ANALGÉSICOS OPIOIDES

57
ANALGÉSICOS OPIOIDES PROF. ANA ALICE Farmacologia II Universidade Nove de Julho

Transcript of ANALGÉSICOS OPIOIDES

Page 1: ANALGÉSICOS OPIOIDES

ANALGÉSICOS OPIOIDES

PROF. ANA ALICE

Farmacologia II

Universidade Nove de Julho

Page 2: ANALGÉSICOS OPIOIDES

DOR

“...uma experiência sensorial e emocional desagradável, relacionada com lesão tecidual real ou potencial.”

(Associação Internacional para o Estudo da Dor)

A dor tem como função alertar ao indivíduo que algum

componente do organismo está com problemas.

Page 3: ANALGÉSICOS OPIOIDES

SENSAÇÃO DOLOROSA OU NOCICEPÇÃO

REATIVIDADE EMOCIONAL A DOR

APRESENTA COMPONENTES

DOR

Page 4: ANALGÉSICOS OPIOIDES

DOR - Fisiológica

A dor é um sinal de alerta que ajuda a proteger o corpo de danos nos tecidos

Adjunto psicológico a um reflexo protetor, cuja finalidade é o afastamento de estímulos potencialmente nocivos

A dor é essencial à sobrevivência.

Page 5: ANALGÉSICOS OPIOIDES

PRINCÍPIOS GERAIS DA DOR

Page 6: ANALGÉSICOS OPIOIDES

A) Dor aguda: estímulo nocivo excessivo, originando sensaçãointensa e desagradável.

B) Dor crônica: dor que dura por mais tempo que a lesão tecidual desencadeante.

C) Hiperalgesia: maior intensidade de dor associado a umestímulo nocivo leve. Envolve tanto sensibilização determinações nervosas nociceptivas periféricas quanto facilitação central da transmissão no nível do corno dorsal e do tálamo

D) Dor neuropática: dor crônica provocada por danosnos neurônios nociceptivos (derrame, esclerosemúltipla), com fraca resposta aos analgésicos opióides.

Classificação da dor

Page 7: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Temporal: Aguda / crônica

Topográfica: localizada/generalizada

Fisiopatológica: orgânica/psicogênica

Intensidade: leve/moderada/severa

Caracterização da dor

Page 8: ANALGÉSICOS OPIOIDES

DESCRITORES DE DOR CRÔNICA

(Sant’Ana, Pereira, Marquez e Faleiros Sousa - 2004):

1. Deprimente

2. Persistente

3. Angustiante

4. Desastrosa

5. Prejudicial

6. Dolorosa

7. Insuportável

8. Assustadora

9. Cruel

10. Desconfortável

Page 9: ANALGÉSICOS OPIOIDES

EVENTO INICIAL

Destruição ou lesão do tecido

Liberação ou síntese de mediadores bioquímicos envolvidos no processo

Page 10: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Interação com nociceptores periféricos e terminações nervosas

Deflagração de sinais de dor a partir da lesão tecidual

Page 11: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Dor Inflamatória

Inflamação Mediadores

Histamina

Bradicinina

Metabólitos do

Ácido Araquidônico

Sensibilização Ativação

Estímulo Lesivo

Transmissão Nociceptiva

Page 12: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Nocicepção: Atividade aferente do sistema nervoso induzida por estímulos nocivos.

Estímulos Nocivos

Exógenos

Endógenos

Princípios Gerais no Tratamento da Dor

Page 13: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Lesão tissularEstimulação de nociceptores

Liberação de mediadores químicos

Liberação de mediadores inflamatórios

Estimulação dos nociceptores e sensibilização

NOCICEPÇÃO

Page 14: ANALGÉSICOS OPIOIDES

ESTIMULOS NOCIVOS – EXÓGENOS

QUIMÍCA

FÍSICA

BIOLÓGICA

Page 15: ANALGÉSICOS OPIOIDES

ESTIMULOS NOCIVOS – ENDÓGENOS

ISQUEMIAOUTRAS PATOLOGIAS

Page 16: ANALGÉSICOS OPIOIDES

NOCICEPÇÃO

estímulos nocigênicos

mecanismosneuropáticos fatores

psicológicos

fatoressociais,

culturaise ambientaisexperiências

prévias

estados outraços

psicológicos

Page 17: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Nocicepção

Page 18: ANALGÉSICOS OPIOIDES

ViaAferente

Ascendente - excitatória

ViaEferente

descendente - inibitória

Page 19: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Nociceptores

Fibras A deltaReceptores

mecânicos

Receptores termomecânicos

Fibras CReceptores

polimodais -

mecânicos, térmicos e químicos-

Page 20: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Mecanismos Envolvidos na Gênese

dos Sintomas da dor

Fibras aferentes A- e C (dor)

– Sintomas espontâneos: dor em queimação e pontada

– Sintomas provocados: hiperalgesia

Fibras aferentes A- (tato)

– Sintomas espontâneos: disestesia (dolorosa) e

parestesia (não dolorosa)

– Sintomas provocados: alodínia

Page 21: ANALGÉSICOS OPIOIDES

FIBRAS MIELINA DIAMETRO VEL. CONDUÇÃO

TIPO DE DOR

A δ Sim 2 a 4 μ m 1 2 a3 0 m /s

Rápida

C Não 0 ,4 a1 ,2 μ m

0 ,5 a2 m /s

Lenta

Fibras x Tipo de Dor

Page 22: ANALGÉSICOS OPIOIDES
Page 23: ANALGÉSICOS OPIOIDES
Page 24: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Fibras Aferentes

corno dorsalgânglios dasraízes dorsais

IIIV

Substância Cinzenta

Pele, vísceras, músculos

Page 25: ANALGÉSICOS OPIOIDES

córtex sensitivo-motorcórtex sensitivo-motor

giro do cíngulo giro do cíngulo

núcleos da basenúcleos da base

núcleos núcleos talâmicostalâmicos específicos específicos

núcleos núcleos talâmicos inespecíficostalâmicos inespecíficos

substância cinzenta substância cinzenta periaqüedutal periaqüedutal mesencefálicamesencefálica

formação reticular doformação reticular do tronco encefálico tronco encefálico

trato trato espino espino ee espinorretículoespinorretículo--

talâmicotalâmico

corno posterior corno posterior da substância cinzentada substância cinzenta

da medula espinal da medula espinalaferenteaferenteprimárioprimário

trato pós-trato pós-sinápticosináptico

do funículo posteriordo funículo posterior

hipotálamohipotálamo

Vias Sômato-Sensitivas

Trato Neo-espino-

talâmico

Page 26: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Vias Sensitivas

Lobo Frontal

Núcleos

Intralaminares

do Tálamo

Sistema Límbico

Formação Reticular

Hipotálamo

Substância

Cinzenta

Periaquedutal

Corno Dorsal

da Medula

Espinal

Trato Espino-Retículo-Talâmico (Páleo-Espino-Talâmico)

Page 27: ANALGÉSICOS OPIOIDES

ViaAferente

Ascendente - excitatória

ViaEferente

descendente – inibitóriaControle da dor

Page 28: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Vias Descendentes do Controle da Dor

Hipotálamo

Mesencéfalo

Ponte

Bulbo

MedulaEspinal

Substância Cinzenta

Periaquedutal

- Inibição no corno

dorsal da medula

espinal

Page 29: ANALGÉSICOS OPIOIDES

TRATAMENTO DA DOR

ANALGÉSICOS

Page 30: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Analgésicos

Ação Central Analgésicos OpióidesAntidepressivosAntiepilépticos

Ação PeriféricaAnalgésicos Periféricos (Fracos) AINESAnestésicos locais

Page 31: ANALGÉSICOS OPIOIDES

ANALGÉSICOS OPIÓIDES

Entre os remédios que Deus proporcionou

ao homem para alivía-lo de seus

sofrimentos, nenhum outro é tão universal

ou eficaz como o ópio

XVI DC – Droga de Deus

Page 33: ANALGÉSICOS OPIOIDES

1880

1897

Bayer – Acetilação da Morfina Heroína

Guerra do Ópio – China vs. Inglaterra

II GuerraMundial

1939-1945

Esforços para o desenvolvimento de opióides com menor potencial para a dependência

Meperidina Metadona Nalorfina

HISTÓRICO

1950

Hughes & Kosterlitz

1975

Ação analgésica da Morfina e opióides relacionados mediada por receptores

-Endorfina

Encefalina

Dinorfinas

Nociceptina

Endomorfina

Opióides Endógenos

Page 34: ANALGÉSICOS OPIOIDES

RECEPTORES OPIÓIDES

Receptor Ligante

- mi - MOR-EndorfinaEncefalina

k – kappa - KOR DinorfinaEncefalina B

d – delta - DOR Encefalinas

ORL (opioid receptor-like) Nociceptina / orfanina

e - epsílon Endomorfina

Analgesia

Page 35: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Analgésicos Opióides

Atuam como agonistas em receptores µ: ↓ percepção da dor

Outros efeitos

Page 36: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Analgésicos Opióides

Morfina Codeína

HeroínaTramadol*

MeperidinaFentanilMetadona

Naturais

Derivadosemi-sintético

Sintéticos Agonista m 80x mais potente morfina

Longa duração ação

Page 37: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Antagonistas Opióides

Antagonistas NaloxonaNaltrexona

Page 38: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Indicação dos Opióides

Dores agudas, de moderadas a

intensas, dores crônicas epós cirúrgico

melhor na presença de dor intensa e constante

embora atenuada, a dor é ainda percebida - a reação emocional à dor é diminuída

Page 39: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Indicação dos Opióides

Antitussígeno

Tratamento da dependência

Intoxicação opióide

Depressão respiratória

Miosecoma

antagonistas

Intoxicação Envenenamentos

apomorfina

Metadona

Codeína

(+) vômitos

Page 40: ANALGÉSICOS OPIOIDES

EFEITOS FARMACOLÓGICOS

SNCAnalgesia Bem estarEuforiaAumento da capacidade de suportar a dor

Opióides afetam a sensação dor e a resposta afetiva do

Liberação Subst. P, transmissão nociceptiva a centros superiores

(+) Neurônios via descendente inibitória, inibição transmissão nociceptiva

Page 41: ANALGÉSICOS OPIOIDES

EFEITOS FARMACOLÓGICOS

Indução de náuseas e vômitos (+) direta quimioreceptores na área postrema

Naúsea em 40%

Vômitos em 15%

Page 42: ANALGÉSICOS OPIOIDES

EFEITOS FARMACOLÓGICOS

Depressão respiratóriaDiminuição da sensibilidade ao CO2

(-) direta centros respiratórios bulbares

Doses terapêuticas deprimem todas as fases da respiração

Disfunção pulmonar

Associações: opióides + anestésicos gerais

hipnóticos

álcool

Sono tbém sensibilidade centros medulares ao CO2

com intoxicação4 ciclos resp/min

Page 43: ANALGÉSICOS OPIOIDES

EFEITOS FARMACOLÓGICOS

Diminuição do reflexo da tosse

efeitos diretos no centro tosse

Não está associado à depressão respiratória

Page 44: ANALGÉSICOS OPIOIDES

EFEITOS FARMACOLÓGICOS

Diminui a motilidade do TGI -constipação

Tempo esvaziamento gástrico

probabilidade refluxo esofageal

Absorção drogas via oral

Velocidade passagem conteúdo intestinal

tônus esfíncter anal

Secreções HCl, biliares, pancreática

Constrição esfincter Oddi

Pressão duto biliar

Cólica biliar !!!!!!

Page 45: ANALGÉSICOS OPIOIDES

EFEITOS FARMACOLÓGICOS

Miose

Constrição pupila

(+) nervo parassimpático

Dependentes – pupila puntiforme !!!!!!

Page 46: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Prolonga a duração do trabalho de parto(ação musculatura lisa + efeitos centrais, cooperação)

Mortalidade neonatalAtravessa a placenta – depressão respiratória no bebê

Interrupção ciclos menstruais

(-) liberação GnRH fator liberador de gonadotrofina e CRF fator liberador de corticotrofina

Níveis LH hormônio luteinizante e FSH hormônio folículo estimulante

EFEITOS FARMACOLÓGICOS

Page 47: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Características Farmacocinéticas dos Opióides

• Absorvidos pela mucosa nasal/bucal (os mais lipofílicos)transdermicamenteinjeção intramuscular / subcutânea

• Bem absorvidos via oral e retal

• Efeito primeira passagem (25% biodisponibilidade via oral)

• Ligação a proteínas plasmáticas

• Cruzam a BHE hidromorfona e fentanil – altamente lipofílicos

Page 48: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Características Farmacocinéticas dos Opióides

metabolização hepática - conjugação com ác. Glucuronato (glucoronico?)

Morfina morfina-6-glucuronato

Excreção renal (filtração glomerular), ocorre circulação entero-hepática

2X mais potente que morfinaMenos lipossolúvel

Na administração crônicao metabólito contribui significativamente

para as ações analgésicas da morfina

Page 49: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Efeitos colaterais dos Opióides

Depressão respiratóriaNaúseas e vômitos

Prurido Pressão trato biliar

Depressão respiratória bebe

ConstipaçãoRetenção urinária

Confusão mental, disforia

Page 50: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Redução da resposta à uma droga após administrações repetidasMaior dose é requerida para obtenção do mesmo efeito

Tolerância Farmacocinética

Mudanças adaptativas nos sistemas que sofrem a ação da droga

Tolerância

Mudanças metabólicas ou na distribuição que promovem diminuição da droga no plasma

TolerânciaFarmacodinâmica

Efe

ito

Dose

Ajuste da dose

Page 51: ANALGÉSICOS OPIOIDES

EFEITOS FARMACOLÓGICOS

Dependência

uso abusivo e uso crônico de doses terapêuticas

• Redução gradual da dose para evitar sintomas síndrome abstinência

• Efeitos mediados principalmente pela ativação de receptores

• Agonistas k são menos propensos a produzir tolerância

Page 52: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Dependência Física

Droga Droga

Adaptação desenvolvida em

resposta ao desequilíbrio dos

sistemas produzido pelo

uso da droga

Busca do novo equilíbrio em presença da

droga

Sistemasem

Equilíbrio

Page 53: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Síndrome de Abstinência

Dependência Desequilíbrio em ausência da

drogadevido a

readaptação do

Sistema

Droga

Remoção da

Droga

ABSTINÊNCIA

Page 54: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Opióides: Tolerância, Dependência e Sind. Abstinência

Opióides sem supervisão apropriada tem risco potencial para

abuso

lipofílico, abuso potential (efeito rápido)

t1/2 curta mais intensa a abstinência

Retirada gradual

Utilização de Metadona para dependência (Longa duração)

Hiperalgesia*, cólicas TGI,Sudorese, febre, dores musculares,Agressividade, alterações de humor e comportamento

Sinais da

Sindrome de Abstinência

Page 55: ANALGÉSICOS OPIOIDES

monitorados com Opióides

Depressão respiratória

Efeitos depressão respiratória

Depressão respiratória bebe

hipotensão

problemas respiratórios

(enfizema, asma)

insuficiência renal

idosos

Excreção renal

grávidas

baixa volemia

IMAO, fenotizainas,

antidepressivos

Page 56: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Toxicidade aguda com Opióides

2 a 4 ciclos / mincianose

Mandibula relaxada, Posição língua pode causar asfixia

depressão respiratória

miose

Pupila puntiforme

Hipóxia pode levar à dilatação pupilas

coma

músculos esqueléticos

flácidos

hipotensãohipotermia

Page 57: ANALGÉSICOS OPIOIDES

Tratamento intoxicação com Opióides

ventilação

cuidado para evitar

sintomas síndrome de abstinência

NaloxonaNaltrexona

adm. antagonistas opióides