Alterações do funcionamento do sistema nervoso

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ALTERAÇÕES DO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA NERVOSO

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ALTERAÇÕES DO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA NERVOSO

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

Conheça os sintomas e aprenda a prevenir o AVC, a primeira causa de morte em Portugal.

O que é?

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma doença neurológica provocada pela diminuição súbita do aporte de sangue a uma determinada região do cérebro. Poderá ter como origem o “entupimento” de uma artéria cerebral, ficando impossibilitada a chegada de sangue a essa região do cérebro (AVC isquémico) ou o “rompimento” de uma artéria (AVC hemorrágico). É uma situação de urgência médica e, em Portugal, é a primeira causa de morte.

Quais os sintomas?

De entre os sintomas que poderão ser causados por um AVC, destacam-se:

Dificuldade, súbita, em mexer uma perna ou braço ou ambos os membros de um dos lados do corpo

Desvio da boca para um dos lados Dificuldade em falar, com início súbito Perda súbita de visão Diminuição da sensibilidade ou sensação de

encortiçamento de uma perna, de um braço ou de ambos os membros de um dos lados do corpo

Como se trata?

Se for um AVC isquémico, e caso o doente não tenha contraindicações para o tratamento, deve fazer-se trombólise (procedimento que visa fragmentar/desfazer o trombo que está a “entupir” a artéria), de modo a permitir o restabelecimento do suprimento sanguíneo ao cérebro, o mais rápido quanto for possível, para evitar sequelas.

Como prevenir a ocorrência de um AVC?

A prevenção do AVC passa por medidas como:

Não fumar Realizar uma alimentação saudável Restrição do sal consumido Atividade física regular Controlo (se necessário com medicamentos)

da tensão arterial Controlo da diabetes

EPILEPSIA

É uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos e se expressa por crises epiléticas repetidas.

Causas

A causa pode ser uma lesão no cérebro, decorrente de uma forte pancada na cabeça, uma infeção (meningite, por exemplo), neuro cisticercose ("ovos de solitária" no cérebro), abuso de bebidas alcoólicas, de drogas etc. Às vezes, algo que ocorreu antes ou durante o parto. Muitas vezes não é possível conhecer as causas que deram origem à epilepsia.

Sintomas de Epilepsia

As crises epiléticas podem se manifestar de diferentes maneiras:

A crise convulsiva é a forma mais conhecida pelas pessoas e é identificada como "ataque epiléptico". Nesse tipo de crise a pessoa pode cair ao chão, apresentar contrações musculares em todo o corpo, mordedura da língua, salivação intensa, respiração ofegante e, às vezes, até urinar.

A crise do tipo "ausência" é conhecida como "desligamentos". A pessoa fica com o olhar fixo, perde contato com o meio por alguns segundos. Por ser de curtíssima duração, muitas vezes não é percebida pelos familiares e/ou professores.

Há um tipo de crise que se manifesta como se a pessoas estivesse "alerta" mas não tem controle de seus atos, fazendo movimentos automaticamente. Durante esses movimentos automáticos involuntários, a pessoa pode ficar mastigando, falando de modo incompreensível ou andando sem direção definida. Em geral, a pessoa não se recorda do que aconteceu quando a crise termina. Esta é chamada de crise parcial complexa.

Tratamento de Epilepsia

O tratamento das epilepsias é feito através de medicamentos que evitam as descargas elétricas cerebrais anormais, que são a origem das crises epilépticas. Acredita-se que pelo menos 25% dos pacientes com epilepsia no Brasil são portadores em estágios mais graves, ou seja, com necessidade do uso de medicamentos por toda a vida, sendo as crises frequentemente incontroláveis e então candidatos a intervenção cirúrgica.

Como proceder durante as crises:

coloque a pessoa deitada de costas, em lugar confortável, retirando de perto objetos com que ela possa se machucar, como pulseiras, relógios, óculos

introduza um pedaço de pano ou um lenço entre os dentes para evitar mordidas na língua

levante o queixo para facilitar a passagem de ar afrouxe as roupas caso a pessoa esteja babando, mantenha-a deitada com a cabeça

voltada para o lado, evitando que ela se sufoque com a própria saliva quando a crise passar, deixe a pessoa descansar verifique se existe pulseira, medalha ou outra identificação médica de

emergência que possa sugerir a causa da convulsão nunca segure a pessoa (deixe-a debater-se) não dê tapas não jogue água sobre ela.

PARKINSON

O que é Parkinson?

Parkinson é uma doença progressiva do sistema neurológico que afeta principalmente o cérebro. Este é um dos principais e mais comuns distúrbios nervosos da terceira idade e é caracterizado, principalmente, por prejudicar a coordenação motora e provocar tremores e dificuldades para caminhar e se movimentar. Não há formas de se prevenir o Parkinson.

Causas

As células nervosas usam uma substância química do cérebro chamada dopamina para ajudar a controlar os movimentos musculares. O Parkinson ocorre quando as células nervosas do cérebro que produzem dopamina são destruídas lenta e progressivamente. Sem a dopamina, as células nervosas dessa parte do cérebro não podem enviar mensagens corretamente. Isso leva à perda da função muscular. O dano piora com o tempo.

A causa exata do desgaste destas células do cérebro é desconhecida, mas os médicos acreditam que uma mistura de fatores possa estar envolvida:

Genética: mutações genéticas específicas podem estar envolvidas nas causas do Parkinson, mas estes casos são raros, acontecem geralmente com membros da família afetados pela doença de Parkinson. No entanto, algumas mutações genéticas parecem aumentar o risco de doença

Meio ambiente: a exposição a determinadas toxinas ou fatores ambientais podem aumentar o risco de doença de Parkinson no futuro, mas o risco é relativamente pequeno.

Fatores de risco

Alguns fatores são considerados de risco para o desenvolvimento do Parkinson. Veja:

Idade: jovens adultos raramente apresentam a doença de Parkinson, pois ela é mais comum em pessoas na terceira idade. O risco do Parkinson aumenta com a idade. As pessoas costumam desenvolver a doença em torno de 60 anos de idade ou mais

Hereditariedade: Ter um parente próximo com a doença de Parkinson aumenta as chances de uma pessoa desenvolver a doença. No entanto, os riscos ainda são pequenos, a menos que a pessoa tenha muitos parentes que apresentem a doença

Gênero: homens são mais propensos a desenvolver a doença de Parkinson do que mulheres

Exposição a toxinas: exposição contínua a herbicidas e pesticidas pode colocar uma pessoa em um risco ligeiramente aumentado de doença de Parkinson.

Sintomas de Parkinson

O Parkinson pode afetar apenas um ou ambos os lados do corpo, e o grau de perda de funções causada pela doença pode variar dependendo do caso.

Os sintomas costumam ser suaves no início, mas como o Parkinson é uma doença progressiva, os sintomas tendem a se agravar com o tempo e a levar a complicações mais sérias. Confira os principais sinais e sintomas da doença:

Diminuição ou desaparecimento de movimentos automáticos (como piscar)

Constipação Dificuldade de engolir Babar Equilíbrio e caminhar comprometidos Falta de expressão no rosto (aparência de máscara) Dores musculares (mialgia) Dificuldade para começar ou continuar o movimento, como começar

a caminhar ou se levantar de uma cadeira Perda da motricidade fina (a letra pode ficar pequena e difícil de ler,

e comer pode se tornar mais difícil)

Movimentos diminuídos Posição inclinada Músculos rígidos (frequentemente começando nas pernas) Tremores que acontecem nos membros em repouso ou ao erguer o braço

ou a perna Tremores que desaparecem durante o movimento Com o tempo, o tremor pode ser visto na cabeça, nos lábios e nos pés Pode piorar com o cansaço, excitação ou estresse Presença de roçamento dos dedos indicador e polegar (como o movimento

de contar dinheiro) Voz para dentro, mais baixa e monótona Ansiedade, estresse e tensão Confusão Demência Depressão Desmaios Alucinações Perda de memória

Diagnóstico de Parkinson

Não existem exames disponíveis para diagnosticar Parkinson. Um neurologista irá diagnosticar a doença com base no histórico médico do paciente e na revisão de seus sinais e sintomas, além de um exame neurológico e físico.

O médico pode, ainda, solicitar alguns exames para descartar outras condições que possam estar causando os sintomas.

Além de exames, o médico pode lhe receitar carbidopa-levodopa, a medicação típica da doença de Parkinson. Melhoras significativas nos sintomas após o início de uso desta medicação, muitas vezes, pode confirmar o diagnóstico de Parkinson.

Às vezes é preciso tempo para diagnosticar a doença de Parkinson. Os médicos podem recomendar consultas de acompanhamento regulares com neurologistas especialistas em distúrbios do movimento para avaliar a condição do paciente e os sintomas ao longo do tempo para, só aí, poderem diagnosticar ou não a doença de Parkinson.

Tratamento de Parkinson

Não há cura conhecida para o Parkinson. O objetivo do tratamento é, prioritariamente, controlar os sintomas. Para isso, são usados basicamente medicamentos. Mas uma cirurgia pode ser necessária em alguns casos.

O médico também poderá recomendar mudanças no estilo de vida do paciente, especialmente a inclusão de exercício aeróbio contínuo no dia a dia da pessoa doente. Em alguns casos, a terapia física também será necessária para melhorar o senso de equilíbrio do paciente.