Análise de negócios

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ANÁLISE DE NEGÓCIOS – MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

Elaborado por – SEBRAE/ES Data da elaboração – Outubro de 1999 Tipo de negócio – MATERIAL DE CONSTRUÇÃO Ramo de atividade - COMÉRCIO

Apresentação

Introdução

Indicadores Setoriais

Indicadores de Recursos Humanos

Indicadores de Mercado/Vendas

Indicadores Administrativos

Indicadores de Finanças

Principais Indicadores

Fontes de Informações

APRESENTAÇÃO

Este PERFIL representa o início de um trabalho a ser desenvolvido junto ao segmento comercial de materiais de construção, cujos objetivos são conhecer melhor o seu funcionamento e suas carências e, a partir daí, elaborar um plano de ações integradas de apoio gerencial e tecnológico, com vistas ao desenvolvimento das empresas. As informações contidas neste estudo foram obtidas através de entrevistas com as lideranças do setor, pesquisa de campo em 24 empresas e literatura existente no CDI (Centro de Documentação e Informação) do SEBRAE-ES, ACOMAC-ES (Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção do Espírito Santo) e ANAMACO (Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção). Este segmento se caracteriza pela enorme variedade de itens que compõem o seu estoque. Materiais como cimento, madeiras e seus artefatos, ferragens, vidros planos, materiais elétricos, metais, louças sanitárias, pisos e revestimentos, alumínio, tintas, vernizes, etc. são as principais mercadorias ofertadas nas lojas.

O cimento é um dos principais itens de venda, porém tem um dos maiores custos de aquisição e, consequentemente, uma das menores margens de lucro. Mas na maioria dos estabelecimentos é tido como produto indispensável, uma vez que através dele, ou por causa dele, outros produtos são vendidos. Parte importante do "Construbusiness" (rede de negócios ligados à construção civil), o setor de comércio de materiais de construção movimentou, no Brasil, aproximadamente US$ 26 bilhões em 1998, gerando US$ 4 bilhões de impostos e 2,9 milhões de empregos em 100.000 lojas espalhadas por todo o território nacional.(1)

Recentemente o setor deu mais um passo em busca de mais espaço e cooperação mútua criando o seu sindicato, denominado SINDIMAT (Sindicato do Comércio Varejista de Material de Construção da Grande Vitória).

(1) Fonte: Revista Perfil da Entidade - Maio / 1999 - Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção).

INTRODUÇÃO

Apesar dos esforços das lideranças do setor, ainda existe um baixo grau de conscientização quanto a necessidade de:

Treinar e reciclar a mão de obra com vistas a melhoria do desempenho operacional e aumento da produtividade; Modernizar a gestão empresarial e a gestão da qualidade, através do emprego de técnicas organizacionais avançadas; Utilizar indicadores gerenciais e de competitividade; Buscar conjuntamente as soluções para os problemas que afligem a categoria.

No que diz respeito a materiais de construção, a indústria brasileira é bastante diversificada quando comparada à indústria congênere em vários outros países. A abundância de matérias-primas no país nos coloca em vantagem no panorama internacional, tornando-nos pouco dependentes de importações e possibilitando a exportação para muitos mercados que não dispõem de produtos que podemos oferecer.

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A indústria da construção é uma poderosa alavanca para o desenvolvimento, e isso reflete na área comercial. Essa indústria está organizada em três sub-setores fundamentais: edificações , construção pesada e comércio de materiais de construção, segmento este que é o objeto do nosso estudo.  

INDICADORES SETORIAIS

1 - PORTE DAS EMPRESAS DO SETOR 95% das empresas do setor classificam-se como micro e pequenas, e apenas 5% como médias empresas, de acordo com os parâmetros utilizados pelo Sebrae-ES. (2)

2 - NÚMERO DE EMPRESAS As entidades representativas do setor estimam haver 3.000 lojas de material de construção no Espírito Santo e 100.000 no Brasil, incluindo as informais. O número de empresas associadas na Acomac (Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção do Espírito Santo) é de 257.

(2)

3 - NÚMERO DE EMPREGOS GERADOS O número de empregos gerados pelo setor está em torno de 40.000 no Espírito Santo e 2,9 milhões no Brasil.

4 - RECEITA GERADA (VENDAS) EM 1998:

No Brasil: US$ 26 bilhões (3); No Espírito Santo: US$ 600 milhões, ou US$ 50 milhões/mês, numa média de US$ 16.667,00 por empresa, ou R$ 32.167,31. (4)

(3) Previsão de crescimento de 10% em 1999. Fonte: Revista da Anamaco – Perfil da Entidade (maio/1999). (4) De acordo com a cotação do dólar comercial do dia 05/10/1999: US$ 1,00 igual a R$ 1,93.

Essa receita representa, no Espírito Santo, 4% do PIB estadual. A nível de Brasil, a geração de receita do setor corresponde a aproximadamente 3% do PIB.

5 - IMPOSTOS GERADOS EM 1998:

No Brasil: US$ 4 bilhões; No Espírito Santo: US$ 80 milhões.

6 - ENTIDADES REPRESENTATIVAS DO SETOR NO ESTADO ACOMAC/ES – Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção do Espírito Santo – tel.: 324-8811; SINDMAT – Sindicato do Comércio Varejista de Materiais de Construção da Grande Vitória – tel.: 322.8555.

SETOR

MICRO

PEQUENA

MÉDIA

GRANDE

Com. e Serviços Até 09 De 10 a 49 De 50 a 99 Acima de 100Indústria Até 19 De 20 a 99 De 100 a 499 Acima de 500

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7 - PONTOS FORTES

Diversidade de itens, permitindo baixos níveis de estoques e diversas opções de preço ao consumidor; Atendimento personalizado; O setor é um grande gerador de empregos, principalmente a mão-de-obra desqualificada; A grande capilaridade. As lojas são distribuídas por todos os bairros das cidades de maior porte e em todos os municípios do interior, permitindo fácil acesso aos clientes; Grande gerador de impostos, principalmente o ICMS; Eficiente serviço de entrega de mercadoria; Facilidade de acesso ao proprietário; A construção / reforma da casa própria é e sempre será um sonho de consumo do ser humano; Linha de crédito recém lançada pelo governo federal para empresas construtoras, o que estimulará a construção civil e o setor.

8 - PONTOS FRACOS

Baixo índice de informatização: aproximadamente 10 % das empresas estão informatizadas ou em processo de informatização. Neste aspecto, encontra-se dificuldade em adquirir softwares adaptados às reais necessidades das empresas do setor; Vendas diretas ao consumidor final, feitas pelas indústrias; Baixo nível de instrução de grande parte da mão-de-obra: 80% do pessoal da área de vendas têm o 2º grau, 10 % têm o 1º grau e 10 % têm curso superior. Na área operacional, praticamente todo o pessoal tem nível de instrução que não passa do 1º grau. Na administração, onde trabalham os proprietários, verifica-se que o grau de instrução varia entre o 2º e 3º grau; Falta de conscientização e motivação dos empregados para treinamento; Os empresários carecem de treinamento gerencial, principalmente no que diz respeito a técnicas de formação de preços de vendas; Proliferação de muitas empresas sem estruturas adequada de funcionamento, notadamente na periferia das cidades; Frota de veículos obsoleta.

9 - OBSTÁCULOS AO DESENVOLVIMENTO

Carga tributária elevada; Juros altos na captação de empréstimos; Grau de informalidade de boa parte da concorrência; Baixa capacidade gerencial; Baixo nível de informatização; A recessão econômica do país, que diminuiu significativamente o poder aquisitivo dos consumidores; Fiscalização de caráter punitivo, ao invés de educativa, nas áreas trabalhista e tributária; Falta de recursos financeiros para implementação de mudanças (auto serviço, por exemplo) que estão surgindo no setor; Falta de consciência associativista.

10 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EMPRESAS NO ESTADO

80 % das empresas estão situadas na Grande Vitória; 20 % estão situadas no interior do Estado.

11 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL CARACTERÍ STICA No setor geralmente encontramos empresas com uma estrutura organizacional tipicamente familiar, distribuída da seguinte forma:

Proprietários; Gerentes; Atendentes e Administ; Operacional (Operários Braçais).

Os serviços contábeis são terceirizados pela totalidade das empresas, e o marketing, incluindo propaganda, quando feito, também é encomendado a terceiros. De acordo com pesquisa de campo realizada pelo

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Sebrae/ES, as lojas de material de construção que estão informatizadas priorizam as áreas financeira, incluindo compra e venda, e de materiais. Sendo que esta última nem sempre é mantida atualizada.

12 - UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS INSTITUCIONAIS As empresas do setor podem acessar os serviços do Sebrae/ES(5) e do Senac para obtenção de informações gerenciais, treinamento dos seus recursos humanos e otimização dos negócios. Porém, reconhece a Acomac, é baixo o nível de utilização dessas Instituições.

(5) O Sebrae/ES desenvolve serviços nas áreas de informações, negócios (feiras, missões, etc.), treinamento, consultoria e crédito orientado.

13 - O QUE ESTÁ SENDO FEITO NOS OUTROS ESTADOS? Segundo o presidente do sindicato da categoria, não se observa nada relevante sendo feito nos outros Estados da Federação. As feiras e exposições do ramo têm apresentado um nível gerencial e tecnológico mais avançado em estabelecimentos de outros Estados da região sudeste, o que é considerado normal pelas lideranças do setor.

Há, porém, iniciativas pioneiras também no nosso Estado, como por exemplo o curso de formação de consultores de vendas de material de construção, que esta entidade estará realizando brevemente em parceria com o Senac.

INDICADORES DE RECURSOS HUMANOS  

1 - GRAU DE INSTRUÇÃO DA MÃO-DE- OBRA DIRETA

Nenhuma instrução: 5%; 1º grau: 35%. 2º grau: 55%; 3º grau: 5%.

2 - GRAU DE INSTRUÇÃO DA GERÊNCIA

1º e 2º graus: 95%; 3º grau: 5%.

3 - FORMAS DE RECRUTAMENTO O recrutamento normalmente é feito por indicação dos próprios profissionais do ramo, ou por contato direto do empresário com o potencial candidato ao emprego ou, raramente, por empresas especializadas em recrutamento e seleção de pessoal.

4 - ROTATIVIDADE DA MÃO- DE-OBRA É baixa a rotatividade no setor, como podemos observar no gráfico abaixo. Observa-se que quase a metade dos empregados do setor estão há mais de três anos na mesma empresa.

42% dos empregados têm mais de 3 anos na empresa; 45% têm de 1 a 3 anos; 13% têm até 1 ano.

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5 - GASTOS COM TREINAMENTOS De acordo com a Acomac, é baixo o investimento em treinamento pelas empresas do setor. A disposição e a consciência para treinar os recursos humanos vem aumentando, mas ainda existe a crença nessas organizações de que o treinamento é um investimento em tempo e dinheiro, com retorno duvidoso para a empresa e para as pessoas, o que as desmotiva a participar dos cursos e palestras oferecidos pelas instituições de ensino e capacitação técnica.

6 - ÁREAS CONTEMPLADAS COM TREINAMENTO Em função das mudanças verificadas no perfil do consumidor, que está mais exigente, o setor tem priorizado o treinamento na área de atendimento. São aplicados treinamentos também nas áreas gerencial, informática e de relações humanas. Além disso, os fornecedores de material de construção, frequentemente, realizam palestras nas empresas sobre temas específicos do setor.

7 - HORAS DE TREINAMENTO POR EMPREGADO Em média 2 horas / empregado / ano.

8 - PROPORÇÃO DE PESSOAL COM CARTEIRA ASSINADA Com a implantação da lei 5.389 / 97 (Lei do ICMS), que permite a dedução do imposto por empregado registrado, aumentou o índice de trabalhadores com carteira assinada no setor, que atualmente está em torno de 95% .

9 - BENEFÍ CIOS E INCENTIVOS Vale transporte e assistência médica são os itens mais utilizados como benefício aos empregados pelas empresas, seguidos por uniformes e venda de mercadorias com descontos. Na realidade, porém, percebe-se que à medida que diminui o porte das empresas, diminui também a concessão do benefício de assistência m édica aos funcionários. Além disso, 21% das empresas pesquisadas não concedem benefício algum.

10 - SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE SUGESTÕES As sugestões são apresentadas somente em reuniões periódicas.

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INDICADORES DE MERCADO/VENDAS

1 - TAMANHO DO MERCADO Estima-se que 70% da população sejam consumidores em potencial. Isso representa, no Espírito Santo, 1.997.169(6) pessoas que, eventualmente, compram material de construção. Sabe-se que as compras normalmente são feitas no próprio bairro ou em cidades do interior onde mora o consumidor. Em se tratando, porém, de demanda por produtos específicos, o cliente desloca-se para Vitória em busca de lojas especializadas.

(6)Fonte: Revista Balanço Anual 98 – Espírito Santo - pág. 5 População total do Estado, segundo a revista: 2.853.099

2 - CONSUMO PER CAPTA Considerando um faturamento bruto anual da ordem de US$ 600 milhões e um número de consumidores potenciais estimado em 1.997.169 pessoas, podemos estimar o consumo per capta anual em US$ 300,43, ou R$ 579,83, de acordo com a cotação do dólar comercial do dia 05/10/1999 (US$ 1,00 = R$ 1,93).

3 - PERFIL DO CONSUMIDOR O consumidor de material de construção é constituído por 65% de pessoas físicas, de todas as classes, sendo 50% do sexo masculino e 50% do sexo feminino. Os outros 35% são pessoas jurídicas, mais especificamente as construtoras e condomínios.

No gráfico a seguir, podemos observar o perfil de renda dos clientes deste setor, onde predomina aquele consumidor que ganha na faixa de 1 a 5 salários mínimos.

4 - PRINCIPAIS MERCADOS CONSUMIDORES A Grande Vitória é o grande centro consumidor, seguido pelas principais cidades do interior (Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares e São Mateus).

5 - ALCANCE GEOGRÁFICO DAS VENDAS As empresas melhor organizadas comercialmente têm uma abrangência de vendas que alcança até o interior do Estado. Já naquelas menos organizadas e de menor porte, as vendas são feitas apenas no bairro onde estão situadas.

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6 - INADIMPLÊNCIA A inadimplência no setor gira em torno de 5% das vendas.

7 - TENDÊNCIAS DO MERCADO

No Brasil, principalmente nas grandes cidades, percebe-se um avanço das lojas tipo "Home Center" (Loja Mercado) ou seja, lojas que oferecem uma grande variedade de materiais de construção. Normalmente têm mais de 20 mil itens em estoque, onde se busca criar uma semelhança entre as lojas de material de construção e um supermercado.

No Espírito Santo, verifica-se uma tendência, ainda que tímida, de transformação das lojas de balcão em auto serviços (versão menor das "Home Center"). Essa tendência ainda não se acentuou devido a falta de recursos financeiros e o receio que muitos lojistas têm quanto a uma possível reação negativa do cliente, principalmente o da periferia das cidades e do interior.

Já se percebe também o declínio das lojas especializadas, ou seja, aquelas que só vendem determinados tipos de produtos. Com isso, deverá haver mais fechamento entre aquelas lojas que não se adequarem a essa nova realidade, e, consequentemente, mais desemprego no setor.

A informatização das lojas já é uma preocupação cada vez maior e está se disseminando rapidamente como um objetivo a ser perseguido por todos. Com a informatização virá a preocupação e necessidade de investimento em capacitação gerencial e dos recursos humanos. Serviços esses que serão demandados junto às instituições de fomento como Sebrae, Senac, etc.

Em contatos com diversas empresas, constatamos que aproximadamente 70% dos empresários acreditam num mercado estabilizado ou em crescimento, contra 30% que observam um declínio nas atividades nos últimos dois anos.

8 - COMPORTAMENTO DAS VENDAS AO LONGO DO ANO As vendas no setor alcançam o pico no meses de novembro, dezembro e janeiro, basicamente em função do pagamento do 13º salário. Há um declínio no faturamento nos meses de fevereiro e março, voltando a estabilizar-se a partir de abril.

9 - SISTEMAS DE COMERCIALIZAÇÃO As vendas são realizadas à vista e a prazo, sendo que a maioria dos comerciantes (90%) está optando pela modalidade de uma entrada, mais uma parcela em 30 dias. Os outros 10% trabalham com prazos mais dilatados, que chegam a 45, 60 e até 90 dias. Normalmente as vendas de varejo são feitas no balcão. Quando o cliente adquire produtos que necessitam de entrega, as mesmas são feitas prontamente, sendo que algumas empresas cobram por este serviço. A maioria dos comerciantes deste setor não têm frota própria para efetuar as entregas, que são feitas via contratação de terceiros.

10 - PRINCIPAIS CONCORRENTES A venda direta feita pelas indústrias aos condomínios e construtoras representa a principal e a mais prejudicial forma de concorrência com as lojas do setor, pois não há como competir em igualdade de preços.

11 - PRODUTOS DE MAIOR PARTICIPAÇÃO NAS VENDAS O item cimento atinge até 20 % do faturamento bruto de algumas empresas, sendo o de maior relevância. Os demais produtos são comercializados numa distribuição proporcional, não havendo dados estatísticos a respeito, devido a grande variedade de itens e falta de controle.  

INDICADORES ADMINISTRATIVOS

1 - ORIGEM DAS MERCADORIAS Cerca de 80% das mercadorias vêm dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde estão localizados os principais fornecedores. Aproximadamente 60% das compras são feitas diretamente das indústrias, 35% dos atacadistas e somente 5% dos varejistas.

2 - GRAU TECNOLÓGICO DAS EMPRESAS

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É baixo o investimento em tecnologia nas empresas do setor. Estima-se que há em torno de 50 lojas com todas as suas áreas informatizadas. Outras 250 estão em processo de informatização. Isso tem dificultado sobremaneira a gestão de informações internas e externas, emperrando processos administrativos e dificultando a tomada de decisões e o atendimento aos clientes. Há ainda a percepção por parte das lideranças deste seguimento de que parte significativa da frota de veículos está obsoleta.

3 - Í NDICE MÉDIO DE PERDAS Gira em torno de 1% do faturamento, em função principalmente de quebra e perda de validade dos materiais.

4 - Í NDICE DE OCUPAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA Estima-se em 70% o índice de ocupação da capacidade instalada das lojas de material de construção.

5 - CONSUMO MENSAL DE MERCADORIAS O valor aproximado do custo das mercadorias é de 60% das vendas, o que projeta US$ 360 milhões(7) por ano de consumo no Espírito Santo, ou R$ 695 milhões.

(7)Considerando-se uma estimativa de vendas da ordem de US$ 600 milhões / ano.

6 - TÉCNICAS ADMINISTRATIVAS MAIS COMUNS (PLANEJAMENTO, CONTROLES DIVERSOS E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS). As técnicas de gestão mais comumente usadas são o planejamento das compras e os controles de compras, vendas, caixa / bancos e estoques. O fluxo de caixa é raramente utilizado e a apuração / avaliação de resultados operacionais nem sempre é feita. Em pesquisa nas empresas do setor, constatamos que muitas delas implantaram um programa de controle de estoques, mas não o mantêm atualizado, valendo-se tão somente do controle visual.

7 - PRAZO MÉDIO DE ENTREGAS As mercadorias são entregues ao cliente num prazo médio de 24 horas.

8 - PERCENTUAL DE DEVOLUÇÃO PELOS CLIENTES O retorno é de cerca de 1% das vendas realizadas.

9 - PERCENTUAL DE DEVOLUÇÃO AOS FORNECEDORES Praticamente não há devolução de mercadorias aos fornecedores.

10 - CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE FORNECEDORES SELECIONA-SE:

Pelo mix de produtos oferecidos; Pelo menor preço; Pelo conhecimento da demanda do produto; Pela parceria, ou seja, o apoio oferecido pelo fornecedor (logística, fidelidade, pontualidade, garantia, etc.).

11 - NÍ VEL DE TERCEIRIZAÇÃO A terceirização se dá em relação aos serviços de contabilidade e de entrega de mercadorias. O marketing, quando feito, também é terceirizado.

12 - LEGISLAÇÃO ESPECÍ FICA Não há uma legislação específica para o setor. No entanto, como qualquer outra empresa, cumpre-se a legislação tributária, a ambiental (empresas que comercializam areia e madeiras, por exemplo), o Estatuto da Criança e do Adolescente (em função da comercialização de tintas, etc.) e o Código de Defesa do Consumidor.

 

INDICADORES DE FINANÇAS  

1 - FATURAMENTO MÉDIO POR ESTABELECIMENTO As Entidades representativas do setor no nosso Estado consideram razoável a estimativa de venda em torno

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de R$ 32 mil por empresa / mês.(8)

(8)R$ 96.500.000,00 / 3.000 empresas = R$ 32.167,00.

2 - FATURAMENTO MÉDIO POR EMPREGADO Cada empregado contribui em média com cerca de R$ 2.474,38, ou seja, R$ 32.167,00 / 13 (9) (nº m édio de empregados).

(9) 40.000 empregados / 3 000 empresas = 13 empregados / empresa.

3 - GIRO MÉDIO DE ESTOQUES É de 30 dias o giro médio de estoques nas empresas do setor. Porém, alguns produtos, como o cimento, têm giro diário.

4 - PRINCIPAIS ITENS NA ESTRUTURA DE CUSTOS Nas micro e pequenas empresas do setor (95% do total – vide Porte das Empresas do Setor) os principais custos são o de aquisição da mercadoria, o pró - labore, a mão-de-obra, os impostos / encargos sociais e o frete. Vide distribuição no gráfico abaixo.

Já nas empresas de porte médio e grande a distribuição de custos é diferente, com destaque para impostos e encargos, que têm um peso bem maior do que o verificado nas micro e pequenas empresas. Vide o gráfico:

5 - PRAZOS MÉDIOS DE PAGAMENTOS E RECEBIMENTOS O prazo médio de pagamento é de 30 dias e o de recebimento é de 20 dias.  

PRINCIPAIS INDICADORES  

ESPECIFICAÇÃO

INDICADORES

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  Porte das empresas do setor 95% Micro e pequenas empresas

5% Médias e grandes empresas Estimativa do número de lojas existentes no Espírito Santo

3.000

Empregos gerados no Estado 40.000Vendas anuais do setor R$ 1.158.000.000,00Entidades representativas ACOMAC -Ass. Com. Mat. Const.

SINDMAT- Sind. Com. Var. Mat. Construção da Grande Vitória

Distribuição geográfica das empresas 80% na Grande Vitória 20% no interior do Estado

Capital mínimo exigido para abertura do negócio

Em torno de R$ 20.000,00 para uma pequena loja na periferia da capital e interior, R$ 30.000,00 em região central e R$ 100.000,00 para lojas com linha específica de produtos, na capital

Atrativos do negócio O principal fator de atratividade é a carência de moradias no Estado e o permanente desejo das pessoas em construírem a casa própria e/ou fazerem reformas

Número ideal de itens em estoque De 2.000 a 4.000, dependendo do local e da linha de produtos comercializada

Estratégia de vendas Atendimento personalizado em balcão e telefone, com vendedores capacitados, motivados e divulgação adequada

Horas de treinamento / empregado 2 horas / anoSalários médios Administrativo: R$ 400,00

Vendedor: R$ 400,00 Operacional: R$ 250,00

Benefícios e incentivos

Conforme pesquisa realizada, estima-se que a concessão de benefícios nas empresas deste seguimento obedece a seguinte distribuição percentual:

6% - seguro de vida 3% - distribuição de lucro 3% - cesta básica 6% - vale refeição 9% - refeitório 12% - desconto em mercadorias 12% - uniforme 15% - assistência médica 34% - vale transporte 21% nenhum benefício

Perfil do consumidor 5% pessoas físicas 35% pessoas jurídicas

Inadimplência média 5% das vendasPico de vendas De novembro a janeiroPadrão de comercialização 1 + 1 – Uma entrada, mais uma parcela

em 30 diasPrincipais concorrentes Concorre com as empresas do setor as

vendas diretas feitas pelas indústrias às construtoras e condomínios

Origem das mercadorias Maior parte de São Paulo; com pequena parcela do RJ e do ES

Faturamento médio por loja R$ 32.000,00 / mêsGiro médio de estoques 30 diasPrazos médios Pagamento = 30 dias

Recebimento = 20 diasPrincipal item de custo Mercadoria : entre 60% a 65% do totalGrau de informatização 10 % das empresas estão informatizadas

ou em processoMudanças significativas no mercado Surgimento do sistema de auto serviço em

vendas

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FONTES DE INFORMAÇÕES

ACOMAC. SINDIMAT. ANAMACO – Revista Perfil da Entidade – Maio / 1999. BALANÇO ANUAL 98 Espírito Santo – CDI apostila 6167.

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