Alternative Agrifood Networks - sbsp.org.br · Dado el tema presentado, este ensayo tiene ... em...
Transcript of Alternative Agrifood Networks - sbsp.org.br · Dado el tema presentado, este ensayo tiene ... em...
Pelotas - RS, 06 a 08 de julho de 2016
SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
PRODUÇÃO E CONSUMO: ALIMENTO SAUDÁVEL EM REDES LOCAIS
SUSTENTÁVEIS
Sarita Mercedes Fernandez, Doutoranda em Desenvolvimento Rural pelo Programa de Pós-
Graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS. E-mail: [email protected]
Daniela Garcez Wives, Pós-Doutoranda em Desenvolvimento Rural pelo Programa de Pós-
Graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS, Profª. Colaboradora (ensino e orientação)
do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS. E-mail:
Lovois Andrade Miguel, Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em
Desenvolvimento Rural da UFRGS. E-mail: [email protected]
Grupo 4. Abordagem Sistêmica Aplicada ao Desenvolvimento Rural Sustentável.
Resumo
As técnicas e os novos hábitos alimentares não têm contribuído em termos da saúde da
população mundial, tampouco respeitaram a natureza, reproduzindo a globalização de hábitos
e um modelo de agricultura que reproduz devastações. Este é o cenário em que surgiram as
Alternative Agrifood Networks (AAFNs), as quais são vertentes que ligam a produção,
distribuição e consumo de alimentos, criando novos modelos que abrangem aspectos
comunitários, de saúde e justiça social, que se ligam a outros, de segurança alimentar e
sustentabilidade ambiental. Tendo em vista o tema apresentado, esse artigo tem o objetivo de
discutir a inserção de Grupos de Produção/Consumo Responsável (GPCR), como alternativa
localizada, sob a luz da abordagem de sistemas de produção. O trabalho é composto da
introdução e, logo após, é apresentada uma caracterização dos grupos de produção/consumo
responsável. Em seguida, a terceira parte, discute a inserção dos grupos de consumo
responsável, como alternativa local sustentável, sob o aporte da abordagem de sistemas de
produção. Ao término desse debate são tecidas algumas considerações finais.
Palavras chave: sistemas, agroecologia, desenvolvimento rural, sustentabilidade.
Production and Consumption: Healthy Food in Sustainable Local Networks
Abstract
The techniques and new eating habits have not contributed in terms of the health of the world
population, nor respected the nature, reproducing globalization habits and a model of
agriculture that plays devastations. This is the scenario that emerged in the Alternative
Agrifood Networks (AAFN’s), which are aspects that connect the production, distribution and
consumption, creating new models that include community aspects, health and social justice,
which bind to other, food security and environmental sustainability. In view of the subject
Pelotas - RS, 06 a 08 de julho de 2016
SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
presented, this essay aims to discuss the inclusion of Production Group / Responsible
Consumption (GPCR), alternatively located, in the light of production systems approach. The
work consists of the introduction and, soon after, presents a characterization of production
groups /responsible consumption. Then the third section discusses the insertion of the
responsible consumer groups such as sustainable alternative location under the contribution of
production systems approach. At the end of this debate are woven some final remarks.
Keywords: systems, agroecology, rural development, sustainability.
Producción y Consumo: Alimento Sano en Redes Locales Sustentables
Resúmen
Las técnicas y los nuevos hábitos alimenticios no han venido acompañados de la salud de la
población mundial, tampoco respetan la naturaleza, que reproduce los hábitos de la
globalización y la agricultura que hace estragos. Este es el scenario en donde surgieron las
redes alternativas agroalimentarias (AAFNs), las cuales son influencias que conectan la
producción, distribución y consumo de los alimientos, creando nuevos modelos que incluyen
aspectos de la comunidad, la salud y la justicia social, que se unen a otras, la seguridad
alimentaria y sostenibilidad del medio ambiente. Dado el tema presentado, este ensayo tiene
como objetivo discutir la inclusión de los Grupos de Producción /Consumo Responsable
(GPCR), que se encuentran como una alternativa localizada, en el marco de la contribuición
de la teoria de los sistemas de producción. El trabajo consiste en la introducción y, poco
después, se presenta una caracterización de los grupos de producción / consumo responsable.
Luego, en la tercera parte, se debaten los grupos de consumo responsable, como alternativas
locales sostenibles, con la contribución del enfoque sistémico. Al final de este debate se tejen
algunas observaciones finales.
Palabras clave: sistemas, agroecología, desarrollo rural, sostenibilidad.
Pelotas - RS, 06 a 08 de julho de 2016
SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
Produção e Consumo: Alimento Saudável em Redes Locais Sustentáveis
1.Introdução
A gente descobriu uma coisa importante, é que a gente produz muito mais comida
do que podemos comer (...). A questão da fome não é a questão de produção de
alimentos, é questão de distribuição (SANTOS, 2002).
O Geógrafo Milton Santos (1992) descreve as transformações ocorridas na
sociedade/natureza sob a ótica de um mundo globalizado e desigual. O termo que surge é a
desigualdade de acesso aos alimentos. Nessa mesma direção se encaminharam os regimes
alimentares ao redor do mundo, todos em direção a um movimento que reproduz um consumo
em massa, de técnicas padronizadas, cada vez mais voltadas à industrialização, o que imprime
desigualdades. Essas técnicas e novos hábitos alimentares não vieram acompanhados de saúde
e métodos de produção sustentáveis, tendo em vista os efeitos deletérios que a natureza e a
humanidade vêm apresentando. De um lado, dilúvios, maremotos, aquecimento global, de
outro, doenças; diabetes, obesidade, hipertensão e outras.
Esse movimento unidirecional vem impregnado pela visão mecanicista do universo,
com a produção de produtos agrícolas em massa, em movimentos padronizados. Tudo que é
produzido precisa ser rigorosamente confeccionado por técnicas protocolares, resultando no
mesmo gosto, na mesma aparência, reproduzindo uma inversão de tradições e abolindo
métodos artesanais, típicos de determinadas localidades.
O mundo moderno veio carregado por uma visão, em que o objeto de estudo pode ser
conhecido integralmente, desde que sejam conhecidas todas as partes que o integram, tudo é
exato e perfeitamente controlado. Um fenômeno só é verdadeiro, se for comprovado
cientificamente, muitas vezes ignorando as leis físicas e a metafísica, também sepulcrando
conhecimentos de povos tradicionais, considerados não verdadeiros.
Ludwig Von Bertalanffy, em meados dos anos 50, veio introduzir um novo paradigma
em relação a esse pensamento, que não anula o progresso do conhecimento oriundo do
positivismo, mas explica que alguns objetos de pesquisa, e mesmo os processos da natureza
precisam ir além dessa visão mecânica. Assim surge o paradigma de uma abordagem
interdisciplinar, holística, a abordagem sistêmica.
Pelotas - RS, 06 a 08 de julho de 2016
SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
Abordagem sistêmica: Nova disciplina que reúne as abordagens teóricas, práticas e
as metodologias relacionadas ao estudo do que é reconhecido, como demasiado
complexo, para ser tratado de forma reducionista, colocando problemas de
fronteiras, relações internas e externas, estruturas, leis, ou propriedades emergentes,
que caracterizam o sistema como uma observação, representação, modelagem, ou
simulação de um todo complexo (DONNADIEU et al., 2003, p. 2-3).
Capra também escreveu sobre uma visão holística, e vai um pouco além, introduzindo
uma visão ecológica.
Uma visão holística, digamos, de uma bicicleta, significa ver a bicicleta como um
todo funcional e compreender, em conformidade com isso, as interdependências das
suas partes. Uma visão ecológica da bicicleta inclui isso, mas acrescenta-lhe a
percepção de como a bicicleta está encaixada no seu ambiente natural e social - de
onde vêm as matérias-primas que entram nela, como foi fabricada, como seu uso
afeta o meio ambiente natural e a comunidade pela qual ele é usado, e assim por
diante. Essa distinção entre "holístico" e "ecológico" é ainda mais importante
quando se tratam sobre sistemas vivos, para os quais as conexões com o meio
ambiente são muito mais vitais (CAPRA, 1996, p.20).
Essa nova visão também auxilia uma reconexão entre agricultores, que hoje estão
preocupados com os efeitos da produção agrícola sobre o ambiente, e consumidores, que
buscam um alimento saudável, livre de agrotóxicos. Nesse mesmo núcleo observa-se que há
reciprocidade entre os agentes, posto que esses se preocupam com o ambiente, a saúde e a
reprodução social de todas as partes envolvidas, problema a ser enfrentado em meio a uma
crise econômica mundial.
Essa preocupação tem sido convertida em práticas sustentáveis, que procuram aplacar
não somente a fome, mas antes, tentam reproduzir saúde, dignidade, reciprocidade e
igualdade, em um mundo globalizado, como garantia de reprodução social.
Tendo em vista o tema apresentado esse artigo tem o objetivo de discutir a inserção de
Grupos de Produção/Consumo Responsável (GPCR) como alternativa localizada, que ocorre
simultaneamente ao modelo de globalização alimentar, balizando a discussão teórica do
trabalho à luz do conceito da teoria de sistemas de produção. A abordagem sistêmica vem
como um campo de estudo interdisciplinar que permite análises dessas complexas redes
alimentares alternativas, em contextos locais, privilegiando práticas produtivas sustentáveis.
Nesse artigo serão apresentados os grupos de produção/consumo responsável, as quais
se configuram em redes alimentares alternativas que priorizam a localização e participação
social. São organizações de agricultores que praticam agricultura, de base ecológica,
compondo redes, que integram consumidores interessados na aquisição de alimentos
Pelotas - RS, 06 a 08 de julho de 2016
SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
saudáveis, que proporcionam qualidade de vida, preço justo e confiança. Essas redes podem
propiciar novos arranjos beneficiando, em certa medida, o desenvolvimento rural sustentável,
em nível local, além da garantia de reprodução social dos agricultores envolvidos.
Após essa introdução que expôs alguns problemas relativos ao tema central proposto
pelo XI Congresso da Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção, “Abordagem Sistêmica
e Sustentabilidade: Produção Agropecuária, Consumo e Saúde”, é apresentada uma
caracterização dos grupos de consumo responsável. Em seguida, na terceira parte, se discute a
inserção desses grupos de consumo responsável, como alternativa local sustentável, sob o
aporte da teoria de sistemas de produção. Ao término desse debate são tecidas algumas
considerações finais.
2. Caracterização dos grupos de consumo responsável
Os grupos de produção/consumo responsável (GPCR) surgiram a partir de uma
proposta de compra e venda de produtos agroalimentares, em Cadeias Curtas de
Comercialização (CCC). No Quadro 1 podem ser observadas algumas formas de
comercialização que ocorrem em CCC.
Os conceitos de CCC foram compilados por meio de um estudo realizado em 20 de
abril de 2012, pelo Ministério da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente, da Espanha.
Esse estudo buscou “conocer las distintas iniciativas de canales cortos de comercialización
(CCC) que están desarrollándose en España, para valorar el alcance real que hasta el
momento se han logrado con estas iniciativas”.
Essas CCC são traduzidas, nesse artigo, como Redes Alimentares Alternativas
(AAFNs), que são vertentes que ligam a produção, distribuição e consumo de alimentos,
criando novos modelos que abrangem aspectos comunitários, de saúde e justiça social, que se
ligam a outros, de segurança alimentar e sustentabilidade ambiental.
As AAFNs surgiram como uma reação ao esgotamento do modelo agrícola
convencional, produtivista, assentado em uma matriz produtiva que utiliza fósseis não
renováveis e que já está no limite da sustentabilidade.
No século XXI têm-se observado a recorrência de epidemias, não só de fome, mas de
obesidade, um tipo de fome oculta produzida pela ingestão de alimentos industrializados,
repletos de aditivos e corantes, gordura, açúcar e sal. Ambientalmente esse modelo tem sido
Pelotas - RS, 06 a 08 de julho de 2016
SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
avaliado como insustentável, considerando vários motivos, entre eles o fato de que os
alimentos não são meras mercadorias. Ainda nesse sentido são gastos muitos quilômetros
percorridos para o transporte de gêneros alimentícios que não compensam esse gasto de
energia, “Food Miles”; e acima de todas as outras prerrogativas, é um modelo social
excludente, que desconsidera a tradição alimentar e a identidade social dos povos do planeta.
Quadro 1. Canais de Venda em Cadeias Curtas de Comercialização
Canais de Venda Descrição
Mercados de produtores
Espaços públicos onde são adquiridos produtos
produzidos pelos próprios produtores/vendedores, em
postos desmontáveis, organizados coletivamente.
Venda direta na Unidade de Produção
Agrícola
Os produtos são adquiridos pela venda direta dos
produtos aos consumidores, na propriedade dos
agricultores
Venda a domicílio Envio de pedidos, de produtos realizados via correio
eletrônico, ou por telefone, a domicílio.
Estabelecimentos de venda direta
Estabelecimentos onde o consumidor compra os produtos
diretamente do produtor, ou de um único agente que
vende esses produtos.
Grupos de consumo
Organizações ou grupos de consumidores que realizam a
compra direta dos produtos alimentícios dos próprios
produtores.
Fonte: adaptado de España, Ministerio de Agricultura, Alimentación y Medio Ambiente, p. 5, 2012.
Esse modelo determina ainda o que vai ser consumido e produzido, em cadeias longas.
Os agricultores e consumidores ficam a mercê de grandes empresas, que comandam um
distanciamento, anulando relações de reciprocidade e enfraquecendo a reprodução social de
pequenos produtores.
Em contrapartida, nascem as AAFNs, das quais as CSA's (Community Supported
Agriculture) fazem parte. Esses CSA's permitem o acesso a alimentos frescos, de boa
qualidade, cultivados localmente. Os grupos de Consumo Responsável são um tipo de CSA e
vêm como uma alternativa para agricultores e consumidores de várias localidades.
No Brasil, a organização que está instituindo novos grupos de consumo e debatendo
temas, correlacionados à soberania alimentar, sustentabilidade, comércio justo e agroecologia,
é o Instituto Kairós. Em 2015, o Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC) juntou-se à
Pelotas - RS, 06 a 08 de julho de 2016
SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
organização, tendo o objetivo de mapear e disponibilizar informações em todo o Brasil, via
internet, sobre os Grupos de Consumo Responsável e feiras ecológicas (Instituto Kairós;
IDEC, 2015).
Essas comunidades, CSA’s, são relativamente recentes, as primeiras iniciaram suas
atividades no final dos anos 60. Elizabeth Henderson, por meio de um comentário inicial,
durante uma conferência ocorrida em Kobe, em 2010, relata que vários países, ao redor do
mundo, como os Estados Unidos, Japão, França, China e Mali, estão constituindo
comunidades que cultivam e consomem seus alimentos, localmente. Ela também afirma que
existem várias denominações para essas comunidades, como CSA’s (Community Supported
Agriculture, ou Comunidade Sustentada pela Agricultura), TEIKEI, no Japão; AMAP’s
(Associations pour le Maintien d’une Agriculture Paysanne, ou Associação para a
Preservação da Agricultura Camponesa), na França; GAS, na Itália;
Landwirtschaftsgemeinschaftshof, na Alemanha; Andelslandbruk, na Noruega; Recíproco, em
Portugal; Pergola, na Holanda; ARCO e consumo responsable, na Espanha.
Embora os nomes sejam diferentes, a essência das iniciativas é semelhante.
Agricultores e consumidores partilham os riscos da produção local de alimentos,
privilegiando a reciprocidade e a agricultura ecológica. As garantias que resultam desses
processos envolvem confiança, saúde e viabilidade econômica (HENDERSON, 2010).
O conceito de CSA, no Brasil, utilizado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do
Consumidor (IDEC), em 2015, expõe o seguinte:
A CSA (Community Supported Agriculture) é uma nova relação entre consumidores
e produtores. Os consumidores (comunidade) financiam produtores e, em troca,
recebem o que é colhido e produzido. Essa forma de arranjo permite uma
sustentabilidade aos produtores que têm garantia da venda de sua produção e uma
aproximação da comunidade, nos processos produtivos (IDEC, 2015).
O Instituto Kairós (2012) conceitua o consumo responsável, um dos tipos de CSA,
como um conjunto de hábitos e práticas que incentivam um desenvolvimento baseado na
igualdade social. OCAMPO et al. (2014) estudaram a evolução do conceito de consumo
responsável, de 1960 a 2012, construindo um quadro que ilustra a linha do tempo do
“Consumo Socialmente Responsável”, ver Figura 1.
Essa responsabilidade ao consumir tem o objetivo de “melhorar as relações de
produção, distribuição e aquisição de produtos e serviços, de acordo com os princípios da
economia solidária, soberania alimentar, agroecologia e o comércio justo e solidário”. Dessa
forma existe a valorização e a prática de atitudes éticas que visam um desenvolvimento que
Pelotas - RS, 06 a 08 de julho de 2016
SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
leva em conta o ambiente e o respeito à sociedade, com produção e consumo responsável
(KAIRÓS, 2012).
3. Grupos de produção/consumo responsável: uma alternativa local sustentável, sob o
enfoque da abordagem de sistemas
O consumo responsável é uma via de mão dupla, implica em uma associação íntima
entre os dois polos de interesse, agricultores e consumidores, unidos em prol do bem comum,
o produto final, que deve ter qualidade e preço justo, acompanhado de respeito ao ambiente.
O consumo é responsável, mas deve vir acompanhado de uma produção igualmente
responsável, que inclui reciprocidade, atitudes de respeito mútuo, aprendizagem conjunta e
solidariedade.
Roberts (1993, p. 140) definiu o consumidor responsável como "aquele que adquire
produtos e serviços com uma influência positiva (ou menos negativa) sobre o ambiente, ou
que patrocina as empresas que tentam efetuar uma mudança social positiva". Esse consumo e
produção responsável vêm, muitas vezes, aliados à Agroecologia.
A Agroecologia, como campo de estudo tem como base princípios que buscam
promover a saúde, fomentar cidadania, autonomia e participação comunitária dos atores,
qualidade de vida e sustentabilidade ambiental, social e econômica. Desta forma pode-se
observar a estreita conexão entre a abordagem sistêmica, já que a agroecologia parte de um
objeto complexo e que se torna real somente considerando as interações, as emergências.
Assim, a visão sistêmica, assumiu um papel importante nas discussões acadêmicas, nos
Estados Unidos, desde meados do ano 2000, de acordo com Fernández et al. (2013) apud
Gliessman e Rosemeyer (2010).
Os autores revisaram as conexões atuais entre a Agroecologia e os movimentos
agroalimentares alternativos. Eles chamam a atenção dos leitores alertando que algumas
organizações utilizam a Agroecologia, como um tema chave para alcançarem seus objetivos,
incluindo a Via Campesina, o Movimento dos Trabalhadores sem Terra do Brasil, e o
movimento de “Campesino a Campesino”, de Cuba. Escrevem, ainda, que nos Estados
Unidos existem diferentes graus de interação das organizações com a Agroecologia.
Pelotas - RS, 06 a 08 de julho de 2016
SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
Figura 1. Evolução do conceito de Consumo Responsável
Fonte: adaptado de OCAMPO et al., 2014, p. 298.
Altieri e Toledo (2011) alegam que “the key idea of agroecology is to go beyond
alternative farming practices and to develop agroecosystems with minimal dependence on
high agrochemical and energy inputs. Os autores complementam a ideia dizendo que
“Agroecology is both a science and a set of practices” (ALTIERI e TOLEDO, 2011, p. 588).
Dessa forma, a integração sociedade/natureza é possível e desejável. Sevilla Guzmán
(2002) parte do princípio da natureza social da agroecologia, ele afirma que essa visão se
apoia na ação social coletiva de determinados setores da sociedade civil, vinculados ao
manejo dos recursos naturais, razão pela qual é também sociológica (SEVILLA GUZMÁN,
2002, p. 19).
Então, os GPCR vêm impregnados de ciências, como a Agroecologia, e da prática
agroecológica, de uma produção sustentável, partilhada no seio desses sistemas
socioprodutivos. Qual é a dinâmica desses novos modelos de interação sociedade/natureza? A
Pelotas - RS, 06 a 08 de julho de 2016
SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
teoria dos sistemas pode ajudar a compreender essa dinâmica, que parece pretender romper
com o modelo socioprodutivo globalizado?
O paradigma da complexidade, da Teoria dos Sistemas, pode auxiliar a compreender
processos de interação social, produtiva e ambiental, que ocorrem no elo das relações
sociedade/natureza. A análise de processos de desenvolvimento é complexa e, por essa razão,
requer métodos e teorias capazes de compreender as redes de relações e as trocas existentes
em sistemas socioprodutivos.
Na medida em que a sociedade evoluiu, também evoluíram os paradigmas que tentam
interpretar as realidades urbano/rurais. Deslocamentos importantes estão ocorrendo a todo o
momento. Hoje, as inquietações da academia, na área de Desenvolvimento Rural, não estão
centradas tão somente na questão agrária, mas na questão alimentar e ambiental. O mercado
precisa ser abastecido por alimentos, mas eles devem ter características fundamentais:
qualidade, preço justo e confiabilidade.
Esses atributos vêm acompanhados por uma produção que não deve agredir o
ambiente, como forma de proteção do patrimônio produtivo. Esse patrimônio inclui terra,
água, fauna e flora, que precisam ser respeitadas a fim de preservar a continuidade do
abastecimento da sociedade e a própria vida no planeta.
De acordo com os atributos apresentados, as disciplinas não são capazes, elas mesmas,
de fornecerem as explicações dos fenômenos complexos. Os conhecimentos das várias áreas
se unificaram para tentarem interpretar o elo sociedade/natureza. Não mais a matemática, a
química, a física, a biologia, mas sim, todos os campos disciplinares, agregando a sociologia,
a economia, a antropologia, e muitas outras, a fim de tentarem fornecer explicações e
interpretações dos fenômenos estudados.
Surge um novo modelo de sociedade, ou serão muitos novos modelos diferentes?
Podem surgir padrões?
O consumo aliado a uma reflexão, que inclui um poder de crítica dos aspectos
localizados da sociedade: economia, política, e das instituições envolvidas, de cada país,
região e localidade, podem ter traçados semelhantes, mas certamente existirão aspectos
microlocais diferenciados, que não permitem generalizações de conduta da sociedade.
Canclini (1995), em seu livro sobre a alimentação no contexto contemporâneo, aponta
que a vida privada torna-se o local de um novo tipo de ação política em que o aspecto
politizador se constitui no fato de que o universo pessoal interage com o universo dos
Pelotas - RS, 06 a 08 de julho de 2016
SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
problemas globais. Viver em um mundo globalizado pode significar um consumo reflexivo,
em que o modelo neoliberal não é o único possível.
A teoria dos sistemas pode ser um importante instrumental teórico, e também
metodológico, de caracterização dessas redes dos sistemas sociais. Há uma dinâmica contínua
nesses sistemas, com trocas internas e externas, inputs e outputs, que podem explicar a
reprodução dessa sociedade complexa.
Canclini (1995) acrescenta que:
... el consumo es comprendido, ante todo, por su racionalidad económica. Estudios
de diversas corrientes consideran el consumo como un momento del ciclo de
producción y reproducción social: es el lugar en el que se completa el proceso
iniciado al generar productos, donde se realiza la expansión del capital y se
reproduce la fuerza de trabajo. Desde tal enfoque, no son las necesidades o los
gustos individuales los que determinan qué, cómo y quiénes consumen. Depende de
las grandes estructuras de administración del capital el modo en que se planifica la
distribución de los bienes. Al organizarse para proveer comida, vivienda, traslado y
diversión a los miembros de una sociedad, el sistema económico "piensa" cómo
reproducir la fuerza de trabajo y aumentar las ganancias de los productos
(CANCLINI, 2005, p. 43).
Esse modelo neoliberal de consumo, que prima pelo individualismo e incrementa
desigualdades pode ser contestado. Nestor García Canclini (1995, p. 18) acrescenta, em tom
de pergunta se esse “estilo neoliberal” de globalizar “é único? É o mais satisfatório para
imprimir reestruturações transnacionais da sociedade mundial?”
Para além desse estilo neoliberal globalizado, existe agora um novo papel para a
comida na sociedade, que se relaciona ao conhecimento dos riscos alimentares, do que está
por trás da veiculação de propagandas, exaltando produtos alimentícios. Cabe perguntar qual
seria o teor político, que vai além do conhecimento das substâncias que compõe alimentos,
transformados em mercadorias neoliberais. Portilho, Castañeda e Castro (2011, p. 103)
acrescentam que “o comer torna-se também um ato político e ideológico”. Os autores
continuam argumentando que:
Se o que é considerado perigoso na comida escapa aos sentidos, a confiança em
relação à comida passa a ser abstrata, envolvendo “políticas discursivas” e formas de
construir e organizar o debate público, publicizando, ou silenciando sobre os riscos
(PORTILHO, CASTAÑEDA e CASTRO, 2011, p. 103).
Dessa forma; Portilho, Castañeda e Castro (2011), informam que os riscos de
determinados alimentos podem não estar expostos à população claramente, afinal os aditivos e
corantes alimentares, por exemplo, não são expostos em letras que permitem uma rápida
Pelotas - RS, 06 a 08 de julho de 2016
SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
visualização pelos consumidores. Além disso, mesmo conhecendo o nome desses
ingredientes, muitas vezes, os consumidores não sabem dos seus riscos.
Os movimentos alimentares alternativos surgiram em torno de uma proposta que visa
divulgar um consumo consciente, que inclui o conhecimento dos riscos alimentares. No outro
extremo encontram-se os agricultores que passaram a repensar a forma convencional de
produção. Quais são os resíduos que os produtos agropecuários apresentam, após o período de
carência? Esses agrotóxicos são utilizados adequadamente por esses agricultores?
A conscientização do poder letal, engarrafado em doses controladas, vem também
provocando a reflexão dos agricultores, alguns deles estão migrando para cultivos de base
ecológica, após o conhecimento dos riscos da utilização de agrotóxicos da Agricultura
convencional.
A principal reflexão que surge desse debate: esse risco é sistêmico! Cada agricultor
que produz em sua unidade de produção agrícola é uma célula daquele sistema de produção,
basta que uma dessas células utilize agrotóxicos para haver dúvidas sobre cultivos
agroecológicos, afinal, a água do lençol freático pode sofrer contaminação, além da dispersão
dos venenos pelo ar, solo, etc., figura 2.
Figura 2: Dois sistemas de produção agrícola e unidades de produção agrícola, permeáveis, com trocas
constantes dentro e fora dos sistemas.
Fonte: elaborado pelos autores, 2016.
Pelotas - RS, 06 a 08 de julho de 2016
SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
A produção e consumo reflexivos podem contribuir para novas formas de
globalização, em novas propostas, para além do modelo globalizado de consumo. Modelos
localizados, por meio do conhecimento aprofundado das condições de adaptação climática das
culturas, agroecológicos, podem contribuir para o fortalecimento de propostas de
desenvolvimento sustentáveis. Uma nova economia que inclui solidariedade, reciprocidade,
soberania alimentar, respeito ao planeta e reprodução social, com igualdade.
A teoria dos sistemas, que estuda sistemas complexos, revela-se como uma teoria e
metodologia, ao mesmo tempo, capaz de interpretar a complexidade das redes alimentares
alternativas, verificando as relações sociais, institucionais, econômicas e ambientais
envolvidas. Morin (2000), em seu livro, “Os sete saberes necessários à educação do futuro”,
interpreta o que seria a complexidade, em palavras que podem ser adequadas a vários campos
do conhecimento.
Complexus significa o que foi tecido junto; de fato, há complexidade quando
elementos diferentes são inseparáveis constitutivos do todo (como o econômico, o
político, o sociológico, o psicológico, o afetivo, o mitológico), e há um tecido
interdependente, interativo e inter-retroativo entre o objeto de conhecimento e seu
contexto, as partes e o todo, o todo e as partes, as partes entre si. Por isso, a
complexidade é a união entre a unidade e a multiplicidade (MORIN, 2000, p. 38).
Morin (2000), continua o pensamento dizendo que o conhecimento especializado pode
“extrair um objeto de seu contexto e de seu conjunto,” rejeitando “os laços e as
intercomunicações com seu meio” e conclui que esse modelo “introduz o objeto (de estudo)
em um setor conceitual abstrato que é o da disciplina compartimentada”, dessa forma “as
fronteiras fragmentam arbitrariamente a sistemicidade, relação da parte com o todo, e a
multidimensionalidade dos fenômenos” (MORIN, 2000, p. 41).
Logo, é necessária uma apreciação sistêmica das redes alimentares alternativas, do
ponto de vista da interdisciplinaridade, promovendo assim análises de contexto mais
completas, que privilegiem o entendimento das redes de relações locais do desenvolvimento.
Morin (2000) complementa, com primazia, que não se trata de abandonar o conhecimento
das partes pelo conhecimento das totalidades, nem da análise pela síntese; é preciso conjugá-
las (MORIN, 2000, p.46).
Pelotas - RS, 06 a 08 de julho de 2016
SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
4. Considerações Finais
O tema do consumo de alimentos saudáveis, aliado ao desenvolvimento rural
sustentável, e da saúde, vem ao encontro de uma discussão que vários pesquisadores da
academia vêm construindo. A comida que vai à mesa das populações, os métodos de
produção dos alimentos, os efeitos e riscos de uma alimentação, baseada em cultivos
convencionais, com vasta aplicação de agrotóxicos, são alguns dos temas que merecem
destaque.
Nesse trabalho discutiu-se a inserção de grupos de produção e consumo responsáveis,
em redes alimentares alternativas, como novos modelos de escolha, que vêm impregnados de
reflexões sobre o que se come e dos efeitos dessa alimentação na saúde da população
mundial.
O objetivo central foi discutir a inserção de GPCR como alternativa localizada, que
ocorre simultaneamente ao modelo de globalização alimentar, à luz do conceito da abordagem
de sistemas de produção. Observou-se que os GPCR podem ser alternativas, ao modelo global
neoliberalista vigente, oferecendo novas formas de consumir e produzir, além daquelas com
um foco em alimentos, commodities, que visam lucro. Concentrando um olhar sobre a saúde e
o Desenvolvimento Rural sustentável, economia solidária, e soberania alimentar dos povos do
planeta. E, algumas premissas indicam que essas afirmações podem constituir-se como
verdadeiras.
Em primeiro lugar, a localização presente nesses mercados alternativos, de cadeias
curtas, pode facilitar a preservação da tradição alimentar e propiciar o acesso a alimentos
frescos, livres de agrotóxicos, em sistemas agrícolas, eminentemente agroecológicos.
Segundo, a saúde dos consumidores e agricultores e a reprodução social, de ambos, podem ter
resultados otimizados, principalmente em relação à diminuição das desigualdades sociais,
encontradas a todo o momento, em qualquer parte do planeta. Terceiro, modelos globalizados,
que primam por especialização de culturas, alta concentração de agrotóxicos e altos gastos de
energia, de fontes não renováveis, estão esgotando os meios que podem permitir a
continuidade do abastecimento alimentar mundial então, alternativas a esse condicionamento
mercadológico, são bem vindas. Em quarto lugar, a aproximação entre agricultores e
consumidores é facilitada, promovendo os meios para a prática da solidariedade e
reciprocidade, além de facilitar as relações de produção/consumo, com responsabilidade
compartilhada.
Pelotas - RS, 06 a 08 de julho de 2016
SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
Logo, pode-se estar diante de uma ruptura desse sistema global padronizado, onde as
pessoas reinventam novas formas para se reproduzirem socialmente.
Finalmente, quanto a metodologias e teorias, capazes de elucidar as relações entre os
atores e as características dessas redes estudadas no artigo, constata-se que análises
alicerçadas pela teoria de sistemas podem ser aplicadas. O caráter holístico do sistemismo
garante a interpretação de estudos de cadeias curtas de comercialização, como o caso dos
GPCR.
Então, a continuidade de estudos de cadeias curtas de comercialização, sob o aporte da
teoria dos sistemas, pode ser um bom caminho para enriquecer as pesquisas no campo do
Desenvolvimento Rural.
Referências
ALTIERI, MIGUEL A.; TOLEDO, VICTOR MANUEL. The agroecological revolution in
Latin America: rescuing nature, ensuring food sovereignty and empowering peasants. The
Journal of Peasant Studies, v. 38, n. 3, July, p. 587–612, 2011.
CANCLINI, N. G. Consumidores y ciudadanos: conflictos multiculturales de la
globalización. México: Editorial Grijalbo; 198 p., 1995.
CAPRA, F. A Teia da Vida - Uma Nova Compreensão Científica dos Sistemas Vivos. São
Paulo: Cultrix, 249 p., 1996.
DONNADIEU, G.; DURAND, D.; NEEL, D.; NUNEZ, E.; SAINT-PAUL, L. L'Approche
systémique: de quoi s'agit-il ? Synthèse des travaux du Groupe AFSCET " Diffusion de la
pensée systémique". 11 p., 2003. Disponível em:
http://www.afscet.asso.fr/SystemicApproach.pdf Acesso em: 20 jan 2016.
ESPAÑA. Ministerio de Agricultura, Alimentación y Medio Ambiente. Canales Cortos de
Comercialización en el Sector Agroalimentario. Observatorio de Precios de los Alimentos,
Goberno de España, 185 p., 2012.
FERNÁNDEZ, MARGARITA; GOODALL, KATHERINE, RICHARDS, MERYL; V.
MENDEZ, ERNESTO. Agroecología y Movimientos Agroalimentarios Alternativos en los
Estados Unidos: Hacia un Sistema Agroalimentario Sostenible. Agroecología, v. 8 n. 2, p. 81-
88, 2013.
GLIESSMAN, S; ROSEMEYER, ME. The conversion to sustainable agriculture:
Principles, processes, and practices. New York: CRC Press, 2010.
HENDERSON, E. Keynote for Urgenci (The International Network for Community
Supported Agriculture) Kobe Conference, 2010, “Community Supported Foods and
Farming” February 22nd, 2010. Disponível em: http://urgenci.net/csa-history/ Acesso em: 18
jun 2015.
Pelotas - RS, 06 a 08 de julho de 2016
SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
IDEC. Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. Mapa dos Grupos de Consumo
Responsável no Brasil, 2015. Disponível em: http://www.idec.org.br/ Consultado em: 13 jun
2015.
INSTITUTO KAIRÓS. Consumo como intervenção – Um olhar sobre as experiências de
consumo coletivo no Brasil. São Paulo: 2010. Disponível em: www.institutokairos.net
Consultado em: 28 JUN 2015.
INSTITUTO KAIRÓS; PISTELLI, R. S. S.; MASCARENHAS, T. S. Organização de
Grupos de Consumo Responsável. Série Caminhos para as práticas de consumo
responsável. São Paulo, O Instituto, 2011. Disponível em: www.institutokairos.net
Consultado em: 28 JUN 2015.
INSTITUTO KAIRÓS; BADUE, A. F. B.; CHMIELEWSKA, D. Controle Social na
Alimentação Escolar / Instituto Kairós ; [elaboração de textos] Ana Flávia Borges Badue,
Danuta Chmielewska. -- São Paulo: O Instituto, 2011.
INSTITUTO KAIRÓS; CAPINA (Org.) Práticas de Comercialização: uma proposta de
formação para a economia solidária e agricultura familiar. – São Paulo: O Instituto, 2012.
MORIN, EDGAR. Os sete saberes necessários à educação do futuro / Edgar Morin ;
tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya ; revisão técnica de Edgard de
Assis Carvalho. – 2. ed. – São Paulo: Cortez ; Brasília, DF: UNESCO, 2000.
MORIN E. A necessidade de um pensamento complexo. In: Representação e
Complexidade. Rio de Janeiro: Garamond, p. 69-76, 2003.
OCAMPO, SEBASTIAN DUEÑAS; PERDOMO-ORTIZ, JESÚS; CASTAÑO, LIDA
ESPERANZA VILLA. El concepto de consumo socialmente responsable y su medición. Una
revisión de la literatura. Estudios Gerenciales, v. 30, p. 287–300, 2014.
PORTILHO, Fátima; CASTAÑEDA, Marcelo; CASTRO, Inês Rugani Ribeiro de. A
alimentação no contexto contemporâneo: consumo, ação política e sustentabilidade. Ciência
& Saúde Coletiva, n. 16, v. 1, p. 99-106, 2011.
ROBERTS, JAMES A. Sex Differences in Socially Responsible Consumers' Behavior.
Psychological Reports, v. 73, p. 139-148, 1993.
SANTOS, M. 1992: A Redescoberta da Natureza. Estudos Avançados, v. 6, n. 14, p. 95 –
106, 1992.
SEVILLA GUZMÁN, EDUARDO. A perspectiva sociológica em Agroecologia: uma
sistematização de seus métodos e técnicas. Agroecologia e Desenvolvimento Rural
Sustentável, Porto Alegre, v.3, n.1, p. 18-28, 2002.