Análise da produtividade e susceptibilidade das principais...

47
Análise da produtividade e susceptibilidade das principais espécies de pescado comercializadas no Ceará, Brasil. Centro Desenvolvimento Pesca Sustentável- CeDePesca Brasil 1 INTRODUÇÃO O Brasil possui um extenso litoral com uma grande diversidade de ambientes e as características das atividades pesqueiras estão diretamente ligadas a estes. A pesca é uma atividade de reconhecida importância para o desenvolvimento econômico e social do País (BRASIL, 2006). O litoral nordestino em 2010 foi a segunda maior região produtora de pescado através da pesca, com uma produção de 68.783,5 toneladas (BRASIL, 2012). A pesca que predomina nesta região é a do tipo artesanal, que conta com cerca de 40 mil embarcações de pequeno porte que estão voltadas para captura de peixes de fundo, pequenos e médios pelágicos, camarões e lagostas (BRASIL, 2008). O litoral do estado Ceará conta com 573 km de extensão de linha de costa, e os pescados (moluscos, crustáceos, peixes e algas) são um dos principais produtos destes ecossistemas (DIEGUES; ROSMAN 2008). No Estado existem 20 municípios litorâneos que exploram invariavelmente a pesca extrativa (BRASIL, 2006). As comunidades do litoral cearense são fortemente dependentes da pesca, sendo ela, na maioria das vezes, a única fonte de renda das famílias. Os produtos do mar são tambem populares na mesa cearense. Nos supermercados, peixarias, mercados e restaurantes se vendem importantes quantidades de vermelhos, cavalas, lagostas, badejos, pescadas e outros produtos da pesca cearense, ou seja, os pescados são produtos bastante apreciados e consumidos no Ceará. Cabe saber se medidas 1 Juliana Cavalcante, Vládila Oliveira, Hudson Maia, Sara Andrade, Luzanira Colares, Kamar Porto, Lília Freire, Carlos Júnior, Ernesto Godelman. CeDePesca- Centro Desenvolvimento Pesca Sustentável.

Transcript of Análise da produtividade e susceptibilidade das principais...

Análise da produtividade e susceptibilidade das principais espécies de

pescado comercializadas no Ceará, Brasil.

Centro Desenvolvimento Pesca Sustentável- CeDePesca Brasil1

INTRODUÇÃO

O Brasil possui um extenso litoral com uma grande diversidade de ambientes e as

características das atividades pesqueiras estão diretamente ligadas a estes. A pesca é uma

atividade de reconhecida importância para o desenvolvimento econômico e social do País

(BRASIL, 2006).

O litoral nordestino em 2010 foi a segunda maior região produtora de pescado através

da pesca, com uma produção de 68.783,5 toneladas (BRASIL, 2012). A pesca que

predomina nesta região é a do tipo artesanal, que conta com cerca de 40 mil embarcações

de pequeno porte que estão voltadas para captura de peixes de fundo, pequenos e médios

pelágicos, camarões e lagostas (BRASIL, 2008).

O litoral do estado Ceará conta com 573 km de extensão de linha de costa, e os

pescados (moluscos, crustáceos, peixes e algas) são um dos principais produtos destes

ecossistemas (DIEGUES; ROSMAN 2008). No Estado existem 20 municípios litorâneos

que exploram invariavelmente a pesca extrativa (BRASIL, 2006). As comunidades do

litoral cearense são fortemente dependentes da pesca, sendo ela, na maioria das vezes, a

única fonte de renda das famílias.

Os produtos do mar são tambem populares na mesa cearense. Nos supermercados,

peixarias, mercados e restaurantes se vendem importantes quantidades de vermelhos,

cavalas, lagostas, badejos, pescadas e outros produtos da pesca cearense, ou seja, os

pescados são produtos bastante apreciados e consumidos no Ceará. Cabe saber se medidas

1 Juliana Cavalcante, Vládila Oliveira, Hudson Maia, Sara Andrade, Luzanira Colares, Kamar Porto, Lília Freire, Carlos Júnior, Ernesto Godelman. CeDePesca- Centro Desenvolvimento Pesca Sustentável.

sustentáveis são desenvolvidas para estas espécies, e se o consumo atual delas ajuda em

sua conservação.

A Análise de Produtividade e Susceptibilidade (APS) usada neste trabalho é um

método semi-quantitativo, ampliado e aperfeiçoado pela Comunidade científica e

industrial de pesquisa e organização (CSIRO) na Austrália, com base no método

desenvolvido por Stobutzki et al (2001) para avaliar a "probabilidade de sustentabilidade"

das espécies.

Este trabalho tem como objetivo descrever a APS em sua versão mais simples

apresentada mais amplamente por Hobday (2007) e demonstrar seu funcionamento e

aplicação nas principais espécies comercializadas no Ceará, são estas: Pargo (Lutjanus

purpureus), Cioba (Lutjanus analis), Ariacó (Lutijanus synagris), Dentão (Lutjanus

jocu), Guaiúba (Ocyurus chrysurus), Pescada amarela (Cynoscion acoupa), Pescada

branca (Cynoscion leiarchus), Badejo (Mycteroperca Spp.), Cavala (Scomberomorus

cavalla), Robalo (Centropomus undecimalis), Serra (Scomberomorus brasiliensis),

Sirigado ou Badejo-quadrado (Mycteroperca bonaci), Lagosta vermelha (Panulirus

argus), Caranguejo-uça (Ucides cordatus) e Albacora laje (Thunnus albacares). Bem

como mostrar alguns motivos evidentes de certas espécies possuírem um determinado

nível de risco potencial. Esse enfoque prático pode ser de utilidade dos administradores e

investigadores pesqueiros para melhor gestão dos recursos disponíveis e identificação de

medidas preventivas que ajudem a manejar os níveis de risco no qual estas espécies estão

expostas pela exploração pesqueira.

MATERIAIS E MÉTODOS

A APS se baseia na suposição de que o risco atual para uma espécie impactada

pela pesca depende dos componentes principais: de sua produtividade natural, que se

relaciona com a capacidade de recuperação da espécie; e de sua suscetibilidade a pesca,

que reflete quão exposta ela está as atividades pesqueiras (Stobutzki et al., 2001;

Stobutzki et al., 2002; Hobday et al., 2004; Hobday, 2007; Smith et al., 2007). Estes

componentes se relacionam com distintos atributos que dependem da biologia e ecologia

das espécies, no caso da produtividade e da probabilidade de mortalidade, que depende

das características da pescaria e da arte de pesca.

Na versão da APS utilizada nesse trabalho foram utilizados sete atributos: idade

média de primeira maturação, tamanho médio de primeira maturação, máxima idade

média, máximo tamanho médio, fecundidade, estratégia reprodutiva e nível trófico

(Hobday, 2007; Hobday et al, 2007). Para cada um destes atributos se tem intervalos

associados a níveis de produtividade diferentes como se apresenta na Tabela 1. Se o nível

de produtividade associado com o atributo é alto, a sua pontuação será 1 (baixo risco); se

for médio, 2 (risco médio); e se for baixo, 3 (alto risco). O nível de risco potencial

associado a produtividade de uma espécie particular é dado por:

Onde, Rp é o risco potencial associado a produtividade de uma espécie e PI representa o

pontuação de cada atributo de produtividade.

No caso da susceptibilidade, os atributos são quatro, atendendo a Walker (2005):

acessibilidade, que se refere a porção da distribuição horizontal da espécie que coincide

com as zonas em que se desenvolve a pescaria; vulnerabilidade, que se refere a

sobreposição vertical entra a posição habitual das artes de pesca e da espécie na coluna

d’água; seletividade da arte de pesca; e mortalidade pós-captura (Hobday, 2007; Smith

et al., 2007). Cada atributo recebe uma pontuação de 1, 2 ou 3, dependendo da associação

a uma susceptibilidade baixa (risco baixo), média (risco médio) ou alta (risco alto),

respectivamente, segundo os critérios que se mostram na Tabela 2. O nível de risco

associado da susceptibilidade de uma espécie particular está dado por:

Onde, Rs é o risco potencial associado a susceptibilidade de uma espécie e se representa

a pontuação de cada atributo de susceptibilidade.

Tabela 1. Atributos associados com a produtividade das espécies. (Hobday, 2007)

ATRIBUTOS DE

PRODUTIVIDADE

Baixa

Produtividade,

Alto Risco

(pontuação= 3)

Produtividade

Média,

Risco Médio

(pontuação=2)

Alta Produtividade,

Baixo Risco

(pontuação= 1)

Idade Média de

Primeira Maturação >15 anos 5-15 anos < 5 anos

Máxima idade média > 25 anos 10-25 anos < 10 anos

Fecundidade < 100 ovos por ano

100-20.000 ovos por

ano > 20.000 ovos por ano

Máximo tamanho

médio > 300 100-300 cm < 100 cm

Tamanho Médio de

Primeira Maturação > 200 cm 40-200 cm < 40 cm

Estratégia

Reprodutiva Vivíparo Desova demersal Desova em águas abertas

Nível Trófico > 3.25 2.75- 3.25 < 2.75

Tabela 2. Atribuição de pontuações de susceptibilidade no caso das espécies.

ANÁLISE DE RISCO

ASSOCIADO COM A

SUSCEPTIBILIDADE

Baixa susceptibilidade

(Baixo risco,

pontuação=1)

Susceptibilidade média

(Risco médio,

pontuação=2)

Alta susceptibilidade

(Alto risco,

pontuação=3)

Acessibilidade 1.

Sobreposição da

distribuição da espécie

com a pescaria

<10% sobreposição

horizontal (espacial)

10-30% sobreposição

horizontal (espacial)

>30% sobreposição

horizontal (espacial)

Vulnerabilidade

<10% sobreposição

vertical (na coluna de

água)

10-30% sobreposição

vertical (na coluna de

água)

>30% sobreposição

vertical (na coluna de

água)

Seletividade

Probabilidade de

captura baixa

Probabilidade de captura

média

Probabilidade de

captura alta

Mortalidade pós-captura

das CI

Evidência de liberação e

sobrevivência

Informação disponível

sobre liberação e

sobrevivência

As espécies são retidas,

ou a maioria morre

quando é liberada

O risco total que a espécie enfrenta é dado por:

Que pode ser representado graficamente em um plano coordenado, onde a produtividade

estar no eixo das abscissas e a susceptibilidade no eixo das coordenadas (Hobday, 2007;

Hobday et al., 2007). Ao mesmo tempo, este “espaço de risco” pode se dividir em três

regiões que correspondem a níveis de risco baixo, médio ou alto (Hobday et al., 2004,

Hobday, 2007; Hobday et al., 2007; Smith et al., 2007) (Figura 1).

Figura 1. Eixo de susceptibilidade e produtividade (Hobday, 2007; Hobday et al.,

2007)

As espécies estudadas no presente trabalho foram escolhidas por serem consideradas as

mais importantes na comercialização de pescado no Estado do Ceará.

Para coletar dados correspondentes dos atributos de produtividade e

susceptibilidade de cada espécie se realizou um estudo bibliográfico. Quando não foram

encontrados dados relativos a alguma espécie particular, de acordo ao que prescreve o

método, se utilizarão dados de espécies similares dentro da mesma família. Se isto

também não fosse possível, se assumiu um risco alto (pontuação= 3) de maneira

preventiva.

As pontuações para cada atributo foram carregados em uma planilha do software

Excel 2010, programada com as fórmulas expostas acima para calculas os componentes

de produtividade, suscetibilidade e o risco total para mostrar no espaço de risco.

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

(<-

Lo

w)

Su

sc

ep

tib

ilit

y (

Hig

h -

>)

(<-High Productivity (Low->)

PSA Graph

Este trabalho tem característica introdutória, em alguns dados das espécies há uma

incerteza por causa da escassez de dados disponíveis, que faz parte da metodologia

desenvolvida pelos autores.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A seguir, apresentamos as pontuações para cada atributo e discutiremos os que

usaram critérios especiais.

Albacora laje (Thunnus albacores)

Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso e o resultado

da análise são apresentados abaixo, na Figura 2.

Figura2. Análise de produtividade e susceptibilidade da Albacora laje (Thunnus

albacores).

Segundo Lima e Travassos (2009), o tamanho de primeira maturação sexual é de

140 cm (risco médio), sua idade média reprodutiva começa aos 2 anos e possui uma

estratégia reprodutiva em águas abertas, ou seja, baixo risco para ambas. O tamanho e

idade máximos médios encontrados para Albacora laje foi de 239 cm (risco médio) e 9

anos (baixo risco), respectivamente (Froese; Pauly 2008).

Não se encontram trabalhos relacionados diretamente ligados com a fecundidade

dessa espécie. Para obter uma estimação, usamos como base o trabalho de Figueiredo

(2007), que em seu estudo sobre a Albacora bandolim (Thunnus obesus) verificou uma

fecundidade de 3.971.328,13 ovócitos para esta espécie. O que garante a pontuação 1, ou

seja, baixo risco. O nível trófico segundo o Fishbase, baseado em estudos de dietas, é

4.4, o que lhe atribui um alto risco.

Se considerou que a Acessibilidade das pescarias de atum nas áreas de ocorrência

da especie é alta, dado que numerosas frotas no mundo inteiro capturam esta espécie, o

que lhe atribui um alto risco. Em quanto a Vulnerabilidade, as artes pelágicas tem uma

superposição maior do 30% com a ocupação da coluna d´água pela espécie, então o risco

é alto (3). A respeito da Seletividade, se considerou que as artes de anzol utilizadas

apresentam um risco médio (2) e a mortalidade pós-captura é alta devido ser a espécie

alvo de pescarias (3).

O risco total foi de 2, 89, o que caracteriza um risco médio. A Albacora laje é a

espécie de Atum mais capturada no Brasil e a tendência e se incrementar essa pescaria

que é de grande importância econômica e também ecológica no mundo todo (Lima;

Travassos, 2009). No Oceano Atlântico, os atuns são manejados pela organização

intergovernamental ICCAT (Comissão Internacional para a Conservação do Atum do

Atlântico) . No Brasil, ainda nao existe um plano de manejo e pesquisa para essa espécie,

em concordância com sua relevância.

Ariacó (Lutjanus synagris)

Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso e o

resultado da análise são apresentados abaixo, na Figura 3.

Figura 3. Análise de produtividade e susceptibilidade do Ariacó (Lutjanus synagris).

Estudos realizados mostram que o Lutjanus synagris atinge uma idade média

máxima entre 12 e 14 anos e 56 cm de comprimento (ASCHENBRENNER; 2009), e

idade de primeira maturação entre os três primeiros anos de vida com um tamanho médio

que varia entre 13 e 23 cm de comprimento, dependendo da região a qual ele habita

(PASSOS NETO, 2010).

Com relação à sua fecundidade, um indivíduo produz em média 306.815 óvulos/Kg

de peixe, os quais são depositados de forma livre no habitat, estratégia reprodutiva

conhecida como “desova demersal” (PASSOS NETO, 2010).

Segundo a FAO (1985), o Ariacó alimenta-se preferencialmente de pequenos

peixes, caranguejos, camarões, poliquetas, gastrópodes e cefalópodes, apresentando-se

como consumidores de terceira ordem.

Esta espécie é encontrada, geralmente, próximo à costa em meio à coluna d’água,

tornando-lhe bastante acessível e vulnerável à captura, a arte de pesca mais utilizada é a

linha de mão e os espinhéis, segundo o relatório do programa REVIZEE (KLIPPEL;

PERES, 2002).

A partir dessas características podemos concluir que o Lutjanus synagris apresenta

baixo risco quando é levado em consideração a idade média de primeira maturidade, o

tamanho máximo médio e o tamanho de primeira maturação, porém, com relação à idade

média máxima e a estratégia reprodutiva, atribuímos nota dois, que representa nível de

risco médio, e o nível trófico, apresenta alto risco para a espécie, sendo atribuída nota

três.

Avaliando a captura da espécie, observamos que a Acessibilidade é muito grande,

dada sua caraterística costeira e o grande interesse na mesma. A Vulnerabilidade é alta

devido ao conhecimento pelos pescadores sobre as costumes da espécie. Considerando os

cumprimentos pequenos que se observam na comercialização, pode estimar-se a

Seletividade como muito baixa. O Ariacó apresentou risco total alto.

Badejo mira (Mycteroperca acutirostris)

Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso e o

resultado da análise são apresentados abaixo, na Figura 4.

Figura 4. Análise de produtividade e susceptibilidade do Badejo mira (Mycteroperca

acutirostris).

O Badejo mira é uma espécie marinha que vive associada aos ambientes recifais

Encontrada no Atlântico ocidental, de Bermudas e noroeste do Golfo do México até o

Brasil, segundo o Fishbase, 2015. Há uma grande escassez de dados e pesquisas

relacionados com essa espécie. O seu tamanho médio de primeira maturação é de 23 cm,

conferindo-lhe um baixo risco (BRASIL, 2005).

Os dados de idade máxima média, fecundidade, tamanho médio de primeira

maturidade e estratégia reprodutiva não foram encontrados e foram deduzidos através das

outras informações e do conhecimento geral da espécie, sempre seguindo o critério

preventivo. Segundo o Fishbase (2015), o tamanho máximo médio encontrado é de 80

cm (baixo risco) e o nível trófico é de 3.4, ou seja, alto risco.

Pelas caraterísticas da pescaria similar a dos vermelhos, a Suceptibilidade é alta,

e o risco total encontrado para o Badejo-mira foi de 3,53, o que lhe coloca em uma

categoria de alto risco.

Caranguejo uçá (Ucides Cordatus)

Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o

resultado da análise são apresentados na Figura 5.

Figura 5. Análise de produtividade e susceptibilidade do Caranguejo uca (Ucides

cordatus).

A espécie distribui-se desde o Estado da Flórida, nos Estados Unidos da América,

até o Estado de Santa Catarina no Brasil

A idade média em que a população de cada sexo atinge a maturidade sexual só

ocorre a partir dos 3 anos de vida, quando a carapaça atinge cerca de 5 centímetros de

largura (COSTA, 1972; GESTEIRA, 1999) , o que corresponde a categoria de risco baixo

(menor que 5 anos). Decidiu-se ampliar o tamanho mínimo de captura para 6 centímetros

devido à reduzida taxa de crescimento da espécie.

Os estudos indicaram que os uçás atingem no máximo 9 centímetros de carapaça

e que sua longevidade chega aos 9,2 anos para os machos e 8,3 anos para as fêmeas

(COSTA, 1972; GESTEIRA, 1999), se enquadrando na categoria de risco baixo, com

pontuação 1 (intervalo de 10 a 25 anos).

Quanto aos tamanhos, não foram avaliados com o critério que os invertebrados,

independentemente da sua produtividade, só muito raramente superam o intervalo de

risco baixo e, portanto, esses atributos não fornecem nenhuma informação válida.

Estima-se que no estuário do Rio Ceará a fecundidade do caranguejo uçá varia

entre 64 mil e 195 mil ovos (ALVES,1975; GESTEIRA, 1999). De acordo com Costa

(1972) uma fêmea pode produzir até 183.936 ovos em uma única desova, quanto maior a

fêmea ovígera, maior o número de ovos (LEGAT et al., 2007). Classificando como baixo

risco.

Para a estratégia reprodutiva Holthuis (1959) sugeriu que a eclosão das larvas do

caranguejo uçá ocorre no mar. Nascimento (1993), entretanto, afirma que este fenômeno

deve ocorrer na região do mangue onde a fêmea mantém sua toca, pois constatou-se a

presença de fêmeas ovígeras entocadas e também larvas zoea na coluna d’água.

Quanto a Suscetibilidade, ainda quando a superposição entre a distribução da população

e a atividade pesqueira no Brasil é muito alta, ou seja, alta Acessibilidade, e a coleta no

mangue faz com que essa espécie tenha uma Vulnerabilidade muito alta também. O

modo de captura é o braceamento, no qual os coletores colocam o braço dentro da toca

do caranguejo e os retiram, que gera uma Seletividade alta (risco baixo), atingido em

total uma pontuação de baixo risco.

Cavala (Scomberomorus cavalla)

Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o

resultado da análise são apresentados na Figura 6.

Figura 6. Análise de produtividade e susceptibilidade da Cavala (Scomberomorus

cavalla).

Collette e Russo (1984) relatam que a S. cavala é uma espécie nerítica, epipelágica

que ocorre na costa ocidental do Oceano Atlântico, de Massaachusetts, EUA, ao Rio de

Janeiro, Brasil.

Segundo a FishBase (2010), a S. cavala apresenta tamanho máximo médio de 184

cm e tamanho médio da primeira maturidade de 50 cm, apresentando risco médio para

ambos os fatores.

A idade média da primeira maturidade é de 2 a 3 anos para os machos e de 3 a 4

anos para as fêmeas e a idade máxima média é de 32 anos para as fêmeas e 26 para os

machos (IUCN, 2011) o que caracteriza um risco baixo para o primeiro fator e um risco

alto para o segundo.

A fecundidade varia entre 69.000 a 12.207.000 (FINUCANE et al., 1986)

correspondendo a um risco baixo.

Sendo a cavala uma espécie costeira, foi considerado que a Acessibilidade e a

Vulnerabilidade são altas. Não se encontram estudos sobre a seletividade, mas é sabido

que os pescadores utilizam linha de mão, constituída de fio PA monofilamento com um

anzol de médio porte, de numeração 3 ou 4 e eles pescam nas épocas de agregação

reprodutiva dos animais (SALLES, 2010) o que nos leva a conceder um nível 3,

correspondendo a um alto risco.

O risco total para esta espécie é de 3,61, encontrando-se numa região de alto risco.

Cioba (Lutjanus analis)

Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o

resultado da análise são apresentados na Figura 7.

Figura 7. Análise de produtividade e susceptibilidade da Cioba (Lutjanus analis).

Para a espécie Lutjanus analis não foram encontrados dados referentes a idade

média de primeira maturação, devido a isso caracterizamos seu risco como sendo alto.

Segundo Allen (1985) o tamanho médio de primeira maturação de Lutjanus analis

é de 41 cm, sendo assim caracterizado como risco médio.

A idade máxima média encontrada para a espécie é de 29 anos, correspondendo

a um nível de risco alto, e seu comprimento máximo médio de 94 cm classificando em

risco baixo.

Com relação a estratégia reprodutiva não foram encontrados informações

científicas referente a cioba, por isso determinou-se que, por ser um Lutjanideo, esta

espécie seria ovulípara, ou seja, com fecundação e desenvolvimento embrionário

externos, com desova demersal, que corresponde um risco médio. O mesmo ocorreu para

a fecundidade e por isto consideramos o mesmo do Lutjanus pupureus, sendo então nível

médio de risco.

Devido a alta pressão do esforço de pesca nas espécies de Lutjanideos,

considerou-se um alto risco para acessibilidade, vulnerabilidade, seletividade e

mortalidade pós-captura. O risco total foi considerado alto.

Dentão (Lutjanus jocu)

Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o

resultado da análise são apresentados na Figura 8.

Figura 8. Análise de produtividade e susceptibilidade do Dentão (Lutjanus jocu).

Estudos realizados mostram que o Lutjanus jocu atinge uma idade média máxima

de 25 anos e 85 cm de comprimento, e idade de primeira maturação entre os quatro

primeiros anos de vida com um tamanho médio de 32 cm de comprimento (LESSA;

NOBREGA, 2000).

Não ocorrem estudos nos quais foram observados a quantidade de óvulos, e o risco

foi considerado médio, sendo baixo para outros lutjanideos com fecundidade conhecida.

As ovas são depositadas de forma livre no habitat, estratégia reprodutiva conhecida como

“desova demersal”, considerada como risco médio.

Assim como as outras espécies da família nos Lutjanideos, esta também é

encontrada próximo à costa em meio à coluna d’água, tornando-lhe bastante acessível e

vulnerável à captura, a arte de pesca mais utilizada também é a linha de mão, os espinhéis

e a rede, porém devido á quantidade colocada no mar, causa um esforço importante nessa

espécie. (FERREIRA., et al)

A partir dessas características podemos concluir que o Lutjanus jocu apresenta

baixo risco quando é levada em consideração a idade média de primeira maturidade, e o

tamanho de primeira maturação, porém, com relação à idade média máxima, fecundidade,

tamanho máximo médio e a estratégia reprodutiva, atribuímos nota 2, que representa nível

de risco médio, e o nível trófico, apresenta alto risco para a espécie.

Avaliando a captura da espécie, observamos que o grande interesse na mesma e a

forma como esses indivíduos são capturados, o Dentão apresentou alto risco em todas as

variáveis observadas. O risco total é alto.

Guaiúba (Ocyurus chrysurus)

Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o

resultado da análise são apresentados na Figura 9.

Figura 9. Análise de produtividade e susceptibilidade do Guaiúba (Ocyurus

chrysurus).

A Guaiúba, Ocyurus chrysurus, é um lutjanídeo distribuído na costa oeste do

Atlântico, desde a Carolina do Norte até o sudeste do Brasil, encontrando-se em maior

abundância nas Bahamas, sul da Flórida e no Caribe. Forma grandes cardumes geralmente

sobre substratos duros em profundidades entre 10 e 100 metros (ARAÚJO, et al., 2002).

Sobre a sua estratégia reprodutiva, a Guaiúba é um peixe que desova em águas

abertas e apresentam um período restrito de reprodução, sendo na época do verão

(GRIMES, 1987). Segundo MARTINEZ et al., (2010), o tamanho de primeira maturação

das fêmeas dessa espécie é de 20,3 cm aproximadamente, enquanto que o tamanho dos

machos eram de 18,4 cm.

SOLETCHNIK et al., (1989) estudaram a desova de O. chrysurus em cativeiro, e

observaram uma fecundidade de aproximadamente 67.000 ovos.

Igual que para os outros vermelhos, de caraterísticas costeiras, se considera a

Acessibilidade e a Vulnerabilidade altas. Não há trabalhos sobre a seletividade da pesca

da Guaiúba, visto que ela não é uma espécie alvo, porém as artes de pesca que a capturam

não possuem seletividade para o tamanho, como é o caso da pesca de caico, que é um tipo

de pesca com anzol, e como também é o caso da pesca de curral.

O risco total para a espécie também foi considerado alto.

Lagosta (Panulirus argus)

Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o

resultado da análise são apresentados na Figura 10.

Figura 10. Análise de produtividade e susceptibilidade da Lagosta (Panulirus

argus).

A Lagosta vermelha leva em média 4 anos para atingir a maturidade sexual

(FONTELES-FILHO; XIMENES; MONTEIRO, 1988), o que atribiu a ela uma

pontuação 1 ou baixo risco. A idade medida máxima pra essa espécie é cerca de 37 anos,

(IVO, 1996). A espécie possui uma fecundidade média de 294.175 ovos (SQUIRES;

RIVEROS, 1978), sendo o risco para esse atributo baixo (1).

Segundo Campos (1995), essa espécie pode atingir até 45 cm de comprimento

total (risco médio). O tamanho médio de primeira maturação da Lagosta é de 20 cm de

comprimento total. Embora não considerarmos o tamanho para avaliar o risco dos

invertebrados. Seu nível trófico é 4, conferindo um alto risco (FONTELES-FILHO,

1979). O tipo de estratégia reprodutiva da Panulirus argus é desova aberta (risco baixo)

(BRASIL, 2006).

Considerando os altos niveis de exploração da lagosta ao longo do litoral

brasileiro, considera-se sua Acessibilidade alta. A Vulnerabilidade, a superposição na

coluna de água com as artes de pesca, é tambem muito alta. E, considerando as

informações disponíveis sobre a pesca de lagosta miúda, podemos dizer que a

Seletividade para essa espécie é muito baixa. Todos esses fatores constituem riscos altos.

O risco total para esta espécie foi de 3,46, o que lhe coloca em uma categoria de alto risco.

Pargo (Lutjanus purpureus)

Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o

resultado da análise são apresentados na Figura 11.

Figura 11. Análise de produtividade e susceptibilidade do Pargo (Lutjanus

purpureus).

Segundo Brasil (2006), o tamanho médio de maturação de Pargo (Lutjanus

purpureus), é 43,5 cm que corresponde a idade de aproximadamente 6,1 anos e

caracteriza um risco médio. O tamanho total máximo teórico é 92,9 cm, portanto um

risco baixo.

Com relação a estratégia reprodutiva o Pargo é uma espécie ovulípara, ou seja,

com fecundação e desenvolvimento embrionário externos e de desova demersal, que

corresponde um risco médio. Já para sua fecundidade, por haver uma produção de

130.000 ovos, seu risco foi classificado como baixo.

Devido a alta pressão do esforço de pesca nas espécies de Lutjanideos,

considerou-se um alto risco para acessibilidade, vulnerabilidade, seletividade e

mortalidade pós captura. O risco total para a espécie é alto

Pescada amarela (Cynoscion acoupa)

Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o

resultado da análise são apresentados na Figura 12.

Figura 12. Análise de produtividade e susceptibilidade da Pescada amarela

(Cynoscion acoupa).

É encontrada no Atlântico Ocidental, do Panamá a Argentina (Fishbase, 2015). A

espécie possui ciclo de vida por volta de 12 anos, o que corresponde a um risco médio

(entre 10 e 25 anos).

O comprimento infinito estimado pelo modelo de crescimento de von Bertalanffy e

a partir de frequências de comprimento total variou entre 159 e 161 cm para uma taxa de

crescimento de entre 0,15 e 0,19 ano-1 (SOUZA et al., 2003). Atingindo a maturidade

sexual entre 2 e 3 anos de idade, encaixando em um risco baixo.

Indivíduos de 177 cm de comprimento total já foram registrados em amostragens

biológicas do projeto REVIZEE. Assim fazendo parte do risco médio. A espécie possui

um comprimento médio de primeira maturação sexual entre 39 e 41 cm. Nesse caso

admitimos o maior risco, no caso o médio.

Pela distribuição de indivíduos com gônadas maduras e desovadas, pode se afirmar

que esta espécie desova de forma contínua, durante o ano todo, como é comum nos

membros da família Sciaenidae (LOWE-MCCONELL, 1966). Sendo a fecundidade

média maior que 20 mil ovos por ano, e o risco baixo, foi assumida uma desova demersal

com risco médio. Cynoscion acoupa alimenta-se basicamente de peixes e também de

crustáceos, principalmente, camarões da família Penaeidae (SANIO, 1998); seu nivel

trófico é alto, e também seu risco.

Como para as outras pescarias demersais, consideramos os riscos associados com a

Acessibilidade, Vulnerabilidade e Seletividade como altos. Nas espécies alvo, a

Mortalidade pós-captura é sempre alta. O risco total para esta espécie é alto.

Pescada branca (Cynoscion leiarchus)

Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o

resultado da análise são apresentados na Figura 13.

Figura 13. Análise de produtividade e susceptibilidade da Pescada branca

(Cynoscion leiarchus).

O único dado encontrado foi o tamanho máximo médio, os indivíduos podem alcançar

até 60 cm de comprimento total (MENEZES; FIGUEIREDO, 1980), assim sendo baixo

risco (menor do que 100 cm).

Nenhum trabalho referente a idade média de primeira maturação foi encontrado, mas

considerando que é um peixe que cresce e se reproduz rapidamente, como é comum nos

membros da família Sciaenidae, é adequado marcar 1 para este atributo, caracterizando

baixo risco.

Quanto a idade média máxima não foram encontrados estudos, portanto admite-se o

3, risco máximo.

Em relação ao comprimento de primeira maturidade admitimos risco 1 devido ao

comprimento máximo, sendo lógico para a especie alcancar a maturidade com menos de

40 cm.

Estratégia reprodutiva, por ser da mesma família Sciaenidae supomos que são peixes

de desova demersal.

Como para as outras pescarias demersais, consideramos os riscos associados com a

Acessibilidade, Vulnerabilidade e Seletividade como altos. Nas espécies alvo, a

Mortalidade pós-captura é sempre alta. E o risco total para a espécie também é alto.

Robalo flecha (Centropomus undecimalis)

Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o

resultado da análise são apresentados na Figura 14.

Figura 14. Análise de produtividade e susceptibilidade do Robalo (Centropomus

undecimalis).

C.undecimalis é encontrado no Atlântico Ocidental: sul da Flórida (EUA), costa

do sudeste do Golfo do México, na América Central e do Sul que se estende para o sul do

Rio de Janeiro, Brasil. Também Carolina do Norte e Texas, EUA. (Fishbase, 2015)

Segundo Patrona (1984), o Robalo atinge sua maturação com cerca de 5 anos

(risco médio). Possui um nível trófico 4, ou seja, baixo risco (CERQUEIRA; TSUZUKI,

2009). Verificou que essa espécie possui uma idade máxima média de 29,3 anos (risco

alto) e um comprimento máximo de 140 cm (risco médio) e um tamanho médio de

primeira maturação de 42 cm (baixo médio)(FISHBASE, 2015). Possui desova demersal

como sua estratégia reprodutiva (risco médio) (CERQUEIRA; BALDISSEROTTO;

GOMES, 2005).

Pelas suas caraterísticas costeiras e seu alto interesse comercial, para todas as

variáveis de susceptibilidade avaliadas, essa espécie obteve um risco alto. Sua pontuação

de risco total foi de 3,69, um alto risco.

Serra (Scomberomorus brasiliensis)

Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o

resultado da análise são apresentados na Figura 15.

Figura 15. Análise de produtividade e susceptibilidade do Serra (Scomberomonus

brasiliensis).

É encontrado no Atlântico Ocidental, ao longo das costas de Caribe e Atlântico e

América do Sul e Central, de Belize até Rio Grande do Sul, Brasil (Fishbase, 2015).

S. brasiliensis possui uma idade média de primeira maturação de 3,7 anos, baixo

risco (ALCÂNTARA-FILHO, 1977), é uma espécie vive cerca de 40 anos, conferindo

um alto risco e um comprimento máximo de 161,54 cm (risco médio) (XIMENES, 1981).

Possui uma fecundidade de cerca 14.000 ovos por desova (risco médio) (BARBIERI;

BARBIERI, 1988).

O comprimento médio de primeira maturidade é de 48,6 cm (risco médio)

(ALCÂNTARA-FILHO, 1977). Sua estratégia reprodutiva é em água abertas (risco

baixo) (MOTA ALVES; TOMÉ, 1968), com um nível trófico 4 (alto risco) (MENEZES,

1970).

É uma espécie costeira de grande interesse econômico, portanto, os riscos da

Acessibilidade, Vulnerabilidade e Seletividade foram consideradas altas. Como trata-se

de uma espécie alvo, a Mortalidade pós-captura sempre será alta. O risco total para

Scomberomorus brasiliensis, foi de 3,61 caracterizando um risco alto.

Sirigado ou Badejo quadrado (Mycteroperca bonaci)

Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o

resultado da análise são apresentados na Figura 16.

Figura 16. Análise de produtividade e susceptibilidade do Sirigado (Mycteroperca

bonaci).

É encontrado no Atlântico Ocidental, Bermuda e Massachusetts até o sul do

Brasil, incluindo o sul do Golfo do México e Caribe (Fishbase, 2015).

De acordo com a IUCN, Mycteroperca bonaci é um peixe hermafrodita

protândrico e a idade média de primeira maturação é de 5,2 anos para as fêmeas e de 15,5

anos para os machos, levando a um alto risco (FERREIRA, 2008).

O tamanho médio da primeira maturidade é de 82,6 cm para as fêmeas e 103,3 cm

para os machos (FISHBASE, 2015), caracterizando um risco médio.

O tamanho máximo médio para esta espécie é de 150 cm (FISHBASE, 2015),

caracterizando um risco médio.

A M. bonaci se alimenta principalmente de peixes (IUCN, 2008), caracterizando

um nível trófico de alto risco.

Como em outras espécies demersais costeiras, os critérios de Acessibilidade e

Vulnerabilidade são considerados altos, bem como para espécies alvo a Mortalidade pós-

captura sempre será alta.

Os pescadores utilizam linha de mão e compressor para a captura dos animais e

devido as características dos animais, foi decidido que a Seletividade apresenta um alto

risco. Portanto, seu risco total será alto.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A análise mostra um cenário de alto risco para a maioria das espécies

comercializadas no Estado de Ceará e no Brasil todo. Essa situação requer alguma classe

de intervenção para mitigar esses riscos, gerando uma maior probabilidade de

sustentabilidade para essas pescarias.

Em uma primera aproximação, pode se observar que simplesmente conseguindo

a informação faltante (destacada em amarelo nas tabelas) nao se resolve a situação dos

riscos altos. Portanto é preciso operar sobre os fatores de Susceptibilidade.

Entre estes, o risco relacionado com a Acessibilidade poderia ser reduzida criando

zonas e temporadas sem pesca, especialmente no período reprodutivo e nas zonas de

recrutamento e crecimento. Não vemos a possibilidade de reduzir a Vulnerabilidade, mas

sim é possivel melhorar a Seletividade, evitando a captura de exemplares pequenos que

não tiveram oportunidade de se reproduzir ainda, atualmente predominantes. Sendo

comercializadas todas as espécies analisadas, a Mortalidade Pós-Captura vai ser sempre

cento por cento.

Com a Seletividade melhorada, a cenária muda substancialmente para uma

predominância de riscos médios (Figura 17):

Figura 17. Cenário de riscos melhorando a Seletividade, evitando a captura de

exemplares nao maturos sexualmente (circulo roxo)

E agora sim, se consegue informação faltante sobre Fecundidade para a Cioba e

o Robalo, os riscos podem se uniformizar em riscos médios e baixos (Figura 18), com

maior probabilidade de atingir produtos marinhos sustentáveis.

SCIENTIFIC_NAME Nombre comun

EP

M EM F LM

LP

M ER NT Rr A V S

MP

C Rq Co

lor

on

PS

A p

lot

Puntaje

PSA

Categoria de

Riesgo

Lutjanus purpureus Pargo 2 3 1 1 2 2 3 2,00 3 3 2 3 2,33 3,07 Med

Lutjanus analis Cioba 3 3 2 1 2 2 3 2,29 3 3 2 3 2,33 3,26 High

Lutijanus synagris Ariacó 1 2 1 1 1 2 3 1,57 3 3 2 3 2,33 2,81 Med

Lutjanus jocu Dentão 1 2 2 2 1 2 3 1,86 3 3 2 3 2,33 2,98 Med

Ocyurus chrysurus Guaiúba 2 2 1 1 1 1 2 1,43 3 3 2 3 2,33 2,73 Med

Cynoscion acoupa Pescada amarela 1 3 1 2 2 2 3 2,00 3 3 2 3 2,33 3,07 Med

Cynoscion leiarchus Pescada branca 1 3 2 1 1 2 3 1,86 3 3 2 3 2,33 2,98 Med

Mycteroperca Spp. Badejo 2 2 2 1 1 2 3 1,86 3 3 2 3 2,33 2,98 Med

Scomberomorus cavalla Cavala 2 2 1 2 2 1 3 1,86 3 3 2 3 2,33 2,98 Med

Centropomus undecimalis Robalo 2 3 2 2 1 2 4 2,29 3 3 2 3 2,33 3,26 High

Scomberomorus brasiliensis Serra 1 3 2 2 2 1 3 2,00 3 3 2 3 2,33 3,07 Med

Mycteroperca bonaci Sirigado (Badejo quadrado) 3 3 1 2 2 1 3 2,14 3 3 2 3 2,33 3,16 Med

Panullirus argus Lagosta 1 3 1 1 3 1,80 3 3 2 3 2,33 2,94 Med

Ucides cordatus Caranguejo 1 2 1 2 3 1,80 3 3 1 3 1,65 2,44 Low

Thunnus albacores Atum 1 1 2 2 2 1 3 1,71 3 3 2 3 2,33 2,89 Med

PSA scores (automatic)Susceptibility Scores [1 3]Productivity Scores [1 3]Species

Figura 18. Cenario de riscos depois de determinar a Fecundidade do Cioba e o

Robalo (ovalos roxa)

Como recomendações, podemos enumerar as seguintes:

1) Determinar áreas e temporadas críticas para a reprodução e o crescimento das

espécies comercializadas para definir defesos adaptativos.

2) Orientar estudos tecnológicos para amelhorar a seletividade das artes de pesca e

estabelecer regulamentações que minimizem a captura de exemplares não

maduros.

3) Orientar pesquisas para obter mais informações biológicas, especialmente sobre

Fecundidade, para a Cioba, o Dentão, a Pescada branca, os Badejos e os

Robalos.

4) Fornecer aos circuitos comerciais informação sobre os tamanhos que devem ser

evitados para reduzir os riscos das espécies comercializadas (Ver Anexo I)

5) Propor as grandes cadeias atacadistas e varejistas adotar uma política de

fornecimentos sustentáveis, requerindo aos fornecedores se envolver com as

melhoras aqui sugeridas como condição para continuar comprando seus

produtos.

6) Desenvolver campanhas educativas nas escolas e na mídia sobre os riscos e as

formas de ajudar a resolver esses riscos desde o consumo.

SCIENTIFIC_NAME Nombre comun

EP

M EM F LM

LP

M ER NT Rr A V S

MP

C Rq Co

lor

on

PS

A p

lot

Puntaje

PSA

Categoria de

Riesgo

Lutjanus purpureus Pargo 2 3 1 1 2 2 3 2,00 3 3 2 3 2,33 3,07 Med

Lutjanus analis Cioba 3 3 1 1 2 2 3 2,14 3 3 2 3 2,33 3,16 Med

Lutijanus synagris Ariacó 1 2 1 1 1 2 3 1,57 3 3 2 3 2,33 2,81 Med

Lutjanus jocu Dentão 1 2 2 2 1 2 3 1,86 3 3 2 3 2,33 2,98 Med

Ocyurus chrysurus Guaiúba 2 2 1 1 1 1 2 1,43 3 3 2 3 2,33 2,73 Med

Cynoscion acoupa Pescada amarela 1 3 1 2 2 2 3 2,00 3 3 2 3 2,33 3,07 Med

Cynoscion leiarchus Pescada branca 1 3 2 1 1 2 3 1,86 3 3 2 3 2,33 2,98 Med

Mycteroperca Spp. Badejo 2 2 2 1 1 2 3 1,86 3 3 2 3 2,33 2,98 Med

Scomberomorus cavalla Cavala 2 2 1 2 2 1 3 1,86 3 3 2 3 2,33 2,98 Med

Centropomus undecimalis Robalo 2 3 1 2 1 2 4 2,14 3 3 2 3 2,33 3,16 Med

Scomberomorus brasiliensis Serra 1 3 2 2 2 1 3 2,00 3 3 2 3 2,33 3,07 Med

Mycteroperca bonaci Sirigado (Badejo quadrado) 3 3 1 2 2 1 3 2,14 3 3 2 3 2,33 3,16 Med

Panullirus argus Lagosta 1 3 1 1 3 1,80 3 3 2 3 2,33 2,94 Med

Ucides cordatus Caranguejo 1 2 1 2 3 1,80 3 3 1 3 1,65 2,44 Low

Thunnus albacores Atum 1 1 2 2 2 1 3 1,71 3 3 2 3 2,33 2,89 Med

PSA scores (automatic)Susceptibility Scores [1 3]Productivity Scores [1 3]Species

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALCÂNTARA-FILHO, P. Sobre a reprodução e fecundidade do serra, Scomberomorus

maculatus (Mitchill), no Estado do Ceará. Arq. Ciên. Mar, Fortaleza, 12 (2). P. 117-

122, 1977.

ALLEN, G.R. FAO Species Catalogue. Vol. 6. Snappers of the world. An annotated and

illustrated catalogue of lutjanid species known to date. FAO Fish. Synop. 125(6):208 p.

Rome: FAO, 1985.

ALVES, M. I. M. Sobre a reprodução do caranguejo uçá, Ucides cordatus (Linnaeus),

em mangues do Estado do Ceará (Brasil). Arq. Ciên. Mar, v. 15, n. 2, 1975. p. 85 – 91.

ARAÚJO, J. N.; MARTINS, A. S.; COSTA, K. G. 2002. Idades e crescimento da

Guaiuba, Ocyurus chrysurus, da costa central do Brasil. Revista Brasileira de

Oceanografia, v. 50, p. 47-57.

ASCHENBRENNER, A. C. Idade, crescimento e mortalidade do Ariocó Lutjanus

synagris (Linnaeus, 1758) capturados pela frota artesanal no Banco de Ilhéus, BA.

UESC, 2009.

BARBIERI, G; BARBIERI, M. C. Curva de maturação, tamanho de primeira maturação

gonadal e fecundidade de Astyanax bimaculatus e Astyanax fasciatus,da represa do

Lobo, Estado de S. Paulo (Osteichthyes, Characidae). Revista Ceres, 35 (197). p.64-77,

1988.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Instrução Normativa MMA n° 53, de

22 de novembro de 2005. Brasília, 5p.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Programa REVIZEE: Avaliação do Potencial

Sustentável de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva. MMA - REVIZEE

Brasília. 5p, 2006.

BRASIL. Secretaria Especial de Pesca e Aquicultura da Presidência da República

(SEAP), Fundação de Amparo à Pesquisa de Recursos Vivos na Zona Econômica

Exclusiva (PROZEE) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis (IBAMA). Monitoramento da atividade pesqueira no litoral do Brasil. 2006.

Brasília, 327 p.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Programa REVIZEE: síntese sobre

distribuição, abundância, potencial pesqueiro e biologia lagosta-vermelha Panulirus

argus (Latreille) e a lagosta-verde Panulirus laevicauda (Latreille)do nordeste do

Brasil, p.6, 2006.

BRASIL. Secretaria Especial de Pesca e Aquicultura da Presidência da República

(SEAP), Fundação de Amparo à Pesquisa de Recursos Vivos na Zona Econômica

Exclusiva (PROZEE) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis (IBAMA). Monitoramento da atividade pesqueira no litoral nordestino-

PROJETO ESTATPESCA. 2008. Tamandaré, 385 p.

BRASIL. Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). Boletim Estatístico da Pesca e

Aquicultura. 2012. Brasília, 129 p.

CAMPOS, A. A. Crustáceos decápodos do Nordeste brasileiro – Lista sistemática e guia

de identificação das espécies de interesse comercial. Dissertação (Mestrado em

Engenharia de Pesca e Recursos Pesqueiros). Universidade Federal do Ceará,Fortaleza,

p.173, 1995.

CERQUEIRA, V.R.; BALDISSEROTTO, B.; GOMES, L.C. Cultivo de robalo-peva,

Centropomus parallelus. In: Espécies nativas para piscicultura no Brasil. Santa Maria:

Ed. da UFSM. p.403-431, 2005.

CERQUEIRA, V.R.; TSUZUKI, M.Y.A review of spawning induction, larviculture,

and juvenile rearing of the fat snook, Centropomus parallelus. Fish PhysiolBiochem,

Amsterdam, v.35, p.17-28, 2009.

COLLETTE, B. B.; RUSSO, J. L. 1984. Morphology, systematics and biology of the

Spanish mackerels (Scomberomorus, Scombridae). Fish. Bull., U.S. 82:545-692.

CORRÊA, I. C. T; GESTEIRA, T. C. V. "Sinopse das observações sobre a bioecologia

e pesca do caranguejo-uçá, Ucides cordatus cordatus (Linnaeus, 1763), capturado em

estuários de sua área de ocorrência no Brasil." Boletim Técnico científico. CEPENE 7

(1999): 9-51.

COSTA, F.E.S.; BRAGA, F.M.S.; AMORIM, A.F.; ARFELLI, C.A. 2005. Fishery

biology of the yellowfin tuna, Thunnus albacares, in southern Brasil. Col. Vol. Sci. Pap.

ICCAT, 58(1): 309-349

COSTA, R. S. .Biologia do caranguejo-uçá, Ucides cordatus (Linnaeus, 1763)

(Crustácea – Decápado), do nordeste brasileiro. Bola Soc. Cear. Agron., 20, 1979, 1-74.

FERREIRA, B.P. Mycteroperca bonaci. 2008. The IUCN Red List of Threatened

Species. Version 2014.3. Disponível em: <www.iucnredlist.org> Acesso em: 17 de

Maio de 2015.

FIGUEIREDO, M.B. Biologia Reprodutiva da Albacora bandolim Thunnus obesus

(Lowe, 1839) no Oceano Atlântico Oeste Tropical.

FINUCANE, J. H. Reproductive biology of king mackerel, Scomberomorus cavalla,

from the southeastern United States. Fishery Bulletin: v. 84, n. 4, p. 841-850, Abr. 1986.

FISHBASE, World Wide Web electronic publication. Disponível em <

http://www.fishbase.org/summary/9386 > Acesso em 15 de maio de 2015.

FISHBASE. World Wide Web electronic publication. Disponível em:<

www.fishbase.org/Summary/SpeciesSummary.php?ID=120&AT=cavala>. Acesso em:

17 de Maio de 2015.

FISHBASE. World Wide Web electronic publication. Disponível em:<

www.fishbase.org/summary/speciessummary.php?id=345>. Acesso em: 17 de Maio de

2015.

FISHBASE. World Wide Web electronic publication. Disponível em:<

http://www.fishbase.org/summary/1209>. Acesso em: 17 de Maio de 2015.

FISHBASE, World Wide Web electronic publication. Disponível em <

http://www.fishbase.org/summary/345> Acesso em 19 de maio de 2015.

FISHBASE, World Wide Web electronic publication. Disponível em <

http://www.fishbase.org/summary/119> Acesso em 19 de maio de 2015.

FISHBASE, World Wide Web electronic publication. Disponível em <

http://www.fishbase.org/summary/1209> Acesso em 19 de maio de 2015.

FISHBASE, World Wide Web electronic publication. Disponível em <

http://www.fishbase.org/summary/1169> Acesso em 19 de maio de 2015.

FONTELES-FILHO, A.A.; Biologia pesqueira e dinâmica populacional da Lagosta

Panulirus laevicauda (Latreille), no Nordeste setentrional do Brasil. Arq. Ciên. Mar,

Fortaleza, 19 (1/2), p. 1-43,1979.

FONTELES FILHO, A.A.; XIMENES, M.O.C.; MONTEIRO, P.H.M. Sinopse de

informações sobre as lagostas Panulirus argus e Panulirus laevicauda (Latreille), no

Nordeste do Brasil. Arq. Ciên. Mar, Fortaleza, 27: 1-19.1988

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS

(FAO). FAO Species Catalogue. Snappers of the World: an annotated and illustrated

catalogue of lutjanids species known to date. Rome: FAO, 1985, 208 p. Volume 6.

FROESE, R. e PAULY D. (Editors). 2008. [Online] Recordes de comprimento, peso e

idade. Homepage: www.fishbase.org

GRIMES, C.B. 1987. Reproductive biology of the lutjanidae: a review. Pages 239-294

in J.J. Polovina and S. Ralston (eds.) Tropical Snappers and Groupers: Biology and

Fisheries Management. Westview Press., Boulder, Colorado USA.

HOBDAY, A.J., A. SMITH, y I. STOBUTZKI. Ecological risk assessment for

Australian Commonwealth fisheries, final report. Report R01/0934 to the Australian

Fisheries Management Authority, Canberra, Australia. 2004. 72 p.

HOBDAY, A.J. Including a risk-based component in the MSC certifi cation process: a

solution for data-defi cient and smallscale fi shery assessments. Guidance document for

the Marine Stewardship Council, London, June 2007. 58 p.

HOBDAY, A.J., A. SMITH, H. WEBB, R. DALEY, S. WAYTE, C. BULMAN, J.

DOWDNEY, A. WILLIAMS, M. SPORCIC, J. DAMBACHER, M. FULLER y T.

HOLTHUIS, B. L. The crustacea decapoda of Suriname (Dutch Guiana). Zool.

Vernham, v. 44, p. 1-296, 1979.

IVO, C.T.C. Biologia, pesca e dinâmica populacional das lagostas Panulirus argus e

Panulirus laevicauda (Laterille) (Crustacea; Palinuridae), capturados ao longo da

plataforma continental do Brasil, entre os Estados do Amapá e Espírito Santo.Tese de

Doutorado apresentado ao programa de Pós-graduação em Ecologia e Recursos Naturais

da Universidade Federal de São Carlos,São Carlos. P. 279, 1996.

IUCN. IUCN Red List of Threatened Species. Disponível em:<

http://www.iucnredlist.org/details/170339/0> Acesso em: 17 de Maio de 2015.

KLIPPEL, S.; PERES, M. B. Resultados da avaliação de estoques das dez principais

espécies na pesca de linha de mão da costa central do Brasil. Relatório de Atividades.

Rel. Téc., Programa REVIZEE, Rio Grande, 2002.

LEGAT, J. F. A; LEGAT, A. P; PEREIRA, A. L. M; GOES, J. M; GOES, L. C. F;

ROUTLEDGE, E. A. B. Biologia, ecologia e pesca do caranguejo uca Teresina:

Embrapa Meio- Norte; Brasilia, DF; MAPA. Secretaria Especial de Aquicultura e

Pesca, 2007.

LESSA, R.; NÓBREGA, M. F. Guia de Identificação de peixes marinhos da região

Nordeste. Relatório de atividades, Programa REVIZEE, 2000.

LIMAS, M. A e TRAVASSOS, P. REVISÃO DA BIOLOGIA E PESCA DA

ALBACORA LAJE Thunnus albacares (Bonnaterre, 1788) NO OCEANO

ATLÂNTICO. Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2009.

LOWE-McCONELL, R. H. The fishcs of the British Guiana continental shelf or

Atlantic coast of South America, with notes on their natural history. J. LÍnn. Soc., Zoo!

1966. 44(301):669-700.

MENEZES, M. F. Alimentação da serra, Scomberomorus maculatus (Mitchill), em

águas costeiras do estado do Ceará. Arq. Est.Biol. Mar. Univ. Fed. Ceará. 9 (1), p.15-

20, 1970.

MENEZES, N.A.; l.L. FIGUEIREDO. Manual de Peixes Marinhos do Sudeste do

Brasil. IV. Teleostei (3). São Paulo, Museu de Zoologia, Univ. São Paulo, 1980. 96p.

MOTA ALVES, M.I.; TOMÉ, G.S. Observações sobre o desenvolvimento maturativo

das gônadas da serra, Scomberomorus maculatus (Mitchill, 1815). Arq. Est. Biol. Mar.

Univ. Fed. Ceará, 8(1), p.25-30, 1968.

NASCIMENTO, S. A. Biologia do caranguejo-uçá (Ucides cordatus). Aracaju:

ADEMA, 1993, 48 p.

PASSOS NETO, O. P. Avaliação da desova induzida hormonalmente e qualidade dos

ovos de Ariacó Lutjanus synagris (Linnaeus, 1758). Universidade Federal do

Ceará, 2010.

PATRONA, L.D. Contribution à labiologiedu “robalo” Centropomus parallelus (Pisces

Centropomidae) dusud-estdu Brésil: possibilite saquacoles. Institut National

Polythecnique de Toulouse, Tese de Doutorado. 175 p, 1984.

SALES, R.; OSÓRIO, F. M.; MAÍRA, B. Correição: fenômeno de agregação

reprodutiva da cavala, Scomberomorus cavala (CUVIER, 1829), no nordeste do Brasil.

Bol. Téc. Cient. CEPENE, Tamandaré - PE - v. 18, n. 1, p. 87-90, 2010.

SANYO, T. M. Draft Report for the Fishery Resources study of the Amazon ahd

Tocantins Rivers Mouth Áreas in the Federative Republic of Brazil, 1998. 334 p.

STOBUTZKI, I., M. MILLER y D. BREWER. Sustainability of fishery bycatch: a

process for assessing highly diverse and numerous bycatch. Environmental

Conservation. 28:167-181. 2001.

STOBUTZKI, I.C., M.J. MILLER, D.S. HEALES y D.T. BREWER. Sustainability of

elasmobranchs caught as bycatch in a tropical prawn (shrimp) trawl fishery. Fishery

Bulletin 100:800-821. 2002.

SMITH, A.D.M., E.J. FULTON, A.J. HOBDAY, D.C. SMITH, y P. SHOULDER.

Scientific tools to support the practical implementation of ecosystem-based fisheries

management. ICES Journal of Marine Science 64:633-639. 2007.

SOLETCHNIK, P., M. SUSQUET, E. THOUARD, AND J.P. MESDOUZE.1989.

Spawning of the yellowtail snapper (Ocyurus chtysurus Bloch 1791) In captivity.

Aquaculture 77:287-289.

SOUZA, R.; IKEDA, R.; FONSECA, A.; SOUZA, L.; BRITO, C.; FRÉDOU, F. L.;

LIMA, P. R.; CASTRO. A. C. L. & DOURADO, E. Dinâmica populacional da serra

Scomberomorus brasiliensis da costa Norte do Brasil. Relatório de atividades. Programa

REVIZEE, 2003.

SQUIRES, H. J.; RIVEROS, G. Fishery biology of spiny lobsters Panulirus argus of

the Guajira Peninsula of Colombian South America 1969-1970. Proc. NatlShelfish.Ass.

v.68, p. 63-74. 1978

TREJO-MARTÍNEZ, J.; THIERRY BRULÉ; SANCHEZ-CRESPO, M. "Reproduction

in Yellowtail Snapper Ocyurus chrysurus B. 1790, from the Campeche Bank,

Southeastern Gulf of Mexico."2010.

WALKER, T. Chapter 13: Management Measures. Management Technicques for

Elasmobranch fisheries. Ed. J.A. Musick, R. Bonfi l. FAO. Fisheries Technical Paper

474. 2005. 261 p.

WALKER. Ecological risk assessment for the effects of fishing: methodology. Report

R04/1072 for the Australian Fisheries Management Authority, Canberra. 2007. 174 p.

XIMENES, M.O.C. Idade e crescimento da serra, Scomberomorus brasiliensis, no

Estado do Ceará. Arq. Ciên. Mar, Fortaleza, 21(1/2). p. 47-54, 1981

Anexo I

Tamanhos mínimos aceitos pela cadeia de comercialização

SCIENTIFIC_NAME Nome comum

Tamanho mínimo

(cm) Observacões

Lutjanus purpureus Pargo 44

Lutjanus analis Cioba 41

Lutijanus synagris Ariacó 23

Lutjanus jocu Dentão 32

Ocyurus chrysurus Guaiúba 21

Cynoscion acoupa Pescada amarela 41

Cynoscion leiarchus Pescada branca 30 + Pesquisa

Mycteroperca Spp. Badejo 23

Scomberomorus cavalla Cavala 50

Centropomus undecimalis Robalo 50

Scomberomorus brasiliensis Serra 49

Mycteroperca bonaci Sirigado (Badejo quadrado) 100

Panullirus argus Lagosta vermelha 13-20,5 Cauda-Total

Panulirus laevicauda Lagosta verde 11-17,5 Cauda-Total

Ucides cordatus Caranguejo 6 Carapaça

Thunnus albacores Atum 140

As células marcadas em amarelo precisam de mais pesquisa para determinar um

tamanho mínimo seguro.