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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Mariana Souza Stuart Ramos TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO - TCE Análise da Qualidade de Vida no Trabalho na empresa Brinks: Na percepção dos vigilantes Administração de Recursos Humanos ITAJAÍ – SC, 2011

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Mariana Souza Stuart Ramos

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO - TCE

Análise da Qualidade de Vida no

Trabalho na empresa Brinks: Na

percepção dos vigilantes

Administração de Recursos Humanos

ITAJAÍ – SC, 2011

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Mariana Souza Stuart Ramos

Trabalho de Conclusão de Estágio

Análise da Qualidade de Vida no

Trabalho na empresa Brinks: Na

percepção dos vigilantes

Trabalho de Conclusão de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí

ITAJAÍ – SC, 2011

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Agradeço primeiramente a Deus por

me dar condições e forças para

correr atrás dos meus objetivos e ter

conseguindo alcançar mais essa

etapa em minha vida. Agradeço ao

meu marido José Ricardo por toda

ajuda e compreensão pela paciência

nos momentos de ausência neste

período de realização do trabalho.

Aos meus pais pela ajuda durante

meu período acadêmico e pela

educação que sempre me deram.

Agradeço também aos professores

pelos conhecimentos transmitidos no

decorrer do curso, pela amizade e a

ajuda que deram para realizar esse

sonho, agradeço principalmente a

professora Cristina Balsini, parabéns

pela competência que dirigiu toda a

orientação, paciência, dedicação e

amizade. A empresa Brinks pela

oportunidade de desenvolvimento

desse trabalho,e um agradecimento

ao meu supervisor Leandro Barreto

que me ajudou a colocar a idéia

desse trabalho em prática.

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“Paz e amor é o que precisamos tente, se esforce, ponha isso nos seus planos. Uma porção de amor, uma pitada de alegria, pois isso acaba com a dor e sacia a fome do seu dia-a-dia” Chimarruts

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do Estagiário

Mariana Souza Stuart Ramos

b) Área de estágio

Administração de Recursos Humanos

c) Supervisor de Campo

Leandro da Silva Barreto

d) Orientador do estágio

Prof. MS.c Cristina Pereira Vecchio Balsini.

e) Responsável pelos Estágios em Administração

Prof. MSc. Eduardo Krieger da Silva

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão Social

Brinks – Segurança e Transporte de Valores Ltda.

b) Endereço

Rua: Gustavo Bernedt, 55 -Cordeiros – Itajaí – SC.

c) Setor de desenvolvimento estágio

Transporte de Valores

d) Duração do estágio

240horas

e) Nome e cargo do supervisor de campo

Leandro da Silva Barreto - Supervisor de Filial

f) Carimbo e visto da empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

ITAJAÍ, 16 de Janeiro de 2011

A empresa BRINKS SEGURANÇA E TRANSPORTE DE VALORES LTDA, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a publicar em sua biblioteca, o trabalho de conclusão de Estágio executado durante o Estagio Supervisionado pela Acadêmica MARIANA SOUZA STUART.

_______________________________________

LEANDRO BARRETO

Supervisor de filial

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RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo analisar a qualidade de vida no trabalho dos funcionários do transporte de valores da empresa Brinks – filial Itajaí. Para que fosse possível alcançar esse objetivo foi realizada uma pesquisa qualitativa e quantitativa. A etapa qualitativa foi obtida por meio de uma entrevista com o supervisor imediato dos funcionários de transporte de valores para compreender a visão da empresa diante da qualidade de vida no trabalho. Na etapa quantitativa foi aplicado um questionário com 36 dos 46 vigilantes que trabalham no transporte de valores. O questionário e a entrevista foram embasados teoricamente em Walton (1973) e na etapa quantitativa também foram obtidas algumas questões relativas ao perfil dos vigilantes. Todos os 8 fatores de Walton (1973), foram analisados sendo estes: Compensação justa e adequada, Condições de trabalho, Uso e desenvolvimento de capacidades, Oportunidade de crescimento e segurança, Integração social na organização, Constitucionalismo, O trabalho e o espaço total de vida, Relevância social do trabalho na vida. Um novo fator foi incluído relativo ao estresse, pois foi verificado na entrevista a influência deste fator na qualidade de vida no trabalho dos vigilantes. Os resultados obtidos foram favoráveis. A pesquisa revelou que os colaboradores reconhecem que o fator constitucionalismo é o mais presente na empresa, influenciando de forma favorável e o fator oportunidade de crescimento e segurança é o mais ausente, apesar de não ser desfavorável. Ao analisar os resultados demonstrados foram apresentados sugestões para organização com o objetivo de alinhar a satisfação dos colaboradores de acordo com as necessidades da empresa.

PALAVRAS-CHAVE: Recursos Humanos, Qualidade de Vida no Trabalho e

Estresse.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 01 - Número de funcionários da empresa.....................................................18

Quadro 02 -Elaboração dos instrumentos de coleta de dados..................................21

Quadro 03 - Indicadores de Qvt.................................................................................42

Quadro 04 - Categorias conceituais de Qvt modelo de Walton (1973)......................45

Figura 01 - Foto do Carro forte chegando ao Brasil ..................................................55

Figura 02 - Foto da empresa......................................................................................56

Figura 03 - Organograma da filial Itajaí......................................................................59

Quadro 05 - Fator compensação justa e adequada...................................................60

Quadro 06 - Fator Condições de trabalho..................................................................62

Quadro 07 - Uso e desenvolvimento de capacidades................................................64

Quadro 08 - Oportunidade de crescimento e segurança...........................................66

Quadro 09 - Integração Social na Organização.........................................................68

Quadro 10 - Constitucionalismo.................................................................................70

Quadro 11 - Trabalho e espaço total de vida.............................................................71

Quadro 12 - Relevância social da vida no trabalho....................................................72

Quadro 13 - Perfil dos Vigilantes................................................................................74

Gráfico 01 – Resultados dos fatores de qualidade de vida no trabalho.....................85

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Resultados do fator compensação justa e adequada........................77

Tabela 02 - Resultados do fator condições de trabalho........................................78

Tabela 03 - Resultados do fator uso e desenvolvimento de capacidades............79

Tabela 04 - Resultados do fator oportunidade de crescimento e segurança.......80

Tabela 05 - Resultados do fator integração social na organização......................80

Tabela 06 - Resultados do fator constitucionalismo..............................................81

Tabela 07- Resultados do fator trabalho e espaço total de vida...........................82

Tabela 08 - Resultados do fator relevância social da vida no trabalho.................83

Tabela 09 - Resultados do fator estresse.............................................................84

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13

1.1 Problema de Pesquisa / Justificativa.............................................................. 14

1.2 Objetivos Geral e Específicos.......................................................................... 15

1.3 Aspectos metodológicos.................................................................................. 16

1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio............................................................. 16

1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa.............................................................. 17

1.3.3 Procedimentos e instrumentos da coleta de dados........................................ 19

1.3.4 Tratamento e análise de dados........................................................................ 22

2. REVISÂO BIBLIOGRÁFICA................................................................................. 23

2.1 Administração.................................................................................................... 23

2.1.1 Administração como ciência............................................................................. 24

2.1.2 Processos Administrativos............................................................................... 25

2.1.3 Áreas da Administração................................................................................... 26

2.1.4 Administração Financeira................................................................................. 27

2.1.5 Administração da Produção............................................................................. 27

2.1.6 Administração de Materiais.............................................................................. 28

2.1.7 Administração de Marketing ............................................................................ 29

2.1.8 Administração de Recursos Humanos............................................................. 30

2.1.8.1 Recrutamento................................................................................................ 31

2.1.8.2 Seleção.......................................................................................................... 32

2.1.8.3 Treinamento e desenvolvimento................................................................... 33

2.1.8.4 Cargos e salários......................................................................................... 33

2.1.8.5 Avaliação de desempenho............................................................................ 34

2.2 O trabalho.......................................................................................................... 34

2.3 Qualidade de Vida no Trabalho....................................................................... 36

2.4 Modelos de qualidade de vida no trabalho.................................................... 41

2.4.1 Modelo de Westley (1979)............................................................................... 41

2.4.2 Modelo de Nadler e Lawler (1983).................................................................. 43

2.4.3 Modelo de Hackman e Oldham (1975) ........................................................... 43

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2.4.4 Modelo de Richard Walton (1973) .................................................................. 44

2.4.4.1 Compensação justa e adequada.................................................................. 46

2.4.4.2 Condições de trabalho.................................................................................. 47

2.4.4.3 Uso e desenvolvimento de capacidades...................................................... 47

2.4.4.4 Oportunidade de crescimento e segurança................................................. 48

2.4.4.5 Integração social na organização................................................................. 49

2.4.4.6 Constitucionalismo........................................................................................ 50

2.4.4.7 O Trabalho e espaço total de vida................................................................ 50

2.4.4.8 Relevância Social do trabalho na vida.......................................................... 51

2.5 Estresse Ocupacional....................................................................................... 51

3. DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO......................................... 54

3.1 Caracterização da organização....................................................................... 54

3.1.1 Histórico........................................................................................................... 54

3.1.2 Missão, Visão Valores...................................................................................... 56

3.1.3 Estrutura Organizacional.................................................................................. 58

3.2 Resultados da pesquisa................................................................................... 59

3.2.1 Visão do Supervisor da Filial diante da Qualidade de Vida no Trabalho......... 60

3.2.2 O Perfil dos Vigilantes...................................................................................... 74

3.2.3 Fatores que influenciam a QVT dentro da organização na visão dos

vigilantes................................................................................................................... 76

3.3 Sugestões de melhorias.................................................................................. 86

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 88

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA............................................................................. 90

APÊNDICES............................................................................................................. 99

DECLARAÇÃO DA EMPRESA.............................................................................. 106

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS................................................................... 107

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1 INTRODUÇÃO

Na sociedade moderna é cada vez maior o número de empresas que

investem na qualidade de seus produtos e serviços. Para proporcionar melhorias

nas condições de trabalho dentro de uma relação social e que possibilite a qualidade

de vida dos colaboradores, com a intenção de elevar a satisfação e o bem estar dos

trabalhadores bem como o nível de produtividade do trabalho.

Ampliar o conhecimento a respeito do que é viver com qualidade no

cotidiano tem sido uma preocupação constante do homem moderno, fato que

constata no aparecimento de diversos projetos relacionados com a preservação do

meio ambiente, a condição de vida o nível de vida das pessoas.

Bom Sucesso (1998, p.29) “afirma que qualidade de vida trata da

experiência emocional da pessoa com o seu trabalho, no momento em que tantas

mudanças sociais e tecnológicas se instalam de forma intensa e acelerada”.

França, (2004, p.22) vai além explicando que “a qualidade de vida no

trabalho faz parte das mudanças pelas quais passam as relações de trabalho na

sociedade moderna, em rápida transformação”, e na qual as organizações se

adaptam as novas realidades do trabalho.

Na atividade de transporte de valores, a pressão psicológica e emocional

dos funcionários é elevada, seguindo assim com um alto nível de estresse devido ao

risco permanente que os mesmos estão expostos na execução de seu trabalho e até

fora do expediente normal de trabalho. O estresse tem sido um alerta para o mundo

moderno, que em decorrência das transformações tem gerado falta de estabilidade

para as pessoas (MONTAGNA, 2008).

Portanto as empresas do ramo de transporte de valores devem estar atentas

para poder atender essas necessidades, conciliando o que o mercado necessita e

proporcionando a qualidade de vida dos seus colaboradores. É neste sentido que a

empresa Brinks intenciona ter o conhecimento da qualidade de vida de seus

colaboradores fazendo também a avaliação do estresse se interfere no

desenvolvimento das tarefas.

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1.1 Problema de Pesquisa/ Justificativa

Existe a necessidade de se apresentar o problema de pesquisa, pois

segundo Marconi (1999, p. 21) observa que “definir um problema significa

especificá-lo em detalhes precisos e exatos. Na formulação de um problema deve

haver clareza, concisão e objetividade”. Já Roesch (2007) salienta que o problema é

um método que se pode testar ou também uma oportunidade que não foi percebida

pela organização.

A empresa Brinks em maio de 2009 passou por um processo de fusão no

qual movimentou todos os funcionários. Houveram inúmeras mudanças como

regras, novos procedimentos e novos líderes, tudo muito rápido e repentino. Essa

socialização trouxe benefícios positivos e negativos, houve uma mudança também

nas condições de trabalho como o recebimento uma nova estrutura toda construída

e adaptada para o desenvolvimento das tarefas no que diz respeito ao transporte de

valores. Com tantas mudanças os vigilantes receberam com muito entusiasmo e

expectativa essa nova fase que se iniciou neste contexto com as expectativas que

cada um projetou para si estima-se que houve uma mudança considerável na

qualidade de vida dos trabalhadores.

Sampaio (1999) explica que entre as conseqüências mais comuns causadas

pela falta de QVT dentro das organizações, estão desmotivação, desajustes nos

relacionamentos internos e externos, custos, estresse e baixa produtividade.

Buscando também evitar estes sintomas é que a pesquisa norteia-se na

seguinte indagação: Quais os fatores que interferem na qualidade de vida no

trabalho dos vigilantes da Brinks?

Segundo Roesch (2007), justificar é defender o desenvolvimento do estudo

apresentando razões que possam fundamentar o estudo baseado em três aspectos

fundamentais: importância, viabilidade e oportunidade.

Para a acadêmica é a oportunidade para levantar e diagnosticar o que

diretamente afeta a qualidade de vida e dos serviços prestados e colocar uma parte

das teorias estudadas até o momento em prática para auxiliar na melhoria do grau

de relacionamento interpessoal entre os colaboradores e a organização. Em relação

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à universidade a acadêmica agregou seus conhecimento e estudos realizados para

a ciência da organização.

Na empresa Brinks nunca foi realizado um trabalho voltado para a qualidade

de vida no trabalho e estresse, portanto teve sua originalidade e importância para a

empresa.

Para a acadêmica tornou-se viável um trabalho dessa dimensão, pois teve

fácil acesso aos dados e aos funcionários, devido à mesma trabalhar na empresa

em estudo.

A seguir apresentam-se os objetivos do estudo.

1.2 Objetivos geral e específicos

Deve se citar nesse momento a necessidade de separar o objetivo geral do

objetivo específico. Roesch (2007, p. 96) define essa diferença como “objetivo geral

é formado de forma genérica o suficiente para abranger vários objetivos

específicos.”

O objetivo geral deste trabalho é analisar a qualidade de vida no trabalho

dos vigilantes do transporte de valores da empresa Brinks na filial de Itajaí.

Richardson (1999, p.63) explica que “os objetivos específicos definem

etapas que devem ser cumpridas para alcançar o objetivo geral”.

Diante do exposto os objetivos específicos foram definidos da seguinte

maneira:

• Compreender a visão do superior imediato da filial diante da qualidade

de vida no trabalho dos funcionários.

• Identificar o perfil dos funcionários.

• Verificar a qualidade de vida no trabalho na visão dos funcionários.

• Comparar a visão do gestor com a dos funcionários.

• Sugerir ações para a empresa.

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1.3 Aspectos metodológicos

É de grande importância para esta pesquisa apresentar os aspectos

metodológicos e para tal devem ser apresentados de forma clara e objetiva

Como relata Roesch (2007, p. 119) “para tanto, mesmo que não se vá

realizar um trabalho científico durante o estágio, provavelmente alguns elementos

dos métodos científicos serão realizados”

Para Lakatos (1994, p. 221), na metodologia da pesquisa pode-se abranger

o maior número de itens: “pois responde, a um só tempo, às questões como? com

quê? onde? quanto?”

Assim a metodologia irá seguir alguns parâmetros determinados da seguinte

forma: caracterização do trabalho de estágio, contexto e participantes da pesquisa,

procedimentos e coleta de dados e por fim tratamento e análise dos dados.

1.3.1 Caracterização do trabalho de Estágio

De acordo com os objetivos propostos nesta pesquisa adotou-se a tipologia

de pesquisa - diagnóstico. Pois como explica Roesch (2007) em uma pesquisa de

diagnóstico propõe-se levantar e definir problemas ou oportunidades e explorar o

ambiente organizacional e de mercado.

Nesta pesquisa foram utilizados como delineamento os métodos qualitativos

e quantitativos. De acordo com Roesch (2005, p.154) o método qualitativo, “são

apropriados para uma fase exploratória da pesquisa”.

È possível definir pesquisa qualitativa como um conjunto de técnicas usadas

pelas quais são obtidos dados de um número relativamente pequeno de

respondentes, dependendo da escala com que se trabalha, os quais não são

analisados com técnicas estatísticas (ROESCH, 2005).

A expressão pesquisa qualitativa ‘compreende um conjunto de diferentes

técnicas interpretativas que visam descrever e decodificar os componentes de um

sistema complexo de significados “(NEVES, 1996, p.1)

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No caso deste estudo a pesquisa qualitativa foi utilizada com a intenção de

verificar a opinião do supervisor da filial quanto à qualidade de vida no trabalho dos

vigilantes.

O método quantitativo foi utilizado na aplicação do questionário diretamente

aos vigilantes. Oliveira (1999) aponta que o método quantitativo indica a

quantificação de dados através das opiniões, coleta de dados e informação. Já

Roesch (2005) o propósito de obter informações sobre determinada população, pois

busca medir alguma coisa de forma objetiva.

Para Richardson (2007) quantitativo é o método que se caracteriza pelo

emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto

no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas.

Do ponto de vista de Gil (1999), pesquisa quantitativa, considera que tudo

pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações

para classificá-las e analisá-las.

Foi utilizada a pesquisa de maneira descritiva, que é definida por Malhotra

(2001) sendo como o objetivo de alcançar uma compreensão sobre as razões e

motivações não explícitas, de maneira espontânea e consciente.

Richardson (2007) cita que este tipo de estudo é utilizado quando o

pesquisador deseja ter um melhor entendimento do comportamento de diversos

fatores, que influenciam sobre determinado fenômeno. Gil (2002) enfatiza que é um

tipo de estudo que permite a descrição das características de determinada

população ou fenômeno.

A seguir apresentam-se os participantes da pesquisa.

1.3.2 Contexto e Participantes da pesquisa

Esta pesquisa foi realizada na filial de Itajaí, no qual teve a participação do

supervisor da filial e também dos vigilantes da filial.

A população é um grupo de indivíduos que vem a ser entrevistado em um

propósito já definido. Roesch (2005, p.139) define população como sendo “[...] um

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grupo de pessoas ou empresas a qual se destinam entrevistar para um propósito

específico de um estudo”.

A empresa possui 67 funcionários que estão divididos por setores, de acordo

com o quadro 1.

SETORES QUANTIDADE DE COLABORADORES

ADMINISTRATIVO 06

SALA DE VALORES 10

OPERACIONAL 05

TRANSPORTE DE VALORES 46

TOTAL 67

Quadro 1-Número de funcionários da empresa. Fonte: Dados internos da organização.

Na etapa qualitativa o supervisor do setor de transporte foi entrevistado.

Para Marconi e Lakatos (2007, p. 69) a entrevista “exige do pesquisador paciência,

perseverança e esforço pessoal, além do cuidadoso registro dos dados e de um bom

preparo anterior.”

Portanto para poder identificar se a QVT dos funcionários está de acordo

com as expectativas, na análise quantitativa optou-se inicialmente pelo censo em um

setor específico da organização, pois os funcionários do transporte de valores são o

foco principal da organização e a análise se destinou diretamente ao setor. Além

disso, levou-se em conta que o setor é o que mais corre risco de vida e qualquer

acontecimento influência diretamente no desenvolvimento dos serviços prestados.

Portanto os questionados na etapa quantitativa foram os vigilantes do transporte de

valores.

Na impossibilidade de aplicar o censo, devido a uma greve ocorrida na etapa

da aplicação dos questionários, (nos dias 21 a 28 de fevereiro), causou transtornos e

conseqüentemente resistência, por parte de uma minoria de vigilantes, totalizando

em 7, para a aplicação da pesquisa. Além deste fato existiam 3 vigilantes que

estavam afastados por motivo de doença.

Contudo aplicou-se a fórmula de Barbetta (2006), para calcular a amostra de

vigilantes a serem questionados:

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nº = 1 nº = 1 nº = 1 _ nº = 400

(E)² (0,05)² 0,0025

Após obter uma aproximação do tamanho da amostra conhecendo sua

população, procede-se ao ajuste do tamanho da amostra, através da formula:

n = N . nº n = 46 . 400 n = 41

N + nº 46 +400

Onde:

nº = aproximação de tamanho da amostra

E = erro amostral tolerável

N = tamanho da população

n = tamanho da amostra

Sendo assim a quantidade de questionários coletados foi de 36 vigilantes.

1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

O objetivo da coleta de dados é a aplicação dos instrumentos e das técnicas

na formulação da pesquisa. A pesquisa se fundamentou em dados primários, no

qual Mattar (2001) enfatiza que as fontes primárias são aquelas informações que

não foram ainda coletadas e quando forem, irão servir para atender a um fim

específico, como no caso desta pesquisa.

Para coletar dos dados primários, utilizou-se de entrevista semi-estruturada

e questionários.

Para Gil (2007, p.121) á entrevista semi-estruturada “apresenta certo grau

de estruturação, já que se guia por uma relação de pontos de interesse que o

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entrevistador vai explorando ao longo do seu curso. Gil (2007, p.117) descreve

também que entrevista é uma técnica em que o investigador se apresenta frente ao

investigado e lhe formulam perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que

interessam a investigação. Na concepção de May (2004) permite que as pessoas

respondam as perguntas de acordo com termos próprios, fornecendo maior

comparabilidade, porém torna-se necessário entender o contexto e o conteúdo da

entrevista.

Como explica Richardson (2007, p.208) afirma que entrevista em

profundidade, ao invés de responder a pergunta por meio de diversas alternativas

pré-formuladas, visa obter do entrevistado o que ele considera os aspectos mais

relevantes de determinado problema.

Zanelli (2002) explica que o pesquisador deve estar atento, facilitando que

os conteúdos de interesse da pesquisa venham à tona. Para ele, bons

entrevistadores são bons ouvintes e tem interesse profundo por pessoas.

A entrevista foi realizada com o supervisor Leandro Barreto no dia 25 de

novembro de 2010, a duração foi de 37minutos na qual foi gravada e posteriormente

redigida no Word.

Os questionários foram distribuídos e recolhidos pessoalmente a todos os

vigilantes na aplicação do questionário com perguntas de natureza fechada, a

linguagem utilizada foi simples e direta para que os respondentes compreendessem

com clareza o que estava sendo perguntado, quanto aos procedimentos para

aplicação de questionários, Gil (2007) explica que são denominados “auto-aplicados”

aqueles que são propostos por escrito aos respondentes e entregue em mãos.

Sustenta Roesch (2007) que questionários são instrumentos de coleta de

dados que servem para determinar alguma coisa, devem ser planejados e requerem

esforço intelectual.

Gil (2007) complementa que o questionário é usado como a técnica de

investigação composta por um número de questões apresentadas por escrito as

pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos,

interesses, expectativas, ou até mesmo situações vivenciadas.

A entrevista buscou entender a visão do supervisor diante o QVT e

questionário buscou analisar a percepção dos funcionários diante da QVT os

instrumentos foram elaborados de acordo com o quadro 02.

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QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

(WALTON, 1973)

Fatores Entrevista Questionário

1. Compensação justa e adequada 5 4

2. Condições de trabalho 6 7

3. Uso e desenvolvimento de capacidades 4 3

4. Oportunidade de crescimento e segurança 4 3

5. Integração social na organização 4 4

6. Constitucionalismo 3 3

7. Trabalho e espaço total de vida 3 4

8. Relevância social da vida no trabalho 4 4

9. Incluído pela acadêmica - Estresse _ 4

33 36

Quadro 02: Elaboração dos instrumentos de coleta de dados. Fonte: Elaborado pela acadêmica. Foram incluídas 4 questões direcionadas ao tema estresse. Também foram

elaboradas 6 questões para verificar o perfil dos colaboradores.

Foi utilizada uma escala de concordância de 01 a 10, sendo 01 a máxima

discordância e 10 a máxima concordância. Optou-se por uma escala de 01 a 10,

pois se acreditou que seria improvável existir respondentes neutros e foi intenção da

acadêmica forçar a escolha por parte dos respondentes (HAIR JR et al, 2005).

Após a elaboração do questionário, foi realizado um pré-teste, para constatar

a existência de alguma dificuldade quanto ao preenchimento. Explicam Marconi e

Lakatos (2007, p.25) que “depois de redigido, o questionário precisa ser testado

antes de sua utilização definitiva, aplicando-se alguns exemplares em uma pequena

população escolhida”. Para o pré-teste foram selecionados quatro colaboradores, na

qual a pesquisadora questionou sobre as dúvidas quanto à objetividade, clareza e

também enunciado das afirmações, não havendo alterações o questionário foi

aplicado.

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22

1.3.4 Tratamento e análise dos dados

Segundo Marconi e Lakatos (1999, p. 36): “uma vez manipulados os dados e

obtidos os resultados, o passo seguinte é a análise e interpretação destes,

constituindo-se ambas no núcleo central da pesquisa.”

Após a coleta de dados qualitativos, foi feita a análise do conteúdo que

segundo Roesch (2007) na análise de conteúdo da pesquisa qualitativa o

pesquisador, ao finalizar a coleta de dados, se depara com imensas quantidades de

notas ou depoimentos materializados na forma de textos, o qual terá que organizar

para depois interpretar. Os conteúdos analisados foram alocados de acordo com os

fatores de Walton (1973) e apresentados em quadros.

Roesch (2007, p 140) afirma que “na pesquisa de caráter quantitativo,

normalmente os dados coletados são submetidos a análises e estatísticas, com a

ajuda de computadores [...]”.

Os dados quantitativos foram analisados por meio da estatística descritiva.

Considera Virgilito (2008, p.26) que “a estatística descritiva ocupa-se em ordenar as

variáveis da amostragem colhidas [..] e delas extrair os primeiros resultados

descritivos”. Quanto aos dados obtidos pelos questionários da estatística descritiva

foram calculadas as médias e o desvio padrão de cada uma das afirmações

questionadas, além disso, foi calculada a média geral de cada fator, com o auxílio do

Excel.

Os dados qualitativos foram apresentados em forma de quadros, sendo 1

quadro para cada fator analisado de acordo com o roteiro de entrevista.

Já os dados quantitativos foram demonstrados por meio de tabelas, sendo 1

tabela para cada fator de acordo com o questionário, também foi elaborado um

gráfico para representação dos fatores analisados.

No próximo capítulo apresenta-se a fundamentação teórica deste estudo.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A intenção da fundamentação teórica é contextualizar o tema escolhido e

fazer uma relação com os aspectos ligados à realidade do estágio.

Comenta Richardson (1999, p. 300) quando um assunto tomado como tema

para pesquisa já mereceu o estudo por outros investigadores cabe, a esse respeito,

dar um balanço antes de se empreender de fato a pesquisa que se tem em mente.

O auxílio da bibliografia, afirma a viabilidade da pesquisa e aumenta o índice

de eficiência esperado inicialmente na introdução do estágio.

Os temas propostos para essa abordagem foram Administração,

Administração como Ciência, Processos administrativos, Áreas da administração e

especificamente Qualidade de vida no trabalho e seus modelos e estresse.

2.1 Administração

Segundo Maximiano (1995, p.60), “Administrar é um processo de planejar,

organizar, dirigir e controlar a aplicação de recursos visando à realização de

objetivos. Pode-se dizer que as atividades relacionadas à Administração, são

consideradas mais dinâmicas e atraentes em termos de prestígio e oportunidades

profissionais (COSTA, 2008).

Outra definição proposta por Faria (1997) é a administração é a condução

racional das atividades de uma organização, cuidando dos quatros princípios básico

da administração (planejamento, organização, direção e controle). Com a intenção

de atingir os objetivos estabelecidos.

Os princípios da administração são inquestionáveis mais uma vez reforçados

pela teoria de Koontz (1980), toda organização formal de pessoas com intuito de

alcançar algum objetivo, faz-se necessário a existência de administração, de um

administrador que planeja, organiza, designa pessoas, dirige e controla.

As organizações têm a necessidades de obter uma administração em suas

variadas áreas para estar preparada eventuais problemas e estar digna de encarar a

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competitividade observada no mercado atual. Para Certo (2005, p.4) “a

administração esforça-se para encorajar a atividade individual que leve ao alcance

dos objetivos das metas organizacionais e desencoraja a atividade individual que

atrapalhe a realização dessas metas.”

De acordo com Hampton (1990, p.25) “a visão tradicional da administração

define o processo gerencial como um conjunto de processos (planejamento,

organização, liderança e controle), os quais quando competentemente executados,

contribuem para a eficiência e eficácia organizacional.

Silva (2001) afirma que os recursos que estão à disposição implicam na sua

eficiência eficácia, no que se implicam os materiais, financeiros e humanos. O uso

da leitura, fala e audição resultará no processo da observação, a fim de que as

metas sejam alcançadas aos diferentes níveis e áreas de uma organização.

O sucesso e a permanência de uma empresa no mercado é a forma como

transforma os recursos disponíveis da mesma. Para Certo (2005, p. 4) “[...] combinar

e utilizar os recursos de que dispõe a organização para garantir que as empresas

alcancem seus propósitos”.

Por fim Silva (2001) compartilha sua idéia de forma que complementa os

demais autores. Na qual administrar tem o sentido de alcançar um ou mais objetivo

ou metas impostas pela organização, por meio da utilização eficiente eficaz dos

recursos.

2.1.1 Administração como ciência

A administração é considerada uma ciência social não exata, pois seu

processo é altamente dinâmico, com mudanças constantes. Mudanças que ocorrem

em um mercado sempre em transição.

Antes mesmo de visualizar administração como ciência Silva (2001, p.29)

define ciência com “um corpo sistematizado de conhecimento, baseado em certos

princípios de aplicação generalizada”.

Perante a abordagem anterior, Amboni e Andrade (2007, p.7) afirmam que,

“a Administração como ciência recebeu e recebe influencias ciências como Filosofia,

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Sociologia, Psicologia e Economia”. A união de áreas afins para construção dos

objetivos é conhecido hoje como administração.

Para Amboni e Andrade (2007, p.7), “a administração é uma ciência, pois

lida com fenômenos complexos, sobre os quais o administrador tem pouco

conhecimento”. Ainda complementam ao dizer, Amboni e Andrade (2007), que por

ser uma ciência inexata, o administrador toma decisões com base em informações

incontroláveis, devido aos limites cognitivos da racionalidade e por serem os

negócios altamente mutáveis e circunstanciais.

Com o mesmo propósito, Silva (2001) trata a administração como não exata,

ao partir do pressuposto de suas mudanças constantes, considera que a

administração não pode ser considerada como uma ciência social exata, mais

considera que o administrador se comporta como um cientista.

É notável que administração receba influências de demais ciências para sua

construção, podendo extrair dessas ciências o que se pode esperar delas. Contudo,

o profissional de administração necessita aperfeiçoar-se constantemente e conhecer

seu real papel na organização, trazendo assim o alcance dos objetivos esperados.

2.1.2 Processos Administrativos

Fayol (1989) foi o primeiro a definir as funções básicas do administrador:

planejar, organizar, controlar, coordenar e comandar. Atualmente, sobretudo com as

contribuições da Abordagem Neoclássica da Administração, em que um dos maiores

nomes é Peter Drucker, os princípios foram retrabalhados e são conhecidos como

Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar.

Daft (2005, p. 5) explica que planejamento é a função administrativa

envolvida com a definição de metas para o desempenho organizacional futuro e com

a decisão sobre as tarefas e o uso de recursos necessários para alcançá-las

Para Lacombe e Heilborn (2006) planejar é pensar de forma antecipada as

metas a serem alcançadas determinando os meios e recursos que serão utilizados.

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A função de organizar pode-se constatar que se fosse possível seqüenciar,

diríamos que depois de traçadas as metas organizacionais, são necessárias que as

atividades sejam adequadas as pessoas e aos recursos da organização. Bernardes

e Marcondes (2006) salientam que a organização é uma coletividade formada por

pessoas, com objetivos em comum produzindo bens e serviços.

Parafraseando Fayol (1989) comandar é a função que pode ser encontrada

em qualquer tipo de organização, independente do porte, o que se pode dizer que é

fazer funcionar todos os recursos disponíveis, tirando o melhor proveito. E coordenar

é estabelecer a harmonia entre todos os atos de uma empresa de maneira a facilitar

o seu funcionamento e o seu sucesso.

O controle consiste em avaliar o desempenho dos colaboradores, assim na

visão de Lacombe e Heilborn (2006) é uma forma de medir alguma coisa,comparar

resultados obtidos com os previstos, além de propor ajustes.

Todas as funções servem de parâmetros para a de decisão, assim aborda

Amboni e Andrade (2007, p.6) quando cita que:

Para que as funções do administrador funcionem na pratica e proporcionem resultados eficientes, eficazes e efetivos, a retroação, também conhecida por feedback, possibilita ao gestor efetuar ajustes segundo as contingências internas e externas. Elas servem de parâmetro para o gestor tomar decisões com menos risco e incerteza, dependendo do nível hierárquico em que ele se encontra e das atividades que realiza na organização e fora dela.

Partindo do principio que as funções são interligadas, conclui-se que

essas funções estão inter-relacionadas basicamente porque o resultado de uma

delas depende do resultado das outras três. As funções inter relacionadas, tomada

de decisões irão facilitar as condições de acerto, independentemente em que nível

estará.

A administração além das funções é dividida em áreas.

2.1.3 Áreas da administração

Esta etapa apresenta uma definição objetiva das áreas de administração no

qual cada uma delas tem enfoque diferente e torna se importante para qual área que

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destina o propósito é citar as seguintes áreas: Administração Financeira,

Administração da Produção, Administração de Materiais, Administração de

Marketing e Administração de Recursos Humanos.

2.1.4 Administração Financeira

A administração financeira definida por (BRAGA, 1989), pode ser vista como

um conjunto de atividades com a finalidade de obtenção e otimização do uso de

recursos para o desenvolvimento das demais atividades organizacionais. Ainda

Braga afirma que a meta da administração financeira “é a maximização da riqueza

dos acionistas que constitui algo mais amplo e profundo do que a maximização dos

lucros”.

Para Silva (1997) administrar os recursos financeiros, torna-se primordial

para garantir o futuro de um negocio, já que a movimentação de dinheiro é uma

rotina na vida das organizações, e a geração de lucro é um dos principais objetivos.

Johnson (1980) o administrador financeiro deve, conseguir alocar recursos

nos diversos setores de uma organização, ele ainda deverá fazer parte desse

cenário, a fim de saber direcionar os recursos no tempo certo, pois quem decide a

quantidade a ser usada é o consumidor final, consumindo ou não o produto da

empresa. Além disso, o administrador financeiro executa três funções essenciais:

Planejamento, Controle financeiro e Investimento de fundos.

2.1.5 Administração da Produção

Davis, Aquilano e Chase (2001) definem administração de produção como o

processo de transformação de insumos, como matérias prima e mão-de-obra em

resultados na forma de produtos ou serviços finalizados, ou seja, a estratégia de

produção especifica como a empresa irá utilizar suas capacidades de produção para

apoiar os objetivos da organização.

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Administração da Produção, para Daft (2005) é administrar bens e serviços

têm relação com planejamento e estratégia, bem como administração do tempo e

movimento.

Administração de Produção e Operação está relacionada a bens e serviços,

ligada ao planejamento, a estratégia, projetos, sistemas, arranjos produtivos, bem

como administração do tempo e movimento, alem de permitir progresso e

crescimento (MONTANA; CHARNOV, 2003).

Concluindo com a idéia de Slack, (2007), aonde ele afirma que a função do

administrador de produção é produzir bens de forma eficaz usando eficientemente

seus recursos organizacionais produzindo bens e serviços que satisfaçam

consumidores bem como os objetivos da organização.

2.1.6 Administração de Materiais

A administração de materiais é responsável por suprir as necessidades da

organização, quanto à busca de um equilíbrio entre a oferta e a demanda de seus

recursos, assim sendo, evitando um desperdício. Interliga os demais setores de uma

organização. Segundo Viana (2000), a administração de materiais determina quanto

e quando adquirir para suprir os estoques de maneira que sofre o processo.

Uma administração de materiais bem organizada e planejada trará um

diferencial à organização, sendo uma vantagem competitiva perante o mercado.

Gonçalves (2004, p.4) cita que:

Uma administração de materiais bem estruturada permite a obtenção de vantagens competitivas por meio da redução de custos, da redução de investimentos em estoques, das melhorias nas condições de compras mediante negociações com os fornecedores e da satisfação de clientes e consumidores em relação aos produtos oferecidos pela empresa.

Contudo, Viana (2000) complementa ao afirmar que a administração de

materiais planeja, dirige, coordena e controla desde as atividades relacionadas à

aquisição de suprimentos para formar os estoques, até sua passagem ao

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consumidor final. Ao partir de uma mesma concepção, Francischini (2002, p.2) trás a

tona: “Tratar adequadamente do abastecimento, do planejamento e do

reaproveitamento de materiais contribui para a melhoria do resultado de qualquer

organização.” Assim sendo, que a administração de materiais planeja, executa e

controla as atividades do segmento a fim de maior eficiência em seu processo de

produção e fluxos de caixas da organização.

2.1.7 Administração de Marketing

Para Kotler (1998), marketing está para os processos de troca, bem como

para a satisfação das necessidades e desejos do consumidor. No mesmo ponto de

vista, Cundiff et al (1984) afirma que envolve um relacionamento de necessidades e

desejos,e que marketing é um processo administrativo pelo qual os produtos são

lançados adequadamente no mercado e através do qual são efetuadas

transferências de propriedades.

Ainda Kotler em (2006) afirma que os administradores de marketing são os

responsáveis por gerenciar a demanda, buscam influenciar a oportunidade e a

composição da demanda para atingir os objetivos da organização é conhecida como

a arte da escolha de mercados alvos e da captação, manutenção e fidelização de

clientes por meio de criação da estratégia de comunicação de um valor superior ao

cliente.

Las Casas (2006) contribui explicando que a função do administrador de

marketing é desenvolver estratégias de comercialização relacionadas ao produto,

preço, sistema de distribuição e promoção a fim de satisfazer o cliente, para atingir

este objetivo o administrador de marketing deve se envolver em vários

departamentos dentro da organização.

A próxima área da administração é Administração de Recursos Humanos.

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2.1.8 Administração de Recursos Humanos

A administração de Recursos Humanos vem se falado e se aprofundado

muitos nos dias de hoje nas organizações, a gestão de pessoas tem se tornado

peça fundamental a cada dia, porem mesmo parecendo um tema fácil, trabalhar com

este bem as pessoas e ainda conseguir um diferencial competitivo utilizando o

mesmo é algo extremamente complexo, pois trata com pessoas distintas, com

características individuais e anseios diversos (MONTAGNA, 2008).

A partir da década de sessenta, passa-se a falar em administração de

recursos humanos substituindo as expressões administração de pessoal e relações

industriais. Para Gil (1999), o surgimento da administração de recursos humanos

decorre da introdução de conceitos originários da teoria Geral dos Sistemas à

gestão de pessoal. Essa, teoria, para as ciências sociais, enfoca a organização

enquanto sistema, ou seja, composta por elementos interdependentes, os quais

interagem entre si, visando um ou mais objetivos em comum.

Para Lucena (1995), empresas identificadas enquanto avançadas,

inovadoras e abertas a mudanças, detentoras de políticas e praticas de gestão de

Recursos Humanos adequadas, denotam consciência de que o trabalhador para a

organização é o seu principal ativo.

Gil (1994) afirma que administração de RH é o ramo especializado da

ciência da administração que envolve todas as ações que tem como objetivo a

integração do trabalhador no contexto da organização e o aumento de sua

produtividade.

Daft (2005) acrescenta que o novo papel dos recursos humanos refere-se à

utilização de sistemas formais em uma organização, para atingir o uso eficaz e

eficiente do trabalho humano na realização de tarefas. Milkovich e Boudreau (2000,

p.19) completam que “os recursos humanos trazem o brilho da criatividade para a

empresa, sem pessoas eficazes é simplesmente impossível para qualquer empresa

atingir seus objetivos”.

“A área de recursos humanos terá de participar intensivamente na

formulação e na implantação das estratégias da empresa, pois elas dependem cada

vez mais das pessoas em todos os níveis” (LACOMBE, 2006, p.21).Torna-se

importante conhecer o colaborador como parceiro, já que todo o processo se realiza

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com a participação conjunta de fornecedores, acionistas e clientes, e cada parceiro

se dispõe a investir recursos em uma organização á medida que obtem retorno

satisfatório (Gil,2001).

Definem Lacombe e Heilborn (2003, p. 241) “o órgão de recursos humanos

deve orientar e apóia os gerentes e presta-lhes serviços, mas cada gerente cabe a

administração dos recursos humanos da empresa”.

Oliva (2003, p.37) afirma que “o papel da área de recursos humanos é

executar o trabalho tradicional e, ao mesmo tempo, criar meios de valorizar as

competências das pessoas, apoiando a flexibilização das relações de trabalho”.

Santos (2001) argumenta que a gestão de recursos humanos busca especializar-se

em encontrar as pessoas certas para sustentar o crescimento e treiná-las para

realizar tarefas emergentes na organização.

Segundo Roesch (2007), existem funções na área de Recursos Humanos,

como: Recrutamento, Seleção, Treinamento e desenvolvimento, Cargos e salários e

Avaliação de desempenho.

Neste ponto serão abordadas brevemente as funções dos Recursos

Humanos, com base nas pesquisas bibliográficas.

2.1.8.1 Recrutamento

É o conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair candidatos

potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos na organização. Afirma

Chiavenato (2004), que o processo de recrutamento ocorre quando a organização

divulga e oferece oportunidades de trabalho ao mercado, onde o mesmo deve se

sentir atraído pela oferta, para que haja continuidade no processo. A empresa não

apenas deve divulgar, mas sim, atrair as pessoas para a organização, a fim de

agregá-las na mesma.

Simetricamente, Ferreira (1979) enfatiza que o recrutamento interno pode

trazer excelentes resultados para a empresa, devido ao fato do colaborador sentir-se

motivado em colaborar de forma diferente do habitual.

O recrutamento externo significa disponibilizar as vagas existentes nas áreas

para p mercado de trabalho, o ambiente fora da organização. Isso possibilita que

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novas idéias sejam agregadas à empresa, assim como novas habilidades e

experiências, onde o recrutamento deve ser uma atividade utilizada somente quando

houver necessidade (CHIAVENATO, 2004).

Para Ferreira, (1979) o processo de recrutamento tem sua importância, no

que diz respeito ao mercado de trabalho, em atrair, chamar ou ir ao encontro de

pessoas que venham a colaborar com a organização, obviamente, com um mínimo

de qualidade capaz de atender as necessidades da empresa.

Na Brinks no processo de recrutamento sempre primeiramente se pratica o

recrutamento interno, abre o processo de inscrição qualquer funcionário pode se

escrever desde que atenda as exigências do cargo, se não conseguir ninguém para

a vaga abre-se então recrutamento externo.

2.1.8.2 Seleção

Segundo Gil (1994) a seleção deve abordar atribuições e responsabilidades,

cabendo a organização elaborar para a seleção, questões voltadas para a mesma

onde serão abordados os principais aspectos necessários para desempenhar tal

função, onde seus aspectos devem ser de categorias como: muito importante

importante e pouco importante.

Seleção é o processo que visa escolher entre os candidatos recrutados os

mais qualificados ou que se identificam mais com as características da vaga,

visando manter ou aumentar a eficiência e o desempenho do pessoal bem como a

eficácia da organização (LACOMBE, 2006).

A seleção configura-se, então, como um novo processo de tomada de

decisão, que envolve comparação: cada candidato é comparado com o perfil de

competências da posição em aberto e com os demais candidatos. Essas

comparações levam a escolha de um deles. Para que a tomada de decisões

inerente ao processo de seleção tenha qualidade, será necessário realizar um

conjunto integrado de atividades (FAISSAL, 2005)

Afirma Toledo (1981) que a importância da seleção para a empresa está na

idéia de que sem ela, as empresas podem ter muitos prejuízos, devido a alta

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rotatividade de pessoas pela empresa, ou até mesmo porque as pessoas

selecionadas para desempenhar tais funções na empresa não são aptas o

suficiente, prejudicando a produtividade da organização.

2.1.8.3 Treinamento e desenvolvimento

Gil (1994) salienta que o treinamento, nas primeiras décadas deste século,

era usado para adestramento de recursos humanos, a propiciar que o individuo

atingisse seu ponto máximo em produtividade.

Já para Lacerda e Abbad (2002), o treinamento existe para procurar adquirir

novos conhecimentos, novas habilidades e melhorar o desempenho, individual e

organizacional, com o intuito de melhor compreensão e execução das tarefas.

Nem sempre as pessoas sabem exatamente o que fazer no seu trabalho as

empresas precisam ensinar seus empregados a executar as suas tarefas de

maneiras como elas desejam e consideram corretas. As pessoas motivadas

apresentam uma enorme aptidão para o desenvolvimento, que é o potencial para

aprender novas habilidades, obter novos conhecimentos, modificar atitudes

comportamentos e liberar sua criatividade. Porem é algo indispensável para

qualquer organização desenvolver-se (DAVIS; NEWSTROM, 1996).

2.1.8.4 Cargos e salários

Gil (1994) cita que nas organizações de hoje tem-se um modelo de plano de

cargos e salários com intenção de desenvolver o ser humano, tornando-o mais

motivado para o trabalho, aumentado sua responsabilidade com o mesmo e

enriquecendo sua tarefa.

É um conjunto de métodos que tem por finalidade a atribuição de

remuneração adequada aos empregados, assegurando a coerência interna entre os

valores de salários e benefícios de cada um e a coerência externa com o mercado

de trabalho, visando à motivação do pessoal (LACOMBE; HEILBORN, 2003).

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Chiavenato (2004) afirma que o plano de cargo e salário é um processo no

qual visa assegurar o equilíbrio interno das organizações, onde se aplica critérios

para avaliação desses, conseguindo uma valorização relativa interna dos salários e

dos diversos cargos.

2.1.8.5 Avaliação de desempenho

Para Ferreira (1979), a avaliação de desempenho constitui uma forma de

organização analisar o colaborador de um modo geral, sob dois aspectos: eficiência

propriamente dita e assiduidade, uma vez que a mesma ira verificar suas aptidões,

deficiência, possibilidades de progresso, bem como identificar seus melhores

colaboradores.

Para Lacerda e Abbad (2002, p.2) “ a avaliação é um componente essencial

na identificação da eficácia e eficiência dos programas de treinamento oferecidos

pelas organizações.

A importância dessa avaliação está no fato de identificar possíveis falhas

nos setores com relação á função que determinado individuo está exercendo, ou

seja, alguma pessoa pode estar fazendo um papel na organização que não é

realmente seu forte, ou que poderia estar contribuindo de outra maneira (GIL, 1994).

2.2 O trabalho

Diante o tema proposto do trabalho vale à pena fundamentar o significado do

trabalho.

Bom Sucesso (1997) cita que a origem da palavra trabalho vem do latim

tripalium, que se refere ao nome do instrumento de tortura no qual se castigavam os

escravos no tempo no império romano. Nesta origem o trabalho era concebido como

algo humilhante e desqualificante.

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Por isso Búrigo (1997) afirma que o trabalho evoluiu e passou uma forma de

sobrevivência, na busca de satisfazer as necessidades básicas, para uma questão

essencial na visa das pessoas, de modo a se introduzir na sociedade e como forma

de realização pessoal e profissional. O ser humano trabalha para suprir suas

necessidades básicas e também para melhorar as condições de vida o trabalho

transforma a natureza para obter sustento e bem-estar, criando entre as pessoas as

relações sociais que marcam o cotidiano. No entanto, às vezes o trabalho é algo

penoso, forçado, um esforço obrigatório, pouco confortante.

Morin (2001) enfatiza que o trabalho é um conjunto de atividades

coordenadas que possuem objetivos próprios, que visam produzir algo útil. É uma

forma de agregar valor as pessoas e a organização, contribuindo para que o

colaborador descubra e forme sua própria identidade.

Sampaio (1999) cita que o trabalho deve ser um meio de vida e não a

finalidade da própria vida, o próprio colaborador passa a ser integrado à organização

e não apenas adaptado as atividades ele mesmo percebe a necessidade de criar

novas estratégias para produzir mais e melhor.

Bom Sucesso (1998) O desafio tem sido viver com qualidade em um mundo

de alto desenvolvimento tecnológico e baixo desenvolvimento humano, que

evidencia a dificuldade de conciliar o trabalho e vida pessoal.

O trabalho requer certa convivência com outras pessoas inseridas na

organização, alem de obediência as regras, seguir as políticas administrativas,

requer também aprendizado e empenho nas tarefas pré-determinadas. Faria (1984,

p.83) aponta que o trabalho pode “representar a administração e organização, uma

vez que ambos são os resultados das ações voluntarias e criadora do homem

evoluído pela cultura”.

Robbins (2002) ressalta que o trabalho requer que a convivência com os

colegas e superiores, a obediência a regras e políticas organizacionais, o alcance de

padrões de desempenho e aceitação de condições de trabalho geralmente abaixo

do desejado entre outras coisas.

As reflexões até aqui registradas mostram que o trabalho em si, as

condições em que se realiza e as variáveis pessoais determina o grau de satisfação

e o bem estar do trabalhador.

Por isso a seguir será abordado o tema qualidade de vida no trabalho.

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2.3 Qualidade de Vida no Trabalho.

Conforme relata Sampaio (1999) os primeiros estudos ligados a qualidade de

vida no trabalho foram iniciados e discutidos nas literaturas empresariais e cientificas

na década de 50, principalmente no que se refere à satisfação do trabalhador com a

organização e com a tarefa que executa.

Após dez anos, já na década de 60 é que esses estudos adquiriram

proporções maiores, na qual ocorreu uma conscientização na busca por melhores

formas de organizar o trabalho, com a finalidade de minimizar seus efeitos negativos

sobre os colaboradores, procurando alcançar um bem estar geral dentro da

organização (TOLFO; PICCININI, 2001).

Segundo Vieira (1996) o desenvolvimento do QVT a partir da década de 60

tomou impulso por iniciativas de cientistas sociais, lideres sindicais, empresários e

governantes, na busca de melhores formas de organizar o trabalho a fim de

minimizar os efeitos negativos do emprego na saúde e bem estar geral dos

trabalhadores.

Na década de 70 a crise do petróleo e elevação da inflação por todo o

mundo houve uma queda no interesse dos estudos ligados ao tema Qualidade de

vida no trabalho (RODRIGUES, 1992).

Já na década de 90 o termo qualidade de vida, segundo Bom Sucesso

(1998), invadiu todos os espaços, passou a integrar os discursos acadêmicos, a

literatura, os programas de qualidade total, as conversas informais e a mídia em

geral.

Devido à evolução do século XX com muitos temas abertos para discussão

como responsabilidade social, envelhecimento da população e desenvolvimento

sustentável, descobriu novos paradigmas para as questões de QVT. Limongi-

França (2004) cita alguns desencadeadores como:

• Vínculos e estruturas da vida pessoal: família, atividades de lazer e

esporte, hábitos de vida, expectativa de vida, cuidados com a saúde,

alimentação, combate a vida sedentária, grupos de afinidades e apoio.

• Fatores socioeconômicos: globalização, tecnologia, informação,

desemprego, políticas de governo, organização de classe, privatização

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de serviços públicos, expansão do mercado de seguro-saúde, padrões

de consumo sofisticado.

• Metas empresariais: competitividade, qualidade do produto, velocidade,

custos, imagem corporativa.

• Pressões organizacionais: novas estruturas de poder, informação,

agilidade, co-responsabilidade, remuneração variável, transitoriedade no

emprego, investimento em projetos sociais.

• A expressão QVT é utilizada pela primeira vez pelo professor Davis

(1981, apud VIEIRA, 1996). Ele apresenta um conceito genérico que

cerca apenas condições favoráveis ou desfavoráveis de um ambiente de

trabalho para os empregados.

França (2004) cita que o tema qualidade de vida no trabalho (QVT) tem sido

tratado como um leque amplo e geralmente confuso. As definições de QVT vão

desde cuidados médicos estabelecidos pela legislação de saúde e segurança até as

atividades voluntárias dos empregados ou empregadores nas áreas de lazer,

motivação entre inúmeras outras. Mais França (1995), também cita que devido à

evolução do QVT o tema teve diversas interpretações, sendo influenciada pelas

constantes transformações ocorridas nas organizações, nos contextos políticos e

sociais, nos novos valores e na necessidade de olhar as pessoas e a organização

como um todo.

A qualidade de vida no trabalho é um conceito dinâmico, contingencial,

abrangente, individual e ao mesmo tempo coletivo e multidisciplinar, pois envolve

diversas áreas como saúde, psicologia, administração e ate ecologia.

(BITENCOURT, 2004).

Segundo o autor Sampaio (2004) “Qualidade” se refere a certos atributos ou

características considerados indicadores de superioridade em relação a determinado

assunto. O mesmo autor cita que o termo “Vida”, por sua vez, que só pode ser

entendido numa perspectiva bem contextualizada, é definido como uma categoria

que, entre outras coisas inclui saúde, relações familiares satisfatórias, condições

financeiras estáveis, entre outros aspectos.

Como modo de descrever exatamente o assunto por completo Sampaio

(2004), explica que qualidade de vida seja considerada por diversos autores como

um conceito abstrato, difícil de operacionalizar, ela equivale a “bem- estar” no

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domínio social; o “status de saúde”, no domínio da medicina; o “nível de satisfação”;

no domínio psicológico.

A autora Vieira (1996) aponta quatro estágios para o entendimento do

movimento pela qualidade de vida no trabalho. Sendo apontados da seguinte forma:

O primeiro estágio abrange as condições de subsistências, como salário

compatível com a função, segurança, prevenção de acidentes, seguridade social e

aposentadoria.

O segundo estágio refere-se a incentivos salariais, participação nos lucros e

eficiência administrativa.

O terceiro estágio destaca-se o reconhecimento social, a liderança

democrática, o treinamento, a participação e a moral de grupo, como dimensões da

qualidade de vida no trabalho.

O último estágio, auto-realização que surge com as teorias

comportamentais.

Para outros autores como Tolfo e Piccinini (2001) o termo qualidade de vida

no trabalho engloba aspectos como motivação, cultura, satisfação, condições de

trabalho e estilos de liderança. Os mesmos autores ainda citam que são os

colaboradores que possibilitam a vantagem competitiva nas organizações e faz-se

necessária a implantação de ações que propiciem a qualidade de vida no trabalho.

Rodrigues (1998, p.90) vai alem e cita que a qualidade de vida no trabalho

“representa uma forma de pensamento que envolve pessoas, trabalho e

organização, destacando-se dois aspectos importantes para uma definição concreta

de QVT que são: a) a preocupação com o trabalhador e com a eficácia

organizacional; b) a participação dos trabalhadores nas decisões e problemas de

trabalho”.

Na concepção de Fernandes (1996. p. 45), o QVT pode ser definido como “a

gestão dinâmica e contingencial de fatores físicos, tecnológicos e sócio-psicológicos

que afetam a cultura e renovam o clima organizacional, refletindo-se no bem estar

do trabalhador e na produtividade das empresas”.

Nas organizações busca-se avaliar a qualidade de vida no trabalho de seus

colaboradores. Em razão disto, Campos (2008) afirma que para se promover a

qualidade de vida no trabalho, deve-se inicialmente promover a qualidade para os

trabalhadores, com propostas de programas que possam minimizar as inquietações

dos trabalhadores em uma empresa, oferecendo por intermédio do RH, alternativas

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de lazer aos trabalhadores para que eles possam ter alternativas de convivência

familiar diferenciada.

Na visão de E-Aquar e Souza (2003) definem que QVT resulta no grau de

satisfação do individuo consigo mesmo e com os outros e inclui dilemas de família,

vida em sociedade, religião e trabalho, alem de buscar a redução de conflitos

organizacionais e interesse entre patrão e empregados.

Para Sá et al (2008, p. 1) não é somente o equilíbrio entre as dimensões da

vida (trabalho, lazer, família, religiosidade) que se traduz em qualidade de vida no

trabalho, mas também a vivencia de experiências realizadoras nesses ambientes,

visto que, quando são positivas estão relacionadas a outras esferas da vida

Vasconcelos (2001) conclui que se é nas organizações que passamos maior

parte de nossas vidas, seria conveniente que transformássemos esses ambientes

em lugares mais aprazíveis e saudáveis para executar nosso trabalho e

conseqüentemente viver melhor.

Alem das inúmeras definições uma que explica de forma abrangente mais

clara é a idéia da autora Limongi-França (2004), onde ela cita que novos paradigmas

de modos de vida dentro e fora da empresa, construindo assim novos valores ao

tema qualidade de vida no trabalho entre os quais se destacam:

• Saúde: visa preservar a integridade física, psicológica e social do ser

humano em vez de apenas atuar sobre o controle de doenças e propiciar

maior expectativa de vida e reintegração da pessoa que adoece.

• Ecologia: ciência em que o homem é parte integrante e responsável pela

preservação do ecossistema e dos insumos da natureza, bem como ator

do desenvolvimento sustentável.

• Ergonomia: estuda as condições de trabalho ligadas a pessoa.

Fundamenta-se na medicina, na psicologia, na motricidade e na

tecnologia industrial, visando ao conforto e ao desempenho nas diversas

posições de trabalho.

• Psicologia: demonstra a influencia das atitudes internas e as perspectivas

de vida da pessoa e a importância do significado intrínseco das

necessidades individuais para seu envolvimento com o trabalho em

conjunto com a filosofia.

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• Sociologia: atua sobre a dimensão do que é compartilhado e construído

socialmente, demonstrando as implicações de quem influencia e é

influenciado nos diversos contextos culturais e antropológicos da

empresa.

• Economia: enfatiza a consciência de que os bens são finitos e de que a

distribuição de bens, recursos e serviços devem envolver de forma

equitativa a responsabilidade e os direitos da sociedade.

• Administração: procura aumentar a capacidade de mobilizar recursos

para atingir resultados em ambiente cada vez mais complexo, mutável e

competitivo.

• Engenharia: elabora formas de produção voltadas para flexibilidade da

manufatura, armazenamento de materiais, uso da tecnologia,

organização do trabalho e controle de processo.

Uma definição que representa literalmente este tema foi citada por Bom

Sucesso (1998), onde ele cita Qualidade de vida no trabalho trata da experiência

emocional do colaborador com seu ambiente de trabalho, no cenário onde as

mudanças tecnológicas e sociais se instalam de forma intensa e acelerada. Aborda

as conseqüências desta realidade no bem estar do colaborador e seus efeitos nos

resultados da organização.

Segundo Sucesso (1998), as organizações se vêem hoje impulsionadas a

realizar a sua parte na promoção da qualidade de vida no trabalho para seus

colaboradores por intermédio de algumas ações como: divulgar a missão e os

objetivos, treinando e desenvolvendo seus funcionários, investindo na melhoria dos

processos, reestruturando e enriquecendo as funções, promovendo profissionais

competentes e éticos, investindo na tecnologia, promovendo melhoria continua nas

condições de trabalho, estabelecendo remuneração justa, dispensando de forma

ética e respeitosa aqueles que não se alinham a cultura da empresa, instituindo

mecanismos para que se estabeleçam as relações interpessoais, implantando

sistemas de feedback de desempenho, patrocinando programas de conscientização,

estimulando e reflexão sobre a importância e responsabilidade com a QVT,

desenvolvendo a consciência sobre os aspectos motivadores relevantes na ótica de

cada um identificando ações que possam contribuir para uma vida melhor na

organização.

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A conquista da Qualidade de vida no trabalho também dependerá do próprio

individuo dos valores que possuem, de sua auto-estima e auto-imagem, seu

engajamento profissional, político e social, pois de nada adiantara todas as ações da

empresa se o individuo possui baixa auto-estima ou não seja comprometido com a

organização. Vasconcelos (2001) conclui categoricamente que se é nas

organizações que passamos maior parte de nossas vidas, seria conveniente que

transformássemos esses ambientes em lugares mais aprazíveis e saudáveis para

executar nosso trabalho e conseqüentemente viver melhor.

Para um melhor esclarecimento do tema proposto, a seguir será

descriminado cada modelo de estudo de Qualidade de Vida no Trabalho, sendo que

o modelo descrito por Walton terá um maior aprofundamento por ser o modelo

utilizado neste estudo.

2.4 Modelos de qualidade de vida no trabalho

Neste item apresenta-se a visão sobre qualidade de vida no trabalho de três

autores citados na literatura são eles: Modelo de Westley (1979); Modelo de Nadler

e Lawler (1983), Modelo de Hackman e Oldham (1975), Modelo de Walton (1973).

Foi escolhido o modelo de Walton para aplicar a pesquisa, pois é um dos modelos

mais utilizados no Brasil até hoje.

2.4.1 Modelo de Westley (1979)

Para Fernandes (1996) um modelo para examinar a QVT é baseado em

quatro indicadores: econômico, político, psicológico e sociológico.

Sampaio (2004) cita que o modelo de Westley relaciona a organização do

trabalho com a qualidade de vida. O autor identifica problemas que afetam a

Qualidade de Vida no trabalho, advindas de um modelo capitalista, são eles:

• Político: traz como conseqüência a insegurança.

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• Econômico: traz a injustiça.

• Psicológico: traz o conceito de auto-realização.

• Sociológico: a falta de normas socialmente construídas.

Westley (1979) apresenta os indicadores que afetam a qualidade de vida no

trabalho conforme é apresentado no quadro a seguir:

INDICADORES DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ECONOMICO POLITICO PSICOLÓGICO SOCIOLOGICO

Equidade Salarial

Remuneração Adequada

Benefícios

Local de Trabalho

Carga Horária

Ambiente Externo

Segurança no emprego

Atuação sindical

Retro informação

Liberdade de expressão

Valorização do cargo

Relacionamento com a chefia

Realização potencial

Nível de Desafio

Desenvolvimento Pessoal

Desenvolvimento Profissional

Criatividade

Auto-Avaliação

Participação nas decisões

Autonomia

Relacionamento Interpessoal

Grau de responsabilidade

Valor Pessoal

Quadro 3- Indicadores de QVT Fonte: Westley (1979 apud FERNANDES, 1996 p. 53, adaptado por RUSHEL, 1993).

O autor apresenta neste quadro os principais itens que precisam ser

enfatizados para que possa haver uma qualidade de vida no trabalho. Contudo vale

ressaltar que na época em que o modelo foi originado Westley (1979) entendia que

as características da sociedade moderna influenciavam na vida dos trabalhadores,

trazendo consigo uma serie de problemas (DUTRA; HONÓRIO, 2008).

Dutra e Honório (2008, p. 3) concluem que “apesar de as dimensões de

Westley (1979) sobre QVT terem sido originadas há quase três décadas, elas

parecem extremamente atuais”.

Os indicadores de problemas econômicos são caracterizados pela

concentração de renda exploração dos colaboradores, como conseqüência traz a

injustiça. Os problemas sociológicos referem-se à falta participação moral no nível

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organizacional, que tem como conseqüência a falta de envolvimento moral no nível

organizacional.

Os problemas políticos são derivados da centralização do poder decisório

que tem como conseqüência a insegurança por parte dos colaboradores. O lado

psicológico que trata do espaço existente entre o que o colaborador espera da

organização e o que ele alcança, tem como conseqüência a alienação

(VALLE;VIEIRA,2004).

2.4.2 Modelo de Nadler e Lawler (1983)

Na concepção de Búrigo (1997) este modelo define-se através de atividades

representativas aos esforços empreendidos para alcançá-las.

A qualidade de vida está fundamentada em quatro aspectos (VIEIRA, 1996):

• Participação dos funcionários nas decisões

• Reestruturação do trabalho através do enriquecimento de tarefas e de

grupos autônomos do trabalho.

• Inovação no sistema de recompensas para influenciar o clima

organizacional.

• Melhoria no ambiente de trabalho quanto às condições físicas e

psicológicas horários de trabalho e etc.

Na medida em que esses quatros aspectos são incrementados, haverá uma

melhoria na qualidade de vida no trabalho. Sampaio (2004) conclui que o modelo

proposto por Nadler e Lawler (1983) considera que um dos fatores determinantes

para o sucesso de programas de qualidade de vida no trabalho ao longo prazo é a

estrutura de processos participativos criados para garantir eficácia.

2.4.3 Modelo de Hackman e Oldham (1975)

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Para Hackman e Oldham (1975 apud RODRIGUES 1998), determinaram a

qualidade de vida no trabalho a partir de seis fatores que expressem a opinião dos

funcionários.

Vieira (1996) cita que este modelo aborda dimensões e características do

cargo, que são diretamente ligadas à qualidade de vida no trabalho, e tem como

conseqüência satisfazer os indivíduos no trabalho.

O modelo de Hackman e Oldham (1975) se apóia em características

objetivas do trabalho, podendo ser avaliada em termos de:

• Dimensões da tarefa, identificando seis atributos importantes para a

satisfação no trabalho: variedade de habilidades, identidade das tarefas,

significado da tarefa, inter relacionamento, autonomia e feedback (do

próprio trabalhador e extrínseco);

• Estados psicológicos críticos, envolvendo a percepção da significância do

trabalho, da responsabilidade pelos resultados e o reconhecimentos dos

reais resultados do trabalho;

• Resultados pessoais e de trabalho, incluindo a satisfação geral e a

motivação para o trabalho de alta qualidade, bem como o absenteísmo e

a rotatividade baixa.

Afirma Vieira (1996) que ao desenhar este modelo, os autores

sistematizaram as dimensões ou características do cargo que consideram ser

determinantes da qualidade de vida no trabalho.

2.4.4 Modelo de Richard Walton (1973)

A abordagem da qualidade de vida de Richard Walton é a freqüentemente

utilizada para orientar analises feitas por estudiosos do assunto. Tem sido utilizada

para realçar alguns valores ambientais e humanos que foram relegados pela

sociedade industrial devido ao avanço tecnológico, a produtividade e ao crescimento

econômico (CARVALHO, et al., 2008).

Para Walton (1973 apud RODRIGUES, 1994), a expressão qualidade de

vida tem sido usada com crescente freqüência para descrever certos valores

ambientais e humanos, negligenciados pelas sociedades industriais.Mas a meta de

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um programa de Qualidade de vida no trabalho, conforme Walton (apud

FERNANDES,1996) é gerar uma organização ais humanizada,na qual o trabalho

envolve, simultaneamente relativo grau relativo grau de responsabilidade e de

autonomia ao nível do cargo.

Walton (1973 apud FREITAS, 2009) qualidade de vida no trabalho está

inserida no contexto das relações do trabalho desde o inicio do século XX, e busca a

legalização dos direitos e das lutas do movimento sindical para assegurar saúde,

segurança e garantia no trabalho.

O modelo de Walton (1973) identifica oito critérios que afetam de modo

mais significativo a vida do trabalhador, salientando que o autor considera,

dependendo do contexto que novos grupos de critérios podem ser gerados. Quando

tais fatores não são bem gerenciados, o nível de satisfação do trabalhador deixa a

desejar, prejudicando o nível de desempenho.

Neste sentido Vieira (1996) apresenta os fatores que interferem no ambiente

de trabalho e no próprio colaborador, segundo o modelo conceitual de Walton (1973)

dividido em oito categorias, conforme demonstrado no quadro 3.

Fatores Dimensões

1-Compensação Justa e Adequada

Renda adequada ao trabalho Equidade interna e externa Justiça na compensação Partilha dos ganhos de produtividade

2- Condições de trabalho Jornada de trabalho razoável Ambiente físico seguro e saudável

3-Uso e desenvolvimento de

capacidades

Autonomia Significado da tarefa Identidade da tarefa Feedback

4- Oportunidades de Crescimento e Segurança

Possibilidade de carreira Crescimento profissional Perspectiva de avanço salarial Segurança de emprego

5-Integração Social na Organização Ausência de preconceitos Igualdade de tratamento Senso Comunitário (cooperação)

6-Constitucionalismo

Direito de proteção do trabalhador Privacidade pessoal Liberdade de expressão Tratamento imparcial Direitos trabalhistas

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7- O trabalho e o espaço Total de Vida

Papel balanceado no trabalho Estabilidade de horários Poucas mudanças geográficas Tempo para lazer da família

8-Relevância Social do Trabalho na Vida

Imagem da empresa Responsabilidade social na organização Responsabilidade pelos produtos Responsabilidade com os colaboradores

Quadro 4 - Categorias conceituais QVT Modelo Walton (1973) Fonte: Walton (1973 apud VIEIRA, 1996).

Vale citar que o modelo de Walton (1973) se apresenta de forma complexa é

um estudo importante para se analisar a QVT, pois aborda desde necessidades

básicas dos colaboradores, até fatores organizacionais, ao nível de satisfação e

auto-estima que estão diretamente associados à qualidade de vida no trabalho

(DONAIRE; ZACARIAS; PINTO, 2005).

Abaixo apresenta a descrição dos oitos critérios do modelo de Walton

(1973) para a QVT nas organizações.

2.4.4.1 Compensação justa e adequada

Esta categoria tem como foco o estudo da QVT em relação à manutenção

obtida pelo colaborador e pelo trabalho executado, desdobrando a três critérios.

(FERNANDES, 1996).

• Remuneração adequada: para que o colaborador possua uma qualidade

de vida, requer uma remuneração para viver dignamente dentro de suas

necessidades pessoais e padrões culturais, sociais e econômicos da

sociedade em que vive.

• Equidade Interna: remuneração entre outros membros de uma mesma

organização.

• Equidade externa: na remuneração em relação a outros profissionais no

mercado de trabalho.

Para Walton (1973 apud FERNANDES, 1996) a equidade é um critério muito

importante ela aponta a equidade externa que significa que o salário é compatível

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com o mercado de trabalho e a equidade interna que é a equiparação salarial com

outros colaboradores dentro da mesma organização.

Cabe enfatizar que é comum existirem dificuldades para estabelecer

remunerações justas. As pessoas tendem a se auto-avaliar, a julgar que merecem

uma remuneração maior que a oferecida pela organização. (LACOMBE, 2006). O

salário a compensação justa e o reconhecimento são fatores que podem produzir o

contentamento ou não aos colaboradores.

2.4.4.2 Condições de trabalho

Walton (1973) cita que as condições do ambiente de trabalho oferecidas aos

colaboradores para realização de tarefas. Cunha et al (2008) afirma que esta

categoria envolve dimensões como jornada de trabalho, carga de trabalho, ambiente

físico, material e equipamento, ambiente saudável e estresse.

Fernandes (1996) caracteriza pelas condições existentes no local de

trabalho, apresentando os seguintes parâmetros:

• Jornada de trabalho: Numero de horas trabalhadas, previstas ou não pela

legislação, e sua relação com as tarefas desempenhadas.

• Carga de trabalho: Quantidade de trabalho executado em um turno de

trabalho.

• Ambiente físico: Local de trabalho em relações as condições de bem estar

(conforto) e organização para o desempenho do trabalho.

• Material e equipamento: Quantidade e qualidade de material disponível

para execução do trabalho.

• Ambiente Saudável: Local de trabalho e suas condições de segurança e

de saúde em relação aos riscos de ou doenças.

• Estresse: Quantidade percebida de estresse a que profissional é

submetido na sua jornada de trabalho.

2.4.4.3 Uso e desenvolvimento de capacidades

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Esta categoria visa à mensuração da Qualidade de Vida no Trabalho

em relação às oportunidades que o empregado tem de aplicar, no seu dia a dia, seu

saber e suas aptidões profissionais (FERNANDES, 1996), conforme descrito a

seguir.

• Autonomia: liberdade e independência do funcionário na execução de

tarefas;

• Significado da tarefa: relevância da tarefa desempenhada na vida e no

trabalho de outras pessoas, dentro ou fora da organização.

• Identificação da tarefa: refere-se à exigência da função para a execução

de uma completa e identificável parte do trabalho, ou, seja, ser realizado

do inicio ao fim com o resultado visível.

• Variedade de habilidade: pode utilizar em larga escala a capacidade e as

habilidades do individuo, envolvendo grandes quantidades de tarefas.

• Retroinformação: informação ao colaborador acerca da avaliação do seu

trabalho como um todo e de suas ações em relação ao trabalho

realizado.

Enfatiza Amorim (2007), que esse fator as organizações proporcionam a

seus colaboradores oportunidades de satisfazerem as necessidades de utilização de

suas habilidades e conhecimentos, desenvolvimento de sua autonomia, autocontrole

e obtenção de informações sobre o processo total de trabalho, bem como retro

informação quanto a seu desempenho.

2.4.4.4 Oportunidade de crescimento e segurança

Conforme sustenta Vasconcelos (2001) oportunidade de crescimento onde

se observa através das ações e políticas da organização, o quanto suas praticas

empresariais estão de fato relacionadas com o respeito e valorização dos

colaboradores.

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Valle e Vieira (2004) o também afirmar que esse fator refere-se à valorização

do empregado através das oportunidades para manifestação e expansão de

potencialidades, bem como o avanço na carreira ocupacional.

Conforme cita Fernandes (1996) destacam-se as seguintes dimensões:

• Possibilidade de carreira: oportunidade de avanços na carreira

profissional, utilizando conhecimento e habilidades adquiridas;

• Crescimento pessoal: desenvolvimento das capacidades, habilidades e

aptidões dos colaboradores com objetivo de realizar em plenitude, o seu

potencial;

• Perspectiva de progresso: conjunto de atividades que visam contribuir

para melhor desempenho das atribuições do colaborador, com o objetivo

de crescimento pessoal, profissional e da organização.

• Segurança de emprego: refere-se ao grau de segurança de seus

colaboradores quanto à manutenção de seus resultados e permanência

no emprego.

Para Tolfo e Piccinini (2002) a oportunidade de crescimento e segurança

refere-se à potencialidade de desenvolver carreira e segurança no emprego.

2.4.4.5 Integração social na organização

Para Vieira (1996) este item aborda as praticas de cultivo ao bom

relacionamento nas organizações: eliminação de barreiras hierárquicas marcantes,

apoio mutuo, franqueza interpessoal e ausência de preconceitos.

Fernandes (1996) define os seguintes critérios:

• Igualdade de oportunidades: refere-se a ausência de preconceito de cor ,

raça,sexo,estilo de vida,religião,nacionalidade ou aparência física no

ambiente de trabalho e diz a respeito ao grau de ausência de

estratificação na organização em termos de símbolos ou estruturas

hierárquicas íngremes.

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• Relacionamento: refere-se ao grau de relacionamento interpessoal

marcado por auxilio recíproco, apoio sócio emocional e respeito às

individualidades.

• Senso comunitário: nível de senso da comunidade existente na

organização, e de cooperação entre os colegas e apoio mútuo.

Na concepção de Vasconcelos (2001, p. 26) a integração social nas

organizações define-se como a tendência de “observar se há igualdade de

oportunidades, independente da orientação sexual, idade, classe social e outras

formas de discriminação, bem como se há o cultivo do bom relacionamento”.

2.4.4.6 Constitucionalismo

Categoria que tem por finalidade medir o grau em que os direitos do

empregado são cumpridos na instituição (FERNANDES, 1996), os critérios desta

categoria são os seguintes.

• Direitos trabalhistas: Observância ao cumprimento dos direitos do

trabalha dor.

• Privacidade Social: Grau de privacidade que o empregado possui dentro

da instituição.

• Liberdade de expressão: Forma como o empregado pode expressar seus

pontos de vistas aos superiores, sem medo de represálias.

• Normas e rotinas: Maneiras como normas e rotinas influenciam o

desenvolvimento do trabalho.

Para Valle e Vieira (2004) é importante haver respeito e proteção aos

direitos dos colaboradores para elevar a qualidade de vida no trabalho dentro das

organizações.

2.4.4.7 O trabalho e espaço total de vida

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Item que objetiva mensurar o equilíbrio entre a vida pessoal do empregado

e a vida no trabalho (FERNANDES, 1996), os critérios que podermos destacar são

os seguintes:

• Papel balanceado no trabalho: Equilíbrio entre jornada de trabalho,

exigências de carreira, viagens, e convívio familiar.

• Horário de entrada e saída do trabalho: Equilíbrio entre horários de

entrada e saída do trabalho e convívio familiar.

Para Rodrigues (1994) a relação entre o trabalho e espaço total de vida é

vista por Walton (1973) como um conceito de equilíbrio entre o trabalho e o tempo

total de vida dos colaboradores.

2.4.4.8 Relevância social da vida no trabalho

Dos ensinamentos de Valle e Vieira (2004) afirmam que esse fator refere-se

à visão que o colaborador possui da empresa onde trabalha,assim como a visão da

organização a ele como trabalhador, como valoriza e desvaloriza o seu trabalho.

Fernandes (1996) destaca que a relevância social da vida no trabalho

determina a percepção do colaborador em relação a responsabilidade social e a

atuação da organização diante da sociedade.Destacam-se os seguintes fatores

conforme Búrigo (1997):

Imagem da instituição: Visão do empregado em relação a sua instituição de trabalho:

Importância para comunidade, orgulho e satisfação pessoais de fazer parte da

instituição.

• Responsabilidade social na instituição: Percepção do empregado quanto à

responsabilidade social para a comunidade.

• Responsabilidade social pelos serviços: Percepção do empregado quanto

à responsabilidade da instituição com a qualidade dos serviços prestados.

• Responsabilidade social pelos empregados: Percepção do empregado

quanto a sua valorização e participação na instituição, a partir da política

de recursos humanos.

Valle e Vieira (2004) contribuem explicando que este fator esta relacionando

á forma que o trabalhador percebe a imagem da organização, sua visão da empresa

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aonde trabalha, bem como a visão que a empresa tem dele como trabalhador e

como valoriza ou não seu trabalho realizado.

2.5 Estresse Ocupacional

Em uma época de intensa competitividade, tanto entre organizações quanto

entre profissionais, diversas pesquisas têm sido realizadas sobre a natureza e os

mecanismos do estresse ocupacional e suas conseqüências para a saúde e

desempenho do empregado.

Segundo Coleman (1992) afirma que o estresse é um mal que atinge a

população em geral, sendo altamente incapacitante, e interferindo de modo decisivo

e intenso na vida pessoal, social, econômica e profissional do indivíduo prejudicando

a produtividade e a qualidade do trabalho, sendo também uma das maiores causas

de afastamento do trabalho acarretando as empresas e serviços públicos, altos

custos.

Já há muito tempo o estresse ocupacional era definido por Reinhold (1985),

como um estado desagradável decorrente de aspectos do trabalho, que o indivíduo

considera ameaçadores a sua auto-estima e ao seu bem-estar.

A abordagem que enfoca os estressores organizacionais tem contribuído

para a identificação de demandas organizacionais e potencialmente geradoras de

estresse. Apesar das contribuições, esta abordagem tende a considerar o caráter

objetivo dos estressores e tem sido alvo de inúmeras críticas (TAMAYO, TROCOLLI

2002)

Os autores Jamir J. Sardá Jr. (2004) afirmam que é necessário

compreender o estresse ocupacional como um processo composto por inúmeras

variáveis, fatores ambientais aos psicossociais e pessoais, não atribuindo como fator

único nem o ambiente nem o indivíduo.

Na visão de Tamayo e Trocolli (2002), salientam que novas pesquisas

devem ser desenvolvidas no Brasil para se continuar a explorar a influência de

variáveis que envolvem processos de transição entre o indivíduo e o ambiente,

identificando fenômenos que atinge a saúde do trabalhador, tais como o estresse

ocupacional, o burnout e a exaustão emocional.

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Grandjean (1998, p.165), define estresse ocupacional como sendo “o estado

emocional, causado por uma discrepância entre o grau de exigência do trabalho e

recursos disponíveis para gerenciá-los.

Stoner e Freeman (1999) enfatizam a sobrecarga de papéis como um dos

principais sintomas do estresse. Ela pode ser quantitativa, quando uma pessoa tem

mais trabalho do que realmente pode realizar, ou qualitativa, quando a pessoa tem

mais trabalho do que realmente pode realizar, ou qualitativa, quando a pessoa não

tem as habilidades para realizar seu trabalho. Complementa afirmando que a

subcarga como um agente estressante, quando a pessoa não tem atividades para

desempenhar e enfrenta o tédio e a monotonia.

De acordo ainda com Stoner e Freeman (1999), o estresse pode ser

proveniente de mudanças violentas na organização, quando que ultrapassem nossa

capacidade de adaptação.

Para Carvalho e Serafim (1995, p.133), os principais fatores que podem

levar ao estresse ocupacional são:

• Aumento do volume de trabalho;

• Conflitos diários no trabalho;

• Pressões no trabalho;

• Incompreensão da chefia;

• Ambiente desfavorável ao indivíduo;

• Função não adequada ao indivíduo;

No início do século XX, afirma Lipp (1996), a causa mais freqüente de morte

era infecção: hoje são as doenças cardiovasculares, e o nível de estresse tem sido

um dos fatores que mais contribuem para o agravamento desse quadro.

Para Limongi-França e Rodrigues (2005), a situação que provoca o

desencadear do estresse é denominada estímulo estressor, ou simplesmente

estressor e a resposta de cada indivíduo diante do estímulo é o processo de

estresse. Concluem que o conceito de estresse deve ser estudado considerando

além do estímulo estressor e da resposta fisiológica a ele, também as influências

das características individuais e o tipo de ambiente em que a pessoa está inserida

devem ser considerados.

Pesquisas sobre o comportamento humano revelam que no momento em

que o indivíduo coloca sua vida em risco, ele vive uma situação de estresse, pois

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enfrenta um desequilíbrio biológico, onde componentes físicos e biológicos se

manifestam. (LIPP, 1996, p.206).

Diferentemente de outros riscos ocupacionais, relacionados geralmente a

trabalhos específicos, o estresse associa-se de várias formas a todos os tipos de

trabalho, prejudicando não só a saúde, mas também o desempenho dos

trabalhadores.

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3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO

Este capítulo é destinado à demonstração dos resultados do trabalho de

campo, primeiramente com a caracterização da empresa e apresentação dos

resultados obtidos, respondendo assim os objetivos propostos.

3.1 Caracterização da Organização

Neste item foram apresentadas algumas características da empresa Brinks

Segurança e Transporte de Valores Ltda, com foco em sua filial Itajaí na qual foi

realizada esta pesquisa, e são apresentados os seguintes fatores: histórico, missão,

visão, valores, organograma, principais clientes.

3.1.1 Histórico da empresa

A Brinks Segurança e Transporte de Valores Ltda foi fundada em 1859 em

Chicago por Washington Perry Brink de 29 anos, a empresa que levaria seu

sobrenome inicia suas atividades como transportadora de caixas e bagagens de

homens de negócio, que viajavam para a cidade em missões comerciais.

Em 1900 a Brinks faz sua primeira entrega bancária – seis sacos de dólares

de prata – tornando-se com isso a primeira transportadora de valores do Mundo.

Um século e meio depois de sua fundação, a Brinks está presente em mais

de 50 países dos seis continentes, transportando, processando e custodiando

valores no seu “lato sensu”, em cada território através de uma complexa malha de

comunicação internacional.

Assim, evoluiu-se do tradicional transporte de valores para uma cadeia de

serviços integrados, chegando hoje a oferecer, solução tecnológica para

correspondentes bancários.

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Alberto Martins Torres em 1966 implantou no Brasil a multinacional Brinks

empresa pioneira nessa atividade no Brasil. A matriz americana deu-lhes plenos

poderes para escolher sua equipe, uma tarefa difícil, certamente porque ninguém no

Brasil tinha experiência nesse ramos de atividade. Entre os primeiros chamados,

estavam o brigadeiro da reserva da FAB Joel Miranda e o economista Manoel

Ibitinga Filho.

Figura 1- Foto do Carro forte chegando ao Brasil. Fonte: Brinks (2011)

A filial de Itajaí surgiu em fevereiro de 2003 como Sebival Segurança

Bancária e transporte de Valores e passou a ser Brinks quando houve a fusão entre

as duas empresas em novembro de 2009 onde a filial passou a atender como

Brinks. Essa fusão trouxe inúmeras mudanças como nova estrutura, novas normas e

procedimentos e um novo líder.

A empresa possui frota própria de carro forte em Itajaí possuindo 10 carros

forte e 5 carros leve locados, também uma oficina anexa a filial para atender

qualquer ocorrência com os caminhões.

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Para alocar melhor seus colaboradores a Brinks construiu uma nova base

que atendesse as necessidades e que trabalhasse nos padrões definidos pela

Brinks como essencial para o desenvolvimento das tarefas e, em maio de 2010,

ocorreu à mudança para nova base, apresentada na figura 2.

Figura 2- Foto empresa. Fonte: Brinks (2011) Esta foto apresenta a empresa na qual foi realizada a pesquisa.

3.1.2 Missão, Visão e Valores

Na definição de Oliveira (2006, p.278) a “missão é a razão de ser da

empresa. Identifica a quem e como a empresa atende as necessidades e

expectativas de mercado”.

A missão da Brinks é:

• Prover o mais alto nível de gerenciamento de risco

• Ser a empresa de maior qualidade

• Oferecer serviços e produtos complementares e diferenciados, a preços

justos.

Para Oliveira (2006, p.283) “visão da empresa é a identificação dos limites

que os principais executivos da empresa conseguem enxergar dentro de um período

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de tempo mais longo e uma abordagem mais ampla”. A Brinks expõe sua visão da

seguinte maneira:

A Brinks deve ser reconhecida como a melhor empresa em gerenciamento

de risco, possuidora de alta tecnologia, de maneira geral e em particular no que se

refere a sistemas de informação.

Valores são guias que orientam a conduta, as decisões e ações de pessoas

ou grupos. Ajudam a planejar organizar e controlar as atividades. Estes são os

valores da Brinks:

Confiança

• A confiança é uma conquista diária.

• Os clientes confiam em nós entregam seus bens mais valiosos.

• Nossos colaboradores esperam um ambiente de trabalho seguro,

saudável e profissional.

• Mantemos a segurança pública, nas comunidades onde vivemos e

atuamos, por meio de treinamento e desenvolvimento profissional de

nossas equipes.

Integridade

• Nós declaramos aquilo em que acreditamos.

• Nós fazemos o que dizemos

• Nós procuramos fazer o que é ética e moralmente correto sempre.

Respeito

• Como operamos no mundo inteiro, reconhecemos e valorizamos a

diversidade de nossos colaboradores e clientes.

• Tratamento a todos com igualdade, respeito e integridade.

Segurança

• Garantir, a cada dia, que nosso pessoal volte para casa em segurança.

Esse é o nosso trabalho.

Qualidade

• Buscamos a excelência nos nossos colaboradores.

• Eliminamos perdas e desvios em nossas operações.

• Buscamos o desenvolvimento contínuo.

Inovação

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• Por meio da inovação em tecnologia, processos e produtos, criamos

valor agregado aos clientes, colaboradores e demais partes interessadas.

Partes interessadas (Stakeholders).

• Nosso pessoal, nossos clientes, nossos acionistas e as comunidades são

partes interessadas na estabilidade da Brinks. Temos compromissos com

eles e com a confiança que depositam em nós. Isso se reflete em tudo

que fazemos.

3.1.3 Estrutura Organizacional

A estrutura organizacional consiste na demonstração da hierarquia de uma

organização, no qual os chefes e subordinados estão ligados por uma linha de

subordinação, estipulando as responsabilidades, autoridades e o poder decisório

(LERNER, 1991). Conforme Oliveira (2006, p.69) “a estrutura organizacional deve

ser delineada, considerando as funções de administração como um instrumento

facilitar o alcance dos objetivos”.

A figura 3 ilustra o organograma da organização e como pode ser verificado

o supervisor direto dos vigilantes são os controladores que determinam o roteiro

diário que os vigilantes devem seguir, controlam intensamente a localização dos

vigilantes em cada cliente determinam os horários que o chefe de guarnição deve

chegar ao cliente o que deve fazer e cobra os cumprimentos das normas e dos

horários. O que passa dessas funções os controladores se dirigem imediatamente

ao supervisor da filial.

A entrevista foi feita com o supervisor da filial, porque o mesmo tem ciência

de todos os roteiros pré-estabelecidos, é e quem orienta os controladores de como

deve proceder a todo o momento, o que o controle não consegue resolver é

repassado ao supervisor da filial.

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Figura 3- Organograma da Brinks. Fonte: Dados internos da organização

3.2 Resultados da pesquisa de campo

Neste item apresentam-se os resultados da pesquisa realizada na empresa

Brinks, considerando os objetivos propostos no presente trabalho.

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3.2.1 Visão do Supervisor da Filial diante da Qualidade de Vida no

Trabalho

Buscando atender ao objetivo de verificar a percepção do Supervisor da filial

em relação à qualidade de vida no trabalho, foi realizada uma entrevista com o

profissional que trabalha a 8 anos na empresa Brinks.

Para a análise das entrevistas criou-se quadros, sendo um para cada fator

de Walton (1973), de acordo com roteiro de entrevista em apêndice. Cabe ressaltar

que o discurso (fala) do entrevistado foi transcrito literalmente.

No primeiro fator analisado, compensação justa e adequada, foram

abordadas as seguintes dimensões: renda, equidade salarial e benefícios. O quadro

04 apresenta as respostas do Supervisor de filial diante deste fator.

Verifica-se as resposta no quadro 04 o fator compensação justa e adequada.

Fator Compensação Justa e Adequada Questões Resposta do supervisor

1. Você considera que a remuneração dos vigilantes é justa pelo alto grau de risco que a profissão oferece?

A remuneração pelo ponto de vista pessoal não é justa pelo risco que corre mais nós temos que seguir uma legislação a convenção coletiva de trabalho onde os salários são ajustados através da convenção a Brinks por conta própria não pode ir contra a convenção coletiva e pagar um salário diferente das outras transportadoras até porque existe um sindicato patronal e sindicato dos funcionários e se a gente sair muito fora do que a convenção reza a gente sofre sansões na hora da negociação por parte das outras empresas.

2. Existe na Brinks um equilíbrio entre os salários ou isso depende do tempo de serviço dos funcionários na organização?

O equilíbrio existe por função, não por tempo de serviço e todo ano existe um reajuste salarial. ”O chefe de guarnição recebe o maior salário segundo o motorista e ai os vigilantes todos são nivelados pela convenção coletiva”.

3. Diante do mercado de trabalho o salário oferecido pela empresa está acima ou abaixo da média do mercado?

Todo ano os sindicatos sentam conversam e chegam a um percentual de aumento normalmente é o índice estabelecido pelo governo e mais alguma coisa que o sindicato está reivindicando, mas a média de mercado é a mesma ela diferencia somente de um estado pro outro tem estado que os vigilantes ganham mais, outros menos, mas aqui toda Santa Catarina recebe o mesmo salário.

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4. Quais os tipos de benefícios que a empresa oferece para os vigilantes?

Os benefícios são ticket refeição, vale transporte, plano de saúde extensivo a família onde a empresa paga integralmente para funcionário e mais a metade para o primeiro dependente os demais dependentes são arcados pelos próprios vigilantes, benefícios que “uma vez adquirido esse direito a empresa não pode mais tirar”

5. Qual sua visão diante os benefícios oferecidos?

“Eu acredito que o sindicato devia ser mais atuante”, como eu disse toda remuneração que a empresa estabelece ela segue a reivindicação do sindicato, ele devia ser mais atuante e cobrar nas negociações uma qualidade social, algum benefício social a mais para os vigilantes.

Quadro 05: Fator compensação justa e adequada. Fonte: Dados primários

Para Walton (1973) uma compensação justa e adequada depende de alguns

fatores como: Renda adequada ao trabalho, Equidade interna e externa e Justiça na

compensação.

Nota-se pelos resultados da entrevista com o supervisor que este não

desconsidera que exista uma remuneração adequada, mas também não se

posicionou sobre uma boa remuneração. Várias vezes o supervisor comenta sobre a

convenção coletiva como norteadora da base salarial paga pela Brinks, inclusive

comentando que todas as empresas do ramo de transporte de Santa Catarina

utilizam a mesma base salarial e se alguma empresa não seguir o padrão poder ser

prejudicada. Cabe enfatizar, que é comum existirem dificuldades para estabelecer

remunerações justas. As pessoas tendem a se auto-avaliar, a julgar que merecem

uma remuneração maior que a oferecida pela organização (LACOMBE, 2006).

O mesmo ainda afirma que a empresa disponibiliza alguns benefícios, porém

acredita que o órgão defensor ao interesse dos vigilantes deveria ser mais atuante

forte cobrando assim melhores benefícios das empresas. O sindicato é o órgão que

luta pelos objetivos dos vigilantes eles tomam frente às solicitações, reivindicações e

fiscalizam se as empresas estão cumprindo as normas estabelecidas na convenção

coletiva.

Portanto nota-se que para o supervisor existe uma compensação justa é

adequada, porém poderia ser melhor.

Verifica-se no quadro 05 as respostas referentes, o fator condições de

trabalho.

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Fator Condições de Trabalho

6. O ambiente físico (refeitório, vestiário) da organização apresenta boas condições para os vigilantes. O que oferece para que se torne um ambiente agradável?

A Brinks construiu uma estrutura totalmente moderna, nova onde o funcionário realmente tem uma boa condição um ambiente totalmente confortável com televisão de LCD inclusive no refeitório microondas, geladeiras, os vestiários dispõem de boa comodidade então acredito que o ambiente de trabalho é muito bom, os caminhões que eles atuam tem ar condicionado, é um diferencial muito legal porque a empresa entende que o funcionário se expõe demais e precisa ter um mínimo de conforto.

7. Por se tratar de uma profissão de risco o que a empresa oferece para minimizar os mesmos?

Toda empresa de transporte de valores ela cumpre uma legislação que é prevista pela polícia federal que impõe que nós tenhamos cursos de dois em dois anos de reciclagem diante disso e vendo a necessidade dos nossos funcionários a Brinks investe ela não tem a visão de que o gasto com treinamento seja um custo e sim um investimento, então de seis em seis meses todos os funcionários passam por um treinamento interno tempo bem diferente do que a legislação.

8. Quais os materiais de segurança que a empresa oferece aos vigilantes para o desempenho de sua função? São modernos de qualidade?

Os materiais de segurança são exigidos pela legislação que regulamenta o setor, um revólver calibre 38 uma espingarda calibre 12, coletes a prova de balas, o veículo é totalmente blindado, então são dispositivos de segurança previstos pela legislação recentemente a empresa entendeu que deveria adquirir Jet loader que são municiadores rápidos e não tem estabelecidos na legislação mas a empresa optou por ter mais um equipamento de segurança.

9. Existe um grande volume de trabalho? O que a empresa faz para que os mesmo não fiquem sobrecarregados?

A carga horária do vigilante ela gira em torno de 10 a 11 horas diárias de serviço diante disso a empresa segue também uma legislação de compensação de horas então a gente tem equipes que em determinado período do mês onde o serviço se torna menor a gente começa a proporcionar folga para os funcionários durante a semana até para minimizar esse alto grau de sobrecarga nos dias pico que é na semana de pagamento então a gente procurar dar algumas folgas e procura intercalar trabalha em um final de semana no outro folga para poder ta minimizando a sobrecarga.

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10. Os colaboradores precisam efetuar muitas horas extras? Essas horas são pagas ou existe algum tipo de acordo?

Os funcionários na Brinks no passado tinham um alto grau de hora extra e a empresa com essa visão ela adoto ter mais equipes para diminuir as horas extras, hoje os funcionários na Brinks fazem uma media de 20 horas mês, é que o serviço ele é muito sazonal, no meio do dia existem solicitações de serviço que são absorvidas pela empresa que precisam ser cumpridas está em contrato, então algumas horas extras são inevitáveis. Com o banco de horas algumas horas vão para o banco para compensar o restante que é incompensável são pagas.

11. Na sua visão o ambiente de trabalho dos colaboradores é estressante, a ponto de afetar o desenvolvimento das tarefas. Isso pode prejudicar o atendimento direto no qual o funcionário tem com os clientes?

O grau de adrenalina é muito elevado na execução de serviço, isso realmente afeta diretamente ou indiretamente dependendo da absorção de cada um, eu acredito que com a experiência que os funcionários vão adquirindo ao longo do tempo passa a ser um fator de equilíbrio pra isso também, mais os clientes eles entendem e eles evitam até de conversar com nossos funcionários no momento da operação que também é proibido tirar atenção do funcionário então o nosso relacionamento é muito direto ele chega a agencia coleta o malote vai embora e pronto não tem que estar muito de conversa.

Quadro 06: Fator Condições de trabalho Fonte: Dados primários

No que se refere ao ambiente de trabalho o entrevistado afirma que a

empresa proporciona um ambiente confortável para os colaboradores.

Para Sá et al (2008,p.4) “os locais de trabalho devem ser planejados de

forma a assegurar aos empregados condições adequadas de conforto e segurança,

pois eles podem prover suporte ou inibir a realização das atividades”.

No entendimento de Vasconcelos (2001) este fator analisa as reais

condições do local de trabalho oferecidas pela organização, além da preocupação

com o ambiente organizacional e a saúde dos colaboradores.

A empresa fornece todos os materiais adequados para desenvolvimento da

função, na qual a maioria dos equipamentos segue parâmetros da lei instituídos pela

Polícia Federal e a empresa não pode fugir da regras.

No que diz respeito ao volume de trabalho na visão do supervisor, ocorrem

picos no mês de muito trabalho, porém como existe compensação de horas, assim

que diminui o serviço a empresa proporciona folgas. Mas no caso de ocorrer horas

extras a empresa paga devidamente.

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Quanto ao trabalho ser estressante, o mesmo acredita que depende de cada

funcionário se acostumar com a profissão escolhida. Portanto, na percepção do

supervisor existem condições de trabalho na empresa Brinks.

Verifica-se no quadro 06, o fator uso e desenvolvimento de capacidades,

que abordou a autonomia para o desenvolvimento de atividades, feedback e

conhecimento do seu trabalho realizado.

Uso e desenvolvimento de capacidades

12. Existem procedimentos para os vigilantes adotarem ou cada um pode desenvolver suas tarefas da maneira que acha melhor ou mais segura?Esses colaboradores têm algum tipo de autonomia?

Todo desenvolvimento das tarefas ele é praticado de acordo com as normas internas e procedimentos eles são treinados a cumprirem fielmente o que foi treinado porque entende-se ao longo dos anos que a Brinks com 150 anos de mercado comprovam que as técnicas utilizadas elas realmente se empregadas salvam vidas. É lógico que tudo que foi treinado tem situações que tem que ficar de lado então vai depender da ocorrência em um sinistro um assalto, aonde foi baleado um colega daí tem que tomar algumas atitudes no momento que realmente às vezes não foi treinado isso então nesse caso vai do momento da reação.

13. A empresa foca para o vigilante o grau de importância que tem o seu trabalho?

A empresa deixa bem claro que em primeiro ligar a vida dele para isso a empresa oferece treinamento de seis em seis meses se não ela só cumpria o que a legislação manda. Por entender que o maior bem que a empresa possui é o seu funcionário, ela proporciona os treinamentos, o que é passado é que em primeiro lugar ele tem que cuidar dele, porque ele cuidando dele obviamente ele está cuidando dos ativos da empresa e dos ativos do cliente pelo qual a gente foi contratada, não adianta nada ele cuidar do malote e esquecer ele, porque o alvo é ele, pra pegar o malote tem que passar por cima do vigilante.

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14. Existe na organização um feedback para os funcionários analisarem se estão desenvolvendo bem suas tarefas? Se sim essa avaliação é feita formalmente?

Existe uma avaliação formal anual, avaliação de desempenho de cada funcionário, que ao longo do ano vai sendo observadas as habilidades e deficiências do funcionário aonde no momento oportuno a gente coloca pro funcionário até para estar dando a oportunidade dele está melhorando, mais você percebendo o grau de importância que determinada execução de tarefa bem ou mal feita foi executada tem que intervir na hora porque nos estamos falando de vidas, então não se pode deixar para daqui a um ano resolver um problema, um procedimento incorreto ele pode pagar com a própria vida então um ano pode ser tarde demais, então se pontua pra ele na hora ou no dia informalmente mais formalmente uma vez no ano a gente senta e discute os pontos positivos e negativos de cada colaborador.

15. Existem na empresa os critérios para proporcionar oportunidades para os colaboradores desenvolver tarefas além da sua função, como forma de mostrar algumas habilidades que o cargo executado não exige?

Existe todo funcionário na Brinks ele tem que ter o seu segundo, porque obviamente se eu tenho o meu segundo não fico amarrado para um possível crescimento e nas guarnições a gente prega muito isso de que o chefe de guarnição ele tem que ter sempre o segundo, o motorista também, a empresa ela está crescendo cada vez mais, obviamente no futuro nos vamos precisar de mais guarnições, isso requer mais chefe mais motorista, porque a gente sempre busca profissional dentro da própria estrutura, porque você não vai buscar no mercado um motorista de carro forte não existe um chefe de equipe pronto a gente tem que formar dentro da organização, não existe uma pessoa que venha de fora para ser controlador operacional, é uma função que controla todos os carros fortes e vem da estrutura do carro forte, a maioria dos chefes de filial a meu exemplo veio de dentro dos carros fortes, então a empresa é assim ela da oportunidade de crescimento e aprendizado de novas funções.

Quadro 07: Uso e desenvolvimento de capacidades Fonte: Dados primários Para Vasconcelos (2001) o fator uso e desenvolvimento das capacidades

abordam o aproveitamento do talento humano, ou capital intelectual, é o incentivo

para utilização da capacidade de cada indivíduo.

Quanto à liberdade na execução das tarefas, o supervisor enfatiza que os

vigilantes devem cumprir rigorosamente as normas e procedimentos da empresa,

sendo que quando bem executados leva a excelência da tarefa, poupando os

vigilantes dos riscos que existe na profissão. E a organização valoriza o colaborador

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e da oportunidade para o mesmo desenvolver possíveis tarefas fora da sua função

padrão.

Quanto ao feedback, o supervisor afirma que a empresa anualmente faz

avaliação formal no qual os colaboradores ficam cientes dos resultados. O autor

Lacombe (2005) afirma que o feedback deve ser oportuno, de preferência

imediatamente após o fato; descritivo, ao invés de avaliativo;específico;proposto e

não imposto.

No quadro 07 apresenta-se as respostas referentes ao fator oportunidade de

crescimento e segurança.

Oportunidade de crescimento e segurança

16. A empresa oferece oportunidade para o colaborador se desenvolver profissionalmente?

A empresa pessoal e profissionalmente foca muito e até cobra dos vigilantes para que eles estudem que eles cresçam também no seu lado intelectual e pra isso a gente procura liberar o vigilante mais cedo quando eles estudam a gente apóia tendo em vista que o trabalho deles vão até as 20 horas, então como a gente tem equipes que chega mais cedo procura colocar esses vigilantes nessas equipes para que eles consigam chegar mais cedo na organização para ter a oportunidade de estudar.

17. Que critério é usado para promoção dos colaboradores?

Os critérios são a disponibilidade que o próprio funcionário coloca tem funcionário que está a vida inteira como guarda se acha feliz e não quer sair dali e não tem perspectiva nenhuma de crescer e tem outros que querem então a gente procura dar treinamento e também buscar o perfil da vaga, obviamente se ele tiver vontade e perfil no futuro ele vai galgar os cargos dentro da organização.

18. Como é o fluxo de

demissões da empresa?

A Brinks uma coisa que ela tem muito forte é demissões ela não pactua com isso, ela acha que o funcionário tem que entrar aqui e pela empresa ele deve se aposentar aqui, como sempre falo quem demiti-se na Brinks é o próprio funcionário, ele cria situações para ser demitido, situações as vezes que ficam insustentáveis, mais se o funcionário cumprir as normas os objetivos da empresa andar junto lado a lado com a organização a vida dele é muito longa dentro da organização , a empresa não tem interesse nenhum na rotatividade do funcionário até porque a gente investe demais em treinamento para estar trocando os funcionários com freqüência , então o objetivo é reter e fazer com que os funcionários virem talentos dentro da organização.

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19. Existe algum tipo de estabilidade?

Existe a estabilidade que é adquirida através dos funcionários que são membros sindicais, funcionários da CIPA, mas esse negócio de estabilidade é uma coisa muito particular, pois quem faz a estabilidade é o próprio funcionário, porque se for um funcionário que está sempre à disposição da empresa sempre buscando os interesses e objetivos da empresa ele está estável só deixa de ser a partir do momento que ele vai contra os princípios da organização, a estabilidade quem faz é a gente mesmo.

Quadro 08: Oportunidade de crescimento e segurança Fonte: Dados primários

Para Vasconcelos (2001, p.26) o fator oportunidade de crescimento e

segurança “abarcar as políticas da instituição no que concerne ao desenvolvimento,

crescimento e segurança de seus empregados, ou seja, possibilidade de carreira,

crescimento pessoal e segurança no emprego”.

Quanto às oportunidades de crescimento dentro da organização a empresa

busca dar incentivo para que o funcionário possa estudar mesmo com a dificuldade

de horários da profissão, caso ele queira. Quanto mais o funcionário se

profissionalizar maiores são as chances de ser promovido, pois a empresa

primeiramente busca talentos dentro da organização.

O fluxo de demissões é baixo, pois a empresa trabalha com a idéia que isso

não é bom para a organização principalmente porque a empresa investe muito em

treinamento, porém isso não quer dizer que todos têm uma estabilidade legal.

Somente os que são membros da CIPA e membros do sindicato, o funcionário que

tem realmente os mesmos objetivos da empresa e que trabalha em conjunto com os

ideais com certeza terá uma estabilidade informal, fala o supervisor.

Portanto na visão do supervisor, existe oportunidade de crescimento e

segurança na empresa Brinks.

Observa-se no quadro 08, as respostas do supervisor da filial para o fator

integração social na organização.

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Integração Social na Organização

20. Os funcionários da organização todos são tratados da mesma forma? Você considera que possa existir algum tipo de preconceito?

Preconceito pra mim é uma palavra que não deveria existir na minha gestão eu procuro ser o mais transparente possível com todos os funcionários não tenho nenhum tipo de discriminação pra mim todo mundo é igual a minha porta está sempre aberta pra qualquer funcionário, trato todos eles como trato meu gerente regional. Acho que as organizações elas tendem a caminhar para o fator humano realmente hoje em dia as empresas investem muito no fator humano no desenvolvimento e na proximidade aquele negócio de administração de tempos e movimentos isso daí esquece, ficou pra trás tem que ter o ser humano hoje em dia o funcionário tem que caminhar lado a lado tem que conhecer as estratégias os objetivos da empresa ter ciência de números os funcionários na Brinks ele conhece sabe quanto à empresa fatura quanto gasta.

21. Os colaboradores têm liberdade de conversar com a chefia sempre que necessário?Eles têm a liberdade de expor suas idéias?

A gente costuma fazer reuniões com freqüência no pátio da empresa e os funcionários expõem suas idéias eu dou toda liberdade pra eles estarem conversando e expondo seus objetivos, muitas coisas foram mudadas dentro da empresa por idéias de funcionários, anualmente a gente tem a pesquisa do clima organizacional onde os funcionários que não se sentem a vontade em talvez colocar sua vontade de expressar a sua idéia de forma verbal e direta ele pode fazer indiretamente através de um formulário onde ele não precisa se identificar. Volto a frisar que muitas coisas mudaram com idéias inovadoras dos próprios funcionários.

22. Na sua visão de supervisor existe uma relação saudável entre os colaboradores, eles se ajudam se respeitam?

Pelo próprio exercício da profissão, por ser uma profissão paramilitar, então quando a gente fala em militarismo existe muita doutrina muita regra e como muitos vieram do exército brasileiro da marinha da aeronáutica então já conhecem a doutrina militar e trazem para dentro do ambiente que é praticamente trabalhar com armas seguir normas e procedimentos seguem diretrizes, então eles se respeitam até pelo fato do serviço ser muito estressante e onde cada um depende da cobertura do outro, então são quatro funcionários que se cobrem entre si em uma situação de rua a vida do colega depende de um bom trabalho do outro e aqui eles se respeitam muito nesse sentido, até porque eles trabalham armados quando se trabalha armado não pode haver brincadeira, porque uma arma de fogo quando má empregada tira vida de inocentes e até deles mesmos.

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23. A empresa tem procedimentos para desenvolver integração entre os colaboradores, desde o inicio de sua contratação?

A empresa dispõe de um trabalho no setor de treinamento voltado único e exclusivamente para treinar funcionário e integrar funcionários na estrutura, então todo funcionário quando entra na organização obrigatoriamente ele passa pelo setor de treinamento antes de exercer sua função então ele fica uma semana conhecendo os objetivos as diretrizes da empresa como começou de onde veio passam as políticas da empresa, o funcionário não pode assumir qualquer posto sem antes passar pela avaliação do treinamento.

Quadro 09: Integração Social na Organização Fonte: Dados primários

Verifica-se no quadro 08 que o supervisor considera que não existe qualquer

tipo de preconceito, e que os colaboradores possuem total liberdade de expressão

com o supervisor. Considerando a autora Caproni (2002) a qualidade de

relacionamento com a chefia tem um impacto significativo na eficácia profissional, no

bem estar pessoal e na produtividade, bem como no comprometimento do

colaborador com a organização.

O supervisor afirma que para os vigilantes é fundamental haver uma relação

saudável, pois a segurança de um depende do outro, a empresa promove integração

desde o primeiro dia dentro da organização o setor de treinamento já entra em

operação. Para Sá et al (2008) “as relações interpessoais podem ser beneficiadas

por processos de integração, a qual favorece a coesão, o comprometimento e a

construção de equipes”, o mesmo autor reforça, que processos de integração podem

capacitar as pessoas a compreenderem suas relações com os outros, consigo

mesmo e com o ambiente de trabalho.

Na visão do supervisor o fator de integração social na organização está

presente na Brinks e é aplicado.

No quadro 09 é apresentada a resposta do supervisor no que se refere ao

fator constitucionalismo, que abordou direitos trabalhistas e regras da empresa.

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Constitucionalismo

24. A organização costuma passar aos funcionários seus direitos?

Sempre quando o funcionário entra é passado todos os direitos e também seu deveres. Então são passados todos os seus direitos como salário vale transporte plano de saúde se morrer tem direito a seguro de vida eles assinam um termo indicando quem vai receber no caso de falecimento infelizmente são coisas que talvez também a gente não possa mascarar como passa pro funcionário você vai viver feliz para sempre isso não existe nós estamos trabalhando num setor de muito risco onde o funcionário pode vir a falecer, perder a sua vida. Então todos os direito e deveres são colocados pelo setor de RH pelo treinamento e no dia a dia sempre estamos pontuando alguma coisa diferente nesse sentido conforme determinação da nossa matriz.

25. Os direitos trabalhistas são cumpridos pela empresa?

Isso é uma determinação da Brinks a nível mundial, nunca nenhum funcionário tomou um prejuízo com a empresa todos os direitos são preservados, são pagos, se o funcionário fizer um segundo de hora extra é pago devidamente como tem que ser pago, então a Brinks ela não faz acordo o funcionário que ir embora ou ele é demitido ou ele pede demissão, então a empresa cumpre fielmente todas as suas obrigações trabalhistas.

26. As normas e procedimentos impostos pela empresa ajudam a melhorar o ambiente de trabalho? Existe alguma restrição por parte dos funcionários em seguir as regras pré- estabelecidas?

Toda a regra que a empresa coloca já acontece de uma forma inicial, então quando o funcionário vem à gente faz uma entrevista já pontua algumas coisas que a gente acha primordial, como em muitos casos as pessoas já se levantaram da entrevista e disseram pra mim não serve e vão embora, mas eu procuro deixar bem claro todos os objetivos da organização tudo que é conforme tem que ser porque depois o funcionário não pode dizer que isso não sabia por que ninguém falou depois que fui contratado é que vieram me falar, então a gente já conversa tudo isso antes passa o risco da profissão pergunta se ele tem ciência disso você realmente quer ir em frente. Então o funcionário ao tentar entrar na empresa ele já conhece os prós e contras da profissão que ele escolheu.

Quadro 10: Constitucionalismo Fonte: Dados primários

Quanto ao fator constitucionalismo Valle e Vieira (2004) relatam “que é

necessário haver respeito aos direitos dos indivíduos e proteção desses contra

ações arbitrárias dos empregados”.

Na opinião do supervisor o direito dos colaboradores a empresa deixa claro

desde o recrutamento e posteriormente pelo setor de treinamento. Já no

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recrutamento é evidenciado o risco da profissão a ser exercida. Quanto à empresa

cumprir com seus direitos trabalhistas isso é um fato que a empresa segue

rigorosamente as obrigações trabalhistas. Para o gestor o fator Constitucionalismo

está presente na organização.

Verifica-se no quadro 10 as resposta referente ao fator o trabalho e espaço

total de vida que englobou o tempo de lazer e apoio da família.

Trabalho e Espaço Total de Vida

27. Você considera que os funcionários da Brinks têm bastante tempo para a vida social?

Eu considero que o funcionário da Brinks tem pouco tempo pra família a nossa profissão é muito desgastante então se o funcionário não for bem regrado na divisão dos seus horários realmente sobra pouco tempo pra família, mais é a opção de cada um como sempre digo não colocamos a faca no peito de ninguém pra vir trabalhar na organização o importante é que a gente fala isso desde o início, temos que trabalhar finais de semana cumprir horas extras além da sua carga horária, então a gente deixa isso bem claro para que o funcionário faça sua escolha, nunca houve nos corredores da empresa alguém dizendo que não sabia que tinha de trabalhar até tarde, sabia sim porque é falado desde o início. Então o funcionário tem que se programar bem para poder manter uma vida social com maior tempo.

28. Como funcionam os horários de entrada e saída dos vigilantes?

O horário dos funcionários funciona de acordo com nosso seguro que funciona das 08h às 20h então toda operação só pode ocorrer dentro desse horário, é basicamente dentro dessa janela que os funcionários atuam, uns entram mais cedo próximo as 08h e saem mais cedo outros entram no período da tarde e finaliza até as 20h, fato é que toda operação deve ser feita nessa janela de horário.

29. Você acredita que para os vigilantes a Brinks é uma boa empresa?Será que eles têm o apoio da família?

A Brinks é uma empresa que garante aos funcionários ter uma vida financeira estável, é uma empresa que paga em dia paga correto, nunca falhou um pagamento ela proporciona ao funcionário ir fazer uma prestação ele sabe que vai chegar aquele dia o pagamento vai estar na conta cumpre suas obrigações. Eu acredito que sim porque desde o momento que você consegue dar uma estabilidade financeira pra família às coisas tendem a ser positivas, então a família vê com apreensão somente a perda, se tiver que perder um ente querido daí realmente a família fica apreensivo nesse sentido.

Quadro 11: Trabalho e espaço total de vida Fonte: Dados primários

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Na visão do supervisor se o colaborador não dividir bem seus horários ele

realmente tem pouco tempo no convívio com a família, pois existe um volume

grande de trabalho.

No que se refere ao horário de trabalho devido ao seguro existe uma janela

máxima de horário que fica no inicio das 08h e termino às 20h.

Quanto à satisfação dos colaboradores em trabalhar na Brinks, o supervisor

acredita que seja positiva, pois é uma grande organização que cumpre com suas

obrigações e a família apóia no desempenho da profissão.

O supervisor salienta que existe um fator muito inconveniente que é quando

ocorre a perda de um ente querido pela família.

Então o supervisor considera que os funcionários têm pouco tempo para

vida social mais estão satisfeitos profissionalmente.

O quadro 11 apresenta o fator relevância social da vida no trabalho.

Relevância Social da vida no Trabalho

30. Você acha que os colaboradores têm uma boa imagem da Brinks?

A empresa ela é muito bem vista por ser a maior transportadora de valores do mundo, quando o funcionário ingressa na empresa normalmente você conversa com o funcionário ele fala a esse era o emprego da minha vida falam que trabalhei em várias empresas de vigilância mais meu sonho era entrar na Brinks, porque hoje a Brinks é referência no transporte de valores, ou seja, uma empresa com 150 anos de mercado se não fosse com ética com organização com transparência fatalmente ela já teria morrido uma empresa não dura 150 anos se ela não tiver seus valores bem definidos, funcionário sente muito orgulho de trabalhar na Brinks normalmente a gente conversa com os funcionários e eles sentem muito orgulho de estar na organização isso a gente percebe pelo grande numero de funcionários que tem muito tempo de empresa 15, 20 anos nos temos vários funcionários com muito tempo de empresa

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31. Por se tratar de uma transportadora de valores você acha que a comunidade vê a empresa com uma boa imagem?

Acredito que sim, pois a Brinks é muito bem vista cumpre alguns papéis sociais na nossa matriz em São Paulo, nunca tive nenhum conhecimento de que tivesse qualquer tipo de problema com comunidade é lógico os problemas que existem são problemas de estacionamento o caminhão está lá na frente do banco não tem estacionamento próprio nós podemos parar em fila dupla e a população não entende às vezes obstrui o trânsito, isso causa realmente alguns descontentamentos por parte da população, mais o transporte de valores é considerado como um meio de utilidade pública então ele goza de alguns aspectos sociais, porque quando o transporte de valores não atua corretamente a comunidade também sente, quando a pessoa vai a um caixa eletrônico e ele está sem dinheiro é porque o transporte de valores não conseguiu abastecer , então quando existe uma situação de greve que o transporte de valores pára a cidade também pára, porque não tem dinheiro pra nada eu já presenciei isso uma vez com 16 dias de paralisação em que a população vinha na empresa pedir para voltar porque não tem dinheiro, nenhum caixa eletrônico tem dinheiro então olha a importância do transporte de valores, só que na verdade a população só sente quando acontecem essas coisas.

32. Especificamente na sua filial existe algum tipo de programa social para auxiliar a comunidade?

Não, a Brinks na filial de Itajaí ela não atua com nenhum tipo de programa social o que a empresa dispõe é coordenado e centralizado na nossa matriz, até porque a nossa base é estritamente operacional, todo o RH, comercial, financeiro, administrativo é na nossa matriz em São Paulo, então lá é que eles comandam então ações sociais ela fica demandada pela matriz.

33. Gostaria que você falasse na sua visão de gestor da filial. No momento atual você considera que os funcionários estão trabalhando satisfeitos com a profissão e com a organização?

Eu acredito que sim porque a gente mudou muito a cara da empresa, era uma empresa administrada por outros membros onde foi comprada pela Brinks que mudou totalmente o modelo de gestão de organização com novas normas e procedimentos alguns benefícios a mais outros menos, você nota a satisfação do funcionário que está em uma organização que tem sustentabilidade que tem nome está com 150 anos de vida que sabe que se eu fizer a minha parte tenho vida longa, então é notório no semblante de cada um. Busca o bem estar dos funcionários que ao invés de cumprir somente as regras estabelecidas pela legislação, ela oferece treinamento porque entende que o maior patrimônio da empresa é capital humano.

Quadro 12: Relevância social da vida no trabalho Fonte: Dados primários

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No que se refere à imagem da Brinks o supervisor afirma que os

colaboradores têm boa imagem da organização, por ser uma empresa muito sólida

no ramo em que atua passando a todos que é uma empresa com muita ética

empresarial. Quanto à comunidade afirma que não tem conhecimento da

comunidade se posicionar contra a organização.

Na questão de programas sociais o supervisor afirma que não existe

nenhum tipo de trabalho desenvolvido na filial Itajaí. Para Garay (2001, p.10) “a ação

social das organizações e o estimulo ao trabalho voluntário podem ser pensados

como elementos capazes de influenciar na criação de uma imagem positiva da

organização a ser partilhada pelo grupo”.

O supervisor sente orgulho em falar que a gestão atual está trabalhando

para que os colaboradores mantenham a satisfação em trabalhar na organização

Brinks.

A seguir é apresentado o resultado do perfil dos vigilantes da Brinks.

3.2.2 O Perfil dos Vigilantes

No quadro 12 apresentam-se os dados pessoais dos vigilantes, os quais

foram coletados por meio de questionários e utilizados para identificar o perfil.

Freqüência Sexo Feminino 2

Masculino 34 Total 36

Estado Civil Solteiro 13 Casado 17 Divorciado 1 Outros 5 Total 36

Idade Entre e 18 e 25 anos 9 Entre 26 e 35 anos 18 Entre 36 e 45 anos 7 Mais de 45 anos 2

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Total 36 Escolaridade 1º grau incompleto 0

1º grau completo 4 2º grau incompleto 8 2º grau completo 19 Superior incompleto 5 Superior completo 0

Total 36 Tempo de empresa 4 a 6 meses 6

1 ano 5 2 anos 7 3 a 4 anos 4 5 a 6 anos 5 7 a 8 anos 8 15 anos 1 Total 36

Quadro 13: Perfil dos Vigilantes Fonte: Dados primários

Verificando o perfil, percebe-se que a maioria é do gênero masculino, não é

uma escolha da empresa, porém a profissão ainda é procurada na maioria por

homens.

No que se refere ao estado civil, à maior predominância é de pessoas

casadas, totalizando 17 colaboradores, seguido pelos solteiros sendo 13.

Quanto à faixa etária, há concentração na idade entre 26 e 35 anos, com um

total de 18 colaboradores e significativo número de profissionais entre as faixas de

18 e 25 anos totalizando 9 colaboradores. Esse total deve-se ao fato de a empresa

dar preferência por vigilantes que acabaram de sair do exército e que estão à

disposição no mercado de trabalho, sendo grande parte nesta faixa etária.

Em relação ao nível de escolaridade, a predominância é de 2º grau

completo, totalizando 19 colaboradores, o segundo grau apresenta-se com 8

colaboradores, uma quantidade pequena de colaboradores apenas 5 apresentam

superior incompleto. Quanto à escolaridade vale retomar Orlickas (2001) comenta

que as organizações sabem que, quanto melhor capacitarem seus colaboradores,

mais motivados eles estarão, maior desempenho apresentarão e maior

comprometimento, conseqüentemente, mais valores serão agregados.

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Nota-se que, quanto ao tempo de empresa a maior predominância foi

encontrada na faixa de 7 anos, totalizando 5 colaboradores entre eles 4

colaboradores com 6 anos de empresa e 3 colaboradores com 8 anos de Brinks.

Vale salientar que a filial Itajaí já existe a 8 anos, no qual existe um

colaborador com 15 anos de empresa, transferido de outra unidade. Os autores

Mottaz (1998, apud CAÇADO; GENELHU; MORAES, 2007) apontam para o fato que

o tempo de empresa não influência o nível de comprometimento do indivíduo com a

organização.

No item a seguir serão identificados os fatores que afetam a qualidade de

vida no trabalho. Sendo que para melhor adequação dos resultados algumas

afirmações foram tabuladas ao contrário já que as médias abaixo de 6 serão

desfavoráveis a QVT.

3.2.3 Fatores que influenciam a QVT dentro da organização na visão dos vigilantes

Para verificar os fatores que afetam a qualidade de vida no trabalho, foi

aplicado um questionário, no qual foi elaborado como referencial teórico o modelo de

Walton (1973), que aborda os seguintes fatores: compensação justa e adequada,

condições de trabalho, uso e desenvolvimento de capacidades, oportunidade de

crescimento e segurança, integração social, constitucionalismo, trabalho e espaço

total de vida, relevância social da vida no trabalho.

Para o estudo foi muito importante o modelo de Walton (1973) por ter uma

amplitude no tema e uma explicação clara de cada fator citado. Nesta etapa foi

incluído um fator relacionado ao estresse, pois o mesmo foi identificado como

influência na qualidade de vida no trabalho dos vigilantes na entrevista realizada

com o supervisor.

Para a análise dos resultados, considerou-se a média de 1 a 5 como

discordância e de 6 a 10 como concordância. Considerou-se como influência

desfavorável a qualidade de vida no trabalho as médias que obtiveram valores

abaixo de 5. Este valor foi determinado pela própria empresa, pelo supervisor

entrevistado.

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Na tabela 1, verificou-se os resultados referentes ao fator compensação justa

e adequada

Tabela 1- Resultados do fator compensação justa e adequada.

Afirmação Média Desvio Padrão

Média do Fator

8 Eu considero minha remuneração justa para o risco da profissão. 4,47 2,18

6,35

8.1 Existe na Brinks um equilíbrio entre os salários. 7,03 1,83

8.2 Diante do mercado de trabalho o salário oferecido pela Brinks está em uma boa média. 5,72 2,14

8.3 Eu considero de boa qualidade os benefícios que são oferecidos pela empresa. 8,17 1,64

Fonte: Dados primários

Na tabela 1, referente à compensação justa e adequada, percebe-se que a

média geral do fator foi de 6,35. Considerado para o supervisor da filial uma média

favorável.

Porém comparando entre a resposta do supervisor com as respostas dos

colaboradores percebe-se que ambos não consideram a compensação justa e

adequada pelo salário que a empresa pratica devido ao risco da profissão. Este fato

é relatado na afirmação 8, que obteve a média mais baixa do fator de 4,47. Porém o

desvio padrão foi o mais alto demonstrando que alguns vigilantes discordam da

afirmação.

O supervisor afirmou na entrevista que a Brinks remunerava de acordo com

a média do mercado, porém a resposta da afirmação 8.2 denota uma discordância

com a percepção do supervisor já que apresentou uma média baixa de 5,72, com

desvio padrão alto.

Na afirmação 8.1 o resultado da média de 7,03 confirma a fala do supervisor

quando relata que “equilíbrio existe por função” quando se trata de questão salarial.

Retomando a literatura Hoffmann (2005) explica que o valor do salário

pago, afeta as pessoas sob ponto de vista econômico, sociológico, uma vez que

determina o poder de compra das pessoas, o padrão de vida e o nível de satisfação

de suas necessidades. Deeprose (1995, p.4) explica que “aquilo que o empregado

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recebe do empregador deve ser equivalente aos que pessoas de outras empresas

recebem para realizar um trabalho semelhante”.

Quanto aos benefícios oferecidos pela organização os vigilantes e também o

supervisor consideram que são de qualidade obtendo uma média 8,17.

Considerando Marras (2002) um programa de salários que não leve em conta os

benefícios, não representa, perante o mercado o seu verdadeiro perfil remuneratório.

A tabela 2 apresenta os resulta1dos do fator condições de trabalho.

Tabela 2- Resultados do fator condições de trabalho Afirmação Média Desvio

Padrão Média do

Fator 1 Os vestiários, refeitórios apresentam boas condições para os vigilantes. 8,67 1,41

6,72

1.1 Por se tratar de uma empresa de risco a mesma oferece oportunidade de minimizar os riscos do trabalho

7,92 1,67

1.2 Os materiais de segurança que a empresa oferece são modernos e de qualidade. 7,50 1,88

1.3 Existe um grande volume de trabalho¹ 3,56 1,91

1.4 A empresa tenta fazer com que os funcionários não fiquem sobrecarregados 7,28 1,77

1.5 Normalmente eu faço muitas horas extras.¹ 6,31 2,46

1.6 Existe acordo para pagamento das horas extras. 5,83 2,98

Fonte: Dados primários

Na tabela 2 referente ao fator condições de trabalho, percebe-se que a

média do fator foi 6,72.

Os colaboradores concordam que a empresa oferece vestiários e refeitórios

em boas condições de trabalho apresentado com uma média de 8,67. Sendo a

média mais alta do fator e o desvio mais baixo.

Nota-se também pela afirmação 1.1 que a média 7,92 demonstra que a

Brinks oferece oportunidade de minimizar os riscos do trabalho, porém notou-se

alguma discordância no desvio padrão de 1,67.

Na afirmação 1.2 os vigilantes também confirmam que os materiais de

segurança são modernos e de qualidade. A empresa mantém os equipamentos

1 Os dados foram tabulados ao contrário para adequação dos resultados.

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sempre em dia, possui equipamentos além do que a legislação exige para auxiliar no

desenvolvimento das tarefas.

Apesar dos vigilantes não terem um grande volume de trabalho conforme

consta no resultado da afirmação 1.3 com uma media de 3,56 a Brinks busca

alternativas para que estes não fiquem sobrecarregados o que mostra na afirmação

1.4 com media de 7,28 o que pode ser confirmado pela afirmação 1.5 com média de

6,31 no qual os vigilantes confirmam não fazer muitas horas extras.

A afirmação 1.6 demonstrou insatisfação quanto ao acordo para pagamento

de horas extras, fato desse descontentamento é que existe na convenção coletiva

um acordo de banco de horas onde 25 horas extras podem ser descontadas do

banco de horas, então quando o funcionário tem horas ele ganha uma folga e

conseqüentemente diminui as horas extras que ele teria para receber.

Mas na visão do supervisor ele afirma que existe o acordo para pagamento

das horas que é o banco de horas que consta na convenção coletiva.

A tabela 3 apresenta os resultados referentes ao fator uso e

desenvolvimento de capacidades.

Tabela 3- Resultados do fator uso e desenvolvimento de capacidades Afirmação Média Desvio

Padrão Média do

Fator 2 Eu desenvolvo minhas tarefas com autonomia. 7,94 2,20

7,36

2.1 Eu recebo feedback para saber se estou desenvolvendo bem minhas tarefas

6,69 2,95

2.2 Já recebi oportunidade de fazer outra função além da minha, para mostrar outras habilidades. 7,44 2,19

Fonte: Dados primários

Quanto a esse fator nota-se na tabela 3 que os vigilantes consideram que

desenvolvem suas tarefas com autonomia com média 7,94, porém não houve muito

consenso como mostra o desvio padrão de 2,20, mesmo que na sua função devem

seguir normas e procedimentos impostos pela empresa.

O fator feedback relata média razoável de 6,69 esclarecendo que os

vigilantes recebem uma resposta do supervisor, o desvio padrão apresentou uma

clara heterogeneidade de respostas (2,95). Eles afirmaram que recebem

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oportunidade de desenvolver funções além da sua obrigação como pode ser visto na

questão 2.2 na qual média é de 7,44, este fato é bastante positivo. Para Rieger

(2002) sustenta que criar possibilidade de aprender sobre tudo é algo importante

para que o colaborador sinta-se alguém capaz de assumir qualquer função.

Na tabela 4 a2presenta os resultados referentes ao fator oportunidade de

crescimento e segurança.

Tabela 4- Resultados do fator oportunidade de crescimento e segurança Afirmação Média Desvio

Padrão Média do

Fator 3 A empresa oferece oportunidade para que eu me desenvolva em outra função.

7,56 1,92

6,42 3.1 Existe na empresa um grande fluxo de demissões. 2

7,89 2,27

3.2 Eu como vigilante normalmente tenho algum tipo de estabilidade.

3,81 2,27

Fonte: Dados primários

Neste fator os vigilantes informaram que a empresa oferece oportunidade

para que eles possam se desenvolver em outra função representada por uma média

7,56 com relativo desvio de 1,92.

Na afirmação 3.1 os vigilantes afirmam que a pouca existência no fluxo de

demissões como apresenta a tabela com média de 7,89 sendo positivo para a

qualidade de vida.

Quanto à estabilidade questionada na afirmação 3.2 notou-se alta

discordância e alto desvio padrão. A média de 3,81 denota falta de estabilidade. O

supervisor afirmou que a estabilidade é feita pelo próprio funcionário.

Na tabela 5 apresenta o resultado referente ao fator integração social na

organização.

2 Os dados foram tabulados ao contrário para adequação dos resultados.

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Tabela 5- Resultados do fator integração social na organização Afirmação Média Desvio

Padrão Média do

Fator 4 Eu considero que todos os funcionários são tratados da mesma forma.

6,06 2,56

7,20

4.1 Os colaboradores têm liberdade de conversar com a chefia sempre que necessário

8,97 1,44

4.2 Existe uma relação saudável entre os vigilantes eles procuram se ajudar, se respeitar.

6,56 2,31

4.3 A empresa utiliza métodos para promover a integração entre os colaboradores desde sua admissão.

7,19 2,60

Fonte: Dados primários

No quesito de como os funcionários são tratados na afirmativa 4 encontrou-

se uma média de 6,06 podendo-se considerar que na visão dos vigilantes existem

diferenças na forma que são tratados, a média de 6,06 e alto desvio padrão de 2,56

relatam que não houve uma total concordância nessa afirmação.

Um fator bem positivo a ser considerado é a liberdade que os vigilantes têm

de conversar diretamente com o supervisor, isto é notável com uma média de 8,97 e

um desvio padrão de 1,44.

Nota-se que a relação entre os vigilantes na afirmativa 4.2 ficou um pouco

abalada conforme apontado com a média de 6,56 do fator, acreditou-se que o

resultado para tal efeito é o clima pós greve que transcorreu na filial, e isto pode ter

aumentando o desvio padrão 2,80, sendo um dos mais altos de toda a pesquisa.

Os vigilantes concordam que existe integração entre os colaboradores na

afirmação 4.3 desde sua admissão, porém estes são feitos formalmente pelo setor

de treinamento e não informais como churrascos, futebol ou eventos desse tipo, o

alto desvio demonstra discordância entre os vigilantes.

Conclui-se que no fator integração social na organização os vigilantes e o

supervisor acreditam que esse fator está sendo adotado pela empresa.

Na tabela 6 são apresentados os resultados referentes ao fator

constitucionalismo.

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Tabela 6- Resultados do fator constitucionalismo Afirmação Média Desvio

Padrão Média do

Fator 5 A Brinks costuma passar aos funcionários todos os seus direitos.

8,11 2,12

8,07 5.1 Os direitos trabalhistas são todos cumpridos pela Brinks.

8,11 2,04

5.2 As normas e procedimentos da empresa ajudam a melhorar o ambiente de trabalho.

8,00 2,04

Fonte: Dados primários

Conforme resultados da tabela 6 a média do fator foi positiva de 8,07.

A Brinks passa aos seus funcionários todos os seus direitos com uma média

8,11, e a empresa cumpre todas as obrigações trabalhistas rigorosamente conforme

demonstra a média de 8,11. Porém a empresa adota normas e procedimentos

rigorosos para tentar manter um ambiente de trabalho saudável, e os vigilantes

concordam que estas ajudam isto pode ser notado conforme afirmação 5.2. O que

não pode deixar de ser mencionado é que apesar das médias positivas os desvios

foram todos acima de 2,04 não demonstrando total consenso entre os respondentes.

A tabela 7 apresenta os resultados referentes ao fator trabalho e espaço total

de vida.

Tabela 7- Resultados do fator trabalho e espaço total de vida Afirmação Média Desvio

Padrão Média do

Fator 6 Eu considero ter bastante tempo para vida social.

6,08 2,48

7,03 6.1 Eu costumo entrar muito cedo e sair muito tarde do trabalho.3

5,54 2,79

6.2 Como vigilante de transporte de valores eu considero que a Brinks é uma boa empresa.

8,64 1,38

6.3 Eu recebo apoio da família para trabalhar na Brinks.

7,89 1,95

Fonte: Dados primários

De acordo com os resultados do fator trabalho e espaço total de vida os

vigilantes consideram que é razoável o tempo que tem para a vida social com uma

média de 6,08. Porém isto não pode ser confirmado pela afirmação 6.1 com a média

3 Os dados foram tabulados ao contrário para adequação dos resultados.

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de 5,54 os vigilantes têm a oportunidade de ganhar folgas quando necessário.

Devido ao banco de horas eles possuem créditos e quando tem algum compromisso

pessoal eles solicitam folga que é debitado dos créditos do banco de horas.

Um resultado positivo é a consideração que os vigilantes têm da Brinks

como sendo uma boa empresa 6,2 representada por uma média de 8,64 e com um

desvio padrão de 1,38, sendo a média mais alta e baixo desvio padrão, confirmando

a afirmação.

Os vigilantes afirmam que recebem apoio da família para trabalhar na Brinks

com uma média de 7,89, isto é importante. Chiavenato (1999, p.393) salienta que “o

trabalho não pode absorver todo o tempo e energia do trabalhador em detrimento de

sua vida familiar e particular de seu lazer e atividades comunitárias”.

Os resultados do fator relevância social da vida no trabalho, são relatados na

tabela 8.

Tabela 8- Resultados do fator relevância social da vida no trabalho

Afirmação Média Desvio Padrão

Média do Fator

7 Eu como funcionário tenho uma boa imagem da Brinks.

8,06 2,03

6,67

7.1 Sendo uma empresa de valores eu acho que a comunidade vê a Brinks com uma boa imagem.

7,83 1,96

7.2 Especificamente na filial Itajaí existe algum tipo de programa social para auxiliar a comunidade.

3,36 2,41

7.3 Eu acredito que atualmente tenho uma qualidade de vida no trabalho estável.

7,42 1,80

Fonte: Dados primários

Quanto à relevância social da vida no trabalho, os funcionários confirmaram

que tem uma boa imagem da empresa representada por uma média 8,06. A média

mais alta do fator, já relatada no fator 6.2. No entanto apresenta um alto desvio

padrão.

Porém quando se trata da imagem da comunidade diante da Brinks os

vigilantes demonstram menor concordância na afirmação 7.1 com média de 7,83.

Esta menor concordância provavelmente ocorre devido ao resultado da afirmação

7.2 na qual os vigilantes em sua maioria, desconhecem algum programa social

voltado para a comunidade, porém com alto desvio padrão de 2,41. Os programas

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de ação á comunidade são centralizados pela matriz em São Paulo as filiais são

bases totalmente operacionais.

Quanto ao fator qualidade de vida no trabalho estável nota-se na afirmação

7.3 que os vigilantes demonstram existir, já que o resultado da afirmação teve média

de 7,42. Pois eles estão ciente das políticas da empresa, uma delas é que a

empresa afirma que não demiti ninguém quem se demiti é o próprio funcionário, se

eles cumprir normas e procedimentos trabalhar com os mesmo objetivos da

organização terá futuro garantido dentro da organização;

Tabela 9- Resultados do fator estresse

Afirmação Média Desvio Padrão

Média do Fator

1.7 O trabalho do vigilante é muito estressante4 3,72 2,30

3,98

1.8 O estresse pode prejudicar no desenvolvimento das tarefas. 4

3,47 2,45

1.9 O estresse pode prejudicar o contato direto que os vigilantes têm com os clientes. 4

3,83 2,94

1.10 Quando você desenvolve suas tarefas fica pensando no risco da profissão constantemente. 4

4,92 2,95

Fonte: Dados primários

A tabela 9 apresenta os resultados de um fator que foi incluído pela

acadêmica devido aos resultados da entrevista com o supervisor que demonstrou

ser o estresse um fator de influência para a qualidade de vida no trabalho dos

vigilantes.

Na afirmação 1.7 pode-se visualizar pela média de 3,72 que o trabalho de

vigilante é realmente estressante, também é possível confirmar que o alto nível de

estresse pode influenciar no desenvolvimento das tarefas conforme mostra a

afirmação 1.8 com a média de 3,47.

A afirmação 1.9 retrata que o estresse prejudica o contato direto com o

cliente. Cabe ressaltar que os desvios encontrados neste fator não demonstraram

total homogeneidade nas respostas dos vigilantes que pode ser verificado diante o

calculo do desvio padrão de 2,94.

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Observando os resultados conclui-se que os vigilantes desenvolvem suas

tarefas, porém pensam no risco que estão correndo no momento conforme o

resultado do fator 1.10 constatado com uma média de 4,92.

Um fator tão significativo aos vigilantes não pode deixar de ser considerado

e o mesmo merece uma atenção especial da organização.

4 Os dados foram tabulados ao contrário para adequação dos resultados.

No gráfico 1 estão representados as médias referentes aos fatores de

qualidade de vida no trabalho, segundo os resultados da pesquisa.

Gráfico 1 – Resultados dos fatores de Qualidade de Vida no Trabalho. Fonte: Dados primários

Percebe-se que diante dos fatores analisados, se sobressai o fator

constitucionalismo tão importante que foi considerado o mais positivo pelos

participantes da pesquisa, ficando com a média de (8,07). Considerando o exposto,

pode-se afirmar que a construção de um ambiente de trabalho alegre e prazeroso,

que respeita e busca promover o atendimento das demandas dos colaboradores e

das próprias organizações, não só é possível, como são cada vez mais necessárias,

as organizações que não perceberem isso correm sérios riscos de ficarem pelo

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caminho (MOURA 2009). O uso e desenvolvimento de capacidades (7,36) também

obtiveram média favorável a qualidade de vida no trabalho. Para Rieger (2002, p.

56) “ter autonomia significa para o funcionário que ele é participante ativo daquilo

que representa sua parcela na empresa”.

Os fatores compensação justa e adequada e estresse obtiveram os

resultados menos favoráveis, ficando com média de 6,35 e 3,98 respectivamente.

Cabe destacar a colocação de Walton (1973), sobre o fator compensação justa e

adequada, onde afirma que o trabalho é a principal forma do indivíduo ganhar a vida

onde a compensação recebida pelo trabalho realizado é um conceito relativo.

O Fator estresse obteve uma média preocupante de 3,98, pois uma

pesquisa sobre o comportamento humano revela que no momento em que o

indivíduo coloca sua vida em risco, ele vive uma situação de estresse, pois enfrenta

um desequilíbrio biológico, onde componentes físicos e biológicos se manifestam

(LIPP, 1996, p. 206), no caso dos vigilantes da Brinks a pesquisa mostra que o

estresse os acompanha diariamente.

3.3 Sugestões de melhorias

Após a análise do todos os fatores da Qualidade de Vida no Trabalho

fundamentado em Walton (1973), verificou-se resultados bastante positivos. No

entanto com base nos conhecimentos adquiridos pela acadêmica acerca do tema da

pesquisa realizada e com intenção de responder o quarto objetivo específico,

propõem-se as seguintes sugestões para a organização em estudo.

No fator compensação justa e adequada foi verificado que eles não

consideram receber uma remuneração justa pelo risco que a profissão oferece e

está baixa diante ao mercado de trabalho, portanto sugere-se que a organização

observe esse fator com maior cautela. Já que o salário base é tabelado pelo

sindicato, a empresa poderia criar um sistema de bonificações, criando o vigilante

motorista do mês, o vigilante motorista que durante o decorrer do mês fizesse a

melhor média de combustível, que mantém seu caminhão limpo que não sofresse

acidente de trânsito. Adotar critérios e para quem cumprisse as metas pré-

determinadas ganharia uma bonificação que poderia ser paga em um aumento no

vale alimentação, ou brinde, ou bônus em dinheiro.

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No caso dos vigilantes chefes de equipe aquele que cumprisse os prazos e

horários sem errar os abastecimentos poderia ter a mesma bonificação dos

motoristas e assim poderia fazer com vigilantes também.

Na variável fator integração social na organização, um fator que chama a

atenção é que os vigilantes não consideram ser tratados da mesma forma. Nesse

caso sugiro que o gestor crie um dia da semana para atender os vigilantes, todos

que tenham algo para tratar diretamente com o supervisor terão um dia disponível

para poder expor suas idéias e se a ocasião pedir pode defender seus interesses

diretamente com o supervisor, e nesse fator a empresa deve se atentar ao fato que

segundo a pesquisa os vigilantes não tem uma relação tão saudável quanto a

empresa espera, promover uma integração mais freqüente entre os colaboradores,

como eventos informais (churrasco, festa do trabalhador, festa final de ano), nesse

caso deveria partir da empresa essas ações, pois poderia estimular o bem estar dos

funcionários por meio de ações básicas, como respeito cooperação mútua e trabalho

em equipe, além de manter o grupo bem integrado.

Analisando o fator oportunidade de crescimento e segurança deve-se tornar

claro ao conhecimento de todos os colaboradores os critérios utilizados para

promoção e valorização dos colaboradores. Repassar essas informações sempre

que tiver uma oportunidade, pois assim os vigilantes que almejam uma oportunidade

seriam sempre lembrados que para alcançar os objetivos devem cumprir

determinadas exigências.

Verificando o resultado do fator estresse os vigilantes afirmam ter um alto

nível de estresse, nesse caso a empresa deveria ajudar promovendo exercícios

como uma ginástica laboral antes do início do serviço, promovendo eventos como

palestras, treinamento, campanhas didáticos para trabalhar o pensamento com

novas informações afim de não ficar pensando somente no lado negativo da

profissão. E um acompanhamento psicológico mais freqüente.

Por fim, os resultados da pesquisa apresentaram resultados positivos, já que

a maioria dos colaboradores da Brinks percebe que a qualidade de vida no trabalho

é favorável.

No próximo capitulo apresenta-se as considerações finais acerca da

pesquisa.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo geral desta pesquisa foi de analisar a qualidade de vida no

trabalho dos vigilantes do transporte de valores da empresa Brinks na filial de Itajaí.

Como referencial teórico utilizou-se para embasamento deste estudo o Modelo de

Walton (1973) o mais utilizado em pesquisas científicas sobre este tema no Brasil.

A metodologia utilizada no desenvolvimento da pesquisa contribuiu para

alcançar os objetivos propostos. Quanto ao aspecto metodológico, este estudo

caracterizou-se com uma pesquisa-diagnóstico com abordagem qualitativa e

quantitativa, sendo qualitativa a etapa da entrevista semi-estruturada com o gestor

da filial e quantitativa no questionário aplicado os vigilantes.

O fator oportunidade de crescimento e segurança surpreendeu à acadêmica,

pois empresa sempre tenta valorizar os funcionários, utiliza método de recrutamento

interno, qualquer vaga que abre na empresa primeiramente busca-se reter os

talentos que já estão na organização. Outro fator surpreendente foi o fator

compensação justa e adequada por não ter liderado como fator desfavorável, pois é

que mais se pode ouvir entre os vigilantes é a reclamação dos salários que é pago.

Houve uma limitação importante nessa pesquisa, na qual a empresa estava

passando por um período de dissídio, que é feito o reajuste anual dos salários da

categoria junto com outras empresas do ramo e sindicato, então os vigilantes

entraram em greve, pois não conseguiam chegar a um acordo salarial e

permaneceram em greve por 15 dias. Quando retornaram ao trabalho alguns se

negaram a responder o questionário, pois os fatores de Walton (1973) tinham

semelhança com o que os vigilantes estavam reivindicando junto à empresa e

consideraram que a pesquisa era para beneficiar a organização, então a acadêmica

precisou convencer os vigilantes sobre o estudo acadêmico, porém alguns se

recusaram a responder.

Por fim, respondendo ao problema de pesquisa pode-se afirmar que os

fatores que interferem de forma positiva na qualidade de vida no trabalho são

Constitucionalismo e Uso e desenvolvimento de capacidades e os que interferem de

forma negativa são Compensação Justa e Adequada e Estresse.

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Pelo estudo diante dessa pesquisa posso afirmar que a fusão foi favorável a

qualidade de vida no trabalho dos vigilantes apesar de não ter dados concretos da

empresa anterior, consegue verificar um aspecto positivo.

Cabe ressaltar os altos desvios apresentados na pesquisa que

provavelmente ocorreram devido ao momento crítico pesquisado relatando pouco

consenso em algumas afirmações do questionário.

Torna-se interessante realizar uma pesquisa de clima organizacional em

conjunto com a qualidade de vida no trabalho anualmente, e semestralmente realizar

uma pesquisa de estresse para monitoração dos vigilantes.

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APÊNDICE

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Apêndice A – Roteiro da entrevista aplicada com o Supervisor da filial.

ROTEIRO DA ENTREVISTA

Fator compensação justa e adequada.

1) Você considera que a remuneração dos vigilantes é justa pelo alto grau de

responsabilidade que a profissão oferece?

2) Existe na Brinks um equilíbrio entre os salários dos vigilantes ou isso depende

do tempo de serviço dos funcionários na organização?

3) Diante ao mercado de trabalho o salário oferecido pela empresa está acima ou

abaixo da média do mercado?

4) Quais os tipos de benefícios que a empresa oferece para os vigilantes?

5) Qual sua visão diante os benefícios oferecidos.

Fator condições de trabalho.

6) O ambiente físico (refeitório, vestiário) da organização apresenta boas

condições para os vigilantes. O que oferece para que se torne um ambiente

agradável?

7) Por se tratar de uma profissão de risco o que a empresa oferece para

minimizar os mesmo?

8) Quais os materiais de segurança que a empresa oferece aos vigilantes para o

desempenho de sua função? São modernos de qualidade?

9) Existe um grande volume de trabalho? O que a empresa faz para que os

mesmo não fiquem sobrecarregados?

10) Os colaboradores precisam efetuar muitas horas extras? Essas horas são

pagas ou existe algum tipo de acordo?

11) Na sua visão o ambiente de trabalho dos colaboradores é estressante, a ponto

de afetar o desenvolvimento das tarefas. Isso pode prejudicar o atendimento

direto no qual o funcionário tem com os clientes?

Uso e desenvolvimento de capacidades.

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12) Existem procedimentos para os vigilantes adotarem ou cada um pode

desenvolver suas tarefas da maneira que acha melhor ou mais segura?Esses

colaboradores têm algum tipo de autonomia?

13) A empresa foca para o vigilante o grau de importância que tem o seu trabalho?

14) Existe na organização um feedback para os funcionários analisarem se estão

desenvolvendo bem suas tarefas? Se sim essa avaliação é feita formalmente?

15) Existem na empresa os critérios de dar oportunidades para os colaboradores

desenvolver tarefas além da sua função, como forma de mostrar algumas

habilidades que o cargo executado não exige?

Oportunidade de crescimento e segurança.

16) A empresa da oportunidade para o colaborador se desenvolver

profissionalmente?

17) Que critério é usado para promoção dos colaboradores?

18) Como é o fluxo de demissões da empresa?

19) Existe algum tipo de estabilidade?

Integração social na organização.

20) Os funcionários da organização todos são tratados da mesma forma? Você

considera que possa existir algum tipo de preconceito?

21) Os colaboradores têm liberdade de conversar com a chefia sempre que

necessário?Eles têm a liberdade de expor suas idéias?

22) Na sua visão de supervisor existe uma relação saudável entre os

colaboradores, eles se ajudam se respeitam?

23) A empresa tem procedimentos para desenvolver integração entre os

colaboradores, desde o inicio de sua contratação?

Constitucionalismo.

24) A organização costuma passar aos funcionários seus direitos?

25) Os direitos trabalhistas são cumpridos pela empresa?

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26) As normas e procedimentos impostos pela empresa ajudam a melhorar o

ambiente de trabalho? Existe alguma restrição por parte dos funcionários em

seguir as regras pré- estabelecidas?

Trabalho e espaço total de vida.

27) Você considera que os funcionários da Brinks têm bastante tempo para a vida

social?

28) Como funcionam os horários de entrada e saída dos vigilantes?

29) Você acredita que para os vigilantes a Brinks é uma boa empresa?Será que

eles têm o apoio da família?

Relevância social da vida no trabalho.

30) Você acha que os colaboradores têm uma boa imagem da Brinks?

31) Por se tratar de uma transportadora de valores você acha que a comunidade

vê a empresa com uma boa imagem?

32) Especificamente na sua filial existe algum tipo de programa social para auxiliar

a comunidade?

33) Gostaria que você falasse na sua visão de gestor da filial no momento você

acha que os funcionários estão trabalhando satisfeitos com a profissão e com

a organização?

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Apêndice B – Questionário de Qualidade de Vida no trabalho aplicado com os

vigilantes da empresa Brinks na filial de Itajaí.

ROTEIRO DO QUESTIONÁRIO

Prezado Colaborador

De acordo com sua opinião solicito que preencham ao questionário para que

possamos analisar a qualidade de vida no trabalho da filial Itajaí. As informações são

sigilosas e você não será identificado.

Desde já agradeço a colaboração de todos.

1. Sexo

( ) Masculino ( ) Feminino

2. Estado Civil

( )Solteiro ( )Casado ( )Divorciado ( ) Outros

3. Idade

( )entre 18 e 25anos ( )entre 26 e 35anos

( )entre 36 e 45anos ( ) mais de 45anos

4. Escolaridade

( ) 1º grau incompleto ( )1º grau completo

( ) 2º grau incompleto ( )2º grau completo

( ) superior incompleto ( ) superior completo

5. Quanto tempo trabalha na empresa

_________

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Responda as questões abaixo

assinalando os números ao lado de acordo

com sua opinião

AFIRMATIVA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1. Os vestiários, refeitórios apresentam boas condições para os vigilantes.

1.1 Por se tratar de uma empresa de risco a mesma oferece oportunidade de minimizar os riscos do trabalho.

1.2 Os materiais de segurança que a empresa oferece são modernos de qualidade.

1.3 Existe um grande volume de trabalho 1.4 A empresa tenta fazer com que os funcionários não fiquem sobrecarregados.

1.5 Normalmente eu faço muitas horas extras. 1.6 Existe acordo para pagamento das horas extras.

1.7 O trabalho do vigilante é muito estressante. 1.8 O estresse pode prejudicar no desenvolvimento das tarefas.

1.9 O estresse pode prejudicar o contato direto que os vigilantes têm com os clientes.

1.10 Quando você desenvolve suas tarefas fica pensando no risco da profissão constantemente.

2 Eu desenvolvo minhas tarefas com autonomia. 2.1 Eu recebo feedback para saber se estou desenvolvendo bem minhas tarefas

2.2 Já recebi oportunidade de fazer outra função alem da minha, para mostrar outras habilidades

3 A empresa oferece oportunidade para que eu me desenvolva em outra função.

3.1 Existe na empresa um grande fluxo de demissões

3.2 Eu como vigilante normalmente tenho algum tipo de estabilidade.

4 Eu considero que todos os funcionários são tratados da mesma forma.

4.1 Os colaboradores têm liberdade de conversar com a chefia sempre que necessário.

4.2 Existe uma relação saudável entre os vigilantes eles procuram se ajudar, se respeitar.

4.3 A empresa utiliza métodos para promover a integração entre os colaboradores desde sua admissão.

DISCORDO CONCORDO

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5 A Brinks costuma passar aos funcionários todos os seus direitos.

AFIRMATIVA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

5.1 Os direitos trabalhistas são todos cumpridos pela Brinks.

5.2 As normas e procedimentos da empresa ajudam a melhorar o ambiente de trabalho.

6 Eu considero ter bastante tempo para vida social.

6.1 Eu costumo entrar muito cedo e sair muito tarde do trabalho.

6.2 Como vigilante de transporte de valores eu considero que a Brinks é uma boa empresa.

6.3 Eu recebo apoio da família para trabalhar na Brinks

7 Eu como funcionário tenho uma boa imagem da Brinks

7.1 Sendo uma empresa de valores eu acho que a comunidade vê a Brinks com uma boa imagem

7.2 Especificamente na filial Itajai existe algum tipo de programa social para auxiliar a comunidade

7.3 Eu acredito que atualmente tenho uma qualidade de vida no trabalho estável.

8 Eu considero minha remuneração justa para o risco da profissão.

8.1 Existe na Brinks um equilíbrio entre os salários.

8.2 Diante ao mercado de trabalho o salário oferecido pela Brinks está em uma boa média.

8.3 Eu considero de boa qualidade os benefícios que são oferecidos pela empresa.

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ASSINATURAS DOS RESPONSÁVEIS

___________________________________

Mariana Souza Stuart Ramos

Estagiária

___________________________________

Leandro da Silva Barreto

Supervisor de campo

___________________________________

Prof. Msc, Cristina Pereira V. Balsini

Orientador de estágio

_________________________________

Prof. Msc, Eduardo Krieger da Silva

Responsável pelos Estágios em Administração