Amor à Primeira Vista (Edson Almeida)

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  • Este livro foi digitalizado e pr-revisado pela Cia do Livro especialmente para o Grupo Bons Amigos, que tem como objetivo atender aos deficientes visuais.

    A Cia do Livro desenvolve um trabalho voluntrio sem fins lucrativos. Nas nossas digitalizaes, fazemos apenas a pr-reviso, pois acreditamos que o

    trabalho de escanear um trabalho de equipe: 1 . Algum compra/consegue o livro e escaneia. 2 o . Faz o mesmo chegar a quem no tem o livro e gostaria de ler. 3 o . Estes por sua

    vez lem o livro e, neste processo de leitura, fazem a reviso. Assim sendo, qualquer erro ou retificao, solicitamos que envie um e-mail com a

    pgina e palavra frase, acentos, pontuao para [email protected] Lembramos que os livros (originais) passam pelo autor, editor, revisor e mesmo

    assim, ainda possuem erros e/ou expresses pouco usadas ou no conhecidas. Pedimos que as pessoas que no sejam deficientes visuais e tenha acesso a este

    livro virtual comprem o original e doem a uma biblioteca pblica.

  • AMOR PRIMEIRA VISTA DE EDSON ALMEIDA

    OS RENDIMENTOS DESTE LIVRO SERO DESTINADOS A OBRAS ASSISTENCIAS DE CENTROS ESPRITAS

  • AMOR PRIMEIRA VISTA COPYRIGHT BY EDSON FERREIRA DE ALMEIDA 1 A EDIO NOVEMBRO/2002 CAPA: ALEXSANDRA MANSO REVISO: LCIA TEIXEIRA REVISO DOUTRINRIA: DR. ALEXANDRE SALSA COORDENAO EDITORIAL : ADEILTON BEZERRA EDIO : LUZ IDEAL

    133.9 ALMEIDA, EDSON FERREIRA RECIFE: LUZ IDEAL, NOVEMBRO /2002

    1. ESPIRITISMO 2.ROMANCE ESPRITA 3.ROMANCE BRASILEIRO

    CDD:133.9

    NDICE PARA CATLOGO SISTEMTICO :

    1.Romances espritas : Espiritismo 133.93

    DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS. PROIBIDA A REPRODUO TOTAL OU PARCIAL, DE QUALQUER FORMA OU POR QUALQUER MEIO, SALVO COM AUTORIZAO DO EDITOR.

  • AO () QUERIDO(A) LEITOR(A)

    VOTOS DE PAZ!

    AMOR PRIMEIRA VISTA TEM NARRATIVA COM NARRADOR ONISCIENTE EM TERCEIRA PESSOA. TEMOS A IMPRESSO QUE LEMOS OS PENSAMENTOS DOS PERSONAGENS.

  • DEDICAMOS ESTE LIVRO AO ESPRITO DE CHICO XAVIER. GRANDE REPRESENTANTE DO ESPIRITISMO NO BRASIL. DESENCARNADO EM 30 DE JUNHO DE 2002.

  • PRIMEIRA PARTE - PERDA IRREPARVEL CAPTULO PRIMEIRO - OS PREPARATIVOS DA VIAGEM

    Os trabalhadores acabaram de amarrar a carga. Seu Luciano vai em direo ao seu caminho. Entra na cabina do veculo. Aperta o boto da ignio. O motor comea a funcionar. Manobra o caminho at a portaria. Entrega a nota fiscal ao funcionrio para carimbar. Enquanto isso entra Anbal com seu caminho para carregar.

    incrvel como Anbal escapou com vida dum acidente daquele. la transportando combustvel num caminho-tanque. Chovia muito forte . A estrada estava escorregadia. O caminho de Anbal derrapou na estrada e comeou a pegar fogo. As portas da cabina travaram e o fogo comeou a se alastrar na boleia. Anbal conta que fez uma prece com tanto fervor a So Cristvo que logo em seguida surgiu outro caminhoneiro e percebendo a situao quebrou os vidros da janela e puxou-o para fora da boleia.

    Anbal escapou com queimaduras leves e agradecido ao seu santo protetor, participa todo ano da festa do padroeiro dos motoristas e com ajuda de amigos distribui cestas bsicas as famlias carentes.

    Agora, Alexandre o funcionrio da portaria devolve a nota fiscal carimbada e diz :

  • -Boa viagem, seu Luciano! Vai com Deus e So Cristvo te proteja!

    -Obrigado Seu Luciano dobra direita. Olha para o

    painel do caminho e v a foto de So Cristvo e de sua famlia. Detm os olhos na foto da famlia e v uma famlia feliz encostada na cabina de um caminho.

    Dona Carmem, a esposa de seu Luciano, uma senhora atraente de cor moreno-claro, cabelos castanhos repartido ao meio, caindo em linha reta at os ombros. esquerda de dona Carmem vemos seu Luciano : Um senhor de bigode e cor moreno-queimado de sol. Ao lado de seu Luciano, vemos da direita para esquerda a ltima filha do casal: Luciana, jovem de dezoito anos, pele bronzeada, olhos e cabelos castanhos. direita de Luciana vemos Joana, moa bonita de vinte anos e juntinho de seu Luciano vemos Cristina ou Cris como todos da famlia a tratam.

    Cris, a filha querida de seu Luciano, uma moa bonita, bem-feita de corpo, olhos grandes e pele bronzeada.

    Seu Luciano se questiona: Por que se gosta mais de um filho do que outro? E ele mesmo responde aps refletir durante algum tempo -porque existe filho mais carinhoso, amigo, solidrio e obediente que outro.

    Seu Luciano fazia muito gosto que seu primeiro filho fosse do sexo masculino para seguir sua profisso de caminhoneiro e embora tenha

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  • nascido mulher, por que ele gosta tanto de Cris? Porque ele viu que isso no era o mais importante. O mais importante era vir com sade.

    Cristina. Cris. Que nome bonito! Ele deu o nome de Cris em homenagem a So Cristvo.

    Seu Luciano ainda teve dois filhos na esperana de ter um filho homem. Reduz a macha do caminho para entrar no conjunto habitacional onde mora. O Conjunto Ecumnico existe h quinze anos. A primeira etapa formada por blocos de apartamentos e a segunda etapa formada por casas. O conjunto tem uma praa bem arquitetada onde existe templos e igrejas das vrias denominaes Crists e tambm algumas igrejas das religies orientais tudo convivendo de maneira harmnica.

    Seu Luciano de formao catlica, no entanto tem simpatia pelo Espiritismo onde por curiosidade certa vez foi assistir a uma reunio espirita no Centro Esprita Planta O Bem para Colher o Bem com a filha Joana e visitou o anexo Imita Jesus para que Tenhamos Um Mundo Maravilhoso. L, belssimo trabalho realizado pelo mdium esprita Roberto Frana. Comentam que a mediunidade dele semelhante a de Divaldo Pereira Franco da Bahia.

    Seu Luciano compartilha dos pensamentos: Ningum autoridade para afirmar que religio A a certa e B a errada. Religio certa aquela que visa o bem do prximo e responde satisfatoriamente nossas indagaes e As

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  • Religies so como se fosse uma escola. Cabe a ns escolhermos aquela que no nosso entender nos possibilitar um melhor aprendizado".

    Seu Luciano est passando neste momento pela Avenida Deus o Criador, principal via de acesso do Conjunto Ecumnico. Agora h um grande fluxo de veculo na avenida. nibus caminhes, txis , auto-passeio e moto trafegando numa velocidade mdia. De repente, h pouco metros de distncia do caminho, um menino atravessa rua. Seu Luciano d uma freada brusca. Grita um palavro. O caminho d uma batida de leve no corpo do garoto e o atira ao asfalto. Logo formada uma multido em redor do garoto. Seu Luciano desce do caminho e comenta com o primeiro grupo de pessoas que encontra:

    -Quando a gente atropela um garoto deste aparece o pai e a me dizendo que a gente que t errado. Tava correndo muito. _Um senhor diz : favor de seu Luciano:

    -O senhor no teve culpa, o garoto viu o caminho e mesmo assim atravessou rua.

    Agora seu Luciano est mais calmo Aproxima-se do garoto e diz:

    -Arranhou muito, garoto? -S o brao e o joelho. -Vamos pra farmcia fazer um curativo. -Precisa no, moo. -Pode deixar eu moro aqui perto - diz uma

    senhora gorda de bom corao.

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  • Seu Luciano estira a mo com uma cdula para d a mulher:

    -No se preocupe, eu tenho material. No vou gastar nada.

    -Mas... -Como o seu nome? -Luciano. -Obrigado, seu Luciano. -Bom, j que no quer. Como mesmo seu

    nome? -Geralda. -Dona Geralda, eu moro aqui na Rua Allan

    Kardec, precisando qualquer coisa... -Obrigada. Entra na cabina do caminho, liga o motor: -Juzo, garoto!

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  • P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O

    EST PGINA EST EM BRANCO

  • PRIMEIRA PARTE - PERDA IRREPARVEL

    CAPTULO SEGUNDO - FAMLIA FELIZ

    final de tarde. Seu Luciano se aproxima de sua casa. uma bonita moradia, formada por um amplo terrao e um oito com espao suficiente para estacionar um caminho. Ele buzina chamando a ateno da famlia.

    Surge no porto a filha Joana com seu bonito sorriso. Joana esprita. Freqenta o Centro Esprita do bairro. Ela sempre foi uma menina diferente das outras. Sempre teve pressentimentos que acabavam acontecendo. At que conheceu a amiga Andra e foi convidada a freqentar o Centro Esprita dirigido por Roberto Frana. Ela no tenta convencer ningum de casa a seguir o Espiritismo. Ela diz que o Espiritismo no admite proselitismo. E a convico na Doutrina Esprita deve ser de dentro para fora e no o contrrio.

    Seu Luciano estaciona o caminho, dirigi-se at a filha e dar-lhe um beijo na testa.

    -Oi, pai. Que bom que voc chegou! Me est acabando de preparar a janta. Entra!

    Seu Luciano entra na casa, cumprimenta com beijo a mulher e as filhas: Cris e Luciana e caminha at o banheiro. Abre a torneira do chuveiro e recebe o jato de gua forte. Acha 13

  • relaxante a gua molhando seu corpo. Imagina que esta ser a ltima viagem que far fora do Estado. Pretende pegar carga dentro do Estado para ficar mais tempo com a famlia. E esta viagem lhe possibilitar pagar a ltima letra do caminho e comprar um auto-passeio novo. Fecha a torneira do chuveiro.

    Quando entra na cozinha v a mesa posta. H muitos pratos na mesa, acompanhado de garfo, faca e guardanapos. H tambm galetos e bolo:

    -Poxa! Que mesa bonita! Devo lembrar que meu aniversrio no hoje. Acontece daqui a sete dias.

    -Ns sabemos, querido - diz dona Carmem. -Mas eu combinei com as meninas que j

    que no vai ser possvel voc est aqui na data do seu aniversrio, deveramos comemorar antes.

    -Pai, deixa para viajar depois do seu aniversrio! Eu estou com maus pressentimentos! - Diz Joana.

    -Que maus pressentimentos, filha? -No sei, pai. Alguma coisa me diz que no

    bom voc fazer esta viagem antes de completar aniversrio.

    -Eu tambm, filha, gostaria de viajar depois do meu aniversrio. Mas que surgiu esta carga urgente e a certeza de ganhar muito dinheiro e deixar definitivamente as viagens pelo Brasil. Eu tenho certeza que esta ser minha ltima viagem!

    -Claro, pai. Vai! Esta ser a ltima vez que voc ficar muito tempo distante da gente-d iz

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  • Cris.

    Depois do jantar, seu Luciano pega o caminho e pe-se na estrada objetivando entregar a carga no menor tempo possvel, para voltar ao convvio da famlia. 15

  • P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O

    EST PGINA EST EM BRANCO

  • PRIMEIRA PARTE - PERDA IRREPARVEL

    CAPTULO TERCEIRO - ESTADO DE CHOQUE

    Cris tira o resto de comida do prato com o garfo e vai despejando-o no lixeiro, em cima da pia. Depois abre s um pouquinho a torneira, coloca o prato embaixo, derrama detergente sobre a esponja, molha-a e esfrega-a no prato. Est profundamente triste. Hoje faz oito dias da morte do pai em acidente rodovirio. Seu Luciano era caminhoneiro, la entregar uma carga em So Paulo quando na perigosa rodovia Rio-Bahia, no trecho da Serra de Petrpolis, perdeu o controle do veculo e caiu num precipcio.

    Cris viu atravs do telejornal um caminho precipitar-se no abismo e incendiar-se. Um cineasta amador ia passando no momento do sinistro e documentou tudo. Aquela cena chocou-a no primeiro momento e deprimiu-a no final da reportagem quando reconheceu a placa do caminho do pai. Agora, Cris sente uma vontade forte de chorar. Os olhos enchem-se de lgrimas.

    Seu Luciano tinha quarenta e nove anos de idade, embora aparentasse muito mais: o rosto mostrava-se envelhecido pelas extravagncias que cometia.

    No velrio, Cris teve uma crise de nervos quando viu dentro do caixo, aqueles pedaos de carne carbonizada.

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  • Ento aquilo que estava vendo reduzido a tamanho de um beb, irreconhecvel, era seu pai Ele que em vida fora um homem alto, bonito, er, morte ficava nessa situao? Meu Deus! Por qu' Cris cai em pranto.

    O pai tinha tantos projetos! Pensava en deixar de viajar pelo Brasil onde muitas veze passava trs meses fora de casa, comprar urr carro passeio e viajar com a famlia pelo interior dc Estado.

    Dando seqncia angustiosa notcia, o apresentador do telejornal informava haver indcios de que o acidente fora provocado por um cochilo do motorista ao volante.

    Cris acredita nesta hiptese. O prprio pai j contara certa vez que para honrar compromissos, dopava-se. Chegava a rodar dois dias para entregar carga perecvel em local e horrio preestabelecido.

    -Acalme-se, minha filha. Cris volta a realidade e v diante de si uma

    mulher de quarenta e cinco anos. Dona Carmem, sua me. Soluando, semblante abatido, revoltada, Cris desabafa:

    -Eu no entendo Deus! Como que Deus pode deixar no mundo pessoas ms que fazem a guerra, assaltam, matam e tira as pessoas boas e teis?

    -No cabe a ns, minha filha, discutirmos os desgnios de Deus! 18

  • -Desde o dia que papai morreu no tenho f em Deus. No tenho nimo para viver. Sinto-me deprimida, achando a vida montona, sem sentido.

    - preciso ter f, minha filha, resignao. O Homem sem Deus no nada. A morte uma fatalidade que no podemos evitar! 19

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  • PRIMEIRA PARTEA PERDA IRREPARVEL

    CAPTULO QUARTO - NO UMBRAL

    Seu Luciano desperta numa regio de sombras. Tudo confuso em sua mente. Onde est? 0 que aconteceu? Lembra apenas que dirigia seu caminho com destino a So Paulo. Estava na Serra de Petrpolis. Agora est aqui neste lugar ensombrado.

    Nesse instante, seu Luciano v formas diablicas. Em seguida escuta uma gargalhada sinistra. Sente um medo terrvel. Corao aos saltos. A paisagem neste momento passa a ficar totalmente escura. Escuta um grito de loucura. Ser que h algum companheiro louco?

    Seu Luciano d um cochilo. acordado por seres monstruosos. Depois ouve gritos de suicida! Criminoso ! Agora v rostos alvares : Expresses animalesca.

    Ele tem impresso de ter perdido a idia de tempo. Que dia hoje? H quanto tempo est aqui? Pensa no lar, na esposa e nas filhas. Pensa deforma mais intensa na filha querida: Cris. Sente-se amargurado. Deprimido. Ser que morreu? J ouviu a filha Joana dizer que h pessoas que morrem e no tem conscincia que morreu. Ser que ele morreu? No. Seus pulmes respiram. Ser que est ficando louco? No. Escuta novamente chamarem de criminoso, suicida. No. 21

  • Tem certeza que no se suicidou. Afinal no se enforcou, no pegou uma arma e atirou em si mesmo. Deve est ficando louco! Encontra um espelho no cho. Pega e olha seu rosto. Est barbudo. Deve ser barba de doze dias. Agora sente fome. Necessidade de fazer tudo que fazia quando encarnado. Tem que encontrar um lugar para fazer estas necessidades fisiolgicas. Caminha neste lugar ensombrado na esperana de encontrar um banheiro.

    Seu Luciano no sabe precisar o tempo que anda procura de um banheiro e algo para comer. Agora est bem forte a fome que sente. Olha a estrada cheia de lama. Tem uma idia. Quem sabe se sugando a lama diminui a sede e a fome. Decide sugar a lama da estrada. PGINA 22

  • PRIMEIRA PARTE - PERDA IRRREPARVEL

    CAPTULO QUINTO - RETOMANDO A VIDA NORMAL

    Decorreram quinze dias da morte de seu Luciano. No Incio foi difcil para Cris aceitar a morte do pai, pois seu Luciano teve uma presena marcante em sua vida. Mas com o passar do tempo e a medicao da me de Andra, doutora Ana Carolina, mdica psiquiatra famosa e os conselhos da irm esprita Joana, Cris est mais conformada com o acontecimento e disposta a ir ao Centro Esprita na esperana de receber uma mensagem do pai falecido.

    Deitada na cama, olhando o teto, Cris recorda o dia em que a me fez um bolo na data do seu aniversrio. Reuniu suas amiguinhas, ps um som jovem para as meninas danarem. Cris danava com o pensamento distante. Muitas vezes errou na "coreografia" e suas colegas chamou-lhe ateno. Cris pensava no pai, seu Luciano, que lhe prometera uma boneca que a televiso anunciava com muita freqncia: Brasileirinha.

    A boneca tinha caractersticas fsicas dos elementos formadores da etnia brasileira. A pele era coberta com tinta avermelhada semelhante pele de ndio; os olhos eram verdes como a maioria das pessoas de cor branca descendente 23

  • dos europeus que vivem no sul do Brasil e o nariz achatado como do negro.

    J passava das oito e meia da noite, caa uma chuva fina e a comemorao tendia a se acabar. Cris perdera a esperana de seu pai chegar e dar-lhe a boneca. Quando tudo parecia perdido, surge finalmente na festa seu pai com um pacote.

    -Desculpa, filha. Eu ter feito voc esperar tanto!

    Seu Luciano abraa a filha, d-lhe um beijo e carinhosamente entrega-lhe a boneca to almejada.

    Agora Cris sai do devaneio e vai se aprontar para ir ao Centro Esprita freqentado pela irm Joana e amiga Andra. Lembra que estava indecisa e at revoltada quando a irm e a amiga fizeram o convite, ento teve impresso de ouvir sua av dizendo: " - V , minha neta. Voc no deve ficar neste estado em que se encontra. Isto no bom para voc nem para o esprito de seu pai! V !"

    Cris vai. E tem esperana de receber uma mensagem do pai falecido. J teve conhecimento de muita gente que foi e recebeu belssimas mensagens de familiares desencarnados. Por que ela no pode receber?

    Muitas pessoas descrevem o mdium Roberto Frana que recebe as mensagens espirituais como um moo bonito e de mediunidade excepcional. Contam que ele escreve as PG 24

  • mensagens com a mesma letra da pessoa falecida e diz coisas to ntimas que difcil que outra pessoa que no faa parte da famlia venha saber destes fatos.

    Cris escuta uma batida na porta e responde: -Pode entrar! A porta se abre e Cris pode ver Andra e a

    irm Joana. -Cris, como voc est elegante, bonita!

    Parece que vai se encontrar com o namorado! L tudo simples. - diz Andra.

    -Cris sabe disso. Certa vez eu levei ela, papai, mame e Luciana para assistir a uma palestra de Divaldo Pereira Franco*

    -. Realmente eu j fui. Sei que na Doutrina Esprita no acontece desfile de moda, mas eu me sinto muito bem com esta roupa.

    -Vamos nos apressar! Est quase na hora -diz Andra.

    *Grande mdium e orador esprita. Mantm uma obra assistencial belssima: Manso do Caminho.

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  • P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O

    EST PGINA EST EM BRANCO

  • PRIMEIRA PARTE - PERDA IRREPARVEL CAPTULO SEXTO - A REUNIO EVANGLICA

    Sentada numa cadeira, embaixo do ventilador de teto, no amplo auditrio da Casa Esprita, Cris toda ateno para os oradores da reunio. Inicialmente fala uma senhora de bonita aparncia. Ela faz o exrdio. Diz que ultimamente se fala muito em disco voador, extraterrestre. Tais fatos comprovam o que disse Jesus no Evangelho. L: "No se turbe o vosso corao. Crede em Deus. Crede tambm em mim. H muitas moradas na casa de meu pai. Se assim no fosse, eu v-lo teria dito, pois vou preparar-vos o lugar. E depois que eu me for, e vos aparelho lugar virei outra vez e tomar-vos-ei. Para mim, para que l onde estiver estejais tambm".( Joo, XIV : 1-3)

    Meus irmos! Meus amigos! Considerando que Deus um ser perfeito seramos de certo modo tolos se acreditssemos que as diferentes moradas existentes no espao infinito e a cada dia so descoberto mais planetas pelos cientistas teriam sido criados apenas para recrear nossas vistas.

    Deus perfeito! Logo, tudo tem um fim. Allan Kardec, o Codificador da Doutrina

    Esprita, com base nos ensinamentos dos Espritos, classificou os mundos de modo geral em: 27

  • (a) Mundos primitivos - Aqueles onde se verificam as primeiras encarnaes da alma humana

    (b) Mundos de expiaes e provas - Aqueles em que o mal predomina

    (c) Mundos regeneradores - Aqueles onde as almas que ainda tm o que expiar adquirem foras, repousando das fadigas...

    (d) Mundos felizes - Aqueles onde o bem supera o mal.

    (e) Mundos celestes ou Divinos - Moradas de Espritos purificados onde o bem reina-

    A Terra pertence portanto categoria dos mundos de expiaes e provas, por isso o Homem est exposto a tantas misrias.

    Cris est gostando do que est ouvindo. Achando tudo lgico. Diz para consigo mesma : A Doutrina Esprita maravilhosa. Em seguida feita uma prece e tem incio a segunda parte da Reunio.

    A irm que dirige os trabalhos passa a palavra ao mdium e orador esprita Roberto Frana. Bonito rapaz de olhar cativante. Ele comenta as perguntas 154 e 155 do Livro dos Espritos sobre a separao da alma do corpo. Ele diz que no dolorosa esta separao, o corpo quase sempre sofre mais durante a vida do que no momento da morte. Na morte natural, a que sobrevm pelo esgotamento dos rgos , em conseqncia da idade, o homem deixa a vida sem perceber. uma lmpada que se apaga. A

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  • separao da alma do corpo em morte natural gradual. No se escapa como um pssaro que se restitua subitamente a liberdade.

    Aqueles dois estados se tocam e se confundem de sorte que o esprito se solta pouco a pouco dos laos que o prendiam.

    Cris est fascinada pelo carisma do orador e sentindo algo que nunca havia sentido antes por outro rapaz.

    Na morte trgica o esprito fica perturbado e na maioria dos casos no tem conscincia que desencarnou e assim sendo, sem condies de dar uma mensagem aos entes queridos.

    Ao ouvir isto, Cris fica triste. Ser que seu pai no vai d uma mensagem? 29

  • P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P A G I N A E M B R A N C O

    EST PGINA EST EM BRANCO

  • PRIMEIRA PARTE - PERDA IRREPARVEL CAPTULO STIMO - A MENSAGEM

    Encerrada a reunio evanglica, o auditrio aguarda a mensagem dos parentes e amigos que no pertencem mais a esta vida.

    O mdium Roberto Frana concentra-se. Depois comea a escrever com as duas mos num gesto mecnico e surpreendente. Roberto Frana desliza as mos pelos papis numa velocidade incrvel.

    Concludo os trabalhos medinicos pronunciado o nome completo dos autores das mensagens e perguntado se existem parentes ou amigos presentes. Em seguida so lidas as mensagens.

    -Vamos ler agora a mensagem da av Letcia.

    "Querida nora Carmem, neta Cris, Joana e Luciana, aqui presentes:

    Com a permisso de Deus, nosso Criador, Jesus o Mestre Divino e a espiritualidade amiga, venho dar notcias minhas e do meu filho Luciano e o testemunho que existe vida alm da vida.

    Sei que vieram aqui na esperana de receber uma mensagem do esposo e pai Luciano. Infelizmente o Luciano no tem condies ainda de dar uma mensagem. Ele se encontra em estado de 31

  • perturbao e no tem conscincia de que desencarnou.

    Cris, agora quero me dirigir a voc e dizer que saia deste estado de desnimo que se encontra. Estas lembranas e este estado de choro que voc tem vivenciado nestes dias prejudicial ao esprito de seu pai. nimo menina, a vida continua!

    Cris, lembra quando voc recebeu o convite para vir ao Centro Esprita ficou por instantes indecisa sem saber se viria ao Centro Esprita.

    Cris, recorda quando voc era pequena e fomos certo dia ao centro da cidade e encontramos seu pai. Recorda o que aconteceu?

    Cris recorda do acontecido. Ela tinha doze anos. Foi com a av para o centro da cidade e l viu o pai com uma mulher. A av chamou seu Luciano a responsabilidade e pediu para Cris no contar nada a sua me e assim foi feito. Cris no tem dvida nenhuma que quem est dando esta comunicao sua av Letcia, pois no comentou o acontecido com ningum. Agora ela no tem dvida nenhuma: sua av Letcia que deu esta mensagem.

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  • SEGUNDA PARTE - ROBERTO FRANA O FENMENO

    CAPTULO PRIMEIRO - VISITA A INSTITUIO DE CARIDADE IMITA JESUS...

    Roberto Frana dirige seu automvel. Ele vai fazer uma visita a instituio assistencial que mantm com o lucro dos cem livros de mensagens dos desencarnados em acidentes, romances medinicos escritos por vultos da literatura universal e livros instrutivos de Espritos Elevados que interpretam o Evangelho de Jesus e fatos do cotidiano.

    L distante, uma moa atravessa a rua, reduz a velocidade do veculo. Reconhece nela Cris: a moa que olhava muito para ele durante a palestra. Esta garota o impressionou muito. como se j a conhecesse de outra encarnao!

    Avista a Instituio "Imita Jesus para que Tenhamos um Mundo Maravilhoso." O conjunto de prdios que forma a Instituio tem cada um deles uma finalidade, entra no primeiro prdio: Criana Feliz. Um garotinho aparentando seis anos, de cor negra, aproxima-se:

    -Tio Roberto, voc trouxe um brinquedo pra mim ?

    Roberto Frana d um embrulho criana. Imediatamente ela rasga e v um lindo carro plstico. Feliz ela o abraa.

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  • Roberto Frana encontrara Benedito abandonado na frente da Instituio e cuida como se filho fosse.

    Despede-se e segue para o prdio do idoso. Aqui vivem muitos velhos abandonados pelas

    famlias. Uma velha d um impulso em sua cadeira de rodas e se aproxima de Roberto Frana. Ela tem o rosto enrugado e a boca sem dentes.

    Roberto Frana curva-se um pouco e d um beijo na testa de dona Zez. Ela tem noventa anos, vivia mendigando numa ponte da cidade. Certo dia foi atropelada e quebrou as pernas. Nesta poca Roberto Frana estava acabando de construir o prdio do idoso. Fez o convite. Dona Zez disse que s aceitava se ele arranjasse uma atividade para ela. E assim foi feito. Hoje ela participa do grupo de velhinhos que fazem lindos trabalhos de croch.

    Prosseguindo sua visita, entra agora no prdio da produo. Aqui so ministrados cursos profissionalizantes para meninos e meninas de rua.

    Estes jovens que acabaram de acenar para Roberto Frana passam o dia fazendo cursos profissionalizantes e noite, retornam para os seus lares. O que eles produzem vendido s comunidades carentes a preos acessveis as suas possibilidades.

    A Instituio "Imita Jesus para que Tenhamos um Mundo Maravilhoso", conta com uma grande maioria de voluntrios: pessoas que do de duas a quatro horas de trabalhos dirios. Mdicos, 34

  • psiclogos, psiquiatras, fisioterapeutas, etc. Executam trabalhos diversos na Instituio. O quadro de funcionrios formado apenas de doze pessoas remuneradas pelos servios prestados. 35

  • P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O

    EST PGINA EST EM BRANCO

  • SEGUNDA PARTE - ROBERTO FRANA O FENMENO

    CAPTULO SEGUNDO - APS UM MOVIMENTADO DIA DE TRABALHO

    So sete horas da noite. Roberto Frana acabou de chegar da repartio pblica onde deu expediente esta tarde. Janta e vai supervisionar os trabalhos medinicos.

    Dirige-se para sala de desobsesso. uma sala em penumbra. Como mdium vidente que , observa junto dos mdiuns as Entidades que se manifestam. V agora a Entidade que vem perturbando uma moa freqentadora do centro e que vive de semblante abatido com " uma expresso de louca". Tendo tambm a faculdade auditiva, escuta seu guia espiritual informar que o nome desta moa Brbara e inclusive j esteve internada num hospcio. De acordo com a classificao de Allan Kardec, Codificador da Doutrina Esprita, estamos diante de um caso de subjugao.

    Roberto Frana se aproxima do mdium e doutrinador. Encara a Entidade que persegue Brbara. uma mulher de quarenta e cinco anos que na encarnao passada chamava-se Ldia e vivia muito bem com seu marido. At que um dia Alfredo conheceu Janete, danarina do teatro "Salazar" e se apaixonou perdidamente ao ponto

    37

  • de abandonar a famlia que acabou morrendo na misria. Disse tambm que faz um sculo que persegue os responsveis por seu infortnio. Agora Alfredo a me de Brbara e Brbara a Janete do passado.

    O doutrinador conversa com Ldia tentando convenc-la a desistir da vingana, mas ela est irredutvel em perdoar aqueles que a infelicitaram na vida passada.

    Roberto Frana na sua experincia com esprito endurecido, acredita que o doutrinador levar muitas cesses de desobsesso para poder convencer aquela Entidade a desistir desta vingana que pode perdurar por muitos anos.

    Ao se afastar do doutrinador do obsessor de Brbara, Roberto Frana lembra que casos como este, de Brbara, leva muito tempo para ser resolvido. Inicialmente o mximo que o doutrinador consegue levar o obsessor a reflexo. Durante este perodo o obsidiado sente alvio, mas para ficar curado vai ser preciso muita perseverana dele e da famlia. O obsessor vai fazer de tudo para que ela abandone o tratamento. E neste caso de subjugao preciso que a obsidiada continue com seu mdico, pois depois de muito tempo de obsesso preciso cuidar tambm da matria que foi abalada (corpo fsico).

    Continuando sua superviso, v agora um caso de obsesso simples, isto , espritos familiares ou afins que se aproximam do mdium sem maldade e se sentem bem com isso. Mas o

  • obsidiado sente muitas vezes o sintoma da doena que vitimou o obsessor. Outras vezes do idias que so assimiladas pelos encarnados.

    Agora so vinte e um hora e trinta minutos. O trabalho chega ao fim. Aps a orao final os irmos se congratulam pelo sucesso do trabalho e se despedem. Roberto Frana vai para o prdio dormitrio. 39

  • P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O

    EST PGINA EST EM BRANCO

  • SEGUNDA PARTE - ROBERTO FRANA O FENMENO

    CAPTULO TERCEIRO - CONTATO COM O GUIA ESPIRITUAL

    Roberto Frana entra no escritrio e v seu guia espiritual : uma linda mulher aparentando quarenta anos. Escuta-a dizer que veio dar continuidade a psicografia do livro " Mulher Malvada". Este livro conta a histria de Malvina, ricaa mulher do sculo passado que maltratava escravos.

    O mdium senta mesa de trabalho. Graciliana, seu guia espiritual, est com uma prancheta na mo com vrias folhas presas pelo suporte. Roberto Frana abre a escrivaninha e pega vrias folhas de papel, coloca no seu lado direito, pe a mo esquerda na testa e concentra-se. Como sempre acontece sua mo desliza pelo papel num gesto mecnico e retoma o trabalho psicogrfico.

    Ele fica psicografando durante horas. Duas horas da manh acaba o trabalho. Apesar de ter ficado muito tempo trabalhando, no sente cansao fsico. Daqui pouco vai dormir um pouco, depois estudar o Evangelho para dar palestra noite no Centro Esprita. Na prxima semana, digitar o livro que em seguida, entregar editora.

    41

  • Roberto Frana sente uma paz interior. Livro concludo, uma bonita mensagem recebida e a certeza de que levar os leitores reflexo da vida e a se conscientizarem da lei de causa e efeito. Adormece. 42

  • TERCEIRA PARTE - NO PLANO ESPIRITUAL

    CAPTULO PRIMEIRO - AINDA SEU LUCIANO NO UMBRAL

    Seu Luciano est vivendo uma rotina ruim. A vida est sendo tediosa. As situaes se repetem. Este lugar de paisagem mida e escura o faz pensar no purgatrio. Ser que est no purgatrio? Amargurado faz uma prece a Deus: - Meu Deus! Estou me sentindo cansado, estressado. Achando a vida sem sentido. Me ajuda pai do cu. Liberta-me deste lugar ruim.

    Assim que acaba de fazer esta splica surgi diante de si uma equipe formada de trs pessoas. Uma delas, um senhor muito calvo diz:

    _Tenha f, meu filho! No perca a esperana da vida! O Criador no te desampara!

    De repente surge alvo lenol e uma maca improvisada. Seu Luciano deitado na maca e se v transportado diante de um muro alto, coberto de trepadeira florida. O porto se abre e seu Luciano tem impresso de est entrando numa cidade. Ao sinal do senhor calvo os condutores depem a maca improvisada. Percebe est diante de um edifcio com aparncia de um hospital. 43

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    EST PGINA EST EM BRANCO

  • TERCEIRA PARTE - NO PLANO ESPIRITUAL

    CAPTULO SEGUNDO - NO HOSPITAL

    Deitado na cama alta do hospital espiritual. Seu Luciano observa o quarto onde est. um quarto simples, tendo como utenslios um armrio, uma mesinha e uma cadeira. Achando tudo estranho que tem vivenciado desde que sofreu o acidente. Pergunta:

    -Onde estou? Quem so vocs? -Entre pessoas amigas. Na colnia espiritual

    Viver Feliz - responde o senhor calvo. -Sim. O irmo Luciano desencarnou. No

    pertence mais ao nmero de encarnado no mundo. Ele se desespera e comea a chorar. -No chore, irmo. Agora voc est na

    verdadeira vida. A vida espiritual. Depois de alguns minutos, mais calmo,

    escuta o senhor calvo dizer: -Respondendo a sua segunda pergunta. Meu

    nome Gabriel. Este Gabriel pode no ser o anjo descrito na

    Bblia. No entanto tem uma fisionomia serena. -E estes dois companheiros ao meu lado so

    o Leonardo e o Augusto. O Augusto um senhor aparentando

    quarenta e cinco anos e o Leonardo um jovem de rosto simptico.

    45

  • -Ns somos do Ministrio do Auxlio e fazemos parte da equipe socorrista que resgata desencarnados - diz Augusto.

    A porta do quarto aberta, Entra dois senhores trajados de branco. Gabriel apresenta:

    -Este aqui o mdico Carlos Alberto e este outro o enfermeiro Nivaldo. Tendo a funo de assistente e visitador dos servios de sade.

    O mdico Carlos Alberto ausculta seu Luciano e logo em seguida sai do quarto acompanhado de Gabriel e seus auxiliares.

    Algum tempo depois, surge uma servente empurrando um carrinho. Seu Luciano servido de caldo reconfortante e uma gua muito fresca que aparenta ter fludo Divino.

    Depois de se alimentar, comea a recordar dos maus momentos vividos quando estava no Umbral e teve de sugar a lama da estrada. 46

  • TERCEIRA PARTE - NO PLANO ESPIRITUAL

    CAPTULO TERCEIRO - TIRANDO DVIDAS

    Alguns dias so decorridos. Seu Luciano se acha ntimo de Nivaldo. Este jovem de expresso amvel.

    -Valdo. Confesso que estou muito confuso. Quando estava naquele lugar ensombrado...

    -Desculpa Luciano, eu cortar seu raciocnio para esclarecer que aquele lugar ensombrado chama-se Umbral. Umbral uma espcie de Zona Purgatorial onde so deixados resduos mentais. O Umbral comea na Crosta Terrestre e est localizado acima da cidade onde ns vivemos na Terra.

    -Valdo, outra dvida que eu tenho o porqu dos seres do Umbral me chamarem de suicida, criminoso.

    -Luciano, voc tinha algum vcio quando estava na Terra?

    -Bebia um pouco e fumava. -Pois isso, meu irmo. Os vcios foram as

    razes de o chamarem assim. Luciano, a pessoa que fuma em especial ela prejudica a si e aos outros que so fumantes passivos. O fumante abrevia seus dias. Por exemplo, se um fumante tivesse previsto para viver setenta anos e devido as doena do cigarro desencarnasse aos cinqenta e cinco anos ele teria de passar obrigatoriamente 47

  • quinze anos no Umbral. Pois as pessoas que agem assim so suicidas inconscientes e passam a ser criminosas quando no respeitam o direito das pessoas que no fumam envenenando a sade destas pessoas. Neste caso a pena delas so maiores e so atormentadas muitas vezes pelos espritos das pessoas que prejudicaram.

    -Valdo, outra coisa que acho estranho o fato do esprito ainda precisar se alimentar, vestir roupa.

    -Realmente, Luciano, o esprito no precisa se alimentar. Acontece que quando desencarnamos habituado que fomos ao alimento levamos algum tempo at o perisprito se adaptar a nova situao. Quanto as roupas, devo dizer que durante algum tempo pegamos nas fbricas da colnia. Mas depois ns mesmo podemos plasmar nossas roupas.

    -Valdo, eu pensava tambm que quando a gente morresse logo encontrasse os pais, parentes e os amigos que morreram antes.

    -Antes de qualquer coisa, Luciano prefira dizer desencarnar. Pois esta palavra d uma idia exata da sua situao atual. Ns samos da carne quando morremos e encarnamos quando nascemos. E sobre a sua pergunta devo dizer que encontros podem acontecer. Mas no so comuns! Depende do merecimento de cada um.

    -Valdo, minha me no veio me visitar ainda! Quer dizer porque no tive merecimento!

    48

  • _Verdade. Mas sua me nunca deixou de interceder por voc durante os anos que ficou no Umbral.

    -Valdo. Onde vive minha me? Quando ela vem me ver?

    -Luciano, sua me vive aqui mesmo na colnia espiritual Viver Feliz. Ela trabalha no Ministrio do Esclarecimento e breve vir visit-lo.

    Luciano boceja. Nivaldo percebe que hora de ir embora .

    -Luciano, at amanh. E antes que voc me pergunte o sono ainda importante para a maioria dos recm-desencarnados. Bom sono! 49

    49

  • P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O

    EST PGINA EST EM BRANCO

  • TERCEIRA PARTE - NO PLANO ESPIRITUAL

    CAPTULO QUARTO - VISITA MATERNA

    Seu Luciano levanta da cama e vai at a janela do quarto hospitalar. Contempla a belssima paisagem externa: Uma murada com um porto de entrada e um bonito passeio ladeado por flores de diversos tipos : rosa- a rainha das flores, jasmim esta flor de excelente perfume, entre outras, as quais acostumado a ver na Terra. Nunca imaginara que aps a morte do corpo pudesse ver quadro to belo. Est encantado!

    Algum tempo depois tem a sensao de est sendo observado. Olha para trs e para sua surpresa v sua me: Dona Letcia, uma senhora com aparncia de sessenta anos, cabelos curtos.

    Dona Letcia vem se aproximando de seu filho com os braos abertos. Abraam-se. um abrao carinhoso.

    -Meu filho! -Mame! Os olhos de seu Luciano enchem-se de

    lgrimas. Beija a me na face e percebe tambm lgrimas de emoo caindo dos olhos da me. Lembra da infncia, da adolescncia e das dificuldades vividas. Sua me sempre tinha uma palavra de encorajamento nos momentos de desnimo e conforto nos momentos de tristeza. 51

  • -Vamos, filho. Pare de chorar! - Disse dona Letcia.

    Em seguida, conduziu o filho at a cama, sentou-se ao lado e disse:

    -Deita, meu filho. Est ainda fraco! Seu Luciano olhou mais uma vez para sua

    me e percebeu coisas que no havia percebido antes. Dona Letcia estava com vestido com tons verde, cpia perfeita da veste que usava um dia antes de seu Luciano fazer o exame para tirar carta de habilitao. Neste dia, estava preocupado e sua me encorajou-lhe e ele at se surpreendeu com o bom exame feito.

    -Mame, porque no viesse me v antes? Buscar-me no Umbral?

    _Porque, filho, no tivesse merecimento. Fosse suicida inconsciente.

    Ele recorda os ensinamentos das religies tradicionais onde no permitido missa, oraes aos suicidas por ter infringido a Lei de Deus. Pra as reflexes e pergunta:

    _Mame, mudando de assunto. Como vai minha famlia?

    _Esto bem. Todos agora so espritas! _ mesmo! _ . No princpio a Cris sofreu muito, vivia

    deprimida. Precisou de remdio para retomar a vida normal. E para conform-la o Ministro do Esclarecimento me deu permisso e atravs da mediunidade de Roberto Frana dei uma mensagem, informando que voc estava bem,

    52

  • apenas estava perturbado, no podia dar mensagem e revelei acontecimentos particulares para ela ter certeza da autenticidade da comunicao.

    _E ela como reagiu? _Muito bem. Abraou o Espiritismo. Hoje faz

    campanha do quilo, visitas a hospitais, colabora com a sopa e na distribuio de enxovais as mes carentes. E at namora o Roberto Frana. Lembra dele?

    _Claro. um timo rapaz. o fundador do Centro Esprita onde Joana freqenta. Inclusive j assisti a algumas de suas palestras. E a Carmem.

    Mame ? _Sua esposa est bem. Aceitou com

    naturalidade esta fatalidade da vida que a desencarnao.

    _Mame, me conta uma coisa: Ela j casou novamente?

    No mesmo instante que formulou a pergunta seu Luciano ficou esperando uma resposta negativa. Afinal, era homem de formao machista e sentiria uma grande dor se viesse, a saber, que sua esposa Carmem estava nos braos de outro homem.

    _Filho, no momento sua esposa ainda est viva. Mas percebo ela bastante recproca a um senhor que vem cortejando-a.

    Esta notcia desapontou seu Luciano. Ele queria que sua esposa continuasse viva. 53

  • Percebendo o desapontamento do filho dona Letcia diz:

    _Filho, no vejo motivo para voc ficar triste. Carmem foi uma excelente esposa e fiel at sua morte. Ela uma mulher jovem ainda com filhos criados e breve casados. Precisa de um companheiro para envelhecer junto.

    Seu Luciano reflete por algum tempo e conclui. Sua me est certa. Afinal a vida continua. Carmem merece refazer sua vida e encontrar um homem que a faa feliz.

    _E as meninas, Joana e Luciana? _Esto bem, tambm. Elas tm namorado. _ mame. Pelo que a senhora est me

    dizendo em trs anos mudaram muita coisa na minha famlia.

    _ verdade, filho. _Mame, e o papai, como vai? _Seu pai est bem. Trabalha no Ministrio do

    Auxlio e assim que tiver um tempinho vem v-lo. Seu Luciano recorda de seu pai: Aquela

    figura simptica, solidria e religiosa. Acompanhava sempre a esposa missa e participava de campanha de caridade s comunidades carentes.

    _Mame, quais as tarefas de papai no Ministrio do Auxlio?

    _Filho, o Ministrio do Auxlio responsvel por atender doentes, ouvir rogativas, selecionar preces, preparar reencarnao terrena e organizar turmas socorrista. 54

  • _E a senhora, mame, trabalha? _Trabalho, filho. Para o Criador de

    fundamental importncia o trabalho. Ele o alavancador do progresso. Seria tediosa uma vida contemplativa sem atividade.

    Seu Luciano analisa durante alguns segundos as palavras materna. Ele mesmo ficava impaciente, angustiado quando no tinha trabalho. Conheceu colegas que se aposentaram, ficaram ociosos e morreram cedo. Seu Luciano volta a realidade e ouve:

    _Meu trabalho filho no Ministrio do Esclarecimento. Sou um dos magnetizadores do Ministrio. L possvel saber quem fomos na encarnao passada.

    _Mame, quer dizer que existe mesmo reencarnao?

    _Existe, filho. _E porque as religies tradicionais no falam

    em reencarnao? _Filho, As Religies so interpretaes

    dos Homens das Leis de Deus. O importante seguirmos a Doutrina de Jesus e a evoluo espiritual acontecer independente de sermos " "crente" da religio A ou B.

    J decorreram mais de quatro horas desta conversao bastante esclarecedora. Sua me, dona Letcia levanta-se da cadeira e diz:

    _Bem, filho. J t na hora de ir. Mas antes quero te fazer um convite. Estou com uns bnus horas sobrando e gostaria de lev-lo ao teatro. 55

  • _Bnus horas?! Teatro?! _ filho. Bnus horas o correspondente ao

    dinheiro entre os reencarnados e aqui na colnia Espiritual Viver Feliz. Tem tudo que existe nas cidades terrenas. A vida material uma cpia imperfeita da vida espiritual. 56

    56

  • TERCEIRA PARTE - NO PLANO ESPIRITUAL

    CAPTULO QUINTO - A VISITA PATERNA E O TEATRO

    O doutor Carlos Alberto acabou de sair. Seu Luciano recebeu alta. Foram algumas semanas de internao no hospital espiritual.

    Agora seu Luciano aguarda com ansiedade a chegada dos pais que ficaram de lev-lo at sua nova moradia

    De repente a porta se abre e aquele bonito casal vai entrando no quarto hospitalar. Seu Clvis daquelas criaturas que simpatizamos primeira vista.

    _Meu filho! Que bom te ver! Seu Luciano abraa os pais e abraado. Depois de conversarem um pouco sobre o

    passado, seu Clvis pega alguns pertences do seu filho e saem rua.

    Seu Luciano fica impressionado com tudo que v : Bonita avenida com belssimo passeio no meio, ornamentada por lindas palmeiras na altura de um metro e meio.

    O ar respirvel puro, pode-se ver muitas Entidades indo na mesma direo deles e outros

    fazendo o percurso contrrio. H tambm Entidades pensativas e outras endereando olhares acolhedores. Neste instante, passam

    57

  • diante de vrios edifcios. H placas em cada um deles.

    Neste momento, pode-se ver o Ministrio do Auxlio.

    _ aqui que seu pai trabalha - diz dona Letcia.

    _Eu queria um dia entrar neste prdio, papai. _Qualquer dia entraremos juntos, filho! Seguem mais um pouco e agora passam na

    frente do Ministrio do Esclarecimento. _ aqui que a senhora trabalha, no ,

    mame? _ verdade, filho _Qualquer dia, tambm eu gostaria de

    conhecer seu local de trabalho, mame ! _No vai faltar oportunidade, filho! Neste instante, ao contemplar os vrios

    edifcios, fica admirado com o que est vendo : uma cpia perfeita da Terra!

    Agora seu Luciano olha para o cu e v aves cruzando os ares.

    Neste momento, param diante de uma conduo coletiva de aparncia funicular suspensa do solo a uma altura mdia de cinco metros.

    Isto o aerbus _ diz sua me. O transporte desce at eles como se fosse

    um elevador. Muitas pessoas saem do seu interior. Seu Luciano, a me e o pai entram no

    aerbus. A parte interna desta conduo confortvel. Os trs sentam em confortveis poltronas. Olhando procura identificar o condutor

    58

  • do veculo. Dona Letcia percebe a curiosidade do filho e esclarece:

    _Os aerbus que circulam na colnia no h necessidade de condutores. Apenas aqueles que transitam fora da colnia. Vamos encontrar uma Entidade conduzindo.

    Seu Luciano est fazendo uma viagem tranqila. Sem solavancos os quais estava acostumado a sentir quando dirigia seu caminho na estrada. Percebe que a parada feita com um aperto do boto nas estaes.

    Neste instante, dona Letcia aperta o boto e diz:

    _Chegamos! Seu Luciano e os pais atravessam dois

    quarteires e chegam numa casa sem muros, um passeio ladeado de jardins. O perfume no ar agradvel. Dona Letcia diz:

    _Pronto. Chegamos, meu filho. Seja bem vindo ao novo lar!

    Seu Luciano entra na sala de estar e observa os mveis semelhantes aos terrestres. Dois sofs de trs lugares, uma estante com livros e um aparelho semelhante a televiso.

    _Venha, filho _ diz dona Letcia se dirigindo para um quarto. Abre a porta do guarda-roupa e

    entrega uma camisa parecida com a que ele tinha quando em vida e adorava vest-la.

    _Fantstico, mame como conseguiu trazer esta camisa at aqui.

    _Esta roupa plasmada, filho.

    59

  • _Plasmada?! _Plasmar a capacidade que ns temos de

    mentalizar e conseguir fazer qualquer coisa igual ao que era na Terra. Mas para quem no sabe plasmar pode pegar nas fbricas da colnia.

    Seu Clvis observa o filho admirado e diz: _Filho, voc aihda vai ficar muito maravilhado

    com o que ainda ver aqui na nossa colnia. Os trs se aprontam e seguem para o teatro.

    Seu Clvis vai at a bilheteria d o bnus horas ao bilheteiro e em seguida entram no teatro e ficam num camarote frontal. A pea encenada " H Dois Mil Anos de Emmanuel"(1).

    Seu Luciano fica atento ao desenrolar do espetculo. O incio o senador romano Publio Lentulus e seu amigo Flamnio Severus conversando num amplo terrao.

    Seu Luciano est envolvido com a pea teatral e o encontro do senador Publio Lentulus com Jesus. emocionante a cena. Terminado o espetculo dona Letcia diz:

    _Gostou, filho? _Muito mame. _Com certeza vai gostar da pea da prxima

    semana : "Violetas na Janela"(2) - diz seu Clvis. _Esta, o Luciano vai chorar - diz dona

    Letcia. 1. psicografado por Chico Xavier. 2. Violetas na Janela um livro de Patrcia,

    psicografado por Vera Lcia Marinzeck de Carvalho. J foram vendidos mais de oitocentos mil exemplares.

    6 0

  • TERCEIRA PARTE - NO PLANO ESPIRITUAL

    CAPTULO SEXTO - VISITA AO MINISTRIO DO ESCLARECIMENTO

    Hoje est fazendo mais de quatro anos que seu Luciano desencarnou. Durante este tempo ele participou de cursos, assistiu aos vrios espetculos teatrais que foi convidado, palestras e estagiou em vrios ministrios da colnia espiritual, porm no recebeu ainda autorizao para ler anotaes particulares de suas existncias passadas.

    Aps seu Luciano refletir sobre tudo isso, a me dele se aproxima e diz:

    _Filho, tenho boas notcias para voc. Finalmente, o Ministro Assis, responsvel pelo Ministrio do Esclarecimento autorizou voc a ler as anotaes referente a sua reencarnao passada, abrangendo o perodo de duzentos e cinqenta anos.

    _S duzentos e cinqenta anos, mame?! _ filho. Duzentos e cinqenta anos a

    mdia de uma encarnao para outra. _Mame, quer dizer que a cada duzentos e

    cinqenta anos temos uma nova encarnao? _No , filho. Isto conforme j falei uma

    mdia. H espritos que reencarnam com intervalos de meses, anos, porm a mdia de duzentos e cinqenta anos.

    61

  • _E por que ele no permitiu que eu lesse quinhentos anos. Provavelmente, eu estaria tomando conhecimento do que aconteceu comigo em duas encarnaes, sim?

    _Ele me falou que voc seria incapaz de suportar as lembranas correspondentes a outras pocas. _ Pausa.

    _Vamos, _ diz dona Letcia, e em seguida leva o filho at a Seo de Arquivo. Pega uma pasta e l : Luciano Bezerra, depois vem a data de encarnao, a cidade e a data da desencarnao.

    Seu Luciano passa horas lendo as anotaes. Percebe que as leituras so apenas informativas, situando lugares onde viveu, com quem conviveu e as situaes que enfrentou. Terminada a leitura conversa com a me.

    _Mame, eu no me lembro de nada que tenha lido haja acontecido comigo.

    _ assim mesmo, filho. Como voc deve ter percebido a leitura apenas um relato da existncia passada. como se voc tivesse lendo um romance. A partir de agora voc vai ler este romance, ou melhor, memrias, durante dois anos, sem prejuzo de sua tarefa no Ministrio da Colnia. Em seguida ser dada orientao de como voc entrar nos domnios emocionais das recordaes.

    Agora so decorridos seis anos da desencarnao de seu Luciano. Nesse tempo, ele trabalhou, leu o " Livro de Sua Vida", porm, hoje, finalmente, chegou o dia dele ficar no domnio

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  • consciente de tudo que leu. E neste momento est se dirigindo at os magnetizadores do Ministrio do Esclarecimento. Entra numa sala. Os Espritos tcnicos no assunto aplicam passes no crebro de seu Luciano, despertando energias adormecidas. incrvel. Seu Luciano est entrando nos domnios dos acontecimentos lidos. como se de repente se lembrasse de fases de sua vida: Infncia, adolescncia e a fase adulta.

    _Mame, eu estou lembrando agora dum acontecimento muito marcante na minha vida passada. Eu jogava pessoas de cima de torres. Estas pessoas eram inimigos meus.

    Imediatamente a mente de seu Luciano vai relacionando fatos e conduzindo a concluses. Na encarnao passada ele foi uma pessoa que atirava inimigos de lugares altos. Ser que o fato de ter jogado pessoas do alto levou Deus a castig-lo dando a ele nesta ltima encarnao uma morte violenta, num precipcio?

    _Mame, esta morte violenta que tive foi um castigo de Deus pelo que fiz no passado?

    _No , filho. Deus no castiga ningum. O Criador legislou, entre outras, a Lei de Causa e Efeito. E tudo que fazemos tem conseqncia e para que no venhamos a sofrer bastante no futuro pevemos pensar "duas vezes" sobre tudo que devemos fazer. O fato de voc ter jogado pessoas do alto de edifcios no passado no necessariamente o conduziria a ter na prxima encarnao uma morte violenta. Voc poderia ter

    63

  • pago sua "dvida" sendo funcionrio da aeronutica, pilotando avies. Fazendo muita caridade. Pois o bem que ns fazemos pode nos livrar de provas difceis. Conta-se nos meios espritas a histria de um homem bom, operrio de uma fbrica. Certo dia, este homem perdeu uma mo numa mquina. Ento, todos achavam Deus injusto, pois aquele homem to bom no merecia ter sido vtima desta desgraa. Um irmo esprita consultou a espiritualidade amiga e esta respondeu que aquele homem encarnara para perder o brao, mas como fora um bom homem foi atenuada sua prova vindo a perder apenas a mo. Devemos fazer sempre a caridade e seguir as instrues do Espritos: " Fora da Caridade no H Salvao."

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  • QUARTA PARTE - EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS VIDAS

    CAPTULO PRIMEIRO - ALMA GMEA

    Vinte e uma horas e cinqenta minutos. Cris acaba de chegar do Centro Esprita. Deita na cama, tenta conciliar o sono. Vira para um lado, vira para outro e parece que o sono no quer vir. Sente que a cada dia que passa est mais apaixonada por Roberto Frana. Foram cinco anos de ESDE - Estudo Sistemtico da Doutrina Esprita. Tendo-o como um dos monitores do curso, serviu-lhe mais para estreitar os laos de amizade e concluir que aquela primeira atrao, aquilo diferente que sentiu na primeira vez que o viu o que se costuma chamar de Amor Primeira Vista.

    Ser que isto de Amor Primeira Vista o amor de vrias encarnaes? Quem ter sido ela na ltima encarnao? E ele?

    Muita gente costuma chamar este amor que se une em vrias encarnaes de alma gmea ou a outra metade da laranja. equvoco. Tendo em vista que o esprito indivisvel. Na realidade o que acontece a unio de espritos afins, espritos que gostam de estar ao lado do outro nas encarnaes. Cris passa muito tempo com estes pensamentos, at que adormece.

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  • Inglaterra. um convento do sculo XV. Nesta encarnao Cris Irm Elizabeth .Traja um hbito de freira. Cuida de uma criana recm-nascida do sexo masculino. seu filho. S a madre superiora e o pai da criana o padre Charles sabem desta histria. O fato que os dois religiosos se envolveram e a criana foi concebida.

    Irm Elizabeth passou muitos dias se autoflagelando at que um dia a madre superiora desconfiou que a Irm Elizabeth no estava engordando como dizia e sim estava grvida. Botou a religiosa contra a parede e esta confessou. A madre superiora chamou o padre Charles e combinaram que para no denegrir a imagem da Igreja, o melhor a fazer seria afastar a Irm Elizabeth do Convento por algum tempo at a criana nascer. Depois abandonariam a criana na porta do convento e assim a Irm Elizabeth teria seu filho junto de si e as Irms da congregao religiosa e os fiis da igreja, nada saberiam. E assim foi feito.

    Hoje est fazendo quinze dias que a criana nasceu. Irm Elizabeth coloca a criana no bero, quando chega o padre Charles que o Roberto Frana da encarnao atual e decidem colocar o nome de Charles.

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  • QUARTA PARTE - EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS VIDAS

    CAPTULO SEGUNDO - CRIS, SER O AMOR DA MINHA VIDA?

    Roberto Frana encontra-se no escritrio. Tenta fazer o roteiro da palestra que dar hoje noite no Centro Esprita. No consegue se concentrar no que faz. Seus pensamentos divagam. Pensa em Cris. Por que esta garota de vinte e poucos anos o fascina tanto? Nesta madrugada sonhou que se encontrava com ela e ambos iam para uma sala e l viam na tela rememorativa a ltima encarnao dos dois no sculo XV, num convento. Eles devem ser espritos afins que costumam encarnar e se unir freqentemente ao longo das encarnaes.

    Roberto Frana questiona-se. Ser que deve ser celibatrio na encarnao atual? Chico Xavier e Divaldo Pereira Franco optaram por esta conduta. Ser que deve seguir o exemplo destes dois grandes espritas?

    Est indeciso. Faz uma prece a Jesus, o Governador da Terra. Instantes depois sente a presena de Graciliana, seu guia espiritual.

    Se as pessoas soubessem a importncia da prece, com certeza, seramos um mundo melhor. Jesus no podendo vir, manda seus ministros e ningum deixar de ser atendido.

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  • Tendo a faculdade medinica auditiva, Roberto Frana escuta a voz de Graciliana:

    -Roberto, voc deve aceitar a Cris como sua esposa. Ambos contrataram este casamento na espiritualidade e tm uma grande misso de divulgar a Doutrina Esprita no mundo atravs de palestras e livros.

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  • QUARTA PARTE - EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS VIDAS

    CAPTULO TERCEIRO - ROBERTO FRANA, SER O AMOR DA MINHA VIDA ?

    Cris senta mesa para fazer o planejamento de sua aula. Escreve uma coisa. Em seguida o pensamento sobrevoa. Pensa em Roberto Frana. Ontem noite teve um sonho muito confuso. Viu-se num hbito de freira e Roberto Frana com batina de padre. Meu Deus, que este sonho significa?

    Cris sente-se apaixonada por Roberto Frana. Ser Roberto Frana o homem de sua vida? Ser que este relacionamento tem futuro?

    Cris uma garota muito experiente estudante de Psicologia, boa observadora do comportamento humano e com grande bagagem de conhecimento esprita conclui sim para pergunta que fez a si mesma.

    No passado, o relacionamento com tendncia a dar certo era o seguinte: Opostos se atraem. Hoje nosso Planeta est deixando pouco a pouco de ser um mundo de expiaes e provas, para ser um mundo regenerador. Agora a tendncia do relacionamento certo aquele baseado na homogeneidade. Bom, ambos so espritas, pde observar que as diferenas dela para ele so 69

  • pequenas coisas que ela no faz, mas admira tem vontade de no futuro fazer.

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  • QUARTA PARTE - EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS VIDAS

    CAPTULO QUARTO - CONFRATERNIZAO DO ESDE - ESTUDO SISTEMTICO DA DOUTRINA ESPRITA

    Hoje dia catorze de dezembro. Dia de confraternizao do ESDE. Todas as turmas do curso esto reunidas nesta sala. Conversam num tom de voz que no chega a perturbar. Gilda, vice-coordenadora do curso, distribui uma mensagem com uma numerao no topo do folheto. Colegas conversam, comentam da importncia do ESDE em suas vidas. Armando, um dos monitores, e Sandra a coordenadora do curso tiram livros de sacolas plsticas e pem-nos sobre a mesa. H outra mesa com salgadinhos, bolos e refrigerantes. Roberto Frana e Cris trocam idias. H no ar um clima de paz proporcionada por este ambiente agradvel.

    Agora tem incio uma pequena reunio. Sandra, coordenadora do curso, cumprimenta todas as turmas do ESDE e parabeniza a Turma K a de Cris que est concluindo o curso hoje. Sandra fala da importncia da unificao do conhecimento esprita. Em seguida feita uma prece. Depois fala Roberto Frana, presidente da Instituio. Agora

    tem incio o amigo secreto, por coincidncia,

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  • Roberto Frana tira Cris. Ambos se cumprimentam com beijo na face.

    Cris toda felicidade. Ganhou o livro que pediu no amigo secreto : " Nos Bastidores da Obsesso" de Manoel Philomeno de Miranda, psicografado por Divaldo Pereira Franco.

    Outro sorteado desta vez Roberto Frana. Cris fica alegre. Roberto Frana ganha o livro :" H Dois Mil Anos de Emmanuel" psicografado por Chico Xavier.

    Agora todos componentes da festa vo aos " comes e bebes". Roberto Frana, Cris e os demais dos grupos tiram fotos. Conversam.

    Final de festa. Roberto Frana oferece uma carona a Cris. 72

  • QUARTA PARTE - EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS VIDAS

    CAPTULO QUINTO - INCIO DE NAMORO

    O auto-passeio percorre uma bonita avenida arborizada. No final h um semforo. Roberto Frana pra. O sinal de trnsito abre e ele dobra direita. A rua est meio deserta. Cris e Roberto Frana sentem vontade de falar, mas esto sem saber como comear o dilogo. Finalmente ele quebra o silncio.

    _Sabe Cris, eu estou muito feliz com o Movimento Esprita. Graas a Deus e aos divulgadores, muitas pessoas j sabem distinguir o que Espiritismo e outras denominaes baseados no mediunismo.

    _Realmente Roberto, eu mesma quando era pequena pensava que o Espiritismo era coisa do Diabo. Hoje eu paro para pensar e percebo que este ensinamento era massificado pelos fanticos religiosos. Ns que no tnhamos o senso crtico e esta f raciocinada que o Espiritismo desenvolve, aceitvamos cegamente muitos absurdos.

    O veculo chega a casa de Cris. Roberto Frana pra, abre a porta e rapidamente corre e abre tambm a porta do lado de Cris como faziam os cavalheiros antigamente. Cris fica lisonjeada com este ato to gentil. Desce do carro.

  • -Obrigada, Roberto. Os olhos de ambos se encontram e como

    falassem do amor recproco que sentem um pelo outro. Beijam-se. um beijo apaixonado.

    -Cris, eu te amo! -Eu , tambm, Roberto. Desde o primeiro

    momento que o vi. Senti algo que nunca antes tinha sentido por pessoa nenhuma, nesta vida.

    Tornam-se a beijar apaixonadamente. O cu colabora para este bonito momento. Est estrelado e com uma bonita lua cheia.

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  • QUARTA PARTE - EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS VIDAS

    CAPITULO SEXTO - " O AMOR LINDO"

    Cris e Roberto Frana esto sentados mesa, sob um guarda-sol num barzinho improvisado a beira-mar. vero. H muitos coqueiros na praia. O clima agradvel. A areia da praia branquinha. Muitos banhistas tomam banho de mar. Algumas mulheres esto deitadas sobre a toalha tomando bronzeado. antes das dez da manh e prprio tanto ao bronzeado como ao banho em crianas. Diferente da maioria das pessoas que bebem cervejas, eles tomam refrigerantes e conversam:

    _Sabe Cris, eu gosto muito de admirar o mar, ele me transmite uma energia que me faz sentir muito bem.

    -Eu tambm Roberto. A praia me faz lembrar com muita saudade do meu pai. Era bem transparente o carinho que ele tinha por mim. A Luciana minha irm menor, tinha muito cimes disto. Quando vnhamos praia, meu pai costumava me botar no ombro, eu ficava em p e dava mergulho. Outras vezes encontrvamos barcos de pescadores. Ele me botava nestes barcos e eu mergulhava. Era muito bom tudo aquilo.

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  • Os olhos de Cris se enchem de lgrimas. _No chore Cris! Seu pai est bem vivo.

    Enquanto voc falava eu o vi ao seu lado. -Verdade?! _Claro, Cris! Por que eu mentiria? Seu

    Luciano um homem que aparenta ter quarenta e nove anos, de bigode, um rosto que lembra voc.

    _Estou arrepiada. isso mesmo, Roberto.

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  • QUARTA PARTE - EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS VIDAS

    CAPTULO STIMO - DESVENDANDO O MISTERIOSO ROBERTO FRANA.

    O vento conduz uma mecha de cabelo para os olhos de Cris. Crianas se vestem para ir embora. As moas que se bronzeavam, erguem-se. Cris tira a mecha de cabelo dos olhos e diz:

    _Agora Roberto, fale de voc! _Cris, a histria da minha vida no nada

    interessante. _No enrola, Roberto. Fala! Eu quero saber

    sobre sua vida! _Bem, Cris, eu tenho dois irmos e trs

    irms. Muito cedo, fiquei rfo de me. Tinha sete anos quando ela morreu. No mesmo dia conversei com ela.

    _Voc no tinha medo de conversar com sua me falecida?

    _No. Para mim era muito natural. Depois meu pai casou com uma mulher maravilhosa que esprita e esclareceu para todos que eu era mdium vidente. Passei a freqentar uma Casa Esprita bem orientada, at que resolvi fundar o Centro Esprita: "Planta o Bem para Colher o Bem" onde tive a felicidade de conhecer voc e o anexo assistencial :"lmita Jesus para que Tenhamos um Mundo Maravilhoso".

  • ESTA PGINA EST EM BRANCO - EST PGINA EST EM BRANCO

  • QUARTA PARTE - EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS VIDAS

    CAPTULO OITAVO - UMA DAS MUITAS VIAGENS

    O txi roda no asfalto. O motorista, um senhor aparentando cinqenta anos, est com as mos firmes no volante, olhando atento a estrada. Cris observa mais uma vez o perfil deste homem e recorda o pai. Como gostaria que seu Luciano estivesse participando deste momento importante de sua vida. Casou. Tem convico ntima que com o homem de sua vida: Roberto Frana.

    Gostaria que tivesse sido uma cerimnia simples, mas devido a Roberto Frana ser um mdium conhecido no puderam impedir o assdio da imprensa e mesmo da comunidade esprita.

    O taxista pra num semforo vermelho. Uma senhora aparentando sessenta anos atravessa avenida.

    Roberto Frana lembra da me. Gostaria muito que ela fosse encarnada e participasse desta sua alegria.

    De repente surge na cadeira da frente ao lado do motorista de txi, a me de Roberto Frana. A mesma mulher de rosto jovem que se apresenta a ele desde os sete anos.

    -Me, que satisfao em v-la aqui conosco. 79

  • Conversam. Cris como no tem vidncia e audincia no v e nem escuta o que a sogra desencarnada diz. Apenas escuta a voz do marido. O taxista olha de lado desconfiado.

    Possivelmente, se no conhecesse Roberto Franca , estaria pensando que tinha como passageiro uma mulher e um louco.

    Ele se despede da me. O txi vai chegando no aeroporto. O taxista estaciona o veculo. Roberto Frana paga ao taxista que lhe deseja uma boa viagem.

    Abraados, Cris e Roberto Frana dirigem ao porto internacional. Ele est muito feliz, porque tem a seu lado a mulher amada e vai divulgar a Doutrina Esprita em Portugal em mais um Congresso Internacional de Espiritismo.

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  • QUARTA PARTE - EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS VIDAS

    CAPTULO NONO - VISITA FAMLIA

    Seu Luciano desceu do aerbus e o condutor prossegue a viagem com os companheiros que tambm iro visitar s suas famlias.

    Olhando para casa onde viveu a ltima existncia, observa pequenas mudanas. Por exemplo, a fachada da casa, antes era amarela, agora verde. O oito onde antigamente estacionava seu caminho hoje ocupado por dois veculos auto-passeio. Entra na casa. Alguns mveis mudaram de posio, outros so novos. Encontra dona Carmem no quarto se aprontando para sair. Aproxima-se dela e pergunta aonde vai.

    Dona Carmem no registra a pergunta de seu Luciano auditivamente, mas subjetivamente quando passou a pensar no que far nesta noite.

    De repente, num ato involuntrio ao fechar a porta do guarda-roupa bate num porta-jia que cai espatifando-se no cho.

    Seu Luciano deixa dona Carmem apanhando os pedaos de biscuit e vai at o oito onde est sua filha Joana dentro de um carro. Aproxima-se da filha e procede da mesma forma como procedeu com dona Carmem. Formula as seguintes

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  • perguntas: Como esto Luciana e Cris? Como vai voc, filha?

    Joana no escuta as perguntas com os ouvidos materiais e sim com os espirituais. Imediatamente comea a responder em forma de lembranas. A irm Luciana est bem. Foi ao cursinho. Cris casou com Roberto Frana h dois meses atrs e j voltaram da lua de mel. E ela, Joana, est bem, tambm. Desenvolve a mediunidade no Centro Esprita.

    Repentinamente, Joana comea a lembrar do pai. Faz um pouco mais de seis anos que o pai desencarnou. Ser que ele veio visitar famlia? Dizem os Espritos que quando lembramos de pessoas desencarnadas: Elas esto perto de ns.

    _Mame, pouco eu pensava no papai - diz Joana.

    _Eu tambm, filha. Tive impresso que seu pai estava dentro de casa.

    Seu Luciano acomoda-se no estofado do veculo e fica ouvindo a conversa entre Joana e dona Carmem.

    Joana fala me sobre o seu curso universitrio: Assistente Social. Diz que no poderia ter escolhido melhor profisso a quem tem como objetivo principal a ajuda aos semelhantes.

    Dona Carmem est insegura sobre o relacionamento com o pretendente. Ser que certo, depois de mais de seis anos de viuvez refazer a vida?

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  • Todos os passageiros do veculo vem a fachada do Centro Esprita: "Imita Jesus para que Tenhamos um Mundo Maravilhoso".

    Imitar Jesus no significa vestir camisolo e deixar os cabelos crescerem. Seguir Jesus seguir seus ensinamentos: "Amando a Deus sobre todas as coisas e ao prximo como a si mesmo."

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  • P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O

    EST PGINA EST EM BRANCO

  • QUARTA PARTE - EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS VIDAS

    CAPTULO DCIMO - MAIS UMA MENSAGEM

    Quando seu Luciano, dona Carmem e sua filha Joana descem do carro j encontram um bom nmero de pessoas se dirigindo para o auditrio onde vai ocorrer a reunio evanglica.

    Joana esta mdium de pressentimento que est includa na variedade de mdiuns inspirados. Caminha com a me quando de repente uma idia lhe surge mente: "Seu pai vai d uma comunicao daqui pouco". Encara a me e diz:

    _Me! Papai, vai d uma mensagem, hoje. -Ser mesmo, filha? -Tenho certeza, me. Depois de alguns minutos o auditrio

    encontra-se totalmente ocupado. Seu Luciano observa que o nmero de desencarnados maior que o nmero de encarnados. E a diferena do encarnado para o desencarnado o cordo fludico que o primeiro possui.

    Tem incio a reunio evanglica. O tema escolhido pelo orador da noite reencarnao. Com tom de voz agradvel este senhor aparentando cinqenta anos e uma fisionomia serena diz que a reencarnao um fato comprovado por inmeros pesquisadores. Ilustra a palestra contando o caso de uma criana que 85

  • descreveu o local de sua encarnao passada, citando o nome dos pais e o modo como desencarnou.

    Os pesquisadores checaram as informaes e constataram que a criana havia dito a verdade.

    Encerrada a reunio evanglica Roberto Frana fica sozinho na tribuna e concentra-se. Imediatamente comea a receber as mensagens. A primeira mensagem de um desencarnado em acidente de moto. Ele fala que est bem e cita particularidade da famlia.

    Enquanto observa o mdium Roberto Frana, aproxima-se de seu Luciano um esprito desencarnado. Seu nome Daniel. o dirigente espiritual da reunio. Ele diz que Roberto Frana uns dos pouco mdiuns no Brasil que recebe comunicao de espritos desencarnados em acidentes ou situaes inesperadas. Tais comunicaes so muito importantes, pois consola, conforta os pais desesperados com morte brusca dos filhos.

    Outro mdium que ficou bastante conhecido neste tipo de comunicao foi o mineiro Chico Xavier. Francisco Cndido Xavier tem mais de quatrocentos livros publicados sobre temas variados. Impossvel um escritor conseguir tal feito. Em determinado momento da conversa, Daniel diz:

    _Luciano, prepare uma mensagem para dar aos seus familiares encarnados!

    _Eu?! Sim. Voc mesmo!

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  • Seu Luciano pensa um pouco e em seguida escreve a mensagem. Depois com a prancheta na mo vai para junto do mdium Roberto Frana e dita a seguinte mensagem: "Querida Carmem, filha Joana e todos aqui presentes:

    Sei que h muito tempo esperam uma mensagem minha. Porm, s agora tenho condies de faz-lo. Eu estou bem. Encontrei todos aqueles que me antecederam: Papai, mame, meus avs e alguns amigos.

    Carmem, hoje visitei aquela que foi minha moradia terrena. Notei voc muito nervosa com a possibilidade de refazer sua vida e quando percebeu minha presena em esprito, acabou quebrando um biscuit. Digo-lhe que se sinta vontade para decidir sua vida. Voc uma mulher livre. Analise se esta pessoa vale seu amor e em caso afirmativo no hesite. Decida.

    Dona Carmem olha para Roberto Frana e conclui: A comunicao autentica, pois o episdio do biscuit no havia comentado com ningum e to pouco o receio de refazer sua vida.

    Quero agora deixar o recado as minhas filhas Joana, Luciana e Cris. Estou muito feliz por vocs serem as criaturas maravilhosas que so e ter escolhido a Doutrina Esprita para seu crescimento espiritual.

    Luciano.

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  • P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O P G I N A E M B R A N C O

    EST PGINA EST EM BRANCO

  • QUARTA PARTE - EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS VIDAS

    CAPTULO DCIMO PRIMEIRO - A DESPEDIDA

    Dona Letcia torna a olhar mais uma vez a fachada do edifcio onde fica o Ministrio do Esclarecimento.

    Bons momentos viveu neste Ministrio. Sbias orientaes recebeu do Ministro Assis. Muitos espritos pde ajudar, esclarecer. Lgrimas vem aos olhos de dona Letcia. Como gostaria de continuar fazendo este trabalho aqui. Mas o dever lhe chama. hora de reencarnar. Resgatar dbito do passado.

    No ano trinta da nossa era. Dona Letcia foi um "feiticeiro". Tinha uma mediunidade excepcional. Fazia consultas por dinheiro. Prejudicou muita gente e agora vai voltar novamente com a mediunidade de prova. Ela tem pedido muito a espiritualidade , seus amigos espirituais daqui do Plano Espiritual vibrem, aconselhem, para que desta vez no venha a fracassar nas provas.

    Seus futuros pais so dois empregados do comrcio portugus. Eles vivem dificuldades financeiras e dona Letcia breve num corpo de um homem ser tentada a cobrar pelo dom da mediunidade.

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  • Dona Letcia amanh iniciar visita a espritos que tiveram provas semelhantes e podem lhe ajudar com suas experincias. Ergue a cabea.

    -Mame! Vai dar tudo certo! -Diz seu Luciano.

    _Letcia tenha certeza que desta vez vencer todos obstculos que possam surgir na sua vida _ diz seu marido tambm desencarnado.

    FIM

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  • GOSTOU DE LER O LIVRO AMOR PRIMEIRA VISTA DE EDSON ALMEIDA?

    EXPRESSE SUA OPINIO ESCREVENDO PARA O AGENTE LITERRIO DO AUTOR NO E-MAIL:

    [email protected] SUA OPINIO E MUITO IMPORTANTE. SEJA SINCERO!

    QUESTIONRIO:

    1) O LIVRO TEM VEROSSIMILANA COM A REALIDADE ESPRITA?

    2) GOSTOU DA PSICOLOGIA DOS PERSONAGENS ?

    3) IDENTIFICOU-SE COM OS PERSONAGENS ACHANDO SEMELHANA COM VOC OU ALGUM QUE CONHECE?

    4) GOSTOU DO ESTILO ONISCIENTE(TEMOS IMPRESSO QUE LEMOS OS PENSAMENTOS DOS PERSONAGENS) DO AUTOR ?

    DIVULGUE ESTE LIVRO. "A MAIOR CARIDADE QUE SE PODE FAZER A DIVULGAO DA DOUTRINA ESPRITA." EMMANUEL

  • Jlmor (Primeira Vista

    Cris uma jovem que perde o pai em acidente rodovirio e vai ao Centro Esprita na esperana de receber uma mensagem do pai desencarnado.

    E fcil conseguir uma mensagem de parente desencarnado?

    Ser que existe amor primeira vista? Leia o livro para obter as respostas.