As estratégias argumentativas na narrativa da reportagem ...
Análise discursiva de cartas argumentativas · ... INDIQUE o sujeito da locução verbal “tem...
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Análise discursiva de cartas argumentativas
Capitães da Areia é um romance de autoria do escritor brasileiro Jorge Amado, publicado em 1937. O
livro retrata a vida de um grupo de menores abandonados, chamados de "Capitães da Areia", ambientado
na cidade de Salvador dos anos 30.
Já em novembro de 1937 a obra foi perseguida pelo governo, sendo queimados em Salvador 808
exemplares em praça pública, junto a outros livros do autor e outros escritores, como José Lins do Rego,
sob o pretexto de se tratar de objeto de propaganda comunista.
Apesar de tantos anos terem passado desde a publicação da 1ª edição dessa obra, ela continua atual,
uma vez que meninos de rua continuam existindo e sendo marginalizados por todo o Brasil.
Esta atividade foi elaborada a partir das cartas que introduzem esse livro de Jorge Amado
1ª questão
Habilidade: inferir sentido de uma palavra pelo contexto.
a) Leia o texto a seguir e registre em suas margens o efeito de sentido (sinônimo) que se pode inferir
para as palavras emolduradas, a partir do contexto em que se encontram.
Se necessário, recorra ao dicionário e pesquise “inferir”.
CRIANÇAS LADRONAS
AS AVENTURAS SINISTRAS DOS "CAPITÃES DA AREIA" - A CIDADE INFESTADA POR CRIANÇAS
QUE VIVEM DO FURTO - URGE UMA PROVIDÊNCIA DO JUIZ DE MENORES E DO CHEFE DE
POLÍCIA - ONTEM HOUVE MAIS UM ASSALTO
Já por várias vezes o nosso jornal, que é sem dúvida o órgão das mais legítimas aspirações da
população baiana, tem trazido notícias sobre a atividade criminosa dos "Capitães da Areia", nome
pelo qual é conhecido o grupo de meninos assaltantes e ladrões que infestam a nossa urbe. Essas
crianças que tão cedo se dedicaram à tenebrosa carreira do crime não têm moradia certa ou pelo
menos a sua moradia ainda não foi localizada. Como também ainda não foi localizado o local onde
escondem o produto dos seus assaltos, que se tornam diários, fazendo jus a uma imediata providência
do Juiz de Menores e do Dr. Chefe de Polícia.
Esse bando que vive da rapina se compõe, pelo que se sabe, de um número superior a 100
crianças das mais diversas idades, indo desde os 8 aos 16 anos. Crianças que, naturalmente devido ao
desprezo dado à sua educação por pais pouco servidos de sentimentos cristãos, se entregaram no
verdor dos anos a uma vida criminosa. São chamados de "Capitães da Areia" porque o cais é o seu
quartel-general. E têm por comandante um molecote dos seus 14 anos, que é o mais terrível de todos,
não só ladrão, como já autor de um crime de ferimentos graves, praticado na tarde de ontem.
Infelizmente a identidade deste chefe é desconhecida.
O que se faz necessário é uma urgente providência da polícia e do juizado de menores no sentido
da extinção desse bando para que recolham esses precoces criminosos, que já não deixam a cidade
dormir em paz o seu sono tão merecido, aos institutos de reforma de crianças ou às prisões.
Passemos agora a relatar o assalto de ontem, do qual foi vítima um honrado comerciante da nossa
praça, que teve sua residência furtada em mais de um conto de réis e um seu empregado ferido pelo
desalmado chefe dessa malta de jovens bandidos.
b) RECORRA ao dicionário e certifique-se de suas inferências em relação às palavras do item A.
2ª questão
Habilidades: identificar vozes discursivas em um dado texto
EXPLICITE, o ponto de vista que se enuncia no subtítulo em relação aos meninos de rua, principais
personagens de “Capitães da Areia”.
3ª questão
Habilidades: Reconhecer, em diferentes gêneros, marcas de identificação política-religiosa-ideológica ou de interesses do
produtor; Reconhecer e operar com relações morfossintáticas.
a) TRANSCREVA do subtítulo a(s) palavra(s) responsável (eis) pela caracterização das crianças de rua
como um risco à sociedade e não como uma vítima dessa.
b) CLASSIFIQUE sintaticamente os termos transcritos no item anterior.
4ª questão
Habilidades: reconhecer e usar, em um texto, estratégias de representação de seus interlocutores; analisar mudanças na imagem
dos interlocutores em função da substituição de certos índices contextuais e situacionais.
REESCREVA o título e o subtítulo do texto, mantendo a informação sobre a existência e os delitos
cometidos pelas crianças de rua, mas mudando o ponto de vista do enunciador em relação a essas
crianças.
5ª questão
Habilidade: posicionar-se criticamente frente a posicionamentos enunciativos presentes em um texto.
a) INDIQUE, segundo esse texto, que motivo levou essas crianças a viverem na rua.
b) Você compartilha da opinião do enunciador? JUSTIFIQUE sua resposta.
6ª questão
Habilidades: reconhecer e operar com relações morfossintáticas; reconhecer u uso de adjetivos, advérbios e pronomes como
constitutivos do processo argumentativo.
a) INDIQUE o sujeito da locução verbal “tem trazido” negritada no TEXTO.
b) EXPLIQUE o valor argumentativo do pronome possessivo que exerce a função de adjunto
adnominal desse sujeito.
7ª questão
Habilidade: reconhecer o uso de adjetivos, advérbios e pronomes como constitutivos do processo argumentativo.
a) REESCREVA o 2º período do texto “Sobre a matéria crianças ladronas”, dele eliminando todas as
palavras, expressões e orações de natureza adjetiva.
“Essas crianças que tão cedo se dedicaram à tenebrosa carreira do crime não têm moradia certa ou
pelo menos a sua moradia ainda não foi localizada.”
b) ANALISE se, retiradas todas as palavras de natureza adjetiva, neutraliza-se o ponto de vista
negativo do enunciador em relação aos Capitães da Areia.
8ª questão
Habilidade: reconhecer o uso de adjetivos, advérbios e pronomes como constitutivos do processo argumentativo.
Releia:
Essas crianças [...] não têm moradia certa ou pelo menos a sua moradia ainda não foi localizada.
Como também ainda não foi localizado onde escondem o produto dos seus assaltos [...]
ANALISE se podemos retirar desse trecho a palavra “ainda”, sem que haja comprometimento do sentido
original do texto.
9ª questão
Habilidade: organizar o próprio texto, segundo diferentes relações lógicas dos mecanismos de coesão verbal e nominal, conforme
o gênero e tipologia que entra na composição do texto.
EXPLIQUE se o pronome “Esse”, usado ao início do 2º parágrafo, foi corretamente utilizado.
10ª questão
Habilidade: identificar expressões de modalização.
JUSTIFIQUE o emprego da expressão “pelo que se sabe”, presente no 2º parágrafo.
11ª questão
Habilidade: avaliar efeitos de sentido decorrentes da representação, em um texto, de suas vozes alocutários.
ANALISE se o enunciador inclui-se dentre os responsáveis pela existência dos meninos de rua.
12ª questão
Habilidades: a) reconhecer estratégias argumentativas empregadas para convencimento do público.
b) analisar mudanças na imagem dos interlocutores de um texto em função de suas marcas ideológicas.
Releia:
“E têm por comandante um molecote dos seus 14 anos, que é o mais terrível de todos, não só
ladrão, como já autor de um crime de ferimentos graves, praticado na tarde de ontem. Infelizmente
a identidade deste chefe é desconhecida.”
a) ENUMERE as estratégias utilizadas, nesse fragmento, para a construção do perfil negativo dos
Capitães da Areia.
b) REESCREVA esse fragmento, alterando o ponto de vista do enunciador em relação aos Capitães
da Areia. Você não chegará a defendê-los abertamente; apenas atenuará a carga negativa que se
projeta para esses personagens.
13ª questão
Habilidade: reconhecer estratégias argumentativas empregadas para convencimento do público.
Na matéria publicada pelo “Jornal da Tarde”, os componentes dos Capitães da Areia são depreciados não
apenas por uma caracterização diretamente negativa, como também pela supervalorização daqueles que
foram por eles molestados.
COMPROVE essa afirmativa
14ª questão
Habilidade: identificar índices de modalização.
ANALISE se é possível retirar o advérbio de modo presente no último período do 2º parágrafo, sem que
haja comprometimento na “modalização” original.
15ª questão
“Capitães da Areia” é um romance de autoria do escritor brasileiro Jorge Amado, publicado em 1937, leia
um pouco sobre esse livro.
Histórico
Já em novembro de 1937, a obra foi perseguida pelo governo, sendo queimados em Salvador 808
exemplares em praça pública, junto a outros livros do autor e outros escritores, como José Lins do Rego,
sob o pretexto de se tratar de objeto de propaganda comunista.
No dia 8 de dezembro do mesmo ano, a obra foi também uma das que foram apreendidas nas
livrarias do Rio de Janeiro, sob a alegação de serem "nocivas à sociedade".
Análise da obra
Havia no Brasil da década de 1930 uma visão de país "novo", que ainda não havia se realizado,
como registrou Antonio Candido de Mello e Souza, ressaltando os autores da época aquilo que separava
a nação dos países ricos.
Vivia o Brasil um momento conturbado, em que se tomava consciência da chamada luta de
classes, durante a ascensão ao poder de Getúlio Vargas; João Luiz Lafetá afirma que “A consciência da
luta de classes, embora de forma confusa, penetra em todos os lugares - na literatura inclusive, e com
uma profundidade que vai causar transformações importantes”.
Buscava-se, então, a mudança social, ao contrário do momento literário anterior em que se
enaltecia as qualidades do país, presente no movimento modernista; há um certo desencanto com a
realidade, que a literatura passa a retratar de modo pessimista, mas fazendo-o de forma ativa,
transformadora. No dizer de Lafetá, deu-se a "consciência pessimista do subdesenvolvimento".
Nesse contexto, a obra de Amado pode ser qualificada como "social e proletária".
Ambiência
Neste livro Jorge Amado retrata a vida nas ruas de Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia,
naquela época afetada por uma epidemia de bexiga (varíola); o aparato policial destinava-se à
perseguição pura e simples dos menores infratores, encontrando mesmo prazer na tortura, sem qualquer
senso de justiça. Diante do ambiente hostil em que vivem, o grupo de meninos abandonados reage de
forma também agressiva, mas de forma a encontrar nas ruas uma certa liberdade; tem por refúgio um
velho trapiche (espécie de armazém) abandonado, numa das praias da capital baiana - de onde vem o
nome do grupo.
Esse trapiche é a única referência de "lar" que possuem; é onde se abrigam, se escondem, e
vivem como família. Sua descrição ocupa lugar de destaque no início da obra. Ali constroem suas
próprias regras, são os senhores e é objeto de investigação pelas autoridades, que desconhecem onde
os mesmos se ocultam.
Localizada na Cidade Baixa, parte da capital baiana onde está a zona portuária, é contudo na
residencial e mais rica Cidade Alta que os menores realizam suas ações infratoras.
a) Habilidade: sintetizar informações de um texto em função de uma determinada solicitação.
GRIFE as informações mais importantes e RESUMA o texto anteriormente apresentado.
b) Habilidades: comparar textos que tratem de um mesmo tema; sintetizar informações de um texto em função de uma
determinada solicitação.
Para completar nossos estudos sobre o livro “Capitães da Areia”, PESQUISE sobre: 1) “Jorge Amado”; 2)
“Romance regionalista”.
Essas pesquisas serão realizadas em grupos.
Vocês terão liberdade para escolher com quem trabalharão, desde que sigam aos critérios a seguir:
1- 4 componentes;
2- Equilíbrio quanto ao gênero ( todos os grupos devem ter meninos e meninas, se possível 2 e 2);
3- Não deve haver em um mesmo grupo mais de um novato na escola ou mais de um veterano na
série.
ATENÇÃO
Para essa atividade, considere que pesquisa não é uma mera cópia, mas a produção de um texto
pessoal, a partir de dados coletados em fontes confiáveis.
Pesquise em, no mínimo, 2 fontes (uma delas impressa)
Utilize-se do formulário que se segue para organizar os dados coletados.
Registre somente os dados relevantes.
Os dados já coletados em uma fonte, não devem ser novamente registrados se se repetirem na fonte 2.
Redija uma introdução apresentando, resumidamente, sobre o que tratará em sua pesquisa.
Redija também uma conclusão posicionando-se em relação à importância do romance regionalista no
panorama político em que Capitães da Areia foi publicado.
Recorra ao “Manual de Normatização” ou ao site da ABNT e verifique como registrar a bibliografia
consultada.
Não se esqueça de que a página de rosto de seu trabalho também deve seguir as orientações da
ABNT.
Dados coletados na 1ª fonte
Dados coletados na 2ª fonte
Texto produzido a partir dos dados coletados:
- introdução;
- pesquisa propriamente dita;
- conclusão.
Referências
16ª questão
Habilidade: estabelecer relações entre o texto literário e o contexto social e político de sua produção.
PESQUISE e LEIA o Livro II – Parte Especial, do Estatuto da Criança e do Adolescente e o fragmento de
“Capitães da Areia” transcrito a seguir e responda ao que se pede.
“O que se faz necessário é uma urgente providência da polícia e do juizado de menores no sentido da
extinção desse bando e para que se recolham esses precoces criminosos, que já não deixam a cidade
dormir em paz o seu sono tão merecido, aos institutos de reformas de crianças ou às prisões.”
ANALISE se, caso existisse o “Estatuto da Criança e do Adolescente” na época em que os componentes
dos Capitães da Areia “aterrorizavam” Salvador, eles poderiam ser “recolhidos” a prisões.
FUNDAMENTE sua resposta citando os artigos do Estatuto, que lhe sirvam de argumentos.
NA RESIDÊNCIA DO COMENDADOR JOSÉ FERREIRA
No Corredor da Vitória, coração do mais chique bairro da cidade, se eleva a bela vivenda do
Comendador José Ferreira, dos mais abastados e acreditados negociantes desta praça, com loja de
fazendas na rua Portugal. É um gosto ver o palacete do comendador, cercado de jardins, na sua
arquitetura colonial. Pois ontem esse remanso de paz e trabalho honesto passou uma hora de
indescritível agitação e susto com a invasão que sofreu por parte dos "Capitães da Areia".
Os relógios badalavam as três horas da tarde e a cidade abafava de calor quando o jardineiro notou
que algumas crianças vestidas de molambos rondavam o jardim da residência do comendador. O
jardineiro tratou de afastar da frente da casa aqueles incômodos visitantes. E, como eles continuassem o
seu caminho, descendo a rua, Ramiro, o jardineiro, volveu ao seu trabalho nos jardins. do fundo do
palacete. Minutos depois, porém, era o
ASSALTO
Não tinham passado ainda cinco minutos quando o jardineiro Ramiro ouviu gritos assustados vindos
do interior da residência. Eram gritos de pessoas terrivelmente assustadas. Armando-se de uma foice o
jardineiro penetrou na casa e mal teve tempo de ver vários moleques que, como um bando de demônios
(na expressão curiosa de Ramiro), fugiam saltando as janelas, carregados com objetos de valor da sala
de jantar. A empregada que havia gritado estava cuidando da senhora do comendador, que tivera um
ligeiro desmaio em virtude do susto que passara. O jardineiro dirigiu-se às pressas para o jardim, onde
teve lugar a
LUTA
Aconteceu que no jardim a linda criança que é Raul Ferreira, de 11 anos, neto do comendador, que
se achava de visita aos avós, conversava com o chefe dos "Capitães da Areia", que é reconhecível
devido a um talho que tem no rosto. Na sua inocência, Raul ria para o malvado, que sem dúvida pensava
em furtá-lo. O jardineiro se atirou então em cima do ladrão. Não esperava, porém, pela reação do
moleque, que se revelou um mestre nestas brigas. E o resultado é que, quando pensava ter seguro o
chefe da malta, o jardineiro recebeu uma punhalada no ombro e logo em seguida outra no braço, sendo
obrigado a largar o criminoso, que fugiu.
A polícia tomou conhecimento do fato, mas até o momento que escrevemos a presente nota nenhum
rastro dos "Capitães da Areia" foi encontrado. O Comendador José Ferreira, ouvido pela nossa
reportagem, avalia o seu prejuízo em mais de um conto de réis, pois só o pequeno relógio de sua esposa
estava avaliado em 9OO $ réis e foi furtado.
URGE UMA PROVIDÊNCIA
Os moradores do aristocrático bairro estão alarmados e receosos de que os assaltos se sucedam,
pois este não é o primeiro levado a efeito pelos "Capitães da Areia". Urge uma providência que traga
para semelhantes malandros um justo castigo e o sossego para as nossas mais distintas famílias.
Esperamos que o ilustre Chefe de Polícia e o não menos ilustre Dr. Juiz de Menores saberão tomar as
devidas providências contra esses criminosos tão jovens e já tão ousados.
A OPINIÃO DA INOCÊNCIA
A nossa reportagem ouviu também o pequeno Raul, que, como dissemos, tem onze anos e já é dos
ginasianos mais aplicados do Colégio Antônio Vieira. Raul mostrava uma grande coragem e nos disse
acerca da sua conversa com o terrível chefe dos "Capitães da Areia".
Ele disse que eu era um tolo e não sabia o que era brincar. Eu respondi que tinha uma bicicleta e
muito brinquedo. Ele riu e disse que tinha a rua e o cais. Fiquei gostando dele, parece um desses
meninos de cinema que foge de casa para passar aventuras.
Ficamos então a pensar neste outro delicado problema para a infância que é o cinema, que tanta
ideia errada infunde às crianças acerca da vida. Outro problema que está merecendo a atenção do Dr.
Juiz de Menores. A ele volveremos.
(Reportagem publicada no Jornal da Tarde, na página de Fatos Policiais, com um clichê da casa do
comendador e um deste no momento em que era condecorado).
Releia:
No Corredor da Vitória, coração do mais chique bairro da cidade, se eleva a bela vivenda do Comendador
José Ferreira, dos mais abastados e acreditados negociantes desta praça, com loja de fazendas na rua
Portugal.
17 ª questão
Habilidade: reconhecer processos metafóricos e metonímicos.
a) ANALISE se a palavra “coração” foi utilizada em seu sentido literal ou figurado.
b) PESQUISE o verbete “metáfora” e ANALISE se a forma como a palavra “coração” foi empregada
no texto pode ser considerada metáfora.
18ª questão
Habilidade: reconhecer e operar mecanismos de coesão referencial.
ANALISE se pronome demonstrativo foi adequadamente usado na parte da matéria que se refere à
residência do comendador José Ferreira.
JUSTIFIQUE sua resposta para cada uma das ocorrências do pronome no referido parágrafo.
19ª questão
Habilidade: identificar e aplicar o papel sintático, semântico e discursivo de articuladores em um texto ou sequência textual.
Leia atentamente:
A polícia tomou conhecimento do fato, mas até o momento que escrevemos a presente nota nenhum
rastro dos "Capitães da Areia" foi encontrado.
a) INDIQUE e EXPLIQUE a oposição presente no fragmento acima.
b) CIRCULE a palavra responsável por marcar a relação de oposição nesse fragmento.
c) SUBSTITUA a palavra circulada por outra, sem que haja alteração da relação estabelecida.
Habilidade: identificar tese em um texto.
d) EXPLICITE a crítica feita à polícia, nesse fragmento.
20ª questão
Habilidade: identificar e aplicar o papel sintático, semântico e discursivo de articuladores.
Os moradores do aristocrático bairro estão alarmados e receosos de que os assaltos se sucedam, pois
este não é o primeiro levado a efeito pelos "Capitães da Areia".
a) A parte sublinhada é uma:
( ) causa do fato anteriormente apresentado no período.
( ) consequência para o fato anteriormente apresentado no período.
( ) conclusão em relação ao fato anteriormente apresentado no período.
b) REESCREVA o período SUBSTITUINDO por outra a palavra negritada, sem que haja alteração no
sentido do texto.
CARTA DO SECRETÁRIO DO CHEFE DE POLÍCIA À REDAÇÃO DO JORNAL DA TARDE
Sr. Diretor do Jornal da Tarde.
Cordiais saudações.
Tendo chegado ao conhecimento do Dr. Chefe de Polícia a local publicada ontem na segunda
edição desse jornal sobre as atividades dos "Capitães da Areia", bando de crianças delinquentes, e o
assalto levado a efeito por este mesmo bando na residência do comendador José Ferreira, o Dr. Chefe de
Polícia se apressa a comunicar à direção deste jornal que a solução do problema compete antes ao juiz
de menores que à polícia A polícia neste caso deve agir em obediência a um pedido do Dr. Juiz de
Menores. Mas que, no entanto, vai tomar sérias providências para que semelhantes atentados não se
repitam e para que os autores do de anteontem sejam presos para sofrerem o castigo merecido.
Pelo exposto fica claramente provado que a polícia não merece nenhuma crítica pela sua atitude
em face desse problema. Não tem agido com maior eficiência porque não foi solicitada pelo juiz de
menores.
Cordiais saudações.
(Publicada em primeira página do Jornal da Tarde, com clichê do chefe de polícia e um vasto comentário
elogioso.).
21ª questão
Habilidade: inferir efeito de sentido do uso de operadores de argumentação.
JUSTIFIQUE a presença do aposto no primeiro período dessa parte da reportagem.
22ª questão
Habilidade: reconhecer e operar mecanismos de coesão referencial.
RELEIA esse mesmo período e VERIFIQUE a adequação (ou não) do emprego do pronome
demonstrativo. JUSTIFIQUE sua resposta.
CARTA DO DOUTOR JUIZ DE MENORES À REDAÇÃO DO JORNAL DA TARDE
Sr. Diretor do Jornal da Tarde.
Cidade do Salvador
Neste: Estado.
Meu caro patrício.
Cordiais saudações.
Folheando, num dos raros momentos de lazer que me deixam as múltiplas e variadas preocupações
do meu espinhoso cargo, o vosso brilhante vespertino, tomei conhecimento de uma epístola do
infatigável doutor Chefe de Polícia do Estado, na qual dizia dos motivos por que a Polícia não pudera
até a data presente intensificar a meritória campanha contra os menores delinquentes que infestam a
nossa urbe. Justifica-se o doutor Chefe de Polícia declarando que não possuía ordens do juizado de
menores no sentido de agir contra a delinquência infantil. Sem querer absolutamente culpar a brilhante e
infatigável Chefia de Polícia, sou obrigado, a bem da verdade (essa mesma verdade que tenho colocado
como o farol que ilumina a estrada da minha vida com a sua luz puríssima), a declarar que a desculpa
não procede. Não procede, Sr. Diretor, porque ao juizado de menores não compete perseguir e prender
os menores delinquentes e, sim, designar o local onde devem cumprir pena, nomear curador para
acompanhar qualquer processo contra eles instaurado, etc. Não cabe ao juizado de menores
capturar os pequenos delinquentes. Cabe velar pelo seu destino posterior. E o Sr. doutor Chefe de
Polícia sempre há de me encontrar onde o dever me chama, porque jamais, em 50 anos de vida
impoluta, deixei de cumpri-lo.
Ainda nestes últimos meses que decorreram mandei para o Reformatório de Menores vários
menores delinquentes ou abandonados. Não tenho culpa, porém, de que fujam, que não se
impressionem com o exemplo de trabalho que encontram naquele estabelecimento de educação e que,
por meio da fuga, abandonem um ambiente onde se respiram paz e trabalho e onde são tratados com o
maior carinho. Fogem e se tornam ainda mais perversos, como se o exemplo que houvessem recebido
fosse mau e daninho. Por quê? Isso é um problema que aos psicólogos cabe resolver e não a mim,
simples curioso da filosofia.
O que quero deixar claro c cristalino, Sr. Diretor, é que o doutor Chefe de Polícia pode contar com a
melhor ajuda deste juizado de menores para intensificar a campanha contra os menores delinquentes.
De V. Exa., admirador e patrício grato,
Juiz de Menores.
(Publicada no Jornal da Tarde com o clichê do juiz de menores em uma coluna e um pequeno
comentário elogioso).
23ª questão
Habilidades: reconhecer o advérbio como constitutivo do processo argumentativo.
Releia:
“Folheando, num dos raros momentos de lazer que me deixam as múltiplas e variadas
preocupações do meu espinhoso cargo” (...).
INDIQUE o valor argumentativo do adjunto adverbial de tempo presente nesse fragmento.
24ª questão
Habilidade: reconhecer e usar, em um texto, estratégias de representação de seus interlocutores (vozes locutoras e alocutárias)
INDIQUE a quem se dirige o Sr. Juiz no vocativo de sua carta e FUNDAMENTE sua resposta.
25ª questão
Habilidade: identificar e significar a linguagem figurada.
TRANSCREVA dessa carta uma passagem irônica.
26ª questão
Habilidade: reconhecer e usar, em um texto, estratégias de representação de seus interlocutores (vozes locutoras e alocutárias)
RELEIA o fechamento dessa carta:
“De V. Exa., admirador e patrício grato,”
a) A quem se refere a expressão V.Exa.?
b) Quem é o admirador e patrício?
c) Reescreva esse fechamento em linguagem coloquial, sem que o sentido seja modificado.
CARTA DE UMA MÃE, COSTUREIRA, À REDAÇÃO DO JORNAL DA TARDE
Sr. Redator:
Desculpe os erros e a letra pois não sou costumeira nestas coisas de escrever e se hoje venho a
vossa presença é para botar os pontos nos ii. Vi no jornal uma notícia sobre os furtos dos "Capitães da
Areia" e logo depois veio a polícia e disse que ia perseguir eles e então o doutor dos menores veio com
uma conversa dizendo que era uma pena que eles não se emendavam no reformatório para onde ele
mandava os pobres. É por falar no tal do reformatório que eu escrevo estas mal traçadas linhas. Eu
queria que seu jornal mandasse uma pessoa ver o tal do reformatório para ver como são tratados os
filhos dos pobres que têm a desgraça de cair nas mãos daqueles guardas sem alma. Meu filho Alonso
teve lá seis meses e se eu não arranjasse tirar ele daquele inferno em vida, não sei se o desgraçado
viveria mais seis meses. O menos que acontece pros filhos da gente é apanhar duas e três vezes por dia.
O diretor de lá vive caindo de bêbedo e gosta de ver o chicote cantar nas costas dos filhos dos pobres. Eu
vi isso muitas vezes porque eles não ligam pra gente e diziam que era para dar exemplo. Foi por isso que
tirei meu filho de lá. Se o jornal do senhor mandar uma pessoa lá, secreta, há de ver que comida eles
comiam, o trabalho de escravo que têm, que nem um homem forte agüenta, e as surras que tomam. Mas
é preciso que vá secreto senão se eles souberem vira um céu aberto. Vá de repente e há de ver quem
tem razão. É por essas e outras que existem os "Capitães da Areia". Eu prefiro ver meu filho no meio
deles que no tal reformatório. Se o senhor quiser ver uma coisa de cortar o coração vá lá. Também se
quiser pode conversar com o Padre José Pedro, que foi capelão de lá e viu tudo isso. Ele também pode
contar e com melhores palavras que eu não tenho.
Maria Ricardina, costureira.
(Publicada na quinta página do Jornal da Tarde, entre anúncios, sem clichês e sem comentários.).
27ª questão
Habilidade: reconhecer os sentidos decorrentes das variedades linguísticas e estilísticas usadas em um texto.
COPIE da carta de Maria Ricardina passagens que não estão de acordo com a linguagem formal e que
denunciam sua origem humilde.
28ª questão
Habilidade: relacionar a presença de diferentes vozes à intencionalidade discursiva.
LEVANTE UMA HIPÓTESE em relação ao objetivo de o “Jornal da Tarde” haver publicado a carta de
Maria Ricardina.
CARTA DO PADRE JOSÉ PEDRO À REDAÇÃO DO JORNAL DA TARDE
Sr. Redator do Jornal da Tarde.
Saudações em Cristo.
Tendo lido, no vosso conceituado jornal, a carta de Maria Ricardina que apelava para mim como
pessoa que podia esclarecer o que é a vida das crianças recolhidas ao reformatório de menores, sou
obrigado a sair da obscuridade em que vivo para vir vos dizer que infelizmente Maria Ricardina tem
razão. As crianças no aludido reformatório são tratadas como feras, essa é a verdade. Esqueceram a
lição do suave Mestre, Sr. Redator, e em vez de conquistarem as crianças com bons tratos, fazem-nas
mais revoltadas ainda com espancamentos seguidos e castigos físicos verdadeiramente desumanos.
Eu tenho ido lá levar às crianças o consolo da religião e as encontro pouco dispostas a aceitá-lo devido
naturalmente ao ódio que estão acumulando naqueles jovens corações tão dignos de piedade. O que
tenho visto, Sr. Redator, daria um volume.
Muito grato pela atenção.
Servo em Cristo,
Padre José Pedra
(Carta publicada na terceira página do Jornal da Tarde, sob o título SERÁ VERDADE? e sem
comentários.)
CARTA DO DIRETOR DO REFORMATÓRIO À REDAÇÃO DO JORNAL DA TARDE
Ilmo. Sr. Diretor do Jornal da Tarde.
Saudações.
Tenho acompanhado com grande interesse a campanha que o brilhante órgão da imprensa baiana,
que com tão rútila inteligência dirigis, tem feito contra os crimes apavorantes dos "Capitães da Areia",
bando de delinqüentes que amedronta a cidade e impede que ela viva sossegadamente.
Foi assim que li duas cartas de acusações contra o estabelecimento que dirijo e que a modéstia (e
somente a modéstia, Sr. Diretor) me impede que chame de modelar.
Quanto à carta de uma mulherzinha do povo, não me preocupei com ela, não merecia a minha
resposta. Sem dúvida é uma das muitas que aqui vêm e querem impedir que o Reformatório cumpra a
sua santa missão de educar os seus filhos. Elas os criam na rua, na pândega, e como eles aqui são
submetidos a uma vida exemplar elas são as primeiras a reclamar, quando deviam beijar as mãos
daqueles que estão fazendo dos seus filhos homens de bem. Primeiro vêm pedir lugar para os filhos.
Depois sentem falta deles, do produto dos furtos que eles levam para casa, e então saem a reclamar
contra o Reformatório. Mas, como já disse, Sr. Diretor, esta carta não me preocupou. Não é uma
mulherzinha do povo quem há de compreender a obra que estou realizando à frente deste
estabelecimento.
O que me abismou, Sr. Diretor, foi a carta do Padre José Pedro. Este sacerdote, esquecendo as
funções do seu cargo, veio lançar contra o estabelecimento que dirijo graves acusações. Esse padre
(que eu chamarei de padre do demônio, se me permitis uma pequena ironia, sr. Diretor) abusou das suas
funções para penetrar no nosso estabelecimento de educação em horas proibidas pelo regulamento e
contra ele eu tenho de formular uma séria queixa: ele tem incentivado os menores que o Estado colocou
a meu cargo à revolta, à desobediência. Desde que ele penetrou os umbrais desta casa que os casos de
rebeldia e contravenções aos regulamentos aumentaram. O tal padre é apenas um instigador do mau
caráter geral dos menores sob a minha guarda. E por isso vou fechar-lhe as portas desta casa de
educação.
Porém, Sr. Diretor, fazendo minhas as palavras da costureira que escreveu a este jornal, sou eu
quem vem vos pedir que envieis um redator ao Reformatório. Disso faço questão. Assim podereis, e o
público também, ter ciência exata e fé verdadeira sobre a maneira como são tratados os menores que
se regeneram no Reformatório Baiano de Menores Delinqüentes e Abandonados. Espero o vosso
redator na segunda-feira. E se não digo que ele venha no dia que quiser é que estas visitas devem ser
feitas nos dias permitidos pelo regulamento e é meu costume nunca me afastar do regulamento. Este é
o motivo único por que convido o vosso redator para segunda-feira. Pelo que vos fico imensamente
grato, como pela publicação desta. Assim ficará confundido o falso vigário de Cristo.
Criado agradecido e admirador atento,
Diretor do Reformatório Baiano de Menores Delinqüentes e Abandonados.
(Publicada na 3ªpágina do Jornal da Tarde com um clichê do reformatório e uma notícia adiantando que
na próxima segunda-feira irá um redator do da Tarde ao reformatório).
UM ESTABELECIMENTO MODELAR ONDE REINAM A PAZ E O TRABALHO – ÓTIMA COMIDA –
CRIANÇAS QUE TRABALHAM E QUE SE DIVERTEM – CRIANÇAS LADRONAS EM CAMINHO DA
REGENERAÇÃO – ACUSAÇÕES IMPROCEDENTES – SÓ UM INCORRIGÍVEL RECLAMA – O
REFORMATÓRIO BAIANO É UMA GRANDE FAMÍLIA – ONDE DEVIAM ESTAR OS CAPITÃES DA
AREIA.
(Títulos da reportagem publicada na segunda edição de terça-feira do Jornal da Tarde, ocupando toda a
primeira página, sobre o Reformatório Baiano, com diversos clichês do prédio e um do diretor.)
29ª questão
Habilidade: reconhecer estratégias argumentativas empregadas para convencimento do público.
Considerando que o aposto presente ao início dessa parte da matéria pode ser retirado sem que haja
comprometimento da compreensão do texto pelos leitores, uma vez que os Capitães da Areia estavam
presentes nas páginas do Jornal já há alguns dias, levante e fundamente uma hipótese que justifique sua
utilização pelo signatário da carta.
30ª questão
Habilidade: reconhecer o uso do diminutivo como constitutivo do processo argumentativo.
- Releia:
“Quanto à carta de uma mulherzinha do povo, não me preocupei com ela, não merecia a minha resposta”.
JUSTIFIQUE o uso do diminutivo nesse fragmento.
31ª questão
Habilidade: reconhecer e usar em um texto estratégias de representação de seus interlocutores (locutor e alocutário)
DESCREVA o perfil do enunciador dessa carta.
32ª questão
Habilidade: reconhecer estratégias argumentativas utilizadas para convencimento do público.
EXPLICITE as estratégias por meio das quais o diretor do reformatório busca neutralizar a credibilidade de
Maria Ricardina frente ao diretor e aos leitores do “Jornal da Tarde.”.
SOBRE TODAS AS CARTAS
33ª questão
Habilidade: reconhecer objetivo comunicativo de um gênero textual.
EXPLICITE o objetivo por que todas essas cartas teriam sido inseridas ao início do livro.
34ª questão
Habilidade: relacionar elementos da perigrafia textual na compreensão do texto.
JUSTIFIQUE o fato de serem inseridas, abaixo de cada matéria, informações sobre as páginas do jornal
em que circularam essas cartas e a presença ou não de clichês.
35ª questão
a) A quem realmente se endereçavam cada uma das cartas publicadas?
b) Por que os remetentes teriam mandado as cartas para o Diretor do Jornal e não àqueles a quem
de fato se destinavam?