Alimentos Peletizados e Extrusados

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  EXTRUSÃO E PELETIZAÇÃO DE RAÇÃO COMPLETA:  EFEITOS NO DESEMPENHO,  NA DIGESTIBILIDADE E NO DESENVOLVIMENTO  DAS CÂMARAS GÁSTRICAS DE CABRITOS SAANEN Cecília Maria Costa do Amaral Zootecnista

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EXTRUSÃO E PELETIZAÇÃO DE RAÇÃO 

COMPLETA: EFEITOS NO DESEMPENHO, NA 

DIGESTIBILIDADE E NO DESENVOLVIMENTO DAS 

CÂMARAS GÁSTRICAS DE CABRITOS SAANEN

Cecília Maria Costa do AmaralZootecnista

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 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIASCÂMPUS DE JABOTICABAL

EXTRUSÃO E PELETIZAÇÃO DE RAÇÃO COMPLETA: EFEITOS NO DESEMPENHO, NA DIGESTIBILIDADE E NO 

DESENVOLVIMENTO DAS CÂMARAS GÁSTRICAS DE 

CABRITOS SAANEN

Cecília Maria Costa do Amaral

Orientador: Prof. Dr. Atushi SugoharaCo-orientador: Prof. Dr. Kleber Tomás de Resende

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências  Agrárias e Veterinárias do Câmpus de Jaboticabal -Unesp, para obtenção do título de Mestre em Zootecnia

 Área de concentração em Produção Animal

Jaboticabal - SPMarço - 2002

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II 

DADOS CURRICULARES DO AUTOR

CECÍLIA MARIA COSTA DO AMARAL - nascida na cidade de São Paulo,

em 10 de dezembro de 1972, filha de Maria Cecília Costa do Amaral e Roberto

  Augusto Ciotti do Amaral. Em 1993, ingressou no curso de Zootecnia da

Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal - SP, onde, em

1999, obteve o título de Zootecnista. Em 2000, ingressou no curso de Mestrado da

Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal - Área deConcentração em Produção Animal. Em 2001, foi aceita para ingressar no curso

de Doutorado da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal -

 Área de Concentração em Produção Animal.

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III 

"Aquele que obtém uma vitória sobre os outros é forte, maso que obtém uma vitória sobre si mesmo, é todo-poderoso".

 Lao-tzé

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IV 

Ofereço

" in memorian" 

À minha mãe, Maria Cecília !

Diante dos inúmeros mistérios existentes entre o céu e a

Terra, a única certeza que tenho, é que você sempre esteve

ao meu lado durante essa longa jornada e cito duas palavras

relacionadas a sua pessoa: INIGUALÁVEL E

INSUBSTITUÍVEL, portanto,

ÉS ÚNICA !

 Dedico

Ao meu pai, Roberto !

Dedico esta dissertação realmente a sua pessoa, que durante todos

esses anos foi muito além de pai, fazendo com que uma dupla,

realmente significasse muito mais que UMA FAMÍLIA !

Muito Obrigada por TUDO !

 Agradeço

Ao meu namorado, Daniel !

Pela participação constante em minha vida e incentivo contínuo em

meu trabalho. Estando sempre disposto a ajudar, batalhar e agir,

sem limite de tempo e horário. Atuando como amigo, companheiro

e grande entusiasta.

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AGRADECIMENTOS

 A Deus.

 À Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - Unesp, pela oportunidade

em realizar o curso de mestrado.

  À FAPESP pela liberação dos recursos financeiros e a CAPES pela

concessão da bolsa de estudos.

 Ao Prof. Dr. Atushi Sugohara, que além de orientador revelou-se um grande

amigo. Muito Obrigada!

 Ao Prof. Dr. Kleber Tomás de Resende, pela co-orientação, pelo apoio e por 

gentilmente disponibilizar o Setor de Caprinocultura para condução do

experimento.

 À Profa. Dra. Márcia R. F. Machado pela intensa participação durante todas

as fases da pesquisa, pelo entusiasmo e dedicação constante.

 Ao Doutorando Claudinei Cruz por todos ensinamentos de Morfologia e pelo

intenso trabalho realizado dia-a-dia no Laboratório de Técnicas Morfológicas.

 Aos Profs. Drs. Silvio Doria de Almeida Ribeiro, Paulo de Figueiredo Vieira e

Mauro Dal Secco de Oliveira pelas sugestões apresentadas na defesa e no exame

geral de qualificação.

  Aos amigos que trabalharam com muita atenção e disposição durante os

abates: Morais, Angela, Isabele, Fábio, Ivan, Oba, Bete, Andréa, Fátima, Karina,

Timba e Camila.

  Ao Doutorando Enrique Yáñez pelo auxílio nas correções do trabalho, nosabates e por toda atenção dispensada durante o experimento.

 À Profa. Dra. Jane Maria Bertocco Ezequiel pela amizade e profissionalismo.

 Ao Alexandre Biondi, técnico e companheiro de todas as análises no LANA,

por todo auxílio durante o experimento e dúvidas esclarecidas .

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VI 

 Aos amigos: Rose, Carol, Nívea, Eliana, Marcelo, Luciana, Kléber Augusto,

Djalma, Ana Paula, Gonzaga, Flavião, Rodrigão, Teco, Fabrício e Daniela, pelasatisfação de poder conviver com vocês.

 Aos familiares e "velhos amigos": Maria Augusta F. Lefosse, Célia do Amaral

Megna, Família Ferreira, Maria Luiza l. G. Siqueira, Márcia e Marisa Trevizoli,

Maria Alice Campos, Janete Ricetto, Cristiane C. A. Dias, Sarita M. Bruschi, Ariana

Kassauara, Érika C. Kato e Andréia Brindolan pelo carinho e incentivo constantes.

  Ao Dr. Paulo Cordeiro, Prof. Dr. Marcelo Teixeira Rodrigues, Sr. Luis

Fernando Cardoso e Sr. José Vicente Bonzanini, que disponibilizaram os animais

para realização do experimento.

  À Profa. Dra. Telma Terezinha Berchielli Moreno, em nome da pós-

graduação e aos Professores e funcionários do Depto. de Zootecnia e Anatomia,

pelo incentivo.

  Ao Prof. Dr. Américo G. Silva Sobrinho, por ter disponibilizado os

equipamentos do Setor de Ovinocultura durante realização dos abates.

 Aos funcionários da fábrica de ração, Sandra, Sr. Osvaldo e Fernando pelo

auxílio no processamento das dietas e aos funcionários do Depto. de Anatomia,

D. Marilda, "Cobrinha" e Iara, pela colaboração.

  A todos que, direta ou indiretamente, colaboraram para a realização desse

trabalho.

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VII 

SUMÁRIO 

Página

RESUMO.....................................................................................................XIV

 ABSTRAT.....................................................................................................XV

CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS............................................... 1

Referências bibliográficas..........................................................................6

CAPÍTULO 2 - EXTRUSÃO E PELETIZAÇÃO DE RAÇÃO COMPLETA:

EFEITOS NO DESEMPENHO DE CABRITOS SAANEN

Resumo......................................................................................................11

Introdução...................................................................................................12

Material e Métodos.....................................................................................13

Resultados e Discussão.............................................................................15

Conclusões.................................................................................................18

Referências Bibliográficas..........................................................................18

CAPÍTULO 3 - EXTRUSÃO E PELETIZAÇÃO DE RAÇÃO COMPLETA:

EFEITOS NA DIGESTIBILIDADE APARENTE EM

CABRITOS SAANEN

Resumo......................................................................................................21

Introdução...................................................................................................22

Material e Métodos.....................................................................................23

Resultados e Discussão.............................................................................25

Conclusões.................................................................................................26Referências Bibliográficas..........................................................................26

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VIII 

Página

CAPÍTULO 4 - CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DAS

CÂMARAS GÁSTRICAS DE CABRITOS SAANEN DE

DIVERSAS IDADES, ALIMENTADOS COM RAÇÃO

COMPLETA FARELADA, PELETIZADA E EXTRUSADA

Resumo...........................................................................................................29

Introdução....................................................................................................... 30

Material e Métodos..........................................................................................32

Resultados e Discussão..................................................................................34

1. Aspectos macroscópicos........................................................................34

2. Aspectos microscópicos.........................................................................39

2.1 Rúmen.............................................................................................40

2.1.1 Região dorsal do rúmen.........................................................40

2.1.2 Região média do rúmen.........................................................45

2.1.3 Região ventral do rúmen........................................................48

2.2 Retículo...........................................................................................50

Conclusões ...................................................................................................53

Referências Bibliográficas ............................................................................53

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IX 

LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 01- Composição bromatológica (%MS) das rações

completas farelada (RCF), peletizada (RCP) e extrusada (RCE) ..14

Tabela 02 - Consumo de matéria seca, ganho de peso, conversão alimentar 

e rendimento de carcaça dos animais que receberam rações

completas farelada (RCF), peletizada (RCP) e extrusada (RCE) ..16

Tabela 03 - Composição bromatológica (%MS) das rações

completas farelada (RCF), peletizada (RCP) e extrusada (RCE) ...23

Tabela 04 - Consumo de matéria seca e ganho de peso de animais que

receberam rações completas farelada (RCF), peletizada (RCP)

e extrusada (RCE).........................................................................25

Tabela 05 - Desenvolvimento do rúmen-retículo (%) em relação ao estômago

de caprinos, em função da idade................................................ ...36

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LISTA DE FIGURASPágina

FIGURA 1. Fotografia do rúmen (Ru) e retículo (Re), abertos de um cabritode quarenta e cinco dias de idade, alimentado com raçãocompleta extrusada, evidenciando o saco dorsal do rúmen (D), osaco ventral (V), os pilares ruminais (pi), parte do saco cegodorsal (Sd) e o saco cego ventral (SV)...........................................

 

34

FIGURA 2. Representação gráfica do percentual de desenvolvimento doabomaso em relação ao estômago em cabritos com cinco,quinze, trinta, quarenta e cinco e sessenta dias de idade quereceberam ração completa farelada (RCF); ração completapeletizada (RCP) e ração completa extrusada (RCE)...................

 

35

FIGURA 3. Representação gráfica do desenvolvimento do rúmen emrelação ao estômago de cabritos, em função da idade,alimentados com ração completa farelada (RCF); raçãocompleta peletizada (RCP) e ração completa extrusada (RCE)...

 

36

FIGURA 4. Análise de regressão expressando o desenvolvimento do rúmenem relação ao estômago de cabritos, em função da idade,alimentados com ração completa farelada (RCF); raçãocompleta peletizada (RCP) e ração completa extrusada(RCE).............................................................................................

 

37

FIGURA 5. Fotografia do rúmen de um cabrito de trinta dias de idade onde  já se observa a presença de papilas pouco definidas em suamucosa (→)...................................................................................

 

38

FIGURA 6. Fotografia da face interna do rúmem-retículo de cabritos com

quarenta e cinco dias de idade, os quais receberam raçãocompleta farelada (A), ração completa extrusada (B) e raçãocompleta peletizada (C). Observar a diferença na coloração damucosa..........................................................................................

 

38

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XI 

FIGURA 7. Fotografia do retículo e do omaso de um cabrito de trinta dias deidade, alimentado com ração completa peletizada, indicando omenor tamanho do omaso (B) em relação ao retículo (A)............

 

39

FIGURA 8. Fotomicrografia da região dorsal do rúmen de cabrito com cincodias de idade (A) e 15 dias de idade (B). Em (A) observa-se aspapilas ruminais (P) pouco desenvolvidas, apresentandopequena quantidade de queratina em seu epitélio (→), tambémse evidencia a camada submucosa (S) e a camada muscular circular interna (M). Em (B) a papila ruminal (P) apresenta-se umpouco mais desenvolvida, embora a presença de queratina (→)em seu epitélio ainda é escassa. Paraplast, P.A.S., 100X .............

 

41

FIGURA 9. Fotomicrografia da região dorsal do rúmen de cabrito com trintadias de idade que recebeu ração completa peletizada,evidenciando a presença de queratina no epitélio de sua papilaruminal (→) Paraplast, P.A.S., 400X...............................................

 42

FIGURA 10. Fotomicrografia da região dorsal do rúmen de cabritos comtrinta dias de idade que receberam ração completa farelada (A);ração completa peletizada (B) e ração completa extrusada (C).,destacando nesta idade, aumento na dimensão das papilas (P)

e uma maior queratinização do epitélio das papilas ruminais dosanimais que receberam ração completa peletizada e extrusada(→). (A): Paraplast, H.E., 100X; (B): Paraplast, H.S., 100X; (C):Paraplast, P.A S., 100X.................................................................

 43

FIGURA 11. Fotomicrografia da região dorsal do rúmen de cabritos comquarenta e cinco dias de idade que receberam ração completafarelada (A), ração completa peletizada (B) e ração completaextrusada (C), evidenciando o aumento da altura das papilasem (B) (→) . (A): Paraplast, PAS., 40X; (B): Paraplast, H.S.,40X., (C): Paraplast, H.S., 40X......................................................

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XII 

FIGURA 12. Fotomicrografia da região dorsal do rúmen de cabritos comsessenta dias de idade que receberam ração completafarelada (A), ração completa peletizada (B) e ração completaextrusada (C), observou-se papilas ruminais maisdesenvolvidas em (B); papilas de tamanho intermediário em(C) e papilas menos desenvolvidas em (A). Em (A) pode-seobservar a estrutura histológica da região, onde se evidenciauma papila ruminal revestida por epitélio estratificadopavimentoso (E) queratinizado (→); a lâmina própria damucosa (L), a camada submucosa com tecido conjuntivo (C),no qual se verifica a camada muscular (M). Paraplast, H.S,100X............................................................................................

 46

FIGURA 13. Fotomicrografia da região média do rúmen de cabritos comtrinta dias de idade que receberam ração completa farelada(A), ração completa peletizada (B) e ração completa extrusada(C), observou-se papilas ruminais mais desenvolvidas em (B);papilas de tamanho intermediário em (C) e papilas menosdesenvolvidas em (A). Nota-se a presença de queratinarecobrindo o epitélio (→). (A): Paraplast, P.A.S., 100X; (B):Paraplast, H.S., 100X; (C): Paraplast, H.E. 100X.......................

 47

FIGURA 14. Fotomicrografia da região média do rúmen de cabritos comtrinta (A) e quarenta e cinco (B) dias de idade que receberamração completa peletizada, salientando as semelhanças naaltura das papilas e na quantidade de queratina recobrindo oepitélio (→). Em (A) pode ser observada a camada circular interna da túnica muscular (M). Paraplast, H.S, 100X..............

 50

FIGURA 15. Fotomicrografia da região ventral do rúmen de um cabrito

com sessenta dias de idade que recebeu ração completapeletizada, indicando o reduzido desenvolvimento das papilasruminais (→). Paraplast, P.A.S. 100X.......................................

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XIII 

FIGURA 16. Fotomicrografia da região média do retículo de cabrito comtrinta e sessenta dias de idade (A) e (B) que receberam raçãocompleta processada. Em (A) se observa a presença depregas já queratinizadas (→) .Em (B) as pregas estão bemdesenvolvidas e há maior queratinização (→).( A): Paraplast,H.S, 100X. (B) Paraplast, H.E, 100X.........................................

 54

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XIV 

EXTRUSÃO E PELETIZAÇÃO DE RAÇÃO COMPLETA: EFEITOS NO 

DESEMPENHO, NA DIGESTIBILIDADE E NO DESENVOLVIMENTO DAS 

CÂMARAS GÁSTRICAS DE CABRITOS SAANEN

RESUMO - O objetivo do experimento foi avaliar o efeito do processamento

de ração completa no desempenho, na digestibilidade e no desenvolvimento dascâmaras gástricas de cabritos Saanen. Para o ensaio de desempenho e

digestibilidade, foram utilizados quinze cabritos, distribuídos em três tratamentos

(ração completa farelada, peletizada e extrusada). O delineamento utilizado foi

inteiramente casualizado. Valores de rendimento de carcaça, conversão alimentar 

(CA) e digestibilidade da MS, PB, EE e energia não diferiram (P>0,05), entretanto,

quanto a CA pós-desaleitamento, ganho de peso e consumo de matéria seca, o

tratamento peletizado proporcionou melhores resultados (P<0,05). Coeficientes de

digestibilidade de FDN e FDA diferiram (P<0,05) entre os tratamentos. Para

realização das análises microscópicas, foram abatidos três animais (e para as

análises macroscópicas, quatro animais) com cinco, quinze, trinta, quarenta e

cinco e sessenta dias de idade, de cada tratamento e colhidas amostras da região

dorsal, média e ventral do rúmen e retículo, onde se observou que em animais que

ingeriram ração completa peletizada e extrusada, o desenvolvimento

ruminoreticular foi melhor em relação aos animais que foram alimentados com

ração completa farelada e dentre os três tratamentos testados, a peletização

promoveu melhores resultados. Com relação as análises de desempenho, a ração

completa peletizada promoveu melhores resultados na performance dos animais e

quanto ao ensaio de digestibilidade, os processamentos afetaram os valores dos

coeficientes de digestibilidade das frações FDN e FDA.

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XV 

Palavras-Chave: alimentação, caprinos, histologia, morfologia, nutrição, rúmen

EXTRUSION AND PELLETING OF THE TOTAL RATION: EFFECTS ON

PERFORMANCE, ON DIGESTIBILITY AND ON GASTRIC CAMERAS

DEVELOPMENT IN SAANEN KIDS

ABSTRACT - The aim of the study was to evaluate the ration total

processing on performance, on digestibility and gastric cameras development of 

goat kids Saanen at differents ages. It were used fifteen goat kids distributed in

three treatments (total ration ground, extruded and pelleted). The experimental

design was the completly randomized. Dressing percentage, conversion of feed

and DM, CP, EE and energy digestibility were nonsignificant (P>0,05) among

treatments, but the conversion of feed after weaning, weight gain and intake dry

matter, were higher (P<0,05) on the pelleted ration. NDF and ADF digestibility,

were significants (P<0,05) among the treatments. To the histology analysis, were

slaughtered three animals each treatment and the samples were collect on the

dorsal, medium and ventral rumen region and the reticulum and the results showed

that in animals intaking pelleted and extruded ration, the rumen-reticulum

development was higher (P<0,05) than on ground total ration, but the best

treatment was the pelleted total ration. To the performance analysis, the pelleted

ration showed better results in the animal performance and on digestibility the

processings changed NDF and ADF digestibility.

Key-words: feeding, goats, histology, morfology, nutrition, rumen

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CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS

O estudo de alimentos na nutrição de cabritos torna-se imprescindível

dentro de um sistema de produção. Para melhorar a utilização de uma dieta é

necessário estudar detalhadamente as propriedades nutricionais e o efeito das

mesmas no processo metabólico do animal.

Diversos tratamentos químicos e físicos (tais como extrusão e peletização)

são utilizados no processamento de rações, com o objetivo de incrementar a

eficiência de sua utilização, aproveitando melhor o potencial do animal.

Extrusão é um processo de cozimento à alta pressão, umidade e

temperatura, em curto espaço de tempo. Este conjunto de fatores distinguem a

extrusão de outros tratamentos utilizados no processamento de dietas

(O’CONNOR, 1987) tais como peletização, floculação ou tostagem.

Segundo ANDRIGUETO et al. (1981), as rações e matérias-primas

extrusadas promoveram aumento de peso e eficiência alimentar em animais e, em

alguns casos, melhoraram significativamente a palatabilidade dos ingredientes ou

rações.

O amido é o principal componente energético dos grãos de cereais (55 a

77%) e no processo de extrusão, devido a suas características, contribui na

expansão e coesão do produto final, além de ser gelatinizado (HARMANN e

HARPER, 1974) a uma temperatura de 50 a 80°C, quando o amido torna-se

solúvel (tanto em água fria como em água quente) absorvendo grande quantidadede água (BATAGLIA, 1990; GOELEMA, 1999), o que resulta em melhor digestão

enzimática devido a maior facilidade para absorção das enzimas (MELLO JR.,

1991). A melhoria na utilização do amido é dependente dos métodos de

processamento, das fontes de amido utilizadas e da espécie animal (THEURER,

1986).

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 As barreiras físicas para a digestão do amido incluem a cutícula da semente,

a matriz proteica que envolve os grânulos de amido e a baixa solubilidade doamido, por si só. Alguns processos como a trituração, por exemplo, rompem a

cutícula mas, normalmente, têm pouco efeito sobre a matriz proteica que envolve

o amido ou sobre sua solubilidade. A utilização mais completa do amido requer um

maior grau de rompimento do grânulo de amido, que pode ser obtido através do

processamento à vapor apropriado. Os tratamentos que envolvem umidade, calor 

e pressão causam o rompimento da matriz proteica que recobre e encapsula o

grânulo de amido e aumentam a sua eficiência de utilização (OWENS, 1986).

Segundo THOMAS et al. (1998), o principal fator que contribui para

mudanças do amido é o vapor. Aumentando-se a pressão de vapor, aumenta-se o

grau de gelatinização do amido e, com tempo maior de permanência da mistura no

canhão, ocasiona-se melhor absorção da umidade e aumento no tamanho da

partícula do amido, devido à dilatação pela hidratação.

Durante o processo de extrusão, ocorre desnaturação proteica, um conjunto

de alterações na conformação da molécula, provocando modificações

relacionadas à tecnologia de alimentos (GOMES e AGUILERA, 1984; NETO,

1992; ARAÚJO, 1999). A proteína desnaturada é mais sensível à hidrólise pelas

enzimas proteolíticas e, em muitos casos à sua digestibilidade e utilização

aumentam (ARAÚJO, 1999). Esse processo é benéfico para os alimentos, quando

provoca uma desnaturação parcial na molécula protéica.

  A utilização da pressão na extrusão faz com que este processo apresente

algumas vantagens em relação aos demais tipos de processos, tais como: inibição

de fatores antinutricionais; minimização das reações de Maillard, devidobrevíssimo tempo de retenção dentro do extrusor (BATAGLIA, 1990);

retardamento na rancificação das gorduras (PABLOS, 1986; HERKELMAN, 1990)

aumento na digestibilidade do óleo por tornar-se mais disponível para os animais

(SAKOMURA, 1996) e diminuição nas perdas de vitaminas, principalmente as

lipossolúveis (NETO, 1992).

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Complexos de lipídios com amilose podem ser formados durante o

processamento de alimentos, incluindo a extrusão (BHATNAGAR e HANNA,1994). A formação do complexo amilose-lipídio reduz a extração de lipídios por 

éter de materiais extrusados, e vários autores têm reportado decréscimo na

extração de gordura após a extrusão. DELORT-LAVAL e MECIER (1976)

encontraram que somente 40-55% dos lipídios presentes em materiais fibrosos

puderam ser extraídos com éter dietílico após a extrusão.

NIERLE (1980), usando diferentes solventes, obteve em média 40% de

extração da gordura original do milho extrusado. BJÖRCK (1984) e ASP e

BJÖRCK (1984) reportaram baixo conteúdo de gordura aparente após extração

com hexano, mas a recuperação total em ingredientes fibrosos, deu-se quando a

hidrólise ácida precedeu a extração de gordura. MAGA (1978) por outro lado,

recuperou 15% a menos em relação ao conteúdo de gordura original do alimento

extrusado, após a hidrólise ácida.

Os efeitos da peletização em alimentos volumosos são: aumento da

aceitabilidade pelo animal promovendo aumento de consumo e diminuição na

digestibilidade (Minson, 1962 citado por GREENHALGH e REID, 1973).

 A peletização torna o alimento mais denso (apresentando facilidades para o

transporte), reduz a seletividade e segregação dos ingredientes, destrói

organismos patogênicos e torna o alimento mais palatável, reduzindo partículas de

pó presentes no mesmo, facilitando a ingestão (BEHNKE, 1996).

DOZIER (2001), citou como vantagens da peletização a redução da

seletividade entre ingredientes da ração, menor energia dispendida para o

consumo de alimentos, redução de perdas e facilidade quanto ao manejo.  A fase de aleitamento em animais ruminantes é um estágio de transição

entre o nascimento e a desmama ou entre o estágio de pré-ruminação para

ruminação. A freqüência, a quantidade ou o tipo de aleitamento irá influenciar no

crescimento e no desenvolvimento ruminal dos cabritos. Taxa de crescimento

animal máxima pode ser obtida através do fornecimento de leite à vontade, mas,

nesse caso, o desenvolvimento precoce das funções ruminais será atrasado.

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 Assim, para que ocorra taxa de crescimento máximo e desenvolvimento precoce

das funções ruminais, é necessário um programa de desmama eficiente (LU ePOTCHOIBA, 1988).

  A desmama precoce aos trinta e cinco dias de idade, quando os animais

estão ingerindo pelo menos trinta gramas de matéria seca diariamente, tem obtido

sucesso na criação de cabritos. Então, o choque da desmama será reduzido e

ocorrerá um desenvolvimento precoce do rúmen-retículo como resultado da

ingestão de sólidos (MORAND-FEHR, 1981).

  Animais desmamados com sete semanas de idade apresentaram um leve

decréscimo no crescimento, quando comparados com aqueles desmamados com

três semanas de idade, os quais demonstraram um severo choque neste período

(MORAND-FEHR e SAUVANT, 1976). Cabritos podem ser desmamados com

quatro semanas de idade, mas TEH et al. (1984), indicaram que desmama com

oito semanas foi considerada ótima. Opstvedt (1969), citado por LU e

POTCHOIBA (1988), verificaram que animais desmamados com quatro a seis

semanas exibiram ganho de peso semelhante após cinco meses de idade. O

choque na desmama foi mais severo com quatro semanas, entretanto, o

crescimento compensatório recuperou essa perda de peso temporária da

desmama.

RAMOS et al. (2001), avaliando três idades de desaleitamento (56, 70 e 84

dias), obtiveram que os animais desaleitados aos cinqüenta e seis dias de idade

apresentaram maior percentual volumétrico e de peso para o rúmen e menor para

o abomaso, bem como maior desenvolvimento das papilas e da camada muscular 

do epitélio ruminal do que os animais desaleitados mais tardiamente, ressaltandoa importância da ingestão de alimentos sólidos para estimular o desenvolvimento

do estômago, papilas e da mucosa.

  A substituição do leite de cabra por alimento sólido, na fase de cria do

cabrito, resulta na redução de custos de criação em função do valor do leite deste

animal na alimentação humana, tanto "in natura" como industrializado. A inclusão

de sucedâneos de produtos de origem vegetal na alimentação de pré-ruminantes

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tem aumentado nas duas últimas décadas em razão do menor preço das

proteínas alternativas (ROY, 1980; TOULLEC, 1980; SISSONS, 1982).  A nutrição abrange reações químicas e processos fisiológicos que

transformam os alimentos em atividades e tecidos orgânicos. Ela engloba a

ingestão e absorção de nutrientes diversos, seu transporte a todas a células do

organismo e a remoção de produtos não utilizáveis pelo organismo (MAYNARD

et al., 1984).

Morfologicamente, o estômago de ruminantes é composto por quatro

câmaras distintas: rúmen, retículo, omaso e abomaso. As primeiras três câmaras

são coletivamente denominadas pré-estômagos, os quais estão revestidos por 

epitélio pavimentoso estratificado e aglandular. A quarta câmara, o abomaso, é a

parte glandular deste estômago e assemelha-se ao estômago simples das demais

espécies domésticas (FRANDSON, 1979; HABEL, 1981; DELLMANN e BROWN,

1982; CHURCH, 1993; BANKS, 1992).

O estudo do metabolismo do epitélio ruminal pode facilitar a criação de

estratégias alimentares para animais pré-ruminantes, pois, compreendendo o

efeito da forma física e composição do alimento, neste, é possível explorar dietas

que obtenham respostas benéficas aos tecidos, proporcionando vantagens

relacionadas ao desempenho animal (BALDWIN, 1998). Tal epitélio é responsável

por funções fisiologicamente importantes tais como: absorção, metabolismo dos

 AGVs e proteção (DELLMANN e BROWN, 1982; GÁLFI et al., 1991).

 A peletização e a extrusão podem alterar a qualidade de uma ração completa

farelada, notadamente para cabritos na interface monogástrico/ruminante. Desta

forma, procurou-se avaliar os efeitos desses processos, no desempenho, nadigestibilidade, e nas características morfológicas das câmaras gástricas, com

ênfase ao rúmen-retículo, de cabritos Saanen.

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EXTRUSÃO E PELETIZAÇÃO DE RAÇÃO COMPLETA: EFEITOS 

NO DESEMPENHO DE CABRITOS SAANEN

RESUMO  - O trabalho foi realizado na Faculdade de Ciências Agrárias e

Veterinárias - Unesp/Jaboticabal, S.P., com o objetivo de avaliar o efeito do

processamento de rações no desempenho de ruminantes. Foram utilizados quinze

cabritos Saanen, recém-nascidos, distribuídos num delineamento inteiramente

casualizado, com três tratamentos (ração completa farelada, peletizada e

extrusada) e cinco repetições. Os animais receberam sucedâneo à base de soro

de leite, lipídeos de origem animal e vegetal e proteínas isoladas de soja e trigo e

foram desaleitados com quarenta e seis dias de idade. As rações começaram a

ser oferecidas aos animais com quinze dias de idade e foram compostas de 40%

volumoso e 60 % concentrado. O abate foi realizado quando os animais atingiram

sessenta dias de idade. Foram analisados ganho de peso (GP), consumo de

matéria seca (CMS), conversão alimentar (CA) e rendimento de carcaça (RC). Os

resultados de CA no período de aleitamento não diferiram (P>0,05) entre os três

tratamentos, entretanto, quanto a CA pós-desaleitamento, o ganho de peso e o

consumo de matéria seca, o tratamento peletizado proporcionou melhores

resultados (P<0,05). O melhor desempenho foi obtido com o processo de

peletização, principalmente quanto ao peso final dos animais.

Palavras-Chave: caprinos, conversão alimentar, ganho de peso,processamento, rendimento de carcaça, ruminantes

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CAPÍTULO  2  -  EXTRUSÃO  E  PELETIZAÇÃO  DE  RAÇÃO  COMPLETA: 

EFEITOS NO DESEMPENHO DE CABRITOS SAANEN 

Introdução

Com a otimização dos sistemas de produção, além da obtenção do lucro

mediante a venda do leite, uma opção de renda adicional para o produtor, é a

comercialização de cabritos jovens para o abate. Para que esse sistema

apresente resultados positivos, os animais devem ser abatidos precocemente

(BUENO et al.,1997), pois, segundo COLOMER-ROCHER (1987) a produção

eficiente de carne caprina é fundamentada no sistema em que animais, em curto

espaço de tempo e pequeno custo, produzam carcaças que possam ser 

comercializadas a preços elevados.

Diversos tratamentos químicos e físicos (tais como extrusão e peletização)

são utilizados no processamento de rações, com o objetivo de incrementar a

eficiência de utilização de uma dieta, aproveitando melhor o potencial do animal. A alimentação em sistemas intensivos de produção representa 55 até 75%

dos custos totais de produção (HADJIPANAYIOTOU, 1987) e para obter 

crescimento rápido para atingir a fase reprodutiva, o cabrito necessita de ganho

médio diário de 120 g nos primeiros cinco meses.

O fornecimento de rações completas aos animais favorece uma relação

volumoso:concentrado mais adequada, evitando que o animal estabeleça

proporção indesejada entre os alimentos. Observações experimentais indicaram

que a utilização de ração total aumentou em até 20% o consumo voluntário e,

consequentemente, o ganho de peso corporal em vacas em lactação (FARIA,

1993).

Diante do exposto, o estudo de alternativas alimentares na dieta de cabritos

e seus efeitos sobre o desempenho são importantes. Assim, o objetivo deste

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trabalho foi avaliar o efeito do processamento de rações, sobre o consumo e

desempenho de cabritos jovens.

MATERIAL E MÉTODOS 

O trabalho foi realizado na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias -

Unesp/Jaboticabal, SP.

Foram utilizados quinze cabritos inteiros da raça Saanen, com peso médio

de 3,5±0,5 kg, os quais foram distribuídos nos seguintes tratamentos: ração

completa farelada (RCF), ração completa peletizada (RCP) e ração completa

extrusada (RCE). Os animais permaneceram no experimento até sessenta dias de

idade, sendo abatidos nesta idade.

Os cabritos foram separados das mães imediatamente após o parto e

receberam colostro de vaca à vontade até o terceiro dia de vida. A partir do quarto

dia, foi oferecido sucedâneo de leite 1 (96,5% matéria seca, 21% proteína bruta,

15,5% extrato etéreo, 47% lactose e 9,7% matéria mineral) à base de soro de

leite, lipídeos de origem animal e vegetal e proteínas isoladas de soja e trigo,

aquecido e fornecido em mamadeiras, duas vezes ao dia, perfazendo um total de

1,5 litros por dia, até trinta dias de idade. Do 31° até o 40° dia, 1,5 litros de

sucedâneo, somente à tarde (para estimular a ingestão da ração), e no 41° dia de

vida, passaram a receber somente a metade e foram desaleitados com quarenta e

seis dias de idade.

 A partir do 15° dia de idade os animais tinham à disposição ração composta

de feno da parte aérea do milho (40%), milho grão moído (29,26%), farelo de soja(21,82%), melaço (4,84%), óleo de soja (0,91%), calcário calcítico (0,90%) e

núcleo mineral (2,27%), apresentando composição bromatológica de acordo com

a (Tabela 01). A ração completa foi balanceada de acordo com AFRC (1998) para

suprir as exigências da categoria em estudo e para um ganho de 150 gramas/dia.

 ___________________________ 1 - Sprayfo Blue ® - Sloten do Brasil

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Tabela 01. Composição bromatológica (% MS) das rações completas farelada (RCF), peletizada(RCP) e extrusada (RCE)

TratamentosParâmetros% RCF RCP RCE

PB 16,58 16,93 16,47EE 4,09 3,56 2,12EE * 8,92 9,13 8,57FDN 34,54 27,78 32,03FDA 19,89 20,33 18,39Cinzas 7,03 7,27 7,24EE* = determinação realizada mediante hidrólise ácida

O feno da parte aérea do milho foi obtido com o corte da planta, no ponto de

ensilagem, com máquina segadora e picadora, sendo espalhado em local isento

de umidade e seco ao sol durante três dias (cobrindo o mesmo com lona plástica

durante a noite); então foi moído (3 mm), ensacado e armazenado até a sua

utilização (quando foi homogeneizado em misturador horizontal aos outros

ingredientes da ração).

  A ração completa controle (farelada) foi apenas moída e misturada, sendo

oferecida aos animais na forma farelada. A mesma ração completa foi extrusada

em extrusora (marca EXTRUCENTER), com rosca simples, com injeção de vapor 

e capacidade de processamento de 250 kg/hora. Quanto à peletização, esta foi

realizada em equipamento marca CALIBRÁS, com capacidade de processamento

de 300 kg/hora.

 A alimentação à vontade foi oferecida, diariamente, às 8 horas da manhã e

foram calculadas sobras em torno de 10% do oferecido.

Os animais permaneceram alojados em baias individuais, com piso ripado,com comedouros individuais e bebedouros para cada dois animais, durante toda

fase experimental.

Para avaliar as rações foram efetuadas análises de matéria seca (MS),

proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra detergente neutro (FDN) e fibra

detergente ácido (FDA) de acordo com SILVA (1998). Uma vez que a literatura

cita a necessidade de efetuar análise de lipídeos por meio da utilização de

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hidrólise ácida em produtos extrusados, foi realizada tal análise para os três

tratamentos, segundo COMPÊNDIO Brasileiro de Alimentação Animal (1998).Os parâmetros analisados durante o experimento foram: consumo de

matéria seca (CMS), ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA) e rendimento

de carcaça (RC). Para tanto, os animais foram pesados ao nascer e;

semanalmente, pela manhã, antes de ser fornecida a alimentação. O consumo de

alimentos nos três tratamentos foi controlado diariamente, pesando-se a

quantidade fornecida e a sobra, até o final do período experimental.

O índice de conversão alimentar foi obtido pela relação entre o consumo

total de matéria seca pelo ganho de peso em cada unidade experimental.

No final do experimento, os animais foram submetidos ao jejum de sólidos

por 24 horas e de água por 16 horas, determinando o peso em jejum e foram

abatidos.

 Após o abate, efetuou-se a evisceração e, em seguida, pesou-se a carcaça

quente para determinação do rendimento de carcaça quente. Após resfriamento

em câmara fria a 4°C, durante 24 horas, obteve-se o peso de carcaça fria, visando

determinar o rendimento de carcaça comercial, que é a relação entre o peso de

carcaça fria e o peso em jejum.

O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, com três tratamentos

e cinco repetições. As médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de

5% de probabilidade. 

RESULTADOS E DISCUSSÃO 

Os pesos vivos iniciais (Tabela 02) dos cabritos não diferiram (P<0,05)

possibilitando um início experimental em condições adequadas.

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Tabela 02. Consumo de matéria seca (CMS), ganho de peso, conversão alimentar (CA) e

rendimento de carcaças em animais que receberam rações completas farelada (RCF),peletizada (RCP) e extrusada (RCE)

TratamentosParâmetrosRCF RCP RCE

CV (%)

Peso inicial (g) 3400,0 a 3400,0 a 3600,0 a 10,18Peso final (g) 9000,0 b 13200,0 a 10400,0 b 10,78CMS aleitamento (g) 7500,0 b 10000,0 a 8000,0 b 9,50CMS pós- desaleitamento (g) 8700,0 b 10500,0 a 8080,0 b 10,10GP aleitamento (g) 3600,0 b 6000,0 a 4400,0 b 8,91GP pós-desaleitamento (g) 2000,0 b 3800,0 a 2400,0 b 9,15CA aleitamento (g/g) 2,0 a 1,7 a 1,8 a 11,20

CA pós - desaleitamento (g/g) 4,3a

2,7c

3,4b

13,52RC quente (%) 48,9 a 49,7 a 47,3 a 5,88

RC comercial (%) 46,6 a 46,9 a 44,3 a 5,23a,b Médias com letras diferentes, na mesma linha, diferem significativamente pelo teste de Tukey (P<0,05).

Considerando o período de aleitamento e pós desaleitamento, ocorreram

maiores consumo de MS (P<0,05) no tratamento RCP em relação aos demais,

provavelmente devido a maior densidade desta ração. Assim, o processo de

peletização promoveu um aumento médio de 26% no CMS em relação a RCF.

Dado próximo ao obtido por BUCHMAN e HENKEN (1964), onde a peletizaçãopromoveu aumento de CMS em 28% para ovinos e menor em relação a

GREENHALGH e REID (1973), que obtiveram 45% de aumento no CMS com o

processo de peletização, testando feno, forragem e mistura de volumoso e

concentrado in natura e peletizados, em ovinos.

Não houve diferenças (P>0,05) entre o CMS no RCE e RCF. Diferentemente,

SHABI et al. (1999) encontraram maior ingestão de MS no milho extrusado em

relação ao moído, fornecido para vacas Holstein.

O ganho de peso nos dois períodos estudados foi maior (P<0,05) para os

animais que ingeriram RCP, em relação as demais rações, devido principalmente

a maior ingestão da mesma. O que promoveu um aumento médio de 47% no peso

final dos animais, em relação aos que receberam RCF.

O peso a desmama para animais que receberam ração completa peletizada,

foi de 9,4 kg significando um ganho médio diário de 133 g que foi similar ao

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encontrado por TEH et al. (1984), onde os animais desmamados com seis

semanas atingiram 9,9 kg de peso vivo à desmama e ganho diário de 126 g,ingerindo 55,2 kg de leite durante todo o aleitamento.

 Após o desaleitamento, os ganhos diários médios foram de 133, 253 e 160 g

respectivamente para RCF, RCP e RCE, próximos aos obtidos por 

HADJIPANAYIOTOU (1987), que estiveram entre 142 e 156 g, em cabritos

recebendo dieta composta por alfafa e concentrado peletizados fornecidos à

vontade e aos de PALMA e GALINA (1995), que obtiveram valores entre

98-137 g/dia, trabalhando com cabritos alimentados com feno de alfafa e

concentrado (18% PB). No entanto, os dados obtidos no presente estudo, foram

maiores do que os publicados por THAMSBORG (1994) que testou concentrado

ou alfafa peletizada para cabritos e obteve ganho médio diários de 111g.

Os dados de conversão alimentar, calculados durante o período de

aleitamento, apresentaram melhores resultados em relação aos obtidos no

período pós-desaleitamento, uma vez que a eficiência de utilização da matéria

seca do leite é superior à da dieta sólida.

No período de aleitamento, os dados de conversão alimentar foram em

média de 1,8, valor semelhante ao obtido por PRADO et al. (1993) que

trabalharam com cabritos 1/2 sangue Saanen e Anglo-nubianos filhos de cabras

SRD, aos 56 dias de idade.

O fornecimento de ração peletizada e extrusada melhorou 38% e 20% a

conversão alimentar, respectivamente, no período pós-desaleitamento.

  A conversão alimentar do tratamento RCP, no período pós-desaleitamento

foi de 2,7, semelhante ao obtido por YÁÑEZ et al. (2001a) avaliando cabritosSaanen, abatidos aos 76,4 dias de idade com 16,5 kg de peso vivo e alimentados

com feno de parte aérea de milho.

Os resultados de rendimento de carcaça (RC), que foram similares entre os

tratamentos e em média 48,6%, estiveram próximos aos obtidos por MANFREDINI

et al. (1988) que obtiveram rendimento de carcaça de 49,7% (com cabritos

abatidos aos 53 dias de idade), aos de PRADO et al. (1993), que obtiveram 46,7%

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18 

e YÁÑEZ et al. (2001b) de aproximadamente 43,7% de RC comercial, quando

avaliaram cabritos Saanen, alimentados com feno de milho e concentrado avontade e abatidos aos 21 kg .

Observou-se, também, que a perda média de peso durante o resfriamento

representou 5,5% da carcaça quente. Valor maior que o obtido por RESENDE

(1989), que foi em média 3,7%, avaliando o RC de cabritos com 5 kg de peso vivo,

e também maiores que os obtidos por GIBB et al. (1993), com 1,1%, em animais

British Saanen, abatidos com 28 kg de PV aos 5 meses de idade.

Conclusão

O melhor desempenho animal foi obtido com o processo de peletização,

principalmente quanto ao ganho de peso total, consumo de matéria seca e

conversão alimentar no período pós-desaleitamento.

Referências bibliográficas

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EXTRUSÃO E PELETIZAÇÃO DE RAÇÃO COMPLETA: EFEITOS NADIGESTIBILIDADE APARENTE EM CABRITOS SAANEN

RESUMO - O trabalho foi conduzido na Faculdade de Ciências Agrárias e

Veterinárias - Unesp/Jaboticabal, S.P., com o objetivo de avaliar o efeito do

processamento de rações na digestibilidade das frações MS, PB, EE, FDN, FDA e

energia. Foram utilizados quinze cabritos Saanen, com peso médio inicial de nove

quilos, distribuídos num delineamento inteiramente casualizado com três

tratamentos (ração completa farelada, peletizada e extrusada) e cinco repetições.

  A ração foi composta de 40% de volumoso e 60% de concentrado. Os animais

foram alojados em gaiolas de metabolismo. Analisaram-se amostras de ração, e

de fezes obtidas em intervalos de 24 horas. Foram adotados cinco dias de

adaptação e cinco dias de colheita. Os resultados demonstraram que os

coeficientes de digestibilidade da MS, PB, EE e energia não diferiram (P>0,05),

entretanto, quanto a FDN e FDA, diferiram (P<0,05) entre os tratamentos.

Concluindo que para ração completa, onde os ingredientes são volumosos e

concentrados, a peletização e a extrusão, não afetaram os coeficientes de

digestibilidade aparente das frações MS, PB, EE e energia do alimento, entretanto,

os processamentos afetaram as frações FDN e FDA.

Palavras-Chave: alimentação, caprinos, FDA, FDN, matéria seca, nutrição

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CAPÍTULO 3 - EXTRUSÃO E PELETIZAÇÃO DE RAÇÃO COMPLETA:

EFEITOS NA DIGESTIBILIDADE APARENTE EM CABRITOS SAANEN

INTRODUÇÃO 

  A avaliação dos alimentos para o arraçoamento animal tem evoluído

consideravelmente, contudo, informações relativas a nutrição de cabritos ainda

são escassas.

Na nutrição, a quantidade de alimento ingerido tem importância fundamental,

visto ser um dos fatores determinantes da maior ou menor disponibilidade de

nutrientes para os processos fisiológicos e desempenho do animal. O outro fator é

a qualidade do alimento ingerido, que é determinada pelas suas características

físicas e pela concentração de fatores nutritivos (energia e proteína).

Para a obtenção do potencial máximo dos animais, é importante conhecer o

valor nutritivo dos alimentos, que está relacionado com a composição química,

digestibilidade e ingestão; assim, a análise bromatológica é fundamental do ponto

de vista da avaliação de alimentos.

Os efeitos da peletização em alimentos volumosos são: aumento da

aceitabilidade pelo animal promovendo aumento de consumo e diminuição na

digestibilidade (Minson, 1962 citado por GREENHALGH e REID, 1973).

O processo de extrusão é um dos mais eficientes em conservar a

composição bromatológica e aumentar a digestibilidade da proteína e gordura da

soja (HERKELMAN e CROMWELL, 1990). Nas extrusoras, utilizou-se altas

temperaturas (130 a 140°C), curto tempo de permanência dentro do equipamento(10 a 30 seg.), alta pressão (30 a 60 atm.) e em alguns casos, umidade de 19 até

25% (BATAGLIA, 1970; MUSTAKAS, 1970; NETO, 1992). Segundo GOMES e

  AGUILERA, (1984) e GROSSMAMM (1984), ocorreram aumento na

digestibilidade dos constituintes do alimento, através da gelatinização do amido e

desnaturação parcial das proteínas.

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Diante do exposto, o estudo de alternativas alimentares na dieta de caprinos

e seus efeitos sobre a digestibilidade são importantes, assim, o objetivo destetrabalho foi avaliar o efeito do processamento de rações completas na sua

digestibilidade em cabritos Saanen.

MATERIAL E MÉTODOS 

O trabalho foi realizado na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias -

UNESP/Jaboticabal, SP.

Foram utilizados quinze cabritos inteiros da raça Saanen, com peso médio

inicial de 9,00 kg após desaleitamento, os quais foram distribuídos nos seguintes

tratamentos: ração completa farelada (RCF); ração completa peletizada (RCP) e

ração completa extrusada (RCE).

Os animais permaneceram alojados em gaiolas para estudo de metabolismo,

com comedouros e bebedouros individuais.

  A partir do 15° dia de vida os animais tinham à disposição uma ração

composta de feno da parte aérea do milho (40,00%); milho grão moído (29,26%);

farelo de soja (21,82%); melaço (4,84%); óleo de soja (0,91%); calcário calcítico

(0,90%); e núcleo mineral (2,27%); apresentando composição bromatológica de

acordo com a Tabela 03. A ração completa foi balanceada de acordo com AFRC

(1998) para suprir as exigências da categoria em estudo e para um ganho de 150

gramas/dia.

Tabela 03. Composição bromatológica (% MS) das rações completas farelada (RCF), peletizada

(RCP) e extrusada (RCE).

TratamentosParâmetros% RCF RCP RCE

PB 16,58 16,93 16,47EE 4,09 3,56 2,12EE * 8,92 9,13 8,57FDN 34,54 27,78 32,03FDA 19,89 20,33 18,39Cinzas 7,03 7,27 7,24EE* = determinação realizada mediante hidrólise ácida 

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O feno da parte aérea do milho foi obtido com o corte da planta no ponto deensilagem com máquina segadora e picadora, sendo espalhado em local isento de

umidade e seco ao sol durante três dias (cobrindo o mesmo com lona plástica

durante à noite); em seguida, então foi moído (3 mm), ensacado e armazenado

até a sua utilização (quando homogeneizado em misturador horizontal aos outros

ingredientes da ração).

  A ração completa controle (farelada) foi apenas moída e misturada, sendo

oferecida aos animais na forma farelada. A mesma ração completa foi extrusada

em extrusora (marca EXTRUCENTER) com rosca simples, com injeção de vapor e

capacidade de processamento de 250 kg/hora. Quanto à peletização, esta foi

realizada em equipamento marca CALIBRÁS com capacidade de processamento

de 300 kg/hora.

 A alimentação à vontade foi oferecida diariamente, às 8 horas da manhã e as

sobras foram de 10% do oferecido.

Para avaliar as rações foram efetuadas análises de matéria seca (MS),

proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra detergente neutro (FDN) e fibra

detergente ácido (FDA) de acordo com SILVA (1998). Uma vez que a literatura

cita a necessidade de efetuar análise de lipídeos por meio da utilização de

hidrólise ácida em produtos extrusados, foi realizada tal análise para os três

tratamentos, segundo COMPÊNDIO Brasileiro de Alimentação Animal (1998). A

energia bruta (EB) foi determinada em bomba calorimétrica adiabática (modelo

PARR 1281).

Foram adotados cinco dias de adaptação (pois os animais já estavamingerindo as rações experimentais) e cinco dias de colheita total.

Durante o experimento foram analisados: total de matéria seca ingerida e

total de fezes excretadas em intervalos de 24 horas. Para isso, a ração, as sobras

e as fezes foram quantificadas diariamente no mesmo horário.

 As fezes foram pré-secadas em estufa com ventilação forçada a 55°C. Em

seguida, foram trituradas e acondicionadas em recipientes para análises

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posteriores. Nas fezes, foram analisadas MS, PB, FDN, FDA, EE, EB e cinzas. A

energia digestível (ED) foi determinada pelas diferença entre a energia brutaingerida e a energia bruta excretada nas fezes.

Os coeficientes de digestibilidade foram calculados mediante a diferença

entre a quantidade de nutrientes ingerida e a quantidade de nutrientes excretada

nas fezes.

O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, com três tratamentos

e cinco repetições. As médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de

5% de probabilidade. 

RESULTADOS E DISCUSSÃO 

  A peletização aumentou o consumo de MS em média 25% em relação a

RCF, mas não afetou os coeficientes de digestibilidade da MS e energia (Tabela

04).

Tabela 04. Digestibilidade aparente da MS, PB, EE, FDN, FDA e energia de dietas com diferentes

processamentos.

TratamentosCoeficientes de digestibilidade (%)

RCF RCP RCE CV (%)

MS 73,12 a 69,43 a 69,33 a 5,56PB 67,12 a 71,89 a 69,05 a 11,31EE 58,24 a 62,11 a 64,22 a 7,18FDN 57,20 a 49,20 ab 47,60 b 9,77

FDA 48,10 a 35,70 b 42,70 ab 12,68Energia 73,44 a 69,25 a 68,73 a 5,56RCF = ração completa farelada, RCP = ração completa peletizada, RCE = ração completa extrusadaa,b Médias com letras diferentes, na mesma linha, diferem significativamente pelo teste de Tukey (P<0,05).

Os tratamentos não afetaram significativamente os coeficientes de

digestibilidade da MS e PB (P<0,05), dados estes que diferiram de GREENHALGH

e REID (1973), que verificaram que a digestibilidade da MS foi reduzida com a

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peletização em 8,6% para ovinos e aos dados obtidos por SHABI et al. (1999),

onde o fornecimento de dietas extrusadas para vacas Holstein, provocou aumentoda digestibilidade da PB.

  A extrusão e a peletização da ração completa, para cabritos, reduziram os

valores de FDN em 16,8% e FDA em 25,8%, respectivamente, em relação a RCF.

O processamento de dietas reduziu a digestibilidade da fibra, provavelmente,

devido a formação de complexos amido-lignina que podem ocorrer tanto no

processo de extrusão como no processo de peletização como descrito por RIAZ

(2000).

 Assim, os resultados referentes à digestibilidade da fibra, tanto da RCP como

da RCE, foram similares aos encontrados por GREENHALGH e REID (1973),

onde se constatou uma redução acentuada nos coeficientes de digestibilidade

dessa fração e aos de HADJIPANAYIOTOU (1990), que verificou coeficientes de

digestibilidade aparente da FDA e FDN, reduzidos em 4% para dietas submetidas

a peletização de todos os ingredientes.

Quanto às demais frações analisadas, não houve diferenças (P<0,05),

demonstrando que o processamento não afetou a digestibilidade dos nutrientes.

Conclusão

Para ração completa, onde os ingredientes são volumosos e concentrados, a

peletização e a extrusão não afetaram significativamente os coeficientes de

digestibilidade aparente das frações MS, PB, EE e energia, entretanto, os

processamentos afetaram os coeficientes de digestibilidade das frações FDN eFDA dos alimentos.

Referências bibliográficas

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CAB International. 1998. 116 p.

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DAS CÂMARAS GÁSTRICAS DECABRITOS SAANEN DE DIVERSAS IDADES, ALIMENTADOS COM

RAÇÃO COMPLETA FARELADA, PELETIZADA E EXTRUSADA

RESUMO  - O trabalho foi realizado na Faculdade de Ciências Agrárias e

Veterinárias - Unesp/Jaboticabal, S.P., com o objetivo de avaliar o efeito do

processamento de rações no desenvolvimento das câmaras gástricas de

ruminantes. Para realização das análises morfológicas, foram utilizados caprinos

Saanen recém-nascidos distribuídos num delineamento inteiramente casualizado

com três tratamentos (ração completa farelada, peletizada e extrusada) e quatro

repetições. As rações começaram a ser oferecidas aos animais com quinze dias

de idade e foram compostas de 40% volumoso e 60% de concentrado. Os animais

foram abatidos com cinco, quinze, trinta, quarenta e cinco e sessenta dias de

idade. Para realização das análises microscópicas, foram abatidos três animais de

cada tratamento (e para análises macroscópicas, foram abatidos quatro animais

de cada tratamento) e colhidas amostras da região dorsal, média e ventral do

rúmen e retículo, onde observou-se que em animais que ingeriram ração completa

peletizada e extrusada, o desenvolvimento ruminoreticular foi melhor em relação

ao animais que foram alimentados com ração completa farelada e dentre os dois

tratamentos testados, a peletização promoveu melhores resultados. Mediante as

análises do desenvolvimento morfológico, pode-se concluir que, cabritos com

trinta dias de idade já podem ser desaleitados.

Palavras-Chave: histologia, morfologia, papilas ruminais, queratinização, retículo,rúmen

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CAPÍTULO 4 - CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DAS CÂMARASGÁSTRICAS DE CABRITOS SAANEN DE DIVERSAS IDADES, ALIMENTADOS

COM RAÇÃO COMPLETA FARELADA, PELETIZADA E EXTRUSADA

Introdução

  A nutrição abrange reações químicas e processos fisiológicos que

transformam os alimentos em atividades e tecidos orgânicos. Ela engloba a

ingestão e absorção de nutrientes diversos, seu transporte a todas a células do

organismo e a remoção de produtos não utilizáveis (MAYNARD et al., 1984).

Morfologicamente, o estômago dos ruminantes é composto por quatro

câmaras distintas: rúmen, retículo, omaso e abomaso. As três primeiras câmaras,

coletivamente denominadas de pré-estômagos, são revestidas por epitélio

pavimentoso estratificado, no qual a camada queratinizada superior forma um

escudo protetor contra a ingesta áspera e fibrosa, enquanto as camadas mais

profundas, metabolizam os AGVs. Este epitélio também se caracteriza por ser aglandular. O abomaso, parte glandular deste órgão, asssemelha-se ao estômago

simples das demais espécies domésticas (FRANDSON, 1979; HABEL, 1981;

DELLMANN e BROWN, 1982; CHURCH, 1993; BANKS, 1997).

O rúmen, no adulto, é a maior das quatro câmaras e caracteriza-se por 

subdividir-se em sacos dorsal e ventral, mediante espessamentos internos

denominados pilares. Projeções caudais dorsal e ventral caracterizam os sacos

cegos dorsal e ventral (FRANDSON, 1979).

Segundo CHURCH (1993), em ovinos neonatos, 32% do estômago refere-se

ao rúmen-retículo, 8% ao omaso e 60% ao abomaso. NICKEL (1979) descreveu

que os compartimentos gástricos do ruminante, principalmente o rúmen e o

abomaso, mudavam em forma e capacidade relativa; o animal nasce com o

abomaso mais desenvolvido, mas, com o passar do tempo e mudança na

alimentação (leite para forragem), a proporção entre rúmen-retículo e abomaso

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passa a ser de 9:1. HABEL (1981), encontrou em cabritos adultos 79, 2 e 19

pontos percentuais para os respectivos compartimentos e DYCE et al. (1997) 83, 4e 13% em pequenos ruminantes.

HABEL (1981) verificou que o saco ventral do rúmen de cabritos é

relativamente maior e estende-se mais para a direita do plano mediano do que nos

bovinos; seu saco cego ventral estende-se mais caudalmente do que o saco

dorsal. Para DYCE et al. (1997), menor tamanho do saco dorsal e a extensa

projeção caudal do saco cego ventral dão ao rúmen de ovinos e caprinos um

aspecto desproporcional, quando comparado com o rúmen bovino mais simétrico.

Internamente, estes sacos estão revestidos por papilas, cujo tamanho varia

de acordo com a dieta (DYCE et al., 1997, CUNNINGHAM, 1999), idade e

localização (DYCE et al., 1997). O maior número de papilas concentra-se na

região ventral (VAN SOEST, 1994) e diminuem próximo aos pilares e são mais

escassas no saco dorsal (NIKEL et al., 1979).

  As papilas podem permanecer pouco desenvolvidas enquanto o animal

permanece ingerindo leite, mas quando é incluída dieta sólida na sua alimentação,

dando início à fermentação ruminal, as papilas aumentam de tamanho

rapidamente (DELLMANN e BROWN, 1982; CUNNINGHAM, 1999).

O retículo possui uma mucosa com pregas (cristas), dando-lhe a aparência

de um favo de mel (FRANDSON, 1979; NIKEL et al., 1979; DELLMANN e

BROWN, 1982; CHURCH, 1993; BANKS, 1997). As pregas são de duas diferentes

alturas, as mais altas separam a superfície da mucosa em compartimentos rasos

que são divididos ainda em áreas menores por pregas mais curtas e a mucosa

entre as pregas está coberta por papilas cônicas que se projetam para dentro dolume (DELLMANN e BROWN, 1982).

O omaso dos cabritos é bem menor do que o retículo (NIKEL et al., 1979;

HABEL, 1981; CHANDRASEKAR, 1993) é oval e comprimido lateralmente

(CHANDRASEKAR, 1993).

  Associando as características peculiares das câmaras gástricas dos

ruminantes à avaliação de diferentes processamentos de ração completa, o

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objetivo do estudo foi analisar o efeito da extrusão e peletização sobre o

desenvolvimento desses compartimentos em cabritos Saanen de cinco, quinze,trinta, quarenta e cinco e sessenta dias de idade.

Material e métodos

O trabalho foi realizado na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias -

Unesp/Jaboticabal, SP.

Foram utilizados caprinos inteiros da raça Saanen, os quais foram separados

das mães, imediatamente após o parto e receberam colostro de vaca a vontade

até o terceiro dia de vida; a partir disso, foi oferecido sucedâneo de leite

(aquecido) à base de soro, em mamadeiras, duas vezes ao dia, perfazendo um

total de um litro e meio por dia, até trinta dias de idade. Do trigésimo-primeiro ao

quadragésimo dia, um litro e meio de sucedâneo somente à tarde e no

quadragésimo primeiro dia de vida, passaram a receber somente a metade, foram

desaleitados com quarenta e seis dias de idade.

 A ração começou a ser oferecida aos animais a partir do décimo-quinto dia

de idade e foi composta por: 40,00% de feno de parte aérea do milho (moído);

29,26% milho grão triturado; 21,82% farelo de soja; 4,84% melaço; 0,91% óleo de

soja; 0,90% calcário e 2,27% núcleo mineral, sendo balanceada segundo AFRC

(1998) para suprir as exigências da categoria em estudo e para um ganho de 150

gramas/dia.

Os animais foram distribuídos nos seguintes tratamentos: ração completafarelada (RCF), ração completa peletizada (RCP) e ração completa extrusada

(RCE).

  A RCF (controle) foi fornecida aos animais, na forma farelada. A RCE foi

extrusada em extrusora de rosca simples, com injeção de vapor, marca

EXTRUCENTER com capacidade de processamento de 250 kg/hora, e a RCP foi

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peletizada em equipamento marca CALIBRÁS, com capacidade de

processamento de 300 kg/hora.Para as avaliações macroscópicas, foram abatidos quarenta e dois cabritos

com diferentes idades: cinco, quinze, trinta, quarenta e cinco e sessenta dias,

sendo coletadas amostras de quatro animais de cada tratamento (sendo que para

os animais de cinco e quinze dias, utilizados como parâmetro, foram abatidos seis

animais) e para as avaliações microscópicas, foram abatidos trinta e três cabritos,

sendo três animais por tratamento.

Em seqüência, as câmaras gástricas foram retiradas, esvaziadas do

conteúdo interno e lavadas com água, pesando-se cada compartimento.

Para análise histológica, foram coletadas amostras das regiões dorsal,

média e ventral do rúmen, que correspondem às regiões do saco dorsal, pilar 

ruminal e saco ventral, respectivamente e da região média do retículo.

O material foi fixado em solução de Bouin por 24 horas e lavado em álcool

70% para a retirada do fixador. A seguir, realizou-se a inclusão em Histosec

(Merck) e, após este procedimento, o material foi seccionado em micrótomo

automático (Micrótomo Leica RM 2115), com o auxílio de navalhas descartáveis,

obtendo secções histológicas de 3-5µm que foram corados em

Hematoxilina/Eosina (H.E.), Heindenhain-Scheleicher (H.S.) e reagidas em PAS

(ácido periódico de Shiff). Para a documentação, realizou-se fotomicrografias em

microscópio (Olympus BX50).

Para as avaliações comparativas dos pesos das câmaras gástricas, o

delineamento experimental foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 3 x 3.

 As comparações de médias foram realizadas pelo teste de Tukey ao nível de 5%de probabilidade. Para análise de regressão adotou-se o modelo linear Y= a + bx,

que mostra o comportamento da variável dependente Y em função da variável

independente x.

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Resultados e discussão

1. Aspectos Macroscópicos 

Macroscopicamente, observou-se que o estômago do caprino foi constituído

por quatro câmaras que variavam em tamanho, dependendo da idade. O rúmen se

caracterizou por subdividir-se em sacos dorsal e ventral, mediante espessamentos

internos denominados pilares; projeções caudais dorsais e ventrais distinguiam os

sacos cegos, dorsal e ventral, desta câmara gástrica, tal qual descreveu

FRANDSON (1979) sobre a morfologia do estômago dos ruminantes. 

Na Figura 1, observa-se o rúmen e retículo de um caprino de quarenta e

cinco dias de idade.

FIGURA 1. Fotografia do rúmen (Ru) e retículo (Re), abertos, de um caprino alimentado com raçãocompleta extrusada, evidenciando o saco dorsal do rúmen (D), o saco ventral (V), ospilares ruminais (pi), parte do saco cego dorsal (SD) e o saco cego ventral (SV).

Nos animais de cinco e quinze dias, o abomaso foi o compartimento gástrico

mais desenvolvido (Fig 2), observação esta concordante com os relatos de

CHURCH (1993) que verificou em ovinos recém-nascidos um abomaso com

aproximadamente 60% do volume total do estômago e aos de DYCE et al. (1997)

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ao descreverem que a capacidade deste compartimento em recém nascidos pode

ultrapassar 60% da medida do adulto.

FIGURA 2. Representação gráfica do percentual de desenvolvimento do abomaso em relação aoestômago de cabritos em função da idade, que receberam ração completa farelada(RCF); ração completa peletizada (RCP) e ração completa extrusada (RCE).

  A partir do trigésimo dia, pôde-se constatar um maior desenvolvimento do

rúmen, retículo e omaso, em relação ao abomaso, pois os animais começaram a

ingerir dieta sólida com quinze dias de idade, e sabe-se que o desenvolvimento

ruminal é dependente do acesso do animal a essa dieta (VAN SOEST, 1994). O

peso do rúmen-retículo, em relação aos demais compartimentos do estômago, foi

maior para os animais que receberam RCE e RCP (Tabela 05), indicando que

estas dietas influenciaram positivamente o desenvolvimento ruminal (Fig 3). Nãohouve interação entre os fatores analisados.

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Tratamentos CV %RCE RCP RCF

médias 64,52 a 61,75ab 59,20b 4,69Idades

30 45 60médias 53,63c 61,86b 69,92a 5,60

Tabela 05. Desenvolvimento do rúmen-retículo (%) em relação ao estômago, em caprinosalimentados com RCE (ração completa extrusada), RCP (ração completa peletizada) eRCF (ração completa farelada) em função das diferentes idades.

FIGURA 3. Desenvolvimento do rúmen em relação ao estômago de cabritos, em função da idade,alimentados com ração completa farelada (RCF); ração completa peletizada (RCP) eração completa extrusada (RCE).

  Aos sessenta dias de idade, a relação abomaso/estômago foi de

aproximadamente 25%, valor maior que o relatado por HABEL (1981).

  As correlações de idade, em relação a % rúmen-retículo/estômago, foram

altas, visto que R2 para os três tratamentos foram superiores a 0,85 (Fig 4).

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FIGURA 4. Análise de regressão entre a participação do rúmen-retículo no estômago de cabritos,em função da idade, alimentados com ração completa farelada (RCF); ração completapeletizada (RCP) e ração completa extrusada (RCE).

Segundo CHURCH (1993), em ovinos com dois meses de idade, o rúmen

ocupa 72% do estômago, aumentando para 73% no animal adulto, portanto,

considera-se que o rúmen apresenta tamanho de adulto com dois meses de idade.

Observou-se no presente estudo que os animais que receberam ração completa

processada, com trinta dias de idade, apresentavam 78% do peso ruminal de um

animal com dois meses de idade, enquanto que, nos animais que receberam dieta

controle, essa proporção foi de 72%. Assim, observou-se uma maior precocidade

no desenvolvimento ruminal nos animais que ingeriram ração completa

processada, sugerindo uma melhor eficiência dessas rações (P<0,05), quando

comparadas à ração completa farelada.

  Ainda, macroscopicamente, o rúmen dos cabritos apresentou-se com

características inerentes aos ruminantes, embora como salientou HABEL (1981), o

saco cego ventral desta câmara nestes animais estendia-se mais caudalmente do

que nos bovinos. Internamente, constatou-se a presença de papilas a partir do

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trigésimo dia de idade, embora, estas estruturas apresentavam-se mais

desenvolvidas nos animais de quarenta e cinco dias (Fig. 5).

FIGURA 5. Fotografia do rúmen de um cabrito de trinta dias de idade onde já se observa apresença de papilas pouco definidas em sua mucosa (→)

Nesta idade, também observou-se coloração diferenciada na mucosa ruminal

do tratamento peletizado que provocou maior escurecimento desta região. Tal fato

provavelmente, seja sinônimo de desenvolvimento do rúmen, uma vez que, a

composição da ração foi a mesma nos três tratamentos e no animal adulto, o

rúmen possui coloração escura (Fig. 6).

FIGURA 6. Fotografia da face interna do rúmem-retículo de cabritos com quarenta e cinco dias deidade, os quais receberam ração completa farelada (A), ração completa extrusada (B) eração completa peletizada (C). Observar as diferenças na coloração da mucosa.

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  A presença de papilas em cabritos de trinta dias de idade sugere aimportância da ingestão de alimento sólido precocemente para estimular o

desenvolvimento das estruturas ruminais, como aludiram RAMOS et al. (2001).

No que se refere às outras câmaras gástricas, observaram-se as mesmas

características morfológicas descritas por NICKEL (1979), HABEL (1981) e

CHANDRASEKAR (1993); também, constatou-se a presença de um omaso oval,

comprimido lateralmente, conforme os relatos de CHANDRASEKAR (1993) e

assim como assinalaram estes mesmos autores, observou-se um omaso bem

menor que o retículo (Fig 7).

FIGURA 7. Fotografia do retículo e do omaso de um caprino de trinta dias de idade, alimentadocom ração completa peletizada, indicando o menor tamanho do omaso (B) em relaçãoao retículo (A).

2. Aspectos Microscópicos

Nos pré-estômagos de cabritos de cinco, quinze, trinta, quarenta e cinco e

sessenta dias de idade, observou-se a presença de epitélio estratificado

pavimentoso, característica esta semelhante às descrições de FRANDSON

(1979), HABEL (1981), DELLMANN e BROWN (1982), BANKS (1997) e

CUNNINGHAM (1999), para os ruminantes.

A B

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2.1. Rúmen

Especificamente ao rúmen, constatou-se que seu epitélio está organizadomediante a ocorrência de projeções digitiformes, denominadas de papilas ruminais

tal qual os relatos de HABEL (1981), CHURCH (1993), VAN SOEST (1994),

CUNNIGHAM (1999).

2.1.1. Região Dorsal do Rúmen

Observou-se na região dorsal do rúmen dos animais de cinco dias de idade

papilas ruminais direcionadas para a luz do órgão, pequenas, revestidas por 

epitélio estratificado pavimentoso com pouca queratina, no qual puderam ser 

identificados quatro estratos: basal, localizado sobre a lâmina basal (PAS +);

espinhoso, granuloso e córneo, embora tenha sido difícil evidenciar o limite entre

os estratos espinhoso e granuloso.

O estrato basal constituiu-se por uma única camada de células piramidais ou

ovoidais que exibiam intensa afinidade tintorial ao H.S. e ao H.E. As células do

estrato espinhoso apresentavam formato mais achatado, quando comparadas às

células do estrato basal e menor afinidade ao H.S. e ao H.E. O estrato granuloso

constituiu-se por um número de camadas variáveis, que continham células

fusiformes com granulação basófila (H.E.) de querato-hialina.

 A submucosa espessa estava constituída por tecido conjuntivo composto de

fibras colágenas e elásticas e vasos sangüíneos de pequeno calibre. A camada

muscular formava-se por duas camadas de tecido muscular liso: uma circular 

interna e outra longitudinal externa. Entre as fibras de tecido muscular lisoobservou-se a presença de muitos septos de tecido conjuntivo composto por fibras

colágenas. Ainda neste tecido, foram encontrados alguns vasos sangüíneos e

feixes nervosos. A camada serosa permaneceu evidente, emitindo septos de

tecido conjuntivo para a camada muscular.

Na região dorsal do rúmen dos cabritos de quinze dias de idade, observou-se

um pequeno aumento na altura das papilas ruminais e no desenvolvimento da

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camada muscular circular interna. As demais características para as outras

estruturas deste órgão foram semelhantes às descritas para os animais de cincodias de idade (Fig. 8).

FIGURA 8. Fotomicrografia da região dorsal do rúmen de cabrito com cinco dias de idade (A) e 15

dias de idade (B). Em (A) observa-se as papilas ruminais (P) pouco desenvolvidas,

apresentando pequena quantidade de queratina em seu epitélio (→), também se

evidencia a camada submucosa (S) e a camada muscular circular interna (M). Em (B)

a papila ruminal (P) apresenta-se um pouco mais desenvolvida, embora a presença

de queratina (→) em seu epitélio ainda seja escassa. Paraplast, P.A.S., 100X 

 A região dorsal do rúmen dos cabritos de trinta dias de idade que receberam

ração completa farelada apresentou pequeno aumento na altura das papilas

ruminais, porém, não houve aumento na queratinização quando comparado aos

animais de quinze dias. A estrutura do epitélio da mucosa, da camada muscular e

da camada serosa permaneceu semelhante aos animais de cinco dias de idade,

entretanto, houve aumento no número de camadas do estrato granuloso do

epitélio estratificado queratinizado das papilas ruminais.

Constatou-se um aumento na altura das papilas ruminais da região dorsal do

rúmen dos animais de trinta dias de idade que receberam ração completa

peletizada, além de maior queratinização em seu epitélio ao compara-los às

estruturas dos animais de cinco, quinze e trinta dias de idade do tratamento

farelado. (Fig. 9).

A B

P

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FIGURA 9. Fotomicrografia da região dorsal do rúmen de cabrito com trinta dias de idade querecebeu ração completa peletizada, evidenciando a presença de queratina no epitéliode sua papila ruminal (→) Paraplast, P.A.S., 400X.

Os cabritos que receberam ração completa extrusada apresentaram altura de

papilas ruminais intermediária em relação aos animais que receberam ração

completa peletizada e ração completa farelada, porém, o padrão de queratinização

foi semelhante ao descrito para os animais do tratamento farelado. As demais

camadas exibiram as mesmas características descritas para os animais de cinco,

quinze e trinta dias de idade do tratamento farelado (Fig 10).

FIGURA 10. Fotomicrografia da região dorsal do rúmen de cabritos com trinta dias de idade quereceberam ração completa farelada (A); ração completa peletizada (B) e raçãocompleta extrusada (C), destacando nesta idade, aumento na dimensão das papilas(P) e uma maior queratinização do epitélio das papilas ruminais dos animais quereceberam ração completa peletizada e extrusada (→). (A): Paraplast, H.E., 100X; (B):Paraplast, H.S., 100X; (C): Paraplast, P.A S., 100X.

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Quanto aos animais de quarenta e cinco dias, as papilas ruminais da região

dorsal do rúmen dos cabritos que receberam ração completa farelada,apresentaram altura semelhante às papilas ruminais dos animais que receberam

ração completa farelada com trinta dias de idade, embora com maior quantidade

de queratina .

Os animais, de quarenta e cinco dias, que receberam ração completa

peletizada, apresentaram as papilas ruminais da região dorsal do rúmen com

altura e quantidade de queratina superiores aos apresentados pelos animais de

quarenta e cinco dias do grupo controle. Os animais que receberam ração

completa extrusada apresentaram papilas ruminais da região dorsal do rúmen

similares aos animais que receberam ração completa farelada (Fig. 11).

FIGURA 11. Fotomicrografia da região dorsal do rúmen de cabritos com quarenta e cinco dias de

idade que receberam ração completa farelada (A), ração completa peletizada (B) e

ração completa extrusada (C), evidenciando o aumento da altura das papilas em (B)

(→) . (A): Paraplast, PAS., 40X; (B): Paraplast, H.S., 40X., (C): Paraplast, H.S., 40X.

C

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  A porção dorsal do rúmen dos cabritos, de sessenta dias, que receberam

ração completa farelada, caracterizou-se pela presença de papilas ruminais com

maior quantidade de queratina em seu epitélio, quando comparada com a mesma

estrutura dos animais de quarenta e cinco dias, alimentados com ração completa

farelada.

Em animais de sessenta dias que receberam ração completa peletizada,

verificou-se aumento na altura das papilas ruminais, sendo as demais

características histológicas semelhantes às observadas nos animais de sessenta

dias de idade, alimentados com ração completa farelada.

Quanto aos animais dessa idade que receberam ração completa extrusada,

as características observadas foram semelhantes às descritas para os animais da

mesma idade que receberam ração completa farelada (Fig 12).

FIGURA 12. Fotomicrografia da região dorsal do rúmen de cabritos com sessenta dias de idadeque receberam ração completa farelada (A), ração completa peletizada (B) e raçãocompleta extrusada (C), observou-se papilas ruminais mais desenvolvidas em (B);papilas de tamanho intermediário em (C) e papilas menos desenvolvidas em (A). Em(A) pode-se observar a estrutura histológica da região, onde se evidencia uma papilaruminal revestida por epitélio estratificado pavimentoso (E) queratinizado (→) ; alâmina própria da mucosa (L), a camada submucosa com tecido conjuntivo (C), noqual se verifica a camada muscular (M). Paraplast, H.S, 100X

B

C

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2.1.2. Região Média do Rúmen

Na região média do rúmen de cabritos, de cinco dias de idade, observaram-

se as mesmas características histológicas descritas para a região dorsal deste

compartimento gástrico, porém, notou-se maior desenvolvimento das papilas. A

submucosa e a camada muscular também exibiram as mesmas características

citadas na descrição da região dorsal do rúmen. Na camada serosa (região do

pilar ruminal), observou-se uma artéria e uma veia de grande calibre e algumas

artérias e veias de médio e pequeno calibres, feixes nervosos e deposição de

tecido adiposo.

Quanto aos cabritos de quinze dias de idade, a região média do rúmen exibiu

o mesmo padrão da região média e dorsal dos animais de cinco dias de idade,

porém, na camada serosa na região do pilar ruminal, ocorreu diminuição nos

depósitos de tecido adiposo.

Com relação aos animais de trinta dias de idade, alimentados com ração

completa farelada, observou-se um pequeno aumento na altura das papilas

ruminais em relação aos animais de cinco e quinze dias de idade. A camada

serosa tornou-se delgada e não foram identificados depósitos de tecido adiposo. A

camada muscular apresentou-se espessada e foi composta por duas camadas de

tecido muscular liso, sendo uma circular interna e outra longitudinal externa. Entre

as fibras de tecido muscular liso, ocorreram a presença de muitos septos de tecido

conjuntivo.

Para os animais de trinta dias de idade que receberam ração completapeletizada, observou-se aumento na altura das papilas ruminais e maior 

queratinização quando comparadas aos animais de trinta dias de idade,

alimentados com ração completa farelada. A camada submucosa diminuiu de

espessura e a camada muscular exibiu características semelhantes às observadas

nos cabritos que receberam ração completa farelada, porém, houve diminuição na

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quantidade de septos de tecido conjuntivo intermuscular. Na camada serosa,

observou-se a presença de alguns locais com deposição de tecido adiposo.  As papilas ruminais dos animais, de trinta dias de idade, que receberam

ração completa extrusada, apresentaram-se maiores do que as observadas nos

animais que receberam ração completa farelada e menores em relação às

descritas para animais que ingeriram ração completa peletizada, porém, exibiram

queratinização semelhante aos animais que ingeriram ração completa peletizada.

 A camada submucosa e a camada muscular exibiram características semelhantes

ao descrito para os animais alimentados com ração completa peletizada, porém,

na camada serosa, ocorreram muitos depósitos de tecido adiposo, semelhantes

aos observados em animais de quinze dias de idade (Fig. 13)

FIGURA 13. Fotomicrografia da região média do rúmen de cabritos com trinta dias de idade quereceberam ração completa farelada (A), ração completa peletizada (B) e raçãocompleta extrusada (C), observou-se papilas ruminais mais desenvolvidas em (B);papilas de tamanho intermediário em (C) e papilas menos desenvolvidas em (A).Nota-se a presença de queratina recobrindo o epitélio (→) (A): Paraplast, P.A.S.,100X; (B):Paraplast, H.S., 100X; (C): Paraplast, H.E. 100X

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Quanto aos animais, de quarenta e cinco dias de idade, alimentados com

ração completa farelada, exibiram altura de papilas ruminais semelhantes aodescrito para os animais de trinta dias de idade que receberam ração completa

farelada, com pouco aumento na camada de queratina do epitélio estratificado

pavimentoso das papilas (Fig. 14). 

FIGURA 14. Fotomicrografia da região média do rúmen de cabritos com trinta (A) e quarenta ecinco (B) dias de idade que receberam ração completa peletizada, salientando assemelhanças na altura das papilas e na quantidade de queratina recobrindo o epitélio(→). Em (A) pode ser observada a camada circular interna da túnica muscular (M).

Paraplast, H.S, 100X.

 As papilas ruminais foram sustentadas por uma camada muscular delgada,

chamada muscular da mucosa, que pode confundir-se com o tecido conjuntivo da

submucosa. Quanto à camada submucosa, esta se apresentou pouco

desenvolvida quando comparada aos animais de trinta dias de idade, exibindo

alguns vasos sangüíneos de pequeno calibre. Esta camada muscular exibiu

padrão semelhante aos animais de trinta dias que receberam ração completa

farelada, porém, com poucos e delgados septos de tecido conjuntivo

intermusculares. A camada serosa tornou-se delgada e externamente a esta,

observou-se grande depósitos de tecido adiposo, entremeados por vasos

sangüíneos de diferentes calibres.

Nos animais, de quarenta e cinco dias de idade, alimentados com ração

completa peletizada, observou-se papilas ruminais maiores e mais estreitas em

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relação às características descritas para os animais de quarenta e cinco dias de

idade que receberam ração completa farelada. As demais camadas exibiramcaracterísticas semelhantes aos animais que receberam ração completa farelada.

Quanto aos animais, de quarenta e cinco dias, que receberam ração

completa extrusada, as papilas ruminais apresentaram dimensões intermediárias

entre às descritas para ração completa peletizada e farelada, embora as demais

características tenham sido semelhantes às descritas para os animais alimentados

com ração completa farelada.

  A região média do rúmen dos animais, de sessenta dias de idade, que

receberam ração completa farelada, exibiu características de papilas ruminais e da

camada submucosa semelhantes às descritas para a porção dorsal do rúmen,

porém, a camada muscular apresentou pilares de sustentação do rúmen, exibindo

uma camada interna circular mais expessa, em relação a camada longitudinal

externa. A camada serosa exibiu uma artéria de grande calibre, duas artérias

menores e pequenas artérias e veias distribuídas aleatoriamente por esta região.

Quanto aos animais, alimentados com ração completa peletizada e

extrusada, apresentaram aspectos histológicos semelhantes, entretanto, houve

diminuição na altura das papilas ruminais em relação às descritas na região dorsal

do rúmen.

2.1. 3. Região Ventral do Rúmen

Com relação à região ventral do rúmen de cabritos de cinco e quinze dias deidade, as características histológicas observadas foram semelhantes às descritas

para a região dorsal do rúmen de cabritos da mesma idade, embora as papilas

ruminais apresentassem dimensões menores nesta região.

Quanto aos animais de trinta dias de idade alimentados com ração completa

farelada, as características da região dorsal e ventral do rúmen foram

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semelhantes, porém, junto a camada serosa observou-se alguns depósitos de

tecido adiposo.Os animais, de trinta dias de idade, que receberam ração completa

peletizada e extrusada, também exibiram características semelhantes à região

dorsal do rúmen dos animais da mesma idade e submetidos a mesma ração.

Já os animais, de quarenta e cinco dias de idade, alimentados com ração

completa farelada, exibiram aumento na altura e na queratinização das papilas

ruminais, quando comparados aos animais que receberam ração completa

farelada com trinta dias de idade. As demais camadas também foram semelhantes

às descritas para os animais de trinta dias que receberam ração completa

farelada.

  Animais, de quarenta e cinco dias, que receberam ração completa

peletizada, exibiram aumento na altura da papilas ruminais e o mesmo padrão de

queratinização dos animais de quarenta e cinco dias, alimentados com ração

completa farelada. As demais camadas também foram semelhantes aos animais

que receberam ração completa farelada, porém, na camada serosa, ocorreram

grandes depósitos de tecido adiposo.

Os animais que receberam ração completa extrusada, com quarenta e cinco

dias de idade, exibiram padrão de queratinização semelhante ao dos animais de

quarenta e cinco dias que receberam ração completa farelada e peletizada,

porém, a altura das papilas ruminais apresentou tamanho intermediário, em

relação aos animais alimentados com ração completa farelada e peletizada.

Na região ventral do rúmen dos animais de sessenta dias de idade, ocorreu

novamente o aumento na altura das papilas ruminais, em relação aos animais dasdemais idades. A camada da submucosa exibiu características semelhantes às

observadas na região dorsal do rúmen de animais da mesma idade. Na camada

muscular, tanto a circular interna como a longitudinal externa, exibiram

espessuras semelhantes. A camada serosa apresentou-se muito delgada e de

difícil visualização.

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Nos animais, de sessenta dias de idade, que receberam ração completa

peletizada, houve diminuição na altura das papilas ruminais e as demais camadasexibiram características semelhantes às observadas nos de animais da mesma

idade que foram alimentados com ração completa farelada.

Com relação aos animais de sessenta dias de idade, alimentados com ração

completa extrusada, exibiram características semelhantes às descritas para a

região ventral do rúmen de animais da mesma idade recebendo ração completa

farelada (Fig. 15).

FIGURA 15. Fotomicrografia da região ventral do rúmen de um cabrito com sessenta dias de idade

que recebeu ração completa peletizada, indicando o reduzido desenvolvimento daspapilas ruminais (→). Paraplast, P.A.S. 100X.

2. Retículo

Nos animais de cinco dias de idade, o retículo apresentou pregas primárias

pouco evidentes e pregas secundárias pouco desenvolvidas. O epitélio da mucosa

foi caracterizado como estratificado pavimentoso queratinizado, porém, a camada

de queratina depositada sobre o estrato córneo apresentou-se delgada.

Sustentando as pregas primárias, observou-se a musculatura da mucosa sem

limites muito evidentes com a camada submucosa. A camada muscular 

apresentou-se composta por duas camadas: uma circular interna e outra

longitudinal externa.

Nos animais de quinze dias de idade, observou-se maior desenvolvimento

das pregas primárias e secundárias e maior queratinização das mesmas quando

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comparada aos animais de cinco dias de idade. As demais camadas exibiram as

mesmas características descritas para os animais de cinco dias de idade.Os animais que receberam ração completa farelada, com trinta dias de idade,

apresentaram as mesmas características dos animais de quinze dias de idade.

Quanto aos animais, de trinta dias, alimentados com ração completa

peletizada e extrusada, exibiram maior desenvolvimento nas pregas primárias e

secundárias da mucosa, com maior padrão de queratinização quando comparados

aos animais de trinta dias de idade que receberam ração completa farelada. As

demais camadas mantiveram características semelhantes aos animais de cinco,

quinze e trinta dias recebendo ração completa farelada.

Os animais, de quarenta e cinco dias, alimentados com ração farelada,

apresentaram maior padrão de queratinização das pregas, em relação aos

animais de trinta dias de idade. Ocorreu diminuição na espessura da submucosa.

 A camada muscular exibiu o mesmo padrão dos animais de cinco, quinze e trinta

dias de idade, porém, com menor número de septos intermusculares. A camada

serosa tornou-se visível.

Quanto aos animais, de quarenta e cinco dias, alimentados com ração

completa peletizada, apresentaram aumento na altura das pregas primárias e

secundárias e maior queratinização em relação aos animais que receberam ração

completa farelada da mesma idade. As camadas submucosa, muscular e serosa,

mantiveram o mesmo padrão apresentado nos animais de quarenta e cinco dias

de idade que receberam ração completa farelada.

Quanto aos animais de quarenta e cinco dias, alimentados com ração

completa extrusada, as características foram semelhantes às descritas para osanimais que receberam ração completa farelada.

Os animais de sessenta dias de idade, alimentados com ração completa

farelada, apresentaram retículo com as mesmas características histológicas dos

aos animais de quarenta e cinco dias de idade, que receberam mesma ração.

Com relação aos animais, alimentados com ração completa extrusada e

peletizada, exibiram um aumento na altura das pregas primárias quando

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comparados ao animais de sessenta dias de idade que receberam ração completa

farelada. Quanto às características das demais camadas, estas foramsemelhantes às observadas nos animais de sessenta dias dos animais que

receberam ração completa farelada (Fig. 16).

FIGURA 16. Fotomicrografia da região média do retículo de cabrito com trinta e sessenta dias deidade (A) e (B) que receberam ração completa processada. Em (A) se observa apresença de pregas já queratinizadas (→) .Em (B) as pregas estão bem desenvolvidase há maior queratinização (→).(A): Paraplast, H.S, 100X. (B) Paraplast, H.E, 100X

 Analisando as características da mucosa ruminoreticular, verificou-se que os

animais com trinta dias de idade apresentavam papilas ruminoreticulares com

certo grau de desenvolvimento, já com a presença de queratina em seu epitélio,

aventando a possibilidade de se proceder o desmame nesta idade, tais

observações concordam com as citações de RAMOS et al. (2001), ao ressaltar a

importância da ingestão precoce de alimentos sólidos para estimular o

desenvolvimento do estômago, das papilas e da mucosa, embora estes autores

tenham avaliado idades superiores aos trinta dias de idade.

  Ao se comparar o aspecto morfológico do rúmen-retículo entre os animais

que foram submetidos aos diferentes tipos de rações completas, constatou-se que

as papilas ruminoreticulares eram mais desenvolvidas e mais queratinizadas, tanto

nos animais de trinta dias, quanto nos de quarenta e cinco dias e nos de sessenta

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dias que receberam ração completa peletizada, sugerindo que melhor resultado foi

obtido com este processamento.Não foram notadas diferenças marcantes na morfologia das estruturas

ruminoreticulares dos animais que receberam ração completa extrusada,

indicando que este processamento, embora tenha apresentado resultados

inferiores em relação ao peletizado, apresentou melhor resultado em relação ao

farelado.

Conclusões

Mediante as análises do desenvolvimento morfológico do rúmen-retículo dos

animais, pode-se concluir que, cabritos com trinta dias de idade já podem ser 

desaleitados e alimentados com rações completas peletizadas e extrusadas, e que

a peletização permitiu melhor desenvolvimento em relação às demais rações

testadas.

Estudos futuros de morfometria ruminal serão pertinentes para complementar 

as descrições do presente trabalho.

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