produção é uma técnica mais fácil para o sujeito do que

o exercício de monitoramento ou recuperação da freqüência cardíaca

(ESTON e WilILIAMS, 1988). Além desse método permitir a aplicação da

percepção de esforço para regular intensidade de exercício em ambientes

não clínicos, ele também permite um nível de autonomia no qual o

participante dita o ritmo, a intensidade e os incrementos na intensidade

durante o esforço (MORRIS,2009; COQUART,2014).

É reconhecido que o exercicios pode ser influenciado por fatores

como os processos motivacionais (PARFIT, 2012). Um método de regulação

de intensidade de exercício que tem o potencial para apoiar a motivação, é o

uso de esforço percebido no modo de produção, isso porque nesse modo

está presente a autonomia, a qual é uma necessidade psicológica que apoia

a motivação intrinseca, e essa se refere a fazer algo porque é interessante

ou agradável (PARFITT, 2012; RYAN e DECI, 2000). Tal afirmação já havia

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sido comprovada com um estudo realizado pela própria Parfit, o qual teve

como objetivo examinar o afeto psicológico em diferentes valores de PSE, em

mulheres que eram muito ativas e pouco ativas (PARFITT, 1996). Nesse

estudo as mulheres realizaram três sessões de exercício em bicicleta

estacionária para PSE de 9, 13 e 17, medindo o consumo de oxigênio

continuamente e sendo solicitado ao participante relatar seu afeto psicológico

nos últimos 20 segundos do exercício e nos 5 minutos após o término do

esforço. Como resultado obteve-se que uma intensidade de exercício

correspondente a PSE 13 foi equivalente a 58% do VO2máx, valor que é acima

do primeiro limiar (50% VO2max) e é necessário para melhorar consumo

máximo de oxigênio em adultos saudáveis normais (PARFITT, 1996). Em

relação ao sentimento afetivo, tanto as mulheres muito ativas quanto as

pouco ativas sentiram-se bem com o exercício na PSE de 9 e 13 (a.u). No

entanto, em PSE de 17 (a.u) as mulheres pouco ativas sentiram-se

significativamente piores afetivamente quando comparadas a PSE 9 e 13.

Isso indica que para individuos pouco ativos uma recomendação de exercício

seria trabalhar em PSE 13, para que não se tenha uma experiência de

sentimentos negativos (PARFITT, 1996). Em um estudo de revisão, foi

reportado que a percepção de esforço não pode ser apenas descrita em

termos de parametros fisiológicos, mas que os fatores motivacionais

desempenham um papel importante na determinação da capacidade de um

indivíduo para o trabalho físico, visto que as variáveis fisiológicas são

capazes de explicar apenas 67% da variação da percepção de esforço e que

fatores emocionais tais como motivação, depressão, ansiedade, raiva ou

alegria, também podem influenciar as avaliações de percepção esforço

(CAPODAGLIO, 2002).

O processo de auto-regulação do exercício se refere o quão bem os

indivíduos são capazes de ajustar a intensidade de qualquer modalidade de

exercício, a fim de chegar a um nível que faça-se adequado ao seu estado de

saúde, aptidão, ou qualquer outro fator limitante (CECI e HASSMÉN, 1991).

Isso torna o modelo de produção uma ferramenta mais segura, visto que não

depende das suposições do profissional de saúde em relação ao nível de

condicionamento físico ou estado de saúde do índividuo avaliado (ESTON,

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1988; MYLES, 1986). Um sujeito que recebe instruções para trabalhar em

uma PSE específica vai controlar a intensidade de exercício conforme a

melhora ou piora do seu nível de condicionamento físico (MYLES e

MACLEAN, 1986). O protocolo de produção também é mais seguro quando

utilizado num ambiente de laboratório para monitorar o progresso no

treinamento ou reabilitação. Com o protocolo de estimativa, o investigador

poderia facilmente selecionar uma potência que exceda a intensidade de

exercício, ou uma prescrição em que este não consegue realizar (MYLES e

MACLEAN, 1986). Também sabe-se que a perda de independência vem

sendo associada a certas condições clínicas, como artrite reumatóide,

diabetes , fratura, câncer, doença de coração, obesidade, e acidente vascular

encefálico (OSTIR, 1998). Desta forma, a utilização desse método para

pessoas com doenças cardíacas, pulmonares, crônicas, ou com problemas

de mobilidade, é de grande interesse, pois oferece condições confiaveis e

seguras de treinamento, além de ser um método prático e de grande ajuda

durante o treinamento diário de pessoas saudáveis (CECI e HASSMÉN,

1991)

O estudo realizado por Souza 2014, utilizou-se se uma curva ROC

(Receiver Operating Characteristic) para verificar o valor de corte da

percepção subjetiva de esforço que indicasse o indivíduo com independência

ou dependência funcional. Os idosos com uma ou mais dependência

funcional no Index Katz, ou dependência parcial ou total na escala de Broady

e Lawton, passaram a ser considerados dependentes funcionalmente. Como

resultado obteve-se o vaor de 13 u.a. na escala de Borg como ponto de corte

para identificar algum grau de dependência funcional (SOUZA, 2014). Esse

estudo foi realizado pelo modo de estimativa, no qual a intensidade era fixa

para todos os participantes, e como metade da amostra que realizou o estudo

foi considerada independente funcionalmente e a outra metade apresentava

dependência no máximo em duas tarefas, todos os participantes

conseguiram realizar os testes exigidos pelo estudo. Porém acredita-se que

se a amostra fosse composta por índividuos com limitações funcionais mis

graves, esses não conseguiriam realizar os testes solicitados pelo estudo, o

que o limitaria a avaliar uma quantidade restrita de idosos.

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Portanto é de interesse a elaboração de um instrumento que avalie

indiretamente a capacidade funcional, de modo que seja seguro e confiável,

que não dependa da percepção da pessoa em relação a si próprio, que

ocorra de maneira submáxima e que ainda consiga abranger uma grande

população com ou sem dependência funcional.

4. METODOLOGIA:

4.1 Participantes:

A amostra foi aleatoriamente selecionada por idosos residentes na

cidade de Ponta Grossa, porém não foi realizado cálculo amostral. A seleção

ocorreu através de cartazes espalhados em academias da cidade, unidades

de saúde, igrejas e em entidades de ensino superior que trabalhavam com

idosos da comunidade. Após o primeiro contato, 59 idosos foram

selecionados para o estudo. O único critério de exclusão foi idosos que

apresentaram escore inferior ao necessário, conforme a sua escolaridade, no

Mini Exame de Estado Mental (n=0). Entretanto, duas idosas desistiram de

participar do estudo após a segunda visita (n=2). Sendo assim, a amostra foi

composta por 57 idosos acima de 60 anos e de ambos os sexos, sendo 38 do

sexo feminino (idade= 66,9 ± 6,6 anos, estatura = 158 ± 6,8 cm , massa

corporal = 70,7 ± 9,8 kg ) e 19 do sexo masculino (idade= 68,4 ± 5,8 anos,

estatura = 166 ± 7,3 cm , massa corporal = 82,4 ± 12,9 kg ). Todos os

procedimentos foram aprovados conforme o parecer sob número 1.163.131.

A inclusão dos participantes no estudo se deu após a assinatura do termo de

consentimento livre e esclarecido

4.2 Desenho Experimental:

As avaliações foram realizadas em cinco dias diferentes, com intervalo

de 2 à7 dias entre cada um desses dias. No primeiro dia de avaliação foi

realizado a antropometria, o Mini Exame de Estado Mental, o teste funcional

"timed up and go" e a familiarização com a escala de Borg pelo modelo de

estimativa, em testes incrementais na esteira para membros inferiores e de

flexão bilateral de cotovelos para membros superiores. No segundo dia de

avaliação ocorreu o teste de flexão bilateral de cotovelos e de esteira de

forma incremental, utilizando a escala de Borg no modelo de produção,

sendo que no intervalo entre os testes foi aplicada a escala de KATZ. O

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terceiro dia foi semelhante ao segundo, porém entre os testes foi aplicada a

escala de Broady e Lawton. No quarto dia os participantes executaram o

teste em esteira, utilziando a escala de Borg no modelo de produção, com

cargas constantes na esteira e na flexão bilateral de cotovelos, realizando um

intervalo de descanso de 5 a 10 minutos entre os dois testes. O quinto dia foi

similar ao quarto dia para se testar a reprodutibilidade das medidas de

percepção de esforço. A sequência dos testes no 4º e 5º dias foram

realizados de forma aleatória entre os participantes. Cada idoso tinha um

tempo máximo de 5 semanas para a realização de todos os testes

Figura 4: Desenho experimental do estudo. MEEM: Mini Exame de estado Mental; TUG: Time-up-go; TMS: teste para Membro Superior; TMI: Teste para Membro Inferior; KATZ: Escala de Katz; LAWTON: Escala de Broady-Lawton. O tempo de intervalo entre um teste e outro foi de 5 à 10 minutos ou o tempo referente a aplicação das escalas.

4.3 Medidas antropométricas

A estatura foi mensurada em centímetros com uma fita

métrica posicionada na parede, onde o idoso ficou na posição ereta,

descalço, de costas para o instrumento de medida e com a cabeça

no plano horizontal de Frankfurt. Uma balança digital (WISO, W950)

foi utilizada para medir a massa corporal do participante

1º dia teste incremental modelo estimativa

Antropometria

MEEM

TUG

TMS

Intervalo

TMI

2º dia teste incremental modelo produção

TMS

KATZ

TMI

3º dia teste incremental modelo produção

TMI

LAWTON

TMS

4º dia teste carga constante modelo produção

TMS

Intervalo

TMI

5º dia re-teste

TMI

Intervalo

TMS

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4.4 Escalas

Os idosos foram instruídos sobre como responder cada uma das

escalas, as quais foram realizadas em forma de entrevista.

4.4.1 Mini exame de estado mental - (ANEXO I)

Para mapear comprometimento cognitivo o Mini-Exame do Estado

Mental (MEEM) é a escala mais utilizada, tanto em pesquisas como na

prática clínica (SANTOS , 2011). Ele é dividido em duas seções, a primeira

requer apenas respostas vocais e abrange orientação, memória e atenção; a

pontuação máxima é de 21. A segunda parte da escala avalia a capacidade

para seguir comandos verbais e escritos, para escrever uma frase de forma

espontânea, e copiar um polígono complexo semelhante a uma figura

Bender-Gestalt; nessa parte a pontuação máxima é 9 (FOLSTEIN,1975). O

escore do MEEM pode variar de 0 pontos, o qual indica o maior grau de

comprometimento cognitivo, até um total máximo de 30 pontos, o qual,

corresponde a melhor capacidade cognitiva (BRUCKI et al., 2003). O ponto

de corte se dá pela escolaridade, sendo que para o presente estudo foram

considerados os seguintes pontos de corte: 20 pontos para analfabetos, 25

pontos para idosos com um à quatro anos de estudo, 26 pontos para idosos

com cinco à oito anos de estudo, 28 pontos para aqueles com 9 à 11 anos de

estudo e 29 pontos para aqueles com mais de 11 anos de estudo (BRUCKI et

al., 2003). O participante que não atingiu a pontuação necessária para o seu

grau de escolaridade foi excluído do estudo, para evitar problemas de

interpretação da escala de percepção subjetiva de esforço.

4.4.2 Escala de Katz - (ANEXO II)

Para essa escala o idoso deveriar responder se era capaz ou incapaz

de realizar atividades básicas da vida diária como banhar-se, vestir-se, ir ao

banheiro, transferir-se e se possui controle sobre sua continência e

alimentação (DUARTE,2007). A cada resposta positiva, foi considerado 1

ponto. A classificação de 0, 1, 2, 3, 4, 5 ou 6 refletia o número de áreas de

dependência do participante da pesquisa. A classificação se deu de maneira

que 6 representava que o participante era independente em todas as

funções; 5 representava dependência em uma função; 4 representava a

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dependência em duas funções; 3 representava a dependência em três

funções; 2 representava a dependência em quatro funções; 1 representava a

dependência em cinco funções e, por fim, 0 representava a dependência

total. Portanto, os resultados indicaram o grau de dependência funcional do

idoso (DUARTE, 2007).

4.4.3 Escala de Broady e Lawton - (ANEXO III)

Para responder essa escala o idoso precisou informar se é ou não

capaz de realizar as suas AIVD. A escala é composta por itens, nos quais o

idoso indicou se era capaz de realizar algumas atividades como preparar

suas refeições por conta própria, realizar tarefas de casa, chegar a locais nos

quais é necessário caminhar por longas distâncias, manusear o dinheiro e

usar o telefone (DRUMMOND, 2013; LAWTON, 1969; SANTOS, 2008). Cada

questão apresentou três opções: independência, dependência parcial e

dependência total, respectivamente. A pontuação, em cada atividade, foi de 3

pontos para a independência, 2 pontos para dependência parcial e 1 ponto

para dependência total. A pontuação final se deu pela soma dos pontos de

todas as questões, gerando uma classificação do indivíduo em dependente

total (≤ 5 pontos), parcialmente dependente (> 5 < 21 pontos) e independente

(= 21 pontos).

4.5. Teste Timed Up and Go:

Esse teste consistiu em levantar-se de uma cadeira, sem ajuda dos

braços, andar a uma distância de três metros e retornar. A medida de três

metros foi dada a partir das pernas dianteiras da cadeira, onde foi realizado

uma marca no chão, para que o participante executasse a volta. No início do

teste, o participante encontrava-se com o dorso apoiado no encosto da

cadeira e ao final deveria novamente encostar suas costas na cadeira. O

voluntário recebeu um sinal de “vai” para realizar o teste e o tempo foi

cronometrado a partir da voz de comando até o momento em que ele apoiou

novamente o dorso no encosto da cadeira. O teste foi realizado uma vez para

familiarização e uma segunda vez para tomada do tempo (PODSIADLO e

RICHARDSON, 1991). Ao final do teste também foi solicitado a percepção de

esforço. Esse teste foi realizado para relacioná-lo com os resultados obtidos

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nas escalas Katz e Broady e Lawton e com a velocidade e carga levantada

nos testes de produção de carga constante.

4.6. Percepção subjetiva de esforço:

Para informar a intensidade do esforço exigido em todas as tarefas os

avaliados utilizaram a escala de Borg com pontuação de 6-20 (BORG,1982).

Para que esses pudessem compreender o uso da escala em ambos os

modelos de utilização da percepção de esforço (estimativa e produção), as

seguintes instruções foram lidas antes de cada dia de avaliação:

"Durante o exercício queremos avaliar a sua percepção de esforço, ou

seja, quão difícil, pesado e árduo você sente o exercício. A percepção de

esforço depende de quão difícil está para você se exercitar com suas pernas

ou braços, quão difícil está para respirar, é a sua sensação geral de cansaço

para o exercício. Ela não depende de dor muscular, ou seja, a dor e

sensação de queimação em seus músculos de pernas ou braços. Olhe para

esta escala de classificação; queremos usar esta escala de 6 a 20, onde 6

significa "nenhum esforço, praticamente em repouso" e 20 significa " esforço

máximo ". Nove corresponde ao exercício "muito leve". Para uma pessoa

normal e saudável é como caminhar lentamente em seu próprio ritmo por

alguns minutos. Treze na escala é exercício de "ligeiramente cansativo", mas

que ainda se sente bem para continuar. Dezessete na escala ("muito

cansativo") é um exercício muito vigoroso. Uma pessoa saudável pode ainda

realizar, mas ele realmente tem que esforçar-se. Você se sente muito pesado

e muito cansado. Dezenove na escala é exercício "exaustivo". Para a maioria

das pessoas este é o exercício mais intenso que já experimentou. Tente

avaliar suas sensações de esforço tão honesta quanto possível, sem pensar

sobre a carga de trabalho (por exemplo, frequência cardíaca, velocidade,

potência, nível de intensidade da máquina de exercício). Não subestime a

sua percepção de esforço. É sua própria sensação de esforço que é

importante, não como ela se compara a outras pessoas. O que as pessoas

pensam não é importante."(SOUZA,2014). Ao final o avaliado foi questionado

se permanecia alguma dúvida, e em caso positivo essa era sanada.

No dia dos testes a escala estava disposta na sala de avaliação em

forma de banner. Utilizando o modelo de estimativa, o idoso foi convidado a

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olhar atentamente para a numeração da escala e suas verbais, em seguida,

deveria informar um número que reportasse a sua percepção de esforço ao

final de cada estágio do teste. Entretanto, no dia em que o teste foi realizado

pelo modelo de produção, foi solicitado ao idoso que selecionasse a

intensidade de exercício correspondente a um escore específico da escala.

Foi permitido um tempo de aproximadamente 30s para que o idoso ajustasse

a intensidade até chegar ao escore na escala de Borg que ele percebia como

adequada. Foi permitido que o idoso aumentasse ou diminuisse a intensidade

de exercício, para que dessa maneira mantivesse o mesmo valor de

percepção de esforço solicitado inicialmente.

4.7. Teste incremental utilizando a escala de percepção de

esforço no modelo de estimativa.

Para a utilização da Escala de Percepção de esforço há necessidade

do idoso ter pelo menos um dia de familiarização (SOUZA,2014). Devido a

isso, utilizou-se a escala de percepção de esforço pelo modelo de estimativa

no teste incrementai, para que ocorresse a familiarização com a escala. No

teste em esteira, pelo modelo de estimativa de forma incremental, o idoso

caminhou em três velocidades diferentes (2km/h, 3km/h e 4km/h),

permanecendo por dois minutos em cada velocidade. Ao final de cada

estágio o avaliado informou a sua percepção de esforço. Caso o idoso

apresentasse alguma limitação que não o permitiria iniciar o teste em uma

velocidade de 2km/h, o avaliador reduziria essa velocidade até que ela se

tornasse adequada para o idoso iniciar o teste. A velocidade dos estágios

seguintes ocorreram sempre na mesma proporção, aumentando 0,5km/h ou

1km/h, conforme o condicionamento do idoso. Houve um intervalo de 5 a 10

minutos entre o teste em esteira e o teste de flexão bilateral de cotovelos.

Para o teste de flexão bilateral de cotovelos para membros superiores

o idoso sentou em uma cadeira com a coluna ereta segurando os halteres

nas mãos e os braços estendidos (SOUZA,2014). A velocidade de execução

foi controlada através de um metrônomo como aplicativo Android de celular

(Metronome Beats) durante 1 minuto, sendo que a duração tanto da fase

excêntrica quanto a concêntrica apresentou duração de 1 segundo cada,

totalizando uma sequência de 30 repetições. Ao sinal do avaliador o idoso

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realizou os movimentos acompanhando o ritmo ditado pelo metrônomo,

iniciando o teste com a carga de 1kg em cada mão. O teste foi realizado três

vezes, porém em cada uma das vezes ocorreu um incremento de carga de

1kg, o que fez o idoso finalizar o teste com 3 kg. Entre cada incremento, foi

permitido um intervalo de um a dois minutos

4.8. Testes incrementais utilizando a escala de percepção de

esforço no modelo de produção

No teste realizado de maneira incremental o idoso aqueceu na

velocidade entre 0.5 e 2km/h por dois minutos. Em seguida o idoso deveria

auto selecionar as velocidade com intensidade correspondente a 9 u.a., 11

u.a. e 13 u.a. Em cada intensidade o idoso deveria permanecer por dois

minutos e ao final de cada estágio era anotado a velocidade auto-

selecionada. Para a auto-seleção da intensidade foi permitido ao idoso o total

acesso ao controle de aumento ou de diminuição da velocidade da esteira,

porém o visor da mesma foi vedado de maneira que o idoso não conseguisse

visualizar as informações de velocidade. Era permitido ao idoso um tempo de

30 segundos para regular a velocidade, e caso esse sentisse a necessidade

de aumentá-la ou diminuí-la durante o teste poderia fazê-la. A cada 45

segundos o idoso era questionado se a intensidade de esforço representava

a solicitada inicialmente. Ao final do teste o idoso reduziu a velocidade até

parar totalmente a esteira. Ocorreu um intervalo de 5 minutos entre o teste

em esteira e o de flexão bilateral de cotovelos pelo modelo de produção

No teste de flexão bilateral de cotovelos pelo modelo de produção,

realizado de maneira incremental, o idoso foi convidado a carregar as anilhas

para reconhecer a carga de cada uma. Essas apresentavam um valor de 1kg

a 9 kg, porém esses valores foram omitidos aos participantes. Após isso o

participante auto-selecionou uma carga com intensidade correspondente a

percepção de esforço sde 9 u.a, 11 u.a e de 13 u.a na escala de Borg. Para

saber se a carga selecionada é a adequada o idoso poderia realizar 20s de

flexão bilateral de cotovelos com a carga selecionada. Caso a carga auto-

selecionada fosse muito leve ou muito pesada essa poderia ser alterada

trocando as anilhas ou combinando-as, para que assim o participante

encontrasse o valor relativo a uma percepção de esforço solicitada. Após a

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certeza da escolha da carga o idoso descansou por 1 minuto e, em seguida,

iniciou o teste. O teste consistiu em o idoso permanecer sentado com as

costas apoiadas no encosto da cadeira e os braços estendido ao longo do

tronco, ao sinal, esse realizou o movimento de flexão bilateral de cotovelos

por um minuto em um ritmo controlado pelo metrônomo. Entre cada

percepção de esforço solicitada ocorreu um intervalo de descanso de 1

minuto. Ao final do teste a carga levantada em cada percepção de esforço foi

anotada. Os valores de 9,11 e 13u.a. de percepção de esforço, foram

selecionados por apresentarem as âncoras verbais na escala, o que facilita a

compreensão da intensidade a ser trabalhada.

4.9. Testes constantes utilizando a escala de percepção de

esforço no modelo de produção

Os testes com cargas constantes pelo modelo de produção ocorreram

para avaliar a reprodutibilidade entre das medidas em esteira e de flexão

bilateral de cotovelos. Além disso os dados obtidos de velocidade e de carga

levantada foram utilizados para correlacionr com os escores das escalas de

atividades básicas e instrumentais da vida diária, e com o teste Time-up-go.

No início do teste de caminhada em esteira, o avaliador informou ao idoso

que esse deveria trabalhar em uma intensidade de esforço igual a 13 u.a.

durante o teste. Tal intensidade foi escolhida devido a estudos terem

demonstrado que a auto seleção dessa intensidade ancorada em 13 u.a na

percepção de esforço pode melhorar a sua saúde cardiovascular e aptidão

física em pessoas sedentárias, ja que essa intensidade equivale em torno de

50% -70% do consumo de oxigênio, além disso pode além de ser

considerada uma intensidade "agradável" para a prática de exercício

(PARFITT, EVANS e ESTON, 2012). O idoso subiu na esteira, aqueceu por

dois minutos em uma velocidade de 2km/h, ou em uma velocidade menor,

caso o idoso percebesse que não era apto para tal velocidade. Em seguida,

o idoso regulou a velocidade conforme a percepção de esforço e se manteve

no teste por três minutos. Semelhante ao teste de carga incremental o idoso

controlava a velocidade da esteira, sem ter acesso ao visor da mesma. A

cada 45 segundos o idoso era questionado se a intensidade de esforço

permanecia na solicitada inicialmente. Ao final do teste o avaliador anotou a

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velocidade em que o idoso realizou a caminhada. Foi permitido o tempo de

um minuto para participante regular a velocidade indicada pelo avaliador.

Caso o avaliado sentisse necessidade de alterar a velocidade, para maior ou

menor velocidade durante o teste, de forma a manter a percepção de esforço

de 13 u.a., esse poderia ser realizada.

No teste de flexão bilateral de cotovelos com carga constante pelo

modelo de produção o idoso foi orientado a se posicionar da mesma maneira

que realizou os testes no modelo de estimativa e produção incremental. O

avaliador indicou ao avaliado uma percepção de esforço de 13 u.a e esse

selecionou a carga mais adequada para realizar o teste, o qual também foi

controlado pelo metrônomo durante um minuto. Semelhante ao teste

incremental o idoso não conhecia a carga de cada anilha. Nesse modelo

também foi permitido um tempo de 20 segundos para o idoso se adequar a

seleção da carga para a realização do teste. Em seguida o idoso descansou

por 1 minuto para que assim se iniciasse o teste de flexão bilateral de

cotovelos. Ao final do teste foi anotado a carga levantada.

4.10. Análise Estatística

Para caracterização da amostra em relação a capacidade dos idosos

para realizar as atividades básicas e instrumentais da vida diária, foi realizado

um histograma com uma distribuição de frequências.

Inicialmente, para caracterizar a amostra, foi realizado uma análise

descritiva das variáveis antropométricas, Mini Exame de Estado Mental,

atividades básicas da vida diária e atividades instrumentais da vida diária.

Foram realizadas correlações de Spearman (rs) da velocidade obtida

no teste de caminhada em esteira e da carga obtida no teste de flexão

bilateral de cotovelos (nos testes de cargas constantes pelo modelo de

produção) com as atividades básicas da vida diária, com as atividades

instrumentais da vida diária. A correlação de Spearman foi realizada também

com os resultado do desempenho no teste Time-Up-Go com as atividades

básicas e instrumentais da vida diária.

Foram realizadas correlações de Pearson (r) da velocidade obtida no

teste de caminhada em esteira e da carga obtida no teste de flexão bilateral

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de cotovelos (nos testes de cargas constantes pelo modelo de produção)

com o desempenho no Teste Timed-Up-Go.

Após verificação da não-normalidade dos dados através do teste de

Shapiro-Wilk, as intensidades nos testes com cargas constantes utilizando o

modelo de produção foram comparadas entre o teste e re-teste através de

test de Wilcoxon. Além disso, a reprodutibilidade das intensidades do

exercício em membros inferiores e superiores utilizando a percepção do

esforço no modelo de produção foi realizada através do coeficiente de

correlação intraclasse (ICC).

Foi realizada a curva ROC (Receiver Operating Characteristic) para

verificar o valor de corte da intensidade do exercício indicando o indivíduo

com independência ou dependência funcional. Para isso os idosos foram

reclassificados em relação às atividades básicas e instrumentais da vida

diária, sendo os idosos com dependência funcional ou independentes

funcionalmente nas escala de Katz e Lawton e Broady. Para todos os

procedimentos estatísticos utilizou-se o Software SPSS (versão 22) e os

dados estão apresentados em média e desvio-padrão. O nível de

significância aceito foi de p<0.05.

5. RESULTADOS

Nas atividades básicas da vida diária, verificou-se que 82% eram

independentes funcionalmente, 9% apresentavam dependência em uma

tarefa 7% apresentavam dependência em duas tarefas e 2% apresentou

dependência em 3 tarefas (Figura 4). Em relação as atividades instrumentais

da vida diária, 53% apresentaram independência e 47% apresentaram uma

dependência parcial. Nessa amostra nenhum participante apresentou

dependência total nas atividades instrumentais da vida diária (Figuras 5). Os

participantes apresentaram uma média de desempenho no Timed-Up-Go de

8,77 ± 2,74 segundos.

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Figura 5: Frequência absoluta de idosos nas diferentes pontuações na escala de Katz. 6: independência total; 5: dependência em uma tarefa; 4: dependência em duas tarefas; 3: dependência em três tarefas; 2: dependência em quatro tarefas; 1: dependência em cinco tarefas; 0: totalmente dependente.

Figura 6: Frequência absoluta de idosos nas diferentes pontuações na escala de Broady e

Lawton. 0-5: dependência total; 6-20: dependência parcial; 21: independência total.

A velocidade do teste de caminhada em esteira com carga constante

apresentou correlação significativa com as atividades básicas da vida diária

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(rs = 0,59; p < 0,001), com as atividades instrumentais da vida diária (rs =

0,64; p < ,01) e com o desempenho no Timed-Up-Go (rs = - 0,68; p < 0,001).

Ainda, verificou-se que os resultados da carga levantada do teste de flexão

bilateral de cotovelos se correlacionaram com as atividades básicas da vida

diária (rs = 0,34; p < 0,001) e com o desempenho no Timed-Up-Go (r = -

0,347; p= 0,008), porém não ocorreu correlação entre a carga levantada e as

atividades instrumentais da vida diária (r = 0,24; p = 0,1) Ainda foi verificado

uma relação entre o desempenho no Time-Up-Go com as atividades básicas

(rs = -0,55; p < 0,001) e as instrumentais da vida diária (rs = -0,48; p < 0,001).

As médias das velocidades de caminhada na esteira com cargas

constantes no modelo de produção não apresentaram diferença significativa

(p >0,05) entre teste (4,4 ± 0,74 km/h) e re-teste (4,5 ± 0,80 km/h). O mesmo

ocorreu para o teste de flexão bilateral de cotovelos em cargas constante no

modelo de produção, nos quais as médias da carga levantada do teste (2 kg

± 0,68) e re-teste (2 kg ± 0,68) não foram diferentes significativamente (p

=1,00). Adicionalmente, os resultados mostraram elevada reprodutibilidade

com os valores da velocidade na esteira (ICC = 0,986; IC95% = 0,976 -

0,992; p<0,001) e flexão bilateral de cotovelos (ICC = 1,0).

A análise da curva ROC demonstrou que, para a velocidade no teste

de carga constante, foi significativa a área sob a curva, em relação as

atividades básicas da vida diária (área = 0,930; IC95% = 0,836 – 1,000;

p<0,05). Foi determinado o ponto de corte na velocidade para identificar a

dependência dos idosos nas atividades básicas da vida diárias através de

uma curva ROC. Utilizou-se 80% de sensibilidade e 10% de especificidade

para a velocidade, o que gerou um ponto de corte de 3,8 km/h para identificar

algum grau de dependência nessas atividades (figura 6). Dados semelhantes

foram observados para a carga levantada no teste de flexão bilateral de

cotovelos com as atividades básicas da vida diária (área = 0,723; IC95% =

0,565-0,882; p<0,05). Para curva ROC realizada com os dados da carga

levantada foi utilizado uma sensibilidade de 90% e especificidade de 50% o

que apresentou um ponto de corte de 2,5kg, para identificar algum grau de

dependência funcional nas atividades básicas da vida diária (Figura 6).

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Figura 7 Curva ROC da velocidade de caminhada em esteira e da carga no teste de flexão bilateral de cotovelos realizados na intensidade com percepção de esforço e. 13 u.a. e as atividades basicas da vida diária.

A curva ROC realizada entre a velocidade e as atividades

instrumentais da vida diária apresentou uma área abaixo da curva

significativa (área = 0,859; IC95% = 0,753 – 0,966; p<0,05) Para a

determinação do seu ponto de corte de velocidade para identificar alguma

dependência utilizou-se de 80% de sensibilidade e 10% de especificidade,

apresentando como resultado uma velocidade de 4,3km/h (figura 7).

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Figura 8 Curva ROC de pontos de corte da velocidade em testes de carga constante em

PSE de 13 u.a. e as atividades instrumentais da vida diária.

A análise da curva ROC ainda mostrou que foi significativa a área sob

a curva em relação ao tempo no teste Time-Up-Go e as atividades básicas da

vida diária (área = 0,913; IC95% = 0,816 – 1,000; p< 0,05) e com as

atividades instrumentais da vida diária (área = 0,758; IC95% = 0,631– 0,885;

p< 0,05). A curva ROC realizada entre o tempo do teste Timed-Up-Go e as

atividades básicas da vida diária foi obtida com uma sensibilidade de 80% e

especificidade de 10%, gerando um ponto de corte de 9,5 segundos (figura

8). Para as atividades instrumentais da vida diária a sensibilidade também foi

de 80%, porém a especificidade alterou para 40%, apresentando um ponto

de corte de 7,9 segundos (figura 9).

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Figura 9 Curva ROC de pontos de corte do tempo no teste Timed Up Go e as atividades

básicas da vida diária.

Figura 10 Curva ROC de pontos de corte do tempo no teste Timed Up Go e as atividades

instrumentais da vida diária.

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6. DISCUSSÃO

Este estudo apresentou como objetivo verificar se a intensidade

regulada pela percepção de esforço no modelo de produção, em exercícios

para membros inferiores e superiores com cargas constantes, pode ser

utilizada para diferençar a capacidade funcional de idosos. À partir dos

resultados pode-se observar que a velocidade auto-selecionada com carga

constante foi capaz de diferençar os idosos nas atividades básicas e

instrumentais da vida diária. Entretanto, a carga auto-selecionada no teste de

flexão de cotovelos é capaz de diferençar as atividades básicas da vida diária

em idosos, mas não as instrumentais.

O baixo desempenho no Timed- Up-Go tem sido associada a pouca

força muscular, com o precário equilíbrio, com a velocidade de marcha lenta

e com prejuízos para as atividades básicas e instrumentais de vida diária

(SCHOENE et al., 2013). Os resultados do desempenho no TUG foram

inversamente relacionados com a ABVD e AIVD, mostrando que quanto

menor o tempo gasto na realização do teste maior o nível de independência

funcional. Resultados semelhantes ocorreram entre o desempenho no TUG e

a velocidade auto-selecionada na esteira, mostrando que quanto menor o

tempo gasto para a realização do teste maior é a velocidade auto-

seleciodada pelo idoso. Quando se correlaciona o tempo de desempenho no

teste TUG com desempenho nas atividades da vida diária, esse pode ser

considerado um bom indicador de capacidade funcional (PODSIADLO e

RICHARDSON, 1991). A baixa velocidade de caminhada parece ser um

marcador para a limitação fisiológica geral, pois o caminhar exige controle de

movimento e o trabalho de múltiplos sistemas, indicando que a redução da

velocidade da caminhada pode representar danos nesses sistemas e isto

está associado a resultados negativos do estado de saúde (ROSANO et al.,

2008; STUDENSKI et al., 2011). Logo a velocidade de caminhada auto-

selecionada pelo idoso quando o avaliador solicitava a PSE de 13 u.a.

apresentou no atual estudo uma correlação com as ABVD e AIVD, o que

corrobora com a afirmação acima, propondo que a velocidade de caminhada

pode ser um indicativo de dependência funcional, visto que os idosos

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independentes funcionalmente nas escalas de atividades da vida diária

apresentavam uma maior velocidade de caminhada auto-selecionada.

Como resultado desse estudo foi verificado carga levantada do teste

de flexão bilateral de cotovelos apresentaram correlação com as atividades

básicas da vida diária e com o desempenho no TUG, mas não com as

atividades instrumentais da vida diária. Acredita-se que isso se deu devido as

cargas serem sempre com aumentos de 1 kg, possibilitando que os idosos

memorizassem o tamanho da anilha e escolhessem sempre o mesmo peso,

assim influenciando o resultado. Ao se realizar uma avaliação com medida

de desempenho físico de membros superiores, essa pode prever a perda de

capacidade funcional (ONDER,2005). Embora o presente estudo não tenha

trabalhado com predição, é possível identificar a ocorrência limitação

funcional em ABVD através da carga levantada em teste de flexão bilateral

de cotovelos com carga constante, mostrando que essa medida de

desempenho pode ser um indicativo de capacidade funcional. As limitações

funcionais podem resultar na perda da funcionalidade nas atividades da vida

diária (LAWRENCE e JETTE, 1996). Sabe-se que a função da parte inferior

do corpo melhor prediz a redução da funcionalidade nas atividades

instrumentais da vida diária do que a função em membros superiores. Isso

porque a função de membros inferiores ja foi significativamente associada

com a idade avançada, com uma menor frequência em caminhar uma milha e

com a presença de patologias muscoloesqueléticas. Entretanto, a função de

membros superiores foi apenas significativamente relacionado com a idade

(LAWRENCE,1996). Logo isso pode justificar os dados que não

apresentaram uma relação com a carga auto-selecionada em teste de flexão

bilateral de cotovelos.

Nesse estudo, observou-se que as correlações entre o teste de carga

constante para membros inferiores e as escalas de ABVD e AIVD foram

maiores que as correlações do TUG com as mesmas atividades. Acredita-se

que isso ocorreu pelo TUG ser dependente do melhor desempenho físico, o

que irá depender do potencial de motivação e consequentemente interferir

nos resultados desse teste fisico (SOUZA,2014). O Potencial de motivação

trata-se do esforço que o individuo está disposto a exercer para ter sucesso

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na tarefa, dessa maneira quanto maior o potencial maior a tolerância ao

exercício (MARCORA, S., 2010). De acordo com a teoria da

autodeterminação, a autonomia no exercício é uma das necessidades

psicológicas necessárias para apoiar o desenvolvimento de um

comportamento motivado, dessa maneira em medidas de desempenho é

improvável o modelo de estimative parta uso da percepção de esforço atenda

esta necessidade de autonomia (PARFITT, EVANS e ESTON, 2012). Logo a

utilização da percepção de esforço pelo modelo de produção em testes de

carga constante pode diminuir a influência desse fator motivacional e fornecer

dados mais representativos da independência ou dependência dos idosos

nas atividades da vida diária.

Outro objetivo do estudo foi verificar se as intensidades auto-

selecionadas de exercícios para membros inferiores e superiores com cargas

constantes, através da percepção de esforço, seriam reprodutíveis. A

reprodutibilidade de um instrumento de medida pode ser considerada como a

quantidade de erro da medida que é considerado aceitável para a utilização

de uma ferramenta (ATKINSON e NEVILL, 1998). Sabendo disso, pode-se

afirmar que a utilização da PSE pelo modelo de produção em testes de carga

constante para membros superiores e inferiores é uma ferramenta que traz

resultados fidedignos, já que não houve diferença significativa entre teste e

re-teste e elevado ICC. Esses dados estão de acordo com outros estudos

realizados utilizando a escala de Borg 6-20, nos quais a intensidade do

exercício era regulada pelo próprio avaliado, conforme a PSE solicitada, em

exercicio de carga constante em adultos jovens (BUCKLEY, ESTON e SIM,

2000; KATSANO e MOFFATT, 2005). Desta forma, verifica-se que a

percepção subjetiva de esforço pelo modelo de produção é uma ferramenta

confiável e reprodutível para idosos.

Para diferençar idosos independentes de seus pares dependentes

funcionalmente nas ABVD e AIVD, com base em questionários de autorrelato

foi realizada a curva ROC da velocidade auto-selecionada, da carga auto-

selecionada e do teste TUG. Para a determinação do ponto de corte optou-se

por uma alta sensibilidade, mostrando a capacidade que o teste teve em

classificar corretamente aqueles idosos que efetivamente eram dependentes

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funcionalmente (verdadeiro positivo), e um baixo valor de especificidade, que

mostrou a capacidade que o mesmo teste tem em detectar os verdadeiros

negativos e conseguir diagnosticar corretamente os indivíduos independentes

funcionalmente.

A curva ROC entre o desempenho no teste TUG e as ABVD e AIVD

obteve um ponto de corte de 9,5 segundos para as ABVD e um ponto de

corte de 7,9 segundos para as AIVD . Esse último valor foi determinado com

uma especificidade de 40%, o que mostra uma grande probabilidade de um

falso positivo. O TUG está correlacionado com mobilidade funcional e

velocidade da marcha (SCHOENE et al., 2013) e isso faz com que o TUG

sirva de instrumento de triagem com uma capacidade discriminativa de

idosos que apresentam indepêndência na vida diária (SCHOENE et al.,

2013). Em amostras que apresentam independência na vida diária o tempo

para a realização do teste TUG variou entre 11 segundos e 13,5 segundos

quando realizado o mais rápido possível (SCHOENE et al., 2013). Esses

valores são superiores aos obtidos nesse estudo e acredita-se que isso

ocorreu devido a mais da metade da amostra ser totalmente independente

nas ABVD e nas AIVD. Entretanto, o ponto de corte, deste estudo, igual ou

inferior a 9,5 segundos nas ABVD ou de 7,9 segundos nas AIVD demonstra

que o TUG, quando utilizado em uma amostra com dependência no máximo

em três tarefas básicas ou com dependência parcial nas AIVD, pode

diferençar idosos independentes de seus pares dependentes.

A curva ROC realizada entre a velocidade de caminhada auto-

selecionada e as escalas de independência nas ABVD e AIVD apresentou

dados significativos para diferençar a presença de limitações nessas

atividades diárias. Sabe-se que a velocidade de caminhada pode prever a

perda de capacidade funcional (ONDER et al., 2005). Isto está de acordo

com o conceito de que a redução progressiva da capacidade funcional é o

resultado de uma tendência decrescente constante em habilidades

funcionais, muitas vezes relacionadas com condições crônicas de saúde, as

quais podem gerar limitações fisiológicas, essas podem levar a limitações

funcionais e, consequentemente perda de capacidade funcional.

Adicionalmente, sabe-se que a PSE apresenta forte relação com as variáveis

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fisiológicas (ESTON e THOMPSON, 1997), logo se a baixa velocidade de

caminhada esta muitas vezes relacionada a condições crônicas de saúde, o

idoso que apresentasse alguma limitação funcional ele tenderia a ter uma

menor velocidade na mesma percepção de esforço de 13 u.a.

Ainda em relação aos resultados dessas curvas ROC, o total de idosos

independentes nas atividades básicas apresentaram uma velocidade de

caminhada auto-selecionda igual ou acima 3,8 km/h (1,05 m/s) e de 4,3 km/h

(1,2 m/s) nas atividades instrumentais. Devido a isso, os idosos que auto

selecionarem uma velocidade abaixo de 1,05 m/s ou 1,2 m/s, possivelmente

têm 80% de chance de terem alguma limitação funcional, e 10% de serem

caracterizados como falso positivo. O ponto de corte clinicamente relevante

para velocidade de marcha habitual em idosos é de 1m/s, com esse

consegue-se prever eventos relacionados à saúde, como um maior risco de

limitações de membros inferiores e superiores, hospitalização e morte

(CESARI et al., 2005). O ponto de corte da velocidade identificada nesse

estudo corrobora com os dados acima e isso demonstra que a PSE utilizada

pelo modelo de produção em teste de membros inferiores com carga

constante pode diferençar idosos independentes de seus pares dependentes

nas ABVD e nas AIVD.

Embora as medidas de desempenho fisico de membros superiores

serem menos consistentes que as de membros inferiores, elas ainda podem

predizer o aparecimento de perda de capacidade de execução em atividades

da vida diária (ONDER et al., 2005). A curva ROC realizada neste estudo

entre a carga auto-selecionada em teste de carga constante e a escala de

Katz apresentou um ponto de corte de 2,5kg, o que mostra uma capacidade

da carga levantada pelo modelo de produção diferençar pessoas com

limitações em ABVD. Todavia esse ponto de corte apresenta uma chance de

50% de identificar um dado falso positivo.

Tanto a percepção subjetiva de esforço pelo modelo de produção em

teste de membros inferiores com carga constante quanto o teste de TUG são

medidas seguras, rápidas, de baixo custo e confiáveis para indicar limitação

em atividades básicas e instrumentais da vida diária e pode ser facilmente

medido no ambiente clínico. Além disso, o seu valor de diferenciação de

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independência nas atividades diárias está relacionada à questionários de

autorrelato, o que torna uma ferramenta válida para identificar pessoas

idosas que apresentem alguma limitação funcional. Isso indica que idosos ao

apresentarem uma velocidade auto-selecionada na esteira ou um tempo de

desempenho no teste de TUG superior ao ponto de corte tem a possibilidade

de apresentar uma maior perda da capacidade funcional. Sabendo disso, o

idoso poderia então ser encaminhado a procurar uma maneira de intervir

nessa perda, na tentativa de evitar maiores limitações e, consequentemente,

a manutenção ou melhora da sua qualidade de vida.

7. CONCLUSÃO

A utilização da velocidade auto-selecionada através da escala de

percepção subjetiva de esforço em teste de carga constante em exercício de

membros inferiores demostrou ser um instrumento capaz de diferençar

idosos independentes de idosos dependentes tanto nas ABVD quanto nas

AIVD. Porém, a carga auto-selecionada em teste de carga constante para

membros superiores, apresentou associação apenas com as ABVD, podendo

gerar uma grande possibilidade de falso positivo

8. LIMITAÇÕES DO ESTUDO

O estudo realizado apresentou limitação quanto ao teste de flexão de

cotovelos. Nesse teste, os idosos acabaram sempre auto selecionando o

mesmo peso. Acredita-se que isso se deu, devido a carga sempre ococrrer

em aumentos de 1 kg, o que poderia ser um grande aumento de carga para o

idoso. Além disso, mesmo com o valor da anilha sendo escondido, o idosos

auto selecionava o peso pelo tamanho da anilha. As sugestões para corrigir

essa limitação seria disponibilizar aumentos de 0,5 kg, utilizar latas do

mesmo tamanho, porém com quantidade de areia diferente dentro desses.

Outra limitação do estudo ocorreu devido ao fato da população ser

constituída principalmente por mulheres (67%), acredita-se que uma amostra

mais homogênea em relação aos sexos pode aumentar a validade interna do

estudo.

9. APLICAÇÔES PRÁTICAS

Considerando que a aplicação de um instrumento de medida pode

ocasionar dificuldades derivadas do número de participantes a serem

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avaliados, do tempo disponível, das condições e da disposição de

equipamentos envolvidos e da perícia do avaliador na sua utilização é

interessante que se faça o uso da velocidade auto selecionada através da

escala de percepção subjetiva de esforço para avaliar indiretamente a

capacidade funcional. Embora esse instrumento necessite de familiarização,

demanda pouco tempo para sua aplicação e mostrou-se um instrumento

válido devido a sua alta correlação com os as escalas de auto-relato. Essa

ferramenta também permitiu diferençar idosos com e sem limitação funcional

através da obtenção de um ponto de corte. Adicionalmente essa é uma

medida sensível a alterações do estado de saúde de idosos, o que pode

detectar uma limitação funcional antes que se torne mensurável por auto-

relato. Desta maneira, sugere-se a realização de novos estudos, nos quais

utilize-se a velocidade auto selecionada pela escala de percepção subjetiva

de esforço como um instrumento de medida capaz de auxiliar na observação

dos efeitos das intervenções de um programa de exercício na independência

das atividades diárias.

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ANEXOS

ANEXO I: Mini Exame de Estado Mental

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ANEXO II: Escala de Katz

ANEXO III: Escala de Broady e Lawton adaptada ao contexto

brasileiro.

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APÊNDICE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

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