ANÁLISE DISCURSIVA DE TEXTOS ALUSIVOS A GRAÇA … · “Seria capaz de morrer pela Petrobras”....
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ANÁLISE DISCURSIVA DE TEXTOS ALUSIVOS A GRAÇA FOSTER Apresentamos a seguir, cronologicamente organizados, alguns textos cuja principal personagem é Maria da Graça Silva Foster. Chama-nos a atenção a metamorfose por que passa o perfil da ex-
presidente da Petrobras ao longo do tempo
TEXTO I
Maria das Graças Foster Engenheira química
1. Maria das Graças Silva Foster, também conhecida como Graça Foster, é uma engenheira química brasileira. Executiva de carreira da Petrobras, foi diretora de Gás e Energia da
empresa, assumindo a presidência da companhia em 13 de fevereiro de 2012.
2. Nascimento: 26 de agosto de 1953 (61 anos), Caratinga, Minas Gerais
3. Nacionalidade: Brasileira
4. Cônjuge: Colin Foster
5. Educação: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas,
Universidade Federal Fluminense. Wikipédia – Acesso em 12 fev. 2015
1ª questão
Transcreva os dados que permitem ao leitor deduzir que Graça Foster estaria apta para ser presidente da Petrobras.
2ª questão
Analise se a indicação do nome do cônjuge é relevante para a apresentação do perfil de uma pessoa.
TEXTO II
Graça Foster Por iG São Paulo
A executiva detém a couraça de quem parece ter sido, desde sempre, curtida para o cargo
Graça é Petrobras de carteirinha, uma cidadã nascida e criada na estatal – onde a recém-
formada engenheira química, então com 24 anos, entrou em 1977.
Num instante, ambas conversam em um tom extremante afável, pode se dizer até carinhoso; poucos minutos depois, ao menor sinal de divergência, a temperatura sobe, os ânimos se exacerbam e o diálogo passa a ser povoado por termos mais do que coloquiais, não raramente
quase chulos. Mais alguns momentos e os respectivos nomes pronunciados no diminutivo confirmam que ali estão duas velhas companheiras, com todas as sístoles e diástoles que uma
relação de amizade suporta. Quem já privou de uma reunião entre “Dilminha” e “Gracinha”, ou “Graciosa”, conhece bem o script. É assim desde 1999, quando ambas se conheceram – Dilma
Rousseff ocupava a Secretaria de Energia do Rio Grande do Sul e Maria das Graças Foster era uma das gerentes da Petrobras responsáveis pela implantação do gasoduto entre a Bolívia e Brasil. Desde então, Graça, como ela própria gosta de ser chamada, foi levada de arrasto pela
ascensão política de Dilma, tornando-se um dos personagens mais poderosos da República. Mais do que presidente da Petrobras, Graça é hoje uma espécie de “Ministra do Petróleo”.
São tempos difíceis na sede da Petrobras, na Avenida Chile – onde, ao menos, há o alento de se
ter como vizinha a Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro. A empresa carrega sobre os ombros o peso de uma crise econômica internacional e, principalmente, o fardo da defasagem dos preços
dos combustíveis. Não obstante o lucro de R$ 21,8 bilhões, a empresa registrou em 2012 o seu resultado mais baixo em nove anos. No segundo semestre do mesmo ano, amargou o primeiro prejuízo em mais de uma década. As dores que tomam todo o corpo são ainda mais lancinantes
na área de abastecimento, que, nos últimos dois anos, acumulou perdas superiores a R$ 30 bilhões, reflexo direto da manutenção dos valores dos combustíveis. Em meio a este cenário, a
empresa se contorce para cumprir o plano de investimentos, que prevê o desembolso de US$ 236 bilhões entre 2013 e 2017.
Dirigir a Petrobras sempre foi e será missão para espécies dotadas de uma dura carapaça. Dirigir esta Petrobras exige doses extras de queratina. É o que não falta a Graça Foster. A executiva
detém a couraça de quem parece ter sido, desde sempre, curtida para o cargo. Para começar, carrega um ativo que faz toda a diferença em uma empresa que é mais do que uma empresa; é uma república dentro da República, com bandeira, hino, nacionalidade e culturas próprias. Graça
é Petrobras de carteirinha, uma cidadã nascida e criada na estatal – onde a recém-formada engenheira química, então com 24 anos, entrou em 1977. Passou pelas mais diversas áreas da
empresa, trabalhou em praticamente tudo e com quase todos, dobrou cada curva da mais labiríntica corporação nacional. Em setembro de 2007, tornou-se a primeira mulher a assumir uma diretoria da estatal – a de Gás e Energia. Em janeiro de 2012, repetiria o feito, desta vez no
topo da companhia. Antes, já havia comandando a Petrobras Distribuidora e a Petroquisa. Teve ainda uma destacada passagem por Brasília. Entre janeiro de 2003 e setembro de 2005,
comandou a Secretaria de Petróleo e Gás, do Ministério de Minas e Energia, em mais uma dobradinha com Dilma Rousseff, então titular da Pasta.
“A Petrobras e a minha vida”
À frente do que talvez seja a empresa brasileira que melhor encarna o esprit de corps, no sentido mais amplo da expressão, Graça Foster costuma inflamar o orgulho do seu povo com um
discurso de rasgado amor pela companhia. “Para mim, existe a Petrobras e a minha vida; e não a minha vida e a Petrobras”; “Minha vida particular é que se adapta à Petrobras; nunca o contrário”;
“Seria capaz de morrer pela Petrobras”. Frases superlativas como estas ajudam a levantar o moral da tropa, leia-se os mais de 85 mil funcionários da estatal. Até porque é como se todos ouvissem os seguintes dizeres na voz da chefe: “Eu sou vocês na presidência da Petrobras”.
Graça Foster – o interlocutor que insistir em chamá-la frente a frente de Maria das Graças
certamente ouvirá um desaforo – tem um estilo bem peculiar. Se a conterrânea Dilma Rousseff nasceu para a política no Rio Grande do Sul, a também mineira Graça é carioca desde que se conhece por gente. Aos dois anos, recém-chegada de Caratinga, desembarcou no Morro do
Adeus, no Complexo do Alemão. Aos 12 anos, mudou-se para a Ilha do Governador, onde criou raízes. Os espiões da NSA e as paredes da Petrobras sabem que, até hoje, Graça desfila na
escola de samba do bairro, a União da Ilha. Na passarela da Petrobras, contudo, não há espaço para alegorias e adereços. O surdo toca alto, marcando cada cobrança de Graça Foster. E são muitas as batidas por dia. Graça teria de
gazetear um par de horas para ser chamada de workaholic. Costuma chegar à companhia por volta das sete horas da manhã. Se bem que, entre seus colaboradores mais próximos, há quem diga que ela não chega à Petrobras, pelo simples fato de que nunca sai de lá. São comuns as
ligações para assessores a altas horas da noite ou nos fins de semana. Nessas conversas, costuma despachar os mais variados assuntos como se estivesse reunida com o interlocutor em
sua sala às 15 horas de uma terça-feira, por exemplo. Graça estende para o outro o nível de exigência que impõe a si própria. Segundo os mais próximos, costuma dedicar horas a estudar um tema que será discutido em uma reunião de 40 minutos.
À frente da companhia, Graça Foster vem promovendo uma revolução. Desde que assumiu a presidência, trocou diretores e incontáveis gerentes, revisou, para baixo, todas as metas de produção (há mais de dez anos, a empresa não cumpre qualquer delas), passou, repassou e re-
repassou todos os procedimentos internos para a aprovação de projetos, aumentou o orçamento para a área de exploração. Além de tudo e mais um pouco, o dínamo Foster deu a partida em um
complexo processo de venda de ativos, notadamente no exterior, medida considerada vital para que a Petrobras consiga honrar seus bilionários investimentos.
Desde que ingressou na Petrobras, não há um só declive na trajetória de Maria das Graças Foster – “Graça! É Graça...”, diria ela, sem disfarçar a irritação. Após chegar ao cume do Everest
petrolífero, que outros picos poderia alcançar? Graça já esteve cotada para ser ministra da Casa Civil. Se Dilma Rousseff realmente alimentou a ideia e depois recuou, talvez tenha pensado duas, três ou quatro vezes o ônus de indicar para o cargo alguém com um perfil notoriamente técnico e
reduzido traquejo político. Por isso mesmo, para não falar da relação de cumplicidade entre ambas, talvez Graça viesse a ser a verdadeira “Dilma da Dilma”, condição atribuída a Gleisi
Hoffmann quando de sua chegada à Casa Civil. “Como será o amanhã? Responda quem puder...”
É provável que Graça Foster tenha passado o verão de 1978 a cantarolar pelas ruas do bairro o histórico samba da União da Ilha naquele ano. Mais de três décadas depois, uma nova versão da letra ressoa pela Avenida, não a Marques de Sapucaí, mas a Chile. “O que irá me acontecer? O
meu destino será como Dilma quiser...”. Se um Ministério é coisa do passado ou do futuro, só o tempo ou a presidente poderá dizer. Por ora, Graça parece encontrar seu amanhã no mesmo
lugar de sempre. Ao falar do plano de negócios da Petrobras para os próximos quatro – isso mesmo: quatro anos –, a presidente da estatal não consegue esconder o desejo de colocar em prática tudo o que lê no papel.
Além de executar o arrojado plano de investimentos da companhia, Graça almeja consolidar a
profunda reestruturação estratégica que vem tocando desde sua chegada à presidência. Some-se a tudo isso o fator pré-sal. O que mais poderia orgulhar uma executiva com Lubrax correndo nas veias do que comandar o avanço da Petrobras na chamada nova fronteira do petróleo brasileiro.
http://ultimosegundo.ig.com.br/os-60-mais-poderosos/graca-foster/52436abb996fc52326000002.html Acesso em 11 fev. 2015
3ª questão
Indique uma hipótese em relação ao ano em que o TEXTO II foi publicado. Fundamente sua
resposta.
4ª questão
Volte ao TEXTO I e indique uma incoerência em relação ao II.
Releia:
“A executiva detém a couraça de quem parece ter sido, desde sempre, curtida para o cargo”
Atenha-se, agora, aos verbetes a seguir.
couraça
[De couro2 + -aça; var. de coiraça.]
Substantivo feminino.
1.Armadura de couro ou de metal destinada a proteger as costas e o peito. [Sin.: peito de prova e, p. us.,
coura.]
2.Zool. Invólucro de certos animais.
3.Fig. Proteção, defesa, resguardo:
Sua calma é a couraça com que resiste às injúrias dos inimigos.
4.Fig. Aquilo que serve de resguardo contra a maledicência ou a má sorte.
5.Mar. G. Chapa de aço especial, de maior espessura que o chapeamento do casco, usada para proteger os
órgãos vitais dos navios de combate de maior porte.
Adjetivo de dois gêneros.
6.Mar. G. Gír. Diz-se de quem é pouco amigo de tomar banho:
F. é couraça: só toma banho aos sábados.
curtir
[De or. incerta; poss. do lat. vulg. *corretrire < lat. vulg. *retrire < lat. reterere, 'desgastar pelo atrito'.]
Verbo transitivo direto.
1.Preparar (couro) para torná-lo imputrescível.
2.Preparar (alimento), pondo-o de molho em líquido adequado.
3.Tornar rijo, são, saudável (uma pessoa), expondo-a ao sol, ao ar livre.
4.Queimar, enrijecer (a pele).
5.Padecer, sofrer, suportar:
curtir saudades, tristezas;
"Acerbas penas / curtiu naquelas regiões" (Machado de Assis, Poesias Completas, p. 254); "curtindo violentas dores
nevrálgicas" (Machado de Assis, Páginas Recolhidas, p. 155); "curti uma insônia atroz" (Graciliano Ramos, Caetés, p.
88); "curti fome e sede" (Mário da Silva Brito, O Fantasma sem Castelo, p. 120).
6.Sofrer os efeitos de (bebedeira).
7.Bras. Gír. Gozar, desfrutar, deleitar-se, em:
curtir uma festa;
curtir uma viagem, um bom papo;
curtir um som.
Verbo transitivo circunstancial.
8.Passar ou viver sofrendo:
Curtiu dez anos na prisão.
Verbo intransitivo.
9.Bras. Gír. Gozar, desfrutar, deleitar-se.
curtido
[Part. de curtir.]
Adjetivo.
1.Preparado por curtimento.
2.Calejado, endurecido:
É homem curtido, aguenta bem o rojão.
Dicionário Aurélio Eletrônico – Acesso em 09 jan. 2015
5ª questão
Justifique a utilização das palavras “couraça” e “curtida” no contexto em que se inserem.
6ª questão
Explique se, no contexto em que se inserem, “couraça” e “curtida” têm valor semântico positivo ou
negativo.
7ª questão
Caracterize o cargo de presidente da Petrobras, tendo em vista a utilização das palavras
“couraça” e “curtida”, projetadas como necessárias a quem o ocupa.
Fragmento com base na qual se deve responder à 8ª, 9ª, 10ª, 11ª e 12ª questões.
“Graça é Petrobras de carteirinha, uma cidadã nascida e criada na estatal – onde a recém-
formada engenheira química, então com 24 anos, entrou em 1977.”
8ª questão
Explique se a caracterização de Foster é prioritariamente denotativa ou conotativa. 9ª questão
Indique a figura de linguagem presente em: “Graça é Petrobras de carteirinha”
10ª questão
Indique 3 estratégias a partir das quais se constrói o perfil de Graça Foster como sendo adequado
ao cargo de presidente da Petrobras. 11ª questão
Indique a expressão referencial de cada uma das palavras sublinhadas.
12ª questão
cidadão
[De cidade + -ão2.] Substantivo masculino.
1.Indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado, ou no desempenho de seus deveres para com
este.
2.Habitante da cidade.
3.Pop. Indivíduo, homem, sujeito: Esteve aí um cidadão procurando por você. [Fem.: cidadã e cidadoa; pl.: cidadãos.]
Cidadão do mundo. 1. Homem que põe os interesses da humanidade acima dos da pátria; cidadão do Universo.
Cidadão do Universo. 1. Cidadão do mundo. Dicionário Aurélio Eletrônico
Analise se a retirada da expressão “uma cidadão” interferiria positiva ou negativamente na imagem que se projeta para Graça Foster. 13ª questão
Releia o segundo parágrafo e levante uma hipótese que justifique a resistência da Presidente Dilma para demitir Graça Foster, mesmo depois dos vários escândalos da Petrobras. 14ª questão
Justifique o emprego do diminutivo e das aspas no excerto a seguir.
Quem já privou de uma reunião entre “Dilminha” e “Gracinha”, ou “Graciosa”, conhece bem o
script.
Fragmento para 15ª e 16ª questões
“Desde então, Graça, como ela própria gosta de ser chamada, foi levada de arrasto pela ascensão política de Dilma, tornando-se um dos personagens mais poderosos da República. Mais
do que presidente da Petrobras, Graça é hoje uma espécie de “Ministra do Petróleo”.”
15ª questão
Transcreva a expressão a partir da qual se pode inferir que, para o enunciador, Graça Foster não chegou à presidência da Petrobras por mérito próprio. 16ª questão
Reescreva o fragmento de modo a neutralizar essa modalização. 17ª questão
Aponte uma incoerência que se percebe entre o terceiro e o quarto parágrafos. Releia:
“Em setembro de 2007, tornou-se a primeira mulher a assumir uma diretoria da estatal – a de Gás e Energia. Em janeiro de 2012, repetiria o feito, desta vez no topo da companhia.
18ª questão
Explique se o futuro do pretérito foi adequadamente empregado, tendo em vista o contexto
enunciativo em que se insere. 19ª questão
Explique se os noticiários confirmam ou refutam esta afirmativa:
“Para mim, existe a Petrobras e a minha vida; e não a minha vida e a Petrobras”; “Minha vida particular é que se adapta à Petrobras; nunca o contrário”; “Seria capaz de morrer pela
Petrobras”.
Fragmento para 20ª, 21ª e 22ª questões
“Os espiões da NSA e as paredes da Petrobras sabem que, até hoje, Graça desfila na escola de samba do bairro, a União da Ilha.
Na passarela da Petrobras, contudo, não há espaço para alegorias e adereços. O surdo toca alto,
marcando cada cobrança de Graça Foster. E são muitas as batidas por dia.”
20ª questão
Indique o valor semântico da palavra em destaque e analise se ela foi adequadamente utilizada. 21ª questão
Explique se a expressão “O surdo toca alto” foi empregado em sentido literal ou figurado. 22ª questão
Justifique por que se pode afirmar que em “O surdo toca alto” há uma metáfora. 23ª questão
Avalie a pertinência da informação, tendo em vista a aquisição da refinaria de Pasadena.
“Graça estende para o outro o nível de exigência que impõe a si própria. Segundo os mais próximos, costuma dedicar horas a estudar um tema que será discutido em uma reunião de 40 minutos.”
24ª questão
“O que mais poderia orgulhar uma executiva com Lubrax correndo nas veias do que comandar o avanço da Petrobras na chamada nova fronteira do petróleo brasileiro.”
Pesquise sobre o que é “Lubrax” e avalie, com base no TEXTO II, a pertinência da construção em destaque.
TEXTO III
Graça Foster e Cerveró doaram imóveis após estourar escândalo sobre Pasadena
Bens mudaram de mãos antes de o TCU determinar o bloqueio do patrimônio de dez gestores da
Petrobras
POR VINICIUS SASSINE E EDUARDO BRESCIANI
20/08/2014 15:17 / ATUALIZADO 05/02/2015 13:58
BRASÍLIA - A presidente da Petrobras, Graça Foster, e o ex-diretor da Área Internacional da
estatal Nestor Cerveró doaram imóveis a parentes após estourar o escândalo sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, como mostram registros em cartório obtidos pelo GLOBO no
início da tarde desta quarta-feira. A movimentação envolve apartamentos em áreas valorizadas do Rio. Ao tomar conhecimento da notícia divulgada pelo GLOBO, os ministros do TCU decidiram suspender a sessão que analisava na tarde de hoje o bloqueio de bens de ex-dirigentes da
Petrobras.
Os bens mudaram de mãos antes de o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar o bloqueio
do patrimônio de dez gestores da Petrobras apontados como responsáveis por um prejuízo de US$ 792,3 milhões na compra da refinaria. O bloqueio foi determinado no dia 23 de julho justamente para garantir que os bens não sejam movimentados pelos gestores e possam garantir
o ressarcimento aos cofres da estatal.
Na sessão em plenário desta quarta, os ministros do TCU vão decidir se Graça também terá o patrimônio bloqueado, uma vez que ela acabou excluída da primeira decisão por conta de um
erro. O Palácio do Planalto opera para que a presidente não seja atingida pela medida. O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, que fez a defesa de Graça em plenário, já declarou que o bloqueio inviabilizaria a permanência de Graça no cargo.
Os documentos oficiais obtidos pela reportagem revelam que, em 20 de março deste ano, Graça doou "com reserva de usufruto" um apartamento em Rio Comprido a Flavia Silva Jacua de Araújo, tendo Colin Silva Foster como interveniente. No mesmo dia, a presidente da Petrobras fez
uma doação semelhante a Flavia e a Colin de um imóvel na Ilha do Governador.
O ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, durante depoimento na CPI
Givaldo Barbosa / Agência O Globo
No dia 19 de março, um dia antes das transações feitas por Graça, veio a público um posicionamento da presidente Dilma Rousseff de que apoiou a compra da refinaria de Pasadena
por conta de um "parecer falho" elaborado por Nestor Cerveró. Era o início de uma crise que resultou na instalação de duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) no Congresso
Nacional.
Dilma, como presidente do Conselho de Administração da Petrobras em 2006, votou a favor da aquisição da primeira metade da refinaria. No processo em curso no TCU, os ministros a eximiram de responsabilidade no negócio.
Graça ainda fez uma "doação com reserva de usufruto" a Colin em 9 de abril deste ano. Trata-se de um imóvel na Praia de Manguinhos, com direito a uma vaga de garagem.
Cerveró, por sua vez, doou três apartamentos a parentes em 10 de junho, 45 dias antes de o TCU determinar o bloqueio de seus bens e de mais nove gestores da Petrobras. Cerveró doou
um apartamento na Rua Prudente de Moraes a Raquel Cerveró; outro apartamento no mesmo prédio a Bernardo Cerveró; e um apartamento na Rua Visconde de Pirajá, também a Bernardo
Cerveró.
Advogado de Cerveró nega dissimulação
O advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, afirmou ao GLOBO que a doação dos apartamentos aos filhos do ex-diretor da Petrobras não tiveram o objetivo de dissimular a propriedade dos bens,
diante da possibilidade de bloqueio, o que acabou ocorrendo no mês seguinte.
– Ele resolveu fazer em vida o que seu pai já havia feito, dividindo os bens com os filhos. Em junho, não havia qualquer decisão do TCU e, além disso, a diretoria não tem absolutamente
nenhuma responsabilidade sobre isso (os prejuízos na compra da refinaria de Pasadena). A ideia não foi dilapidar o patrimônio, pois os imóveis ficaram com a família. Foi uma atitude normal –
disse o advogado.
Petrobras nega relação da doação com o caso Pasadena
Em nota a Petrobras negou que a doação dos bens de Graça Foster tivesse ligação com o caso Pasadena, e sustentou que a presidente da estatal já vinha há mais de um ano planejando repassar imóveis aos filhos. Eis a íntegra da nota:
"A Petrobras refuta veementemente a informação de que a presidente Graça Foster tenha feito
qualquer movimentação patrimonial com o intuito de burlar a decisão do TCU tomada no dia 23 de julho de 2014 que declarou a indisponibilidade de bens de gestores e ex-gestores da
companhia. Vale ressaltar que, na referida decisão do TCU, a presidente Graça Foster não estava incluída dentre as pessoas nominadas no Acórdão como potenciais responsáveis por supostos danos ao patrimônio da companhia, os quais ainda serão apurados no âmbito de
Tomada de Contas Especial, no mesmo Tribunal. Documentos pessoais da presidente da companhia comprovam que, desde junho de 2013, ela já vinha providenciando a documentação
necessária para a lavratura das Escrituras de Doação de Bens Imóveis aos seus filhos com Cláusula de Usufruto. É importante frisar que doações de bens são atos legítimos, previstos em lei e objetivam evitar futuros conflitos entre herdeiros. Esses procedimentos foram: avaliações dos
imóveis, obtenção de certidões, verificação do valor dos custos e tributos incidentes, elaboração das minutas das escrituras e sua posterior formalização, bem como os competentes registros
imobiliários, culminando todos esses atos em 20 de março e 9 de abril de 2014."
http://oglobo.globo.com/brasil/graca-foster-cervero-doaram-imoveis-apos-estourar-escandalo-sobre-pasadena-13671666 Acesso em 25 jan. 15
Fragmento para 25ª, 26ª e 27ª questões
“A presidente da Petrobras, Graça Foster, e o ex-diretor da Área Internacional da estatal Nestor Cerveró doaram imóveis a parentes após estourar o escândalo sobre a compra da refinaria de
Pasadena, no Texas, como mostram registros em cartório obtidos pelo GLOBO no início da tarde desta quarta-feira. A movimentação envolve apartamentos em áreas valorizadas do Rio. Ao tomar
conhecimento da notícia divulgada pelo GLOBO, os ministros do TCU decidiram suspender a sessão que analisava na tarde de hoje o bloqueio de bens de ex-dirigentes da Petrobras.”
25ª questão
Explicite um subentendido presente no fragmento. 26ª questão
Justifique a presença do fragmento sublinhado no texto em estudo. 27ª questão
Justifique a decisão do TCU. 28ª questão
Considere o que se informa no primeiro e no segundo parágrafos para justificar a presença da
palavra em destaque no fragmento a seguir.
“O bloqueio foi determinado no dia 23 de julho justamente para garantir que os bens não sejam movimentados pelos gestores e possam garantir o ressarcimento aos cofres da estatal.”
29ª questão
Posicione-se em relação à seguinte declaração do advogado de Cerveró:
“– Ele resolveu fazer em vida o que seu pai já havia feito, dividindo os bens com os filhos. Em junho, não havia qualquer decisão do TCU e, além disso, a diretoria não tem absolutamente
nenhuma responsabilidade sobre isso (os prejuízos na compra da refinaria de Pasadena). A ideia não foi dilapidar o patrimônio, pois os imóveis ficaram com a família. Foi uma atitude normal –
disse o advogado.”
30ª questão
Indique uma hipótese que justifique o fato de ser a Petrobras que soltou nota sobre a doação de imóveis de Graça Foster e não seu advogado pessoal 31ª questão
Avalie se tem havido “blindagem” da Presidenta Dilma em relação ao rombo nos cofres da Petrobras que decorreram da aquisição de Pasadena.
TEXTO IV Política
Operação Lava Jato
Saída de Graça Foster não resolve problemas da Petrobras
Para analistas, caso da estatal não se soluciona com a indicação de um novo presidente, mas com o combate sério da corrupção
por Deutsche Welle — publicado 04/02/2015 19:46, última modificação 04/02/2015 19:54
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'Tirar a Graça Foster não acaba com os problemas, ela não é o mal da Petrobras'
As denúncias de corrupção da Petrobras e o desempenho negativo da empresa culminaram com a saída de Graça Foster da presidência da estatal. Após um dia intenso de especulações, Foster
e mais cinco diretores renunciaram nesta quarta-feira 4/2 a seus cargos.
A mudança, no entanto, não resolve os problemas da Petrobras, avaliam especialistas ouvidos pela DW Brasil. Para analistas, a nova diretoria precisa fazer uma verdadeira limpa na estatal para que a empresa possa recuperar a credibilidade perdida com os escândalos.
"Tirar qualquer pessoa que não atenda e satisfaça os acionistas é bom. Agora, não podemos
ignorar que a Petrobras é uma empresa extremamente complexa de se administrar e que existem problemas enraizados na própria cultura da estatal", afirma o economista Samy Dana, da Fundação Getúlio Vargas. "Nesse sentido, tirar a Graça Foster não acaba com os problemas, ela
não é o mal da Petrobras."
Para José Matias-Pereira, professor de administração pública da UnB, a saída de Foster era necessária para que a petroleira volte a ter credibilidade, mas a estatal continua com um problema sério de corrupção. "O caso da Petrobras não se resolve com a indicação de um novo
presidente e de uma nova diretoria", afirma.
Diversos nomes são citados pela imprensa como possíveis candidatos à vaga de Foster. Entre eles estão Rodolfo Landim, ex-presidente da OGX e ex-diretor da Petrobras; Henrique Meirelles, presidente do Banco Central durante o governo Lula; Roger Agnelli, ex-presidente da Vale;
Luciano Coutinho, presidente do BNDES; Antonio Maciel Neto, presidente do Grupo Caoa e ex-funcionário da Petrobras; Alexandre Tombini, presidente do Banco Central; e Nildemar Secches,
ex-presidente da Perdigão; e até Murilo Ferreira, presidente da Vale. "O novo presidente da empresa deverá ter experiência para lidar tanto com a situação econômica
desfavorável, quanto com a situação política delicada, o que faz com que a decisão do novo nome não seja meramente técnica", avalia o cientista político Filipe Souza Corrêa, do Instituto
Alemão de Estudos Globais e Regionais (Giga), em Hamburgo. O governo ainda não se posicionou, mas independente de quem seja o escolhido, a nova diretoria
terá grandes desafios pela frente para recuperar não apenas a credibilidade, mas também o crescimento da Petrobras.
"A recuperação da imagem da empresa no mercado internacional será certamente a principal tarefa do novo presidente, o que envolve medidas bastante claras a fim de sanar os problemas na
gestão de contratos denunciados pela Operação Lava Jato", afirma Corrêa. "A principal delas é o fortalecimento da Diretoria de Governança, Risco e Conformidade, criada em 2014 em
decorrência da aprovação da Lei Anticorrupção." O novo presidente deve ter pulso firme para combater a corrupção na estatal e, para isso,
demissões são necessárias, considera Dana. "Para recuperar a empresa é preciso demitir todas as pessoas envolvidas e que tenham evidências de participação em qualquer tipo de esquema. É
uma limpeza total, e a empresa recomeça mais ou menos do zero", afirma. Matias-Pereira acrescenta ainda que, para conseguir credibilidade, transparência é fundamental.
"É necessário que o indicado tenha a percepção clara de que é preciso dialogar com a sociedade, informar o que está acontecendo dentro da empresa."
A tentativa de retomar a credibilidade vem num momento difícil, devido ao preço baixo do petróleo no mercado internacional, o que diminui as receitas de exportação e emperra novos
investimentos no setor.
O mercado interno reagiu bem à saída de Foster. Já nesta terça-feira, os rumores de uma possível saída da presidente da estatal fizeram as ações da Petrobras subirem 15%. Nesta quarta-feira, logo após o anúncio da renúncia, as ações começaram a operar em alta, mas
acabaram recuando no decorrer do dia.
Foster assumiu o comando da Petrobras em fevereiro de 2012, se tornando a primeira mulher do mundo a comandar uma empresa de petróleo de grande porte. Mesmo com a deflagração da Operação Lava Jato, em março de 2014, e o acúmulo de resultados negativos na petroleira, a
presidente Dilma Rousseff vinha adiando o afastamento de Foster.
No entanto, a divulgação de baixas nos ativos da empresa de aproximadamente 88 bilhões de reais na semana passada, referentes a perdas por corrupção e ineficiência da execução de projetos, foi a gota d'água para que Foster deixasse o controle da estatal. O conselho de
administração da companhia se reúne nesta sexta-feira para a escolha dos substitutos da presidente e diretores. http://www.cartacapital.com.br/politica/saida-de-foster-nao-resolve-problemas-da-petrobras-dizem-analistas-1382.html Acesso em 04 fev. 2015
32ª questão
Releia o fragmento a seguir e explique o que seria “fazer uma limpa” no contexto em que se insere.
“A mudança, no entanto, não resolve os problemas da Petrobras, avaliam especialistas ouvidos pela DW Brasil. Para analistas, a nova diretoria precisa fazer uma verdadeira limpa na estatal
para que a empresa possa recuperar a credibilidade perdida com os escândalos.”
33ª questão
Produza um parágrafo argumentativo posicionando-se em relação ao ponto de vista de Samy
Dana.
[...] “o economista Samy Dana, da Fundação Getúlio Vargas. ‘Nesse sentido, tirar a Graça Foster
não acaba com os problemas, ela não é o mal da Petrobras.’”
TEXTO V Edição do dia 05/02/2015 05/02/2015 08h12 - Atualizado em 05/02/2015 11h42
Graça Foster e diretores renunciam aos cargos no comando da Petrobras
Anúncio precipitou movimentação para escolha do novo comando.
Reunião para eleger integrantes está marcada para sexta-feira (6).
Os diretores da Petrobras decidiram não esperar a divulgação do balanço e renunciaram aos cargos
junto com a presidente da companhia, Graça Foster. O anúncio precipitou a movimentação no governo para escolha do novo comando da estatal. A reunião para eleger os integrantes da diretoria está marcada para sexta-feira (6). Esse é o momento mais crítico da história da empresa.
Nos dois primeiros anos à frente da Petrobras, Graça Foster foi considerada uma das executivas mais
poderosas do mundo por duas publicações internacionais. Mas durante sua gestão, o endividamento da empresa subiu, o lucro caiu, as ações despencaram na bolsa e a companhia, que chegou a valer R$ 510 bilhões em 2008, perdeu quase 80% do valor de mercado.
E isso nem foi o pior. Em março do ano passado, Graça Foster passou a enfrentar a pior crise da
história da Petrobras. Foi quando começaram as prisões da Operação Lava Jato, da Polícia Federal,
que investiga um grande esquema de lavagem e desvio de dinheiro.
A empresa teve que adiar duas vezes a divulgação do balanço do terceiro trimestre do ano passado porque precisava de tempo para avaliar os prejuízos com a corrupção. O balanço só foi divulgado na
semana passada, sem a assinatura de auditores contratados pela companhia e sem incluir os prejuízos com a corrupção. Mas a companhia estimou prejuízos de mais de R$ 88 bilhões.
A divulgação desse cálculo desagradou a presidente Dilma Rousseff, que se reuniu na terça-feira (03) em Brasília com Graça Foster.
A saída dela da presidência só foi confirmada depois que a Comissão de Valores Mobiliários cobrou informações da empresa sobre fortes oscilações no preço das ações.
Em um breve comunicado, a Petrobras confirmou a renúncia de cinco diretores e de Maria das Graças Silva Foster, a primeira mulher a comandar uma petroleira de grande porte no mundo.
Mineira de Caratinga, Graça Foster começou como estagiária e, depois de mais de 30 anos de
empresa, assumiu a presidência da Petrobras em 2012. Escolha pessoal da presidente Dilma, ela substituiu José Sérgio Gabrielli, ligado ao ex-presidente Lula, com a missão de fazer uma gestão mais técnica.
Segundo a Petrobras, o conselho de administração vai se reunir nesta sexta-feira (6) para eleger a
nova diretoria. O ex-diretor da ANP, John Forman, diz ainda que a nova diretoria deve ser capaz de restabelecer a
credibilidade da Petrobras diante do mercado. “O importante é que dê confiança, então seja um homem experiente em gestão e enfrentar, já ter experiência de enfrentar situações como essa agora,
que são bastante complexas e necessitam de mão firme para resolver”, afirma. As ações da Petrobras se recuperaram logo depois da confirmação na troca de comando da empresa,
mas ainda é muito pouco.
As ações PN - que não têm direito a voto - valiam R$ 23,63 em 2012 - quando Graça Foster assumiu a presidência. Hoje valem menos da metade: R$ 10,02.
O valor de mercado encolheu de quase R$ 330 bilhões para R$ 129,9 bilhões. Com o anúncio da mudança, a empresa teve uma recuperação de R$ 24 bilhões em apenas dois dias.
O lucro da empresa, que era de R$ 33 bilhões em 2011, caiu para R$ 14 bilhões até setembro do ano passado.
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2015/02/graca-foster-e-diretores-renunciam-aos-cargos-no-comando-da-petrobras.html Acesso em 06 fev. 2015
34ª questão
No terceiro parágrafo se lê:
“E isso nem foi o pior.”
Indique a referenciação de “isso” e de “o pior”. Fragmento para 35ª e 36ª questões
“O balanço só foi divulgado na semana passada, sem a assinatura de auditores contratados pela companhia e sem incluir os prejuízos com a corrupção. Mas a companhia estimou prejuízos de mais de R$ 88 bilhões.”
35ª questão
Indique o valor discursivo da palavra “só”, no contexto em que se insere. 36ª questão
Explique o pressuposto que se deduz a partir das seguintes informações: 1- os auditores contratados pela companhia não assinaram o balanço;
2- o balanço não incluía os prejuízos com a corrupção.
37ª questão
Releia:
“O balanço só foi divulgado na semana passada, sem a assinatura de auditores contratados pela
companhia e sem incluir os prejuízos com a corrupção. Mas a companhia estimou prejuízos de mais
de R$ 88 bilhões.”
Justifique:
1- a inserção, no excerto, da conjunção em destaque, tendo em vista seu valor semântico; 2- a presença da palavra “estimou”.
38ª questão
Avalie o perfil que John Forman apresenta como adequado ao restabelecimento de credibilidade da
Petrobras.
“Segundo a Petrobras, o conselho de administração vai se reunir nesta sexta-feira (6) para eleger a
nova diretoria. O ex-diretor da ANP, John Forman, diz ainda que a nova diretoria deve ser capaz de restabelecer a
credibilidade da Petrobras diante do mercado. ‘O importante é que dê confiança, então seja um homem experiente em gestão e enfrentar, já ter experiência de enfrentar situações como essa agora,
que são bastante complexas e necessitam de mão firme para resolver’, afirma”.
39ª questão
Explique, com base neste fragmento, se os acionistas responsabilizam Graça Foster pelos desvios de verbas na Petrobras.
“As ações da Petrobras se recuperaram logo depois da confirmação na troca de comando da empresa, mas ainda é muito pouco.”
TEXTO VI
Após deixar presidência da Petrobras, Graça Foster opta pelo isolamento Agência Estado Publicação: 09/02/2015 20:26
Após se despedir da Petrobras na última sexta-feira (6), Graça Foster optou pela reclusão. No
final de semana, decidiu permanecer em casa e não foi vista cumprindo rotinas tradicionais, como
a caminhada diária e a missa de domingo.
Procurada neste domingo (8) pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Graça não quis comentar a atual situação da estatal e os episódios que culminaram em
sua renúncia e de cinco diretores. "Vida que segue. Não quero falar sobre isso", limitou-se a
afirmar.
Seu último ato na companhia foi apresentar ao conselho de administração o nome de quatro diretores que assumiram interinamente. Os executivos são nomes de confiança dos ex-diretores e
agora serão responsáveis pela transição entre a atual e antiga gestão.
Já o anúncio de Aldemir Bendini, para a presidência, e de Ivan Monteiro, para a diretoria
financeira, foi feito durante a reunião pelo presidente do conselho, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
Uma fonte presente ao encontro de sexta-feira lembra que Graça participou pouco, via
videoconferência. A intenção inicial era fazer um longo discurso de despedida, um desabafo da
funcionária de carreira que começou na estatal como estagiária e chegou à chefia máxima da petroleira em 2012. O discurso não foi lido até o fim. Com a voz embargada, Graça desistiu ainda
nos primeiros parágrafos.
Ela e os demais diretores que renunciaram aos cargos permaneceram no Rio de Janeiro, na sede
da empresa. Mantega e os demais conselheiros estavam reunidos em São Paulo.
A aprovação da nova diretoria era o último ponto da pauta a ser debatido. Mas acabou antecipada depois que os conselheiros independentes, representantes dos acionistas minoritários e
empregados, foram surpreendidos com a notícia divulgada na imprensa de que Bendine seria o
novo presidente.
Os conselheiros independentes vinham sendo acusados pela diretoria da Petrobras de vazarem informações divulgadas durante a reunião. Ao lerem em sites o nome do novo presidente, que
havia sido escolhido no dia anterior em encontro do qual participaram exclusivamente os
conselheiros representantes da União, protestaram e acusaram o Planalto de vazar a informação. A resposta de Mantega foi que a notícia era um "chute" da imprensa.
Aprovada a nova diretoria da Petrobras, a equipe anterior se desligou completamente da empresa
e permanece em casa. No sábado, em seu primeiro dia de ex-presidente da Petrobras, Graça se
manteve reclusa em sua residência, em Copacabana, zona sul do Rio.
Garçons do bar instalado em frente à residência de Graça contaram que, por volta das 7 horas da manhã, ela era vista retornando da caminhada diária, acompanhada de seguranças, mesmo nos
finais de semana. Mas, naquele dia, não tinham visto aquela que apelidaram de "madrinha", por
causa da sua influência.
Também os dois carros que permaneciam nas duas esquinas em frente ao edifício enquanto a ex-presidente da Petrobras estivesse em casa, naquele sábado pós-renúncia, não estavam lá.
Apenas o motorista de Graça apareceu por volta de meio dia para deixar na portaria uma caixa de
papelão e uma sacola com a marca da Petrobras.
Nem mesmo na igreja Graça apareceu no domingo. Ela costuma frequentar a missa das 18 horas, na Paróquia São Paulo Apóstolo, próxima à sua residência. Mas, ontem, não compareceu. http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/politica/2015/02/09/interna_politica,560013/apos-deixar-presidencia-da-petrobras-graca-foster-opta-pelo-isolamento.shtml Acesso em 10 fev. 2015
40ª questão
Caracterize psicologicamente Graça Foster, tendo em vista o excerto abaixo.
“Após se despedir da Petrobras na última sexta-feira (6), Graça Foster optou pela reclusão. No final de semana, decidiu permanecer em casa e não foi vista cumprindo rotinas tradicionais, como
a caminhada diária e a missa de domingo.”
41ª questão
Indique o ponto de vista que se infere a partir da expressão sublinhada no excerto abaixo.
“Nem mesmo na igreja Graça apareceu no domingo. Ela costuma frequentar a missa das 18
horas, na Paróquia São Paulo Apóstolo, próxima à sua residência. Mas, ontem, não compareceu.”
TEXTO VII
APOSENTADORIA
Graça Foster deve se desligar da Petrobras definitivamente Executiva já planejava deixar o cargo na estatal há algumas semanas, segundo jornal; além
dela, outros dois diretores já oficializaram a saída
PUBLICADO EM 10/02/15 - 12h03
A executiva Graça Foster, ex-presidente da Petrobras, deve sair definitivamente da estatal depois de renunciar ao cargo na semana passada. Além dela, Almir Barbassa e José Carlos Cosenza também comunicaram oficialmente a saída. Outros três diretores também devem deixar a
empresa. As informações foram divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo.
O escolhido para ocupar o cargo de Graça Foster, na Petrobras, foi o então presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine.
Graça é funcionária da estatal há pouco mais de trinta anos e estava aposentada formalmente, apesar de continuar trabalhando. Segundo o jornal paulista, ela já planejava sair do comando da
empresa há algumas semanas.
Na última semana, Graça Foster e outros cinco diretores anunciaram formalmente a renúncia dos cargos, após desgaste com escândalos de casos de corrupção e resultados do último balanço.
http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/gra%C3%A7a-foster-deve-se-desligar-da-petrobras-definitivamente-1.991721
Acesso em 14 fev. 2015
42ª questão
Atenha-se à estruturação do período a seguir
“Executiva já planejava deixar o cargo na estatal há algumas semanas, segundo jornal; além dela, outros dois diretores já oficializaram a saída”.
Analise se as duas ocorrências da palavra “já”, presentes no fragmento, provocam o mesmo efeito de sentido no contexto em que se inserem. 43ª questão Avalie a necessidade do aposto presente no excerto a seguir, no contexto enunciativo em que se insere.
“A executiva Graça Foster, ex-presidente da Petrobras, deve sair definitivamente da estatal depois de renunciar ao cargo na semana passada.”
TEXTO VIII
CVM abre processo para analisar renúncia de Graça Foster
Ueslei Marcelino/Reuters
Graça Foster: ao longo de toda a semana, a CVM vem cobrando explicações da Petrobras
Mariana Durão, do Estadão Conteúdo
Rio - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu nesta quinta-feira, 5, um processo administrativo para analisar a renúncia da presidente da Petrobras, Graça Foster, e de cinco
diretores da companhia.
A divulgação da saída dos executivos mereceu um comunicado de apenas três linhas da estatal, divulgado na manhã de quarta-feira após uma provocação do órgão.
Ao longo de toda a semana, a CVM vem cobrando explicações da Petrobras.
Tudo começou na terça-feira, quando Graça Foster passou boa parte do dia em uma reunião a
portas fechadas com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília.
O encontro entre Dilma e Graça alimentou a expectativa do mercado sobre a saída da executiva do comando da empresa.
O resultado foi que as ações da petroleira dispararam no pregão da Bovespa.
A Bolsa também pediu explicações sobre a disparada e as notícias.
A resposta veio sucinta e foi o gatilho para novas perguntas da CVM.
Depois de mais um dia inteiro de rumores em torno de quem seriam os diretores envolvidos na renúncia coletiva, a Petrobras finalmente publicou os nomes, a essa altura já largamente noticiados pela imprensa.
http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/cvm-abre-processo-para-analisar-renuncia-de-graca-foster Acesso em 16 fev. 2015
Fragmento para 44ª e 45ª questões
“A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu nesta quinta-feira, 5, um processo administrativo para analisar a renúncia da presidente da Petrobras, Graça Foster, e de cinco diretores da
companhia.
A divulgação da saída dos executivos mereceu um comunicado de apenas três linhas da estatal,
divulgado na manhã de quarta-feira após uma provocação do órgão.”
44ª questão
Explique se a palavra em destaque pode ser considerada como marca de subjetividade.
45ª questão
Justifique, com base no excerto, a abertura do processo administrativo pela Comissão de Valores Mobiliários.
46ª questão
Indique a que se refere o pronome “Tudo”, que inicia o excerto a seguir.
“Tudo começou na terça-feira, quando Graça Foster passou boa parte do dia em uma reunião a portas fechadas com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília.”
47ª questão
Explicite a avaliação que se faz da Petrobras no seguinte excerto:
“Depois de mais um dia inteiro de rumores em torno de quem seriam os di retores envolvidos na
renúncia coletiva, a Petrobras finalmente publicou os nomes, a essa altura já largamente noticiados pela imprensa.”
48ª questão
Liste as palavras e expressões a partir das quais essa inferência faz-se possível.
TEXTO IX https://www.youtube.com/watch?v=K-DGP2cBM4A
TEXTO X
http://www.livreimprensa.com.br/tcu-adia-a-decisao-sobre-bens-de-graca-foster/ Acesso em 17 fev. 2015
49ª questão
Assista ao vídeo que se apresenta em https://www.youtube.com/watch?v=K-DGP2cBM4A
e explique o tipo de intertextualidade a partir da qual se estrutura o texto X.
TEXTO XI
https://amarildocharge.wordpress.com/2014/12/23/em-time-que-esta-ganhando/ Acesso em 15 fev. 2015
50ª questão
Indique a ironia presente na charge e explique como a ambiguidade contribui para sua estruturação.
TEXTO XII
http://www.contraovento.com.br/2014/03/ Acesso em 16 fev. 2015
TEXTO XIII
http://fperisse.blogspot.com.br/2013_06_30_archive.html Acesso em 23 fev. 2015
51ª questão
Explique se os textos XII e XIII veiculam uma mesma crítica. Para isso, considere o verbete a seguir.
mamar
[Do lat. tard. mammare.]
Verbo transitivo direto.
1.Sugar ou chupar (o leite da mãe ou da ama de leite, ou aquele que se encontra na mamadeira). [Sin., pop.:
chuchar.] 2.Sugar (qualquer coisa):
"vivia mamando seu charuto" (Pedro Nava, Beira-Mar, p. 20); "Mamei teus peitos de pedra / constelados de prenúncios." (Cecília Meireles, Obra Poética, p. 38).
3.Aprender ou adquirir durante a infância.
4.Enganar, lograr, ludibriar.
Verbo transitivo direto e indireto. 5.Obter, extorquir.
6.Bras. Ter percentagens ou lucros desabonadores em alguma empresa ou administração pública.
Verbo intransitivo.
7.Sugar leite de mama ou teta; lactar.
8.Bras. Gír. Embriagar-se, embebedar-se. [Fut. pret.: mamaria, etc. Cf. mamária, fem. de mamário.]
De mamando a caducando. 1. Bras. MG GO Da meninice até a velhice; da infância à idade madura. Dicionário Aurélio Eletrônico
O nome de solteira da ex-presidente da Petrobras é Maria da Graça Silva, como se lê ao início
desta atividade. A crônica a seguir, de Rubem Braga, aborda de maneira bastante subjetiva a relevância dos Silva para nosso país.
Leia-a com atenção ao perfil que se projeta para a referida família.
TEXTO XII
Luto pela família Silva
A assistência foi chamada. Veio tinindo. Um homem estava deitado na calçada. Uma poça de sangue. A Assistência voltou vazia. O homem está morto. O cadáver foi removido para o necrotério. Na seção dos "Fatos Diversos" do Diário de Pernambuco, leio o nome do sujeito:
João da Silva. Morava na Rua da Alegria. Morreu de hemoptise. João da Silva - Neste momento em que seu corpo vai baixar à vala comum, nós, seus
amigos e seus irmãos, vimos lhe prestar esta homenagem. Nós somos os Joões da silva. Nós somos os populares Joões da Silva. Moramos em várias casas e em várias cidades. Moramos principalmente na rua. Nós pertencemos, como você, à família Silva. Não é uma família ilustre;
nós não temos avós na história. Muitos de nós usamos outros nomes, para disfarce. No fundo, somos os Silva. Quando o Brasil foi colonizado, nós éramos os degredados. Depois fomos os
índios. Depois fomos os negros. Depois fomos os imigrantes, mestiços. Somos os Silva. Algumas pessoas importantes usaram e usam o nosso nome. É por engano. Os Silva somos nós. Não temos a mínima importância. Trabalhamos, andamos pelas ruas e morremos.
Saímos da vala comum da vida para o mesmo local da morte. Às vezes, por modéstia, não usamos nosso nome de família. Usamos o sobrenome "de Tal". A família Silva e a família "de
Tal" são a mesma família. E, para falar a verdade, uma família que não pode ser considerada boa família. Até as mulheres que não são de família pertencem à Silva. João da Silva - nunca nenhum de nós esquecerá seu nome. Você não possuía sangue-
azul. O sangue que saía de sua boca era vermelho - vermelhinho da silva. Sangue de nossa família. Nossa família, João, vai mal em política. Sempre por baixo. Nossa família, entretanto,
é que trabalha para os homens importantes. A família Crespi, a família Matarazzo, a família Guinle, a família Rocha Miranda, a família Pereira Carneiro, todas essas famílias assim são sustentadas pela nossa família. Nós auxiliamos várias famílias importantes na América do
Norte, na Inglaterra, na França, no Japão. A gente de nossa família trabalha nas plantações de mate, nos pastos, nas fazendas, nas usinas, nas praias, nas fábricas, nas minas, nos
balcões, no mato, nas cozinhas, em todo lugar onde se trabalha. Nossa família quebra pedra, faz telha de barro, laça os bois, levanta os prédios, conduz os bondes, enrola o tapete do circo, enche os porões dos navios, conta o dinheiro dos Bancos, faz os jornais, serve no
Exército e na Marinha. Nossa família é feito Maria Polaca: faz tudo. Apesar disso, João da Silva, nós temos de enterrar você é mesmo na vala comum. Na vala
comum da miséria. Na vala comum da glória, João da Silva. Porque nossa família um dia há de subir na política.
(BRAGA, Rubem. Luto da família Silva. In: Para gostar de ler. 4. Ed. São Paulo, Ática: 1984.)
52ª questão
Explicite o que ocorreu com João da Silva.
53ª questão
Indique enunciador e enunciatário:
no 1º parágrafo – nos demais parágrafos –
54ª questão
Justifique o fato de a morte do personagem ter sido noticiada na seção dos "Fatos Diversos" do
Diário de Pernambuco. 55ª questão
Explique quem são os Joões da Silva citados pelo autor no trecho: “Nós somos os populares Joões da Silva” 56ª questão
Estabeleça relação de semelhança entre ser Silva e usar o sobrenome “de Tal”. 57ª questão
“Até as mulheres que não são de família pertencem à família Silva”
Explique:
A) quem são essas mulheres;
B) o efeito de sentido que decorre da presença da palavra “até” nesse contexto enunciativo.
58ª questão
Pesquise o que seria uma “vala comum” e justifique a escolha do autor para que o personagem fosse sepultado em uma vala desse tipo. 59ª questão
No texto, são citadas várias famílias, como: “A família Crespi, a família Matarazzo, a família
Guinle, a família Rocha Miranda, a família Pereira Carneiro, todas essas famílias assim são sustentadas pela nossa família.”. Indique a diferença entre essas famílias e a família Silva.
60ª questão
Explique como os Silva auxiliam essas famílias e o que há em comum entre as profissões
exercidas pelos Silva.
61ª questão
Justifique o uso da conjunção “apesar”, ao final do texto.
62ª questão
Considere a leitura de todos os textos que compõem esta atividade para avaliar se Maria da Graça Silva Foster inseri-se no perfil traçado por Rubem Braga para os Silva
www.letras.ufmg.br/redigir/lutosilva.doc Acesso em 18 fev. 2015. As questões de número 52 à 62 foram adaptadas Projeto Redigir, FALE/UFMG, 2011, por Maria Aparecida de Oliveira Martins de Araújo, e elaboradas, originalmente, por Carla Viana Coscarelli. Daiane Evelyn Ponciano e Raissa Nunes Leal.