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ANÁLISE DA INDÚSTRIA DE PAPEL E CELULOSE NO BRASIL Carlos Renato Antunes Lopes UFRJ - Instituto de Pós-graduação e Pesquisa em Administração – COPPEAD. Mestrado em Administração Orientador: Cláudio Roberto Contador Ph.D. em Economia Rio de Janeiro 1998

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ANÁLISE DA INDÚSTRIA DE PAPEL E CELULOSE NO BRASIL

Carlos Renato Antunes Lopes

UFRJ - Instituto de Pós-graduação e

Pesquisa em Administração – COPPEAD.

Mestrado em Administração

Orientador: Cláudio Roberto Contador

Ph.D. em Economia

Rio de Janeiro

1998

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ANÁLISE DE INDÚSTRIA DE PAPEL E CELULOSE NO BRASIL

Carlos Renato Antunes Lopes

Dissertação submetida ao corpo docente do Instituto de Pós-

graduação e Pesquisa em Administração – COPPEAD – da Universidade

Federal do Rio de Janeiro – UFRJ –, como parte dos requisitos necessários

à obtenção do grau de Mestre.

Aprovada por:

Prof. ______________________________________ - Orientador

Prof. Cláudio Roberto Contador - UFRJ / COPPEAD

Ph.D. em Economia

Prof. ______________________________________

Prof. Agrícola de Souza Bethlem - UFRJ / COPPEAD

D.Sc. em Administração

Prof. ______________________________________

Prof. Carlos Alberto Cosenza - UFRJ / COPPE

D.Sc. em Engenharia de Produção

Rio de Janeiro

1998

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LOPES, Carlos Renato Antunes.

Análise da indústria de papel e celulose no Brasil / CarlosRenato Antunes Lopes. Rio de Janeiro: UFRJ / COPPEAD, 1998.

xii , 130 p. il.

Dissertação – Universidade Federal do Rio de Janeiro,COPPEAD.

1. Análise estrutural 2. Indústria de celulose 3. Indústria depapel e papelão 4. Tese (Mestrado – UFRJ / COPPEAD). I. Título

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AGRADECIMENTOS

O desenvolvimento desta tese de mestrado somente foi possível

devido à colaboração de algumas pessoas, às quais gostaria de realizar um

agradecimento especial.

Renato Correa Lopes e Zuleide Antunes Lopes, meus pais, agradeço

pelo amor e pela dedicação durante toda a vida, permitindo concluir meus

estudos e realizar este trabalho.

Valeska de Souza Barbosa, minha companheira, agradeço pelo amor

e pela paciência nestes últimos 2 anos.

Cláudio Roberto Contador, orientador da tese, agradeço pela

paciência e pela orientação durante todo o trabalho.

José Carlos Garbes, colega de trabalho da Cia Suzano de Papel e

Celulose, agradeço pelo farto material fornecido para este trabalho e pelos

comentários.

Contatos com autor: http://www.crlopes.com

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LOPES, Carlos Renato Antunes. Análise da indústria de papel e

celulose no Brasil. Orientador: Cláudio Roberto Contador. Rio de

Janeiro: UFRJ / COPPEAD, 1998, 130p. Tese.

RESUMO

A maioria dos trabalhos sobre a Indústria de Papel e Celulose no

Brasil são aprofundados demais em determinados assuntos, ora sugerindo

melhorias no processo produtivo, ora tratando de um segmento de mercado.

O presente trabalho tem como objetivo analisar de forma abrangente o

Setor, reunindo, em um documento compacto, informações que possam

mostrar a realidade atual e os desafios que estão por vir nos próximos anos.

Neste sentido, foram levantados dados junto às principais fontes de

documentação que existem sobre o tema. Estes inúmeros dados,

devidamente organizados e ordenados, foram tratados analiticamente, tendo

como objetivo a obtenção de uma Análise da Indústria de Papel e Celulose,

com ênfase no Brasil.

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LOPES, Carlos Renato Antunes. Análise da indústria de papel e celulose

no Brasil. Orientador: Cláudio Roberto Contador. Rio de Janeiro:

UFRJ / COPPEAD, 1998, 130p. Tese.

ABSTRACT

Most studies about pulp and paper industry in Brazil are too focused

in specific subjects, like researching improvements in production process

or marketing analysis. This work aims to join in a single document,

technical and market information, in order to show how this industry is

structured now and which challenges will come next years.

In this sense, informations collected from many pulp and paper

sources, have been selected and organised, and data has been treated

mathematically to give an Analysis of the Brazilian Pulp and Paper

Industry.

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LISTA DE QUADROS

p.

Quadro 1 - Dados Ambientais de Plantas Químicas de Celulose no Mundo ..................................................35Quadro 2 - Tarifas de Importação de Papel e Celulose no Brasil......................................................................61Quadro 3 - Custos de Produção de Celulose dos Principais Produtores Mundiais ........................................64Quadro 4 - Resultados Empíricos da Regressão do Consumo Aparente Agregado de Papel ................... 109Quadro 5 - Resultados Empíricos da Regressão do Consumo Aparente de Papel de Imprensa............... 110Quadro 6 - Resultados Empíricos da Regressão do Consumo Aparente de Cartão.................................... 112Quadro 7 - Resultados Empíricos da Regressão do Consumo Aparente de Embalagem........................... 113Quadro 8 - Resultados Empíricos da Regressão do Consumo Aparente de Papel de I&E........................ 114Quadro 9 - Resultados Empíricos da Regressão do Consumo Aparente de Papel Especial ...................... 116Quadro 10 - Resultados Empíricos da Regressão do Consumo Aparente de Papel Sanitário ..................... 117

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LISTA DE TABELAS

p.

Tabela 1 - Maiores Grupos Produtores de Papel e Celulose no Mundo ..........................................................32Tabela 2 - Capacidade dos Principais Países por Tipo de Fibra ........................................................................41Tabela 3 - Consumo Mundial de Celulose Sulfato Branqueada de Mercado .................................................42Tabela 4 - Maiores Produtores de Celulose de Eucalipto no Mundo...............................................................42Tabela 5 - Maiores Exportadores de Celulose por Tipo de Fibra no Mundo.................................................43Tabela 6 - Maiores Unidades Fabris de Celulose no Mundo.............................................................................44Tabela 7 - Consumo Mundial de Papel..................................................................................................................48Tabela 8 - Consumo Mundial de Papel por Tipos ...............................................................................................48Tabela 9 - Principais Países Produtores e Principais Países Consumidores ....................................................49Tabela 10 - Países com Maior % de Reciclagem de Papel...................................................................................62Tabela 11 - Principais Fabricantes de Celulose no Brasil .....................................................................................68Tabela 12 - Principais Fabricantes de Celulose de Mercado no Brasil...............................................................68Tabela 13 - Taxas de Crescimento Anual da Produção de Papel por Segmento no Brasil .............................70Tabela 14 - Principais Fabricantes Brasileiros de Papel em Toneladas .............................................................71Tabela 15 - Evolução da Exportação por Segmentos no Brasil ...........................................................................76Tabela 16 - Destino das Exportações Brasileiras de Papel...................................................................................77Tabela 17 - Evolução dos Principais Grupos Exportadores no Brasil ................................................................78Tabela 18 - Principais Exportadores de Celulose no Brasil..................................................................................78Tabela 19 - Destino das Exportações Brasileiras de Celulose.............................................................................79Tabela 20 - Evolução da Importação de Papel por Segmentos no Brasil ...........................................................80Tabela 21 - Origem das Importações Brasileiras de Papel....................................................................................81Tabela 22 - Crescimento da Produção de Papéis de Imprimir & Escrever no Brasil .......................................85Tabela 23 - Crescimento da Produção de Papéis de Embalagem no Brasil .......................................................91Tabela 24 - Crescimento da Produção de Papéis Sanitários no Brasil................................................................95Tabela 25 - Crescimento da Produção de Papéis de Cartões e Cartolinas no Brasil..................................... 100Tabela 26 - Crescimento da Produção de Papéis Especiais no Brasil.............................................................. 104

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LISTA DE FIGURAS

p.

Figura 1 - Fluxo da Extração da Celulose através do Processo Químico.........................................................19Figura 2 - Processo de Fabricação desenvolvido por Ts’Ai Lun.......................................................................22Figura 3 - Fluxo do Processo de Fabricação de Papel........................................................................................23Figura 4 - Participação de Fibras Virgens na Produção de Papel......................................................................37Figura 5 - Evolução do Preço da Celulose Sulfato Branqueada de Fibra Longa............................................39Figura 6 - Comparação dos Preços da Celulose de Fibra Longa e Fibra de Eucalipto..................................40Figura 7 - Saldo do Setor de Papel e Celulose na Balança Comercial Brasileira ..........................................54Figura 8 - Principais Fabricantes de Papel no Brasil...........................................................................................55Figura 9 - Principais Produtores de Celulose de Mercado no Brasil ................................................................55Figura 10 - Principais Fabricantes de Celulose no Brasil .....................................................................................56Figura 11 - Distribuição Geográfica da Produção de Papel no Brasil ................................................................57Figura 12 - Distribuição Geográfica da Produção de Celulose no Brasil..........................................................57Figura 13 - Participação do Setor de Papel e Celulose nas Exportações Brasileiras .......................................61Figura 14 - Participação de Setor de Papel e Celulose nas Importações Brasileiras........................................62Figura 15 - Ciclo Médio de Corte em Diversas Regiões do Mundo...................................................................63Figura 16 - Produção por Tipo de Pasta Celulósica no Brasil..............................................................................67Figura 17 - Evolução da Produção de Celulose no Brasil .....................................................................................67Figura 18 - Produção de Papel por Segmento no Brasil........................................................................................69Figura 19 - Evolução da Produção de Papel no Brasil - Todos os Segmentos .................................................70Figura 20 - Evolução da Produção x Consumo Aparente de Papel no Brasil -Todos os Segmentos............72Figura 21 - Evolução do Consumo de Papel no Brasil - Todos os Segmentos .................................................73Figura 22 - Evolução do Consumo per capta de Papel no Brasil .......................................................................74Figura 23 - Comparação do PIB per capta com a Renda per capta no Mundo................................................74Figura 24 - Evolução da Importação, Exportação e Saldo da Balança Comercial para o Setor Papeleiro ...75Figura 25 - Exportação de Papel por Segmentos no Brasil...................................................................................76Figura 26 - Principais Grupos Exportadores no Brasil ..........................................................................................77Figura 27 - Importação de Papel por Segmentos no Brasil...................................................................................80Figura 28 - Evolução da Produção e do Consumo Aparente dos Papéis de I&E no Brasil.............................86Figura 29 - Evolução da Produção e do Consumo Aparente de Papéis de Imprensa no Brasil......................86Figura 30 - Evolução do Consumo per capta de Papéis de Imprimir & Escrever no Brasil...........................87Figura 31 - Evolução do Consumo per capta de Papéis de Imprensa no Brasil ...............................................87Figura 32 - Produção de Papéis de Imprimir & Escrever por Segmentos no Brasil.........................................88Figura 33 - Distribuição Geográfica da Produção de Papéis de Imprimir & Escrever no Brasil...................88Figura 34 - Evolução da Importação, Exportação e Sado dos Papéis de Imprimir & Escrever.....................89Figura 35 - Evolução da Importação, Exportação e Sado dos Papéis de Imprensa no Brasil .........................90Figura 36 - Principais Produtores de Papéis de Imprimir & Escrever no Brasil ...............................................90Figura 37 - Evolução da Produção e do Consumo Aparente dos Papéis de Embalagem no Brasil ...............92Figura 38 - Evolução do Consumo per capta de Papéis de Embalagem no Brasil...........................................92Figura 39 - Produção de Papéis de Embalagem por Segmentos no Brasil.........................................................93Figura 40 - Distribuição Geográfica da Produção de Papéis de Embalagem no Brasil...................................93Figura 41 - Evolução da Importação, Exportação e Sado dos Papéis de Embalagem no Brasil....................94Figura 42 - Principais Produtores de Papel de Embalagem no Brasil.................................................................94Figura 43 - Evolução da Produção e do Consumo Aparente de Papéis Sanitários no Brasil..........................96Figura 44 - Evolução do Consumo per capta de Papéis Sanitários no Brasil ...................................................96Figura 45 - Produção de Papéis Sanitários por Segmentos no Brasil .................................................................97Figura 46 - Distribuição Geográfica da Produção de Papéis Sanitários no Brasil ............................................97Figura 47 - Evolução da Importação, Exportação e Sado dos Papéis Sanitários no Brasil .............................98Figura 48 - Principais Produtores de Papéis Sanitários no Brasil........................................................................99Figura 49 - Evolução da Produção e do Consumo Aparente de Cartões e Cartolinas no Brasil................. 100Figura 50 - Evolução do Consumo per capta de Cartões e Cartolinas no Brasil........................................... 101Figura 51 - Produção de Cartões e Cartolinas por Segmentos no Brasil ......................................................... 101Figura 52 - Distribuição Geográfica da Produção de Cartões e Cartolinas no Brasil ................................... 102

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Figura 53 - Evolução da Importação, Exportação e Sado dos Cartões e Cartolinas no Brasil .................... 103Figura 54 - Principais Produtores de Cartões e Cartolinas no Brasil.............................................................. 103Figura 55 - Evolução da Produção e do Consumo Aparente de Papéis Especiais no Brasil........................ 105Figura 56 - Evolução do Consumo per capta de Papéis Especiais no Brasil ................................................. 105Figura 57 - Produção de Papéis Especiais por Segmentos no Brasil ............................................................... 106Figura 58 - Distribuição Geográfica da Produção de Papéis Especiais no Brasil .......................................... 106Figura 59 - Evolução da Importação, Exportação e Sado dos Papéis Especiais no Brasil ........................... 107Figura 60 - Principais Produtores de Papéis Especiais no Brasil...................................................................... 108Figura 61 - Regressão do Consumo Aparente de Papel Agregado.................................................................. 109Figura 62 - Regressão do Consumo Aparente de Papel de Imprensa.............................................................. 111Figura 63 - Regressão do Consumo Aparente de Cartão................................................................................... 112Figura 64 - Regressão do Consumo Aparente de Papel de Embalagem.......................................................... 113Figura 65 - Regressão do Consumo Aparente de Papel de Imprimir & Escrever.......................................... 115Figura 66 - Regressão do Consumo Aparente de Papel Especial ..................................................................... 116Figura 67 - Regressão do Consumo Aparente de Papel Sanitário .................................................................... 118

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SUMÁRIO

PARTE I: INTRODUÇÃO p.

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 001

1.1 Objetivo....................................................................................................... 001

1.2 Organização do estudo................................................................................ 001

1.3 Evolução histórica....................................................................................... 002

PARTE II: INFORMAÇÕES TÉCNICAS

2 PASTAS PARA FABRICAÇÃO DO PAPEL........................................... 007

3 PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DO PAPEL......................................... 008

3.1 Papéis para Imprimir................................................................................... 008

3.2 Papéis para Escrever.................................................................................... 010

3.3 Papéis para Embalagem............................................................................... 011

3.4 Papéis para Fins Sanitários.......................................................................... 013

3.5 Cartões, Cartolinas e Papelão...................................................................... 014

3.6 Papéis Especiais........................................................................................... 016

4 O PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA CELULOSE................................ 018

4.1 Picagem....................................................................................................... 020

4.2 Polpação...................................................................................................... 020

4.3 Branqueamento............................................................................................ 021

5 O PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO PAPEL........................................ 022

5.1 Preparação da massa.................................................................................... 023

5.2 Máquina de papel........................................................................................ 025

5.3 Aplicações e tratamentos de superfície....................................................... 027

5.4 Acabamento................................................................................................. 028

PARTE III: INFORMAÇÕES DE MERCADO

6 A INDÚSTRIA EM NÍVEL MUNDIAL.................................................... 029

6.1 Características das indústrias de celulose.................................................... 036

6.1.1 Estratégias competitivas.............................................................................. 040

6.1.2 Consumo, produção e comércio mundiais................................................... 041

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6.2 Características das indústrias de papel........................................................ 044

6.2.1 Estratégias competitivas.............................................................................. 047

6.2.2 Produção, consumo e comércio mundial..................................................... 047

6.3 Principais países produtores........................................................................ 049

6.4 Tendências da indústria .............................................................................. 051

7 A INDÚSTRIA DE PAPEL E CELULOSE NO BRASIL..........................053

7.1 Competitividade internacional..................................................................... 063

7.2 Produção de celulose................................................................................... 066

7.3 Produção e consumo de papel..................................................................... 069

7.4 Exportação e importação de papel e celulose.............................................. 074

7.5 Estudos e sugestões para o setor.................................................................. 081

7.6 Previsões de crescimento e investimento.................................................... 084

8 ANÁLISE SEGMENTADA DO MERCADO............................................ 084

8.1 Papéis para Imprimir & Escrever................................................................ 084

8.2 Papéis para Embalagens.............................................................................. 091

8.3 Papéis para Fins Sanitários.......................................................................... 095

8.4 Cartões e Cartolinas..................................................................................... 099

8.5 Papéis Especiais........................................................................................... 104

9 ANÁLISE ECONOMÉTRICA DOS SEGMENTOS DE PAPEL.............. 108

9.1 Regressão do consumo agregado de papel.................................................. 109

9.2 Regressão do consumo de papel de Imprensa............................................. 110

9.3 Regressão do consumo de Cartão................................................................ 111

9.4 Regressão do consumo de papel de Embalagem......................................... 113

9.5 Regressão do consumo de papel de Imprimir & Escrever........................... 114

9.6 Regressão do consumo de papel Especial................................................... 115

9.7 Regressão do consumo de papel para Fins Sanitários................................. 117

PARTE IV: CONCLUSÃO

10 CONCLUSÃO............................................................................................ 118

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 120

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Objetivo

O presente trabalho é um ensaio sobre a Indústria de Papel e

Celulose no Brasil e no mundo. Seu objetivo é mostrar, de forma

abrangente, a formação e a organização do Setor, servindo como fonte para

estudos mais aprofundados sobre o assunto.

A Indústria de Papel e Celulose é de grande importância para a

economia brasileira, sendo responsável por, aproximadamente, 1% do PIB

do país. Devido a esta relevância, diversas entidades e institutos de

pesquisa realizam vários estudos que primam pela excelente qualidade. A

maior parte dos estudos, entretanto, ou está voltada para o processo

produtivo, focando assuntos muito específicos, ou abordam apenas um

segmento do setor, sendo portanto limitados pela própria natureza. O

mérito desta pesquisa exploratória é o de reunir, de forma compacta, o

resultado de inúmeras pesquisas já realizadas, com o objetivo de criar uma

visão abrangente sobre como está estruturado este importante setor

industrial do país. O trabalho também incluiu testes econométricos, para

determinar qual seria a variável que melhor poderia explicar a variação do

consumo de papel no Brasil, sendo que o PIB foi a variável mais

expressiva.

1.2 Organização do estudo

O presente estudo foi dividido em 4 partes. A primeira parte –

capítulo 1 –, contém uma narrativa básica da evolução histórica da

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indústria de papel e celulose no Brasil. A segunda parte – capítulos 2 a 5 –,

contém informações técnicas sobre a indústria. A terceira parte – capítulos

6 a 9 –, contém informações de mercado. A quarta parte – capítulo 10 –,

contém a conclusão do estudo. Os capítulos de 2 a 5 apresentam as

classificações para os diversos tipos de celulose e papel existentes, seguido

de uma breve descrição dos respectivos processos de fabricação. Os

capítulos 6 e 7 apresentam a forma como a indústria está estruturada no

Brasil e no mundo, juntamente com a revisão bibliográfica. O capítulo 8

contém uma análise segmentada do mercado brasileiro e no capítulo 9 são

apresentados os resultados dos testes econométricos. A conclusão revisa os

desafios da indústria para os próximos anos.

1.3 Evolução histórica

A primeira fábrica de papel foi instalada no Brasil em 1852, porém

até 1950, o país possuía apenas uma série de pequenas fábricas de papel,

importando praticamente toda a celulose que consumia. O número de

empresas foi crescendo à medida que aumentavam o mercado consumidor

e a demanda. Os primeiros investimentos significativos no setor surgiram

com o Plano de Metas do Governo Kubitschek (1956-1960). Seguindo o

modelo clássico de substituição das importações, houve um incentivo de

criação de fábricas para cobrir faixas de demanda que:

1) Não podiam ser atendidas pela importação, como o caso de papéis

de qualidade inferior, papéis de baixa relação volume/preço,

papéis de embrulho e embalagens simples;

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2) Produtos que o alto volume de importação tornou viável a

instalação de unidades produtivas, como era o caso de papéis de

imprimir & escrever;

O Plano de Metas foi importantíssimo ao definir uma clara intenção

do governo em desenvolver substancialmente o setor, com ênfase no

atendimento do mercado consumidor, sem ainda considerar as vantagens

competitivas existentes no Brasil para implantar fábricas voltadas para a

exportação. A partir de então, o governo passou a apoiar sistematicamente

o desenvolvimento desta indústria através de medidas tarifárias e de

financiamento, principalmente através do BNDES.

O aumento da produção de papel fez crescer proporcionalmente a

demanda por celulose, criando condições para o desenvolvimento das

fábricas de pasta celulósica. Um dos problemas logo enfrentados foi o de

que a tecnologia de fabricação do papel utilizava basicamente celulose de

coníferas, árvores das quais se extrai celulose de fibra longa. Isto fazia que

países com condições climáticas pouco favoráveis para a produção deste

tipo de árvore, como era o caso do Brasil, ficassem dependentes da

importação de celulose para a fabricação de papel. A partir de pesquisas

iniciadas em 1954 pela Indústria de Papel Leon Feffer S.A. (atual Cia

Suzano de Papel e Celulose), contando com apoio da Universidade da

Flórida, foi aperfeiçoado o processo de fabricação de papel utilizando

100% de celulose de eucalipto. O eucalipto, árvore do ramo das folhosas,

que fornece celulose de fibra curta, mostrou-se extremamente produtivo

para grandes plantações no Brasil.

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Uma pesquisa concluída em 1967, pela empresa José Carlos

Associados – Consultores Industriais –, entitulada “Pesquisa sobre a

Estrutura Brasileira de Produção e de Consumo de Papel e Celulose”,

analisou um universo de 282 fábricas de celulose, de pasta mecânica e de

todos os tipos de papel, traçando um perfil da indústria no Brasil. A

pesquisa demonstrou, já naquela época, uma forte correlação entre o

aumento da renda per capta e o aumento do consumo de papel. Revelou

também, que as empresas brasileiras careciam de capacidade produtiva

capaz de gerar economias de escala para redução dos custos unitários,

maior eficiência de produção e de introdução de modernas técnicas de

administração. A pesquisa serviu de base para o governo estabelecer novas

diretrizes para o financiamento do setor, exigindo volumes mínimos,

induzindo progressivamente o aumento da capacidade produtiva e a

formação de maciços florestais para o fornecimento de matéria-prima.

Em 1968, a empresa norueguesa Borregaard instalou, com o apoio e

a participação do governo, uma unidade fabril no Rio Grande do Sul,

voltada para a exportação de celulose não-branqueada de fibra curta. Este

projeto é considerado um marco do desenvolvimento do setor pelas

seguintes características:

• O projeto da multinacional demonstrava para os brasileiros que a

celulose de fibra curta reunia condições competitivas no mercado

internacional;

• A capacidade produtiva de 500 t/dia, um volume bastante

expressivo para os padrões da época (o governo exigia um mínimo

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de 100 t/dia), mostrava que para ser competitivo no mercado

internacional seria importante a utilização de economia de escala;

• A localização da fábrica em Porto Alegre acarretou custos sociais

e ambientais para a população, demonstrando a necessidade de

equipamentos e legislação de controle ambiental;

As relações entre brasileiros e noruegueses se deterioraram por

motivos diversos, levando a empresa norueguesa a se desfazer de sua

participação no país. Atualmente a fábrica pertence à Rio Grande do Sul

Cia. de Celulose S.A. (Riocell).

Os anos 70 foram de reviravolta no setor, com o aumento do preço

das matérias-primas no mercado internacional e os choques de preço do

petróleo. O aumento do déficit em conta corrente exigiu do país um novo

ciclo de substituição das importações e um maior volume de exportações.

O primeiro grande ciclo de investimentos no setor tem início com o

lançamento do II PND − Plano Nacional de Desenvolvimento −, e do I

PNPC − Plano Nacional de Papel e Celulose −, durante o governo Geisel

(1974-1979). O objetivo de fortalecer o empresariado nacional, aliado à

uma estratégia de integração competitiva, fizeram o governo realizar uma

injeção relevante de recursos no setor (oriundos do PIS-Pasep), inclusive

com a injeção de recursos não-exigíveis, sob a forma de participação direta

ou de financiamento aos acionistas nos projetos considerados prioritários.

A política industrial incentivava, através do financiamento público e de

vantagens fiscais, à expansão da capacidade produtiva, à formação de

maciços florestais, à melhoria da eficiência e à melhoria da produtividade

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nas unidades fabris, visando o auto-abastecimento e a inserção do país no

cenário internacional. Como resultado desta política formaram-se as

grandes empresas que existem hoje no setor, como a Aracruz, Klabin,

Suzano, Votorantim, Ripasa, dentre outras.

Em 1974, outro marco do desenvolvimento do setor no Brasil foi o

projeto da Aracruz Celulose, com volume de investimentos superior a US$

400 milhões e capacidade de produção acima de 1.000 toneladas/dia. O

projeto foi classificado de êxito duvidoso pelo IFC (International Finance

Corporation) por considerar que o país não dispunha de experiência para

realizar um empreendimento desta magnitude e que o retorno não

compensaria. O governo financiou o projeto sozinho e a Aracruz Celulose é

atualmente a maior unidade fabril de celulose do mundo e também um dos

principais fornecedores internacionais de celulose, colocando o Brasil entre

os produtores de celulose de maior potencial do mundo.

Os anos 80 foram de consolidação da posição brasileira no mercado

internacional com o lançamento do II PNPC, incentivando mais uma vez o

aumento da capacidade, o aumento da competitividade, a melhoria dos

padrões de qualidade, a uniformidade dos produtos, a proteção ambiental, a

melhoria do processo produtivo e a melhoria dos controles de processo,

através da introdução de novos equipamentos. A retração econômica na

primeira metade da década contraiu o mercado interno, fazendo com que as

empresas destinassem uma parte maior da produção para as exportações.

Projetos que foram desenvolvidos nesta década levaram à construção da

Bahia Sul Celulose, da Inpacel e da Companhia Florestal Monte

Dourado(Projeto Jari).

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A primeira metade dos anos 90 foi muito difícil para as empresas

nacionais, devido à crise econômica provocada pelos Planos Collor I e II,

pela queda geral dos preços do papel e da celulose no mercado

internacional e pela internacionalização e globalização do setor, com a

diminuição das barreiras tarifárias. A segunda metade vem sendo marcada

pela lenta recuperação das empresas do setor, aliada à retomada da

atividade industrial.

2 PASTAS PARA FABRICAÇÃO DO PAPEL

As pastas celulósicas para a fabricação do papel diferem umas das

outras de acordo com o processo de fabricação, com a quantidade de

produtos químicos adicionados e com os percentuais residuais dos

compostos originais. As principais classificações das pastas, segundo a

BRACELPA (1998, p. 5), são:

• Pasta Química: Obtida através do processo estritamente químico para

eliminar grande parte dos componentes não-celulósicos dos vegetais,

como lignina, hemiceluloses e extrativos.

• Pasta Semiquímica: Obtida através da combinação de processos

químico e mecânico para eliminação dos materiais não celulósicos.

• Pasta Mecânica: Obtida da madeira por processo estritamente

mecânico.

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• Pasta Mecanoquímica: Obtida pela combinação de processos mecânico

e químico;

• Pasta Quimitermomecânica(CTMP): Obtida pela combinação dos

processos químico, térmico e mecânico;

• Pasta Quimimecânica(CMP): Semelhante à pasta mecanoquímica, pois

é obtida pela combinação dos processos químico e mecânico. A

diferença está na ordem em que os processos são aplicados;

• Pasta Branqueada e Pasta Não Branqueada: Pasta que foi ou não

modificada pelo processo de branqueamento.

3 PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DO PAPEL

Os papéis são classificados de acordo com suas finalidades e os

beneficiamentos que receberam durante a fabricação. As principais

classificações, segundo a BRACELPA (1998, p. 9-18), são as seguintes:

3.1 Papéis para Imprimir

Os papéis para imprimir são classificados nas seguintes categorias:

• Acetinados: Papéis com gramatura variando de 56 g/m2 a 90 g/m2,

fabricados, dependendo do tipo, com pasta química branqueada, aparas

ou pasta mecânica. Características: brilho em ambas as faces, sem

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revestimento “couchê”, devido ao seu processamento em supercalandra.

Subdividido em: Acetinado de 1a., Acetinado de 2a., Acetinado em cores

e Ilustração. Usado para impressão com fins comerciais, revistas e

similares, especialmente em rotogravura.

• Bíblia: Papel com gramatura máxima de 50 g/m2, fabricado com pasta

química branqueada. Características: alto teor de carga mineral e elevada

opacidade, podendo conter ou não linhas d’água. Usado para impressão

de bíblias, impressos de espessura baixa e similares.

• Couchê: Papel com gramatura variando de 85 g/m2 a 240 g/m2,

fabricado com pasta química branqueada. Características: possui as

melhores qualidades para a reprodução de “clichés”, devido ao seu

revestimento com cargas minerais em uma ou duas faces. Subdividido

em: Base para couchê, Couchê fora de máquina e Couchê de máquina.

Usado para revistas, panfletos promocionais, catálogos, livros, etc.

• Imprensa: Papel com gramatura variando de g/m2 a 56 g/m2, fabricado

principalmente com pasta mecânica ou mecanoquímica. Características:

pode conter ou não linhas d’água e/ou colagem superficial. Usado para

impressão de jornais e periódicos.

• Jornal: Papel sem limitação de gramatura, fabricado com pasta

mecânica ou mecanoquímica, similar ao imprensa . Características: pode

ser alisado ou monolúcido. Usado para impressos comerciais, blocos de

rascunho, etc.

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• Monolúcido : Papel com gramatura variando de 56 g/m2 a 120 g/m2,

fabricado com pasta química branqueada, pasta mecânica ou aparas,

dependendo do tipo. Características: brilho em uma das suas faces,

obtido com a utilização do cilindro monolúcido. Subdividido em

Monolúcido de 1a. e Monolúcido de 2a. Usado para rótulos, cartazes,

sacolas, embalagens e papéis fantasia.

• Offset: Papel com gramatura variando de 50 g/m2 a 240 g/m2, fabricado

com pasta química branqueada. Características: possui elevada

resistência de superfície. Usado geralmente para impressão em “offset”.

3.2 Papéis para Escrever

Os papéis para escrever são classificados nas seguintes categorias:

• Apergaminhado (Bond): Papel com gramatura variando de 50 g/m2 a

90 g/m2, fabricado com pasta química branqueada. Características: pode

ser branco ou em cores, pode ter ou não marca d’água, alisado , colado e

com boa opacidade. Usado para correspondência em geral, formulários,

impressos, cadernos escolares, envelopes, etc.

• Correspondência Aérea: Papel com gramatura entre 35 g/m2 e 40 g/m2,

fabricado com pasta química branqueada. Características: elevada

opacidade, pode ter ou não marca d’água. Usado essencialmente em

correspondência aérea.

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• Segundas Vias (Flor Post): Papel com gramatura até 32 g/m2, fabricado

com pasta química branqueada. Características: branco ou em cores.

Usado geralmente para segundas-vias em correspondências ou

formulários impressos.

3.3 Papéis para Embalagem

Os papéis para embalagem são classificados nas seguintes

categorias:

• Estiva e Maculatura: Papel para embrulhos leves, com gramatura

variando de 70 g/m2 a 120 g/m2, fabricado com aparas. Características:

acizentado. Usado para embrulhos que não necessitam de boa

apresentação, tubetes e conicais.

• Manilhinha/Padaria: Papel para embrulhos leves, geralmente com

gramatura variando de 40 g/m2 a 45 g/m2, fabricado com aparas, pasta

mecânica ou semiquímica. Características: pode ser monolúcido ou não,

geralmente na cor natural e em folhas dobradas. Usado geralmente nas

padarias.

• Manilha/HD/Hamburguês/Havana/LD/Macarrão: Papel para

embrulhos leves, geralmente com gramatura variando de 40 g/m2 a 100

g/m2, fabricado com pasta mecânica e/ou semiquímica. Características:

monolúcidos em cores características ou cor natural. Usado para

embrulhos no comércio e nas indústrias.

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• Tecido: Papel para embalagens leves, com gramatura variando de 70

g/m2 a 120 g/m2, fabricado com pasta química ou pasta mecânica.

Características: Encontrado geralmente nas cores creme, bege e azul,

possuindo uma boa resistência mecânica. Usado essencialmente para

embrulho de tecidos e na fabricação de envelopes.

• Fósforo : Papel para embalagens leves, com gramatura de 40 g/m2,

fabricado com pasta química. Característica: monolúcido ou não,

geralmente na cor azul. Usado principalmente para forrar caixas de

fósforos.

• Strong: Papel para embalagens leves, com gramatura variando 40 g/m2 a

80 g/m2, fabricado com pasta química, pasta mecânica e/ou aparas,

dependendo do tipo. Características: geralmente monolúcido, branco ou

em cores claras. Subdividido em Strong de 1a. e Strong de 2a. Usado

principalmente na fabricação de sacos de pequeno porte, forro de sacos e

para embrulhos.

• Seda: Papel para embalagens leves, com gramatura variando de 20 g/m2

a 27 g/m2, fabricado com pasta química branqueada ou não.

Características: branco ou em cores. Usado para embalagens leves,

embrulhos de objetos artísticos, intercalação, enfeites, proteção de frutas,

etc.

• Impermeáveis: Papel para embalagens leves, com gramatura variando

de 30 g/m2 a 80 g/m2, fabricado com pasta química branqueada ou não,

dependendo do tipo. Características: baixa permeabilidade a substâncias

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gordurosas, aspecto translúcido leitoso, branco ou em cores. Subdividido

em Pergaminho, Granado, Greaseproof e Fosco. Usado em embalagens

de alimentos, base de papel auto-adesivo, proteção de frutas nas árvores,

embalagens de substâncias gordurosas, etc.

• Kraft: Papel para embalagens pesadas, com gramatura variando de 30

g/m2 a 150 g/m2, fabricado com pasta química sulfato não branqueada de

fibra longa ou pasta química, dependendo do tipo. Características:

resistência mecânica, resistência ao rasgo e boa resistência ao estouro,

monolúcido ou alisado. Subdividido em: Kraft Natural para Sacos

Multifolhados, Kraft Natural ou em cores para Outros Fins, Kraft Branco

ou em Cores, Tipo Kraft de 1a., e Tipo Kraft de 2a. Usados, dependendo

do tipo, para sacos e embalagens industriais de grande porte, sacos e

embalagens leves, sacos multifolhados, sacos de açúcar e farinha,

embalagens individuais de balas, saquinhos, embrulhos, sacolas e

embalagens em geral.

• Papel para Papelão Ondulado: Papel para embalagens pesadas, com

gramatura variando de 120 g/m2 a 150 g/m2, fabricado com pasta

semiquímica, pasta mecânica e aparas, dependendo do tipo. Subdividido

em Miolo, Capa de 1a. e Capa de 2a. Usado na fabricação de papelão

ondulado.

3.4 Papéis para Fins Sanitários

Os papéis para fins sanitários são classificados nas seguintes

categorias:

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• Higiênico: Papéis para fim específico, com gramatura variando de 25

g/m2 a 35 g/m2, pasta química branqueada ou não, pasta mecânica e

aparas, dependendo do tipo. Subdividido em: Popular, Folha Simples de

Boa Qualidade, Folha Simples de Alta Qualidade e Folha Dupla de Alta

Qualidade.

• Toalha: Papel fabricado para fim específico, com gramatura variando de

25 g/m2 a 50 g/m2, fabricado com pasta química e termo-mecânica.

Características: natural ou em cores, usado em folha única ou em dupla.

• Guardanapo: Papel fabricado para fim específico, com gramatura

variando de 18 g/m2 a 25 g/m2, fabricado com pasta química branqueada.

Características: crepado ou não, branco ou em cores, para uso em folha

única ou dupla.

• Lenço: Papel fabricado para fim específico, com gramatura variando de

15 g/m2 a 18 g/m2, fabricado com pasta química. Características: uso em

folhas múltiplas na confecção de lenços faciais e de bolso, branco ou em

cores.

3.5 Cartões, Cartolinas e Papelão

Cartões, cartolinas e papelões são papéis com elevadas gramatura e

rigidez, características estas requeridas para a produção de cartuchos,

mostruários, pastas, caixas pequenas, etc. Eles são classificados nas

seguintes categorias:

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• Cartão Duplex: Cartão com gramatura variando de 200 g/m2 a 600

g/m2, composto de forro(camada superior) e suporte(camadas inferiores).

O forro é fabricado com pasta química branqueada, monolúcido, com ou

sem tratamento superficial. O suporte é fabricado com pasta não

branqueada e/ou aparas. Usados para fabricação de cartuchos impressos

ou não.

• Cartão Triplex: Cartão com gramatura e características semelhantes ao

Cartão Duplex, sendo o suporte forrado nas duas faces. Usados para a

fabricação de cartuchos impressos ou não.

• Cartão Branco: Cartão com gramatura variando de 120 g/m2 a 270

g/m2, fabricado com uma só massa de pasta química branqueada.

Características: pode ter acabamento especial e pode ser revestido ou

não, dependendo da finalidade. Subdividido em Cartão Branco para

Embalagem (folding) e Cartão para Copos. Usados geralmente para

embalagens com corte e vinco e para fabricação de copos.

• Cartolinas ou Cartões em Cores: Cartões coloridos com gramatura

superior a 120 g/m2, fabricados com pasta semiquímica, pasta química

branqueada ou não, em uma ou várias camadas, alisado, calandrado ou

monolúcido, com ou sem revestimento. Subdividido em Cartões Branco

e em Cores para Impressos, e em Outros Cartões Branco e em Cores.

Usados em geral para impressos, pastas para arquivos, cartões de visita

e comerciais, confecção de fichas impressas e similares, embalagens

corte e vinco, etc.

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• Papelão: Cartão de elevada rigidez fabricado com pasta mecânica, pasta

mecanoquímica, pastas químicas branqueadas ou não, e aparas,

dependendo do tipo. Características: Comercializado em formatos e

identificados por números de acordo com a espessura das folhas num

amarrado de 25 quilos. Subdividido em Papelão Madeira ou Papelão

Paraná, Papelão Cinza e Polpa Moldada. Usado na encadernação de

livros, suporte para comprovantes contábeis, caixas e cartazes para serem

recobertos.

3.6 Papéis Especiais

Os papéis especiais são papéis para fins específicos, como também

os papéis que não se enquadram nas classificações anteriores. Estes papéis

são divididos nas seguintes categorias:

• Base para Carbono: Papel para fim específico, com gramatura até 24

g/m2, fabricado com pasta química. Características: branco ou em cores.

Usado como base para fabricação de papel carbono.

• Cigarro e afins: Papel para fim específico, com gramatura variando de

13 g/m2 a 40 g/m2, fabricado com pasta química branqueada.

Características: não colado, alta opacidade, combustibilidade controlada,

pode ter ou não impregnantes, branco ou em cores, com marca d’água,

“velin” ou filigrana. Subdividido em papéis para Cigarro, Ponteiras e

Bastão. Usados principalmente para fabricação de cigarros, envoltório

externo e interno do filtro dos cigarros.

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• Crepados: Papel para fim específico, fabricado principalmente com

pasta química. Características: crepagem para aumentar a elasticidade e

maciez. Usado para reforço de costura em sacos multifolhados, base para

fitas adesivas, germinação de sementes, base para lençóis plásticos, etc.

• Desenho: Papel para fim específico, com gramatura variando de 100

g/m2 a 280 g/m2, fabricado com pasta química. Características: tratado de

modo a resistir à fricção da borracha.

• Heliográfico: Papel para fim específico, com gramaturas variando de 40

g/m2 a 120 g/m2, fabricado com pasta química branqueada.

Características: absorção uniforme, bem colado, alisado, branco ou

levemente colorido.

• Absorvente e Filtrante: Papéis para fins específicos, com gramatura

variando de 18 g/m2 a 400 g/m2, fabricado com pastas químicas de fibras

curtas e longas, de acordo com o tipo. Subdividido em: Mata-borrão,

Filtrante, Absorvente Base para Laminado e Papel Kraft Absorvente para

Impregnação.

• Não Classificados: Papéis que não se encaixam nas classificações

anteriores. Entre eles encontram-se o Kraft Especial para Cabos

Elétricos, Kraft Especial para Fios Telefônicos e Kraft Especial para

Condensadores.

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4 O PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA CELULOSE

A celulose é o principal insumo para a fabricação do papel, sendo

extraída quase que exclusivamente de matérias-primas vegetais, como

trapos, linho, algodão, bambu, sisal, árvores, etc. A madeira das árvores é a

principal fonte de matéria-prima, devido às seguintes características:

• ser economicamente viável;

• fornecer as características desejadas;

• ser disponível em quantidade todo o ano;

• ser renovável;

As fibras vegetais são classificadas em fibras curtas (com

comprimento médio variando de 0,5mm a 1,5 mm) e fibras longas (com

comprimento médio variando de 2mm a 5 mm). As fibras longas provêm

do ramo vegetal conhecido como Coníferas (Pinus) e as fibras curtas

provêm do ramo vegetal conhecido como Folhosas (Eucalyptus).

O Eucalipto, originário da Austrália, foi introduzido no Brasil como

árvore decorativa e como quebra-vento no início do séc. XIX, adaptando-

se de forma excepcional ao solo e clima brasileiros. O cultivo do Eucalipto

no Brasil, em larga escala, para fabricação de celulose teve início na década

de 50, sendo que atualmente são necessários, em média, 7 anos para

realizar uma colheita, podendo ser realizadas até três colheitas com o

mesmo plantio. Isto representa uma grande vantagem competitiva em

relação aos países do norte da Europa e Canadá que possuem ciclos de até

70 anos.

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A celulose é extraída da madeira através de diversos processos,

sendo que os mais importantes são o químico e o mecânico. No processo

químico, a madeira é picada em pequenos pedaços, chamados cavacos, e

cozida em uma solução de produtos químicos. No processo mecânico os

cavacos são transformados em pasta através de força mecânica. A

vantagem do processo mecânico é o aproveitamento da madeira de 90% a

95% contra 40% a 45% no processo químico e a vantagem do processo

químico é um maior branqueamento da fibra obtida.

A Figura 1 ilustra as principais fases da extração da celulose através

do processo químico, explicadas nas seções a seguir:

Figura 1 - Fluxo da Extração da Celulose através do Processo Químico

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4.1 Picagem

A madeira chega em toras, geralmente por via rodoviária, é

armazenada em pátios e depois enviada a um descascador, sendo a casca

posteriormente queimada para gerar energia. As toras descascadas seguem

através de esteiras até o picador, onde são cortadas em pedaços pequenos

chamados cavacos. Os cavacos são peneirados de forma que fiquem dentro

de uma faixa de diâmetro preestabelecida, retirando lascas e finos.

4.2 Polpação

• Cozimento: O objetivo do cozimento dos cavacos é separar a lignina,

extrativos e outros materiais não celulósicos, responsáveis pela união das

fibras de celulose. Durante este processo os cavacos são colocados em

autoclaves, chamados de cozinhadores ou digestores, onde são tratados

com produtos químicos (licor de cozimento) e submetidos à temperatura,

pressão e tempo variáveis – dependendo do produto final desejado –, até

que se consiga a dissolução do maior grau possível do material não

celulósico. Existem dois tipos de digestores: contínuos e descontínuos.

• Depuração: O objetivo da depuração é separar os materiais não

cozidos, como impurezas, areia, nós e palitos, do licor resultante do

cozimento.

• Lavagem: O objetivo da lavagem é separar as fibras (liberadas durante o

processo de cozimento) das substâncias extraídas da madeira

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(dissolvidos durante o cozimento) e dos materiais químicos (licor de

cozimento).

• Pré-Branqueamento e lavagem: O objetivo do pré-branqueamento é a

dissolução da lignina residual através de um tratamento com oxigênio. A

seguir a lignina é retirada da massa celulósica através de uma segunda

lavagem.

• Torre de Estocagem: A celulose pré-branqueada é estocada com uma

concentração de 10% a 12%. Da Torre de Estocagem a celulose pode

seguir no processo para o branqueamento ou ir diretamente para as

máquinas de papel e/ou unidades de secagem.

4.3 Branqueamento

O objetivo do branqueamento é melhorar as propriedades óticas da

pasta celulósica (brancura, alvura, opacidade e estabilidade da pasta). O

processo é um processo físico-químico no qual são removidos os derivados

da lignina (remanescentes na pasta celulósica após o processo de polpação)

e adicionados produtos que modificam quimicamente as substâncias

existentes na pasta, descolorando-a. Após este processo a pasta está pronta

para ser enviada para as máquinas de papel e/ou unidades de secagem.

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5 O PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO PAPEL

O papel foi fabricado pela primeira vez por Ts’Ai Lun, oficial do

exército chinês no ano 105 da nossa era. Ts’Ai Lun não foi o responsável

pela invenção do papel, mas sim pela invenção do processo de fabricação

do papel. A Figura 2 ilustra o processo desenvolvido por Ts’Ai Lun, que

continua válido até os dias de hoje para a fabricação do papel.

Figura 2 - Processo de Fabricação desenvolvido por Ts’Ai Lun

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O processo manual desenvolvido por Ts’Ai Lun foi utilizado até o

final do século XVIII, quando na França, em 1799, Louis Nicolas Robert

inventou uma máquina que produzia o papel continuamente. O processo

atual segue os modelos desenvolvidos por estes dois inventores e pode ser

agrupado em grandes módulos como a preparação da massa, a formação na

máquina de papel, as aplicações, os tratamentos especiais e o acabamento.

Figura 3 - Fluxo do Processo de Fabricação de Papel

5.1 Preparação da massa

A preparação da massa é realizada para melhorar algumas

propriedades físicas e conferir características especiais a determinados

tipos de papel, sendo composta das seguintes fases:

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• Desagregação: O objetivo da desagregação é formar uma suspensão de

fibras em água, com a consistência adequada, onde serão adicionados os

demais compostos como corantes, cargas minerais, etc. A celulose, em

uma fábrica integrada, já está em estado líquido, sendo necessário apenas

a colocação dos aditivos, porém com o reaproveitamento de refiles e

aparas sempre existirá algum tipo de desagregador. A celulose, nas

fábricas não integradas, chega em forma de blocos (pasta celulósica),

sendo colocada nos tanques desagregadores juntamente com um

percentual de aparas para economizar celulose.

• Refinação: O objetivo do refino é melhorar as propriedades mecânicas

do papel. As fibras são estruturas de várias camadas e sua camada

superficial é muito fina, composta de fibrilas entrelaçadas de forma

irregular. O refino faz com que as fibrilas diminuam a atração umas

pelas outras e fiquem expostas, aumentando a superfície externa e o

número de ligações entre fibrilas de fibras diferentes, tornando assim, o

papel mais resistente.

• Depuração: O objetivo da depuração é separar da massa em suspensão,

através de centrifugação, impurezas de vários tipos, como: grãos de

areia, estilhas de pastas celulósicas mal cozinhadas e mal depuradas,

material reciclado e aparas que não se desagregaram completamente.

• Colagem Interna: O objetivo da colagem é aumentar a resistência do

papel à penetração de líquidos como água, tinta e gorduras. O processo

consiste em adicionar produtos químicos durante a preparação da massa

para que estes se entrelassem com as fibras, diminuindo a penetração de

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líquidos. Os principais produtos químicos utilizados são: colas à base de

breu e sintéticas, silicones, polietilenos e perfluorcarbonetos.

• Adição de Pigmentos e Corantes: Os objetivos da adição de pigmentos

e corantes são melhorar a brancura dos papéis brancos e dar uma

coloração aos papéis coloridos.

• Retenção: O objetivo da retenção é melhorar as qualidades ópticas,

superficiais e de resistência do papel. A massa contém muitos finos

oriundos da fragmentação do tecido vegetal (devidos aos processos, por

exemplo, de picagem e refino), de aparas ou de materiais inorgânicos

adicionados durante o processo de preparação. Os finos prejudicam as

propriedades do papel e o processo de retenção procura fazer uma

filtragem destes elementos.

5.2 Máquina de papel

As máquinas de fabricação de papel são máquinas que permitem a

fabricação contínua de uma folha de papel com uma largura máxima e um

comprimento variável, teoricamente infinito. As principais seções das

modernas máquinas de papel são as seguintes:

• Seção de Formação da Folha: A folha de papel é geralmente formada

na mesa plana, que é constituída de uma tela móvel (tela formadora) em

toda a sua dimensão, rodando em alta velocidade. Esta tela recebe

continuamente a massa com fibras em suspensão aquosa (preparada nas

fases anteriores) em uma de suas extremidades (através da caixa de

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entrada), realizando o transporte do material até a outra extremidade.

Durante o transporte a massa perde até 98% da água (de forma

planejada) através da malha vazada da tela, com a ajuda de instrumentos

chamados hidrófilos, roletes esgotadores e caixas de sucção. A formação

da folha é realizada pela drenagem da água, fazendo as fibras se

depositarem sobre a tela formadora, entrelaçando umas às outras.

• Seção de Prensagem Úmida: A principal função da prensa úmida é a

retirada da maior quantidade possível de água, antes de enviar o papel

para a seção de secagem. As outras funções são diminuir o volume

específico e melhorar a lisura da folha. O papel chega ao final da tela

formadora com 18% a 23% de sólidos e a água é retirada através de

prensagem mecânica aliado à sucção a vácuo. O custo da retirada de

água através das prensas úmidas é 5% do custo de retirada através dos

rolos secadores.

• Seção de Secagem do Papel: A função da seção de secagem é a retirada

de água do papel através da evaporação. A folha de papel passa por

vários conjuntos independentes de rolos secadores, aquecidos por vapor

de água, onde a troca de calor promove a evaporação da água contida no

papel.

• Seção de Enrolamento: A última fase da máquina de papel é o

enrolamento, onde a folha é continuamente enrolada em um eixo

formando uma bobina. Em determinado momento a bonina atinge um

diâmetro previamente estabelecido, quando então o papel é cortado, a

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27

bobina retirada da máquina e um novo eixo colocado no lugar para que o

papel passe a enrolar e formar uma nova bobina.

5.3 Aplicações e tratamentos de superfície

• Cilindro Monolúcido: O papel monolúcido é um papel que possui uma

das faces lisa e brilhante, sendo utilizado para fabricação de cartazes,

sacolas, rótulos, etc. Esta característica é obtida com o cilindro

monolúcido, um rolo secador operado a uma temperatura maior do que a

do conjunto de secadores e de diâmetro elevado (entre 2,80 m e 5,40 m).

Uma das faces do papel é pressionada por uma prensa contra a superfície

do cilindro secador, de forma que o papel tenha um contato perfeito com

o cilindro. Ao passar pelo cilindro a face de contato adquire o brilho

desejado.

• Calandra e Supercalandra: A calandragem tem a função principal de

promover o alisamento do papel e controlar a espessura da folha. A

calandra consiste, basicamente, de dois rolos revestidos de aço polido ou

cromado que através de pressão e fricção conferem as qualidades

desejadas ao papel.

• Prensa Alisadora : A prensa alisadora é um tipo de calandra que é

colocada antes da seção de secagem, porém, sem a função de eliminar

água, mas sim de acertar a superfície do papel que se apresenta áspera e

irregular.

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28

• Colagem Superficial: A colagem superficial tem por objetivo principal

aumentar a propriedade de resistência do papel à penetração de líquidos.

Consiste de dois rolos, geralmente de borracha, instalados junto à seção

de secagem, e de um circuito de aplicação de produtos químicos (colas

de breu ou sintéticas) na superfície já formada do papel.

• Revestimentos superficiais : Os revestimentos superficiais tem por

objetivo conferir ao papel características especiais que não são possíveis

de serem atingidas pelo seu processo de fabricação. O revestimento

destina-se a melhorar a qualidade do papel para impressão, melhorar a

aparência para fins decorativos ou propiciar alguma qualidade especial

para um fim específico.

5.4 Acabamento

O acabamento serve para ajustar o papel às necessidades do mercado

e corrigir defeitos que possam ter ocorrido na máquina de papel. Existem

duas fases distintas do acabamento: o rebobinamento e o corte do papel em

folhas de formatos definidos. Quando os clientes estão comprando bobinas

de papel o processo de fabricação termina na rebobinadeira, mas quando os

clientes encomendam formatos específicos, é necessário o corte do papel

em folhas e sua posterior embalagem. A seguir temos alguns aspectos

destas duas fases:

• Rebobinadeira: A bobina de papel que é retirada da máquina após o

enrolamento e corte não é diretamente fornecida como produto final. As

dimensões de largura da máquina e volume fabricado a cada

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29

programação de produção, dificilmente coincidem com as necessidades

do mercado. As bobinas de papel precisam ser rebobinadas em

equipamentos específicos (rebobinadeiras), onde são colocados em

tubetes, refilados e cortados em tamanhos menores de acordo com as

especificações do mercado. O papel muitas vezes se rompe na máquina

de papel e como esta funciona continuamente, o papel volta a ser

enrolado na mesma bobina, sendo o ponto onde o papel se rompeu

marcado na lateral da mesma. O operador da rebobinadeira acompanha a

marcação de papel rompido durante o rebobinamento, paralisando a

máquina para corrigir este defeito com uma fita adesiva.

• Cortadeira: A cortadeira é uma máquina onde são carregadas uma ou

mais bobinas de papel, cortando as mesmas em formatos pré-definidos.

Após o corte o papel é contado e embalado em pacotes para ser

comercializado.

6 A INDÚSTRIA EM NÍVEL MUNDIAL

A indústria de papel e celulose é uma indústria tradicional,

basicamente produtora de commodities, com tecnologia relativamente

acessível e cada vez mais globalizada. A globalização vem permitindo que

países, antes sem expressão neste mercado, participem cada vez mais como

produtores, alterando o perfil da indústria. O cenário mundial é marcado

por intensa competição por mercados e por investimentos.

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30

O setor possui uma cadeia produtiva bastante complexa, abrangendo

as etapas de reflorestamento, produção de madeira, fabricação de celulose,

fabricação de papel, conversão de papel em artefatos, produção gráfica,

produção editorial e reciclagem do papel utilizado. Além disso, inclui

atividades de geração de energia, distribuição, comércio, exportação e

transportes rodoviário, ferroviário e marítimo, de produtos e matérias-

primas.

O complexo produtivo está diretamente ligado a outros setores da

economia como o de serviços, indústria química, mineração, bens de

capital e engenharia, possuindo um forte poder multiplicador de renda. Os

produtos gerados pela cadeia produtiva suprem diversas necessidades da

sociedade, tais como cultura, laser, educação, higiene e moradia. Estes

destinam-se ao consumo ou a embalar produtos de consumo, como por

exemplo:

• Madeira (celulose, energia, móveis, construção, habitação, etc.);

• Papéis para impressão e escrita (jornais, livros, revistas, papel

reprográfico, formulários, cadernos, etc.);

• Papéis para embalagem (caixas, sacos, envelopes, rótulos, etc.);

• Papéis e celulose para fins sanitários e higiênicos (toalhas, guardanapos,

papel higiênico, etc.);

As principais características da indústria mundial, segundo a

BRACELPA (ANFPC, 1995, p. 6-7), são as seguintes:

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31

i) Tecnologia relativamente acessível1;

ii) Projetos de investimentos com grande integração vertical, que incluem

imobilização em terras, plantio, equipamentos para celulose, máquinas

de papel, geração de energia, recuperação de utilidades e controle

ambiental;

iii) Plantas industriais com grande capacidade de produção e base florestal

plantada;

iv) Alta intensidade de capital e de financiamentos, resultante da

integração vertical, do porte dos projetos e do longo tempo de

maturação dos investimentos2;

v) Estrutura de custos baseada em equipamentos, fibras, energia, produtos

químicos e minerais, mão-de-obra e transporte;

vi) Atividades de produção de papel e conversão em produtos impressos,

embalagens ou produtos higiênicos são operadas por empresas de todos

os portes.

O longo período de maturação e a grande necessidade de inversões

em terras, plantio, máquinas, equipamentos e capital de giro, tornam esta

indústria a de maior intensidade de capital no mundo3. As empresas, para

alcançar custos de produção competitivos, procuram obter ganhos de escala

com plantas industriais de capacidade produtiva cada vez maiores. Isto faz

com que cada nova unidade que entre em operação, acrescente uma grande

oferta ao mercado. Os maiores grupos do setor, conforme a Tabela 1, são:

1 O processo de fabricação é de domínio público e a tecnologia de ponta está incorporada nosequipamentos fornecedores, sendo adaptadas nas empresas mediante inovações incrementais.2 O longo tempo de maturação dos projetos é principalmente devido ao desenvolvimento da base florestalque pode variar de 5 a 10 anos no caso do Brasil e ao capital de giro para suportar os custos financeirosdos primeiros anos do projeto.

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32

Tabela 1 - Maiores Grupos Produtores de Papel e Celulose no Mundo

MAIORES EMPRESAS DO SETOR - RANKING 1996 - US$ MILHÕES

VENDAS DE VENDAS

RANK EMPRESA PAÍS SEDE PAPEL E CELULOSE CONSOLIDADAS

1 International Paper EUA 16.220,0 20.143,02 Nippon Paper Industries Japão 9.411,5 11.623,93 Oji Paper Japão 8.456,2 12.047,64 Kimberly-Clark EUA 8.388,2 13.149,15 UPM-Kymmene Finlândia 7.939,2 11.852,76 KNP BT Holanda 7.020,0 8.492,97 Svenska Cellulosa Suécia 5.991,8 7.767,18 Enso Oy Finlândia 5.721,5 5.876,39 James River EUA 5.700,0 5.700,010 Arjo Wiggins Appleton Inglaterra 5.639,1 5.639,111 Georgia-Pacific EUA 5.609,0 13.024,012 Stora Suécia 5.249,2 6.331,013 Champion International EUA 4.961,7 5.880,414 Stone Container EUA 4.919,8 5.141,815 Mead EUA 4.706,0 4.706,052 Ind. Klabin de Papel e Celulose Brasil 1.187,2 1.187,275 Votorantim Celulose e Papel Brasil 654,3 654,397 Cia. Suzano de Papel e Celulose Brasil 512,4 1.684,890 Aracruz Celulose Brasil 556,3 527,5

Fonte: PPI - TOP 150 LISTING - set/97

O mercado internacional, apesar da entrada novos players4, ainda é

restrito a poucos países, ocorrendo uma significativa concentração da

produção e do consumo. A crescente globalização e o acirramento da

concorrência tem provocado, segundo a BRACELPA (ANFPC, 1995, p.8),

os seguintes efeitos no mercado:

3 A implantação de uma fábrica de celulose com capacidade de produção de 500 mil toneladas por anotem um custo acima de US$ 1 bilhão e um prazo de start-up, sem considerar a base florestal, de 3 anos.4 A partir da década de 70, diversos países como o Brasil, Chile, África do Sul, Portugal, Espanha e maisrecentemente a Indonésia, passaram a participar mais intensamente do mercado de celulose devido aosseus baixos custos de produção.

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33

i) Flutuações de demanda, estoques e taxas cambiais 5, nos principais

mercados, impactam significativamente os preços e a rentabilidade das

empresas;

ii) Os clientes e distribuidores são bastante sensíveis a preços, ainda que,

sistemas de distribuição fechados dificultem o acesso a novos mercados;

iii) Tendência à reestruturação e à concentração patrimonial em empresas

de porte, com fusão e incorporação de produtores e distribuidores, e de

articulação de projetos em joint-ventures;

iv) Vantagens competitivas para regiões do globo que apresentam menores

custos em energia e madeira e para empresas que desfrutam de relações

de cooperação com fornecedores e com a indústria de bens de capital;

v) As vantagens competitivas também são relativamente afetadas por

condições sistêmicas (custos de transporte, custos de operação portuária,

tratamento tributário, condições de crédito, qualidade de educação, do

treinamento, etc).

A competição no setor ocorre em duas dimensões: preço e

qualidade. Se por um lado as elevadas escalas de produção proporcionam

custos unitários menores, por outro, a aproximação dos mercados

consumidores e a diferenciação são cada vez mais importantes para reverter

a tendência de "commoditização" do produto.

A indústria é muito criticada do ponto de vista ambiental. A madeira

utilizada para a fabricação da celulose, muitas vezes, vem de florestas

nativas, fazendo com que a indústria seja vista como uma “destruidora de

árvores”. Os processos de fabricação da celulose e do papel muitas vezes

5 Alguns países utilizam a taxa câmbio para tornar mais “competitivos” seus produtos, estimulando asexportações e inibindo as importações.

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34

geram rejeitos que são despejados no ar, na água e no solo. O ar recebe

gases, cinzas e sais como: dióxido de enxofre, compostos de cloro e óxido

de azoto. A água e o solo recebem os rejeitos químicos e orgânicos

provenientes do cozimento da madeira, do branqueamento da celulose e da

fabricação do papel. Depois que foi constatado que o gás de cloro utilizado

no branqueamento da celulose produz compostos cancerígenos, as

empresas têm investido em processos de fabricação livre de cloro, como os

processos ECF (Elemental Chlorine Free) e TCF (Total Chlorine Free).

A fabricação de uma tonelada de papel requer aproximadamente,

dependendo da fábrica, entre 10 m3 e 30 m3 de água. Com uma produção

anual de 6,5 milhões de toneladas de papel em 1 ano, o consumo de água

daria para abastecer uma cidade de 1.700.000 habitantes por 1 mês. O

Quadro 1 mostra a emissão de poluentes no Brasil e nas principais regiões

do mundo.

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35

Quadro 1 – Dados Ambientais de Plantas Químicas de Celulose no Mundo

EFLUENTES LÍQUIDOS EMISSÕES ATMOSFÉRICAS REGIÃO

SS DQO AOX MP SO2

ÁFRICA 8-13 45-90 1,1-3,0 8-15 4-7

ÁSIA 5-24 70-150 2,1-6,6 2-23 3-10

A. LATINA 5-12 50-76 1,1-4,1 9-21 3-4

A. NORTE 3-6 40-50 2,1-4,3 4-9 2

EUROPA 4-13 38-90 0,5-4,4 1-24 1-7

OCEANIA 4-6 40-90 2,1 9 2

BRASIL 3-8 4-69 0,1-0,6 2-4 0,3-3

Fonte: IIED, BRACELPA, ANAVE

Onde:

SS = Sólidos em Suspensão (partículas presentes na água)

DQO = Demanda Química de Oxigênio (mede a carga de matéria orgânica no efluente)

AOX = Alógenos Organicamente Adsorvíveis (quantidade de fluor, cloro, bromo e iodo na água)

MP = Materiais Particulados (partículas lançadas no ar)

SO2 = Gás Sulfídrico (resultante principalmente da queima de óleo em caldeiras)

As exigências de qualidade para se ingressar em determinados

mercados não estão restritas apenas aos produtos, mas também através dos

processos de fabricação. As pressões ambientalistas têm levado as

empresas a pesquisar processos de fabricação que diminuam ou eliminem o

despejo de dejetos no solo, na água e no ar6. A certificação ambiental

através das normas ISO - International Stardard Organization - (Séries

ISO-9000 e ISO-14000) são uma exigência cada vez maior para quem

deseja participar do mercado mundial. A pressão ambiental, tem por outro

lado, criado restrições ao corte de florestas e incentivado à substituição de

fibras virgens por fibras recicladas. As exigências ambientais vêm

encarecendo o custo da madeira nos países desenvolvidos, mas também são

6 Conhecidos com sistemas fechados de produção ou de efluente zero.

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36

vistas, pelos países em desenvolvimento, como uma barreira ecológica à

penetração de seus produtos nestes mercados .

6.1 Características das indústrias de celulose

A celulose é o principal insumo na fabricação do papel. Os

fabricantes de celulose destinam sua produção para:

i) Consumo na fabricação de papel, seja na mesma unidade industrial ou

não;

ii) Vender diretamente no mercado;

iii) Vender no mercado o que não foi consumido na produção de papel.

A celulose comercializada no mercado é denominada “celulose de

mercado” e o mercado mundial, onde a celulose é comercializada é

denominado market pulp. Como muitas empresas do setor produzem

celulose para consumo próprio, a produção total de celulose é muito

superior ao market pulp. Estima-se que apenas 22% da produção total de

celulose é comercializada. Os principais países exportadores de celulose

são EUA, Canadá, Suécia, Finlândia, Brasil, Portugal, Espanha, África do

Sul, Chile e Indonésia.

Segundo Macedo (dez. 1994, p.1), existe uma tendência da nova

oferta de celulose originar-se, principalmente, em regiões de clima tropical

e equatorial, devido ao rápido ciclo de crescimento de suas florestas, sendo

que a Indonésia aparece como o grande ofertante de celulose nos próximos

anos. Apesar do crescimento da oferta de celulose, a participação relativa

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37

das fibras virgens no mix de insumos utilizados na fabricação do papel,

vem sendo reduzida paulatinamente, principalmente devido à utilização de

fibras recicladas, conforme mostra a Figura 4. O aumento da participação

de fibras recicladas vem de encontro aos interesses, principalmente dos

países desenvolvidos, em reduzir o lixo gerado nas cidades e a dependência

da importação de fibras, porém esbarra em limites econômicos e técnicos.

O processo de lavagem e descoloração, muitas vezes, é antieconômico e a

fibra só pode ser reciclada um determinado número de vezes, perdendo

muito da sua qualidade em relação às fibras virgens.

Figura 4 - Participação de Fibras Virgens na Produção de Papel

As principais características estruturais das indústrias de celulose

são:

i) A indústria é intensiva em capital;

ii) O nível de padronização dos produtos é elevado, pois trata-se de uma

commodity;

Participação de Fibras Virgens na Produção de Papel

0

10

20

30

40

50

60

70

80

70 74 78 82 86 90 94 98*

02*

06*

Ano

%

Fonte: RISI(*) = Projeção

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38

iii) A indústria é de base florestal, necessitando a exploração de grandes

áreas com florestas nativas ou plantadas;

iv) A busca de economia de escala tem conduzido a uma descontinuidade

no aumento da oferta;

v) Os investimentos na expansão da capacidade têm sido realizados de

acordo com o fluxo de caixa das empresas7, tornando o preço da celulose

cíclico.

O preço da celulose tem um comportamento cíclico, cuja intensidade

vem se acentuando no decorrer dos anos devido ao aumento da escala de

produção. Como cada unidade produtiva agrega um valor substancial de

capacidade ao mercado, os ciclos de preço são cada vez menores, a

diferença entre o topo e o vale são cada vez maiores e a recuperação da

baixa é cada vez mais lenta. A Figura 5 ilustra como os ciclos de preço da

celulose (CIF Norte da Europa8) vem se acentuando desde a década de 70.

7 Quando o preço da celulose está elevado, o excedente de caixa propicia os investimentos das empresas.Isto faz com que muitas empresas invistam ao mesmo tempo conduzindo a um excesso de oferta.8 Preço CIF Norte da Europa é o preço da celulose colocada no norte da Europa, incluindo os custos detransporte.

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39

Figura 5 - Evolução do Preço da Celulose Sulfato Branqueada de Fibra Longa

O setor tem procurado reduzir a volatilidade, que tem se mostrado

cada vez mais intensa, através da criação da Bolsa de Futuros (Pulpex), do

estabelecimento de contratos de longo prazo e de consolidações das

empresas através de fusões e aquisições.

O preço da referencial do mercado é o da celulose branqueada de

fibra longa, colocada no norte da Europa com os custos de frete. A

disponibilidade de celulose de fibra longa é medida pela evolução da

Norscan - estoques de celulose dos produtores norte-americanos e

escandinavos - responsáveis por 65% da produção mundial desta fibra. Se

comprarmos o preço da celulose branqueada de fibra curta com o preço da

celulose branqueada de fibra longa, observaremos uma forte correlação

entre ambos os preços, conforme pode ser visto na Figura 6.

EVOLUÇÃO DO PREÇO DA CELULOSE DE FIBRA LONGA PREÇO CIF NORTE DA EUROPA

0

200

400

600

800

1000

1200

56 58 60 62 64 66 68 70 72 74 76 78 80 82 84 86 88 90 92 94

Ano

US

$

Fonte: BNDES

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40

Figura 6 - Comparação dos Preços da Celulose de Fibra Longa e Fibra de Eucalipto

6.1.1 Estratégias competitivas

Segundo Jorge (1993a, p.4), as principais estratégias competitivas

adotadas pelas empresas de celulose de mercado dividem-se em dois

grandes blocos:

i) Estratégias de Produção: procuram melhorar a produtividade e a

qualidade das florestas através de pesquisas genéticas; proteger o meio

ambiente, reduzir o desmatamento e a poluição; procuram melhorar o

processo de fabricação de celulose com o desenvolvimento de novos

produtos; procuram aumentar eficiência produtiva e obter ganhos de

escala;

ii) Estratégias de Mercado: integração com a produção de celulose e

integração com a distribuição dos produtos finais; fusões e aquisições de

empresas; priorização de segmentos de mercado com maior valor

agregado; melhoria do relacionamento com o cliente.

Celulose de Mercado: Preços no Norte da Europa - 1989/96

250

500

750

1000

1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3

US$/ ton

Fibra Longa

Eucalipto

1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 96

Fonte: BNDES

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41

6.1.2 Consumo, produção e comércio mundiais

As principais pastas de mercado para a fabricação do papel são a

celulose sulfato branqueada, a celulose sulfato não branqueada, a celulose

sulfito e as pastas mecânicas.

A celulose sulfato branqueada de fibra longa é produzida,

principalmente, pelo Canadá e pelos países do norte da Europa, enquanto a

celulose sulfato branqueada de fibra curta é produzida pelos EUA, Canadá

e países de clima equatorial e tropical, com destaque para o Brasil e a

Indonésia. A tabela a seguir ilustra esta divisão por especialidades.

Tabela 2 - Capacidade dos Principais Países por Tipo de Fibra

CELULOSE E PASTAS DE MERCADOCAPACIDADE MUNDIAL DE PRODUÇÃO - MIL TONELADASPERSPECTIVAS 1995/2000

REGIÃO 1995 2000 Acréscimo

Fibra Longa Sulfato 17.520 18.745 1.225 Suécia 2.315 2.660 345 Chile 1.065 1.310 245 Canadá 6.914 7.114 200 Finlândia 865 1.330 465 Outros 6.361 6.331 -30

Fibra Curta Sulfato 14.169 17.714 3.545 Indonésia/Malásia 965 3.136 2.171 Brasil 2.205 3.159 954 Estados Unidos 3.325 3.325 - Canadá 1.813 1.813 - Outros 5.861 6.281 420

Outras Pastas 7.212 8.874 1.662

TOTAL 38.901 45.333 6.432

Fonte: Hawkins Wright

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42

A fibra curta extraída do eucalipto vem se destacando pela sua

produtividade e aumentando sua participação no cenário internacional,

conforme indicado na Tabela 3.

Tabela 3 - Consumo Mundial de Celulose Sulfato Branqueada de Mercado

CELULOSE SULFATO BRANQUEADA DE MERCADOCONSUMO MUNDIAL - 1996 – MILHÕESTONELADAS

TIPO DE CELULOSE 1980 1990 % a.a.90/80

1996 % a.a.93/90

2000 % a.a.(2000/96)

FIBRA LONGA 10,1 12,5 2,1 16 3,8 16,5 0,8

FIBRA CURTA 6,4 9,7 4,3 13,7 6 16 4· Eucalipto 2,2 3,3 4,4 5,4 8,4 6,1 3,3· Outras 4,2 6,4 4,2 8,3 4,6 9,9 4,5

TOTAL 16,5 22,2 3 29,7 4,8 32,5 2,3

Fonte: Hawkins Wright

O Brasil se destaca como um dos principais produtores baseados em

fibra curta de eucalipto, conforme indicado na Tabela 4.

Tabela 4 - Maiores Produtores de Celulose de Eucalipto no Mundo

CELULOSE SULFATO BRANQUEADA DE MERCADOMAIORES EXPORTADORES - 1993 - MIL TONELADASFIBRA CURTA DE EUCALIPTO

PAÍS EUCALIPTO %

BRASIL 1.863 43PORTUGAL 886 20ESPANHA 579 13CHILE 246 6ÁFRICA 200 5

OUTROS 556 13

TOTAL 4.330 100Fonte: Hawkins Wright

O Canadá e os EUA se destacam como exportadores de celulose,

tanto de fibra curta e quanto longa. Os países do norte da Europa se

destacam como exportadores de celulose de fibra longa, enquanto o Brasil

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43

se destaca como exportador de fibra curta. A produção de celulose de

mercado é concentrada pois, apesar de mais de 30 países participarem do

mercado, os 10 principais produtores respondem por mais de 70% da

produção, conforme indicado na Tabela 5.

Tabela 5 - Maiores Exportadores de Celulose por Tipo de Fibra no Mundo

CELULOSE SULFATO BRANQUEADA DE MERCADOMAIORES EXPORTADORES – 1993 - MIL TONELADAS

PAÍS FIBRALONGA

% PAÍS FIBRACURTA

%

CANADÁ 4.983 33 EUA 2.102 19EUA 2.683 18 BRASIL 1.863 16SUÉCIA 1.805 12 CANADÁ 1.052 9CHILE 840 6 PORTUGAL 886 8FINLÂNDIA 633 4 FINLÂNDIA 693 6

ESPANHA 579 5OUTROS 4.092 27 OUTROS 4.157 37

TOTAL 15.036 100 11.307 100

Fonte: Hawkins Wright

Apenas a Aracruz figura entre os maiores grupos mundiais

produtores de celulose de mercado, porém analisando pelo tamanho das

unidades fabris, o Brasil possui três unidades entre as 10 maiores do

mundo, conforme indicado na Tabela 6. Este resultado reflete uma política

bem sucedida do governo, ao estimular unidades fabris com elevada

produção de escala, para que o país seja competitivo internacionalmente.

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44

Tabela 6 - Maiores Unidades Fabris de Celulose no Mundo

CELULOSE E PASTAS DE MERCADO10 MAIORES UNIDADES FABRIS - 1993 - MIL TONELADAS

EMPRESA UNIDADE PAÍS MATÉRIA-PRIMA CAPACIDADE

ARACRUZ ARACRUZ BRASIL EUCALIPTO 1.025GEORGIA-PACIFIC BRUNSWICK EUA F.LONGA DO SUL 525ARAUCO ARAUCO CHILE PINUS 500ALABAMA RIVER CLAIRBORNE EUA F.CURTA MISTA 450WEYERHAEUSER KAMLOOPS CANADÁ F.LONGA DO NORTE 435ALABAMA PINE PERDUE HILL EUA F.LONGA DO SUL 405PORTUCEL SETUBAL PORTUGAL EUCALIPTO 400BAHIA SUL MUCURI BRASIL EUCALIPTO 390INDA KIAT PERAWANG INDONÉSIA F.CURTA MISTA 380CENIBRA BELO ORIENTE BRASIL EUCALIPTO 380

Fonte: Hawkins Wright

6.2 Características das indústrias de papel

A indústria de papel e derivados é caracterizada pela elevada

fragmentação, onde os 10 maiores fabricantes são responsáveis por apenas

16% do total produzido. Esta característica vem mudando rapidamente

devido à intensidade de capital cada vez maior, à padronização de produtos,

à perspectiva de mercados cada vez mais globalizados e à diminuição dos

custos logísticos. Os maiores exportadores de papel são Canadá, Finlândia

e Suécia e os maiores importadores são EUA, China e Alemanha. A

globalização deste mercado ainda encontra uma certa resistência devido ao

fato de exigir uma maior interação com o cliente final e a manutenção de

estoques próximo aos consumidores.

As estratégias de produção variam de acordo com o mercado em que

as empresas atuam. Segundo Jorge (1993b, p.7-9), as principais

características e estratégias associadas aos diversos segmentos de papel

são:

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45

• Papel de Imprensa (newsprint): A principal característica deste tipo de

papel é a competição por preço e por não requerer um branqueamento

tão intenso, propiciando a fabricação a partir da pasta mecânica ou

mecano-química. A fábricas procuram reduzir os custos através de

ganhos com escala de produção e a legislação ambiental vem exigindo o

uso cada vez maior de fibras recicladas. Os produtores canadenses

possuem vantagens na produção da pasta mecânica que, apesar de

requerer muita energia no processo, possui um custo final mais barato

que o das pastas químicas. Os Estados Unidos é o maior importador

deste tipo de papel e o Canadá é o maior exportador;

• Papéis de Imprimir & Escrever (printing & writing): Os papéis de

imprimir & escrever possuem características distintas, caso sejam ou não

revestidos. Os papéis não revestidos comportam-se como commodities,

onde os principais fatores competitivos são a elevada escala de produção,

a produtividade, a qualidade do produto, a distribuição e a forma de

comercialização. A massificação da microinformática vem

impulsionando o crescimento deste mercado, ao popularizar impressoras,

fax e copiadoras. Os papéis revestidos possuem maior valor agregado,

onde as características de qualidade do produto e a interação com o

cliente é fundamental para a competitividade;

• Embalagens (kraftliner): O preço, o volume, o peso e a resistência são

as principais características. O segmento de kraftliner tem um

comportamento de commodity, onde as escalas de produção, custo,

estratégias de distribuição e de comercialização são fundamentais. Os

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46

segmentos de sacos multifolhados e caixas de papelão possuem um

maior valor agregado e a qualidade do produto está associada à

resistência e ao peso. O segmento de embalagens vem sofrendo

concorrência de outros tipos de materiais, principalmente os oriundos da

indústria petroquímica e procura reagir diminuindo o tamanho, o peso e

utilizando maior percentual de materiais reciclados;

• Papéis para Fins Sanitários (tissue): As características mais relevantes

nestes produtos são a maciez, a suavidade, a resistência e a absorção. A

qualidade e o preço são os principais fatores de diferenciação destes

produtos. Algumas empresas procuram trabalhar o conceito de marca

associando a maior qualidade e maior valor agregado. A baixa relação

entre o valor e o volume do produto é elemento fundamental na

estratégia de localização de fábricas próximas ao mercado consumidor;

• Cartões e Cartolinas (board): A qualidade dos produtos está ligada à

adequação às especificações de espessura, resistência, cobertura,

printabilidade, ausência de pó e serviços fornecidos pelos fabricantes.

Apesar dos produtos possuírem uma certa padronização, existe espaço

para agregar valor através de uma maior aproximação com o cliente e

uma assistência técnica eficiente, diferenciando o produto e criando um

elemento de competitividade importante neste segmento;

• Papéis Especiais: Os papéis especiais são produtos diferenciados, onde

o cumprimento rigoroso de suas especificações é o elemento principal de

competitividade e não o custo baseado em escala de produção. O

domínio de tecnologias específicas e o controle do processo são

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47

importantes fatores competitivos neste mercado. O alto custo de

desenvolvimento das tecnologias de fabricação provoca a concentração

da produção em poucos produtores que atendem ao consumo mundial.

6.2.1 Estratégias competitivas

Segundo Jorge (1993b, p.5-6), as principais estratégias competitivas

adotadas pelas empresas de papel são as seguintes:

i) Estratégias de Fornecimento de Fibras: desenvolve o fornecimento de

fibras com preço e qualidade competitivos através do reflorestamento,

reciclagem e/ou mistura de fibras (curtas, longas e não celulósicas);

ii) Estratégias Produtivas Relacionadas a Equipamentos: moderniza a

produção com a reforma e introdução de máquinas novas, aumentando a

escala de produção, o controle do processo e o controle ambiental;

iii) Estratégias de Verticalização da Indústria: fusão de produtores de

celulose de mercado com produtores de papel;

iv) Estratégias de Concentração do Mercado de Papel: incorporação, fusão

e joint-ventures entre produtores de papel com o objetivo de aumentar as

escalas produtivas e a concentração patrimonial.

6.2.2 Produção, consumo e comércio mundiais

O consumo mundial de papel apresentou uma taxa média de

crescimento de 3,3% a.a. no período de 1990-95, atingindo o volume de

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48

281 milhões de toneladas em 1995. Este ritmo de crescimento ainda deverá

se manter até 2005 chegando ao volume de 390 milhões de toneladas,

conforme indicado na Tabela 7:

Tabela 7 - Consumo Mundial de Papel

CONSUMO MUNDIAL DE PAPEL - MILHÕES DE TONELADAS

1980 1990 VARIAÇÃO%a.a. 1990/1980

1995 VARIAÇÃO%a.a. 1995/1990

2005 VARIAÇÃO%a.a. 2005/1995

168 239 3,6% 281 3,3% 390 3,3%

Fonte: PPI e RISI

O consumo foi distribuído conforme indicado na Tabela 8. Os

maiores intercâmbios de papel no mundo são dos papéis de imprimir &

escrever, seguidos dos papéis de imprensa. Os papéis de embalagem

também possuem um significativo comércio internacional. Os papéis

sanitários possuem pouca expressão neste comércio.

Tabela 8 - Consumo Mundial de Papel por Tipos

CONSUMO MUNDIAL DE PAPEL –- 1995 – MILHÕES DE TONELADAS

TIPO 1995 %

EMBALAGEM 84 30%

IMPRIMIR &ESCREVER

81 29%

CARTÃO 42 15%IMPRENSA 37 13%OUTROS 20 7%SANITÁRIOS 17 6%

TOTAL 281 100%

Fonte: RISI

Os EUA, Japão e China são os maiores produtores e os maiores

consumidores de papel do mundo. Canadá, Finlândia e Suécia são os

maiores exportadores líquidos de papel enquanto EUA, Reino Unido,

Alemanha e China são os maiores importadores. O Brasil está em 11o. lugar

na produção e 10o. lugar no consumo, ocupando uma importante posição

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49

entre os maiores países exportadores, porém muito além dos 3 principais

países. O Japão, devido à falta de base florestal e suas altas taxas de

crescimento, deveria ser um grande importador de papel, porém, com uma

ênfase muito forte na reciclagem, o país consegue reduzir suas

necessidades de importação, demandando principalmente celulose de

mercado.

Tabela 9 - Principais Países Produtores e Principais Países Consumidores

PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES E CONSUMIDORES DE PAPEL - 1997MIL TONELADAS

PAÍS PRODUÇÃO PAÍS CONSUMO

EUA 86.477 EUA 89.900JAPÃO 31.015 CHINA 32.695CHINA 27.440 JAPÃO 31.374CANADÁ 18.969 ALEMANHA 15.756ALEMANHA 15.953 REINO UNIDO 12.240FINLÂNDIA 12.149 FRANÇA 10.328SUÉCIA 9.779 ITÁLIA 9.125FRANÇA 9.143 CORÉIA 6.836CORÉIA 8.364 CANADÁ 6.652ITÁLIA 7.532 BRASIL 6.124BRASIL 6.475 ESPANHA 5.599REINO UNIDO 6.455 TAIWAN 5.071INDONÉISA 4.931 MÉXICO 4.338TAIWAN 4.507 INDONÉISA 3.694ESPANHA 3.968 ÍNDIA 3.670ÁUSTRIA 3.817 HOLANDA 3.377MÉXICO 3.501 AUSTRÁLIA 3.137RUSSIA 3.332 BÉLGICA 3.067HOLANDA 3.159 SUÉCIA 2.414ÍNDIA 3.000 TAILÂNDIA 2.143AUSTRÁLIA 2.420 RUSSIA 2.089DEMAIS 26.658 DEMAIS 37.218

TOTAL 299.044 TOTAL 296.847Fonte: PPI / Jul 1998

6.3 Principais países produtores

Os principais países produtores são:

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50

• Estados Unidos: Os EUA possuem o maior mercado produtor e

consumidor de papel e celulose do mundo, com uma estrutura industrial

heterogênea e complexa. As maiores empresas de papel e celulose do

mundo operam neste mercado, dentre as quais estão a International

Paper, Georgia Pacific, Weyerhauser, Champion, Stone Container e

Boise Cascade. As maiores empresas são integradas desde a base

florestal até a produção de papel e possuem um elevado potencial

financeiro. A base florestal é bastante diferenciada e devido a diversos

fatores como, pressões ambientalistas, alto custo das terras e

esgotamento das florestas nativas, o custo da madeira vem

continuamente aumentando;

• Canadá : O Canadá, devido às suas condições naturais favoráveis, com

disponibilidade de recursos hídricos e florestais, além de uma boa infra-

estrutura física, recebeu vultosos investimentos, tornando-se o maior

exportador de celulose do mundo. O país apresenta uma forte

participação no segmento de pasta mecânica devido ao baixo custo da

energia. O país, recentemente, tem enfrentado problema com escassez de

potencial para recursos florestais de alta qualidade, aumento do custo da

mão-de-obra, além de pressões ambientais crescentes;

• Países Escandinavos: A indústria destes países sempre teve intensa

participação no market pulp, destinando a maior parte de sua produção

para a exportação. Porém, a partir da década de 70, quando começou a

sofrer forte concorrência de países como EUA, Canadá e Brasil a

indústria promoveu uma grande reestruturação, buscando o corte de

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51

custos, a integração com as empresas de papel9, o aumento do potencial

financeiro, a aproximação do setor de bens de capital para desenvolver

uma liderança tecnológica e um movimento maior de internacionalização

em direção ao mercado (Europa) e aos novos países produtores10;

• Países Ibéricos: Devido à sua localização estratégica e clima mais

favorável a implantação de bases florestas de crescimento mais

acelerado, Portugal e Espanha receberam grandes investimentos na área

de celulose, tornando-se importantes exportadores para o market pulp .

• Indonésia: A Indonésia está se inserindo no mercado mundial de forma

bastante agressiva, através de grandes investimentos em máquinas de

papel e baseado na utilização de fibras de florestas tropicais nativas, com

o compromisso de reflorestamento. O país já ocupa uma posição de

destaque no cenário mundial, mas o futuro ainda é imprevisível, devido à

crise econômica iniciada no final de 1997, além da incerteza da

qualidade das fibras de sua base florestal.

6.4 Tendências da indústria

Segundo Jorge (1993a, p.3-4), as principais tendências das empresas

de papel e celulose de mercado são:

i) Exploração de florestas tropicais integralmente plantadas com espécies

de rápido crescimento (pinus, eucalipto e outros), ao contrário dos

“tradicionais” produtores que utilizam florestas nativas de coníferas;

9 A integração foi realizada através de fusões e de joint-ventures10 A Stora, principalmente, procurou estabelecer negócios no Brasil, Chile e em Portugal.

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52

ii) Produção concentrada em poucas empresas, em geral, com plantas

atualizadas tecnologicamente, com escalas de produção adequadas e

verticalmente integradas;

iii) As escalas de produção serão cada vez maiores, em especial no caso de

processos químicos, devido aos ganhos associados à redução dos custos

fixos, à recuperação de reagentes químicos e à eficiência energética do

processo;

iv) Crescente pressão pelo aumento da proteção ambiental, proveniente dos

consumidores e da sociedade civil em geral. Estas pressões têm se

cristalizado na legislação dos países, em particular, dos europeus e nos

EUA e na definição de especificações técnicas mais rigorosas dos

produtos e processos. A conseqüência deste processo, além da imposição

de elevados investimentos no controle de problemas ambientais, tem

sido a criação de barreiras não-tarifárias nos principais mercados;

v) Concorrência, cada vez mais globalizada, onde não será suficiente um

diferencial de custos de produção ou a integração com a base florestal

eficiente. A engenharia financeira dos projetos, dados os elevados custos

de capital, as tecnologias de processo e produto, as formas de

comercialização, entre outros, passa a ser uma variável crítica do

processo competitivo. As principais estratégias adotadas pelas empresas

foram:

a) Integração floresta-celulose-papel visando a redução de custos e

garantia da utilização da celulose (empresas escandinavas);

b) Investimentos em controle de poluição ambiental e esforços de

marketing na imagem da empresa - ecomarketing;

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c) Investimento direto em regiões com potencial florestal de médio

e longo prazos;

d) Proximidade dos mercados consumidores - através de

aquisições, fusões e compras de participações em empresas

locais (dos países consumidores - Europa Ocidental e EUA) -

realizadas por empresas americanas e escandinavas;

e) Controle dos canais de distribuição de produtos, aumentando a

proximidade com os clientes, sobretudo através de assistência

técnica e diferenciação de produtos.

7 A INDÚSTRIA DE PAPEL E CELULOSE NO BRASIL

A indústria de papel e celulose no Brasil faturou, em 1997, US$ 7,1

bilhões, aproximadamente 1% do PIB brasileiro. As exportações atingiram

US$ 1,9 bilhão, aproximadamente 4% das exportações brasileiras, gerando

empregos e divisas internacionais. O Brasil, desde o final dos anos 70, vem

se destacando progressivamente no cenário internacional e hoje atua em

todos os segmentos de papéis, celulose e pastas11. O setor, há quase duas

décadas, vem produzindo superávites para a balança comercial brasileira,

conforme ilustrado na Figura 7.

11 As bases florestais espalham-se por regiões de interior e de litoral de diversas unidades da federação(RS, SC, PR, SP, MG, RJ, ES, BA, PA, AP, MA)

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Figura 7 - Saldo do Setor de Papel e Celulose na Balança Comercial Brasileira

O setor é composto por 235 empresas operando unidades industriais

em 17 estados brasileiros, divididas da seguinte forma:

• 106 fabricam apenas papel;

• 33 fabricam papel e pastas;

• 29 fabricam papel e celulose;

• 25 fabricam apenas pastas;

• 4 fabricam papel, celulose e pastas;

• 5 fabricam apenas celulose.

Existe uma grande heterogeneidade industrial, pois apesar do grande

número de empresas, poucas possuem a produção de papel integrada à

produção de celulose12. Uma outra característica marcante é a grande

concentração produtiva, onde 65% da produção de papel está concentrada

em 10 grupos industriais e 86% da produção de celulose de mercado está

concentrada em 5 grupos. A Figura 8 ilustra os principais grupos

SALDO DO SETOR DE PAPEL E CELULOSE NA BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA - 1974/1996

-500

0

500

1000

1500

2000

74 76 78 80 82 84 86 88 90 92 94 96

US

$ m

ilhõ

es F

OB

Fonte: BNDES

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55

produtores de papel, a Figura 9 ilustra os principais grupos produtores de

celulose de mercado e a Figura 10 ilustra os principais produtores de

celulose, incluindo os produtores integrados de papel e os produtores de

celulose de mercado.

Figura 8 - Principais Fabricantes de Papel no Brasil

Figura 9 - Principais Produtores de Celulose de Mercado no Brasil

12 O baixo número de empresas integradas deve-se ao alto volume de recursos necessários na compra deterras, reflorestamento e máquinas.

PRINCIPAIS FABRICANTES DE PAPEL EM 1997

15%

15%

8%

6%5%5%4%

3%3%

3%2%

31%

KLABIN

SUZANO

VOTORANTIM

RIPASA

CHAMPION

IGARAS

RIGESA

TROMBINI

PISA

INPACEL

SANTHER

OUTROSFonte: BRACELPA

VOLUME TOTAL

6.518 MIL t

PRINCIPAIS FABRICANTES DE CELULOSE DE MERCADO EM 1997

ARACRUZ38%

CENIBRA26%

BAHIA SUL19%

RIOCELL9%

JARI5%

LWARCEL3%

PRODUÇÃO TOTAL 2.769 MIL t

Fonte: BRACELPA

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56

Figura 10 - Principais Fabricantes de Celulose no Brasil

A produção está centrada em poucos grupos e existe uma expressiva

concentração da produção de papel nos estados de São Paulo, Paraná e

Santa Catarina, e da produção de celulose nos mesmos três estados

anteriores mais o Espírito Santo, conforme ilustrado na Figura 11 e na

Figura 12.

PRINCIPAIS FABRICANTES DE CELULOSE EM 1997

19%

18%

16%12%

10%

5%

5%

5%3%

5%2%ARACRUZ

KLABIN

SUZANO

CENIBRA

VOTORANTIM

CHAMPION

RIPASA

IGARAS

RIGESA

PISA

OUTROSFonte: BRACELPA

VOLUME TOTAL 5.904 MIL t

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Figura 11 - Distribuição Geográfica da Produção de Papel no Brasil

Figura 12 - Distribuição Geográfica da Produção de Celulose no Brasil

O grau de concentração industrial elevou-se ainda mais na década de

90, com a entrada em operação das máquinas da Bahia Sul, Votorantim,

Inpacel e Ripasa, e com as incorporações da Papel Simão pela Votorantim,

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA PRODUÇÃO DE PAPEL EM 1997

47%

20%

17%

4%

4%3%

2% 3%

São Paulo

Paraná

Santa Catarina

Minas Gerais

Bahia

Rio de Janeiro

Rio Grande do Sul

Outros

Fonte: BRACELPAVOLUME TOTAL

6.518 MIL t

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA PRODUÇÃO DE CELULOSE EM 1997

32%

18%12%

12%

9%

9%

5% 2%1%

São Paulo

Espírito Santo

Santa Catarina

Minas Gerais

Paraná

Bahia

Rio Grande do Sul

Pará

Outros

Fonte: BRACELPA

VOLUME TOTAL 5.904 MIL t

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58

da Copa pela Klabin e da Papelok pela Igaras. Os pequenos produtores

ficaram estagnados em todos os segmentos.

Os maiores grupos do setor possuem plantas industriais

verticalmente integradas, da base florestal à produção de papel e escalas de

produção competitivas internacionalmente13. Estas empresas também se

destacam por possuírem produtos de qualidade – competitivos em nível

mundial –, equipamentos relativamente atualizados, alta produtividade da

base florestal, investimentos em pesquisa e desenvolvimento, automação de

processos e controle ambiental14.

A qualidade dos produtos tem evoluído muito nos últimos anos para

acompanhar as necessidades do mercado. A modernização do parque

gráfico brasileiro elevou o rigor das especificações técnicas dos produtos,

como por exemplo, a printabilidade e a rigidez dos cartões. As indústrias

de alimentos, higiene e limpeza possuem um nível de exigência cada vez

maiores, conforme aumenta a exigência de seus consumidores. O

dinamismo da cadeia produtiva – indústrias de papel, gráficas e indústrias

de bens de consumo –, está aumentando, à medida que a interação, a

parceria e a assistência técnica entre os diversos segmentos avançam.

Como em quase todos os segmentos industriais, a tecnologia de

ponta está associada a investimentos em pesquisa e desenvolvimento. No

caso da indústria de papel e celulose, o processo de fabricação é bastante

difundido e a tecnologia de ponta está incorporada aos equipamentos de

13 Entre as 10 maiores plantas industriais de celulose de mercado do mundo, incluem-se três fábricasbrasileiras: Aracruz, Bahia Sul e Cenibra.14 No Brasil, quatorze empresas do setor obtiveram a certificação ISO-9000: Aracruz, Bahia Sul, Cenibra,Pirahy, Jari, Rigesa, VCP, Champion, Riocell, Inpacel, Igaras, Klabin e Santher.

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59

produção, portanto é essencial um estreito relacionamento com fabricantes

de máquinas e equipamentos. Alguns dos principais fabricantes mundiais

de máquinas e equipamentos estão instalados no Brasil, como: Voith,

Kvaerner, Fábio Perini, Sund Emba BHS, Pilão, Valmet (terceirizando

componentes) e Ahlstrom(em associação com a Confab). Cada máquina de

papel é projetada e fabricada para atender os planos de produção dos

clientes em termos de gramatura, largura da máquina15 e velocidade

máxima de produção, podendo custar até US$ 500 milhões com instalações

civis e periféricos. Os grandes grupos nacionais, responsáveis pela maior

parte da produção, possuem equipamentos com atualização tecnológica

semelhantes aos dos principais concorrentes internacionais. A maior

máquina de papel em operação no Brasil, no ano de 1998, pertence à Bahia

Sul, com capacidade de produção de 847 toneladas por dia.

O papel produzido nas fábricas é escoado através de diversos canais.

As fábricas procuram atender diretamente grandes contas − gráficas,

convertedores16 e editoras − e o resto da produção é escoada através de

distribuidores ou exportada. Os distribuidores de papel compram papéis em

folhas ou bobinas para revendê-los de forma mais pulverizada.

O volume das exportações brasileiras cresceu substancialmente

desde, o início dos anos 80, refletindo a crescente competitividade das

empresas nacionais. O desenvolvimento das empresas voltadas para o

mercado externo, principalmente fabricantes de celulose, seguiu o seguinte

modelo:

15 Também conhecida como “boca de máquina”.16 Convertedores de papel, compram papel e cartões para fabricação de cadernos, caixas, etc.

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60

i) Especialização na produção de celulose de fibra curta de eucalipto;

ii) Escala de produção elevada, seguindo padrões internacionais de

consumo de energia e de controle da ambiental;

iii) Financiamento de longo prazo com empréstimos internacionais;

iv) Operação de tradings próprias e terminais portuários especializados;

v) Projetos localizados em áreas de baixa ocupação populacional e

próximos à base florestal.

As fábricas de papel não foram projetadas seguindo o modelo

exportador, voltando sua produção principalmente para o mercado interno.

As grandes fábricas são integradas, localizadas próximo aos grandes

centros consumidores (principalmente São Paulo), mas nem todas possuem

certificação ambiental (essencial para quem deseja acesso ao mercado

externo). Com a crise econômica dos anos 90, muitas empresas destinaram

parte de sua produção para o mercado externo e procuram manter estas

posições para quando não for possível escoar toda a produção no mercado

interno. A participação das exportações de papel e celulose na balança

comercial brasileira está ilustrada na Figura 13.

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61

Figura 13 - Participação do Setor de Papel e Celulose nas Exportações Brasileiras

A abertura comercial brasileira, na década de 90, também atingiu a

indústria de papel e celulose, porém a penetração dos importados não foi

significativa. As empresas, para enfrentar a concorrência externa,

melhoraram sua produtividade, se modernizaram e reduziram as margens

de lucro, passando a praticar preços compatíveis com os preços do mercado

internacional. As tarifas de importação estão ilustradas Quadro 2.

Quadro 2 - Tarifas de Importação de Papel e Celulose no Brasil

TARIFAS EXTERNA COMUM (TEC) EM 1997/1998

PRODUTO %

PASTAS E CELULOSE 7

APARAS 5

PAPEL DE JORNAL 15

PAPEL E CARTÃO PARA ESCRITA E IMPRESSÃO 15

PAPÉIS HIGIÊNICOS E SANITÁRIOS 15

OUTROS PAPÉIS E CARTÕES KRAFT 15PAPÉIS ESPECIAIS 17

ARTEFATOS DE PAPEL 19Fonte: BRACELPA

PARTICIPAÇÃO DO SETOR DE PAPEL E CELULOSE NAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS - 1980/1996

0

1

2

3

4

5

6

7

19801981

19821983

19841985

19861987

19881989

19901991

19921993

19941995

1996

( % )

Fonte: BNDES

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62

A participação das importações de papel e celulose na balança

comercial brasileira está ilustrada na Figura 14.

Figura 14 - Participação de Setor de Papel e Celulose nas Importações Brasileiras

O Brasil é bastante avançado na reciclagem de papéis, conforme

pode ser observado na Tabela 10. As fábricas recicladoras contribuem com

aproximadamente 25% da produção de papéis e 30% da produção de fibras,

atuando nos segmentos de papéis sanitários, cartões para embalagens e

papel miolo para embalagens onduladas.

Tabela 10 - Países com Maior % de Reciclagem de Papel

RECICLAGEM DE PAPEL

PAÍS %

HOLANDA 73

DINAMARCA 66ÁUSTRIA 64ESPANHA 63INGLATERRA 60JAPÃO 55FRANÇA 49ALEMANHA 48EUA 45BRASIL 40PORTUGAL 30Fonte: BRACELPA, PPI e Haznews

PARTICIPAÇÃO DO SETOR DE PAPEL E CELULOSE NAS IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS - 1980/1996

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

19801981

19821983

19841985

19861987

19881989

19901991

19921993

19941995

1996

( % )

Fonte: BNDES

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63

7.1 Competitividade internacional

A indústria brasileira de papel e celulose apresenta vantagens

competitivas em nível internacional. As principais delas são o baixo custo e

a alta produtividade da base florestal plantada devido ao clima, solos

favoráveis, disponibilidade de terras e pesquisa genética do eucalipto. O

ciclo de corte do eucalipto, no Brasil, leva em média 7 anos contra 10 anos

nos países ibéricos e até 70 anos em outras espécies utilizadas. Além disso,

no Brasil, ocorrem até 3 cortes sucessivos do mesmo eucalipto, sem a

necessidade de replantio. A Figura 15 ilustra o ciclo médio de corte de

plantações de fibra curta em diversas regiões do mundo. A produtividade

florestal atinge mais de 40 metros cúbicos de madeira por hectare ao ano,

posicionando o Brasil entre os produtores com o mais baixo custo de

madeira do mundo.

Figura 15 - Ciclo Médio de Corte em Diversas Regiões do Mundo

CICLO MÉDIO DE CORTE EM ANOS

30-40

25-70

12-1510-127-8

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Brasil eIndonésia

Ibéricos Sul EUA Norte EUA Canadá eEscandinávia

Fonte: Aracruz Celulose / Revista Mercado de Capitais - n. 70

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64

A estrutura de custos dos principais produtores mundiais de celulose

é a seguinte:

Quadro 3 - Custos de Produção de Celulose dos Principais Produtores Mundiais

CUSTOS DE PRODUÇÃO DE CELULOSE - 1º SEM/97 - US$/TON

CUSTOS OPERACIONAIS BRASIL INDONÉSIA SUÉCIA

FINLÂNDIA

EUA CANADÁ PORTUGAL

ESPENHA

CUSTOS VARIÁVEIS

MADEIRA 108 115 184 124 119 190

PRODUTOS QUÍMICOS 31 33 41 42 41 45

ENERGIA 15 14 6 23 26 7

TOTAIS DE CUSTOS VARIÁVEIS 154 162 230 189 186 241

CUSTOS FIXOS

MÃO-DE-OBRA 54 38 48 57 63 49

OUTRAS CUSTOS DE MOAGEM 51 46 39 48 57 53

TOTAL DE CUSTOS FIXOS (FOB

MILL)

105 84 87 105 120 102

CUSTOS OPERACIONAIS 259 246 317 294 306 343

Fonte: Hawkins Wright

O Brasil e a Indonésia possuem custos variáveis de produção

(madeira, energia e produtos químicos) entre os mais baixos do mundo,

sendo que o Brasil utiliza a base florestal plantada (estável, produtiva e

desenvolvida tecnologicamente) e a Indonésia utiliza a base florestal nativa

com o compromisso de replantio (produtividade e qualidade ainda

incertas). Os dados dos EUA e do Canadá são das regiões de menor custo

de produção destes países e com poucas possibilidades para maior

expansão da área plantada. A principal vantagem competitiva do Brasil e

da Indonésia é o baixo custo de produção da celulose, pois, devido ao fato

da celulose ser uma commodity, seus preços são atrelados à realidade de

mercado, só restando às empresas trabalhar na redução de custos. O fato

dos maiores produtores nacionais de papel estarem integrados

verticalmente com a produção de celulose cria uma vantagem competitiva

com a garantia do fornecimento de fibras a um baixo custo.

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65

Por outro lado, o tamanho das empresas brasileiras, frente aos

principais concorrentes internacionais17, constitui-se no ponto fraco da

indústria nacional, devido à magnitude dos investimentos necessários, o

que aumenta o custo financeiro. A modernização e o investimento em

novos equipamentos é dificultado pela intensidade de capital (requerida

pelas elevadas escalas de produção), descontinuidades técnicas e longo

prazo de maturação.

A estrutura industrial heterogênea também é uma desvantagem, pois

plantas industriais com pequenas escalas de produção, defasadas

tecnologicamente e não integradas à produção de celulose são pouco

competitivas em um mundo globalizado. O processo de desativação destas

unidades é lento, pois em geral, são investimentos já amortizados que

seguem gerando caixa.

O país perde muita competitividade devido à sua infra-estrutura

deficiente, com terminais portuários, ferrovias, geração de energia e infra-

estrutura urbana(hospitais, escolas, habitação) não funcionando de forma

eficiente o que cria um custo adicional para as empresas. Muitas destas

inclusive criam esta infra-estrutura para poderem operar de forma mais

econômica.

A empresa, para se manter competitiva neste mercado, deve observar

os seguintes pontos:

17 De fato, apenas quatro grupos nacionais encontram-se entre os 150 maiores do mundo no setor (Klabin,Suzano, Votorantim e Aracruz).

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66

i) Equipamentos modernos: parque produtivo atualizado para aumentar a

produção e o controle;

ii) Economias de escala e redução de custos: integração produção de papel

com a produção de celulose, aumento da produtividade da floresta e da

fábrica, ganhos de escala para diluir os custos fixos;

iii) Capacitação gerencial e produtiva: profissionalização dos quadros

dirigentes e investimento nos funcionários para constante

aperfeiçoamento tecnológico;

iv) Qualidade do Produto e Controle Ambiental: equipamentos e processos

para manter o produto acessível a todos os mercados;

v) Acesso a capitais de longo prazo: mecanismos de acesso a capitais,

internos ou externos, com menor custo financeiro;

vi) Reestruturação patrimonial: fusões e aquisições para aumentar o poder

de mercado das empresas nacionais face ao grande potencial das

empresas estrangeiras.

7.2 Produção de celulose

A produção brasileira de celulose de mercado está voltada para a

exportação, onde 75% da produção está direcionada para o mercado

internacional. A distribuição da produção está ilustrada na Figura 16 e pode

ser observado o predomínio absoluto da celulose branqueada de fibra curta,

com 65% da produção total.

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67

Figura 16 - Produção por Tipo de Pasta Celulósica no Brasil

A produção de celulose teve sua arrancada na década de 70 e

continua aumentando ano a ano, de forma significativa, conforme pode ser

observado na Figura 17.

Figura 17 - Evolução da Produção de Celulose no Brasil

P R O D U Ç Ã O D E C E L U L O S E P O R T I P O S E M 1 9 9 7

Fibra Curta Branqueada

73%

Fibra Longa Não Branqueada

20%

Fibra Longa Branqueada

2%Fibra Curta Não Branqueada 5%

Fonte: BRACELPA

V O L U M E T O T A L

5 .904 M IL t

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE CELULOSE (MIL TONELADAS)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

1979

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

VO

LU

ME

Fonte: BRACELPA

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68

A produção total de celulose, destinada para consumo próprio e para

o mercado, foi de 5.904 mil toneladas, em 1997, distribuídas da seguinte

forma entre os diversos fabricantes:

Tabela 11 - Principais Fabricantes de Celulose no Brasil

PRINCIPAIS FABRICANTES DE CELULOSE EM 1997MIL TONELADAS

GRUPO 1997 %

ARACRUZ 1058 18%KLABIN 1034 18%SUZANO 948 16%CENIBRA 720 12%VOTORANTIM 612 10%CHAMPION 315 5%RIPASA 296 5%IGARAS 286 5%RIGESA 184 3%PISA 140 2%OUTROS 312 5%

TOTAL 5.904 100%Fonte: BRACELPA

Os principais fabricantes de celulose de mercado produziram 2.769

mil toneladas, em 1997, distribuídos da seguinte forma:

Tabela 12 - Principais Fabricantes de Celulose de Mercado no Brasil

MAIORES FABRICANTES DE CELULOSE DE MERCADO EM 1997MIL TONELADAS

GRUPO PRODUÇÃO %

ARACRUZ 1.058 38%

CENIBRA 720 26%BAHIA SUL 527 19%RIOCELL 255 9%JARI 131 5%LWARCEL 79 3%

TOTAL 2.769 100%

Fonte: BRACELPA

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69

7.3 Produção e consumo de papel

A produção de papel está concentrada em três estados. São Paulo

lidera a produção de papéis de imprimir & escrever, cartões e cartolinas,

enquanto no Paraná e Santa Catarina a produção está centrada nas

embalagens kraft, papel de imprensa e papéis de imprimir & escrever,

baseados em fibra longa. A distribuição da produção brasileira está na

Figura 18 e pode ser observada a grande participação dos segmentos de

embalagens e de imprimir & escrever.

Figura 18 - Produção de Papel por Segmento no Brasil

A evolução da produção total também foi significativa nas duas

últimas décadas, conforme ilustrado na Figura 19.

P R O D U Ç Ã O D E P A P E L P O R S E G M E N T O E M 1 9 9 7

EMBALAGEM45%

CARTÃO10%

ESPECIAL2%

SANITÁRIOS9%

IMPRIMIR & ESCREVER

30%

IMPRENSA 4%

Fonte: BRACELPA

V O L U M E T O T A L

6 .518 M IL t

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70

Figura 19 - Evolução da Produção de Papel no Brasil - Todos os Segmentos

As taxas anuais de crescimento nas últimas décadas estão ilustradas

na Tabela 13.

Tabela 13 - Taxas de Crescimento Anual da Produção de Papel por Segmento no Brasil

CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO DE PAPEL POR SEGMENTOSMIL TONELADAS - % a.a.

VOLUME TAXA DE CRESCIMENTO ANUAL

SEGMENTO 1980 1990 1995 1997 %80/90 %90/95 %95/97

EMBALAGEM 1600 2184 2510 2911 3,16 2,82 7,69

IMPRIMIR & ESCREVER 870 1290 1802 1983 4,02 6,91 4,90CARTÃO 422 470 588 648 1,08 4,60 4,94SANITÁRIOS 232 404 466 565 5,70 2,90 10,06IMPRENSA 105 246 295 265 8,89 3,69 -5,21ESPECIAL 132 122 137 146 -0,78 2,34 3,41

TOTAL 3361 4716 5798 6518 3,45 4,22 6,02Fonte: BRACELPA

Os maiores fabricantes de papel em todos os segmentos, em 1997,

foram:

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE PAPEL (MIL TONELADAS)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

1962

1964

1966

1968

1970

1972

1974

1976

1978

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

Pro

du

ção

Fonte: BRACELPA

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71

Tabela 14 - Principais Fabricantes Brasileiros de Papel em Toneladas

PRINCIPAIS FABRICANTES DE PAPEL EM 1997MIL TONELADAS

GRUPO 1997 %

KLABIN 965 15%

SUZANO 967 15%VOTORANTIM 525 8%RIPASA 393 6%CHAMPION 356 5%IGARAS 345 5%RIGESA 273 4%TROMBINI 224 3%PISA 166 3%INPACEL 163 3%SANTHER 129 2%OUTROS 2012 31%

TOTAL 6518 100%Fonte: BRACELPA

Como é muito difícil medir o consumo real de papel, calcula-se o

consumo aparente de papel, através da seguinte fórmula:

Consumo Aparente = Produção - Exportação + Importação

O cálculo do consumo aparente também não é muito preciso, pois

depende das informações declaradas de cada fabricante, o que nem sempre

corresponde à realidade. A Figura 20 ilustra o consumo aparente de papel

em relação à produção total.

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72

Figura 20 - Evolução da Produção x Consumo Aparente de Papel no Brasil -Todos os Segmentos

Alguns autores associam a demanda de papel a diversas variáveis

sócio-econômicas, como a atividade econômica (PIB), a variação da renda

e o crescimento populacional. Em um país das dimensões do Brasil, onde

as necessidades básicas de grande parte da população ainda não foram

atendidas, o número de analfabetos é elevado (consumidores estes que

obviamente não compram livros, jornais ou revistas) e uma distribuição de

renda extremamente injusta, é de se esperar que a melhoria destas variáveis

exógenas terão um grande impacto na demanda por produtos agro-

industriais de base florestal. A demanda interna de papel tem uma

elasticidade em torno de 1,23 em relação ao PIB, ou seja, nos períodos de

crescimento econômico, o consumo desses produtos sobe

significativamente, pois os mesmos estão diretamente ligados à dinâmica

E V O L U Ç Ã O D A P R O D U Ç Ã O x C O N S U M O

( M I L T O N E L A D A S )

Consumo Aparente

Produção

3000

3500

4000

4500

5000

5500

6000

6500

1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996

VO

LU

ME

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73

da produção de bens de consumo. A Figura 21 ilustra a evolução do

consumo aparente de papel no Brasil.

Figura 21 - Evolução do Consumo de Papel no Brasil - Todos os Segmentos

A correlação da demanda com as variáveis sócio-econômicas pôde

ser observada, mais uma vez, após o Plano Real, onde a pequena melhora

da distribuição da renda teve um reflexo significativo na demanda dos

produtos da indústria papeleira. No período de 1990 a 1995 a produção de

todos os tipos de papéis cresceu a uma taxa anual de 4,22%, enquanto no

período de 1995 a 1997 este crescimento anual foi de 6,02%.

O consumo per capta de papel no Brasil foi de 38,6 Kg em 1997. A

Figura 22 ilustra a evolução do consumo per capta no Brasil. O consumo é

baixo comparado aos países desenvolvidos, mas proporcional ao PIB per

capta . Se comparamos o consumo per capta de papel com a renda per

capta dos principais países industrializados, observamos uma estreita

relação entre o aumento da renda com o aumento do consumo. A Figura 23

ilustra esta comparação. Desvios desta relação, quase linear, entre consumo

e renda são explicados pelas culturas e hábitos de determinadas regiões,

que incentivam ou desestimulam o consumo de papel.

EVOLUÇÃO DO CONSUMO DE PAPEL (MIL TONELADAS)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

Fonte: BRACELPA

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74

Figura 22 - Evolução do Consumo per capta de Papel no Brasil

Figura 23 - Comparação do PIB per capta com a Renda per capta no Mundo

7.4 Exportação e importação de papel e celulose

O sucesso do Plano Real e o aquecimento do mercado interno

interromperam a trajetória de crescimento, fazendo com que as exportações

0

5

10

15

2025

30

35

40

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

EVOLUÇÃO DO CONSUMO "PER CAPTA" DE PAPEL (Kg /hab /ano)

Fonte: BRACELPA

Papel Sanitário: Consumo per Capita versus PIB per Capita

0

5

10

15

20

25

0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000

PIB per Capita (US$/hab/ano)

Co

nsu

mo

per

Cap

ita

(kg

/hab

/an

o)

Canadá

EUA

Inglaterra

Chile

BrasilPeru

Suécia

ArgentinaUruguai/Equador

Venezuela

Alemanha

Itália

Japão

México

Espanha

Fonte: BNDES

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75

de papel caíssem de 1.424 mil toneladas em 1993 para 1.329 mil toneladas

em 1997. A abertura do mercado, aliada ao crescimento do consumo

interno provocaram um aumento significativo das importações de papel,

saindo de 294 mil toneladas em 1993, para 978 mil toneladas em 1997. Por

conseguinte, o país vem apresentando saldos comerciais inferiores aos

realizados antes da implantação do Plano Real. A Figura 24 ilustra as

alterações das exportações, importações e o saldo, em toneladas, da balança

comercial da indústria papeleira.

Figura 24 - Evolução da Importação, Exportação e Saldo da Balança Comercial para o Setor

Papeleiro

As exportações de papel estão concentradas em commodidites dos

segmentos de embalagem (kraftliner) e de imprimir & escrever (não

revestidos). Os fabricantes nacionais sempre utilizaram a exportação para

colocação de volumes não absorvidos no mercado interno, porém,

motivados pela crise econômica do início da década de 90 e pela boa

receptividade do papel brasileiro no exterior, passaram a destinar um

E V O L U Ç Ã O D A I M P O R T A Ç Ã O E E X P O R T A Ç Ã O D E P A P E L

( M I L T O N E L A D A S )

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

VO

LU

ME

Importação Exportação SaldoFonte: BRACELPA

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76

percentual de sua produção para manter este mercado. A Figura 25 e a

Tabela 15 ilustram a exportação de papel do país por segmentos.

Figura 25 - Exportação de Papel por Segmentos no Brasil

Tabela 15 - Evolução da Exportação por Segmentos no Brasil

EXPORTAÇÃO DE PAPEL POR CATEGORIA - 1992/1996MIL TONELADAS

CATEGORIA 1992 1993 1994 1995 1996

I&E NÃO-REVESTIDO OUTROS 455 592 556 408 411

EMBALAGEM KRAFTLINER 360 335 342 256 272OUTROS TIPOS DE PAPEL 201 267 249 202 223I&E NÃO-REVESTIDO CUT-SIZE 121 131 200 219 209I&E REVESTIDOS 7 35 113 93 87EMBALAGEM OUTROS 91 64 70 51 32

TOTAL 1.235 1.424 1.530 1.229 1.234

Fonte: BRACELPA / BNDES

O principal destino das exportações de papel do Brasil é o terceiro

mundo, mostrando a dificuldade das empresas brasileiras em penetrar nos

principais mercados europeu e americano.

EXPORTAÇÃO DE PAPEL POR SEGMENTOS(MIL TONELADAS)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1992 1993 1994 1995 1996

VO

LU

ME

I&E NÃO-REVESTIDO OUTROS

I&E NÃO-REVESTIDO CUT-SIZE

I&E REVESTIDOS

EMBALAGEM KRAFTLINER

EMBALAGEM OUTROS

OUTROS TIPOS DE PAPEL

Fonte: BRACELPA / BNDES

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77

Tabela 16 - Destino das Exportações Brasileiras de Papel

DESTINO DAS EXPORTAÇÕES DE PAPEL - 1990/1996MIL TONELADAS

DESTINO 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996

AMÉRICA LATINA 133 285 385 534 495 434 444

ÁSIA/OCEANIA 229 223 242 255 346 262 336EUROPA 392 430 438 358 481 354 270ÁFRICA 180 123 158 143 129 80 100

AMÉRICA DO NORTE 23 16 12 133 79 100 84

Total 957 1077 1235 1424 1530 1229 1234

Fonte: BRACELPA / BNDES

Os principais grupos exportadores são os mesmos que respondem

por 65% da produção total. Isto evidencia que para participar do mercado

internacional são necessárias modernas plantas industriais integradas com a

produção de celulose. As figuras a seguir ilustram os principais grupos

exportadores.

Figura 26 - Principais Grupos Exportadores no Brasil

P R I N C I P A I S G R U P O S E X P O R T A D O R E S

( M I L T O N E L A D A S )

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1992 1993 1994 1995 1996

VO

LU

ME

SUZANO

VOTORANTIM

KLABIN

RIPASA

CHAMPION

IGARAS

INPACEL

OUTROS

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78

Tabela 17 - Evolução dos Principais Grupos Exportadores no Brasil

VENDAS EXTERNAS DOS PRINCIPAIS GRUPOS BRASILEIROS DE PAPEL - 1992/1996MIL TONELADAS

GRUPO 1992 1993 1994 1995 1996

SUZANO 103 151 250 174 183

VOTORANTIM 153 202 238 197 174KLABIN 214 205 187 153 169RIPASA 192 170 152 107 147CHAMPION 157 145 152 164 140IGARAS 163 138 156 147 136INPACEL 18 35 85 75 80OUTROS 272 178 212 153 144

TOTAL 1.272 1.224 1.432 1.170 1.173Fonte: BRACELPA / BNDES

A exportação de celulose não sofreu tão intensamente os impactos do

Plano Real e manteve seu ritmo de crescimento da década de 90. Os

principais grupos exportadores possuem plantas industriais projetadas para

competir em custo e qualidade mundiais. A exportação é, quase na

totalidade, de fibra curta de eucalipto, a especialidade do Brasil, conforme

pode ser observado na Tabela 18.

Tabela 18 - Principais Exportadores de Celulose no Brasil

EXPORTAÇÕES DAS PRINCIPAIS FABRICANTES DE CELULOSE - 1990/1996MIL TONELADAS

EMPRESAS 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996

FIBRA CURTA 994 1.276 1.580 1.866 1.925 1.759 2.215 ARACRUZ 406 617 853 932 984 897 1.027 CENIBRA 273 292 308 340 353 323 589 BAHIA SUL - - 94 306 286 240 289 RIOCELL 137 206 188 170 164 153 154 JARI 152 149 117 112 97 110 152 OUTROS 26 12 20 6 41 36 4

FIBRA LONGA 90 83 101 142 107 74 73 JARI 84 76 89 138 101 69 72 CAMBARÁ 5 7 11 4 5 3 1 OUTRAS 1 0 1 0 1 2 0

TOTAL 1084 1359 1681 2008 2032 1833 2288

Fonte: BRACELPA / BNDES

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79

Diferente das exportações de papel, a celulose possui uma grande

penetração nos mercados da Europa e América do Norte, comprovando a

competitividade brasileira neste segmento.

Tabela 19 - Destino das Exportações Brasileiras de Celulose

DESTINO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CELULOSE BRANQUEADA - 1990/1996MIL TONELADAS

DESTINO 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996

EUROPA 415 545 709 895 780 774 821

ÁSIA/OCEANIA 261 350 413 849 646 537 737AMÉRICA DO NORTE 334 441 464 576 564 592 561AMÉRICA LATINA 19 29 42 79 59 44 35

ÁFRICA 1 1 2 0 0 0 1

Total 1040 1334 1629 2000 2020 1809 2155

Fonte: BRACELPA / BNDES

A abertura do país e o aquecimento do mercado interno promoveram

um expressivo e preocupante crescimento das importações de papel,

saltando de 294 mil toneladas em 1993, para 978 mil toneladas em 1997. A

importação de papel é concentrada nas categorias de papel de imprensa e

papel de imprimir & escrever, conforme pode ser observado nas figuras a

seguir.

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80

Figura 27 - Importação de Papel por Segmentos no Brasil

Tabela 20 - Evolução da Importação de Papel por Segmentos no Brasil

IMPORTAÇÃO DE PAPEL POR CATEGORIA - 1990/1997MIL TONELADAS

CATEGORIA 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

IMPRENSA 188 212 173 183 319 423 384 471ESPECIAIS 15 27 27 28 41 141 284 180IMPRIMIR&ESCREVER 70 103 58 71 87 146 149 231CARTÕES 5 5 7 10 16 27 67 61EMBALAGEM 10 19 6 11 14 46 37 33SANITÁRIOS 6 6 11 5 3 23 5 2

TOTAL 294 372 282 307 480 806 926 978

Fonte: BRACELPA / BNDES

As importações de papel se originam principalmente de países de

primeiro mundo, como os EUA, Canadá, Finlândia e Alemanha.

IMPORTAÇÃO DE PAPEL POR SEGMENTOS(MIL TONELADAS)

0

200

400

600

800

1000

1200

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

VO

LU

ME

IMPRENSA

IMPRIMIR&ESCREVER

ESPECIAIS

CARTÕES

EMBALAGEM

SANITÁRIOS

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81

Tabela 21 - Origem das Importações Brasileiras de Papel

ORIGEM DAS IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE PAPEL - 1990/1996MIL TONELADAS

ORIGEM 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996

EUA 20 52 37 43 65 151 358

CANADÁ 78 123 125 135 217 217 241OUTROS 38 34 33 35 86 222 181FINLÂNDIA 78 127 62 60 70 96 67ALEMANHA 2 7 3 7 17 60 46MERCOSUL 78 29 22 28 25 62 33

TOTAL 294 372 282 307 480 806 926Fonte: BRACELPA / BNDES

7.5 Estudos e sugestões para o setor

A indústria brasileira de papel e celulose, apesar de competitiva

internacionalmente, possui deficiências estruturais e sistêmicas, que devem

ser desenvolvidas para permanecer e ampliar sua participação nos

mercados interno e externo. As empresas nacionais carecem de políticas

voltadas para a exportação e de instrumentos de comercialização de seus

produtos internacionalmente. O alto custo do capital, a burocracia, a carga

tributária e a infra-estrutura são alguns dos elementos que prejudicam a

competitividade dos produtos nacionais. O problema tem sido analisado

por diversas entidades que elaboraram estudos e sugestões de ações que

devem ser adotadas para corrigir as deficiências do setor. Os principais

estudos são da ANFPC (atual BRACELPA), José Luiz Jorge da Unicamp e

a equipe gerenciada por Ângela Macedo do BNDES.

Jorge (1993b, p.17-24) definiu três fatores que afetam a

competitividade brasileira − fatores sistêmicos, fatores estruturais e fatores

tecnológicos. Classificou as empresas como bem desenvolvidas nos

quesitos dos fatores tecnológicos e com uma deficiência relevante nos

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82

fatores estruturais, que é o pequeno tamanho das empresas nacionais frente

às suas concorrentes externas. Os fatores sistêmicos são os que mais

atrapalham a competitividade das empresas nacionais, à medida que o país

apresenta uma infra-estrutura deficiente, baixo nível de educação e

problemas sociais. Jorge sugeriu as seguintes políticas:

i) Políticas de Modernização Empresarial

(a) Desenvolvimento gerencial;

(b) Reespecialização de mercados;

(c) Redução de custos e melhoria de qualidade (equipamentos,

insumos florestais, reciclagem, recuperação, mão-de-obra e

transportes);

(d) Redefinição de engenharia financeira.

ii) Políticas de Reestruturação Setorial

(a) Apoio ao investimento;

(b) Apoio ao comércio exterior;

(c) Qualidade e Produtividade;

(d) Reciclagem;

(e) Economia Florestal;

(f) Infra-Estrutura.

iii) Políticas Relacionadas a Fatores Sistêmicos

(a) Estabilidade;

(b) Crescimento;

(c) Reforma do estado (gasto público, arrecadação tributária,

regulação estatal).

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83

A Associação Nacional dos Fabricantes de Papel e Celulose

(ANFPC, 1995, p.29-37) sugeriu as seguintes ações para aumentar a

competitividade do setor:

i) Consolidação da estabilidade;

ii) Flexibilização dos monopólios;

iii) Política de Desenvolvimento Setorial;

iv) Privatizações;

v) Reforma da Previdência;

vi) Reforma Financeira;

vii) Reforma Orçamentária;

viii) Reforma Tributária;

ix) Reformas Estruturais;

x) Reorganização do pacto federativo;

xi) Retomada dos investimentos.

A política de desenvolvimento setorial deveria abranger os seguintes

aspectos:

i) Equacionamento das condições de financiamento;

ii) Apoio ao desenvolvimento da base florestal plantada;

iii) Apoio à modernização industrial;

iv) Apoio à inserção externa das empresas brasileiras;

v) Expansão da oferta e qualidade e competitividade de infra-estrutura.

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84

A conclusão destes estudos é que o setor está bastante consciente das

suas missões e dos desafios que devem ser superados, bastando ao Estado a

vontade política de fazer. Os problemas enfrentados pelo setor, em muitos

casos, afetam todos os demais segmentos da economia brasileira, de forma

que são ainda mais relevantes para aumentar a competitividade do país de

forma global.

7.6 Previsões de crescimento e investimento

O processo de expansão e implantação de novas unidades

industriais, considerado o volume de capitais necessários e o tempo de

maturação dos projetos, é bastante complexo. A previsão da demanda do

mercado para os próximos anos é essencial para se dimensionar o tamanho

das fábricas, porém de difícil determinação, à medida em que se deve

prever a demanda com muitos anos de antecedência.

Macedo e Valença (1996) realizaram um extenso estudo e

concluíram que, no período de 1995-2005, serão necessários US$ 13

bilhões em investimentos, para que o país mantenha suas participações nos

mercados interno e externo.

8 ANÁLISE SEGMENTADA DO MERCADO

8.1 Papéis de Imprimir & Escrever

A produção dos papéis de imprimir & escrever foi de 2.248 mil

toneladas em 1997, representando 8,9% da produção total de papéis no

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85

Brasil. A taxa média anual de crescimento foi de 3,54% para os últimos 2

anos, valor este inferior ao registrado na primeira metade da década. A

redução do ritmo de crescimento ocorreu em todos os segmentos de I&E,

conforme pode ser observado na Tabela 22.

Tabela 22 - Crescimento da Produção de Papéis de Imprimir & Escrever no Brasil

CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO DE PAPEL DE IMPRIMIR & ESCREVERMIL TONELADAS - % a.a.

VOLUME TAXA DE CRESCIMENTO ANUAL

SEGMENTO 1980 1990 1995 1997 %80/90 %90/95 %95/97

OFFSET 324 710 1300 1487 8,14 12,87 6,93IMPRENSA 105 246 295 265 8,93 3,66 -5,21COUCHÊ CWC - - 130 156 - - 9,41COUCHÊ 48 79 109 121 5,24 6,56 5,33APERGAMINHADO 288 306 118 94 0,62 -17,42 -10,34OUTROS 211 194 145 125 -0,83 -5,65 -7,18

TOTAL 975 1536 2097 2248 4,64 6,43 3,54

Fonte: BRACELPA

A Figura 28 mostra que existe um excesso de capacidade produtiva

no segmento I&E, fazendo com que as empresas tenham que exportar o que

não é absorvido no mercado interno. O excesso de capacidade aliado à

sobrevalorização do câmbio, na primeira fase do Plano Real (criando

dificuldades de exportação), deve ser o motivo da redução no crescimento

da produção.

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86

Figura 28 - Evolução da Produção e do Consumo Aparente dos Papéis de I&E no Brasil

O segmento de papéis de imprensa apresenta um quadro bem

diferente do resto dos papéis de I&E. O consumo é muito superior à

produção nacional, sendo necessário a importação deste tipo de produto.

Figura 29 - Evolução da Produção e do Consumo Aparente de Papéis de Imprensa no Brasil

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO E DO CONSUMO DE PAPÉIS DE IMPRIMIR & ESCREVER (MIL TONELADAS)

Produção

Consumo Aparente

0

500

1000

1500

2000

2500

1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

VO

LU

ME

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO E DO CONSUMO DE PAPÉIS DE IMPRENSA (MIL TONELADAS)

Consumo

Produção

0

100

200

300

400

500

600

700

800

1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

VO

LU

ME

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87

O consumo per capta dos papéis I&E (sem considerar o segmento de

papel de imprensa) aumentou após o Plano Real, atingindo o patamar de

8,6 Kg/habitante/ano em 1997.

Figura 30 - Evolução do Consumo per capta de Papéis de Imprimir & Escrever no Brasil

O consumo per capta do segmento de papel de imprensa aumentou

após o Plano Real, atingindo o patamar de 4,5 Kg/habitante/ano em 1997.

Figura 31 - Evolução do Consumo per capta de Papéis de Imprensa no Brasil

0

2

4

6

8

10

Kg/Hab

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

E V O L U Ç Ã O D O C O N S U M O " P E R C A P T A " D E

PAPÉIS DE IMPRIMIR & ESCREVER (Kg/hab/ano)

Fonte: BRACELPA Obs: Sem incluir papéis de imprensa

0

1

2

3

4

5

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

E V O L U Ç Ã O D O C O N S U M O " P E R C A P T A " D E P A P É I S D E I M P R E N S A

(Kg/hab/ano)

Fonte: BRACELPA

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88

A produção, em 1997, foi dividida entre os seguintes segmentos:

Figura 32 - Produção de Papéis de Imprimir & Escrever por Segmentos no Brasil

Os estados de São Paulo e Paraná responderam, em 1997, por 87%

da produção total do segmento de I&E, conforme mostra a Figura 33.

Figura 33 - Distribuição Geográfica da Produção de Papéis de Imprimir & Escrever no Brasil

D I S T R I B U I Ç Ã O D A P R O D U Ç Ã O D E P A P É I S D E I M P R I M I R &

E S C R E V E R E I M P R E N S A P O R S E G M E N T O S E M 1 9 9 7

OFFSET66%

IMPRENSA12%

COUCHÉ 5%

APERGAMINHADO 4% 6% OUTROS

COUCHÉ LWC7%

Fonte: BRACELPA

V O L U M E T O T A L

2 .248 M IL t

D I S T R I B U I Ç Ã O G E O G R Á F I C A D A P R O D U Ç Ã O D E P A P É I S D E I M P R I M I R &

ESCREVER EM 1997

66%

21%

9%4%

São Paulo

Paraná

Bahia

Outros

Fonte: BRACELPA

Volume Total

2 .248 mi l t

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89

O saldo de exportação dos papéis de I&E (sem considerar o

segmento de papel de imprensa) sempre foi expressivo e apesar de ter

reduzido um pouco após o Plano Real, voltou a se recuperar em 1997. O

problema para os fabricantes nacionais é a crescente entrada de produtos

importados de maior valor agregado, como é o caso do papel couchê.

Figura 34 - Evolução da Importação, Exportação e Sado dos Papéis de Imprimir & Escrever

As importações de papéis de imprensa, que sempre foram

significativas, se ampliaram ainda mais após o Plano Real, como mostra a

Figura 35.

E V O L U Ç Ã O D A I M P O R T A Ç Ã O E E X P O R T A Ç Ã O D E P A P É I S D E I M P R I M I R

& E S C R E V E R ( M I L T O N E L A D A S )

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Pro

du

ção

Importação Exportação Saldo

Fonte: BRACELPA

Obs: Sem incluir papéis de imprensa

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90

Figura 35 - Evolução da Importação, Exportação e Sado dos Papéis de Imprensa no Brasil

O segmento de papéis de imprimir & escrever é concentrado, onde 7

grandes empresas respondem por 86% da produção do segmento, como

pode ser observado na Figura 36.

Figura 36 - Principais Produtores de Papéis de Imprimir & Escrever no Brasil

E V O L U Ç Ã O D A I M P O R T A Ç Ã O E D A E X P O R T A Ç Ã O D E P A P É I S D E

I M P R E N S A ( M I L T O N E L A D A S )

-600

-400

-200

0

200

400

600

1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997Pro

du

ção

Importação Exportação SaldoFonte: BRACELPA

P R I N C I P A I S P R O D U T O R E S D E P A P É I S D E I M P R I M I R &

ESCREVER EM 1997

Votorantim20%

Champion16%

Suzano15%

Ripasa11%

Bahia Sul9%

Pisa7%

Klabin7%

Inpacel7%

Outros8%

Volume Total

2.248 mil T

Fonte: BRACELPA

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91

8.2 Papéis de Embalagem

A produção de papéis de embalagens foi de 2.911 mil toneladas em

1997, representando 45% da produção total de papéis no Brasil. A taxa

média anual de crescimento foi de 7,69% para os últimos 2 anos, valor este

significativamente superior ao registrado na primeira metade da década. A

Tabela 23 mostra o crescimento da produção em diversos períodos de

tempo.

Tabela 23 - Crescimento da Produção de Papéis de Embalagem no Brasil

CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO DE EMBALAGEMMIL TONELADAS - % a.a.

VOLUME TAXA DE CRESCIMENTO ANUAL

SEGMENTO 1980 1990 1995 1997 %80/90 %90/95 %95/97

PAPELÃO ONDULADO 928 1601 1940 2304 5,61 3,92 8,97

KRAFT 509 444 457 471 -1,36 0,60 1,50ESTIVA E MACULATURA 53 59 49 69 1,02 -3,55 18,87OUTROS 111 81 63 66 -3,10 -4,81 2,43

TOTAL 1600 2184 2510 2911 3,16 2,82 7,69

Fonte: BRACELPA

A Figura 37 mostra que o aumento do consumo interno está fazendo

com que o consumo aparente se aproxime da capacidade produtiva no

segmento de embalagens.

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92

Figura 37 - Evolução da Produção e do Consumo Aparente dos Papéis de Embalagem no Brasil

O consumo per capta dos papéis de embalagem aumentou após o

Plano Real, atingindo o patamar de 16,6 Kg/habitante/ano em 1997.

Figura 38 - Evolução do Consumo per capta de Papéis de Embalagem no Brasil

A produção, em 1997, foi dividida entre os seguintes segmentos:

02468

1012141618

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

E V O L U Ç Ã O D O C O N S U M O " P E R C A P T A " D E P A P É I S D E

EMBALAGEM (Kg/hab/ano)

Fonte: BRACELPA

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO E DO CONSUMO CONSUMO DE PAPÉIS DE EMBALAGEM (MIL TONELADAS)

Produção

Consumo Aparente

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

VO

LU

ME

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93

Figura 39 - Produção de Papéis de Embalagem por Segmentos no Brasil

Os estados de Santa Catarina, São Paulo e Paraná responderam, em

1997, por 80% da produção total, conforme mostra a Figura 40.

Figura 40 - Distribuição Geográfica da Produção de Papéis de Embalagem no Brasil

D I S T R I B U I Ç Ã O D A P R O D U Ç Ã O D E E M B A L A G E N S E M 1 9 9 7

PAPELÃO ONDULADO

80%

KRAFT16%

OUTROS2%ESTIVA E

MACULATURA 2%

Fonte: BRACELPA

V O L U M E T O T A L

2 .911 M IL t

D I S T R I B U I Ç Ã O G E O G R Á F I C A D A P R O D U Ç Ã O D E P A P É I S D E

E M B A L A G E M E M 1 9 9 7

30%

28%

22%

8%

4%3%3% 2%

Santa Catarina

São Paulo

Paraná

Minas Gerais

Rio de Janeiro

Pernambuco

Rio Grande do Sul

Outros

Fonte: BRACELPA

Volume Total

2 .911 M IL t

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94

O saldo de exportação dos papéis de embalagem sempre foi

expressivo e após o Plano Real manteve-se estável em 250 mil toneladas.

Figura 41 - Evolução da Importação, Exportação e Sado dos Papéis de Embalagem no Brasil

O segmento de papéis de embalagem é concentrado em grandes

empresas, onde 5 empresas respondem por 59% da produção nacional,

como pode ser observado na Figura 42.

Figura 42 - Principais Produtores de Papel de Embalagem no Brasil

E V O L U Ç Ã O D A I M P O R T A Ç Ã O E D A E X P O R T A Ç Ã O D E P A P É I S D E

E M B A L A G E M ( M I L T O N E L A D A S )

0

100

200

300

400

500

600

1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Pro

du

ção

Importação Exportação SaldoFonte: BRACELPA

P R I N C I P A I S P R O D U T O R E S D E P A P É I S D E

E M B A L A G E M E M 1 9 9 7

Klabin23%

Igaras12%

Rigesa9%Trombini

8%

Orsa7%

Outras41%

Volume Total

2 .911 M IL t

Fonte: BRACELPA

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95

8.3 Papéis para Fins Sanitários

A produção dos papéis para fins sanitários foi de 565 mil toneladas

em 1997, representando 10% da produção total de papéis no Brasil. A taxa

média anual de crescimento foi de 10,06% para os últimos 2 anos, valor

extremamente superior ao registrado na primeira metade da década. O

aumento do consumo se deve à uma melhor distribuição de renda causada

pelo Plano Real, fazendo com que parte da população de baixa renda passe

a consumir este tipo de papel.

Tabela 24 - Crescimento da Produção de Papéis Sanitários no Brasil

CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO DE PAPÉIS SANITÁRIOSMIL TONELADAS - % a.a.

VOLUME TAXA DE CRESCIMENTO ANUAL

SEGMENTO 1980 1990 1995 1997 %80/90 %90/95 %95/97

FOLHA SIMPLES DE ALTA QUALIDADE 30 107 179 203 13,59 10,75 6,46FOLHA SIMPLES DE BOA QUALIDADE 125 154 119 168 2,13 -5,12 19,12TOALHA 28 55 57 83 6,99 0,94 20,45HIGIÊNICO DE FOLHA DUPLA 35 39 64 75 1,20 10,18 8,12GUARDANAPO 12 14 15 16 1,52 0,91 5,32HIGIÊNICO POPULAR - 29 29 17 - -0,48 -22,73LENÇO 2 5 4 3 7,71 -2,23 -21,19

TOTAL 232 404 466 565 5,70 2,92 10,06Fonte: BRACELPA

A Figura 43 mostra que a capacidade produtiva e o consumo

aparente, no segmento de papéis para fins sanitários, estão muito próximos,

havendo necessidade de, em se mantendo este ritmo de crescimento,

expandir a produção.

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96

Figura 43 - Evolução da Produção e do Consumo Aparente de Papéis Sanitários no Brasil

O consumo per capta dos papéis para fins sanitários aumentou

significativamente após o Plano Real, atingindo o patamar de 3,4

Kg/habitante/ano em 1997.

Figura 44 - Evolução do Consumo per capta de Papéis Sanitários no Brasil

A produção, em 1997, foi dividida entre os seguintes segmentos:

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

E V O L U Ç Ã O D O C O N S U M O " P E R C A P T A " D E P A P É I S S A N I T Á R I O S

(Kg/hab/ano)

Fonte: BRACELPA

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO E DO CONSUMO DE PAPÉIS SANITÁRIOS (MIL TONELADAS)

Consumo Aparente

Produção

0

100

200

300

400

500

600

700

1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

VO

LU

ME

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97

Figura 45 - Produção de Papéis Sanitários por Segmentos no Brasil

Os estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas

Gerais responderam, em 1997, por 81% da produção total, conforme

mostra a Figura 46.

Figura 46 - Distribuição Geográfica da Produção de Papéis Sanitários no Brasil

D I S T R I B U I Ç Ã O D A P R O D U Ç Ã O D E P A P É I S S A N I T Á R I O S E M 1 9 9 7

FOLHA SIMPLES DE ALTA QUALIDADE

36%

FOLHA SIMPLES DE BOA QUALIDADE

30%

TOALHA15%

HIGIÊNICO POPULAR3% 0% LENÇO

GUARDANAPO 3%

HIGIÊNICO DE FOLHA DUPLA 13%

V O L U M E T O T A L

5 6 5 M I L t

D I S T R I B U I Ç Ã O G E O G R Á F I C A D A P R O D U Ç Ã O D E P A P É I S S A N I T Á R I O S

47%

21%

7%

6%

6%

13%

São Paulo

Santa Catarina

Rio de Janeiro

Minas Gerais

Paraná

Outros

Fonte: BRACELPA

V O L U M E T O T A L

5 6 5 M I L t

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98

O saldo de exportação dos papéis para fins sanitários, que já não era

expressivo, foi ainda mais reduzido após o Plano Real, devido ao aumento

do consumo interno.

Figura 47 - Evolução da Importação, Exportação e Sado dos Papéis Sanitários no Brasil

O segmento de papéis para fins sanitários é concentrado, onde 4

empresas respondem por 54% da produção, com destaque para a Klabin,

como pode ser observado na Figura 48.

E V O L U Ç Ã O D A I M P O R T A Ç Ã O E D A E X P O R T A Ç Ã O D E P A P É I S

S A N I T Á R I O S ( M I L T O N E L A D A S )

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Pro

du

ção

Importação Exportação SaldoFonte: BRACELPA

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99

Figura 48 - Principais Produtores de Papéis Sanitários no Brasil

8.4 Cartões e Cartolinas

A produção de cartões e cartolinas foi de 648 mil toneladas em 1997,

representando 10% da produção total de papéis no Brasil. A taxa média

anual de crescimento foi de 4,94% para os últimos 2 anos, valor semelhante

ao registrado na primeira metade da década. Apesar disso, o segmento de

cartões duplex e triplex teve um crescimento significativo nestes últimos

anos.

P R I N C I P A I S P R O D U T O R E S D E P A P É I S S A N I T Á R I O S E M

1 9 9 7

Klabin23%

Santher15%

Melhoramentos10%

Manikarft6%

Outras46%

Fonte: BRACELPA

V O L U M E T O T A L

5 6 5 M I L t

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100

Tabela 25 - Crescimento da Produção de Papéis de Cartões e Cartolinas no Brasil

CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO DE CARTÕES E CARTOLINASMIL TONELADAS - % a.a.

VOLUME TAXA DE CRESCIMENTO ANUAL

SEGMENTO 1980 1990 1995 1997 %80/90 %90/95 %95/97

CARTÃO DUPLEX 259 292 380 417 1,22 5,40 4,67OUTROS CARTÕES BRANCOSE CORES

36 54 48 63 4,02 -2,08 14,06

CARTÃO TRIPLEX 16 17 26 42 0,25 9,10 27,70PAPELÃO CINZA 34 30 40 38 -1,37 5,88 -1,54PAPELÃO MADEIRA OUPAPELÃO PARANÁ

31 40 40 33 2,52 0,29 -9,42

POLPA MOLDADA 3 0 15 22 -100,00 - 19,08CARTÃO BRANCO C/EMBALAGEM

16 22 24 22 3,21 1,86 -4,84

OUTROS 27 16 15 12 -4,90 -1,18 -11,22

TOTAL 422 470 588 648 1,09 4,60 4,97Fonte: BRACELPA

A Figura 49 mostra que a produção e o consumo aparente no

segmento de cartões e cartolinas estão muito próximas, sugerindo a

necessidade de, em se mantendo este ritmo de crescimento, expandir a

produção.

Figura 49 - Evolução da Produção e do Consumo Aparente de Cartões e Cartolinas no Brasil

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO E DO CONSUMO DE CARTÕES E CARTOLINAS (MIL TONELADAS)

Consumo Aparente

Produção

0

100

200

300

400

500

600

700

1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

VO

LU

ME

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101

O consumo per capta dos cartões e cartolinas aumentou

significativamente após o Plano Real, atingindo o patamar de 4,1

Kg/habitante/ano em 1997.

Figura 50 - Evolução do Consumo per capta de Cartões e Cartolinas no Brasil

A produção, em 1997, foi dividida entre os seguintes segmentos:

Figura 51 - Produção de Cartões e Cartolinas por Segmentos no Brasil

0

1

2

3

4

5

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

E V O L U Ç Ã O D O C O N S U M O " P E R C A P T A " D E C A R T Õ E S E

CARTOLINAS (Kg/hab/ano)

Fonte: BRACELPA

DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE CARTÕES E CARTOLINAS EM 1997

POLPA MOLDADA3%

CARTÃO BRANCO C/ EMBALAGEM

3% 2% OUTROS

PAP. MADEIRA 5%

PAP. CINZA 6%

CARTÃO TRIPLEX6%

OUTROS CARTÕES BRANCOS E CORES

10%

CARTÃO DUPLEX65%

Fonte: BRACELPA

VOLUME TOTAL597 MIL t

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102

Os estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina responderam, em

1997, por 89% da produção total, conforme mostra a Figura 52.

Figura 52 - Distribuição Geográfica da Produção de Cartões e Cartolinas no Brasil

O aumento do consumo interno fez com que o saldo de exportação

do segmento de cartões e cartolinas (que nunca foi muito expressivo) se

tornasse negativo em 1996 e 1997.

D I S T R I B U I Ç Ã O G E O G R Á F I C A D E P R O D U Ç Ã O D E C A R T Õ E S E

C A R T O L I N A S E M 1 9 9 7

56%

25%

8%

9%2%

São Paulo

Paraná

Santa Catarina

Maranhão

Minas Gerais

Rio Grande do Sul

Rio de Janeiro

Outros

V O L U M E T O T A L

6 4 8 M I L t

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103

Figura 53 - Evolução da Importação, Exportação e Sado dos Cartões e Cartolinas no Brasil

O segmento de cartões e cartolinas, comparado aos outros segmentos

do setor, não é extremamente concentrado, porém a Cia Suzano possui uma

atuação de destaque, como pode ser observado na Figura 54.

Figura 54 - Principais Produtores de Cartões e Cartolinas no Brasil

E V O L U Ç Ã O D A I M P O R T A Ç Ã O E D A E X P O R T A Ç Ã O D E C A R T Õ E S E

C A R T O L I N A S ( M I L T O N E L A D A S )

-40

-20

0

20

40

60

80

100

120

1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Pro

du

ção

Importação Exportação SaldoFonte: BRACELPA

PRINCIPAIS PRODUTORES DE CARTÕES E CARTOLINAS EM 1997 (MIL TONELADAS)

Suzano21%

Itapagé9%

Papirus9%

Limeira8%

Outras28%

7% Miguel Forte

Ind. Bonet 3%

Ramenzoni 4%

Ibema 5%

Ripasa 6%

VOLUME TOTAL

Fonte: BRACELPA

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104

8.5 Papéis Especiais

A produção de papéis especiais foi de 146 mil toneladas em 1997,

representando 2% da produção total de papéis no Brasil. A taxa média

anual de crescimento foi de 3,41% para os últimos 2 anos, valor superior ao

registrado na primeira metade da década. Apesar disso, vários segmentos

não tiveram um bom desempenho nestes últimos 2 anos.

Tabela 26 - Crescimento da Produção de Papéis Especiais no Brasil

CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO DE PAPÉIS ESPECIAISMIL TONELADAS - % a.a.

VOLUME TAXA DE CRESCIMENTO ANUAL

SEGMENTO 1980 1990 1995 1997 %80/90 %90/95 %95/97

CIGARRO E AFINS 12 15 14 13 2,35 -1,06 -4,29

FILTRANTE 13 14 15 17 0,52 1,99 7,19ABSORV. BASELAMINADO

19 14 15 9 -2,83 1,90 -24,71

BASE PARACARBONO

14 14 11 7 0,16 -5,24 -21,51

CREPADO 15 7 7 5 -6,99 -0,55 -14,96PAPEL BASE P/CÓPIAS S/CARBONO

3 10 15 4 13,58 8,95 -48,20

OUTROS 57 49 60 92 -1,62 4,28 23,90

TOTAL 132 122 137 146 -0,80 2,32 3,41

Fonte: BRACELPA

A Figura 55 mostra que o consumo aparente no segmento de papéis

especiais é muito maior que a produção, havendo necessidade de

importação de produtos.

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105

Figura 55 - Evolução da Produção e do Consumo Aparente de Papéis Especiais no Brasil

O consumo per capta dos papéis Especiais aumentou

significativamente após o Plano Real, atingindo o patamar de 1,3

Kg/habitante/ano em 1997.

Figura 56 - Evolução do Consumo per capta de Papéis Especiais no Brasil

0

0,5

1

1,5

2

19

82

19

83

19

84

19

85

19

86

19

87

19

88

19

89

19

90

19

91

19

92

19

93

19

94

19

95

19

96

19

97

E V O L U Ç Ã O D O C O N S U M O " P E R C A P T A " D E P A P É I S E S P E C I A I S

(Kg/hab/ano)

Fonte: BRACELPA

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO E DO CONSUMO DE PAPÉIS ESPECIAIS (MIL TONELADAS)

Consumo Aparente

Produção

0

50

100

150

200

250

300

350

1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

VO

LU

ME

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106

A produção, em 1997, foi dividida entre os seguintes segmentos:

Figura 57 - Produção de Papéis Especiais por Segmentos no Brasil

Os estados de Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul

responderam, em 1997, por 97% da produção total, conforme mostra a

Figura 58.

Figura 58 - Distribuição Geográfica da Produção de Papéis Especiais no Brasil

D I S T R I B U I Ç Ã O D A P R O D U Ç Ã O D E P A P É I S E S P E C I A I S E M 1 9 9 7

OUTROS62%

6% ABSORV. BASE LAMINADO

CIGARRO E AFINS9%

FILTRANTE11%

5 % B A S E P /

C A R B O N O

3% PAPEL BASE CÓPIAS

CARBONO

4% CREPADO

Fonte: BRACELPA

V O L U M E T O T A L

1 4 6 M I L t

D I S T R I B U I Ç Ã O G E O G R Á F I C A D A P R O D U Ç Ã O D E P A P É I S E S P E C I A I S E M

1 9 9 7

37%

32%

28%

2% 1%

Rio de Janeiro

Paraná

Rio Grande do Sul

Pará

Outros

Fonte: BRACELPA

V O L U M E T O T A L

1 4 6 M I L t

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107

O aumento do consumo interno fez com que o saldo de exportação

do segmento de papéis especiais (que nunca foi muito expressivo) se

tornasse negativo no período de 1995 a 1997.

Figura 59 - Evolução da Importação, Exportação e Sado dos Papéis Especiais no Brasil

O segmento de papéis é bastante concentrado, onde 6 empresas

respondem por 73% da produção nacional, com destaque para a Votorantim

responsável por 30% da produção, como pode ser observado na Figura 60.

E V O L U Ç Ã O D A I M P O R T A Ç Ã O E D A E X P O R T A Ç Ã O D E P A P É I S E S P E C I A I S

( M I L T O N E L A D A S )

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

250

300

350

1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Pro

du

ção

Importação Exportação SaldoFonte: BRACELPA

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108

Figura 60 - Principais Produtores de Papéis Especiais no Brasil

9 ANÁLISE ECONOMÉTRICA DOS SEGMENTOS DE PAPEL

A análise econométrica procurou determinar que variáveis

influenciam o consumo aparente dos diversos segmentos de papel no

Brasil. Para tal, foram utilizadas as varáveis exógenas PIB e INFLAÇÃO,

em séries históricas com periodicidade anual de 1970 a 1996. O

crescimento da população não foi explicitamente utilizado, porém quando

comparou-se o PIB com o consumo total, automaticamente comparou-se a

renda per capta com o consumo per capta.

Em termos gerais, a variação do PIB possui um impacto significativo

na maioria dos segmentos de papel, não necessitando de outras variáveis

auxiliares. Os segmentos que possuem maior participação de produtos

importados, como os segmentos de papel de imprensa e de papel especial,

são os que possuem menor correlação com a variação do PIB, necessitando

de outras variáveis para explicar o consumo.

PRINCIPAIS PRODUTORES DE PAPÉIS ESPECIA IS EM

1 9 9 7

Votorantim30%

MD Nicolaus10%

Adamas10%

Pirahy9%

Klabin8%

Ind Pap Salto8%

Outras25%

Fonte: BRACELPA

V O L U M E T O T A L

1 4 6 M I L t

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109

9.1 Regressão do consumo agregado de papel

Os resultados mostram que a variação do PIB responde por 97,3% da

variação do consumo aparente agregado dos segmentos de papel, com um

coeficiente de 1,23, ou seja, a cada 1% de aumento do PIB, 1,23% de

aumento do consumo. O Quadro 4 apresenta os resultados estatísticos e a

Figura 61 apresenta a regressão das séries históricas.

Quadro 4 - Resultados Empíricos da Regressão do Consumo Aparente Agregado de Papel

LS // Dependent Variable is LOG(CONSUMO-TOTAL)

Date: 05/11/98 Time: 11:23Sample: 1970 1996Included observations: 27

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C -0.644121 0.059640 -10.80018 0.0000LOG(PIB) 1.232068 0.040493 30.42658 0.0000

R-squared 0.973706 Mean dependent var 1.129272Adjusted R-squared0.972654 S.D. dependent var 0.397269S.E. of regression 0.065695 Akaike info criterion -5.374277Sum squared resid 0.107896 Schwarz criterion -5.278289Log likelihood 36.24140 F-statistic 925.7767Durbin-Watson stat 1.477171 Prob(F-statistic) 0.000000

Figura 61 - Regressão do Consumo Aparente de Papel Agregado

-0.2

-0.1

0.0

0.1

0.2

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

70 72 74 76 78 80 82 84 86 88 90 92 94 96

Residual Actual Fitted

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110

9.2 Regressão do consumo de papel de Imprensa

Os resultados mostram que a variação do PIB responde por 62,2% da

variação do consumo aparente de papel de imprensa e a INFLAÇÃO não

tem um impacto significativo. O coeficiente de 0,47 não é muito expressivo

o que indica a necessidade de se buscar outras variáveis que expliquem o

comportamento do consumo aparente de papel de imprensa. O Quadro 5

apresenta os resultados estatísticos e a Figura 62 apresenta a regressão das

séries históricas.

Quadro 5 - Resultados Empíricos da Regressão do Consumo Aparente de Papel de Imprensa

LS // Dependent Variable is LOG(CONSUMO-IMPRENSA)

Date: 05/11/98 Time: 11:40Sample(adjusted): 1971 1996Included observations: 26 after adjusting endpoints

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C 5.054388 0.222127 22.75446 0.0000LOG(PIB) 0.477954 0.157656 3.031630 0.0059INF(-1) 0.000174 5.71E-05 3.041697 0.0058

R-squared 0.622741 Mean dependent var 5.838436Adjusted R-squared0.589936 S.D. dependent var 0.300801S.E. of regression 0.192622 Akaike info criterion -3.185889Sum squared resid 0.853370 Schwarz criterion -3.040724Log likelihood 7.524160 F-statistic 18.98304Durbin-Watson stat 0.759417 Prob(F-statistic) 0.000014

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111

Figura 62 - Regressão do Consumo Aparente de Papel de Imprensa

9.3 Regressão do consumo de Cartão

Os resultados mostram que a variação do PIB responde por 94,4% da

variação do consumo aparente de cartão, com um coeficiente de 1,10, ou

seja, a cada 1% de aumento do PIB, 1,10% de aumento do consumo. O

Quadro 6 apresenta os resultados estatísticos e a Figura 63 apresenta as

séries históricas.

-0.4

-0.2

0.0

0.2

0.4

0.6

5.0

5.5

6.0

6.5

7.0

72 74 76 78 80 82 84 86 88 90 92 94 96

Residual Actual Fitted

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112

Quadro 6 - Resultados Empíricos da Regressão do Consumo Aparente de Cartão

LS // Dependent Variable is LOG(CONSUMO-CARTÃO)

Date: 05/11/98 Time: 12:49Sample: 1970 1996Included observations: 27

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C 4.243943 0.079473 53.40128 0.0000LOG(PIB) 1.109957 0.053959 20.57042 0.0000

R-squared 0.944214 Mean dependent var 5.841575Adjusted R-squared0.941983 S.D. dependent var 0.363442S.E. of regression 0.087541 Akaike info criterion -4.800098Sum squared resid 0.191588 Schwarz criterion -4.704111Log likelihood 28.48999 F-statistic 423.1423Durbin-Watson stat 1.918045 Prob(F-statistic) 0.000000

Figura 63 - Regressão do Consumo Aparente de Cartão

-0.2

-0.1

0.0

0.1

0.2

0.3

4.5

5.0

5.5

6.0

6.5

70 72 74 76 78 80 82 84 86 88 90 92 94 96

Residual Actual Fitted

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113

9.4 Regressão do consumo de papel de Embalagem

Os resultados mostram que a variação do PIB responde por 97,8% da

variação do consumo aparente de embalagem, com um coeficiente de 1,36,

ou seja, a cada 1% de aumento do PIB, 1,36% de aumento do consumo. O

Quadro 7 apresenta os resultados estatísticos e a Figura 64 apresenta as

séries históricas.

Quadro 7 - Resultados Empíricos da Regressão do Consumo Aparente de Embalagem

LS // Dependent Variable is LOG(CONSUMO-EMBALAGEM)

Date: 05/11/98 Time: 12:51Sample: 1970 1996Included observations: 27

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C 5.247890 0.058710 89.38718 0.0000LOG(PIB) 1.360036 0.039862 34.11897 0.0000

R-squared 0.978976 Mean dependent var 7.205476Adjusted R-squared0.978135 S.D. dependent var 0.437350S.E. of regression 0.064670 Akaike info criterion -5.405717Sum squared resid 0.104556 Schwarz criterion -5.309729Log likelihood 36.66584 F-statistic 1164.104Durbin-Watson stat 1.760587 Prob(F-statistic) 0.000000Figura 64 - Regressão do Consumo Aparente de Papel de Embalagem

-0.2

-0.1

0.0

0.16.0

6.5

7.0

7.5

8.0

70 72 74 76 78 80 82 84 86 88 90 92 94 96

Residual Actual Fitted

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114

9.5 Regressão do consumo de papel de Imprimir & Escrever

Os resultados mostram que a variação do PIB responde por 95,8% da

variação do consumo aparente papel de imprimir & escrever, com um

coeficiente de 1,19, ou seja, a cada 1% de aumento do PIB, 1,19% de

aumento do consumo. O Quadro 8 apresenta os resultados estatísticos e a

figura a seguir apresenta as séries históricas.

Quadro 8 - Resultados Empíricos da Regressão do Consumo Aparente de Papel de I&E

LS // Dependent Variable is LOG(CONSUMO-IMPRIMIR-ESCREVER)

Date: 05/11/98 Time: 12:54Sample: 1970 1996Included observations: 27

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C 4.861568 0.073442 66.19575 0.0000LOG(PIB) 1.192185 0.049864 23.90851 0.0000

R-squared 0.958097 Mean dependent var 6.577556Adjusted R-squared0.956421 S.D. dependent var 0.387528S.E. of regression 0.080899 Akaike info criterion -4.957925Sum squared resid 0.163615 Schwarz criterion -4.861937Log likelihood 30.62065 F-statistic 571.6169Durbin-Watson stat 1.935325 Prob(F-statistic) 0.000000

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115

Figura 65 - Regressão do Consumo Aparente de Papel de Imprimir & Escrever

9.6 Regressão do consumo de papel Especial

Os resultados mostram que a variação do PIB responde por 69,0% da

variação do consumo aparente de papel especial. O coeficiente de 1,07 não

é muito expressivo o que indica a necessidade de se buscar outras variáveis

que expliquem o comportamento do consumo aparente de papel especial. O

Quadro 9 apresenta os resultados estatísticos e a Figura 66 apresenta as

séries históricas.

-0.2

-0.1

0.0

0.1

0.2

0.3

5.5

6.0

6.5

7.0

7.5

70 72 74 76 78 80 82 84 86 88 90 92 94 96

Residual Actual Fitted

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116

Quadro 9 - Resultados Empíricos da Regressão do Consumo Aparente de Papel Especial

LS // Dependent Variable is LOG(CONSUMO-ESPECIAL)

Date: 05/11/98 Time: 12:57Sample: 1970 1996Included observations: 27

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C 3.121611 0.211253 14.77668 0.0000LOG(PIB) 1.072210 0.143432 7.475373 0.0000

R-squared 0.690905 Mean dependent var 4.664911Adjusted R-squared0.678541 S.D. dependent var 0.410426S.E. of regression 0.232701 Akaike info criterion -2.844816Sum squared resid 1.353742 Schwarz criterion -2.748828Log likelihood 2.093681 F-statistic 55.88120Durbin-Watson stat 0.893304 Prob(F-statistic) 0.000000

Figura 66 - Regressão do Consumo Aparente de Papel Especial

-0.2

-0.1

0.0

0.1

0.2

0.3

3

4

5

6

7

70 72 74 76 78 80 82 84 86 88 90 92 94 96

Residual Actual Fitted

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117

9.7 Regressão do consumo de papéis para Fins Sanitários

Os resultados mostram que a variação do PIB responde por 96,7% da

variação do consumo aparente agregado dos segmentos de papel, com um

coeficiente de 2,06, ou seja, a cada 1% de aumento do PIB, 2,06% de

aumento do consumo. O Quadro 10 apresenta os resultados estatísticos e a

Figura 67 apresenta as séries históricas.

Quadro 10 - Resultados Empíricos da Regressão do Consumo Aparente de Papel Sanitário

LS // Dependent Variable is LOG(CONSUMO-SANITÁRIO)

Date: 05/11/98 Time: 12:59Sample: 1970 1996Included observations: 27

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C 2.383005 0.110767 21.51376 0.0000LOG(PIB) 2.062173 0.075206 27.42025 0.0000

R-squared 0.967820 Mean dependent var 5.351221Adjusted R-squared0.966532 S.D. dependent var 0.666948S.E. of regression 0.122013 Akaike info criterion -4.136075Sum squared resid 0.372177 Schwarz criterion -4.040087Log likelihood 19.52567 F-statistic 751.8699Durbin-Watson stat 0.838407 Prob(F-statistic) 0.000000

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118

Figura 67 - Regressão do Consumo Aparente de Papel Sanitário

10 CONCLUSÃO

O setor de papel e celulose no Brasil é bastante competitivo, porém

ainda enfrenta muitos desafios para manter sua posição no mercado

mundial. As empresas de celulose de mercado são as que estão melhor

preparadas para a competição, seguidas das grandes empresas integradas

produtoras de papel. As empresas com máquinas tecnologicamente

defasadas e sem escalas de produção adequadas deverão enfrentar

dificuldades crescentes em um mundo cada vez mais globalizado. A

intensidade de capital desta indústria é cada vez maior, forçando as

empresas a encontrarem fontes de financiamento adequadas, além de

reestruturações patrimoniais, através de fusões e aquisições. A parceria

com os fornecedores de equipamentos e tecnologias será cada vez mais

importante.

-0.2

-0.1

0.0

0.1

0.2

0.3

3

4

5

6

7

70 72 74 76 78 80 82 84 86 88 90 92 94 96

Residual Actual Fitted

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119

A BRACELPA e o BNDES acompanham a evolução do setor com

estudos de excelente qualidade e apontam os principais problemas a serem

vencidos. Infelizmente os muitos dos problemas enfrentados pelo setor

devem-se a fatores sistêmicos, iguais aos enfrentados por todos os

segmentos da indústria nacional. As reformas constitucionais apontadas por

estes orgãos são de extrema importância para aumentar a competitividade

do setor.

A pesquisa confirmou a forte influência que o PIB tem sobre o

aumento do consumo aparente. O crescimento econômico estável, uma

melhor distribuição de renda e o aumento da alfabetização da população,

são de extrema importância para o setor. Um mercado interno forte é

essencial para que as empresas aqui instaladas possam conquistar uma

participação significativa no mercado internacional.

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120

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