ANÁLISE COMPARATIVA DO NÍVEL DE ESTRESSE ENTRE...

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* Bacharel em Fisioterapia, Pós-graduanda em Fisioterapia em UTI. Atualiza Pós- Graduação. Universidade Castelo Branco E-mail: [email protected] ** Bacharel em Fisioterapia, Pós-graduanda em Fisioterapia em UTI. Atualiza Pós- Graduação. Universidade Castelo Branco E-mail: [email protected] ANÁLISE COMPARATIVA DO NÍVEL DE ESTRESSE ENTRE FISIOTERAPEUTAS INTENSIVISTA DE CTI E QUE ATUAM NAS ENFERMARIAS Autores * Celisia Costa Souza ** Lorena Leite de Oliveira Silva RESUMO O objetivo dessa pesquisa foi realizar uma análise comparativa entre fisioterapeutas intensivistas de CTI e aqueles que atuam nas enfermarias, por meio da aplicação da Escala de Estresse Percebido (PSS). Participara da pesquisa (n=27) fisioterapeutas que trabalhavam no Hospital Calixto Midlej Filho, em Itabuna-BA. Método - tratou-se um estudo descritivo de corte transversal com abordagem quantitativa. Os resultados permitiram constatar que não houve diferença significativa entre o grupo em relação ao grau de estresse. No entanto, pôde- se avaliar que os fisioterapeutas que eram casados; possuíam mais de um vínculo empregatício; ou possuíam maior tempo de formação na área e de atuação no setor, apresentaram nível de estresse mais elevado. Estes profissionais possuem o compromisso de prestar a melhor assistência possível ao seu paciente, embora convivam com os efeitos deletérios do estresse no seu cotidiano. Este fato reforça a necessidade de refletir sobre quais medidas poderiam ser adotadas no sentido de melhorar as condições de trabalho e atuar na prevenção de saúde no ambiente do trabalho. Palavras-chave: Estresse. Saúde ocupacional. Fisioterapeuta.

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* Bacharel em Fisioterapia, Pós-graduanda em Fisioterapia em UTI. Atualiza Pós- Graduação. Universidade

Castelo Branco

E-mail: [email protected]

** Bacharel em Fisioterapia, Pós-graduanda em Fisioterapia em UTI. Atualiza Pós- Graduação. Universidade

Castelo Branco

E-mail: [email protected]

ANÁLISE COMPARATIVA DO NÍVEL DE ESTRESSE ENTRE

FISIOTERAPEUTAS INTENSIVISTA DE CTI E QUE ATUAM NAS

ENFERMARIAS

Autores

* Celisia Costa Souza

** Lorena Leite de Oliveira Silva

RESUMO

O objetivo dessa pesquisa foi realizar uma análise comparativa entre fisioterapeutas intensivistas de CTI e aqueles que atuam nas enfermarias, por meio da aplicação da Escala de Estresse Percebido (PSS). Participara da pesquisa (n=27) fisioterapeutas que trabalhavam no Hospital Calixto Midlej Filho, em Itabuna-BA. Método - tratou-se um estudo descritivo de corte transversal com abordagem quantitativa. Os resultados permitiram constatar que não houve diferença significativa entre o grupo em relação ao grau de estresse. No entanto, pôde-se avaliar que os fisioterapeutas que eram casados; possuíam mais de um vínculo empregatício; ou possuíam maior tempo de formação na área e de atuação no setor, apresentaram nível de estresse mais elevado. Estes profissionais possuem o compromisso de prestar a melhor assistência possível ao seu paciente, embora convivam com os efeitos deletérios do estresse no seu cotidiano. Este fato reforça a necessidade de refletir sobre quais medidas poderiam ser adotadas no sentido de melhorar as condições de trabalho e atuar na prevenção de saúde no ambiente do trabalho.

Palavras-chave: Estresse. Saúde ocupacional. Fisioterapeuta.

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1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos tem sido observado o aumento do número de estudos destinados a

avaliar as características do estresse ocupacional e seus efeitos sobre a saúde física e mental.

Estudos com foco na análise dos aspectos psicossociais do trabalho, dos elementos produtores

de estresse ocupacional, têm ganhado relevância no conjunto desses esforços (ARAÚJO;

GRAÇA; ARAÚJO, 2003).

Sendo a saúde um estado que envolve um equilíbrio fisiológico, mental e social, na

execução do trabalho do fisioterapeuta deve haver uma interação entre estes sistemas, levando

a realização da atividade profissional de uma maneira mais prazerosa e eficaz (SILVA, 2006).

A relação entre características do ambiente de trabalho hospitalar e as repercussões

negativas sobre a saúde mental dos fisioterapeutas tem sido largamente discutida e

questionada. Como esses profissionais conseguem lidar com um trabalho tão desgastante e ao

mesmo tempo tão cobrado pela equipe e pelos familiares, principalmente pela necessidade de

ter de conviver com o sofrimento, a dor e a morte, de modo tão freqüente.

O stress pode estar presente em profissionais de diversas áreas, o que é estudado pela

designação de stress ocupacional. MARTINS et al. (1996) enfatizam que o stress ocupacional

se refere a um desconfortável estado emocional decorrente de vários fatores os quais podem

estar presentes no trabalho e é caracterizado por sintomas como tensão, ansiedade e

sentimentos de frustração, podendo chegar à exaustão emocional.

No Centro de Terapia Intensiva (CTI) e na Enfermaria, a equipe multiprofissional

convive com vários fatores desencadeadores de estresse, tais como; a dificuldade de aceitação

da morte, a escassez de recursos materiais (leitos e equipamentos) e de capacitação de

recursos humanos e a tomada de decisões conflitantes relacionadas com a seleção dos

pacientes que serão atendidos (PADILHA; KIMURA, 2000). Esses são alguns dos problemas

éticos e profissionais vivenciados diariamente pela equipe que atua em terapia intensiva.

Essas situações criam tensão entre profissionais e, em geral, influenciam, negativamente, a

qualidade da assistência prestada aos clientes. (LEITE; VILA, 2005)

Abordar esse tema é de extrema importância, uma vez que esses profissionais

enfrentam circunstâncias diversas como; questões financeiras devido à remuneração injusta,

falta de tempo para os familiares e para atividades pessoais, desorganização da classe, falta de

autonomia profissional, sobrecarga de trabalho pelo excesso de carga horária - número de

pacientes e qualidade de atendimento, por problemas interpessoais no trabalho como a

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dificuldade em lidar com médicos, a dificuldade do trabalho em equipe, a cobrança da equipe,

o trabalho com pessoas estressadas, e os problemas com a chefia.

Diante do exposto, esta pesquisa visa avaliar o nível de estresse em fisioterapeutas que

atuam em um centro de terapia intensiva e em fisioterapeutas que atendem nas enfermarias.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 SAÚDE DO TRABALHADOR

O trabalho possui relevância fundamental na criação de uma identidade pessoal. É a

partir do seu papel na sociedade que o trabalhador tem a possibilidade de realizar-se, expor

competências e integrar-se socialmente. No entanto, no século XX a relação trabalho x saúde

psíquica foi abordada principalmente com objetivo da busca na cura de doenças geradas pelo

trabalho, e não foi dada ênfase ao bem estar psicológico do trabalhador (SOUSA, 2005). O

trabalho pode ser fonte de adoecimento quando contém fatores de risco para a saúde e o

trabalhador não consegue se proteger destes riscos (MURTA; TRÓCCOLI, 2004).

Estudos atuais demonstram que o nível de stress profissional tem sofrido um aumento

crescente nos últimos anos, principalmente em virtude dos avanços tecnológicos, das

inovações na metodologia de trabalho, da competição entre trabalhadores, da sobrecarga de

tarefas, da pressão relativa ao tempo de execução das mesmas, além de os profissionais terem

de se defrontar com problemas específicos de suas áreas de atuação (CARVALHO;

MALAGRIS, 2007).

FRANCO (1981) relaciona não somente os problemas de saúde aos riscos ambientais,

acidentes ou doenças ocupacionais, mas cita uma forma peculiar a exploração da força de

trabalho tais como: sobrecarga de serviços, remuneração insuficiente, mecanismos formais e

informais sobre os trabalhadores. A saúde é concebida como um estado relativo e dinâmico de

equilíbrio entre forças internas e externas ao indivíduo. Deve haver um equilíbrio entre

homem-ambiente-agente responsável pelo estado de saúde.

Para Góes (2007 p. 21).

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A saúde tem o seu conceito ampliado, passando a ser compreendida como a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde. Sendo, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção.

BAHIA (2002) ressalta como o estilo de vida é determinante na saúde do indivíduo, e

propõe a mudança no estilo de vida para redução no surgimento de algumas patologias.

Existem varias formas de tentar organizar o trabalho, de estruturação das relações

hierárquicas e de divisão do trabalho, que ordenam, por sua vez, vivências específicas do

trabalho inscrito em vias promotoras de satisfação e prazer ou de adoecimento e sofrimento

(ARAÚJO; GRAÇA; ARAÚJO, 2003).

Ao enfatizar a vida psíquica, a busca desordenada por uma melhora da qualidade e

competitividade gera uma crescente intensificação do trabalho, o que pode trazer

conseqüências de uma forma nova para a saúde dos trabalhadores (OLIVEIRA, 1997).

Quando os ideais e metas dos indivíduos são antagônicos às normas do sistema, o ambiente e

condições de trabalho tornam-se ameaçador, levando a modelos mentais ás vezes nocivos e

influenciados pela cultura da organização. Reações esperadas como frustração, insatisfação,

desmotivação e mudança de comportamento, refletem diretamente na organização do trabalho

(CARVALHO, 1995).

2.2 O ESTRESSE NO PROFISSIONAL DE SAÚDE

Foi Hans Selye (1965), que definiu a reação do stress como uma “síndrome geral de

adaptação” na qual o organismo visa readquirir a homeostase perdida diante de certos

estímulos. Para CANNON (1939) apud LIMA (2004) o estresse é a resposta do organismo

que prepara o indivíduo para lutar ou fugir, mediante as situações que ameacem sua

homeostase.

BOHLANDER; SNELL; SHEMAN (2003) afirmam que do ponto de vista do

ambiente o stress pode ser gerado por qualquer exigência feita ao indivíduo, que o obrigue a

lidar com um comportamento no limite.

De acordo com Formighieri (2003 p. 13).

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Todos os seres humanos vivem situações de estresse e os fatores desencadeantes podem aparecer em qualquer etapa da vida. Uma das formas de o estresse se manifestar no indivíduo é através da doença. Este fato é condicionado pela gravidade da doença e pela idade da pessoa, uma vez que a capacidade de combate às doenças é bastante elevada na infância diminuindo à medida que a idade avança.

Os estudos de SELYE (1965) o levaram a concluir que o processo do stress é

constituído de três fases: alerta, resistência e exaustão. A primeira fase - alerta – acontece no

momento em que a pessoa se depara com a fonte estressora e, nesse enfrentamento, se

desequilibra internamente, apresentando sensações características, tais como sudorese

excessiva, taquicardia, respiração ofegante e picos de hipertensão. A segunda fase –

resistência - caracteriza-se por uma tentativa de recuperação do organismo após o

desequilíbrio sofrido na fase anterior. Nesse momento ocorre um gasto de energia que pode

ocasionar cansaço excessivo, problemas de memória e dúvidas quanto a si próprias (LIPP,

MALAGRIS, 2001). Caso o equilíbrio não seja readquirido por meio dessa mobilização, o

processo pode evoluir para a terceira fase - exaustão -, quando ressurgem sintomas ocorridos

na fase inicial, no entanto com maior agravamento. Importante ressaltar que na fase de

exaustão ocorre um grande comprometimento físico que se manifesta em forma de doenças

(LIPP; NOVAES, 1996).

O stress, por meio da interação entre corpo e mente, provoca reações hormonais que

desencadeiam no corpo notáveis modificações físicas e emocionais tão interligadas que,

freqüentemente, o que é de origem psicológica se manifesta no corpo ou vice-versa.

Emocionalmente, o stress é capaz de produzir uma série de sintomas, tais como apatia,

depressão, desânimo, sensação de desalento, hipersensibilidade emotiva, raiva, ira,

irritabilidade e ansiedade, além disso, pode, em pessoas predispostas, ter o potencial para o

desencadeamento de surtos psicóticos (LIPP; NOVAES, 1996).

Como enfatizam LIPP; MALAGRIS (2001), altos níveis de stress podem influenciar

negativamente o bem-estar físico e emocional das pessoas. Tais influências podem gerar

problemas de ajustamento social, familiar/afetivo, de saúde e profissional.

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2.3 FISIOTERAPEUTA VERSUS ESTRESSE

Na área da saúde é possível verificar uma variedade de doenças que podem ser

desencadeadas a partir de um stress excessivo. Tais doenças são decorrentes das alterações

psicofisiológicas que ocorrem e estão associadas às predisposições individuais (LIPP;

MALAGRIS, 2001). No que se refere às conseqüências na área profissional, observa-se

absenteísmo, atrasos, desempenho insatisfatório, queda da produtividade e problemas de

relacionamento (FONTANA, 1994; SANTOS; ROCHA, 2003).

Segundo Formighieri (2003 p. 14).

Os profissionais de saúde freqüentemente são expostos à carga física e mental durante seu trabalho. Os equipamentos, móveis e ambientes de clínicas e hospitais freqüentemente não respeitam preceitos ergonômicos, situações de emergência impõem tarefas que sobrecarregam o indivíduo, a jornada freqüentemente é extensa, duplicada e acompanhada de plantões. O trabalho com a doença e o sofrimento rotineiramente são causas de estresse físico e psicológico.

Em relação à demanda de trabalho, o excesso de horas trabalhadas geralmente vem

associado ao elevado nível de estresse. Esta condição normalmente leva o indivíduo à

insatisfação, tensão e outros agravos à saúde, como transtornos psíquicos, enfermidades

psicossomáticas e fadiga, que estão diretamente ligados ao trabalho, porém muitas vezes sem

o reconhecimento do fator causal (NORIEGA, 1993).

O fisioterapeuta é um profissional que atua na promoção da saúde, na prevenção,

tratamento e reabilitação em nível individual e coletivo; sendo que sua atuação tem por

finalidade preservar, favorecer ou restaurar a capacidade funcional do indivíduo, fazer a

manutenção da saúde do trabalhador na esfera ocupacional, objetivando em geral melhorar

sua qualidade de vida (SOARES; AGUIAR, 2004).

De acordo com Braz (2001, p. 88).

O profissional de saúde deve educar-se para o sentimento, para conhecer-se e conhecer o paciente, sua cultura, sua história, suas angústias e seus anseios, ampliando seu olhar de fisioterapeuta não somente para o corpo, mas também para a história de vida do paciente, escrita no corpo e na alma. É importante realmente olhar, respeitar, amar e aprender com o paciente.

Observa-se que os fisioterapeutas têm uma carga de trabalho exacerbada tanto do

ponto de vista quantitativo (como excesso de carga horária e número de pacientes) como

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qualitativo (desgaste mental, físico e emocional) devido à natureza do trabalho executado.

Várias pesquisas demonstram que através do avanço tecnológico o ser humano está

trabalhando demais. O profissional, especificamente o da área de saúde, necessita atualizar e

empregar tais tecnologias necessitando empregar tempo e dedicação (WISNER, 2003).

Segundo SHIMIZU; CIAMPONE (1999) no cotidiano de trabalho em Unidade de

Terapia Intensiva e Enfermaria convive-se com as angústias vivenciadas pelos pacientes, seus

familiares e amigos. E paralelo a isso, a realidade vivenciada pela equipe multiprofissional

que atua nesses ambientes de trabalho é permeada por variados sentimentos e emoções, e

ainda assim, a rotina exige uma excelente capacitação técnica - científico e preparo

profissional para lidar com a perda, com a dor e com o sofrimento (LEITE; VILA, 2005).

BATISTA (2002) alerta que os profissionais da enfermaria mostram que conhecem os

principais fatores de estresse presentes no trabalho, porém os mesmos têm uma grande

dificuldade em associar com as doenças, os problemas de saúde e alterações psicofisiológicas

que os acometem e somente com o conhecimento/conscientização dos fatores de riscos de

adoecimento no ambiente de trabalho é possível estabelecer medidas corretas para a redução

do estresse e prevenção de doenças que nele tem sua origem.

Segundo SALOMÉ; MARTINS; ESPÓSITO (2009) esses profissionais passam

constantemente por difíceis situações como a privação de sono em função de extensas e

múltiplas jornadas de trabalho; trabalham sob pressão; com a insuficiência de recursos

técnicos e materiais, a superlotação de doentes e, também, pela exigência em fazer um

trabalho acelerado e rotinizado, que prejudica a identificação e a definição das necessidades

dos doentes, dos trabalhadores e do serviço, apontando para um efeito nocivo.

O fisioterapeuta tem como agente de trabalho o homem, por isso lida diretamente com

emoções ligadas ao sofrimento, dor, irritabilidade, ansiedade, incompreensão, morte e tantas

outras, o que torna desgastante o trabalho. Muitos profissionais, além de atuarem em clínicas,

consultórios, hospitais, ou em domicílio, optaram pela docência, onde têm que dividir seus

conhecimentos, atualizar-se com freqüência e aprimorá-los, a fim de poderem transmitir e

discutir novas formas de tratamentos (SILVA, 2006).

De acordo com Pereira et al (2009 p. 7).

As unidades de terapia intensiva (UTI) são historicamente consideradas como importante causa de estresse para os pacientes e seus familiares. Porém, atualmente tem se destacado que o seu ambiente também é estressante para a equipe profissional. Este estresse pelo trabalho em UTI ocorre principalmente por se tratar de um ambiente fechado, com condições e ritmos de trabalho extenuantes, rotinas exigentes, questões éticas que

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cabem decisões freqüentes e difíceis, convívio com sofrimento e morte, imprevisibilidade e carga horária de trabalho excessivo.

A UTI é percebida pela equipe que nela atua, assim como por pacientes e familiares,

como um dos ambientes mais agressivos, tensos e traumatizantes do hospital.

Portanto, o ambiente de trabalho no qual a equipe de saúde está inserida é permeado

por algumas situações e circunstâncias desencadeadoras de estresse, decorrentes de uma

tensão e ansiedade preliminares que afetam o bem estar biopsicossocial do trabalhador

(MESCOLOTTI, 2002).

Em relação às conseqüências do desgaste sobre morbidade dos trabalhadores de saúde,

Pitta (1999) realizou uma pesquisa em um hospital de grande porte na cidade de São Paulo

onde observou que o sofrimento psíquico era um sentimento muito presente na vida destes

trabalhadores. O desgaste do trabalho em saúde era o mediador principal deste sofrimento. Os

resultados da pesquisa de Pitta foram: mais da metade dos entrevistados sentiam-se nervosos,

tensos ou preocupados; um terço sentia-se tristes e várias outras queixas foram relatadas tais

como: dores de cabeça, distúrbios do sono, ansiedade, problemas digestivos, dificuldade de

realização satisfatória das atividades, dificuldade para tomar decisões e falta de apetite.

2.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Trata-se de um estudo descritivo de corte transversal com abordagem quantitativa,

onde se comparou as médias de estresse percebido por fisioterapeutas do CTI e que atuam em

nível de enfermarias.

O estudo foi realizado no Hospital Calixto Midlej Filho, localizado na cidade de

Itabuna-BA. A população do estudo foi composta por 16 fisioterapeutas que atuam nas

enfermarias (que compõem as três empresas privadas que prestam serviço para o Hospital) e

por 13 Fisioterapeutas contratados para atuarem no Centro de Terapia Intensiva (setor

particular). No entanto fizeram parte da amostra apenas 11 fisioterapeutas do CTI pelo fato de

1 ser própria pesquisadora e 1 estar de licença maternidade (não sendo encontrada para

aplicação do questionário), totalizando uma amostra de 27 fisioterapeutas. Os profissionais

atenderam aos seguintes critérios: possuir vínculo empregatício com o hospital e aceitar

participar da pesquisa após assinatura do Termo de Consentimento de Participação.

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A coleta de dados foi realizada no período de Março/2011 sendo distribuído um

questionário auto-aplicável dividido em duas partes: a primeira referente a características

sócio-demográficas e perfil profissional (APÊNDICE B) e a segunda composta da avaliação

do nível de estresse através da Escala de Estresse Percebido (PSS) (ANEXO A).

A PSS possui 14 questões com opções de resposta que variam de zero a quatro

(0=nunca; 1=quase nunca; 2=às vezes; 3=quase sempre 4=sempre). As questões com

conotação positiva (4, 5, 6, 7, 9, 10 e 13) têm sua pontuação somada invertida, da seguinte

maneira, 0=4, 1=3, 2=2, 3=1 e 4=0. As demais questões são negativas e devem ser somadas

diretamente. O total da escala é a soma das pontuações destas 14 questões e os escores podem

variar de zero a 56 (LUFT et al, 2007).

Em relação aos resultados da escala, é comum a prática de enquadrar os escores em

categorias, como: baixo, médio, alto. No entanto, os autores da PSS1 não recomendam esta

prática, pois ao se agrupar diferentes escores em uma mesma categoria, perde-se precisão nas

análises estatísticas (LUFT et al, 2007).

Depois de realizadas todas as etapas os dados foram transferidos para uma Planilha do

Programa Microsoft Excel para realização da análise por meio da estatística descritiva

(APÊNDICE A).

2.5 RESULTADOS

Os resultados foram tabulados e analisados, sendo dispostos em forma de tabelas e

gráfico, e se encontram no Apêndice A.

Foram entrevistados 27 fisioterapeutas (sendo 59% atuantes nas Enfermarias do

Hospital e 41% atuantes do Centro de Terapia Intensiva), e 67% eram do sexo feminino. No

geral, as fisioterapeutas obtiveram uma média de estresse mais elevada que os do sexo

masculino (Tabela 1).

Estes resultados corroboram com os encontrados em um estudo realizado com

enfermeiros portugueses, onde a diferença de sexo colocou as mulheres com mais problemas

de estresse e com mais dificuldades de saúde física que os seus pares (GOMES; CRUZ;

CABANELAS, 2009).

Essa situação, de desenvolver múltiplas atividades, com vínculos de trabalho formais

ou não, pode também gerar estresse já que essas mulheres além de trabalharem fora do

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convívio familiar pensam em seus filhos e se preocupam com os cuidados domiciliares

(STACCIARINI; TRÓCCOLI, 2001)

A média de idade encontrada foi de 32,48 anos, variando de 24 a 56 anos. Os

fisioterapeutas (das enfermarias e UTI) com idade entre 31 a 40 anos obtiveram escore de

estresse mais elevados do que aqueles com 41 a 50 anos; e estes tiveram menor escore do que

aqueles com mais de 50 anos (Tabela 1).

GUERRER; BIANCHI (2008) em seus estudos verificaram resultados semelhantes

onde os enfermeiros com idade entre 31 e 40 anos obtiveram escore de estresse mais elevados

do que os com 41 a 50 anos; e estes se mostraram mais estressados que os com mais de 51

anos. Esses resultados diferem dos descritos na literatura, demonstrando que os enfermeiros

de UTI têm índices de estresse semelhantes, provavelmente pelo tipo de trabalho ali realizado.

Entre os entrevistados do CTI, 64% eram casados e 91% não tinham filhos. Já em

relação aos fisioterapeutas das Enfermarias 75% eram solteiros e 69% também não tinham

filhos (Tabela 1). No geral os fisioterapeutas casados mostraram-se mais estressados que

aqueles com outro tipo de estado civil.

SILVA; GOMES (2009) discordam do resultado obtido, e coloca os solteiros com

experiências mais acentuadas de stress bem como com menores níveis de realização pessoal.

Há uma maior tendência dos solteiros para relatarem maior stress relacionado com a

instabilidade profissional na carreira.

Um estudo realizado por FRAGA (2004) com médicos da rede municipal de saúde de

Goiânia não verificou diferença estatisticamente significante em relação aos níveis de estresse

nos profissionais com filhos e sem filhos.

Em relação à tabela 2 verifica-se que em relação ao CTI, 73% dos profissionais

possuíam entre 2-5 anos de formados, 55% atuavam na área por 2-5 anos e 64% já

trabalhavam na instituição entre 2-5 anos. Nenhum profissional deste setor relatou atuar na

instituição por mais de 11 anos.

Já 31 % dos fisioterapeutas das Enfermarias possuem apenas menos de 1 ano de

formação, 38% atuam na área entre 2 a 5 anos, e 13% atuam na instituição há mais de 11 anos

(Tabela 2).

Na amostra total do estudo, os fisioterapeutas que possuíam menos de 1 ano de

formação apresentaram escore de estresse mais elevado do que aqueles com 2- 5 anos. No

entanto, foram os fisioterapeutas com 6-10 anos de formação que se mostraram mais

estressados em relação aos outros grupos.

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Estudo realizado por GUERRER (2007) em uma UTI mostrou resultados semelhantes

na equipe de enfermagem, onde os enfermeiros com menos de 1 ano apresentaram escore

mais elevado de estresse em relação a coordenação das atividades da unidade quando

comparados com enfermeiros com tempo entre 2e 5 anos e de 11 a 15 anos. Já em relação às

condições de trabalho para o desempenho das atividades, o estresse foi mais elevado em

enfermeiros de 6 a 10. No entanto houve divergência em relação ao resultado geral deste

estudo, pois os enfermeiros que apresentavam tempo de formado entre 11 a 15 anos tiveram

escore mais elevado para o estresse.

Os fisioterapeutas em geral que relataram tempo de atuação no setor por 6-10 anos ou

mais de 11 anos apresentaram escore de estresse semelhante e mais elevado que os outros

grupos (Tabela 2).

Estes resultados não corroboram com a pesquisa de MARTINO; MISKO (2004) que

pôde perceber em relação ao tempo de trabalho na UTI que as pessoas com o tempo de

serviço abaixo dos cinco anos e acima de dez anos parecem sofrer mais as influências do

estresse no trabalho.

Quanto à carga horária de trabalho, todos os profissionais do CTI referem trabalhar no

local por mais 12 horas e 36% deles possuem outro vínculo empregatício aonde atuam por

mais de 12 horas. E todos os fisioterapeutas do outro setor referem trabalhar por cerca de 6-

12horas, e 44% cumprem a mesma carga horária em outros vínculos (Tabela 2).

Em relação à amostra total, os fisioterapeutas que possuem outro vínculo empregatício

mostraram-se mais estressado do que aqueles que apenas trabalhavam na instituição.

PAFARO (2002) investigou a presença e o nível de estresse emocional, os sintomas

físicos e psicológicos, e a intensidade do estresse em enfermeiros que fazem dupla jornada de

trabalho e os que não o fazem. Os sintomas mais citados foram: cansaço constante, sensação

de desgaste físico constante, tensão muscular e irritabilidade sem causa aparente. O estudo

ainda observou que os sujeitos estavam na fase de resistência, sendo que a maioria

encontrava-se no nível médio de estresse. Quando comparados, os sujeitos com dupla jornada

estavam mais estressados em relação aos sujeitos que realizavam jornada única.

Em geral, neste estudo não houve diferença significativa no nível de estresse naqueles

fisioterapeutas que trabalhavam entre 6-12 horas e por mais de 12 horas na Instituição.

LAUTERT; CHAVES; MOURA (1999) afirma que o excesso de horas trabalhadas reduz as

oportunidades de apoio social do indivíduo, causando insatisfação, tensão e outros problemas

de saúde. Por outro lado, a falta de trabalho pode causar sensação de tédio ao indivíduo.

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Quando comparados os níveis de estresse entre os dois grupos, houve uma diferença

pouco significativa, onde a média de obtida pela Escala Percebida de Estresse no CTI foi de

20,55, em relação à enfermaria que obteve média de 19,63. (Gráfico 1)

3 CONCLUSÃO

O presente estudo nos permitiu constatar a existência de estresse no cotidiano de

fisioterapeutas que atuam em um centro de terapia intensiva e naqueles que atuam em

enfermarias.

Não houve diferença significativa no nível de estresse quando os dois grupos foram

comparados de uma forma geral. No entanto, os profissionais do sexo feminino e aqueles que

eram casados obtiverem maior escore de estresse, fato que pode estar relacionado à

preocupação além do ambiente de trabalho, estendendo-se para o ambiente domiciliar.

Os fisioterapeutas com tempo de formação e atuação no setor superior a seis anos e

aqueles com mais de um vínculo empregatício se mostraram mais estressados do que os

outros que compunham a amostra. Esta situação contribui para uma sobrecarga física e

mental, predispondo às conseqüências causadas pelo estresse.

Devemos refletir sobre quais medidas poderiam ser adotadas no sentido de melhorar as

condições de trabalho e reduzir os efeitos deletérios à saúde destes profissionais, uma vez que

os mesmos estão cuidando de pacientes graves e muitas vezes com risco iminente de morte.

Devido à quantidade da amostra e a escassez de estudos encontrados na literatura,

sugerimos a realização de estudos mais elaborados sobre as repercussões do estresse com

ênfase no fisioterapeuta, uma vez que este tema possui grande relevância para na saúde

pública.

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COMPARATIVE ANALYSIS OF THE LEVEL OF STRESS AMONG ICU INTENSIVE PHYSIOTHERAPY AND ACTING IN WARD

SUMMARY ABSTRACT The objective of this research was to conduct a comparative analysis of physical therapists and ICU intensivists for those working in the wards, through the implementation of the Perceived Stress Scale (PSS). Participated in the survey (n = 27) physical therapists who worked at the Hospital Calixto Midlej Filho in Itabuna BA. Method- it was a cross-sectional descriptive study with quantitative approach. The results show that there was no significant difference between groups in the degree of stress. However, it was possible to evaluate the physical therapists who were married, had more than one employment, or had more time training in the area and sector of activity, had higher stress levels. These professionals are committed to providing the best possible care to his patient, but to live with the deleterious effects of stress in their daily lives. This reinforces the need to reflect on what measures could be taken to improve working conditions and act on health prevention in the work environment. Keywords: Stress. Occupational health. Physiotherapist.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A – TABELAS E GRÁFICO

Tabela 1 – Características demográficas dos fisioterapeutas de um Hospital em Itabuna-BA

CTI ENFERMARIA TODOS

PROFISSIONAIS

ENTREVISTADOS

VARIÁVEL CATEGORIA N (%) N(%) N(%)

SEXO MAS 4 (36) 5 (31) 9 (33)

FEM 7 (64) 11 (69) 18 (67)

IDADE 20 À 30 9 (82) 10 (63) 19 (70)

31 À 40 2(18) 3 (19) 5 (19)

41 À 50 - 2 (13) 2 (7)

ACIMA DE 50 - 1 (6) 1 (4)

ESTADO CIVIL SOLTEIRO 4 (36) 12 (75) 16 (59)

CASADO 7 (64) 3 (19) 10 (37)

DIVORCIADO - - -

VIÚVO - 1 (6) 1 (4)

FILHOS SIM 1 (9) 5 (31) 6 (22)

NÃO 10 (91) 11 (69) 21 (78)

Tabela 2 – Características profissionais dos fisioterapeutas de um Hospital em Itabuna-BA

CTI ENFERMARIA TODOS

PROFISSIONAIS

ENTREVISTADOS

VARIÁVEL CATEGORIA N (%) N(%) N(%)

TEMPO

FORMAÇÃO

ATÉ 1 ANO - 5 (31) 5 (19)

2 À 5 ANOS 8 (73) 6 (38) 14 (52)

6 À 10 ANOS 1 (9) 2 (13) 3 (11)

ACIMA DE 11 2 (18) 3 (19) 5 (19)

TEMPO DE

ATUAÇÃO NA

ÁREA

ATÉ 1 ANO 3 (27) 5 (31) 8 (30)

2 À 5 ANOS 6 (55) 6 (38) 12 (44)

6 À 10 ANOS - 2 (13) 2 (7)

ACIMA DE 11 2 (18) 3 (19) 5 (19)

TEMPO DE

ATUAÇÃO NA

ATÉ 1 ANO 2 (18) 5 (31) 7 (26)

2 À 5 ANOS 7 (64) 6 (38) 13 (48)

19

INSTITUIÇÃO 6 À 10 ANOS 2 (18) 3 (19) 5 (19)

ACIMA DE 11 - 2 (13) 2 (7)

TRABALHA

APENAS NESSA

INSTITUIÇÃO

SIM 3 (27) 3 (19) 6 (22)

NÃO 8 (73) 13 (81) 21 (78)

CARGA

HORÁRIA

NESTA

INSTITUIÇÃO

6 HORAS - - -

6 À 12 HORAS - 16 (100) 16 (59)

ACIMA DE 12 11 (100) - 11 (41)

CARGA

HORÁRIA EM

OUTRO

TRABALHO

6 HORAS 2 (18) 3 (19) 5 (19)

6 À 12 HORAS 2 (18) 7 (44) 9 (33)

ACIMA DE 12 4 (36) 3 (19) 7 (26)

NENHUM 3 (27) 3 (19) 6 (22)

Gráfico 1: Comparação do nível de estresse entre os fisioterapeutas

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APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO SÓCIO-DEMOGRÁFICO

Local de Trabalho: ( ) CTI ( ) Ambulatório

Sexo: ( ) F ( ) M

Idade:

Estado Civil: ( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( ) Viúvo

Filhos: ( ) Sim ( ) Não Quantos: ______

Tempo de Formação

( ) Até 1 ano

( ) 2 a 5 anos

( ) 6 a 10 anos

( ) Mais de 11 anos

Tempo de Atuação na Área

( ) Até 1 ano

( ) 2 a 5 anos

( ) 6 a 10 anos

( ) Mais de 11 anos

Tempo de Atuação na Instituição

( ) Até 1 ano

( ) 2 a 5 anos

( ) 5 a 10 anos

( ) Mais de 11 anos

Trabalha apenas nesta Instituição?

( ) Sim ( ) Não

Carga horária nesta Instituição

( ) 06 horas

( ) 6- 12 horas

( ) Acima de 12 h

Carga horária em outro trabalho

( ) 06 horas

( ) 6- 12 horas

( ) Acima de 12 h

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ANEXO A - ESCALA DE STRESS PERCEBIDO

Neste último mês, com que frequência... 1 Você tem ficado triste por causa de algo que aconteceu

inesperadamente? 0 1 2 3 4

2 Você tem se sentido incapaz de controlar as coisas importantes em sua vida?

0 1 2 3 4

3 Você tem se sentido nervoso e “estressado”? 0 1 2 3 4 4 Você tem tratado com sucesso dos problemas difíceis da vida? 0 1 2 3 4 5 Você tem sentido que está lidando bem as mudanças importantes

que estão ocorrendo em sua vida?

0 1 2 3 4

6 Você tem se sentido confiante na sua habilidade de resolver problemas pessoais?

0 1 2 3 4

7 Você tem sentido que as coisas estão acontecendo de acordo com a sua vontade?

0 1 2 3 4

8 Você tem achado que não conseguiria lidar com todas as coisas que você tem que fazer?

0 1 2 3 4

9 Você tem conseguido controlar as irritações em sua vida? 0 1 2 3 4 10 Você tem sentido que as coisas estão sob o seu controle? 0 1 2 3 4 11 Você tem ficado irritado porque as coisas que acontecem estão

fora do seu controle? 0 1 2 3 4

12 Você tem se encontrado pensando sobre as coisas que deve fazer? 0 1 2 3 4 13 Você tem conseguido controlar a maneira como gasta seu tempo? 0 1 2 3 4 14 Você tem sentido que as dificuldades se acumulam a ponto de

você acreditar que não pode superá-las? 0 1 2 3 4

Legenda 0= nunca 1= quase nunca 2= às vezes 3= quase sempre 4= sempre