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Impacto das Notícias nas Decisões de Investidores no Cenário da Operação Carne Fraca
ANA BEATRIZ VIEIRA DE SOUSA
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
FRANCISCO ALVES DE SOUZA NETO
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
LAVÍNIA HELEN DE SOUZA PINTO
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
MARIA ROSINEIDE RODRIGUES XIMENES
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
Resumo
Em março de 2017, o setor brasileiro de carnes e derivados foi surpreendido com a Operação
Carne Fraca, da Polícia Federal que investigava denúncias de fraudes na fiscalização sanitária
e a adulteração nos alimentos produzidos por empresas desse setor. Nesse sentido, este artigo
teve por objetivo determinar, através do caso “Operação Carne Fraca”, que a tomada de decisão
é afetada pelo contexto das notícias publicadas e não apenas por racionalidade e demonstrar
influência do efeito contágio sobre o valor das ações. Para atingir o objetivo da pesquisa,
buscando respaldo teórico na Teoria dos Jogos e na Teoria da Dissonância Cognitiva, foram
aplicadas três etapas. Na primeira etapa, foi realizado um levantamento do histórico das ações
das empresas JBS e BRF no ano de 2017. Na segunda etapa, houve uma seleção de notícias
disponibilizadas pelos jornais O Globo, Valor Econômico e Folha de São Paulo, referente à
mesma época. Na terceira e última etapa, essas notícias foram filtradas e submetidas a uma
análise textual. Os dados foram coletados e analisados, com base em um Estudo de Eventos. Os
achados demonstram que as informações sobre a “Operação Carne Fraca”, disponibilizadas nos
principais jornais eletrônicos do país, resultaram em retornos anormais para as empresas
diretamente envolvidas no escândalo corporativo. Tais notícias foram absorvidas pelo mercado,
podendo ser observado que, após e durante a operação, as decisões dos investidores oscilaram,
conforme o sentimento dos temas tratados pela mídia que não sofrem regulamentação, causando
vieses e heurísticas para o tomador de decisão.
Palavras chave: Operação Carne Fraca, Tomada de Decisão, Notícias.
1 Introdução
No dia 17 de março de 2017, a Polícia Federal deflagrou a Operação Carne Fraca, com
o objetivo de desarticular a organização criminosa liderada por fiscais agropecuários federais e
empresários do agronegócio.
A operação detectou, em quase dois anos de investigação, que as Superintendências
Regionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Paraná, Minas Gerais e
Goiás atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse
público. O principal foco da investigação consiste em suspeitas de falsificação de embalagens,
venda de carne vencida, adição de produtos em desacordo com normas técnicas em produtos
de origem animal e extorsão (Vieira, 2017). O início das investigações resultou em grande alarde pela mídia que utilizava, na época,
expressões comprometedoras que discriminavam os produtos vendidos por essas empresas,
principalmente JBS e BRF, como algo “estragado”, “podre” e “adulterado” ao elaborar suas
publicações. Nesse contexto, o mercado de ações e órgãos reguladores não estão imunes aos
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efeitos da divulgação de informações ligadas a escândalos corporativos de corrupção e fraudes
(Jain, Kuvvet & Pagano, 2014).
As notícias divulgadas causaram desconfiança nos consumidores brasileiros e também
no comércio exterior, o que ameaçou as exportações de carne, durante aquele período. O
Ministro da Agricultura Blairo Maggi criticou os jornalistas sobre a "narrativa" da Operação
Carne Fraca e a falta de "amparo técnico" da investigação, o que teria levado a equívocos em
algumas conclusões da operação. Pois, diante de tal situação, segundo Damodaran (1997) a
reação do mercado pode ser imediata e adequada, gradual ou imediata e inadequada.
Considerando o cenário, em que comumente há empresas investigadas, entre elas estão
a JBS e a BRF que serão objeto de estudo desta pesquisa. Essas companhias possuem capital
aberto e suas ações são negociadas na bolsa de valores. Para isso, buscou-se analisar como elas
tiveram o preço de suas ações afetadas no momento em que ocorreu a operação, pois para Fama
(1970), pela hipótese da eficiência do mercado, o preço das ações responde às informações
tornadas públicas, ou seja, reflete uma determinada conjuntura na qual a companhia se insere. Atrelado a Finanças Comportamentais, fez-se um estudo de teorias para entender como
os investidores se comportaram diante dessa situação. A pesquisa busca responder a seguinte
pergunta: Quais os impactos das notícias nas estratégias dos investidores, durante a tomada de
decisão, no contexto da Operação Carne Fraca? Logo, o objetivo da pesquisa é analisar o
impacto das notícias divulgadas na decisão dos investidores e demonstrar a compra e venda de
ações afetadas por um contexto e não apenas por racionalidade.
A pesquisa utilizou-se da análise textual e do estudo de eventos para calcular que a
maneira como as informações sobre a “Operação Carne Fraca” foram disponibilizadas ao
grande público resultou em impacto no mercado de ações, nas empresas diretamente
envolvidas.
Este estudo foi estruturado em cinco seções que, além desta introdução, apresenta o
referencial teórico abordando duas teorias, a teoria dos Jogos e da Dissonância Cognitiva, os
procedimentos metodológicos, contendo as informações da pesquisa; a análise dos resultados;
e por fim as considerações finais.
2 Referencial Teórico
2.1 Operação carne fraca
No dia 17 de março de 2017, a carne bovina, o terceiro maior produto de exportação do
Brasil, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), passou a ser alvo de uma
investigação da Polícia Federal denominada como Operação Carne Fraca.
A ação teve como objetivo o combate à comercialização ilegal de carne no país, a fim
de investigar o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento
e, pelo menos 30 empresas frigoríficas. A operação Carne Fraca, foi deflagrada diante de
denúncias de adulteração da carne e de subornos de agentes de fiscalização sanitária (Fonseca,
2017).
Conforme noticiado nos diversos meios de comunicação como o jornal O Globo, o
vazamento de áudios, durante a operação, descrevendo a inserção de papelão nos frangos e,
venda de carne estragada com utilização de produtos químicos, chamou a atenção da mídia
nacional e internacional. O resultado dessa ação da Polícia Federal foi incorporado não apenas
pelas empresas que estavam diretamente envolvidas JBS e BRF, duas das maiores companhias
do país, mas por todo o setor de Carnes e Derivados.
Cutler, Poterba & Summers (1989) foram uns dos primeiros a investigar sobre o poder
informativo das notícias macroeconômicas para o mercado acionário. Estudos na área de
psicologia mostram que o sistema perceptivo dos indivíduos não apresenta um processamento
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informacional simétrico, quando as pessoas avaliam se uma informação é positiva ou negativa,
levando-as a apresentarem reações distintas, justificando, assim, o impacto causado pela
“Operação Carne Fraca”. O impacto no ramo causou uma queda no valor das ações e comércio,
significando um retrocesso à categoria que até então era prioridade e, com isso, houve uma
reação imediata a toda informação disponível aos agentes econômicos (Fama, 1970; Macedo,
Almeida & Dornelles, 2016). As notícias vinculadas ao evento trouxeram muitas revelações ao consumidor, visto que
foram associadas à venda de produtos adulterados ou estragados e ao não cumprimento de
regras sanitárias. Isso influenciou também, de acordo com dados do Ministério da Indústria,
Comércio Exterior e Serviços (MDIC), na média diária vendida de carne para fora do país, que
era de US$ 63 milhões, e caiu no dia 21 de março daquele ano para US$ 74 mil (Costa, 2017).
Assim, as ações da BRF e JBS sofreram queda de 1% ainda no dia 17 de março, no
montante de R$ 6 bilhões de reais pela cotação de valor de mercado na bolsa. Após a divulgação
das notícias, da repercussão do caso no comércio de carnes e na queda no preço das ações,
questionou-se sobre a posição distorcida das informações. Posteriormente, a Polícia Federal
reconheceu um equívoco nas notícias publicadas que, até então, pautavam a formação de
opinião do público.
Uma vez compreendida que essas informações levam a uma absolvição errônea na
precificação do mercado, abrem-se questionamentos quanto a sua veracidade, influência e como
são disponibilizadas. Isso colabora com teorias e estudos que defendem a análise do processo
decisório humano e critérios com base em circunstâncias as quais as pessoas são submetidas.
No primeiro estudo do assunto, os autores Cutler et al. (1989) estimam que a fração da variação
em retornos agregados de ações pode ser atribuída a vários tipos de notícias econômicas.
Para o estudo desse assunto nessa pesquisa, é levado em consideração duas teorias tidas
como bastante relevantes, sendo elas a teoria dos jogos e a teoria da dissonância cognitiva.
2.2 Teoria dos jogos
Para entender melhor a capacidade de tomada de decisão, a Teoria dos Jogos vem se
construindo e ganhando notoriedade, atrelada ao conceito de conjunto de técnicas analíticas,
destinadas a auxiliar a compreensão de fenômenos observados, quando tomadores de decisão
ou “jogadores” interagem entre si (Osborne & Rubinstein, 1994).
Essa teoria procura evidenciar uma relação estratégica entre as partes envolvidas,
analisando matematicamente uma circunstância que envolva um conflito de interesses, de
maneira a descobrir como as mudanças e as diversas situações que acontecem, acabam
influenciando as tomadas de decisões nas relações, repercutindo nas escolhas das pessoas em
diferentes ocasiões.
Para o tradicionalismo financeiro, os agentes econômicos são, por sua vez, portadores
de uma racionalidade ilimitada, assim, tomando sempre as decisões mais prováveis e tendo um
comportamento previsível (Tibúrcio Silva,Carvalho & Nunes, 2012). A Teoria dos Jogos
tornou possível antecipar o imprevisível comportamento humano e as suas atitudes quando os
seus interesses individuais entram em conflitos com os seus interesses coletivos (Fiani, 2006).
Em contrapartida a esses estudos, existem pesquisas em Finanças Comportamentais que
demonstram a limitação da racionalidade do investidor, em razão de fatores que afetem seu
processo decisório.
No mercado de ações, as estratégias escolhidas pelos investidores envolvem escolhas
onde nem sempre os “jogadores” possuem as informações suficientes ou condizentes com a
realidade e diversos fatores como, por exemplo, as questões políticas, ambientais, crises
econômicas e escândalos de empresas listadas na bolsa fazem com que tanto a qualidade da
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informação obtida, como a aplicação da mesma seja falha em alguns momentos, levando a
existência de Heurísticas de Julgamento (Tversky & Kaheman, 1974). Uma vez construída a linha de pensamento que demonstra como o tomador de decisão
é influenciado por diversos objetos, a investigação da Operação Carne Fraca, como um grave
caso de corrupção amplamente discutido pelos jornais, é um fator preponderante na tomada de
decisão do investidor. A facilidade a lembrança/acesso às informações geradas pode influenciar
o julgamento individual dos indivíduos, podendo criar vieses nas decisões, desta forma, a mídia
poderá ser um forte fator de influência (Ciarelli & Avila, 2009).
A teoria dos jogos vincula-se ao fato de que o esquema no setor de carnes gerou
instabilidade perceptível ao mercado de ações brasileiro que, ao sentir o efeito da crise e das
informações, refletiu a alteração das decisões dos investidores. Mudanças bruscas no
sentimento das notícias têm um impacto significativo nos preços dos ativos no mundo,
confirmando que o tom da mídia, em geral, é uma referência para o próprio sentimento do
investidor (Damien Puy, 2018).
O cenário criado na economia brasileira, depois da divulgação das notícias tidas como
sensacionalistas e da movimentação ocorrida no mercado, após a liberação de informações
desmentindo os fatos anteriores, em uma tentativa de proteger a economia, corroboram com o
objetivo principal da teoria dos jogos: observar como os investidores mudam seu “jogo” quando
lidam com situações de crise no mercado, as quais foram amplamente veiculadas pela mídia, e
se existe uma relação de influência. Várias ações, que pareciam irracionais, são explicadas pela
racionalidade econômica; isto facilita a compreensão da complexa realidade econômica e social
vivida no cenário atual.
2.3 Teoria da dissonância cognitiva
Leon Festinger (1957), psicólogo americano, criou a teoria da dissonância cognitiva.
Ela busca compreender como o cérebro humano toma decisões a respeito de um determinado
assunto que envolve uma falta de concordância entre suas crenças e experiências. Alinhada à Teoria dos Jogos, a dissonância cognitiva também envolve escolhas e é mais
provável depois de uma decisão de algum tipo ter sido feita (Festinger, 1957). Quando alguém
precisa realizar alguma escolha importante sobre um determinado caso, ele tende a sofrer o
processo de dissonância cognitiva, tendo em vista que ele vai analisar as possíveis decisões de
acordo com sua crença e racionalidade.
Existe Dissonância Cognitiva quando os seres humanos são submetidos a duas ideias,
convicções ou opiniões antagônicas e incompatíveis entre si, resultando em um desconforto
mental. Dessa forma, o indivíduo não consegue assimilar com clareza a melhor decisão a ser
tomada, já que está cercado de concepções diferentes e que não se encaixam. Durante a Operação Carne Fraca, publicaram-se, inicialmente, notícias com
informações de caráter negativo para a imagem da empresa e que logo foram contrariadas pelo
governo e agentes da Polícia Federal; esse cenário incompatível pode ter causado uma confusão
no processo decisório dos investidores e modificado diversas vezes seu parecer sobre o assunto. Além disso, o posicionamento dos investidores também poderia variar de acordo com o
valor individual investido nas empresas investigadas na Operação Carne Fraca, já que quanto
mais importante a decisão e as cognições conflitantes, maior será a magnitude da dissonância
experimentada (Festinger, 1957). As mídias moldam a opinião pública e desempenham um forte papel na propagação de
bolhas especulativas através de feedbacks e cascatas, onde a atenção aos meios de comunicação
pode exagerar a importância dos movimentos de preços passados, afetando os movimentos de
preços futuros (Shiller, 2005). Dado o contexto abordado, tem-se a hipótese desta pesquisa:
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Hipótese 1 (H1): existe uma relação entre as notícias publicadas nas grandes mídias e
o comportamento do investidor brasileiro. Os indivíduos tendem a tomar decisões não completamente racionais, usando as notícias
publicadas; a discordância no comportamento pode afetar a visão do investidor diante de pautas
de risco e retorno. Cakan (2012) demonstra que pode ser inapropriado analisar o efeito de boas
e más notícias de uma forma incondicional, pois as mesmas informações podem ter efeitos
diferentes ou opostos no mercado financeiro de acordo com os diversos estados da economia.
3 Procedimentos Metodológicos
Com o intuito de atingir o objetivo da pesquisa, foram levadas em consideração três
etapas. Na primeira etapa, foi realizado um levantamento do histórico das ações das empresas
JBS e BRF, no ano de 2017. Na segunda etapa, houve uma seleção de notícias disponibilizadas
ao público pelos jornais O GLOBO, VALOR ECONÔMICO e FOLHA DE SÃO PAULO,
referente à mesma época. Por último, na terceira etapa, essas notícias foram filtradas e
submetidas a uma análise textual, a fim de observar se elas causaram algum impacto no valor
das ações das empresas listadas.
Esta pesquisa definiu-se como descritiva em relação aos seus objetivos, com uma
abordagem quantitativa e tendo-se obtido os dados por meio bibliográfico e documental,
conforme definições de Gil (2002). Objetivando analisar o efeito da Operação Carne Fraca no
valor negociado das ações das empresas JBS e BRF listadas na B3, pertencentes ao setor de
carnes e derivados, utilizou-se o método de estudo de eventos.
3.1 Análise textual das notícias
Para a obtenção de uma base de dados, foram coletados títulos de notícias que estavam
vinculadas à "Operação Carne Fraca” e que estavam disponíveis ao grande público, incluindo
investidores, por meio de três jornais eletrônicos: Jornal O Globo, Valor Econômico e Folha de
São Paulo. A escolha se deu pelo fato dos referidos jornais terem um grande poder de alcance
público (Silva & Machado, 2017).
Em relação às notícias, foram filtradas as que apresentavam, em sua manchete ou em
seu conteúdo, a expressão “Carne Fraca” e aquelas em que as informações fossem
disponibilizadas a todos de forma igualitária e de fácil acesso. Para analisar se existia ou não
uma relação entre as notícias divulgadas e o preço das ações, foram coletadas as variações dos
valores das ações durante todo o ano de 2017 e 110 manchetes ao todo. Segundo Merton (1987),
as variações resultantes do grau de conhecimento do investidor influenciam o preço de
equilíbrio da ação.
Sendo assim, foi utilizado o software online denominado ShelfWatch para verificar o
sentimento textual das manchetes coletadas. Esse software verifica o sentimento textual contido
em determinada expressão ou frase e fornece uma análise específica que utiliza os algoritmos
de Long Short Term Memory (LSTM). Dessa forma, é possível classificar as manchetes em
positivas, negativas e neutras, dando importância ao texto e contexto.
3.2 Estudo de eventos
A utilização de dados diários, conforme ocorre no estudo de eventos, permite verificar
com precisão o comportamento do mercado, por meio do preço das ações, frente a determinado
fato (Fama, 1991). O estudo de eventos possibilita registrar uma movimentação ou não de valor
no mercado financeiro e constatar alterações nas informações durante o período em que o fato
aconteceu. Para se realizar um estudo de eventos alguns procedimentos devem ser tomados para se
atingir os objetivos desejados (Campbell, Lo, & MacKinlay, 1997; MacKinlay, 1997).
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Primeiro, o evento e o período devem ser definidos para análise, antes e após a ocorrência do
fato. Esse período recebe o nome de janela de evento. Após essas definições, aplicam-se os
critérios para a seleção das empresas que comporão a amostra, seguido da obtenção dos dados
necessários e a medição dos retornos (MacKinlay, 1997). Nesta pesquisa os processos foram divididos em seis pontos: definição do evento,
seleção da amostra das ações e das notícias, análise textual, interpretação e conclusão. O evento
selecionado foi à deflagração da “Operação Carne Fraca”, realizada pela Polícia Federal, no dia
17 de março de 2017.
Para delimitação de datas, o dia 17/03/2017 é considerado a Data Zero do evento e seus
intervalos viáveis para medir a avaliação das notícias. Seguindo as aplicações de (MacKinlay,
1997), adotou-se um intervalo de menos cinco dias entre a janela de eventos e janela de
estimação, para que não exista contaminação dos dados em relação ao evento (Barros, 2017;
Daniella & Machado, 2017; Demers & Vega, 2011; Kearney & Liu, 2014). A pesquisa trabalhou com o preço de fechamento diário do valor das ações das duas
empresas do setor de carnes e derivados, assim, sendo utilizada uma janela de evento de menos
cinco dias, que alternou conforme as ações variaram, tanto em aspectos positivos quanto
negativos. Essa janela temporal iniciou-se dia 13 de março de 2017 e terminou em 10 de
novembro do mesmo ano. Os períodos foram classificados em variação BRF - VBRFx e
variação JBS – VJBSx, para facilitar a análise. Em cada empresa houve oito períodos, sendo
quatro positivos e quatro negativos.
Foram levadas em consideração as quatro variações positivas e negativas mais
expressivas das duas empresas em questão, conforme tabelas abaixo:
Tabela 1 - Maiores variações positivas nas ações da BRF em 2017
PERÍODO DIAS COM MAIOR
VARIAÇÃO POSITIVA
DIAS ANALISADOS
VBRF1 22/05/2017 18/05/2017 A 22/05/2017
VBRF2 11/08/2017 07/08/2017 A 11/08/2017
VBRF3 02/05/2017 28/04/2017 A 02/05/2017
VBRF4 28/03/2017 24/03/2017 A 28/03/2017
Fonte: Adaptada de InfoMoney
Sob a perspectiva dos dias analisados, conforme a Tabela 1, as quatro variações
positivas mais expressivas da empresa BRF ao longo de 2017, período do escândalo no setor
de carnes, concentraram-se no início do ano, destacando-se o mês de maio com duas variações
positivas nas datas de 02/05/2017 e 22/05/2017.
Tabela 2 - Maiores variações negativas nas ações da BRF em 2017
PERÍODO DIAS COM MAIOR
VARIAÇÃO NEGATIVA
DIAS ANALISADOS
VBRF5 17/03/2017 13/03/2017 A 17/03/2017
VBRF6 10/11/2017 06/11/2017 A 10/11/2017
VBRF7 31/05/2017 27/05/2017 A 31/05/2017
VBRF8 16/05/2017 12/05/2017 A 16/05/2017
Fonte: Adaptada de InfoMoney
De acordo com a análise da Tabela 2, dos dias, tem-se o mês de maio com a concentração
de maiores variações negativas da empresa BRF, com as datas de 16/05/2017 e 31/05/2017.
Tabela 3 - Maiores variações positivas nas ações da JBS em 2017
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PERÍODO DIAS COM MAIOR
VARIAÇÃO
POSITIVA
DIAS ANALISADOS
VJBS1 25/05/2017 21/05/2017 a 25/05/2017
VJBS2 13/07/2017 09/07/2017 a 13/07/2017
VJBS3 31/05/2017 27/05/2017 a 31/05/2017
VJBS4 06/06/2017 02/06/2017 a 06/06/2017
Fonte: Adaptada de Investing.com
Conforme a Tabela 3, a empresa JBS variou suas ações positivas ao longo dos meses;
diferentemente da BRF, a JBS apresentou variação positiva também em junho, precisamente
em 06/06/2017.
Tabela 4 - Maiores variações negativas nas ações da JBS em 2017
PERÍODO
DIAS COM MAIOR
VARIAÇÃO
NEGATIVA
DIAS ANALISADOS
VJBS5 22/05/2017 18/05/2017 a 22/05/2017
VJBS6 17/03/2017 13/03/2017 a 17/03/2017
VJBS7 18/05/2017 14/05/2017 a 18/05/2017
VJBS8 16/05/2017 12/05/2017 a 16/05/2017
Fonte: Adaptada de Investing.com
O resultado em relação às maiores variações negativas da JBS, de acordo com a Tabela
4, acrescentou uma data ao mês de maio, totalizando três dias, 16/05/2017, 18/05/2017 e
22/05/2017, durante este período. Definida as bases do evento, o próximo passo é determinar a amostra de empresas que
serão verificadas. Como a intenção da análise é buscar captar o impacto do evento nas empresas
diretamente relacionadas e que foram mais veiculadas pela mídia, a amostra foi composta pelas
duas empresas mais relatadas no escândalo corporativo, sendo elas: BRF S.A. e JBS S.A.,
listadas na B3 e que fazem parte do setor de carnes e derivados.
Após terem sido filtrados os períodos a serem analisados, ocorreu a aplicação da análise
textual nas notícias. Buscou-se evidenciar o grau de impacto das notícias de cada período,
definidos anteriormente. Esse grau de impacto é expresso em porcentagem, conforme modelo
expresso na Equação 1:
𝑀 =𝛴𝐺𝐼𝑁
𝑄𝑁 (1)
Em que M é a média. Σ GIN: é a soma do grau de impacto das ações positivas, negativas ou
neutras no período t, e QN é a quantidade de notícias no período t.
4 Análise Dos Resultados
4.1 Análise textual das notícias
Para fazer a análise textual dessas notícias, utilizou-se o programa ShelfWatch para
mostrar o impacto que as notícias selecionadas, sendo elas negativas, positivas ou neutras,
causaram ao investidor no momento de tomar sua decisão. A análise de sentimento é a mineração contextual do texto, que identifica e extrai
informações subjetivas do material de origem. Ela pode ser amplamente aplicada a avaliações
e mídias sociais, desde marketing até atendimento ao cliente. Portanto, o Sentiment Analysis
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API fornece uma análise muito precisa da emoção geral do conteúdo de texto incorporado de
fontes como blogs, notícias, artigos, fóruns, avaliações de consumidores, pesquisas, entre
outros.
O programa funciona usando algoritmos de Long Short Term Memory (LSTM) para
classificar o sentimento de um de texto em positivo, negativo ou neutro. Os LSTMs modelam
sentenças como uma cadeia de decisões de esquecer - lembrar com base no contexto. Ele é
treinado em dados de mídia social e notícias, de forma diferente para lidar com a linguagem
formal e casual. O Sentiment Analysis API mantém alta precisão no mundo real e é robusta
contra frases complicadas, como negativas duplas ("nada mal") e ordem de palavras ("esmagou
minhas esperanças" vs "esmagamento por ela"). Este programa é classificado em dois blocos de construção básicos que são a análise de
sentimento e análise de intenção. A análise de sentimento é a ferramenta que analisa se a
mensagem é positiva, negativa ou neutra, avaliando o sentimento subjacente. E a análise de
intenção intensifica o jogo, analisando a intenção do usuário por trás de uma mensagem e
identificando se ela se relaciona a uma opinião, notícia, marketing, reclamação, sugestão,
apreciação ou consulta.
O programa utilizado já disponibiliza a porcentagem que aquela expressão tem de
positividade, neutralidade e negatividade. Para chegar a esses valores finais, usou-se a média,
somou-se a porcentagem de cada notícia, naquele período, e dividiu-se pela quantidade de
notícias analisadas no período referente.
Tabela 5 - Análise Textual das notícias nas ações da BRF em determinados períodos
GRAU DE
IMPACTO
VBRF1 VBRF2 VBRF3 VBRF4 VBRF5 VBRF6 VBRF7 VBRF8
POSITIVO 32,73% 26,97% 44,50% 35,55% 39,20% 34,78% 33,48% 34,72%
NEUTRO 36,04% 29,97% 40,94% 43,90% 38,30% 23,02% 30,00% 34,32%
NEGATIVO 31,24% 43,05% 14,54% 20,60% 22,50% 42,20% 38,93% 37,52%
Fonte: Dados da pesquisa (2021).
A Tabela 5, mostra o grau de impacto das notícias nos 8 períodos analisados. No
intervalo total da VBRF as notícias negativas são mais expressivas, estando presentes, em
maioria, nos 4 espaços temporais: VBRF2, VBRF6, VBRF7 e VBRF8.
Tabela 6 - Análise Textual das notícias nas ações da JBS em determinados períodos
GRAU DE
IMPACTO
VJBS1 VJBS2 VJBS3 VJBS4 VJBS5 VJBS6 VJBS7 VJBS8
POSITIVO 32,83% 32,73% 30,75% 26,97% 34,78% 26,83% 47,65% 34,72%
NEUTRO 19,90% 36,04% 52,50% 29,97% 23,02% 40,93% 39,40% 34,32%
NEGATIVO 47,27% 31,24% 16,70% 43,05% 42,20% 32,23% 12,95% 37,52%
Fonte: Dados da pesquisa (2021).
Na VJBS, conforme a Tabela 6, o impacto negativo foi mais expressivo, estando
presente em 4 períodos: VJBS1, VJBS4, VJBS5 e VJBS8. Importante ressaltar que as notícias
positivas só estiveram em maioria no momento 7, sendo o tipo com menor influência. Segundo Cutler (1989), as notícias, mesmo aquelas relacionadas com a economia,
refletem os movimentos e preços das ações. A influência dos fatos políticos e econômicos afeta
diretamente a movimentação das ações que refletem os escândalos corporativos.
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4.2 Estudo de eventos
Após ter sido identificado o grau de impacto que houve em cada período, comparou-se
com as variações mais expressivas no preço das ações. A primeira empresa analisada foi a BRF.
Na análise, com base no grau de impacto que as notícias trouxeram para a empresa,
observou-se que dos oito períodos analisados, cinco deles (VBRF2, VBRF6, VBRF8, VBRF3,
VBRF5) demonstram que as notícias, dependendo do caráter positivo ou negativo, podem
influenciar no valor negociado das ações na bolsa de valores.
Tabela 7 - Comparação da variação do valor das ações e do grau de impacto das notícias na empresa BRF
por período
VARIAÇÃO DAS AÇÕES E NOTÍCIAS PERÍODO ANALISADO
VA= POSITIVA
VN= NEUTRA
VBRF1
VA= NEGATIVA
VN= NEGATIVA
VBRF2
VBRF6
VBRF8
VA= POSITIVA
VN= POSITIVA
VBRF3
VBRF5
VA= NEGATIVA
VN= NEUTRA
VBRF4
VA= POSITIVA
VN= NEGATIVA
VBRF7
Fonte: Dados da pesquisa (2021).
Fazendo a comparação, nota-se que houve variação das ações, na medida em que as
notícias iam sendo publicadas, como demonstrado na tabela acima. Conforme a Tabela 7, no
período (VBRF1) em que as variações das notícias foram neutras, os valores das ações subiram,
ou seja, foi positiva. Já nos períodos (VBRF2, VBRF6 e VBRF8), tanto as notícias quanto as
ações foram negativas. Porém, no período (VBRF7), as variações das notícias foram negativas,
mas as ações foram positivas. A maior parte dos períodos sofreu influência das notícias
negativas e as ações também caíram.
Isso mostra que a publicação de notícias com sentimento negativo pode afetar a decisão
dos investidores, fazendo com que eles mudem suas estratégias e impactando a volatilidade do
mercado financeiro. Conforme Fiani (2009) a Teoria dos Jogos ajuda a entender a decisão dos
agentes em relações de interdependência, neste caso a ação da notícia gera a reação do agente
e uma alteração na imagem da empresa pode resultar em uma resposta no investidor que opta
por não investir e mudar seus planos.
Tabela 8 - Comparação da variação do valor das ações e do grau de impacto das notícias na empresa JBS
por período
VARIAÇÃO DAS AÇÕES E NOTÍCIAS PERÍODO ANALISADO
VA= POSITIVA
VN= POSITIVA
VJBS7
VA= NEGATIVA
VN- NEGATIVA
VJBS4
VA= POSITIVA
VN= NEGATIVA
VJBS1
VJBS5
VA= NEGATIVA VJBS8
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VN= POSTIVA
VA= NEGATIVA
VN= NEUTRA
VJBS2
VJBS6
VA= POSITIVA
VN= NEUTRA
VJBS3
Fonte: Dados da pesquisa (2021).
Já na análise da JBS, de acordo com a Tabela 8, demonstrou-se o contrário, que dentre
os oito períodos analisados, dois (VJBS5, VJBS1) tiveram notícias negativas, mas as ações
continuaram com variação positiva. Em três desses períodos analisados (VJBS2 e VJBS3,
VJBS6), as notícias apresentadas foram neutras, porém a variação das ações foi
expressivamente positiva ou negativa. Isso ocorreu devido à instabilidade das informações,
durante todo o período da operação, podendo ser justificado pela Teoria da Dissonância
Cognitiva. Segundo Ruiz Ritter (2017), a teoria da dissonância cognitiva evidência que todo
indivíduo tende a buscar um estado de coerência entre suas crenças, pensamentos e atitudes, de
forma que, quando se vê diante de cognições discrepantes, passa a enfrentar uma situação
incômoda, desconfortável, de tensão psicológica, responsável pela manifestação de diversos
processos involuntários direcionados a restabelecer a harmonia interna entre suas crenças,
opiniões e comportamentos. Portanto, diversas notícias com manchetes um pouco questionáveis levaram o governo
e a PF a contrariá-las. Dessa forma, com a confusão, o cenário acabou deixando investidores
inseguros; se acreditavam ou não nas informações, interferindo, assim, o seu processo decisório,
consequentemente, afetando o preço das ações.
Diversos fatores influenciam a decisão do investidor, atrelando-se às notícias e afetando
o valor das ações. Fortune (1991) propõe que as empresas e os governos tendem a liberar uma
boa notícia, durante a negociação do mercado, quando é facilmente absorvida e manter uma má
notícia até o fechamento da sexta-feira, quando os investidores não podem reagir.
Além disso, estudos mostram que notícias negativas aumentam a volatilidade mais do
que anúncios positivos (Bauwenset, 2005; Andersen, 2007; Tetlock, 2008), no entanto, alguns
estudos não encontram assimetria (Pearce & Solakoglu, 2007; Balduzzi, Elton & Green, 2001),
uma explicação para esses resultados pode estar relacionada ao período dos fatos: a reação do
mercado a notícias positivas e negativas pode ser diferente, o que confirma a teoria de
Blanchard (1981), que mostra que as mesmas notícias podem ser boas ou más para ativos
financeiros, de acordo com o estado da economia.
5 Conclusão
Este estudo procurou entender o impacto das notícias sobre a Operação Carne Fraca,
nas decisões dos investidores e as consequências perante o valor negociado nas ações das
empresas do setor de carnes e derivados listadas na B3 e mais relacionadas ao evento.
Utilizando-se de análise textual das notícias sobre a “Operação Carne Fraca”
disponibilizadas nos principais jornais eletrônicos do país, pôde-se perceber que não houve uma
preocupação inicial com o setor da economia e tampouco na forma de divulgação das
informações. Tais dados publicados foram absorvidos pelo mercado e demonstradas através de
um estudo de evento, onde se pôde observar que, após e durante a “Operação Carne Fraca”, os
retornos oscilaram e os investidores mudaram suas estratégias, em decorrência da notícia
veiculada pela mídia.
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Com isso, foi possível observar a rapidez das reações nos preços das negociações no
mercado financeiro dessas duas companhias, JBS e BRF; findando, com a comparação das
variações das notícias e das ações em 2017. O entendimento de como as informações são
disponibilizadas à população em geral é um fator relevante na tomada de decisão.
Como resultado, foi observado que a grande maioria das variações mais expressivas das
ações estiveram presentes em períodos em que os impactos das notícias foram não neutros, ou
seja, com tendência positiva ou negativa. Ainda fazendo parte da análise textual, a “Operação
Carne Fraca” demonstra que os temas tratados pela mídia provocam reação nos investidores,
que mudam suas estratégias a depender do sentimento presente no texto.
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