ALFABETIZAÇÃO EM PORTUGUÊS ATRAVÉS DE SISTEMAS … · IV RESUMO Os Sistemas Tutoriais...

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ANA CÉLIA ROCHA MASCARENHAS ALFABETIZAÇÃO EM PORTUGUÊS ATRAVÉS DE SISTEMAS TUTORIAIS INTELIGENTES: UM ESTUDO BRASÍLIA, 2003. Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre. Mestrado em Ciência da Computação. Departamento de Ciência da Computação. Instituto de Ciências Exatas. Universidade de Brasília. Orientador: Prof Marco Aurélio de Carvalho

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ANA CÉLIA ROCHA MASCARENHAS

ALFABETIZAÇÃO EM PORTUGUÊS ATRAVÉS DE

SISTEMAS TUTORIAIS INTELIGENTES: UM

ESTUDO

BRASÍLIA, 2003.

Dissertação apresentada como requisito

parcial à obtenção do grau de Mestre.

Mestrado em Ciência da Computação.

Departamento de Ciência da Computação.

Instituto de Ciências Exatas.

Universidade de Brasília.

Orientador: Prof Marco Aurélio de Carvalho

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Mascarenhas, Ana Célia Rocha

Alfabetização em português através de sistemas tutoriais inteligentes: um

estudo / Ana Célia R. Mascarenhas. Brasília, 2003.

128 p. (Tese M) – UnB/CiC

1.Sistemas Tutoriais Inteligentes 2.Modelo de Overlay 3.Alfabetização

4.Método Silábico 5.Consciência Fonológica

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RESUMO

Os Sistemas Tutoriais Inteligentes (STI) são programas de computador com propósitos

educacionais que incorporam técnicas de Inteligência Artificial de Sistemas Especialistas.

Tradicionalmente, a arquitetura de um STI deve ser composta de pelo menos três módulos

fundamentais, considerando as características da base de conhecimento, modelo do estudante

e Estratégias de Ensino.

Os computadores têm sido utilizados para ensinar praticamente qualquer assunto. Muitas

crianças que usam computadores aprendem mais rápido o que indica que eles podem ser

usados como incentivo ao aprendizado.

A alfabetização de crianças e adultos é ainda uma das grandes carências do nosso país. No

Brasil não existem maiores preocupações em torno do método lingüístico a ser adotado e

grande parte dos métodos de alfabetização aqui usados são de base silábica. Em outros países,

e particularmente naqueles de Língua Inglesa, os métodos de alfabetização de maior sucesso

são baseados em Consciência Fonológica.

O principal objetivo deste trabalho é oferecer condições de teste e comparação experimental

de métodos de alfabetização diferentes, buscando contribuir para o aprimoramento dos

mesmos e gerar novos questionamentos pedagógicos para futuros estudos.

Nesta Dissertação de Mestrado foi desenvolvido um STI para suporte ao ensino de

alfabetização para crianças, utilizando modelagem de estudante do tipo Overlay do

Especialista, capaz de representar diferentes métodos de ensino, tais como os métodos

silábicos ou de consciência fonológica. Como parte do trabalho foi realizado um experimento

para avaliar o tutorial e os métodos de ensino.

Palavras-Chave: 1.Sistemas Tutoriais Inteligentes 2.Modelo de Overlay 3.Alfabetização

4.Método Silábico 5.Consciência Fonológica

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ABSTRACT

Intelligent Tutoring Systems (ITS) are educational computer programs assisted by Artificial

Intelligence techniques. Traditionally the architecture of an ITS is composed of at least three

essencial modules: the knowledge domain, the student model and the teaching strategies.

The computers are currently used to teach virtually every subject. Many children that use the

computer learn quickly, what suggests that computers may be used to improve the

teaching/learning process.

Children and adult literacy is still one of the biggest needs of our country. In Brazil there is

not too much concern on linguistic methods to be used in literacy, and most of our literacy

methods are syllable based. In other countries, particularly in those where English is spoken,

most of successful literacy methods are based on Phonological Awareness.

In this Msc Project there has been developed an ITS to support literacy teaching for children,

using an Expert Overlay Student Model, which is able to represent different teaching

methods, such as the syllabic or the pholonogical awareness methods. An experiment to

evaluate the tutoring system and the implemented teaching methods has also been carried on.

Keywords: 1.Intelligent Tutoring Systems 2.Overlay Model 3.Literacy 4.Syllabic Method

5.Pholonogical Awareness

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SÍMBOLOS, ABREVIATURAS, SIGLAS E CONVENÇÕES

FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

IPA International Phonetic Alphabet

INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

MEC Ministério da Educação

PNLD de Programa Nacional do Livro Didático

STI Sistema Tutorial Inteligente

STIs Sistemas Tutoriais Inteligentes

CAI Computer Aided Instruction

MVC Modelo-Visão-Controlador

JSP Java Server Pages

URL Uniform Resource Locators

HTTP Hiper Text Transfer Protocol

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

PROINFO Programa Nacional de Informática na Educação

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Agradecimentos

Muitas pessoas e organizações contribuíram para a conclusão deste trabalho.

Primeiramente gostaria de agradecer ao meu orientador Marco Aurélio de Carvalho por

sua ajuda pessoal e acadêmica durante esse período.

Aos meus ex-professores por terem me ajudado no conhecimento adquirido ou até no

incentivo para ingressar no mestrado. E em particular ao professor Carlos Silveira.

Às editoras Base, Ática, Saraiva e do Brasil pelo fornecimento de livros didáticos de

alfabetização do professor para auxiliar no método silábico e ao Ministério da Educação por

ter fornecido o catálogo de livros reconhecidos pelo MEC.

Aos colegas de mestrado pelos estudos em grupo e auxílio nas disciplinas.

Aos meus tios Antônio Sérgio e Joseane e a família de Maria Assunção que me

auxiliaram de forma indispensável durante o mestrado.

À minha família, principalmente minha mãe, Célia, meu irmão, André, e meus avós,

Haydeé e Raymundo pela compreensão das ausências em momentos importantes, pelo

carinho, pela atenção e pela ajuda no que foi preciso.

Ao meu namorado, Daniel, que me ajudou nos momentos mais difíceis, que estava

sempre ao meu lado, me compreendendo e cooperando no que foi preciso.

À Escola Batista IBAN pela oportunidade de realização do experimento.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES pela

concessão de bolsa de estudos no mestrado.

E por último e mais importante, a Deus sem o qual nada poderia ser possível.

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Publicações

Durante a elaboração da presente dissertação foi publicado o seguinte trabalho:

Mascarenhas, Ana Célia Rocha e Carvalho, Marco Aurélio - XXII Congresso da SBC –

Sociedade Brasileira de Computação - “Um Gerador de Sistema Tutorial Inteligente para

Auxílio à Alfabetização em Português”. 2002

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

CAPÍTULO I – SISTEMAS TUTORIAIS INTELIGENTES ........................ 3

I.1 – CONCEITOS BÁSICOS .................................................................................................................3 I.1.1 - Overlay do Especialista ........................................................................................................4

CAPÍTULO II - A CRIANÇA E O COMPUTADOR ..................................... 9

II.1 – UM HISTÓRICO BRASILEIRO DO USO DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO ............................10 II.2 –TENDÊNCIAS .............................................................................................................................11

CAPÍTULO III - ALFABETIZAÇÃO.............................................................. 12

III.1 - HISTÓRIA DA ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL ...........................................................................12 III.2 - MÉTODOS ................................................................................................................................14

III.2.1 - Método Silábico ...............................................................................................................16 III.2.2 - Método Fônico .................................................................................................................17 III.2.3 - As vantagens e desvantagens dos dois métodos citados ..................................................18

III.3 – PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO ........................................................................19 III.3.1 – Análise para os livros silábicos .......................................................................................19

III.4 – CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA ..................................................................................................20 III.5 – ATIVIDADES ............................................................................................................................22 III.6 - FONOLOGIA PORTUGUESA .....................................................................................................24 III.7 - PROCESSO DE LEITURA ..........................................................................................................26 III.8 – DISLEXIA .................................................................................................................................27

III.8.1 - Método para lidar com a dislexia ....................................................................................27 III.9 - A ESCOLHA DO MÉTODO LINGÜÍSTICO .................................................................................30 III.10 - O MÉTODO DE PAULO FREIRE .............................................................................................31

CAPÍTULO IV – ÁRVORE DO CONHECIMENTO PARA OS ............... 34

MÉTODOS IMPLEMENTADOS .................................................................... 34

IV.1 – ÁRVORE DO CONHECIMENTO PARA O MÉTODO SILÁBICO .................................................36 IV.2 – ÁRVORE DO CONHECIMENTO PARA O MÉTODO FÔNICO ....................................................38

CAPÍTULO V - VISÃO DO TUTORIAL COMO UM JOGO .................... 41

CAPÍTULO VII - O SISTEMA ........................................................................ 43

VII.1 – ARQUITETURA DE APLICATIVOS PARA INTERNET EM JAVA .............................................44 VII.1.1 – Camadas (Layer) ............................................................................................................44 VII.1.2 – JavaBean ........................................................................................................................45 VII.1.3 – MVC................................................................................................................................46

VII.2 – FERRAMENTA DE AUTORIA ..................................................................................................48 VII.2.1 – Objetos da Ferramenta de Autoria .................................................................................50

VII.3 – MODELO DO ESTUDANTE .....................................................................................................50 VII.4 – ESTRATÉGIA DE ENSINO ......................................................................................................51

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VII.4.1 – Estrutura da Estratégia de Ensino .................................................................................53 VII.5 - DICIONÁRIO ............................................................................................................................54 VII.6 – COMUNICAÇÃO COM O ESTUDANTE ....................................................................................55 VII.7 – ATIVIDADES ...........................................................................................................................56

VII.7.1 – Objeto Apresentação da Atividade .................................................................................57 VII.7.2 – Objeto Sim/Não ..............................................................................................................58 VII.7.3 – Objeto Mostrar Palavra ................................................................................................59 VII.7.4 – Objeto Mostrar Palavras ................................................................................................60 VII.7.5 – Objeto Completar Palavra .............................................................................................61 VII.7.6 – Objeto Ordenar a Palavra ..............................................................................................62 VII.7.7 – Objeto Quantidade .........................................................................................................62 VII.7.8 – Objeto Início ou Fim da Palavra ....................................................................................63 VII.7.9 – Objeto Mesmo Início ou Fim ..........................................................................................64

VII.8 – INFORMAÇÕES PROVIDAS PELO SISTEMA ...........................................................................65

CAPÍTULO VIII – EXPERIMENTO ............................................................... 68

VIII.1 - OBJETIVOS E METODOLOGIA ..............................................................................................68 VIII.2 - A REALIZAÇÃO DO EXPERIMENTO .......................................................................................70 VIII.3 - AVALIAÇÃO DO EXPERIMENTO ............................................................................................74

CAPÍTULO IX – TRABALHOS FUTUROS ................................................ 81

CAPÍTULO X - CONCLUSÃO ...................................................................... 83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 85

Apêndice A - Diagrama de Entidade e Relacionamento ......................................................................... 89 Apêndice B – Estratégia de Ensino para o Método Silábico ................................................................... 90 Apêndice C - Estratégia de Ensino para o Método Fônico ...................................................................... 97 Apêndice D - Tabela Fônica.................................................................................................................. 104 Apêndice E - Dicionário ........................................................................................................................ 106 Apêndice F – Grade de Desempenho dos Alunos ................................................................................. 111 Apêndice G - Pré-Teste e Pós-Teste...................................................................................................... 117

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ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1. ESTRUTURA DE UM SISTEMA TUTORIAL INTELIGENTE BASEADO NO OVERLAY DO ESPECIALISTA .......... 5 FIGURA 2. ÁRVORE DO CONHECIMENTO PARA MÉTODO SILÁBICO ....................................................................... 36 FIGURA 3. ÁRVORE DO CONHECIMENTO PARA MÉTODO FÔNICO ........................................................................... 39 FIGURA 4. ARQUITETURA DE CAMADAS (LAYER) ................................................................................................... 45 FIGURA 5. ARQUITETURA JAVABEAN .................................................................................................................... 46 FIGURA 6. ARQUITETURA MVC ............................................................................................................................. 47 FIGURA 7. TELA UTILIZADA PARA INFORMAR QUANTIDADE DE QUESTÕES FEITAS E QUANTIDADE DE RESPOSTAS

CERTAS. ........................................................................................................................................................ 57 FIGURA 8. TELA UTILIZADA PARA APRESENTAÇÃO DA ATIVIDADE........................................................................ 58 FIGURA 9. TELA UTILIZADA PARA PERGUTAR SE DESEJA CONTINUAR SIM/NÃO ..................................................... 59 FIGURA 10. TELA UTILIZADA PARA MOSTRAR PALAVRAS. .................................................................................... 60 FIGURA 11. TELA UTILIZADA PARA MOSTRAR PALAVRAS ..................................................................................... 60 FIGURA 12. TELA UTILIZADA PARA A ATIVIDADE COMPLETAR A PALAVRA (MÉTODO SILÁBICO) ......................... 61 FIGURA 13. TELA UTILIZADA PARA A ATIVIDADE ORDENAR A PALAVRA (MÉTODO SILÁBICO) ............................. 62 FIGURA 14. TELA UTILIZADA PARA A ATIVIDADE QUANTIDADE DE SÍLABAS (MÉTODO SILÁBICO) ....................... 63 FIGURA 15. TELA UTILIZADA PARA A ATIVIDADE ULTIMA SÍLABA DA PALAVRA (MÉTODO SILÁBICO) ................. 64 FIGURA 16. OBJETO MESMO FIM (MÉTODO SILÁBICO) .......................................................................................... 65 FIGURA 17. HISTÓRICO DE DESEMPENHO RUIM. ..................................................................................................... 66 FIGURA 18. HISTÓRICO DE DESEMPENHO ÓTIMO. .................................................................................................. 67 FIGURA 19. HISTÓRICO DE DESEMPENHO REGULAR. .............................................................................................. 67 FIGURA 20. CRIANÇA CHEGANDO À UNB, COM A FITA AZUL DE SEU GRUPO NO PULSO. ......................................... 72 FIGURA 21. CRIANÇAS ENTRETIDAS COM O SISTEMA. ............................................................................................ 73 FIGURA 22. GRUPOS NA EXPERIMENTOTECA.......................................................................................................... 73 FIGURA 23. REALIZANDO EXPERIMENTO NA EXPERIMENTOTECA. ......................................................................... 73 FIGURA 24. GRUPO ENCAMINHANDO PARA O LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA. ..................................................... 74 FIGURA 25. CRIANÇA DO GRUPO DE LAZER NO COMPUTADOR. ............................................................................... 74 FIGURA 26. TODAS AS CRIANÇAS NO FINAL DO EXPERIMENTO. .............................................................................. 79 FIGURA 27. CRIANÇA UTILIZANDO O SISTEMA ....................................................................................................... 79 FIGURA 28. CRIANÇAS UTILIZANDO O SISTEMA. ..................................................................................................... 80 FIGURA 29. FELICIDADE DA CRIANÇA QUANDO ACERTOU UMA ATIVIDADE. ........................................................... 80 FIGURA 30. DER .................................................................................................................................................... 89 FIGURA 31. RESULTADOS DA CRIANÇA P1 NO TUTORIAL. .................................................................................... 111 FIGURA 32. RESULTADOS DA CRIANÇA F1 NO TUTORIAL. .................................................................................... 111 FIGURA 33. RESULTADOS DA CRIANÇA E1 NO TUTORIAL. .................................................................................... 112 FIGURA 34. RESULTADOS DA CRIANÇA D1 NO TUTORIAL. .................................................................................... 112 FIGURA 35. RESULTADOS DA CRIANÇA D2 NO TUTORIAL. .................................................................................... 112 FIGURA 36. RESULTADOS DA CRIANÇA J1 NO TUTORIAL. ..................................................................................... 113 FIGURA 37. RESULTADOS DA CRIANÇA R1 NO TUTORIAL. .................................................................................... 113 FIGURA 38. RESULTADOS DA CRIANÇA I1 NO TUTORIAL. ..................................................................................... 114 FIGURA 39. RESULTADOS DA CRIANÇA P2 NO TUTORIAL. .................................................................................... 114 FIGURA 40. RESULTADOS DA CRIANÇA D3 NO TUTORIAL. .................................................................................... 114 FIGURA 41. RESULTADOS DA CRIANÇA L1 NO TUTORIAL. .................................................................................... 115 FIGURA 42. RESULTADOS DA CRIANÇA C1 NO TUTORIAL. .................................................................................... 115 FIGURA 43. RESULTADOS DA CRIANÇA C2 NO TUTORIAL. .................................................................................... 115 FIGURA 44. RESULTADOS DA CRIANÇA M1 NO TUTORIAL. ................................................................................... 116 FIGURA 45. EXEMPLO DO PRÉ-TESTE NA CRIANÇA 1. ........................................................................................... 117 FIGURA 46. EXEMPLO DO PÓS-TESTE NA CRIANÇA 1. ........................................................................................... 118 FIGURA 47. EXEMPLO DO PRÉ-TESTE NA CRIANÇA 2. ........................................................................................... 119 FIGURA 48. EXEMPLO DO PÓS-TESTE NA CRIANÇA 2. ........................................................................................... 120 FIGURA 49. EXEMPLO DO PRÉ-TESTE NA CRIANÇA 3. ........................................................................................... 121 FIGURA 50. EXEMPLO DO PÓS-TESTE NA CRIANÇA 3. ........................................................................................... 122 FIGURA 51. EXEMPLO DO PRÉ-TESTE NA CRIANÇA 4. ........................................................................................... 123

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FIGURA 52. EXEMPLO DO PÓS-TESTE NA CRIANÇA 4. ........................................................................................... 124 FIGURA 53. EXEMPLO DO PRÉ-TESTE NA CRIANÇA 5. ........................................................................................... 125 FIGURA 54. EXEMPLO DO PÓS-TESTE NA CRIANÇA 5. ........................................................................................... 126 FIGURA 55. EXEMPLO DO PRÉ-TESTE NA CRIANÇA 6. ........................................................................................... 127 FIGURA 56. EXEMPLO DO PÓS-TESTE NA CRIANÇA 6. ........................................................................................... 128

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ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 1. TEMAS IDENTIFICADOS NA PRODUÇÃO SOBRE ALFABETIZAÇÃO – 1961 – 1989 – INEP – MEC ............ 15 TABELA 2. TABELA DE FONOLOGIA PORTUGUESA. ................................................................................................ 25 TABELA 3. ÁRVORE DO CONHECIMENTO PARA MÉTODO SILÁBICO. ...................................................................... 38 TABELA 4. ÁRVORE DO CONHECIMENTO PARA MÉTODO FÔNICO. ......................................................................... 40 TABELA 5. RESULTADOS DE PRÉ E PÓS-TESTES DE CRIANÇAS DOS TRÊS GRUPOS EXPERIMENTAIS.......................... 78 TABELA 6. TABELA FÔNICA ................................................................................................................................. 105 TABELA 7. DICIONÁRIO ........................................................................................................................................ 110

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INTRODUÇÃO

Hoje em dia, o uso de computadores é importante para a educação não apenas

como suporte de ensino e reforço para entender ou resolver problemas, mas também pela

eficácia do aprendizado e pelo interesse que eles despertam nos aprendizes, habilitando-os e

estimulando-os a resolver novos problemas em diferentes atividades e contextos.

O computador tem sido considerado tão importante quanto foram o lápis e papel

para a humanidade no passado, pois oferece a possibilidade de ler, escrever, fazer cálculos,

desenhar, entre outras, dando suporte a uma infinidade de criações e realizações humanas. No

entanto, é importante ficarmos alertas, pois assim como existem programas que auxiliam o

raciocínio e o aprendizado, existem outros que podem agir negativamente.

Muitas crianças que usam o computador aprendem mais rápido, e este representa,

sem dúvida, um eficaz incentivo para o aprendiz. Na educação, o computador tem sido

utilizado para ensinar praticamente qualquer assunto.

Segundo Emilia Ferreiro (Ferreiro, 2001), o Brasil é um dos países da América

Latina que tem reflexões mais prolongadas e profundas em relação ao problema da

alfabetização, notadamente nos seus aspectos sociológicos. No entanto, apesar de terem

surgido diversos métodos de alfabetização aqui e em outros países, a maioria dos métodos

utilizados no Brasil é baseada em fonologia silábica. Já na Língua Inglesa, por exemplo, os

métodos de alfabetização baseados em consciência fonológica, que eram no passado usados

em situações clínicas (para sanar problemas de aprendizado), vem se tornando imensamente

populares, e sendo adotados como métodos preferenciais de alfabetização.

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A pesquisa cognitiva em alfabetização em nosso país ainda está em fase

embrionária. Essa pesquisa tem mostrado em outros países que, se o método for mais fácil de

ser assimilado e decodificado por quem está aprendendo, o aprendizado será mais rápido e

eficaz, causando menos problemas que tenham que ser clinicamente tratados a posteriori

(Adams, 1996) (McGuinness, 1997).

Os computadores podem ser programados para implementar vários métodos de

ensino, sendo uma ferramenta bastante versátil. Os Sistemas Tutoriais Inteligentes são

programas de computador com propósitos educacionais que incorporam técnicas de

Inteligência Artificial e, muito freqüentemente, da área de Sistemas Especialistas. Fazendo-se

uma analogia ao ensino tradicional, um STI pode ser considerado um agente capaz de

executar uma atividade similar a um professor ou tutor humano.

O objetivo deste trabalho é propor e desenvolver um STI capaz de implementar

diferentes práticas de ensino com pelo menos duas das principais abordagens de base

lingüística de alfabetização, de forma a avaliar os seus efeitos no processo de aprendizagem.

Através desse STI pretende-se demonstrar que as técnicas de Inteligência

Artificial adotadas, juntamente com a modelagem do estudante e com a arquitetura de

implementação do sistema tutorial podem oferecer condições de comparação e avaliação

experimental de métodos de alfabetização diferentes, buscando contribuir para o

aprimoramento dos mesmos, e de gerar novos questionamentos pedagógicos para futuros

estudos.

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CAPÍTULO I – SISTEMAS TUTORIAIS INTELIGENTES

I.1 – Conceitos básicos

Os Sistemas Tutoriais Inteligentes são programas de computador com propósitos

educacionais que incorporam técnicas de Inteligência Artificial e, muito freqüentemente, da

área de Sistemas Especialistas. Fazendo-se uma analogia ao ensino tradicional, um STI pode

ser considerado um agente capaz de executar uma atividade similar a um professor (humano)

(Self, 1990).

A primeira geração de sistemas de computador utilizado na educação foi

genericamente denominada CAI (Computer Aided Instruction), e tinha uma visão mais

pedagógica do que sistêmica, baseando-se na apresentação de textos e gráficos. Nela, a partir

das respostas do usuário, mostravam-se novas páginas. A segunda geração foi denominada

“Sistemas Tutoriais Inteligentes” (STIs), com ênfase na adoção de atitudes de um tutor

humano. Uma nova geração de STIs está surgindo centrando-se em diálogos com o estudante,

valendo-se de múltiplas estratégias para habilitar os estudantes a construir seus próprios

conhecimentos na área em estudo. Essa tecnologia é a terceira geração de STIs (Heffernan &

Koedinger, 2002).

Um STI deve replicar o conhecimento entre os estudantes e distribui-lo,

eliminando disputa de conhecimento entre os que estão aprendendo, conflitos sociais e

sexuais (Glass, 1996).

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Tradicionalmente a arquitetura de um STI deve considerar três módulos

fundamentais, tornando-a tri-partida, de forma integrada e com tarefas concomitantes. A

arquitetura deve considerar as características da base de conhecimento (conteúdo), modelo do

estudante (estudante) e Estratégias de Ensino (tutor) a serem adotadas pelo tutor (Burns &

Capps, 1988) (Self, 1990).

Um bom tutor não é aquele que possui um domínio de conhecimento com regras

genéricas, e sim aquele que, com uma Estratégia específica, oferece a possibilidade do

estudante superar dificuldades comuns. Deve observar e assumir uma de algumas Estratégias

específicas (Heffernan & Koedinger, 2002).

Os STIs têm sido desenvolvidos de diferentes maneiras, entre as quais: Modelo

Diferencial, Modelo de Overlay, Modelo de Perturbação, Modelo de Simulação, Modelo

Mentalista e Modelo de Agentes. Wenger sugere que a função principal de um STI é agir

como um “veículo de comunicação” (Wenger, 1987). Neste projeto a abordagem utilizada é a

do “Overlay do Especialista”, baseada em uma Árvore do Conhecimento que contém os temas

a serem transmitidos, assumindo-se um caminho de percorrimento da esquerda para a direita e

de baixo para cima (Carvalho, 2000).

O foco de atenção deve ficar na modelagem do sistema, pois este deve se

preocupar em capturar o Conteúdo de Conhecimento Pedagógico, isto é, adotar a Estratégia

utilizada pelo professor em suas aulas, atitudes assumidas em cada situação pedagógica, tal

como mau desempenho ou bom desempenho, falta de assiduidade, entre outras (Heffernan &

Koedinger, 2002).

I.1.1 - Overlay do Especialista

O modelo Overlay do Especialista é baseado na diferença entre o conhecimento

do estudante e o conhecimento do especialista. O termo inglês “overlay” significa

“superposição” e é usado para indicar que o conhecimento do estudante deve evoluir através

de um processo de superposição aos “segmentos” de conhecimento de um especialista da

área.

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Figura 1. Estrutura de um Sistema Tutorial Inteligente baseado no Overlay do Especialista

O Modelo do Estudante é a representação da sua bagagem de conhecimento, o

histórico de evolução do processo de aprendizagem com a interface do sistema e seu

conhecimento. A Árvore do Conhecimento contém a estrutura do domínio de conhecimento,

que é a referência principal das atividades de ensino e regras de Estratégias de Ensino.

A Ferramenta de Autoria permite que o professor especialista descreva as

atividades de ensino e aprendizagem e as Estratégias de Ensino. No presente trabalho não foi

desenvolvida formalmente uma Ferramenta de Autoria. As inclusões e alterações nas

atividades, Árvore do Conhecimento e Estratatégias de Ensino foram realizadas diretamente

no banco de dados utilizado.

O domínio de Conhecimento é muito complexo para ser representado em uma

simples rede ou hierarquia. Gold (Murray, 1996) inclui relacionamento entre regras

procedurais que representam o caminho de evolução do conhecimento enquanto o estudante

aprende. O relacionamento inclui explicação, generalização, analogia e complexidade e

mostra como o aprendizado pode seguir caminhos de conhecimento dos mais abstratos para os

mais complexos, do desvio para a correção e da especialização para a generalização.

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As Estratégias de Ensino são procedimentos usados para promover o processo de

aprendizagem em sistemas de alfabetização. As Atividades de Ensino podem ser lições,

exemplos, exercícios e testes, dentre outros. As Estratégias de Ensino representam as ações

que o professor especialista tomaria para orientar o estudante em seus passos na Árvore do

Conhecimento. Essas estratégias podem ser pedagógicas ou empíricas, com base na

experiência do professor. A Teoria de Aprendizado de Bruner (Murray, 1996) centra na

formação de novos conceitos, categorias e regras por indução de exemplos e casos junto com

análise de características-chave. Isso indica que não só segmentos de conhecimento e seu

relacionamento como também suas propriedades pedagógicas relevantes precisam ser

representadas para as instruções. Tutoriais baseados em casos usam bases de conhecimentos

de objetos de exemplos ou procuram na base de conhecimento casos apropriados baseados

nos seus atributos.

Bloom e Gagne (Murray, 1996) foram os primeiros a desenvolver uma clara

classificação de conhecimento e comportamento aprendido, e a afirmar que diferentes tipos de

conhecimento exigem diferentes tipos de ensino ou métodos educacionais. Gagne divide o

resultado da aprendizagem em cinco categorias: Informação Verbal, Habilidades Intelectuais,

Estratégias Cognitivas, Atitudes e Habilidades Psicomotoras. Outros esquemas de

classificação de conhecimento que se baseiam na moderna teoria cognitiva e são mais

operacionais e concretos para os propósitos de representação computacional foram depois

desenvolvidos como a Teoria Behaviorista.

O Módulo de Diagnóstico escolhe qual a próxima atividade de ensino a ser

apresentada para o aluno baseando-se no Modelo de Estudante e no Domínio de

Conhecimento, a partir do Histórico do Desempenho do estudante, da Árvore do

Conhecimento e Estratégia de Ensino. É o processo que manipula o Modelo do Estudante

(VanLehn, 1988).

O Módulo do Ensino é responsável pela apresentação da atividade de ensino

definida pelo Módulo de Diagnóstico ao estudante. O Módulo de Ensino é responsável por

implementar a Interface com o Estudante. No presente trabalho a Interface com o Estudante

não era o objetivo principal, e não foi exaustivamente trabalhada, resultando em imagens

simples e estáticas, e suporte sonoro de qualidade modesta..

A "Teoria da Classificação" de Ausubel para a aprendizagem foca na organização

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hierárquica de conceitos em disciplinas. Ele propõe que o conhecimento abstrato (mais alto na

hierarquia) é mais significativo e útil, e no processo de ensino é preferível o método de

aprendizado mais específico ou seqüencial. Seu Modelo Organizador Avançado prescreve que

uma nova informação deve estar relacionada a informações anteriores, e os caminhos de

aprendizado efetivo pela hierarquia de conhecimento vão diferir para cada estudante (Murray,

1996).

No sistema proposto, o caminho padrão de percorrimento da Árvore do

Conhecimento é da esquerda para a direita e de cima para baixo (Carvalho, 2000). Essa

estrutura é semelhante às organizações hierárquicas tradicionais de livros e ementas de

disciplinas, porém supõe-se que o estudante deva, por exemplo, primeiro ler o item 1.1.1,

depois o item 1.1.2, depois o item 1.1, depois o item 1.2.1, 1.2.2 e assim por diante. A razão

disto é que os item mais abrangentes (por exemplo, 1.1) englobam todo o conhecimento dos

seus subordinados, portanto suas atividades de ensino só devem ser feitas depois que as mais

específicas tenham sido concluídas. Como podemos ver no exemplo abaixo parte do índice do

livro de matemática 4 (Barroso, 2002):

A escolha da atividade de ensino a ser exercitada em um dado momento leva em

conta o conhecimento e avaliações daquele estudante, o que pode provocar um avanço ou um

retrocesso no percurso da árvore.

1 Números

1.1 Números e Operações

1.2 Dezenas de milhar

1.3 Centenas de milhar

2 Espaço e Forma

2.1 Perímetro e forma

2.2 Área

3 Grandeza de Medida

3.1 Unidade de Medida de Comprimento

4 Multiplicação e Divisão

4.1 Multiplicação

4.1.1 Algoritmo da Multiplicação

4.2 Divisão

4.2.1 Divisão Exata

4.2.2 Divisão Não Exata

4.2.3 Algoritmo da Divisão

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Se o estudante não se saiu bem em um particular “ramo” de conhecimento da

árvore, as Estratégias de Ensino podem reabilitar atividades feitas no passado que sejam

consideradas como construtores daquele conhecimento. Dessa forma, atividades de ensino de

prioridades absolutas maiores passarão a concorrer na próxima escolha, com maior chance de

serem indicadas na rodada seguinte. Ademais, pode ser interessante suspender uma atividade

recentemente realizada por algum tempo, de forma que ela não venha a ser escolhida de novo

nas próximas rodadas. Esse procedimento evita que uma mesma atividade seja executada

exaustivamente sem analisar outros pontos, desmotivando o estudante.

Segundo Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1985), a solução da deficiência na

aprendizagem não pode ser obtida através da repetição múltipla, pois o sujeito irá "repetir seu

fracasso". E Lesgold (Murray, 1996) aponta que o conceito de pré-requisito é inadequado

desde que um tópico venha a ser pré-requisito de um outro, que deve ser uma função dos

objetivos de aprendizado de uma seção particular, ao invés de um relacionamento estático

entre tópicos. Ele propõe uma estrutura de objetivos entrelaçados que captura os diferentes

pontos de vista de uma estrutura curricular que resulta de diferentes objetivos educacionais

(ou perspectivas).

O processo de escolha da atividade de ensino chega ao fim quando o estudante

percorreu toda a Árvore do Conhecimento e a avaliação do sistema o considerou com um

conhecimento suficiente, próximo ao conhecimento do especialista.

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CAPÍTULO II - A CRIANÇA E O COMPUTADOR

Muitas crianças que usam o computador aprendem mais rápido, podendo, este, ser

usado como um incentivo para o aprendizado. Para elas, o computador não é apenas um

quadro de instruções como suporte de ensino e reforço para entender ou resolver problemas,

mas também possui uma eficácia como resultado no aprendizado e cria nas crianças um

interesse maior em resolver problemas de diferentes níveis de atividades e contextos (Yelland

& Masters, 1999).

Douglas Clements (1985) compara o computador a um lápis pois oferece a

possibilidade de ler, escrever, fazer cálculos e desenhar. Compara também a um castelo de

areia devido à infinidade de criações que se pode fazer usando um computador. Outra

comparação é a jogos educativos de blocos por poder criar o que vem na imaginação. Portanto

a tecnologia do computador pode auxiliar no processo de aprendizagem de um indivíduo

forçando o raciocínio de forma descontraída e resolver muitos problemas de confrontos

educacionais da atualidade, se ele se comportar como um tutor humano (professor) individual

(Glass, 1996).

Entretanto, é importante ficar alerta, pois assim como existem programas que

auxiliam o raciocínio e o aprendizado existem outros não tão recomendáveis, pois não se

baseiam em pedagogias aprofundadas, resumindo-se a mostrar imagens interessantes com

metodologias duvidosas. Deve ser dada preferência a programas que possuam regras de

atividades de ensino do ambiente educacional que se está estudando e em que a criança realize

atividades de diferentes níveis de experiência (Clements, 1985).

No Brasil, o governo realizou alguns projetos com o intuito de levar o computador

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para a sala de aula, como visto a seguir.

II.1 – Um Histórico Brasileiro do Uso do Computador na Educação

Inúmeras políticas governamentais foram implementadas ao longo do processo de

informatização educacional no Brasil. Além das políticas governamentais, alguns projetos

filantrópicos também aconteceram como é o caso dos trabalhos do Comitê para

Democratização da Informática (CDI).

As primeiras iniciativas governamentais de incentivo à introdução da informática

na educação no Brasil foram tomadas por volta de 1981 através do projeto EDUCOM. O

objetivo era implantar centros-piloto, a partir de estudos e cooperações entre os especialistas

das áreas de educação, psicologia, sociologia e informática (Mendes, 2001).

Em 1987 foram implantados dois cursos de informática na educação em nível de

pós-graduação realizados pela UNICAMP.

O programa Nacional de Informática Educativa em 1989, teve por finalidade

“Desenvolver a Informática Educativa no Brasil através de projetos e atividades, articulados e

convergentes, apoiados em fundamentação pedagógica sólida e atualizada, de modo a

assegurar a unidade política, técnica e científica imprescindíveis ao êxito dos esforços e

investimentos envolvidos” (Mendes, 2001).

Em 1995, o empresário e professor Rodrigo Baggio criou um CDI, que é uma

Organização Não Governamental com o objetivo de levar conhecimentos de informática e

cidadania para a população mais carente por meio das EICs - Escolas de Informática e

Cidadania (CDI, 2003).

Finalmente, em 1997, foi lançado o PROINFO – Programa Nacional de

Informática na Educação, com a meta inicial de financiar a introdução da tecnologia de

informática e telecomunicações na rede pública de ensino fundamental e médio (Brasil,

1999).

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II.2 –Tendências

As opiniões a respeito do uso do computador para crianças são divergentes.

Alguns se manifestam contra por acreditar que isso pode aumentar a violência devido a jogos

que incentivam lutas, diminuir a tendência de uso de livros e outros meios educativos,

aumentar o risco de doenças de esforços repetitivos e problemas de visão. Outros são

favoráveis devido ao uso de jogos educativos que incentivam a curiosidade e desenvolvem o

raciocínio.

Na educação, o computador tem sido utilizado tanto para ensinar computação

quanto para ensinar praticamente qualquer outro assunto. A introdução do computador como

meio educacional acontece juntamente com o questionamento da função da escola e do papel

do professor. A verdadeira função do professor não deve ser a de ensinar e sim de criar

condições de aprendizagem. Isso significa que o computador pode fazer o papel de repassador

de conteúdos de forma muito mais eficiente que o professor. Nesse caso, o professor passaria

a atuar como o criador de ambientes de aprendizagem e o facilitador do processo de

desenvolvimento intelectual do aluno (Valente, 1999).

Os sistemas computacionais para transmitir conhecimento podem prever um nível

de aprendizagem modelando o aluno, de forma diferente de como acontece hoje nas salas de

aula, onde o conhecimento é transmitido de maneira semelhante e constante para todos. Na

verdade, os alunos aprendem de forma e velocidade diferentes.

Os jogos educativos podem estimular a atenção, coordenação motora, criatividade

e raciocínio da criança, ensinando assuntos diferentes de forma divertida e didática.

Esses argumentos têm sido utilizados para reforçar o uso do computador como

ferramenta em sala de aula. Porém o uso de computador como ferramenta é que provoca

maiores mudanças no processo de ensino vigente, alterando metodologias de ensino e criando

novos questionamentos das metodologias existentes (Valente,1999).

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CAPÍTULO III - ALFABETIZAÇÃO

A alfabetização, considerada como o início do processo de aprendizagem do ser

humano, é um dos pontos mais debatidos em educação em todo mundo, havendo grande

polêmica em torno dos seus inúmeros métodos.

O interesse pelo método surge e cresce quando se encara a necessidade de ensinar

a leitura a grandes massas (Braslavsky, 1971).

Entre os métodos diversos, há aqueles que se preocupam com psicologia,

pedagogia, sociologia, lingüística, etc. Este trabalho se concentra nos métodos lingüísticos, no

processo básico do sistema de ensino de alfabetização e em particular na "codificação" e

"decodificação", não desconsiderando a importância dos outros métodos no processo de

ensino-aprendizagem infantil. É importante salientar que este trabalho foca nas habilidades

iniciais de leitura e não se envolve com a escrita, compreensão de texto, composição, etc.

III.1 - História da Alfabetização no Brasil

Na década de 1930, um período em que a sociedade passava por grandes

transformações, associadas ao processo de industrialização e à concentração populacional em

centros urbanos, foi quando finalmente começou a se consolidar um sistema público de

educação elementar no país.

Com o fim da ditadura de Vargas em 1945, o país vivia a efervescência política da

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redemocratização. A Segunda Guerra Mundial recém terminara e a ONU - Organização das

Nações Unidas - alertava para a urgência de integrar os povos visando a paz e democracia.

Tudo isso contribuiu para que a educação de adultos ganhasse destaque dentro da

preocupação com a educação elementar comum. Era a necessidade de aumentar as bases

eleitorais para sustentar um novo governo central, integrar as massas populacionais de

imigração recente e também incrementar a produção (Ribeiro, 1997).

Foi então que o pedagogo Paulo Freire trouxe uma proposta conscientizadora para

a alfabetização de adultos, com forte componente ético, valorizando a cultura do educando.

Em janeiro de 1964 foi aprovado o Plano Nacional de Alfabetização que previa a

disseminação por todo o Brasil de programas de alfabetização orientados pela proposta de

Paulo Freire. Porém isso durou pouco, pois entrou em vigor a ditadura meses depois.

Nas décadas de 50 e 60, a maioria dos estudos relativos à alfabetização giravam

em torno dos métodos sintéticos e analíticos devido à época em que o país vivia, uma

opressão cultural e de expressão. Entretanto, de acordo com o trabalho de Soares (1999), nas

décadas 70 e 80 houve um decréscimo do número de estudos voltados para os métodos

tradicionais e um aumento de pesquisas construídas a partir de novos paradigmas,

principalmente com contribuições psicológicas genéticas, da lingüística e da psicolingüística.

A pesquisa de Soares mostra que as técnicas de alfabetização não estão se tornando

irrelevantes no processo de escolha do método de ensino de alfabetização. Claro que a

psicologia e a sociologia são importantes no processo de alfabetização, porém o processo

técnico que está por trás é tão importante quanto os aspectos ideológicos.

A alfabetização compreende o ensino da linguagem, que contém leitura, escrita,

gramática, ortografia, composição e literatura (Oliveira & Monteiro, 1980). Portanto a

alfabetização não se limita apenas a conhecer a simbologia das palavras escritas, vai muito

além, se preocupa com a compreensão do conteúdo. A linguagem é a nossa principal forma de

correspondência social e dá significado e continuidade às nossas experiências.

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III.2 - Métodos

Tradicionalmente, classificam-se os métodos lingüísticos de alfabetização na

língua portuguesa em analíticos, sintéticos e ecléticos (mistos). Os sintéticos partem da parte

para o todo, começam pelo estudo dos sinais e sons elementares; os analíticos, do todo para a

parte, colocam a criança em face da linguagem escrita; e os ecléticos, uma combinação dos

dois métodos (Oliveira & Monteiro, 1980).

Os métodos sintéticos podem ser classificados como alfabético, fonético ou fônico

e silábico. No método alfabético o aluno aprende as letras isoladamente, liga as consoantes às

vogais, formando sílabas; reúne as sílabas para formar as palavras e, finalmente, o texto. No

método fonético ou fônico, o aluno parte do som das letras, une o som da consoante ao som

da vogal, pronunciando a sílaba formada. Já no método silábico, o aprendizado concentra-se

na observação e identificação das sílabas que compõem as palavras, como unidades

fonológicas. Entre essa divisão surgiram outros métodos que são parecidos com esses, mas

são apresentados de forma diferente, baseando-se nos sons dos animais ou nas imagens como

o processo Icográfico, Letras Móveis e Fonomímico. A abordagem icográfica assemelha-se à

alfabética, porém usando onomatopéia (apresentando figuras de animais e os sons de cada

um) para apresentar as letras. Em Letras Móveis, a criança deve procurar letras entre algumas

outras, e em seguida formar sílabas e palavras com a respectiva letra. Na abordagem

fonomímica, o ensino dos sons é seguido por desenhos, mímicas, gestos, etc.

Os métodos analíticos podem ser divididos em Palavração, sentenciação, Conto e

Unidade de Experiência. A Palavração ensina palavras como um todo, apresentando cartazes

com desenhos. A Sentenciação parte do todo para as partes, começando por frase, partindo

para a palavra, depois sílaba e por fim, letra. O conto parte da história, focando a seguir a

frase e assim por diante, até a sílaba. A Unidade de Experiência assemelha-se ao Conto,

distinguindo apenas a forma como são lidos os textos, que podem ser em capítulos ou não.

No Brasil não existe uma preocupação grande em torno do método lingüístico a

ser adotado. A pesquisa em alfabetização no Brasil ainda está em fase embrionária e os itens

método de alfabetização e sistema fonológico/sistema ortográfico (responsável pela análise

do processo de transferência da forma sonora da fala para a forma gráfica da escrita ou de

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forma teórica, através da análise das relações fonemas/grafemas na língua portuguesa ou

buscando identificar o processo de construção do sistema ortográfico pela criança), que são os

principais responsáveis pela escolha do método lingüístico adotado, tiveram um crescimento

muito baixo entre as décadas de 60 e 80. Isso pode ser comprovado analisando-se a

quantidade de pesquisas nos assuntos Sistema Fonológico / Sistema Ortográfico e Método de

Alfabetização em comparação com os outros assuntos na tabela dos temas identificados na

produção sobre alfabetização divulgado pelo MEC e INEP (Brasil, 2000).

Assunto Década de 60 Década de 70 Década de 80 Total

Avaliação 0 1 3 4

Caracterização do

Alfabetizador

0 2 20 22

Cartilhas 0 2 10 12

Conceituação de Língua

Escrita

0 0 10 10

Concepção Alfabetização 0 1 15 16

Determinantes de

Resultados

1 10 38 49

Dificuldades de

Aprendizagem

2 4 11 17

Formação Alfabetizador 0 4 11 15

Leitura 0 1 1 2

Língua Oral / Língua

Escrita

0 0 9 9

Método de Alfabetização 1 3 5 9

Produção de texto 0 0 1 1

Prontidão 1 2 13 16

Proposta Didática 0 6 25 31

Sistema Fonológico /

Sistema Ortográfico

0 1 5 6

Total 5 37 177 219 Tabela 1. Temas identificados na produção sobre alfabetização – 1961 – 1989 – INEP – MEC

O presente trabalho está voltado para a metodologia silábica e consciência

fonológica. A preocupação com a silábica é porque grande parte dos métodos de alfabetização

usados no Brasil são silábicos, conforme indicações do “Referencial Curricular Nacional para

Jovens e Adultos” do Ministério da Educação e análise dos livros didáticos divulgados pelo

PNDL e o Guia dos Livros Didáticos, divulgado pelo MEC. Na Língua Inglesa, por exemplo,

os métodos de alfabetização de maior sucesso são baseados em consciência fonológica

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(Phonological Awareness), que se apresentou inicialmente como uma solução clínica para

pessoas que não conseguiam se alfabetizar, mas que vem gradativamente ganhando espaço em

escolas como o principal método de alfabetização (Adams, 1996) (McGuinness, 1997).

Estudos realizados por Charles Fries (1962) mostram que na maioria dos casos

consegue-se sucesso no processo de alfabetização independentemente do método aplicado.

Porém, se o método for mais fácil de ser assimilado e decodificado por quem está aprendendo,

o aprendizado será mais rápido e eficaz. O maior objetivo deste projeto é oferecer condições

de teste e comparação experimental de diversos métodos existentes buscando contribuir para

o aprimoramento dos mesmos e gerar novos questionamentos pedagógicos para futuros

estudos.

III.2.1 - Método Silábico

Segundo Maria Helena Cozzolino de Oliveira e Conceição Perkles Monteiro

(1980) o método silábico surgiu a partir de ensino de leitura labial para surdos-mudos. Foi

observado então, pelo pedagogo alemão Samuel de Heinicke, que a aprendizagem ocorria

mais rápido quando se mostravam as sílabas escritas ao mesmo tempo em que se as

pronunciavam. Mais tarde ele propôs que se ensinassem as vogais, depois as consoantes

simples e, em seguida os encontros consonantais. Esta foi a forma que se difundiu e se

perpetuou até os dias de hoje (Barbosa, 1990).

No método silábico, as sílabas são como unidades-chave que formam palavras e

frases. Elaboram-se cartilhas para o estímulo do reconhecimento e pronúncia das sílabas

(Braslavsky, 1971).

No início do aprendizado por este método apresentam-se palavras monossilábicas,

favorecendo o propósito de começar ensinando a leitura com significação. Depois de ensinar

assim as primeiras sílabas, elaboram-se frases e palavras. Para diversificar as combinações,

aproveitam-se os monossílabos aprendidos e outros que expressem a primeira parte de dadas

palavras.

Normalmente ensina-se em primeiro lugar as vogais com a ajuda de ilustrações e

palavras. Por exemplo, ensina-se a vogal "a", toma-se a palavra "asa", a que se junta uma

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gravura; "u", tomando-se a palavra uva, etc. Depois fazem-se exercícios para junção de cada

vogal com as diversas consoantes, por procedimento análogo ao anterior. Assim, pode-se

combinar, por exemplo "ca", de cama, com "sa" de sapo, para formar a palavra "casa"; "a" de

asa, "ma" de mala, "do" de doce, para formar "amado".

III.2.2 - Método Fônico

Segundo Maria Helena Cozzolino de Oliveira e Conceição Perkles Monteiro

(1980), esse método foi criado pelo alemão Valemtim Ickelsamer, encontrando muitas

dificuldades para ser adotado em seu início, mas aos poucos foi conseguindo adeptos e logo

foram criadas cartilhas cheias de explicações.

O processo de aprendizagem com esse método consiste no ensino da leitura

baseando-se nos sons e não nas letras, como no Alfabético.

O ensino começa simultaneamente com a forma e o som das vogais. O próximo

passo é a combinação das vogais e logo após a combinação com as consoantes. O ponto de

partida para o ensino é o som, seguido pelo sinal, depois o nome da letra, passando para sílaba

e posteriormente, palavras, frases e orações. Ex. O vento faz “v v v v”, encontrou com o “a”

no caminho e fez “va”. Oliveira e Monteiro (1980) Apresentamos o seguinte exemplo do uso

do método fônico: V + a; V + e; V + i; V + o; V + u

Isso se repetirá com os ditongos. Conhecidas as sílabas, o professor partirá para a

formação de palavras: vovó - viva - vive - vê - ave.....

Com as palavras os alunos irão construindo frases que poderão ser escritas no

quadro negro:

Vi a vovó.

Ivo vê o ovo.

Vi o vovô e a uva.

Com base no processo fônico, foi sendo criado o processo fonomímico, que

consiste no ensino dos sons, acompanhados de desenhos, mímicas, gestos, expressões e

ruídos, indicando a posição dos lábios, durante a emissão, reproduzindo os sons emitidos pela

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voz humana. Nesse processo o som fundamental é tomado da natureza ou de uma situação da

vida, empregando-se, como ponto de partida, historietas da vida infantil (Oliveira &

Monteiro, 1980).

Além dessa ramificação do processo fônico, existem outras como é o caso da

abordagem de Consciência Fonológica já citada anteriormente e detalhada no item III.4.

III.2.3 - As vantagens e desvantagens dos dois métodos citados

Uma das vantagens do método silábico é que não se utilizam sons soltos como no

método fônico e cada som é uma sílaba. Quebram-se menos as palavras, possibilitando uma

leitura mais seqüencial quando se está aprendendo (Braslavsky, 1971). A principal

desvantagem é fazer com que a criança memorize várias sílabas para formar as palavras.

Segundo estudiosos, a principal vantagem do método fônico é a de ser um método

lógico que se pode graduar, com economia de esforços da criança para aprender, e do

educador para ensinar (Braslavsky, 1971).

Alguns autores criticam o fonetismo, comparando seus exercícios a mugidos,

chilradas e granidos. Outra crítica ligada aos sons isolados é que o processo se torna muito

mecânico, com repetição de sons sem sentido, o que provoca um retrocesso na capacidade de

se compreender o que se lê. Outra grande desvantagem é que algumas palavras possuem um

grafema específico, mas não pelo som e sim levando-se em consideração a origem da palavra,

como no caso do h antes da palavra homem e que o mesmo não acontece com a palavra

ônibus. Existem casos em que um mesmo fonema é representado por mais de um grafema e a

recíproca também ocorre como no caso m e n em campo e canto e no caso do s em casa e

sapo (Kato, 1987).

A língua é outra questão levantada por vários estudiosos. Alguns idiomas tem

uma correspondência perfeita de cada letra com cada som, como é o caso do alemão; de cada

grafema com cada fonema, chegando em alguns casos até a ter uma relação com cada sílaba,

como no japonês; e outros idiomas oferecem uma correspondência menor, no caso do

espanhol (Braslavsky, 1971).

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III.3 – Programa Nacional do Livro Didático

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do

Ministério da Educação (MEC), preocupado com as escolhas dos livros didáticos pelas

diversas escolas, resolveu fazer uma análise dos mesmos, a que deu o nome de Programa

Nacional do Livro Didático (PNLD) e a pesquisa resultou em um Guia de Livros Didáticos,

com análise bianual de livros da alfabetização à 4 série (Brasil, 2000).

Para a alfabetização foram considerados como critérios para a avaliação a

codificação e decodificação de fonemas em grafemas e de grafemas em fonemas, mas

principalmente a aquisição e desenvolvimento de habilidades de comunicação e interação por

meio da leitura e da produção de textos escritos.

Nessas análises o MEC classifica os livros pelo método que se ensina no processo

de aquisição da leitura e escrita, além de fazer um resumo das unidades e atividades.

III.3.1 – Análise para os livros silábicos

Dentre os livros de alfabetização brasileiros analisados e aprovados pelo MEC não

existem os que utilizem métodos puramente silábicos, mas baseando-se nestes pode-se

compor um método silábico mais puro.

Entre os livros que utilizam o método silábico temos “Eu Chego Lá” da Editora

Ática, autoras Maria da Conceição Stehling Melo e Cora Maria Toccheton Barauskas (2001) e

“A Caminho do Letramento” da editora do Brasil, autoras Diléia Helena de Oliveira Pires e

Gehilde Reis Paula de Moura (1998). Os que utilizam o Método Fônico divulgados pelo MEC

não estão mais sendo publicados por problemas em suas editoras.

O livro “Eu Chego Lá” é organizado em duas partes. A primeira delas concentra-

se em letras e palavras-chave e a segunda trabalha palavras-chave e sílabas. A segunda parte

contém 49 unidades e está voltada à abordagem do sistema de escrita como código de

transcrição da fala. Privilegiam-se atividades de análise, identificação, fixação e síntese,

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explorando-se as chamadas “dificuldades ortográficas”, organizadas com base em famílias

silábicas abordadas por meio de palavras-chave.

No livro “A Caminho do Letramento”, no trabalho realizado com o sistema

ortográfico, consideram-se as hipóteses da criança sobre o sistema de escrita somente na

primeira unidade. A partir daí, esse trabalho volta-se, predominantemente, para a análise

silábica de palavras-chave, numa progressão que, embora renove a tradição pedagógica do

método silábico, é pouco adequada, tendo em vista os pressupostos lingüísticos assumidos no

Manual do Professor.

Como o método fônico é pouco utilizado no Brasil, o que pode ser comprovado

pela quantidade de material existente no país, utilizamos a abordagem Phonological

Awareness (Consciência Fonológica), descrita a seguir, utilizada na língua inglesa com

sucesso, para criar um método de consciência fonológica para o Português falado no Brasil.

III.4 – Consciência Fonológica

É um método que surgiu visando facilitar o processo de aprendizagem para

atender crianças com dificuldades de aprendizado. Alguns pesquisadores analisaram o

desempenho de crianças que não apresentavam essa dificuldade, para verificar se o processo

de aprendizagem da escrita da língua materna também seria mais fácil.

De um modo geral, essa abordagem visa a aquisição da consciência dos sons ou

grupos de sons que compõem as palavras. Essa consciência vem em níveis diferentes: sílabas,

sons iniciais e finais semelhantes (rimas) e fonemas.

O nível mais óbvio é o das sílabas. Muitas das palavras de uma língua são

monossilábicas e essas são muitas das palavras iniciais e mais simples de aprendizado, não

requerendo muito esforço do aprendiz para a identificação destas unidades. Entretanto a

Língua Inglesa, tanto como a Língua Portuguesa, possui muitas sílabas e muitas

representações gráficas diferentes para elas para qualificá-las como a menor unidade

fonológica para ensino de leitura e escrita.

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O próximo nível de consciência fonológica é o de sons iniciais e finais parecidos

(rimas), onde denominamos inicial a primeira sílaba de uma palavra e de final a última sílaba

de uma palavra. Por sua universalidade e popularidade, estas unidades estão presentes em

muitos programas de alfabetização, realizando um papel importante no grau de consciência

fonológica do estudante.

O terceiro nível é o fonológico. Essa é a menor unidade sonora que pode mudar o

significado de uma palavra, em qualquer língua, como por exemplo, “pão” e “mão” são

palavras diferentes justamente porque têm o primeiro fonema diferente. Crianças pequenas e

adultos analfabetos geralmente não têm consciência dos fonemas nas palavras e o

relacionamento bidirecional entre consciência fonológica e alfabetização foi demonstrado

experimentalmente por vários pesquisadores como Bradley e Briant (1983); Moraes et al.

(1986); Perfetti et al. (1987).

Diversas pesquisas realizadas mostraram que, de uma forma geral, é mais fácil o

processo de aquisição da leitura e escrita por consciência fonológica para crianças com

dificuldades no aprendizado de alfabetização (Carvalho, 2000). Embora vários estudos

indiquem o valor da consciência fonológica para alfabetização regular e preventiva, a maioria

das pesquisas feitas nesta área são relativas ao ensino clínico para crianças com distúrbios de

aprendizado.

Uma das autoras que mais contribuiu para esta área, Isabelle Liberman, começou

a trabalhar com crianças com dificuldades de aprendizado no Hospital Infantil em Newington,

Connecticut, e em 1966 criou a cadeira de graduação em deficiências de aprendizado na

Faculdade de Educação da Universidade de Connecticut (Carvalho, 2000). Ao mesmo tempo,

no Centro de Desenvolvimento e Pesquisa de Ensino da Universidade de Pittsburgh, Jerome

Rosner e Dorothy Simon estavam trabalhando no seu Teste de Análise Auditiva, que

demonstrou um forte relacionamento entre a habilidade de identificar e manipular sons em

palavras e a capacidade de leitura e entendimento do texto. Outros trabalhos, paralelamente,

reforçam esta correlação, como o Teste de Conceitualização Auditiva desenvolvido por Pat e

Charles Lindamood (McGuinness, 1997). O trabalho de Liberman, Lindamood e outros

trabalhos similares tiveram uma grande importância na consolidação da comunidade de

pesquisa da consciência fonológica.

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III.5 – Atividades

As atividades de ensino que compõem os livros didáticos acima analisados

apresentam algumas estruturas básicas, que variam apenas quanto aos exemplos. As variações

ocorrem para diversificar a atividade, como com palavras e letras diferentes. Os exercícios

típicos usados para alfabetização, encontrados nos livros supracitados, são os seguintes:

Determinar a quantidade de letras, sílabas ou fonemas que possui uma determinada

palavra.

Identificar a letra, sílaba ou fonemas presentes em uma palavra, por exemplo:

“Peixe começa com `p`?” (não são só do início das palavras, mas podem ser

também do meio ou final).

Completar uma determinada palavra.

Citar ou identificar palavras e/ou frases que se iniciem por uma letra ou sílaba

específica.

Escrever o nome de um objeto ou animal representado na figura apresentada.

Determinar novas palavras omitindo alguns sons, letras ou sílabas, por exemplo de

borboleta se removermos as sílabas “bor” e “le” formamos “bota”.

Ordenar letras ou sílabas para formar uma palavra, ou palavras para formar uma

frase.

Escrever palavras que rimem com a palavra dada.

Associar um grupo de palavras com um grupo de imagens.

Como o método de Consciência Fonológica não vem sendo utilizado para

alfabetização em Português, utilizaremos atividades tais como as propostas por Carvalho

(2000), Adams (1996). A definição das atividades de ensino para a Consciência Fonológica da

língua inglesa é a descrita a seguir:

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Som que combina com a palavra - comparar um fonema previamente especificado

dentro de uma palavra, por exemplo: Boneca começa com /b/? (Não

necessariamente precisa ser o início da palavra)

Comparar palavras – comparar se uma palavra tem o mesmo som inicial, final ou

alguma vogal no meio da palavra com outra palavra.

Identificação de rimas – identificar se uma palavra rima com outra, por exemplo:

Coração rima com sabão?

Isolar o som inicial, final ou do meio de palavras- pronunciar o fonema que ocupa

uma posição designada em uma dada palavra, por exemplo: “Qual o primeiro som

da palavra casa? Qual o último som da palavra cama?”

Segmentação Fônica/Silábica – separar, isolando todos os sons de uma palavra

seguindo a sua ordem, por exemplo: “Quais os 4 sons da palavra casa?”

Contar fonemas/sílabas – contar quantos fonemas existem em uma palavra, por

exemplo, quantos fonemas possui a palavra casa?

Combinar – reunir fonemas na ordem que foi passado para formar uma palavra,

por exemplo “Que palavra formamos com /c/, /a/, /s/, /a/?”

Excluir um fonema – criar nova palavra, omitindo um fonema de uma palavra, por

exemplo “Diga forme sem /r/”

Informar o fonema que foi excluído – comparar a diferença entre duas palavras,

por exemplo, “Ouça forme e fome, qual som sumiu na segunda palavra?”

Substituir fonemas – gerar uma nova palavra substituindo um fonema, por

exemplo, “Repita a palavra casa só que no lugar do som /s/ coloque /m/”

Adicionar fonema – criar uma nova palavra adicionando um fonema a uma palavra

dada, por exemplo “Que palavra formamos se adicionarmos /s/ à palavra pato?”

Separar sílabas – falar partes de uma sílaba, por exemplo “Qual o primeiro som da

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palavra casa?”

Tarefa diferente – informar qual a palavra que não se semelha ao grupo de palavras

apresentado, por exemplo: “Diga qual a palavra que é diferente: casa, cama, pato?”

As atividades básicas de ensino utilizadas nos livros didáticos são similares nos

métodos silábico para o Português e de Consciência Fonológica para o Inglês.

As atividades a serem inseridas no tutorial proposto não dependem do método

utilizado, cabendo ao professor fazer essa escolha, descrevendo e agrupando os objetos, na

ferramenta de autoria, para formar as atividades de ensino.

III.6 - Fonologia Portuguesa

Um fonema é o segmento sonoro que pode mudar o sentido de uma palavra. Os

fonemas possuem suas classificações, são representados internacionalmente e possuem o

mesmo som que qualquer região do mundo. Alguns dicionários de tradução de línguas

apresentam, além do significado das palavras, sua representação fonológica para possibilitar

que estrangeiros pronunciem a palavra corretamente.

Os fonemas, que são definidos como as menores divisões sonoras de uma palavra,

são identificados e padronizados internacionalmente, de forma que um fonema tenha a mesma

representação independentemente da cultura, país e língua. A associação que coordena esse

trabalho é a International Phonetic Alphabet Association - IPA (1996)

(http://www.arts.gla.ac.uk/IPA/ipa.html).

Na língua portuguesa existem 23 letras e 33 fonemas, explicitados a seguir com o

exemplos de palavras que os usam (Silveira, 1986).

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Tabela 2. Tabela de Fonologia Portuguesa.

A relação entre fonemas e grafemas pode ser complexa. Existem grafemas que são

usados para representar dois fonemas. Um exemplo é “x” na palavra táxi, que representa os

fonemas /k/s/. Existe também o grafema <h> em palavras como helicóptero, hora, que não é

representado foneticamente, já que esse grafema não é pronunciado. Há casos também em

que pode não ocorrer uma vogal na fala, mas que ocorre na escrita, como é o caso de lápis

[laps] e piscina [psina] (Boas, 1988).

Um problema típico, quando considera-se a fonologia de um país tão grande como

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o Brasil, é o das variações lingüisticas de cada região. A classe dominante, que possui o poder

de definir, caracterizar e descrever o mundo, começa a declarar que a fala habitual dos grupos

subalternos é uma forma corrompida. Porém os sociolingüístas sustentam que todas as línguas

são válidas. Portanto, as variações lingüísticas não podem ser consideradas como erros, pois

todas estão corretas para a cultura local (Cagliari, 1995) (Freire & Macedo, 1990).

III.7 - Processo de Leitura

A leitura é uma atividade complexa que envolve a intervenção de diversos

mecanismos de comportamento: identificação de letras, reconhecimento de palavras, acesso

ao significado, integração sintática e semântica. Geralmente, é considerado que uma parte

desses comportamentos (a análise sintática e a integração de sentidos) é comum à leitura e ao

reconhecimento da fala, enquanto que outros tratamentos são específicos da leitura e da

escrita (Grégoire & Pierart, 1997).

O primeiro mecanismo de leitura (ou contato com palavras) é o uso do padrão

visual da palavra que está sendo lida para obter uma representação visual ou código, é como

se cada palavra fosse uma caixa, analisada sem divisões.

O segundo mecanismo é o uso da informação visual da palavra impressa para

obter sua pronúncia, talvez usando algum tipo de regra para relacionar as letras aos seus sons

e, então, usar a pronúncia para chegar ao significado.

Essas duas formas não são contraditórias: quando a palavra lida é desconhecida,

temos que usar o método fonológico para buscar o significado. Por outro lado quando vemos

símbolos tais como %, &, $, e abreviaturas como kg, fig., etc. usamos o código visual para

entender o significado.

Mesmo pessoas já alfabetizadas, ao se depararem com palavras desconhecidas que

não podem ser identificadas pelo método visual, se remetem ao método fonológico para

buscar o entendimento (Jorm, 1986). Isso ocorre a todo momento com o iniciante.

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III.8 – Dislexia

Estudos realizados por Durrell estimam que aproximadamente 25% das crianças

em idade escolar manifestam retardamento em leitura (Valett, 1989). Esse distúrbio recebe o

nome de Dislexia. Esse retardamento exige medidas especiais para ajudar a pessoa a adquirir

habilidade para focalizar a atenção, concentrar e seguir instruções; habilidade para entender e

interpretar a língua falada no cotidiano; memória auditiva e ordenação; memória visual e

ordenação; habilidade no processamento (decodificação) de palavras; análise estrutural e

contextual da língua; síntese lógica e interpretação da língua; desenvolvimento e expansão do

vocabulário; fluência na leitura à primeira vista e habilidades de referência.

Alguns médicos, como James Hinshelwood e Samuel Orton julgam que esses

problemas são provocados por distúrbios congênitos no cérebro, outros os consideram como

falta de atenção e concentração (Valett, 1989). Já alguns pesquisadores como McGuinness

(1997) afirmam que problemas desse tipo dizem respeito apenas ao processo utilizado de

alfabetização, concluindo que não se está ligado a problemas congênitos ou de qualquer outra

natureza.

A dislexia se caracteriza pela leitura lenta, difícil, penosa. O disléxico comete

erros que há muito têm sido considerados característicos do distúrbio: inversões de letras, de

sílabas (por exemplo "li" por "il"); confusões sistemáticas de letras, de sons, geralmente

descritas como confusões auditivas (por exemplo a criança lê "v" por "f" ou "d" por "t"),

confusões de letras cujas formas se assemelham, mas diferem pelo tamanho ("e" e "l"), ou por

um detalhe ("c" e "e"; "cl" e "ch"), ou ainda letras cuja aparência de uma pode ser vista como

a representação "em espelho" da outra (por exemplo "b" e "d"), omissões ou acréscimos de

letras, de sons, de sílabas e, enfim, erros de transcodificação grafema-fonema (Grégoire &

Pierart, 1997).

III.8.1 - Método para lidar com a dislexia

A aprendizagem da leitura é um processo complexo que requer, entre outras, a

habilidade metalingüística (habilidade de refletir sobre a linguagem), em particular seu

aspecto fonológico e sintático. Para tanto, é necessário conhecimento claro sobre a linguagem

e se supõe uma tomada de consciência das características formais da linguagem como

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estrutura fonêmica e sintática.

A leitura associa um componente auditivo fonêmico a um componente visual

gráfico (correspondência grafofonêmica). Para dominar esse princípio, o leitor inicialmente

tem de tomar consciência da estrutura fonêmica da linguagem, isto é, da decomponibilidade

das palavras em elementos de diferentes dimensões, desprovidos de significação e

combináveis entre si: os fonemas, depois tomar consciência de que cada unidade auditiva é

representado por um grafema diferente. Diversas pesquisas mostram que a aprendizagem da

leitura e a consciência fonêmica se desenvolvem em interação: a consciência fonêmica

contribui para o sucesso da aprendizagem da leitura, do mesmo modo, a aprendizagem da

leitura alfabética contribui para o desenvolvimento da consciência fonêmica (Grégoire &

Pierart, 1997).

Portanto, para crianças que apresentam esse distúrbio, o método clínico utilizado é

apresentar a criança como se codifica e decodifica palavras, que a palavras são formadas por

elementos menores que são os fonemas, e os exercícios são de mostrar figuras e responder o

som inicial da palavra (som da primeira letra), nome da ilustração, outra palavra que possui o

mesmo som, depois o som no final da palavra (Valett, 1989).

Os exercícios seguintes são usados para trabalhar dificuldades quanto ao

reconhecimento de vogais (Condemarin & Blomquist, 1986):

1 - O reeducador mostra à criança um modelo de cada vogal acompanhado de um

desenho ou lâmina cujo som inicial representa a vogal em estudo.

2 - O reeducador pode desenhar ou buscar lâminas ou quadros que representem

objetos que possam rimar entre si. Por exemplo: apresentar a criança as lâminas em forma

desordenada ou em duas colunas e pedir-lhe que ligue os desenhos que terminam com o

mesmo som vocálico.

3 - O reeducador apresenta à criança palavras com uma vogal omitida. Ele

pronuncia a palavra completa e a criança deve colocar a vogal correspondente a cada palavra.

Ex.: p_no; c_sa.

4 - O reeducador apresenta à criança várias vezes o mesmo grupo de letras com a

vogal omitida e dita à criança diferentes possibilidades de palavras que podem ser formadas

mudando a vogal. Ex.: com a combinação de letras "s_l"; sal, sol, sul.

5 - O reeducador apresenta grupos de letras com a vogal omitida na coluna

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horizontal e a seguir apresenta à criança as vogais numa fita de papel vertical. O reeducador

vai colocando a fita no espaço em branco com a finalidade de formar diferentes palavras

significativas.

6 - O reeducador apresenta palavras com a vogal final omitida, e pede à criança

que coloque uma vogal que forme uma palavra significativa. Logo depois pergunta à criança

se pode colocar outra vogal, no lugar da primeira, para formar uma nova palavra.

7 - O reeducador apresenta à criança pares de palavras nas quais o significado se

altera mudando uma vogal. Pede à criança que leia as palavras. Por exemplo:

tanta - tinta - tonta - tenta

8 - O reeducador pode apresentar à criança estes mesmos grupos de palavras com

a vogal intermediária omitida. Ele pronuncia a palavra e pede à criança que a complete com a

vogal que corresponde.

9 - O reeducador apresenta à criança palavras com duas ou mais vogais

suprimidas e solicita que ela as complete ditando ou espontaneamente. Por exemplo: b_mb_

(bomba)

Esses são exercícios para distinguir as vogais aplicados em processo de

dislexia. Exercícios similares, utilizando fonologia e desenhos, são aplicados para discriminar

as consoantes também.

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III.9 - A Escolha do Método Lingüístico

É de conhecimento comum que uma criança normal dispensa métodos e técnicas

sofisticadas ou bons professores para aprender a ler (Goulart, 1986), como também é comum

que alguns alunos tenham dificuldade de aprendizagem. A dislexia é um problema enfrentado

por algumas crianças em fase escolar. Para resolver esse problema é necessário um estudo

lingüístico. Nas escolas (e sobretudo nas Secretarias de Educação) há muitos pedagogos,

psicólogos, fonoaudiólogos e às vezes até neurologistas, porém muito raramente estas contam

com a assessoria de um lingüista. E sem um lingüista, como é que a escola pode conhecer a

realidade lingüística de seus alunos? Como se pode planejar um ensino de alfabetização de

alunos cuja vida lingüística é completamente desconhecida? (Cagliari, 1983)

Em alguns casos, os professores atribuem o fracasso escolar à linguagem, porém a

lingüística é o estudo da linguagem e não um método de ensino (Cagliari, 1995). A

importância da lingüística no ensino de alfabetização é, pois, para saber qual a melhor forma

de assimilar a língua na forma escrita (lendo, escrevendo), a melhor forma de transmitir e

captar, codificar e decodificar palavras.

No ensino, a lingüística não deve ser a única preocupação, devendo ser tratada

como o objeto a ser transmitido, mas tem que existir a preocupação com o meio que irá ser

usado, que neste caso são a metodologia e as Estratégias de Ensino.

Uma criança que se inicia na alfabetização já sabe falar e entender o Português,

sabe também refletir sobre sua própria língua. Às vezes se diverte criando novas palavras, a

partir do processo das regras de formação de palavras, fala invertendo sílabas, substituindo

certos segmentos por outros com uma facilidade que adultos não conseguem acompanhar. As

respostas a algumas perguntas são exemplos dessa incrível capacidade. Da análise de muitos

erros encontrados em provas e nas avaliações feitas na alfabetização, é fácil observar que, em

muitos casos, a criança demonstra um apego às formas fonéticas em lugar das formas

ortográficas.

Exemplos desses erros são (Soares & Legey, 1986):

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Fazer - “fazi” como comer - comi;

Saber - “sabo” como escrever - escrevo;

Dormir - “dormo” como comer - como;

Pela observação, repetição, experimentação, associação de idéias, percepção de

analogias, generalização e criação de regras próprias, a criança domina gradativamente a

linguagem verbal como meio e processo, ou seja, como comportamento de lidar com idéias.

Em termos formais, podemos descrever a aquisição da linguagem pela criança como uma

variedade de construções de teorias. A criança descobre a teoria de sua língua com uma

pequena quantidade de dados (Chomsky, 1968).

Esse é um dos pontos que provocam um impasse no processo escolar de muitos

alunos, pois o que pode ser considerado um erro pelo professor é na verdade uma capacidade

de analisar e associar os sons e construção de palavras.

Esses erros são cometidos de formas simples e em exercícios de ensino de

alfabetização. Um exemplo são os que pedem que se identifiquem letras ou sílabas através da

escrita da palavra e essas letras ou sílabas possuem representações fonéticas diferentes, mas

escritas iguais. Nesse caso, o que conta para a escola é a escrita e não a representação

fonética. Ex.: Casa - Sapo, todos os dois possuem a sílaba “sa”, mas a representação fonética

é diferente.

É importante salientar que a decisão pelo método tem profunda conexão com o

sistema de ensino, já que as preferências por um método, ou outro, podem ter relação com o

valor que tal sistema confere à aprendizagem, aos esforços conscientes que por ele se

desenvolvam à medida que a "instrução" se integra no processo da educação (Braslavsky,

1971).

III.10 - O Método de Paulo Freire

Os métodos tradicionais de alfabetização têm um material pronto: cartazes,

cartilhas, cadernos de exercícios, etc. A proposta de Paulo Freire foi criar um método de

ensino construído em cima de diálogos entre educador e educando. O pressuposto é que

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ninguém educa ninguém e ninguém se educa sozinho. A educação é uma tarefa de troca entre

as pessoas e não ser feita por um sujeito isolado, não pode ser também o resultado do despejo

de quem possui todo o saber sobre aquele que não possui nenhum (Brandão, 1981).

Os interesses políticos da época eram de desenvolver currículos mais

estreitamente afinados com o mercado de trabalho, currículos que assumiram orientações

firmemente profissionais para reduzir a necessidade de treinamentos empresariais. A proposta

de Paulo Freire resolveu esse problema. Mas o melhor é que essa proposta tem como objetivo

reconstruir uma visão radical da alfabetização que gire em torno de nomear e transformar as

condições ideológicas e sociais criando uma sociedade mais crítica (Freire & Macedo, 1990).

Se, como citado anteriormente, toda a língua é válida, então o ensino deve partir

da cultura e língua comum a comunidade, para que a leitura do mundo ocorra, não silenciando

a voz dos oprimidos e assumindo apenas a da minoria dominante.

A legitimação desses diversos discursos aumentaria a pluralidade de vozes na

reconstrução de uma sociedade verdadeiramente democrática.

Tentando quebrar esses padrões de materiais prontos, a primeira tarefa é descobrir

os símbolos comuns àquela comunidade. Esses símbolos são palavras-chave que fazem parte

do universo vocabular da cultura das pessoas do lugar. Pois, para Paulo Freire, o ato de

aprender a ler e escrever deve começar a partir de uma compreensão muito abrangente do ato

de ler o mundo, o que deve acontecer antes de ler as palavras (Freire, 1990).

As palavras, nesse método, são as menores unidades da pesquisa. Essas palavras

não serão só um instrumento de leitura, e sim instrumentos de releitura coletiva da realidade

social onde a língua existe, e existem os homens que a falam e a relação entre os homens.

Portanto, cada palavra precisa servir para dois tipos de leitura e seus critérios de escolha são

três: riqueza fonêmica da palavra geradora, dificuldade fonética da língua e a densidade

pragmática do sentido. Portanto, essas palavras precisam estar carregadas de carga afetiva e

de memória crítica.

Essas palavras geradoras servem como isca para retirar novas palavras e assim

caminhar no processo de alfabetização e conscientização do povo.

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Outra proposta de Paulo Freire que veio revolucionando o ensino foi o "círculo de

cultura". "Círculo" porque todos estão à volta de uma equipe de trabalho que não tem um

professor ou alfabetizador, mas um animador de debates.

Depois de escolhidas as palavras-chave e formado o "círculo", uma das palavras-

chave é apresentada e dela se formam outras com o mesmo tema e ou sons parecidos.

Por esses e outros critérios podemos dizer que o método Paulo Freire é um

método de cunho social, e não um método que se preocupa com a base lingüística, formação

de palavras, composição e decomposição. Portanto o método Paulo Freire pode ser trabalhado

em conjunto com métodos de base lingüística sem perder o seu objetivo final que é criar uma

sociedade mais crítica.

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CAPÍTULO IV – ÁRVORE DO CONHECIMENTO PARA OS

MÉTODOS IMPLEMENTADOS

Os livros de alfabetização analisados e adotados hoje não seguem um método

puro. Em alguns casos começam com a ortografia, ao tempo em que vão dando uma idéia de

todo o processo de escrita, combinado o método alfabético com alguns outros métodos. Eles

representam, portanto, uma mesclagem de alguns métodos de codificação e decodificação,

pedagógicos (sociais), e utilizando-se de princípios de psicologia, pedagogia, audiologia,

sociologia, literatura, etc. (Soares, 1999).

Para informar o sistema tutorial inteligente desenvolvido e utilizado nesta

pesquisa é necessário descrever a Árvore do Conhecimento do método em uso. O conceito de

Árvore do Conhecimento é descrito em Carvalho (2000). Para se representar à Árvore do

Conhecimento utilizada pelo sistema é necessário preencher um banco de dados, com a

estrutura da Árvore e com construções específicas para descrever as características

fonológicas das palavras relacionadas com cada item de conhecimento. Para essa finalidade

são utilizados os seguintes caracteres especiais: “{”,“}”, "[", "]", “,”,“C”, “V”, “%” e “/”.

As estruturas que aparecem entre os caracteres “{” e “}” têm caráter obrigatório

na escolha das palavras, ou seja, na palavra aparece obrigatoriamente um dos fonemas ou

sílabas que estão entre cada {}. Por exemplo, {ga, go, gu, ra, re, ri, ro, ru, la, le, li, lo, lu, va,

ve, vi, vo, vu, da, de, di, do, du}{ga, go, gu, ra, re, ri, ro, ru, la, le, li, lo, lu, va, ve, vi, vo, vu,

da, de, di, do, du} seleciona palavras como galo, vela, dedo.

Os caracteres "[" e "]" caracterizam a condição "ou", mostrando palavras que

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contenham qualquer das estruturas que se encontram entre []. No mesmo exemplo

acrescentando-se os [] da seguinte forma [{ga, go, gu, ra, re, ri, ro, ru, la, le, li, lo, lu, va, ve,

vi, vo, vu, da, de, di, do, du}{ga, go, gu, ra, re, ri, ro, ru, la, le, li, lo, lu, va, ve, vi, vo, vu, da,

de, di, do, du}][{rei}][{lu}{a}] aparecem, além das palavras galo, vela, dedo, as palavras rei e

lua.

A letra “C” significa consoante e a letra “V” vogal, simbolizando, nesse caso,

qualquer consoante ou vogal do alfabeto português. Por exemplo, se a opção for {VCVCV}

aparecem palavras com três vogais e duas consoantes, que começam e terminam em vogal, na

ordem descrita, tipo arara, amigo, acaso, época, urubu.

O “/” é usado antes de cada fonema para expressar representação fônica da

palavra, ou seja, o que vier depois de “/” significa que a busca será por fonemas. Para se

incluir uma vogal, consoante ou mesmo fonema específico da língua portuguesa, utilizam-se

letras minúsculas, como no caso do método silábico “a”,”e” e ”/a” no caso do método fônico.

Por exemplo, a estrutura para formação de palavras mala, sola, sol, seis, no método fônico

fica [{/s, /b, /f, /j, /m, /c, /l, /p} {/a, /e, /i, /o, /u} {/s, /b, /f, /j, /m, /c, /l, /p} {/a, /e, /i, /o, /u}]

[{/s, /b, /m}{/o}{/l, /i}][{/s}{/e}{/i}{/s}] pois cada palavra é separada na menor divisão

possível (fonemas), lembrando-se que cada fonema não corresponde a cada letra, podendo

uma mesma letra representar mais de um som e, portanto, mais de um fonema, ou um fonema

ter representações alfabéticas diferentes.

Qualquer árvore escrita dessa forma pode ser implementada pelo sistema. Tal

árvore será interpretada pelo sistema para decidir qual o conteúdo a ser mostrado, baseando-se

também na Estratégia de Ensino e nas Atividades de Ensino/Aprendizagem geradas pela

Ferramenta de Autoria. O modelo completo e a descrição da arquitetura de sistemas tutoriais

inteligentes utilizados nesta pesquisa podem vistos em (Carvalho, 2000). Desenvolver um

sistema complexo para a edição da Árvore de Ensino em banco de dados seria um projeto

grande e necessitaria de muito tempo. Optamos por não criar a ferramenta de autoria para

tratar desse assunto, e então preencher a Árvore do Conhecimento manualmente, criando duas

árvores, uma fônica e outra silábica, o que não impossibilita a criação de qualquer outra

árvore baseada em qualquer método com base lingüística.

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IV.1 – Árvore do Conhecimento para o Método Silábico

Analisando-se os livros que utilizam o método silábico citados anteriormente no

Capítulo III seção 3.1 e buscando a aproximação a um método silábico puro, foi possível

construir uma árvore do conhecimento baseada na estruturação do conteúdo didático,

considerando que a seqüência de ensino é a mesma da organização dos livros (Pires & Moura,

1998).

Figura 2. Árvore do Conhecimento para Método Silábico

A árvore acima (figura 2) é descrita de forma gráfica. No sistema tutor, a árvore se

estrutura em forma de índice (tabela 3), mais detalhada, especificando também as sílabas e

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estrutura de cada nível. Para representar sílabas com acentuação o acento fica após a letra

acentuada e não sobre ela.

Árvore do Conhecimento – Método Silábico

1 Alfabetização - Método Silábico

1.1 Noções

1.1.1 Grupo Um

[{ga, go, gu, ra, re, ri, ro, ru, la, le, li, lo, lu, va, ve, vi, vo, vu, da, de, di, do,

du}{ga, go, gu, ra, re, ri, ro, ru, la, le, li, lo, lu, va, ve, vi, vo, vu, da, de, di, do,

du}][{rei}][{lu}{a}]

1.1.2 Grupo Dois

[{pa, pe, pi, po, pu, ta, te, ti, to, tu, ca, co, cu, na, ne, ni, no, nu}{pa, pe, pi, po, pu,

ta, te, ti, to, tu, ca, co, cu, na, ne, ni, no, nu}][{pe´, pa~o}][{o}{ca}]

1.1.3 Grupo Três

[{sa, se, si, so, su, ba, be, bi, bo, bu, fa, fe, fi, fo, fu, ja, je, ji, jo, ju, ma, me, mi,

mo, mu, ca, la, po}{sa, se, si, so, su, ba, be, bi, bo, bu, fa, fe, fi, fo, fu, ja, je, ji, jo,

ju, ma, me, mi, mo, mu, ca, la, po}][{sol, seis, boi, ma~o}]

1.1.4 Grupo Quatro

{ba, se, si, bo, su, ba, pe, bi, bo, bu, fa, fe, fi, fo, fu, ja, je, ji, jo, ju, sa, me, mi, mo,

mu, ca, la, po} {sa, se, si, so, su, pa, be, bi, bo, bu, fa, te, fi, fo, fu, ja, je, ji, jo, ju,

na, ne, me, mo, mu, va, la, po} {sa, se, si, lo, su, ba, be, bi, bo, bu, fa, fe, fi, to, ji,

jo, ju, na, me, mi, mo, mu, ca, la, lo}

1.2 Avançado

1.2.1 Encontros Consonantais Um

{%br%, %cr%, %dr%, %fr%, %gr%, %pr%, %tr%, %vr%}

1.2.2 Encontros Consonantais Dois

{$$m-$$, $$n-$$, $m-$$-$$, $n-$$-$$, $m-$$, $n-$$}

1.2.3 Letra Z e H

{%za%, %ze%, %zi%, %zo%, %zu%, h%}

1.2.4 Encontros Consonantais Três

{%ch%, %nh%, %lh%}

1.2.5 Encontros Consonantais Quatro

{%r, %s}{r%, s%}

1.2.6 G, Q, X

{%qu%, %gu%, %x%}

1.2.7 Ç CE, CI, GUA, GUO

{%c,a~o%, %c,a~%, %ce%, %ci%, %gua%, %guo%}

1.2.8 L no meio da sílaba

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{%fl%, %bl%, %cl%, %gl%, %pl%}

1.2.9 GE, GI

{%ge%, %gi%}

Tabela 3. Árvore do Conhecimento para Método Silábico.

IV.2 – Árvore do Conhecimento para o Método Fônico

Como não foi possível analisar livros didáticos e métodos fônicos em Língua

Portuguesa, decidiu-se pela criação de um método de consciência fonológica baseado nos

livros e exemplos de ensino de alfabetização em Língua Inglesa, adaptado ao Português e

considerando a complexidade dos fonemas e das formações de palavras portuguesas como

pode ser visto na Figura 3 e tabela 4.

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Figura 3. Árvore do Conhecimento para Método Fônico

O método fônico é ensinado usando-se letras e não os fonemas no lugar de sílabas.

Por exemplo, a letra "s" na palavra casa e a letra "z" na palavra zebra são o mesmo fonema,

mas não são apresentados para a criança no mesmo momento.

Para tratar certas particularidades do Português, tais como o fato de uma mesma

letra representar mais de um som e também um som ser representado por várias alternativas

gráficas, foi necessário criar uma associação entre fonemas e letras. Para isso foi usada uma

tabela de fonemas na qual estão as representações de letras, fonemas e as possíveis

combinações (Apêndice D).

Árvore do Conhecimento – Método Fônico

1 Alfabetização - Método Fônico

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1.1 Noções

1.1.1 Lua Rio

[{/g, /R, /l, /v, /d} {/a, /e, /i, /o, /u, /#, /) ,/2 ,/3 ,/7, /@, /., /^} {/g, /R, /l, /v, /d} {/a,

/e, /i, /o, /u, /#,/) ,/2, /3, /7, /@, /., /^}] [{/R, /l} {/), /u} {/i, /a}]

1.1.2 Pato Pipa

[{/p, /t, /c, /n} {/a, /e, /i, /o, /u, /#, /), /2, /3, /7, /@, /., /^} {/p, /t, /c, /n} {/a, /e, /i,

/o, /u, /#, /), /2, /3, /7, /@, /., /^}] [{/p, /o} {/~, /c} {., /a}] [{/p} {/2}]

1.1.3 Mala Sapo

[{/s, /b, /f, /j, /m, /c, /l, /p} {/a, /e, /i, /o, /u, /#, /), /2, /3, /7, /@, /., /^} {/s, /b, /f, /j,

/m, /c, /l, /p} {/a, /e, /i, /o, /u, /#, /), /2, /3, /7, /@, /., /^}] [{/s, /b, /m} {/o, /., /~}

{/l, /i, /.}] [{/s} {/e} {/i} {/s}]

1.1.4 Boneca Janela

{/s, /b, /f, /j, /m, /c, /l, /p, /g, /r, /v, /t, /n} {/a, /e, /i, /o, /u, /#, /), /2, /3, /7, /@, /., /^}

{/s, /b, /f, /j, /m, /c, /l, /p, /g, /r, /v, /t, /n} {/a, /e, /i, /o, /u, /#, /), /2, /3, /7, /@, /., /^}

{/s, /b, /f, /j, /m, /c, /l, /p, /g, /r, /v, /t, /n} {/a, /e, /i, /o, /u, /#, /), /2, /3, /7, /@, /., /^}

1.2 Avançado

1.2.1 Encontros Consonantais Um

{%} {/b, /c, /d, /f, /g, /p, /t, /v} {/r} {%}

1.2.2 Encontros Consonantais Dois

{%} {/!, /`, /(, /+, /1, /¨} {%}

1.2.3 Letra Z

{%} {/z} {%}

1.2.4 Letra H

{/h} {%}

1.2.5 Encontros Consonantais Três

{%} {/*, /0, /w} {%}

1.2.5 Encontros Consonantais Quatro

{%}{/|,/>}{%}

1.2.6 G, Q, X

{%} {/4, /5, /x} {%}

1.2.7 Ç CE, CI

{%} {/&, /k} {%}

1.2.8 GUA, GUO ou L depois de consoante

{%} {/g, /f, /b, /c, /g, /p} {/u, /l} {/a, /e, /i, /o, /u, /#, /), /2, /3, /7, /@, /., /^} {%}

1.2.9 GE, GI

{%} {/6} {/a, /e, /i, /o, /u, /#, /) ,/2 ,/3 ,/7, /@, /., /^} {%}

Tabela 4. Árvore do Conhecimento para Método Fônico.

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CAPÍTULO V - VISÃO DO TUTORIAL COMO UM JOGO

Para Montaigne, o jogo é um instrumento de desenvolvimento da linguagem e do

imaginário, privilegiando jogos que valorizam a escrita e Brougère completa dizendo que é

um meio de expressão de qualidades espontâneas ou naturais da criança, como recreação,

momento adequado para observar a criança, que expressa através dele sua natureza

psicológica e inclinações (Kishimoto, 1997).

Na teoria piagetiana, a brincadeira não recebe uma conceituação específica.

Entendida como ação assimiladora, a brincadeira aparece como forma de expressão da

conduta, dotada de características metafóricas como espontânea, prazerosa. Piaget distingue a

construção de estruturas mentais da aquisição de conhecimentos. Ao manifestar a conduta

lúdica a criança demonstra o nível de seus estágios cognitivos e constrói conhecimento,

portanto o pensamento lógico e a fala devem ser precedidos da capacidade lúdica e

imaginativa da criança (Kishimoto, 1997).

Bruner pesquisou o jogo, identificando o jogo à linguagem. Para ele, a brincadeira

entre mãe e filho é que dá significado aos gestos e permite à criança decodificar contextos e

aprender a falar, estabelecer rotinas de comportamentos a partir dos significados negociados.

Portanto, a aprendizagem da língua é mais rápida quando se inscreve no campo lúdico.

Chomsky traz a questão cartesiana do caráter criativo da linguagem, de que o

conhecimento das regras da linguagem permitem infinitas construções das frases. A

compreensão de que as regras geram as sentenças e de que é possível criar novas sentenças a

partir de outras regras é a chave para a compreensão da linguagem e de sua teoria sobre as

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brincadeiras infantis.

Vigotsky, por seu lado, mostra que a criança é capaz de fazer um objeto

representar outro, apenas simulando os gestos do objeto representado; por exemplo, um lápis

se movimentando representa uma pessoa andando. Mostra ainda que, fora da brincadeira e já

dissociando dos gestos, o lápis pode continuar a representar uma pessoa, constituindo, nesse

caso, um simbolismo de segunda ordem (Kato, 1987).

Como a aprendizagem da escrita envolve esse tipo de capacidade, pode-se

perguntar se um dos fatores que levam à dificuldade de alfabetização não seria a falta de

estimulação para o jogo e a brincadeira, anterior à fase da alfabetização.

O uso de brincadeiras e jogos educativos com fins pedagógicos remete-nos para a

relevância desses instrumentos para situações de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento

infantil. Ao permitir a construção de representações mentais (cognição), o jogo contempla

várias formas de representação da criança ou suas múltiplas inteligências, contribuindo para a

aprendizagem e para o desenvolvimento infantil. Quando as situações lúdicas são

intencionalmente criadas pelo adulto com vistas a estimular certos tipos de aprendizagem,

surge a dimensão educativa. Desde que mantidas as condições para a expressão do jogo, ou

seja, a ação intencional da criança para brincar, o educador está potencializando as situações

de aprendizagem. Utilizar o jogo na educação infantil significa transportar para o campo do

ensino-aprendizagem condições para maximizar a construção do conhecimento, introduzindo

as propriedades do lúdico, do prazer, da capacidade de iniciação e ação ativa e motivadora.

Dessa forma, a interface do sistema tutorial com o estudante será apresentada

como um jogo infantil, com animação, som, interação com a criança utilizando o mouse a fim

de que se possa ensinar, como uma brincadeira que auxilie no processo de aprendizagem

adotado pelo professor em sala de aula de uma forma lúdica e implícita, o básico do processo

de alfabetização que será o foco do sistema – codificação e decodificação de palavras.

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CAPÍTULO VII - O SISTEMA

Esta pesquisa teve sua origem no desenvolvimento de um Gerador de Tutoriais

Inteligentes para dar suporte à alfabetização em Língua Inglesa (Carvalho, 2000). O sistema

foi desenvolvido em Java, podendo ser disponibilizado na Internet.

A linguagem Java foi escolhida para o desenvolvimento do sistema por ser

multiplataforma, capaz de implementar processamento paralelo e ser orientada a objetos, entre

outras características.

Tal sistema é baseado em uma Árvore do Conhecimento utilizada para organizar o

domínio de conhecimento a ser ensinado, associada com as Atividades de Ensino e as

Estratégias de Ensino, definidas por um professor especialista.

A partir da Estratégia de Ensino e da Árvore do Conhecimento decide-se a

seqüência das atividades de ensino que deverão ser realizadas pelo estudante, de acordo com o

seu desempenho, registrado no modelo do estudante. Dessa forma, é possível implementar

tutoriais inteligentes diferentes, correspondendo a diferentes abordagens de ensino para o

mesmo tema, conforme descritas por professores especialistas diversos.

Como em um programa de perfil básico de alfabetização não se espera que os

estudantes possuam conhecimento da língua escrita, o sistema não pode se comunicar por

escrito com o estudante, como é utilizado na terceira geração de STIs, onde a partir do diálogo

se cria o modelo do estudante (ver seção I.1).

Para oferecer o conhecimento e trocar informações com usuários que ainda não

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possuem o domínio da Língua Portuguesa, as falas foram gravadas e são unidas à medida que

o sistema necessita informar ou perguntar algo ao estudante, e a resposta para as perguntas

(entrada do usuário ao sistema) ocorrerá a partir da utilização do mouse: clicando em uma das

opções na tela ou arrastando objetos.

VII.1 – Arquitetura de aplicativos para Internet em Java

Os padrões de arquitetura incentivam o baixo acoplamento entre subsistemas, ou

seja, a independência entre os subsistemas de um aplicativo. Estes padrões especificam todos

os subsistemas de um sistema e como eles interagem uns com os outros (Deitel & Deitel,

2003). Em programação JSP1 normalmente utiliza-se um dos três modelos de arquitetura,

abaixo citados.

VII.1.1 – Camadas (Layer)

Na arquitetura de camadas, o aplicativo contém três camadas, cada uma contendo

um único componente do sistema, como descrito na figura 4.

A camada de informação mantém os dados para o aplicativo, geralmente

armazenando estes dados em um banco de dados. A camada do meio geralmente atua como

intermediária entre a camada de informações e a camada de cliente. A camada do meio

processa as requisições da camada do cliente, lê e guarda dados no banco de dados. A camada

do meio, então, processa os dados da camada de informações e apresenta o conteúdo à

camada de cliente. Este processamento é a lógica de negócios do aplicativo, que realiza

tarefas como recuperar dados da camada de informações, assegurar que os dados são

confiáveis antes de atualizar o banco de dados e apresentar dados para a camada de cliente.

A camada de cliente é a interface com o usuário do aplicativo, como um

navegador da Internet padrão. Os usuários interagem diretamente com o aplicativo através da

camada de cliente, que interage com a camada do meio para fazer requisições e recuperar

dados da camada de informações. A camada cliente, então, exibe os dados obtidos da camada

do meio.

1 JSP ou JavaServer Pages é uma tecnologia Java para construir aplicações para Internet com conteúdo dinâmico

podendo ser visualizado em qualquer navegador (Coelho, 2000).

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Figura 4. Arquitetura de Camadas (Layer)

VII.1.2 – JavaBean

JavaBean é o padrão para componentes definido pela Sun para a indústria de

sistemas. Esses componentes são escritos em Java e podem conter regras de negócio, controle

de segurança, acesso ao banco de dados, formatação de campos em formulários, entre outros

(Coelho, 2000).

A grande vantagem do JavaBean é o reaproveitamento de código, já que este pode

ser literalmente colocado em qualquer arquivo JSP ou aplicação Java.

Na arquitetura JavaBean, o aplicativo é centrado em páginas da Internet. O

navegador cliente navega através de uma série de páginas JSP, onde qualquer página JSP

pode empregar um JavaBean que realiza as operações no banco de dados. Entretanto, o

destaque dessa arquitetura é que cada página JSP processa a sua própria entrada. Aplicativos

implementados nessa arquitetura, normalmente, têm uma série de páginas JSP e espera-se que

o usuário prossiga de uma página para a próxima. Se necessário, um servlet 2 ou uma página

HTML podem ser substituídos pela página JSP na série.

2 Servlet é uma tecnologia Java que o cliente estende funcionalidades do servidor para modelo de comunicação

(solicitação resposta) de mais alto nível de redes em Java. O processamento é realizado no servidor e enviado

para o cliente a resposta com o conteúdo em página (Deitel & Deitel, 2002).

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Figura 5. Arquitetura JavaBean

Um exemplo de utilização do modelo acima descrito é um aplicativo de senha de

autorização.

É difícil alcançar a divisão de trabalho entre o projetista de página e o

desenvolvedor Internet, porque, normalmente, o desenvolvedor Internet precisa estar

envolvido no desenvolvimento da página e dos objetos de banco de dados.

A arquitetura JavaBean é difícil de manter e não é flexível em grandes projetos.

VII.1.3 – MVC

A arquitetura MVC é basicamente uma arquitetura Modelo-Visão-Controlador,

que separa geração de conteúdo e apresentação de conteúdo. A peculiaridade é a presença de

um servlet controlador entre o navegador cliente e as páginas JSP (ou então um servlet que

apresenta o conteúdo). O servlet controlador despacha solicitações HTTP para as

correspondentes páginas JSP de apresentação - com base na solicitação do endereço (URL),

parâmetros de entrada e posição de aplicativo. Nesse modelo, as partes de apresentação para o

cliente (JSP ou servlets) são isoladas umas das outras (Alur, 2002).

Os aplicativos MVC são mais flexíveis e mais fáceis de manter e de estender, pois

as visões não referenciam diretamente umas às outras. O servlet controlador de MVC oferece

um único ponto de controle para segurança e registro e, com freqüência, encapsula a entrada

de dados em um formulário que pode ser usado na ponta do modelo MVC.

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Figura 6. Arquitetura MVC

O modelo reúne os elementos de representação dos dados e regras de negócio para

acessar e atualizar esses dados, expõe as funcionalidades da aplicação e notifica a visão sobre

as mudanças ocorridas nos objetos. Normalmente será implementado em classes de puro Java

(Deitel & Deitel, 2003).

A visão apresenta o conteúdo armazenado no modelo (Deitel & Deitel, 2003).

Neste caso, o acesso aos dados é feito através do modelo e suas especificações, responsáveis

pela sua apresentação, e mantém a consistência do dado apresentado com as mudanças

ocorridas. Quando o usuário fornece alguma entrada, o controlador modifica o modelo com a

entrada dada. O modelo contém os dados do aplicativo. Isso significa que a visão pode acessar

o modelo quando for registrar dados para modificá-los ou receber dados do modelo quando os

solicita (Sun, 2002).

O controlador traduz interações das visões nas ações que serão implementadas

pelo modelo (Deitel & Deitel, 2003). Ele implementa a lógica para processar as entradas do

usuário a partir de respostas da tela com teclado ou mouse, e utiliza os métodos do Java de

envio e resposta de informação com o usuário (GET e POST). Pode acionar processos de

inclusão de negócios ou alterar o estado do modelo. Baseado na interface com o usuário e

retorno do modelo, seleciona a visão apropriada para responder à interação do usuário (Sun,

2002).

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O MVC não restringe uma aplicação a uma única visão e um único controlador.

Em programas mais sofisticados podem existir duas visões de um modelo. A quantidade de

controladores também não é limitada.

Uma vantagem fundamental do padrão de arquitetura MVC é que os

desenvolvedores podem modificar cada componente individualmente sem ter que modificar

os outros componentes.

A arquitetura do MVC é recomendada para aplicativos complexos. Montar um

aplicativo usando essa estrutura não é tão simples; porém, oferece muitas vantagens sobre os

outros modelos.

Neste trabalho, utilizou-se a arquitetura MVC, sendo o modelo as classes que

estão nos pacotes domínio e transação (transação estão classes que fazem acesso direto ao

banco de dados), a visão, o pacote com o nome visão e o controlador o pacote com o nome

controle. O pacote negócio quarda todas as constantes, nomes dos JSP, mensagens fixas

(como mensagens de erro).

VII.2 – Ferramenta de Autoria

Na arquitetura do Overlay do Especialista (Figura 1), o Professor-Especialista

utiliza a Ferramenta de Autoria para gerar os arquivos de Atividades de Ensino e a Estratégia

de Ensino.

A ferramenta de autoria deveria ser desenvolvida em linguagem de programação

orientada a objetos para não necessitar estar na Internet, já que criá-la localmente a torna mais

viável para o professor, mais rápida e com menor custo. A ferramenta deve ser um sistema

visual intuitivo e gráfico para facilitar a criação e a estrutura ideal para tal é parecida a um

organograma ou fluxo de dados.

A premissa básica para este trabalho é que o professor não necessite de

conhecimentos profundos em informática para construir e alterar as Atividades e Estratégias

de Ensino para um STI. A utilização da Ferramenta de Autoria permite ao professor criar suas

próprias atividades de ensino sem a presença de um técnico em informática. A partir da

interface, utilizando uma caixa de ferramentas, poder-se-ia incluir textos, botões, imagens,

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sons, criar conjunto de palavras, fazer perguntas para o usuário, testar condições, etc. Essas

funções agiriam como objetos isolados que, quando organizadas em seqüências, criariam

atividades de ensino de maneira interativa e intuitiva.

Na Ferramenta de Autoria os objetos devem ser inseridos na ordem dos passos em

que acontecem as atividades de ensino. Por exemplo, para criar uma atividade que pergunte

ao aluno qual o som com o qual se inicia uma palavra, o primeiro passo é iniciar a atividade

de ensino, depois procurar por uma palavra no dicionário que esteja no grau de aprendizagem

do aluno no momento, depois saber qual o início do som da palavra e guardar em uma

variável, fazer um grupo com outras opções que seriam erro, mostrar para o aluno e

pronunciar a palavra e, quando o aluno escolher uma das opções recuperar e testar se é igual

ao som correto, o guardado na variável. Para que isso seja feito, é necessário que se juntem os

objetos em ordem, a cada passo.

A arquitetura orientada a objetos, a ser utilizada na ferramenta, garantiria essa

característica, pois cada ferramenta é considerada como um objeto, podendo ser acrescentados

mais objetos a qualquer momento, montando a caixa de ferramentas de trabalho do professor

dinamicamente.

A saída da ferramenta de autoria deveria ser um arquivo em formato “texto”, que

seria interpretado pelo sistema no momento em que o estudante começa a utilizá-lo e só

termina quando o sistema é fechado. Esse arquivo teria que ser gerado no final da edição,

quando o professor solicitaria a compilação do mesmo. Até esse momento, os dados ficariam

armazenados em banco de dados local.

Para a corrente pesquisa, por restrição de tempo e considerando que a necessidade

atual é testar apenas as duas principais metodologias de alfabetização que são baseadas em

sílabas e fonemas, a ferramenta de autoria não foi desenvolvida. Os dados relativos aos

métodos foram implementados manualmente em banco de dados e consultados

dinamicamente para mostrar ao estudante a atividade de ensino a ser executada.

A tecnologia utilizada para armazenar os dados foi a de um formulário no qual

estão listados os principais itens que, trabalhando em conjunto, criam diversas atividades de

forma simples, mas que atendem às necessidades de ensino de alfabetização (codificação e

decodificação).

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VII.2.1 – Objetos da Ferramenta de Autoria

A descrição dos objetos aqui feita expressa as funcionalidades que seriam

implementadas, caso a ferramenta de autoria fosse desenvolvida, e servem também para

orientar a implementação do interpretador.

Início - é o objeto que simboliza o início de cada atividade de ensino, é necessário

para saber onde se inicia e algumas propriedades como tipo de atividade.

Fim - serve para finalizar a atividade de ensino.

Se - serve para verificar se uma condição é verdadeira ou não. Existem duas

saídas, uma para um caminho que é verdadeiro (opção sim) e a outra para o

caminho falso (opção não).

CriarConjunto - cria um conjunto passando algumas opções, sendo útil para se

criar conjuntos de palavras, letras ou fonemas com certas restrições a partir de um

conjunto maior.

Pergunta - formula uma pergunta ao estudante e oferece duas opções de resposta,

sim ou não.

IrPara - comando de controle que funciona como um salto de alguns objetos ou

volta para algum já anterior, o informado no objeto.

VII.3 – Modelo do Estudante

O modelo do estudante é um aspecto central de um Sistema Tutorial Inteligente

(STI). É através dele que o tutorial tem condições de se adaptar às necessidades e à

capacidade de cada estudante.

Os STIs utilizam-se de vários esquemas para implementar o modelo do estudante,

tais como mapas conceituais, sistemas inspecionáveis abertos, entre outros (Self, 1994).

Nesta pesquisa foi utilizado o conceito de “Overlay” do Especialista. Essa

abordagem baseia-se em um modelo de dados que representa o conhecimento pleno de um

especialista. O estudante inicialmente possui um modelo de dados semelhante ao do

especialista, porém com conhecimento nulo. A missão do tutor é aproximar o modelo do

estudante ao modelo do especialista, à medida em que o estudante utiliza o sistema.

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No Modelo do Estudante há a necessidade de se guardar todo o histórico do aluno,

das atividades de ensino realizadas na ordem em que aconteceram. Uma mesma atividade de

ensino pode ter mais de uma avaliação, pois a mesma pode ser executada mais de uma vez, a

depender dos resultados do aluno em outras atividades.

Um problema que geralmente acontece em muitos STIs é que um estudante

dinâmico executa a seqüência de listas de atividades predefinidas, resolve problemas e

termina rápido. Um bom STI tem que se preocupar com a capacidade do estudante para

resolver exercícios (VanLehn, 1988). Portanto, a depender do histórico do estudante e do seu

desempenho, haverá mais ou menos atividades de ensino. Define-se qual atividade de ensino

será apresentada pelo Módulo de Diagnóstico.

O estudante pode levar um bom tempo sem caminhar muito na Árvore do

Conhecimento ou seguir e terminar logo os passos do sistema. Também podem existir casos

intermediários, em que algumas vezes o estudante refaz algumas atividades, mas caminha na

árvore.

O Modelo de Estudante, nesse caso, é alterado a cada nova interação com o

sistema, que se adapta às novas regras de ensino a depender do que foi exemplificado pelo

Professor-Especialista e dos resultados do aluno nas atividades realizadas anteriormente.

Esse é o componente símbolo para a Psicologia Educacional. Um Sistema Tutorial

depende diretamente do Modelo do Estudante para abrir o ambiente educacional proveniente

do conhecimento do estudante. O modelo é construído com a participação do estudante (Self,

1994).

VII.4 – Estratégia de Ensino

Os professores de uma dada disciplina utilizam implicitamente Estratégias

diversas para lidar com seus estudantes, buscando maximizar os seus rendimentos. No

contexto desta dissertação, a Estratégia de Ensino é um conjunto de regras descritas pelo

professor especialista, visando capturar suas estratégias ao lidar com os seus alunos em

condições diversas.

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Dependendo do desempenho do estudante em diferentes atividades de ensino, a

Estratégia de Ensino irá orientar o sistema na proposição das próximas atividades a serem

cumpridas. Segue-se um exemplo de como podem ser descritas as Estratégias de Ensino

(Major, 1995).

Considerando, por exemplo, o ensino de soma e multiplicação matemática, e

sendo soma um pré-requisito para o ensino de multiplicação, a Estratégia de Ensino seria

similar a:

Se lido (Soma) e

exercício (Soma) foi bom e

desempenhoteste (Soma) foi bom então

desabilite lição (Soma), desabilite teste (Soma)

Se exercício (multiplicação) foi ruim e

desempenhoteste (multiplicação) foi ruim então

habilite lição (Soma), habilite exemplo (Soma), habilite teste (Soma)

Pela primeira regra do exemplo acima verifica-se se o estudante leu Soma,

realizou o exercício e o teste do Soma; se os resultados foram bons, as lições e testes do

Soma não serão mais oferecidas ao estudante. De acordo com a segunda regra, entretanto, os

mesmos testes e lições poderiam ser reabilitados, caso o desempenho do estudante nas

atividades de multiplicação não seja satisfatório.

Cada vez que uma atividade de ensino é concluída, o sistema tutor altera as

informações pertinentes no modelo do estudante. Quando o estudante se apresentar para a

próxima atividade de ensino, o tutor analisará a nova configuração do modelo do estudante

em conjunto com a Estratégia de Ensino, visando selecionar a atividade mais adequada. A

seleção é baseada na estrutura da Árvore do Conhecimento, sendo desconsideradas as

atividades que estiverem desabilitadas ou suspensas pelas regras da Estratégia de Ensino (uma

atividade realizada recentemente poderá ficar suspensa durante algum tempo, a critério do

professor especialista). Uma atividade que tenha sido desabilitada ou suspensa pode voltar a

ser habilitada, dependendo do desempenho do aluno.

A execução do sistema tutorial prossegue, conduzindo o estudante através da

Árvore do Conhecimento, buscando realizar tarefas cada vez mais complexas, até que,

eventualmente, o estudante obtenha aproveitamento satisfatório em suas atividades, de acordo

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com o estabelecido pelas Estratégias de Ensino.

O funcionamento do tutor, portanto, é baseado em uma linguagem que permita a

expressão dessas regras (Major, 1995). Essa linguagem precisa ter todas as definições de

sintaxe e semântica similar a uma linguagem de programação estruturada. A Estratégia de

Ensino é um arquivo de texto com a extensão “.str”. Esse arquivo deve conter todas as regras

de ensino, separadas por atividades, necessárias para um método de ensino, obedecendo a

sintaxe da linguagem proposta. Internamente ao sistema existe um interpretador para tratar as

regras de ensino. As características da linguagem são mostradas a seguir.

VII.4.1 – Estrutura da Estratégia de Ensino

As palavras reservadas da linguagem desenvolvida para tratar a Estratégia de

Ensino são: “lição”, “exemplo”, “exercício”, “teste”, “habilitar”, “desabilitar”, “se”, “então”,

“maior”, “menor”, “ótimo”, “bom”, “regular”, “ruim”, “,”(virgula), “.”(ponto), “)”, “(” (abre e

fecha parênteses).

Utiliza-se a estrutura de seleção para escolher entre cursos de ação alternativos em

um programa. Por exemplo, suponha que a nota de avaliação de aprovação em um teste seja

70 (em 100). Então, a instrução em pseudocódigo

Se a nota do teste(Encontros Consonantais) for maior que boa então

Desabilite teste(Encontros Consonantais)

determina se a condição “a nota do teste (Encontros Consonantais) for maior que boa” é

verdadeira ou falsa. Se a condição for verdadeira, então desabilita a atividade de teste de

"encontros consonantais". Se a condição for falsa a instrução é ignorada e a próxima instrução

é executada.

“Se” é o início de cada condição seguido do tipo de atividade que foi executada,

("teste" para representar se o teste foi executado, "exercício" para exercício, "exemplo” para

exemplo, e lição para o caso de “lição”) seguido do nó da Árvore do Conhecimento, seguido

do grau do resultado (maior ou menor que ótimo, bom, regular ou ruim). Ruim representa a

nota de 0 à 30, regular de 31 à 50, bom de 51 à 70, muito bom de 71 à 90 e ótimo a nota 91 à

100. Portanto permite testar se é maior que 90 ou menor que 50, entre várias outras opções.

Através do comando apropriado pode-se habilitar ou desabilitar uma ou mais de uma

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atividade da árvore.

Essa linguagem é semelhante às linguagens de Inteligência Artificial baseadas em

regras (Prolog, por exemplo). Cada condição possui uma ou mais ações. Se a condição for

verdadeira, as ações são realizadas, o que altera o sistema, criando o ambiente diferente de

estudante para estudante exercitar as atividades. Portanto, cada estudante terá um ambiente

diferente a depender do desempenho em cada passo do sistema.

VII.5 - Dicionário

Como o ensino é direcionado para crianças, e tendo em vista que o método Paulo

Freire sustenta que o processo de aprendizagem é mais efetivo quando o ensino baseia-se no

mundo familiar ao aprendiz, o dicionário de palavras do sistema para o processo de ensino

baseia-se em dicionários infantis. Portanto, suas palavras são das categorias de brinquedos,

brincadeiras, animais, jogos, contatos, materiais infantis, roupas, etc., todas extraídas de

dicionários infantis.

A Codificação ou Simbologia Fonológica das palavras é geralmente encontrada

em dicionários em língua estrangeira. Porém, o mesmo não acontece no Brasil, onde os

dicionários importantes em Português não trazem essa codificação, exceto alguns dicionários

de tradução de língua portuguesa para outros idiomas. Esse recurso é uma peça fundamental

para o funcionamento do Sistema Tutor, pois as palavras usadas como estímulo deverão estar

apropriadamente classificadas de acordo com seus atributos fonológicos em nível de fonemas,

sílabas, rimas e prefixos. Na impossibilidade de obtenção desses atributos nos dicionários da

língua portuguesa legível por máquinas, fornecemos manualmente a codificação fonológica a

cada uma das palavras do vocabulário buscando-as em dicionário Inglês/Português.

Como o dicionário objetiva fornecer palavras do mundo infantil, além das

entradas principais e da representação fonológica, guardamos também o tema, gênero,

complexidade e grau de interesse. O tema indica se a palavra é um brinquedo ou algo

utilizado na escola, ou qualquer outro significado. O gênero da palavra, se é masculino ou

feminino. A complexidade é levada em conta se há ditongo, hiato, encontros consonantais ou

vocálicos, acento, entre outros aspectos. O grau de interesse da palavra indica se esta é mais

interessante para meninos ou meninas. A palavra “pipa”, por exemplo, é mais interessante

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para o sexo masculino que o feminino, enquanto “boneca” desperta um maior interesse em

meninas. Outras categorias poderiam existir.

Com esses requisitos a pesquisa pode ser mais detalhada, levando-se em

consideração, na busca de palavras, a pessoa que está aprendendo e, também, o grau de

conhecimento e o nível em que se está na Árvore do Conhecimento.

VII.6 – Comunicação com o Estudante

Como o Sistema Tutorial é utilizado para o ensino de crianças em processo de

aprendizado da língua nativa, no início desse processo não se pode usar a língua escrita.

Portanto, o sistema precisa se comunicar com o estudante através de meios alternativos.

O ideal para um sistema com as características deste aqui descrito é que houvesse

um sintetizador texto-fala em Português falado no Brasil, semelhante ao sistema Festival,

desenvolvido na Universidade de Edimburgo para a Língua Inglesa. Tal sistema tem recursos

de avaliação da fonologia de palavras e textos que lhes são passados, podendo também

retornar um arquivo em áudio, com a fala correspondente sintetizada. Dessa forma, as falas a

serem comunicadas aos aprendizes poderiam ser geradas pelo sintetizador.

Durante esta pesquisa não foi possível encontrar um sintetizador texto-fala que se

adequasse às suas necessidades.

A alternativa usada em substituição foi a gravação das frases e palavras

necessárias ao sistema tutor em arquivos de áudio. Tal Estratégia, embora de produção mais

complexa, permitiu a produção de diálogos mais naturais e humanos do que aqueles gerados

pelo computador.

Os arquivos são gravados de forma segmentada. Para ser produzida a frase “O

som pa está na palavra pato?” utilizam-se 4 segmentos: “O som”, “pa”, “está na palavra” e

“pato?”. Dessa forma o sistema se torna mais dinâmico e com arquivos de áudio reutilizáveis.

Os arquivos apresentados pelo sistema são escolhidos a partir de estímulos pedagógicos pelo

sistema tutorial e estabelecidas pelo professor especialista, conforme a necessidade para a

execução de uma atividade de ensino.

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Os arquivos, mesmo que gerados separadamente, são concatenados na

programação e gerado apenas um arquivo de áudio para ser reproduzido pelo computador.

VII.7 – Atividades

O sistema tutorial desenvolvido nesta pesquisa é um protótipo no qual não foi

dada ênfase em animações, desenhos ou outros recursos mais sofisticados de interface com o

estudante. Para interagir com crianças a interface deve ser atraente, com diálogos e

animações, possibilidades de "arrastar e colar" palavras ou sílabas, dentre outras facilidades.

As atividades de ensino são descritas em termos de objetos, através de um banco

de dados, de forma que os estímulos para ensino e aprendizagem sejam dinâmicos,

viabilizando a criação de atividades com palavras, sílabas e fonemas relacionados com

qualquer ramo da Árvore do Conhecimento.

A cada passo da atividade, o sistema pode apresentar imagens e palavras que são

faladas ao se clicar na figura ou palavra, permitindo assim a interação com o usuário, em

processo de aprendizagem da língua. O mesmo acontece com todas as sílabas, fonemas e

textos que venham a ocorrer no tutorial.

Para a composição das atividades tal como estão estruturadas, é necessário um

conhecimento razoável sobre informática, mais especificamente sobre banco de dados.

Entretanto, os textos e as especificações das atividades podem ser alterados de forma

dinâmica. Cada frase, figura e som que é utilizado pode ser definido pelo professor.

As atividades são divididas em passos, descritos através de objetos, podendo ter

quantos passos forem necessários. O primeiro passo deve identificar a atividade. Naquelas

atividades em que hajam respostas do estudante, é interessante que o mesmo seja informado

sobre a avaliação. No final da atividade, deve haver um passo para informar quantas questões

foram respondidas e qual foi o índice de acertos.

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Figura 7. Tela utilizada para informar quantidade de questões feitas e quantidade de respostas certas.

VII.7.1 – Objeto Apresentação da Atividade

Nesse objeto há apenas um texto informando o que se espera do estudante, um

arquivo sonoro, que é executado assim que o estudante entra na página, uma imagem de

ilustração da atividade e um botão para avançar. Se o estudante passar o mouse sobre a frase

que aparece sobre a imagem a frase é falada novamente.

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Figura 8. Tela utilizada para Apresentação da Atividade

VII.7.2 – Objeto Sim/Não

Esse objeto produz uma pergunta ao estudante (geralmente "Deseja continuar?") e

espera pela resposta do estudante. O sistema espera um tempo pela resposta do estudante.

Caso o estudante não responda, o sistema adota a resposta padrão e o encaminha para o

próximo passo, dependendo da resposta.

A pergunta proposta neste objeto pode ser qualquer questão com resposta "sim"

ou "não". O passo de continuação, associado aos botões "sim" e "não", é configurado pelo

professor, informando se irá retornar para algum passo na mesma atividade ou se o sistema

deve procurar uma próxima atividade.

Caso a resposta seja continuar na mesma atividade de ensino, o sistema deve

localizar se existem ainda palavras que não foram apresentadas para essa atividade no

dicionário e que se encontram no nível de conhecimento em que o estudante está. Caso não

existam mais, o sistema automaticamente o redirecionará para uma próxima atividade.

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Figura 9. Tela utilizada para pergutar se deseja continuar Sim/Não

VII.7.3 – Objeto Mostrar Palavra

Para mostrar uma palavra, o sistema irá identificar que nível na Árvore do

Conhecimento o estudante está e buscará todas as palavras do dicionário que estejam naquele

nível. A seguir, o sistema escolhe uma das palavras do conjunto criado depois da busca,

apresenta a figura e produz o som da palavra escolhida. O estudante pode ouvir mais vezes a

palavra passando o mouse na figura e deve ler a palavra abaixo da figura. Nesta tela existe um

botão para avançar, caso deseje. Caso o estudante não se manifeste, o sistema espera um

tempo determinado pelo professor e avança para o próximo passo na mesma atividade.

A palavra mostrada é acrescentada a um conjunto de palavras já apresentadas,

para que a mesma não seja reapresentada a seguir.

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Figura 10. Tela utilizada para Mostrar Palavras.

VII.7.4 – Objeto Mostrar Palavras

O objeto Mostrar Palavras é similar ao objeto Mostrar Palavra. Entretanto, não

apresenta a figura, e a quantidade de palavras a ser mostrada de uma vez é definida pelo

professor. Nele, passando-se o mouse sobre cada palavra, o sistema produz o som

correspondente.

Figura 11. Tela utilizada para Mostrar Palavras

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VII.7.5 – Objeto Completar Palavra

No objeto Completar Palavra, depois que o sistema seleciona um conjunto com

palavras do nível em que o estudante está, uma dessas palavras é escolhida aleatoriamente.

Parte da palavra é retirada, levando-se em conta sílaba ou fonema. A seguir, de forma

aleatória, é criado um vetor de fonemas ou sílabas (dependendo do método de ensino) com

uma quantidade de elementos determinada pelo professor. O primeiro elemento é o retirado

da palavra e os demais são elementos diversos. Esse conjunto é aleatorizado e apresentado

para o estudante junto com a palavra, com um espaço na parte retirada.

Espera-se que o estudante escolha uma das opções. Se ele desejar ouvir o que os

símbolos significam, ele passa o mouse sobre a sílaba, fonema ou sobre a palavra. Depois da

escolha, incrementa a quantidade de vezes que o estudante realizou a atividade e, a depender

da resposta, incrementa a quantidade de vezes que acertou.

Figura 12. Tela utilizada para a atividade Completar a Palavra (Método Silábico)

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VII.7.6 – Objeto Ordenar a Palavra

Esse objeto é similar ao objeto Apresentar Palavra, porém, a palavra escolhida

randomicamente é separada em sílabas ou fonemas, embaralhada e apresentada para o

estudante ordenar.

Passando-se o mouse sobre a figura ou sobre o fonema ou sílaba, o sistema fala o

seu respectivo significado. O estudante tem que clicar sobre os elementos para ir ordenando-

os. Se ordenar certo, o sistema incrementa a quantidade de vezes que acertou e, sempre depois

da atividade, incrementa a quantidade de vezes que realizou.

Figura 13. Tela utilizada para a atividade Ordenar a Palavra (Método Silábico)

VII.7.7 – Objeto Quantidade

Com esse objeto, o sistema realiza a busca e escolha da palavra a ser apresentada,

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depois conta a sua quantidade de sílabas ou fonemas, porém não mostra nem a palavra e nem

as sílabas ou fonemas. Ao invés disso, apresenta a figura correspondente e alguns números,

sendo que entre eles está a quantidade de sílabas ou fonemas que o sistema contou na palavra.

O sistema então espera a resposta do estudante e incrementa as variáveis de avaliação, de

acordo com o resultado.

Figura 14. Tela utilizada para a atividade Quantidade de Sílabas (Método Silábico)

VII.7.8 – Objeto Início ou Fim da Palavra

Nesse objeto é apresentada a figura da palavra escolhida e sílabas ou fonemas do

início ou do final da palavra. Então o sistema pergunta qual o primeiro ou último som ou

sílaba da palavra. Espera, da mesma forma, a resposta do estudante e incrementa as variáveis

de acordo com a resposta.

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Figura 15. Tela utilizada para a atividade Ultima Sílaba da Palavra (Método Silábico)

VII.7.9 – Objeto Mesmo Início ou Fim

Nesse objeto é apresentada palavra que possui o mesmo início ou mesmo fim da

palavra que o sistema escolheu, mostra a figura da palavra escolhida e pergunta qual das

palavras abaixo tem o mesmo início ou mesmo fim. Espera, da mesma forma, a resposta do

estudante e incrementa as variáveis.

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Figura 16. Objeto Mesmo Fim (Método Silábico)

VII.8 – Informações providas pelo sistema

O sistema guarda em banco de dados todos os resultados das atividades, para,

além de descobrir qual a próxima atividade a ser apresentada, poder reportar o desempenho do

estudante para o professor responsável.

As informações providas pelo sistema, no quadro a seguir (figura 17), mostram

que a Estratégia de Ensino adotada pelo especialista permite reapresentar atividades que já

foram realizadas, nas quais o aluno não obteve um desempenho satisfatório. Nesse caso, o

aluno poderá não progredir na Árvore do Conhecimento, e não conseguir completar o

programa de ensino.

Abaixo temos um exemplo de um histórico de desempenho, que está organizado

como um gráfico bidimensional, da seguinte forma: A primeira linha (de baixo) indica qual a

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atividade realizada pelo aluno e a ordem de sua realização, sendo que as primeiras atividades

realizadas se encontram à esquerda do gráfico, e as últimas atividades realizadas pelo aluno se

encontram mais à direita; A primeira coluna (da esquerda) indica a nota que o aluno obteve

(em porcentagem de 0 a 100) em uma atividade, e as próximas colunas apresentam cada uma

um X, que indica a nota que o aluno obteve na atividade respectiva da coluna.

Figura 17. Histórico de desempenho ruim.

Pode também haver estudantes que se saem muito bem em todas as atividades e

com isso concluem mais rápido o programa. Em alguns casos o estudante pode até deixar de

realizar algumas atividades, já que a Estratégia assim o sugere como pode ser visto na figura

18. Por exemplo, se a Estratégia for desabilitar os testes do nível nove se o aluno tirou acima

de noventa porcento, se o nível nove possuir duas ou mais atividades, basta realizar uma,

obter a nota esperada que conseqüentemente as outras não serão mostradas.

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Figura 18. Histórico de Desempenho Ótimo.

Certamente há também o caso mais comum que é daquele aluno regular, que não

se sai bem em todas as atividades, mas também caminha bem na Árvore, podendo repetir

alguns passos e não realizar outros (figura 19). Terá um crescimento mais lento que o ótimo,

porém chegará a concluir o programa de ensino.

Figura 19. Histórico de desempenho regular.

O professor especialista pode usar uma ferramenta de auxílio à escolha do método

ou da Estratégia de Ensino considerada como a mais adequada. O sistema tem por objetivo

auxiliar na tomada de decisão do professor, não tem como objetivo oferecer qual o melhor

método. A decisão do melhor método deve ser tomada pelo professor, já que existem

particularidades em cada caso que o sistema não tem como analisar, como a criatividade,

caligrafia, pronúncia, entre outros, até porque o sistema não testa todos os requisitos

necessários para considerar um aluno alfabetizado.

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CAPÍTULO VIII – EXPERIMENTO

VIII.1 - Objetivos e Metodologia

A avaliação do sistema desenvolvido foi realizada através de um grupo de vinte e

uma crianças entre cinco e seis anos de um colégio particular de Brasília. Suas metas foram:

Avaliar o desempenho do tutorial entre diversas crianças durante um período

ininterrupto de tempo.

Avaliar o desempenho das crianças e seu nível de interação com o tutorial.

Indicar possíveis qualidades e defeitos do tutorial.

Apresentar uma proposta de avaliação do aprendizado das crianças, do processo

cognitivo de codificação e decodificação com o auxílio do tutorial.

Coletar dados para a proposição de trabalhos futuros mais detalhados visando a

avaliação de métodos de alfabetização utilizados no Brasil e abrindo novos

questionamentos quanto a tais métodos.

O seu objetivo específico foi estabelecer uma avaliação comparativa da

performance de estudantes assistidos por métodos de abordagens Silábica e Consciência

Fonológica para o ensino de alfabetização na língua portuguesa e criar novas discussões sobre

os métodos de alfabetização utilizados no Brasil.

A Variável Dependente da pesquisa é a grade de desempenho dos estudantes nas

duas abordagens de alfabetização. Essa grade é o principal meio de se obter os resultados

esperados do sistema. Ela é alterada a cada atividade executada pelo estudante e pode ser

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verificada pelo professor ou por pesquisadores interessados nessa questão.

As Variáveis Independentes da pesquisa são a Árvore do Conhecimento e a

Estratégia de Ensino. Segundo Aroldo Rodrigues (1976) as variáveis independentes são

manipuladas pelo experimentador, visando interferir de alguma forma no andamento do

experimento.

Segundo McGuigan (1924), existem dois tipos de controle das variáveis que são

do tipo manipulação proposital das variáveis e seleção de valores desejados da variável entre

o número de valores exitentes. A forma escolhida para esse experimento foi a de manipulação

proposital das variáveis, já que foi dividida a população em três grupos de estudos e para cada

grupo foi aplicado o tutorial de diferentes formas ou o lazer em computador, portanto os

valores atribuídos para a variável independente foram definidos unicamente pelo pesquisador.

As variáveis estranhas são variáveis semelhantes à variável independente, porém

não se pode manipular. Neste experimento são as seguintes as variáveis estranhas:

Atividade habilitadas – todas as atividades habilitadas e que podem ser

apresentados ao sistema.

Ranking – pontuação que cada atividade de ensino possui. A atividade de ensino

com maior ranking, que esteja habilitada e sem tempo de suspensão, é que terá maior chance

de ser proposta ao estudante.

Próxima atividade de ensino a ser apresentada – é realizado um procedimento

que leva em consideração todas as atividades até então realizadas pelo estudante no sistema,

de forma a estabelecer um ranking, para indicar a atividade mais adequada no momento. O

procedimento considera também a Estratégia de Ensino descrita pelo professor especialista, e

os tempos de suspensão impostos a atividades que já tenham sido realizadas pelo estudante.

Nota em cada Atividade – a nota de cada aluno em cada atividade de ensino, é

uma média a partir da quantidade de acertos e erros na mesma atividade.

Essas são as variáveis que o sistema utiliza para sequenciar as atividades de

ensino para cada estudante. Maiores detalhes sobre as Estratégias de Ensino podem ser vistos

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no capítulo VII, seção 4.1.

A variável dependente é a grade de desempenho do estudante. O que essa

pesquisa visa é descobrir entre os estudantes que realizaram o experimento, quais obtiveram o

melhor desempenho. Por isso a avaliação irá comparar a média dos desempenhos de cada

grupo.

VIII.2 - A realização do experimento

A população envolvida no experimento foi composta por vinte e uma crianças de

classe média da Educação Infantil da Escola Batista IBAN localizada na Asa Norte, Plano

Piloto de Brasília. Dentre as razões para tal seleção, está a familiaridade dessas crianças com

o computador, visto que são ministradas aulas de informática na escola uma vez por semana.

O cenário do experimento é composto pelos pré e pós-testes realizados na escola

IBAN e a utilização do tutorial na Universidade de Brasília. A escola tem como responsável

pela direção e coordenação a professora Kesia Rodrigues Santos, e pelo ensino as professoras

Eva Sardinha de Souza e Cleide de Andrade Silveira Silva. Elas estavam cientes dos objetivos

e métodos da pesquisa. Para os estudantes, o experimento foi apresentado de forma simples,

com o objetivo de explicar a sua importância e de não interferir nos seus resultados.

O experimento foi executado em turmas de Jardim II e Jardim III, equivalentes a

cinco e seis anos de idade da Educação Infantil, do período de pré-alfabetização (quando a

criança começa a codificar e decodificar palavras) e do período de alfabetização, já que o

domínio de conhecimento do sistema tutorial é equivalente a esse período. O conteúdo do

tutorial foi retirado de livros de alfabetização reconhecidos e catalogados pelo MEC,

aplicados em escolas públicas e particulares e a partir de análise de metodologia aplicada na

Língua Inglesa e adaptada para a Língua Portuguesa.

As telas e funções do tutorial forão adaptadas ao nível de conhecimento das

crianças que fizeram parte do experimento, com pouco texto, letras grandes e ricas em som.

A amostra do experimento foi realizada com crianças escolhidas aleatoriamente

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no seu grupo. Para testar o ambiente foram feitos testes-piloto com crianças escolhidas da

mesma forma. Após o teste com o grupo piloto, foram feitos alguns ajustes no tutorial para

que o experimento ocorresse de forma mais segura.

Nesses ajustes, a fonte (tipo de letra) do tutorial foi alterada, pois observou-se

dificuldade de algumas crianças em identificar letras trocando o "i" por "l", o "b" por "p" entre

outras. Assim sendo, a fonte foi alterada para letra de imprensa maiúscula, já que no colégio a

ser aplicado o experimento, o ensino se inicia com letra de imprensa maiúscula durante o

Jardim I. Somente no Jardim II passa-se a usar letra de impressa minúscula, portanto essas

crianças possuem uma afinidade maior com letras maiúsculas.

Este experimento se apresenta como um ensaio para um experimento mais

abrangente, com uma duração mínima de dois meses, observando o processo de alfabetização

da criança. No experimento cada grupo esteve apenas trinta minutos em contato com o

sistema.

A população foi dividida em três grupos de sete crianças, levando-se em

consideração a idade e sexo, visando-se a obtenção de equilíbrio:

A) Tutorial com o método fônico;

B) Tutorial com o método silábico;

C) Lazer com o computador (Paintbrush – editor de imagem da Microsoft).

Na distribuição aleatória, segundo Homer H. Johnson e Robert L. Solso (1935), a

forma mais rígida de seleção de sujeitos é que cada qual tenha probabilidade igual de ser

designado para cada grupo de trabalho, mas com essa seleção a quantidade de sujeitos em

cada grupo pode ser desequilibrada. Para se ter uma probabilidade equilibrada de sujeitos em

cada grupo, com a lista de nomes de alunos a realizar o experimento, foram associadas três

cartas de baralho a cada um dos grupos.

O Ás significava que o indivíduo fazia parte do grupo A; o dois, do grupo B e o

três do grupo C. Para se ter um equilíbrio de sexo e idade, em cada grupo a lista de nomes foi

separada em subgrupos de três pessoas cada, idades e sexos iguais, para cada uma dessas

pessoas ser designada a um grupo. Em cada um dos nomes encontrados em cada subgrupo foi

tirada uma carta: com o Ás a criança iria para o grupo A, o dois para o grupo B e o três a

colocaria no grupo C. Para o próximo nome do mesmo subgrupo não foi retornada a carta

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retirada e o último nome foi destinado ao restante. Terminado esse subgrupo, as cartas foram

reembaralhadas e se reiniciou a seleção para o segundo subgrupo depois o terceiro, e assim

sucessivamente.

O experimento foi realizado no dia dezenove de setembro em um laboratório da

Universidade de Brasília, utilizando oito computadores simultaneamente. Os computadores

utilizados são todos Pentium III com 195 Mb a 253 Mb de memória RAM, com sistema

operacional Windows 2000 Professional.

As crianças chegaram à Universidade às 14:40 hs. O grupo A foi para o

Laboratório de Raciocínio Automatizado para fazer o experimento e os grupos B e C para o

Laboratório de Física (Experimentoteca) (figuras 22 e 23). Às 15:10 hs o grupo A foi para o

Laboratório de Física e o grupo B para o Laboratório de Raciocínio Automatizado. Às 15:20

hs foi iniciado o experimento do grupo B, que o concluiu às 15:50 hs. O grupo C realizou seu

experimento entre 16:00 e 16:30 hs. Posteriormente foi organizado um lanche e um passeio

rápido mostrando as instalações da Universidade de Brasília e sua Biblioteca.

Figura 20. Criança chegando à UnB, com a fita azul de seu grupo no pulso.

As crianças que utilizaram o tutorial demonstraram grande interesse e ficaram

entretidas, observando cada imagem apresentada, ouvindo cada palavra ou frase produzida

pelo sistema, como pode ser observado na fotografia do grupo A (fônico), na figura 21.

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Figura 21. Crianças entretidas com o sistema.

Figura 22. Grupos na Experimentoteca.

Figura 23. Realizando experimento na Experimentoteca.

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A cada trinta minutos um grupo de 7 crianças saía do Laboratório de Física em

direção ao Laboratório de Informática, como pode ser visto na figura a seguir (figura 24), e

quando o grupo chegava no Laboratório de Informática, o grupo que estava realizando o

experimento era encaminhado ao Laboratório de Física (figuras 22 e 23).

Figura 24. Grupo encaminhando para o laboratório de informática.

O grupo C, denominado “lazer no computador”, utilizou apenas o programa de

desenho “Microsoft Paint”, como pode ser observado na figura a seguir (figura 25).

Figura 25. Criança do grupo de lazer no computador.

VIII.3 - Avaliação do Experimento

Foi aplicado aos grupos de estudo um pré-teste escrito no dia dezessete de

setembro para verificar o nível de conhecimento dos alunos antes de aplicar o tutorial. Esse

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pré-teste possui palavras de diferentes níveis e utilizadas em atividades no tutorial. Foram

ditadas quatro palavras e uma frase pequena para as crianças escreverem: uma palavra

monossílaba, uma dissílaba, uma trissílaba e uma polissílaba. O resultado do pré-teste mediu

o nível de conhecimento da criança, classificando-a nos seguintes níveis, estabelecidos por

Emilia Ferreiro e Ana Teberosky (1985) em pesquisa realizada entre métodos de

alfabetização:

Nível Um - A criança faz traçados que refletem seu modo particular de escrever

(bolinhas, pauzinhos, traçado espigado, etc.) no qual pode-se ler o que queira segundo

Ferreiro (1987). É simplesmente uma nova escrita. Nesse nível todas as escritas se

assemelham muito entre si, o que não impede que a criança as considere como diferentes,

visto que a intenção que presidiu a sua realização era diferente. A criança espera que a

quantidade de letras na escrita seja proporcional ao tamanho do objeto ou idade de uma

pessoa. Nesse nível a criança já consegue diferenciar o desenhar e o escrever.

Nível Dois - A principal característica desse nível é que a criança começa a

observar que existem diferenças objetivas na escrita. A forma de grafismo é mais definida e

mais próxima a letras, porém ainda não chega a formar palavras.

Nível Três - Este nível está caracterizado pela tentativa de dar um valor sonoro a

cada uma das letras que compõem a escrita, o que denomina-se silábica. Significa que associa

cada letra a um nome (sempre a primeira letra do objeto ou nome de uma pessoa conhecida).

Nível Quatro - A criança passa da hipótese silábica para a alfabética, descobre a

necessidade de fazer uma análise que vá além da sílaba através da quantidade de grafias da

palavra.

Nível Cinco - A escrita alfabética constitui o final dessa evolução. A criança,

neste nível, já compreendeu que cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores

sonoros menores que a sílaba, que são os fonemas. A partir desse momento a criança se

defrontará com as dificuldades próprias da ortografia.

No teste escrito pode-se observar com maior detalhe em que nível a criança se

encontrava. O objetivo do tutorial no computador é auxiliar a criança na codificação e

decodificação de palavras, que a criança começa a realizar entre os níveis três, quatro e cinco.

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76

A população para o experimento foi escolhida entre os níveis de jardim II e III, ou seja, entre

cinco e seis anos visando encontrar os níveis três, quatro e cinco. Pois, segundo Emilia

Ferreiro e Ana Teberosky (1985), as crianças da classe média, aos quatro anos se situam nos

níveis um e dois, e nenhuma chega ao nível cinco; aos cinco anos elas se distribuem em todos

os níveis, com certa tendência a se concentrarem no nível três; e aos seis anos não há

nenhuma que se situe no nível um e há várias que se situam nos dois últimos níveis.

O resultado esperado era que o tutorial ajudasse as crianças a melhorarem de nível

e começarem a entender o processo de codificação e decodificação da escrita e, se ocorreu

alguma melhora, observar em qual método de alfabetização utilizado pelo tutorial a criança

apresentou uma melhora mais significativa, avaliando-as, após a utilização do tutorial com um

pós-teste realizado no dia vinte e nove de setembro, similar ao pré-teste em estrutura, porém

com palavras e frase diferentes, observando o progresso no conhecimento adquirido.

As crianças que utilizaram o tutorial independente do método, apresentaram

melhora significativa no processo de escrita, enquanto que as crianças do grupo C não

apresentaram nenhum sinal de melhora. Porém pode-se observar, principalmente entre as

crianças do Jardim II, um progresso naqueles que utilizaram o sistema em comparação com os

que usaram o computador apenas como lazer. Isso pode ser observado nos testes realizados

antes e depois do experimento. As crianças do Jardim III já estavam bastante avançadas em

nível de codificação e decodificação de palavras e de leitura e escrita, por isso não

apresentaram resultados tão significativos.

Na tabela 5 a seguir, podemos ver os resultados do pré e pós-teste aplicado em

seis crianças que participaram do experimento, duas para cada um dos três grupos

experimentais.

Criança 1 – Método Fônico

Pré-Teste Pós-Teste Nível no pré-teste Nível no pós-teste

REI (rei) BIO (boi) Dois e Três Três e Quatro

OUAC (boca) BRCO (branco)

ARRE (árvore) FORMIGA (formiga)

BOULA (borboleta) COPUTD (computador)

OPVEAIU AELR (O

papagaio verde é

alegre)

O GACO D V BOT

TELEVISAO (O gato

de botas vê televisão)

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Criança 2 – Método Fônico

Pré-Teste Pós-Teste Nível no pré-teste Nível no pós-teste

REI (rei) BOI (boi) Dois e Três Dois, Três e

Quatro OC (boca) BRCO (branco)

ARRE (árvore) FORMGA (formiga)

BBRRRET(borboleta) COPUTD (computador)

OPHO VD E ALR (O

papagaio verde é

alegre)

O GCTO D DBTA V

TELVSO (O gato de

botas vê televisão)

Criança 3 – Método Silábico

Pré-Teste Pós-Teste Nível no pré-teste Nível no pós-teste

REI (rei) BOI (boi) Dois e Três Três e Quatro

OCA (boca) BRCO (branco)

ARVR (árvore) FORMICA (formiga)

BRBLTA (borboleta) COPUTADOR

(computador)

O PAPAGIU VB E

ALGR (O papagaio

verde é alegre)

O GATO D POTA VE

TLEVIZÃO (O gato de

botas vê televisão)

Criança 4 – Método Silábico

Pré-Teste Pós-Teste Nível no pré-teste Nível no pós-teste

RFI (rei) BOI (boi) Dois e Três Três e Quatro

OC (boca) BTO (branco)

ASP (árvore) FORMIGA (formiga)

DDLTA (borboleta) COPUTADOR

(computador)

O PAG VD ALE (O

papagaio verde é

alegre)

O GATO D BOTA V

TELEVIÃO (O gato de

botas vê televisão)

Criança 5 – Lazer no Computador

Pré-Teste Pós-Teste Nível no pré-teste Nível no pós-teste

RIEI (rei) BOI (boi) Dois e Três Dois e Três

OUAC (boca) BROU (branco)

ARRE (árvore) FORI (formiga)

BOU (borboleta) COUTA (computador)

O VE AIU AELR (O

papagaio verde é

alegre)

O GA BOA B TELTO

(O gato de botas vê

televisão)

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Criança 6 – Lazer no Computador

Pré-Teste Pós-Teste Nível no pré-teste Nível no pós-teste

RI (rei) BIO (boi) Dois e Três Dois e Três

OC (boca) BRCOA (branco)

ASV (árvore) FONIGA (formiga)

BOA (borboleta) OUTAD (computador)

O PG V E L RG (O

papagaio verde é

alegre)

O-G-ATO TD BOTA V

TELV5D (O gato de

botas vê televisão) Tabela 5. Resultados de pré e pós-testes de crianças dos três grupos experimentais

Analisando os desempenhos das crianças que utilizaram o tutorial, tanto com o

método Silábico quanto com o método de Consciência Fonológica, percebemos a melhora dos

níveis dois e três para os níveis três e quatro, enquanto que as crianças do grupo de lazer no

computador não apresentaram melhora significativa, permanecendo no nível dois e três, em

média. Portanto, as crianças do jardim II que utilizaram o sistema escreveram mais palavras

certas ou próximas da ortografia correta enquanto que as crianças que não utilizaram o

sistema continuaram no mesmo nível.

Os resultados do experimento, embora tenham sido muito positivos, não podem

ser considerados conclusivos, pois a quantidade de crianças incluídas no experimento não foi

estatisticamente significativa e o tempo de duração do experimento foi muito curto para medir

efetivamente algum progresso em um aprendizado tão complexo quanto o de codificação e

decodificação de fonemas e letras. Analisando-se os resultados obtidos em comparação com

os resultados esperados e a proposta do experimento, percebe-se o sucesso de sua realização.

Acredita-se que a utilização do tutorial durante um período mais longo, não

apenas trinta minutos, em uma única tarde, mas parte de um processo gradual e contínuo de

alguns meses melhoraria o aprendizado e auxiliaria em muito o processo de alfabetização.

O resultado de cada método está nos apêndices F e G. O trabalho possui três

documentos anexos: uma fita VHS contendo um estudo-piloto realizado no tutorial e

filmagens dos três grupos de crianças realizando o experimento; um CD contendo fotos da

realização do experimento; uma pasta com os pré-testes e os pós-testes aplicados às crianças.

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Figura 26. Todas as crianças no final do experimento.

Outra questão que influenciou essa avaliação foi o fato de se ter resumido a uma

única escola, onde o método de ensino adotado pela mesma pode ter influenciado o resultado

da pesquisa. Possivelmente uma criança que aprende pelo método silábico pode sentir mais

facilidade ao usar o tutorial nesse método, e o mesmo deve acontecer com o método fônico.

A partir de problemas observados no experimento propomos uma nova

metodologia para aplicá-lo, onde as crianças utilizariam o tutorial separadas umas das outras

ou em grupos menores, pois a criança se sente excitada e um pouco carente, sempre

chamando pessoas próximas para ver o resultado do experimento, principalmente se o

resultado for positivo, não se contentando só com o resultado da tela do tutorial como pode

ser visto nas figuras abaixo.

Figura 27. Criança utilizando o sistema

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Figura 28. Crianças utilizando o sistema.

Figura 29. Felicidade da criança quando acertou uma atividade.

Pôde-se observar que, mesmo as crianças que utilizaram o método silábico no

tutorial, se comportaram de uma forma possivelmente inspirada pelo método ortográfico,

enfatizando as letras para responder às perguntas. Isso se deve possivelmente ao método que a

escola utiliza para alfabetizar as crianças.

Em um experimento mais longo, o tutorial poderia ser fornecido para escolas e

adaptados à metodologia adotada por cada uma.

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CAPÍTULO IX – TRABALHOS FUTUROS

A presente pesquisa deixa em aberto uma série de interessantes trabalhos a serem

empreendidos.

A interface entre o sistema e o estudante pode se tornar mais viva e interativa,

com imagens em movimento, animações, cores e sons, vindo a facilitar e estimular a

interação. Novos dispositivos, tais como o teclado e um painel para desenho e escrita à mão

podem ser introduzidos, viabilizando o ensino e treinamento de caligrafia.

Podem também ser introduzidos mecanismos para reconhecimento de fala de

forma a testar leitura em voz alta, aprimorar dicção e pronúncia de palavra, e realizar testes

orais.

Uma ferramenta de autoria para o professor especialista poder criar e alterar as

atividades de aprendizagem e a Estratégia de Ensino de forma dinâmica pode melhorar

significativamente a utilização do sistema.

Outra possibilidade é a de serem desenvolvidos procedimentos para observar e

registrar o interesse do estudante por temas específicos, de forma a melhor moldar o seu

perfil. Podem, por exemplo, ser registradas as palavras que mais chamam a atenção de um

estudante e então classificar palavras do mesmo grupo de interesse.

Dispositivos para melhor captar as reações dos estudantes, tais como câmeras de

vídeo, podem ser incorporadas ao sistema, inclusive para contribuir na viabilização de novas

atividades pedagógicas.

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Entretanto, o trabalho mais importante a ser realizado na seqüência é o

desenvolvimento de um experimento mais amplo, com duração de seis meses, com métodos

de ensino diversos bem estruturados, um enfocando conscientização fonológica e outro

centrado em metodologia silábica, visando contribuir para a comparação prática e

experimental dessas duas abordagens. O experimento realizado nessa pesquisa demonstrou

que o uso experimental do sistema ora desenvolvido é viável e que poderá trazer

contribuições interessantes para essa importante questão.

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CAPÍTULO X - CONCLUSÃO

A Inteligência Artificial Aplicada à Educação possui várias técnicas para oferecer

novos meios de ensino utilizando Sistemas Tutoriais Inteligentes.

O dilema da eficácia dos métodos de alfabetização é grande e utilizar um método

inadequado ou ultrapassado pode dificultar ou retardar o processo de aprendizagem.

A possibilidade de implantação de métodos analíticos e sintéticos em um sistema

tutorial inteligente, que se adeque às características e limitações pessoais do aprendiz, já

representa uma contribuição interessante para a pesquisa em alfabetização. Como o sistema

pode, em princípio, implementar qualquer método de ensino descrito por um professor

especialista, a sua utilização por grupos de alfabetização que usam abordagens diversas pode,

além de oferecer mais um recurso para a alfabetização, propiciar a oportunidade de comparar

os efeitos do desempenho real de tais abordagens.

O objetivo desta pesquisa, uma vez concluída a adaptação do sistema para o

Português, foi o de testar experimentalmente com grupos de crianças em idade de pré-

alfabetização os efeitos do uso de diferentes métodos de alfabetização, como um acessório

coadjuvante ao ensino convencional. No experimento aqui descrito, foi comparado o

desempenho de um grupo que utilizou o sistema com um método de conscientização

fonológica, com outro grupo utilizando metodologia silábica, e ainda com um terceiro grupo

de controle usando computador com um programa não relacionado com alfabetização. A

análise do experimento permitiu constatar que, apesar de sua pequena duração, houve melhora

na aprendizagem a partir do uso do sistema, embora não haja segurança para discriminação

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entre os grupos relativos às atividades de alfabetização. Foram observados princípios

metodológicos com relação à composição dos grupos, tais como o nível sócio-econômico,

cultural, e faixa etária equivalente, com estudantes originários de mesma região geográfica.

O foco inicial nesses dois métodos justifica-se porque os métodos silábicos são

muito utilizados no Brasil e os métodos de Consciência Fonológica das palavras vêm

progressivamente provando melhor desempenho no processo de aprendizado na língua

inglesa. O experimento foi encorajador, sugerindo a realização de outros testes com diferentes

métodos de alfabetização.

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Apêndice A - Diagrama de Entidade e Relacionamento

Figura 30. DER

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90

Apêndice B – Estratégia de Ensino para o Método Silábico

se liçãoA (Grupo Um) maior regular então

desabilitar lição(Grupo Um).

se exemploA (Grupo Um) maior regular então

desabilitar exemplo(Grupo Um).

se exercícioA (Grupo Um) maior regular então

desabilitar exercício(Grupo Um).

se testeA (Grupo Um) maior regular então

desabilitar teste(Grupo Um).

se testeA (Grupo Um) maior ótimo então

desabilitar lição (Grupo Um),

desabilitar exemplo (Grupo Um),

desabilitar exercício (Grupo Um).

se testeA (Grupo Um) menor regular então

habilitar lição (Grupo Um),

habilitar exemplo (Grupo Um),

habilitar exercício (Grupo Um).

se liçãoA (Grupo Dois) maior regular então

desabilitar lição(Grupo Dois).

se exemploA (Grupo Dois) maior regular então

desabilitar exemplo(Grupo Dois).

se exercícioA (Grupo Dois) maior regular então

desabilitar exercício(Grupo Dois).

se testeA (Grupo Dois) maior regular então

desabilitar teste(Grupo Dois).

se testeA (Grupo Dois) maior ótimo então

desabilitar lição (Grupo Dois),

desabilitar exemplo (Grupo Dois),

desabilitar exercício (Grupo Dois).

se testeA (Grupo Dois) menor regular então

habilitar lição (Grupo Dois),

habilitar exemplo (Grupo Dois),

habilitar exercício (Grupo Dois).

se liçãoA (Grupo Três) maior regular então

desabilitar lição(Grupo Três).

se exemploA (Grupo Três) maior regular então

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91

desabilitar exemplo(Grupo Três).

se exercícioA (Grupo Três) maior regular então

desabilitar exercício(Grupo Três).

se testeA (Grupo Três) maior regular então

desabilitar teste(Grupo Três).

se testeA (Grupo Três) maior ótimo então

desabilitar lição (Grupo Três),

desabilitar exemplo (Grupo Três),

desabilitar exercício (Grupo Três).

se testeA (Grupo Três) menor regular então

habilitar lição (Grupo Três),

habilitar exemplo (Grupo Três),

habilitar exercício (Grupo Três).

se liçãoA (Grupo Quatro) maior regular então

desabilitar lição(Grupo Um),

desabilitar lição(Grupo Dois),

desabilitar lição(Grupo Três),

desabilitar lição(Grupo Quatro).

se exemploA (Grupo Quatro) maior regular então

desabilitar exemplo(Grupo Um),

desabilitar exemplo(Grupo Dois),

desabilitar exemplo(Grupo Três),

desabilitar exemplo(Grupo Quatro).

se exercícioA (Grupo Quatro) maior regular então

desabilitar exercício(Grupo Um),

desabilitar exercício(Grupo Dois),

desabilitar exercício(Grupo Três),

desabilitar exercício(Grupo Quatro).

se testeA (Grupo Quatro) maior regular então

desabilitar teste(Grupo Um),

desabilitar teste(Grupo Dois),

desabilitar teste(Grupo Três),

desabilitar teste(Grupo Quatro).

se testeA (Grupo Quatro) maior ótimo então

desabilitar lição (Grupo Um),

desabilitar lição (Grupo Dois),

desabilitar lição (Grupo Três),

desabilitar lição (Grupo Quatro),

desabilitar exemplo (Grupo Um),

desabilitar exemplo (Grupo Dois),

desabilitar exemplo (Grupo Três),

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92

desabilitar exemplo (Grupo Quatro),

desabilitar exercício (Grupo Um),

desabilitar exercício (Grupo Dois),

desabilitar exercício (Grupo Três),

desabilitar exercício (Grupo Quatro).

se liçãoA(Encontros Consonantais Um) maior regular então

desabilitar lição (Encontros Consonantais Um).

se exemploA(Encontros Consonantais Um) maior regular então

desabilitar exemplo (Encontros Consonantais Um).

se exercícioA(Encontros Consonantais Um) maior regular então

desabilitar exercício (Encontros Consonantais Um).

se testeA(Encontros Consonantais Um) maior regular então

desabilitar teste (Encontros Consonantais Um).

se testeA (Encontros Consonantais Um) maior ótimo então

desabilitar lição (Encontros Consonantais Um),

desabilitar exemplo (Encontros Consonantais Um),

desabilitar exercício (Encontros Consonantais Um).

se testeA (Encontros Consonantais Um) menor regular então

habilitar lição (Encontros Consonantais Um),

habilitar exemplo (Encontros Consonantais Um),

habilitar exercício (Encontros Consonantais Um).

se liçãoA(Encontros Consonantais Dois) maior regular então

desabilitar lição (Encontros Consonantais Dois).

se exemploA(Encontros Consonantais Dois) maior regular então

desabilitar exemplo (Encontros Consonantais Dois).

se exercícioA(Encontros Consonantais Dois) maior regular então

desabilitar exercício (Encontros Consonantais Dois).

se testeA(Encontros Consonantais Dois) maior regular então

desabilitar teste (Encontros Consonantais Dois).

se testeA (Encontros Consonantais Dois) maior ótimo então

desabilitar lição (Encontros Consonantais Dois),

desabilitar exemplo (Encontros Consonantais Dois),

desabilitar exercício (Encontros Consonantais Dois).

se testeA (Encontros Consonantais Dois) menor regular então

habilitar lição (Encontros Consonantais Dois),

habilitar exemplo (Encontros Consonantais Dois),

habilitar exercício (Encontros Consonantais Dois).

Page 106: ALFABETIZAÇÃO EM PORTUGUÊS ATRAVÉS DE SISTEMAS … · IV RESUMO Os Sistemas Tutoriais Inteligentes (STI) são programas de computador com propósitos educacionais que incorporam

93

se liçãoA(Letra Z e H) maior regular então

desabilitar lição (Letra Z e H).

se exemploA(Letra Z e H) maior regular então

desabilitar exemplo (Letra Z e H).

se exercícioA(Letra Z e H) maior regular então

desabilitar exercício (Letra Z e H).

se testeA(Letra Z e H) maior regular então

desabilitar teste (Letra Z e H).

se testeA (Letra Z e H) maior ótimo então

desabilitar lição (Letra Z e H),

desabilitar exemplo (Letra Z e H),

desabilitar exercício (Letra Z e H).

se testeA (Letra Z e H) menor regular então

habilitar lição (Letra Z e H),

habilitar exemplo (Letra Z e H),

habilitar exercício (Letra Z e H).

se liçãoA(Encontros Consonantais Três) maior regular então

desabilitar lição (Encontros Consonantais Três).

se exemploA(Encontros Consonantais Três) maior regular então

desabilitar exemplo (Encontros Consonantais Três).

se exercícioA(Encontros Consonantais Três) maior regular então

desabilitar exercício (Encontros Consonantais Três).

se testeA(Encontros Consonantais Três) maior regular então

desabilitar teste (Encontros Consonantais Três).

se testeA (Encontros Consonantais Três) maior ótimo então

desabilitar lição (Encontros Consonantais Três),

desabilitar exemplo (Encontros Consonantais Três),

desabilitar exercício (Encontros Consonantais Três).

se testeA (Encontros Consonantais Três) menor regular então

habilitar lição (Encontros Consonantais Três),

habilitar exemplo (Encontros Consonantais Três),

habilitar exercício (Encontros Consonantais Três).

se liçãoA(Encontros Consonantais Quatro) maior regular então

desabilitar lição (Encontros Consonantais Quatro).

se exemploA(Encontros Consonantais Quatro) maior regular então

desabilitar exemplo (Encontros Consonantais Quatro).

Page 107: ALFABETIZAÇÃO EM PORTUGUÊS ATRAVÉS DE SISTEMAS … · IV RESUMO Os Sistemas Tutoriais Inteligentes (STI) são programas de computador com propósitos educacionais que incorporam

94

se exercícioA(Encontros Consonantais Quatro) maior regular então

desabilitar exercício (Encontros Consonantais Quatro).

se testeA(Encontros Consonantais Quatro) maior regular então

desabilitar teste (Encontros Consonantais Quatro).

se testeA (Encontros Consonantais Quatro) maior ótimo então

desabilitar lição (Encontros Consonantais Quatro),

desabilitar exemplo (Encontros Consonantais Quatro),

desabilitar exercício (Encontros Consonantais Quatro).

se testeA (Encontros Consonantais Três) menor regular então

habilitar lição (Encontros Consonantais Três),

habilitar exemplo (Encontros Consonantais Três),

habilitar exercício (Encontros Consonantais Três).

se liçãoA(G, Q, X) maior regular então

desabilitar lição (G, Q, X).

se exemploA(G, Q, X) maior regular então

desabilitar exemplo (G, Q, X).

se exercícioA(G, Q, X) maior regular então

desabilitar exercício (G, Q, X).

se testeA(G, Q, X) maior regular então

desabilitar teste (G, Q, X).

se testeA (G, Q, X) maior ótimo então

desabilitar lição (G, Q, X),

desabilitar exemplo (G, Q, X),

desabilitar exercício (G, Q, X).

se testeA (G, Q, X) menor regular então

habilitar lição (G, Q, X),

habilitar exemplo (G, Q, X),

habilitar exercício (G, Q, X).

se testeA(G, Q, X) menor ruim então

habilitar exercício (Grupo Dois),

habilitar teste (Grupo Dois).

se liçãoA(Ç CE, CI, GUA, GUO) maior regular então

desabilitar lição (Ç CE, CI, GUA, GUO).

se exemploA(Ç CE, CI, GUA, GUO) maior regular então

desabilitar exemplo (Ç CE, CI, GUA, GUO).

se exercícioA(Ç CE, CI, GUA, GUO) maior regular então

desabilitar exercício (Ç CE, CI, GUA, GUO).

Page 108: ALFABETIZAÇÃO EM PORTUGUÊS ATRAVÉS DE SISTEMAS … · IV RESUMO Os Sistemas Tutoriais Inteligentes (STI) são programas de computador com propósitos educacionais que incorporam

95

se testeA(Ç CE, CI, GUA, GUO) maior regular então

desabilitar teste (Ç CE, CI, GUA, GUO).

se testeA (Ç CE, CI, GUA, GUO) maior ótimo então

desabilitar lição (Ç CE, CI, GUA, GUO),

desabilitar exemplo (Ç CE, CI, GUA, GUO),

desabilitar exercício (Ç CE, CI, GUA, GUO).

se testeA (Ç CE, CI, GUA, GUO) menor regular então

habilitar lição (Ç CE, CI, GUA, GUO),

habilitar exemplo (Ç CE, CI, GUA, GUO),

habilitar exercício (Ç CE, CI, GUA, GUO).

se testeA(Ç CE, CI, GUA, GUO) menor ruim então

habilitar exercício (Grupo Um),

habilitar exercício (Grupo Dois),

habilitar teste (Grupo Um),

habilitar teste (Grupo Dois).

se liçãoA(L no meio da sílaba) maior regular então

desabilitar lição (L no meio da sílaba).

se exemploA(L no meio da sílaba) maior regular então

desabilitar exemplo (L no meio da sílaba).

se exercícioA(L no meio da sílaba) maior regular então

desabilitar exercício (L no meio da sílaba).

se exercícioA(L no meio da sílaba) menor ruim então

habilitar exercício (Grupo Um),

habilitar teste (Grupo Um).

se testeA(L no meio da sílaba) maior regular então

desabilitar teste (L no meio da sílaba).

se testeA(L no meio da sílaba) menor ruim então

habilitar exercício (Grupo Um),

habilitar teste (Grupo Um).

se testeA (L no meio da sílaba) maior ótimo então

desabilitar lição (L no meio da sílaba),

desabilitar exemplo (L no meio da sílaba),

desabilitar exercício (L no meio da sílaba).

se testeA (L no meio da sílaba) menor regular então

habilitar lição (L no meio da sílaba),

habilitar exemplo (L no meio da sílaba),

habilitar exercício (L no meio da sílaba).

Page 109: ALFABETIZAÇÃO EM PORTUGUÊS ATRAVÉS DE SISTEMAS … · IV RESUMO Os Sistemas Tutoriais Inteligentes (STI) são programas de computador com propósitos educacionais que incorporam

96

se liçãoA(GE, GI) maior regular então

desabilitar lição (GE, GI).

se exemploA(GE, GI) maior regular então

desabilitar exemplo (GE, GI).

se exercícioA(GE, GI) maior regular então

desabilitar exercício (GE, GI).

se testeA(GE, GI) maior regular então

desabilitar teste (GE, GI).

se testeA (GE, GI) maior ótimo então

desabilitar lição (GE, GI),

desabilitar exemplo (GE, GI),

desabilitar exercício (GE, GI).

se testeA (GE, GI) menor regular então

habilitar lição (GE, GI),

habilitar exemplo (GE, GI),

habilitar exercício (GE, GI).

Page 110: ALFABETIZAÇÃO EM PORTUGUÊS ATRAVÉS DE SISTEMAS … · IV RESUMO Os Sistemas Tutoriais Inteligentes (STI) são programas de computador com propósitos educacionais que incorporam

97

Apêndice C - Estratégia de Ensino para o Método Fônico

se liçãoA (Lua Rio) maior regular então

desabilitar lição(Lua Rio).

se exemploA (Lua Rio) maior regular então

desabilitar exemplo(Lua Rio).

se exercícioA (Lua Rio) maior regular então

desabilitar exercício(Lua Rio).

se testeA (Lua Rio) maior regular então

desabilitar teste(Lua Rio).

se testeA (Lua Rio) maior ótimo então

desabilitar lição (Lua Rio),

desabilitar exemplo (Lua Rio),

desabilitar exercício (Lua Rio).

se testeA (Lua Rio) menor regular então

habilitar lição (Lua Rio),

habilitar exemplo (Lua Rio),

habilitar exercício (Lua Rio).

se liçãoA (Pato Pipa) maior regular então

desabilitar lição(Pato Pipa).

se exemploA (Pato Pipa) maior regular então

desabilitar exemplo(Pato Pipa).

se exercícioA (Pato Pipa) maior regular então

desabilitar exercício(Pato Pipa).

se testeA (Pato Pipa) maior regular então

desabilitar teste(Pato Pipa).

se testeA (Pato Pipa) maior ótimo então

desabilitar lição (Pato Pipa),

desabilitar exemplo (Pato Pipa),

desabilitar exercício (Pato Pipa).

se testeA (Pato Pipa) menor regular então

habilitar lição (Pato Pipa),

habilitar exemplo (Pato Pipa),

habilitar exercício (Pato Pipa).

se liçãoA (Mala Sapo) maior regular então

desabilitar lição(Mala Sapo).

se exemploA (Mala Sapo) maior regular então

Page 111: ALFABETIZAÇÃO EM PORTUGUÊS ATRAVÉS DE SISTEMAS … · IV RESUMO Os Sistemas Tutoriais Inteligentes (STI) são programas de computador com propósitos educacionais que incorporam

98

desabilitar exemplo(Mala Sapo).

se exercícioA (Mala Sapo) maior regular então

desabilitar exercício(Mala Sapo).

se testeA (Mala Sapo) maior regular então

desabilitar teste(Mala Sapo).

se testeA (Mala Sapo) maior ótimo então

desabilitar lição (Mala Sapo),

desabilitar exemplo (Mala Sapo),

desabilitar exercício (Mala Sapo).

se testeA (Mala Sapo) menor regular então

habilitar lição (Mala Sapo),

habilitar exemplo (Mala Sapo),

habilitar exercício (Mala Sapo).

se liçãoA (Boneca Janela) maior regular então

desabilitar lição(Lua Rio),

desabilitar lição(Pato Pipa),

desabilitar lição(Mala Sapo),

desabilitar lição(Boneca Janela).

se exemploA (Boneca Janela) maior regular então

desabilitar exemplo(Lua Rio),

desabilitar exemplo(Pato Pipa),

desabilitar exemplo(Mala Sapo),

desabilitar exemplo(Boneca Janela).

se exercícioA (Boneca Janela) maior regular então

desabilitar exercício(Lua Rio),

desabilitar exercício(Pato Pipa),

desabilitar exercício(Mala Sapo),

desabilitar exercício(Boneca Janela).

se testeA (Boneca Janela) maior regular então

desabilitar teste(Lua Rio),

desabilitar teste(Pato Pipa),

desabilitar teste(Mala Sapo),

desabilitar teste(Boneca Janela).

se testeA (Boneca Janela) maior ótimo então

desabilitar lição (Lua Rio),

desabilitar lição (Pato Pipa),

desabilitar lição (Mala Sapo),

desabilitar lição (Boneca Janela),

desabilitar exemplo (Lua Rio),

desabilitar exemplo (Pato Pipa),

desabilitar exemplo (Mala Sapo),

Page 112: ALFABETIZAÇÃO EM PORTUGUÊS ATRAVÉS DE SISTEMAS … · IV RESUMO Os Sistemas Tutoriais Inteligentes (STI) são programas de computador com propósitos educacionais que incorporam

99

desabilitar exemplo (Boneca Janela),

desabilitar exercício (Lua Rio),

desabilitar exercício (Pato Pipa),

desabilitar exercício (Mala Sapo),

desabilitar exercício (Boneca Janela).

se liçãoA(Encontros Consonantais Um) maior regular então

desabilitar lição (Encontros Consonantais Um).

se exemploA(Encontros Consonantais Um) maior regular então

desabilitar exemplo (Encontros Consonantais Um).

se exercícioA(Encontros Consonantais Um) maior regular então

desabilitar exercício (Encontros Consonantais Um).

se testeA(Encontros Consonantais Um) maior regular então

desabilitar teste (Encontros Consonantais Um).

se testeA (Encontros Consonantais Um) maior ótimo então

desabilitar lição (Encontros Consonantais Um),

desabilitar exemplo (Encontros Consonantais Um),

desabilitar exercício (Encontros Consonantais Um).

se testeA (Encontros Consonantais Um) menor regular então

habilitar lição (Encontros Consonantais Um),

habilitar exemplo (Encontros Consonantais Um),

habilitar exercício (Encontros Consonantais Um).

se liçãoA(Encontros Consonantais Dois) maior regular então

desabilitar lição (Encontros Consonantais Dois).

se exemploA(Encontros Consonantais Dois) maior regular então

desabilitar exemplo (Encontros Consonantais Dois).

se exercícioA(Encontros Consonantais Dois) maior regular então

desabilitar exercício (Encontros Consonantais Dois).

se testeA(Encontros Consonantais Dois) maior regular então

desabilitar teste (Encontros Consonantais Dois).

se testeA (Encontros Consonantais Dois) maior ótimo então

desabilitar lição (Encontros Consonantais Dois),

desabilitar exemplo (Encontros Consonantais Dois),

desabilitar exercício (Encontros Consonantais Dois).

se testeA (Encontros Consonantais Dois) menor regular então

habilitar lição (Encontros Consonantais Dois),

habilitar exemplo (Encontros Consonantais Dois),

habilitar exercício (Encontros Consonantais Dois).

Page 113: ALFABETIZAÇÃO EM PORTUGUÊS ATRAVÉS DE SISTEMAS … · IV RESUMO Os Sistemas Tutoriais Inteligentes (STI) são programas de computador com propósitos educacionais que incorporam

100

se liçãoA(Letra Z) maior regular então

desabilitar lição (Letra Z).

se exemploA(Letra Z) maior regular então

desabilitar exemplo (Letra Z).

se exercícioA(Letra Z) maior regular então

desabilitar exercício (Letra Z).

se testeA(Letra Z) maior regular então

desabilitar teste (Letra Z).

se testeA (Letra Z) maior ótimo então

desabilitar lição (Letra Z),

desabilitar exemplo (Letra Z),

desabilitar exercício (Letra Z).

se testeA (Letra Z) menor regular então

habilitar lição (Letra Z),

habilitar exemplo (Letra Z),

habilitar exercício (Letra Z).

se liçãoA(Letra H) maior regular então

desabilitar lição (Letra H).

se exemploA(Letra H) maior regular então

desabilitar exemplo (Letra H).

se exercícioA(Letra H) maior regular então

desabilitar exercício (Letra H).

se testeA(Letra H) maior regular então

desabilitar teste (Letra H).

se testeA (Letra H) maior ótimo então

desabilitar lição (Letra H),

desabilitar exemplo (Letra H),

desabilitar exercício (Letra H).

se testeA (Letra H) menor regular então

habilitar lição (Letra H),

habilitar exemplo (Letra H),

habilitar exercício (Letra H).

se liçãoA(Encontros Consonantais Três) maior regular então

desabilitar lição (Encontros Consonantais Três).

se exemploA(Encontros Consonantais Três) maior regular então

desabilitar exemplo (Encontros Consonantais Três).

Page 114: ALFABETIZAÇÃO EM PORTUGUÊS ATRAVÉS DE SISTEMAS … · IV RESUMO Os Sistemas Tutoriais Inteligentes (STI) são programas de computador com propósitos educacionais que incorporam

101

se exercícioA(Encontros Consonantais Três) maior regular então

desabilitar exercício (Encontros Consonantais Três).

se testeA(Encontros Consonantais Três) maior regular então

desabilitar teste (Encontros Consonantais Três).

se testeA (Encontros Consonantais Três) maior ótimo então

desabilitar lição (Encontros Consonantais Três),

desabilitar exemplo (Encontros Consonantais Três),

desabilitar exercício (Encontros Consonantais Três).

se testeA (Encontros Consonantais Três) menor regular então

habilitar lição (Encontros Consonantais Três),

habilitar exemplo (Encontros Consonantais Três),

habilitar exercício (Encontros Consonantais Três).

se liçãoA(Encontros Consonantais Quatro) maior regular então

desabilitar lição (Encontros Consonantais Quatro).

se exemploA(Encontros Consonantais Quatro) maior regular então

desabilitar exemplo (Encontros Consonantais Quatro).

se exercícioA(Encontros Consonantais Quatro) maior regular então

desabilitar exercício (Encontros Consonantais Quatro).

se testeA(Encontros Consonantais Quatro) maior regular então

desabilitar teste (Encontros Consonantais Quatro).

se testeA (Encontros Consonantais Quatro) maior ótimo então

desabilitar lição (Encontros Consonantais Quatro),

desabilitar exemplo (Encontros Consonantais Quatro),

desabilitar exercício (Encontros Consonantais Quatro).

se testeA (Encontros Consonantais Três) menor regular então

habilitar lição (Encontros Consonantais Três),

habilitar exemplo (Encontros Consonantais Três),

habilitar exercício (Encontros Consonantais Três).

se liçãoA(G, Q, X) maior regular então

desabilitar lição (G, Q, X).

se exemploA(G, Q, X) maior regular então

desabilitar exemplo (G, Q, X).

se exercícioA(G, Q, X) maior regular então

desabilitar exercício (G, Q, X).

se testeA(G, Q, X) maior regular então

desabilitar teste (G, Q, X).

Page 115: ALFABETIZAÇÃO EM PORTUGUÊS ATRAVÉS DE SISTEMAS … · IV RESUMO Os Sistemas Tutoriais Inteligentes (STI) são programas de computador com propósitos educacionais que incorporam

102

se testeA (G, Q, X) maior ótimo então

desabilitar lição (G, Q, X),

desabilitar exemplo (G, Q, X),

desabilitar exercício (G, Q, X).

se testeA (G, Q, X) menor regular então

habilitar lição (G, Q, X),

habilitar exemplo (G, Q, X),

habilitar exercício (G, Q, X).

se testeA(G, Q, X) menor ruim então

habilitar exercício (Pato Pipa),

habilitar teste (Pato Pipa).

se liçãoA(Ç, CE, CI) maior regular então

desabilitar lição (Ç, CE, CI).

se exemploA(Ç, CE, CI) maior regular então

desabilitar exemplo (Ç, CE, CI).

se exercícioA(Ç, CE, CI) maior regular então

desabilitar exercício (Ç, CE, CI).

se testeA(Ç, CE, CI) maior regular então

desabilitar teste (Ç, CE, CI).

se testeA (Ç, CE, CI) maior ótimo então

desabilitar lição (Ç, CE, CI),

desabilitar exemplo (Ç, CE, CI),

desabilitar exercício (Ç, CE, CI).

se testeA (Ç, CE, CI) menor regular então

habilitar lição (Ç, CE, CI),

habilitar exemplo (Ç, CE, CI),

habilitar exercício (Ç, CE, CI).

se testeA(Ç, CE, CI) menor ruim então

habilitar exercício (Lua Rio),

habilitar exercício (Pato Pipa),

habilitar teste (Lua Rio),

habilitar teste (Pato Pipa).

se liçãoA(GUA, GUO ou L no meio da sílaba) maior regular então

desabilitar lição (GUA, GUO ou L no meio da sílaba).

se exemploA(GUA, GUO ou L no meio da sílaba) maior regular então

desabilitar exemplo (GUA, GUO ou L no meio da sílaba).

se exercícioA(GUA, GUO ou L no meio da sílaba) maior regular então

desabilitar exercício (GUA, GUO ou L no meio da sílaba).

Page 116: ALFABETIZAÇÃO EM PORTUGUÊS ATRAVÉS DE SISTEMAS … · IV RESUMO Os Sistemas Tutoriais Inteligentes (STI) são programas de computador com propósitos educacionais que incorporam

103

se exercícioA(GUA, GUO ou L no meio da sílaba) menor ruim então

habilitar exercício (Lua Rio),

habilitar teste (Lua Rio).

se testeA(GUA, GUO ou L no meio da sílaba) maior regular então

desabilitar teste (GUA, GUO ou L no meio da sílaba).

se testeA(GUA, GUO ou L no meio da sílaba) menor ruim então

habilitar exercício (Lua Rio),

habilitar teste (Lua Rio).

se testeA (GUA, GUO ou L no meio da sílaba) maior ótimo então

desabilitar lição (GUA, GUO ou L no meio da sílaba),

desabilitar exemplo (GUA, GUO ou L no meio da sílaba),

desabilitar exercício (GUA, GUO ou L no meio da sílaba).

se testeA (GUA, GUO ou L no meio da sílaba) menor regular então

habilitar lição (GUA, GUO ou L no meio da sílaba),

habilitar exemplo (GUA, GUO ou L no meio da sílaba),

habilitar exercício (GUA, GUO ou L no meio da sílaba).

se liçãoA(GE, GI) maior regular então

desabilitar lição (GE, GI).

se exemploA(GE, GI) maior regular então

desabilitar exemplo (GE, GI).

se exercícioA(GE, GI) maior regular então

desabilitar exercício (GE, GI).

se testeA(GE, GI) maior regular então

desabilitar teste (GE, GI).

se testeA (GE, GI) maior ótimo então

desabilitar lição (GE, GI),

desabilitar exemplo (GE, GI),

desabilitar exercício (GE, GI).

se testeA (GE, GI) menor regular então

habilitar lição (GE, GI),

habilitar exemplo (GE, GI),

habilitar exercício (GE, GI).

Page 117: ALFABETIZAÇÃO EM PORTUGUÊS ATRAVÉS DE SISTEMAS … · IV RESUMO Os Sistemas Tutoriais Inteligentes (STI) são programas de computador com propósitos educacionais que incorporam

104

Apêndice D - Tabela Fônica

A tabela abaixo representa a estrutura adotada para associar fonemas com as letras

do alfabeto em português.

id_fonema fonema estrututa_fonema som

1 a a fonema_a.wav

2 á # fonema_a.wav

3 an ! fonema_an.wav

4 am ` fonema_an.wav

5 ã ~ fonema_an.wav

6 b b fonema_b.wav

7 c c fonema_c.wav

8 c k fonema_s.wav

9 ç & fonema_s.wav

10 ch * fonema_x.wav

11 d d fonema_d.wav

12 e e fonema_e.wav

13 en ( fonema_en.wav

14 e ) fonema_e).wav

15 é 2 fonema_e.wav

16 ê 3 fonema_e).wav

17 f f fonema_f.wav

18 g g fonema_g.wav

19 gu 5 fonema_g.wav

20 g 6 fonema_j.wav

21 h h fonema_h.wav

22 i i fonema_i.wav

23 í 7 fonema_i.wav

24 in 8 fonema_in.wav

25 ín 9 fonema_in.wav

26 j j fonema_j.wav

27 lh 0 fonema_lh.wav

28 l l fonema_l.wav

29 m m fonema_m.wav

30 n n fonema_n.wav

31 nh w fonema_nh.wav

32 ó @ fonema_o.wav

33 o o fonema_o.wav

34 o . fonema_o).wav

35 ô ^ fonema_o).wav

36 om + fonema_on.wav

37 p p fonema_p.wav

38 qu 4 fonema_qu.wav

39 q q fonema_q.wav

40 r r fonema_r.wav

41 r < fonema_rr.wav

42 rr > fonema_rr.wav

43 s s fonema_s.wav

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44 ss | fonema_s.wav

45 s : fonema_z.wav

46 t t fonema_z.wav

47 u u fonema_u.wav

48 um 1 fonema_um.wav

49 v v fonema_v.wav

50 x x fonema_x.wav

51 z z fonema_z.wav

52 z ; fonema_s.wav

53 r R fonema_rr.wav

54 em ¨ fonema_en.wav Tabela 6. Tabela Fônica

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Apêndice E - Dicionário

O dicionário do sistema possui 214 palavras, cada qual com o arquivo de imagem

e som que representa a sua palavra, a separação silábica e a representação fônica da mesma.

palavra fonema sílaba Imagem som

abacaxi /a/b/a/c/a/x/i a-ba-ca-xi abacaxi.gif abacaxi.wav

abajur /a/b/a/j/u/r a-ba-jur abajur.gif abajur.wav

abelha /a/b/)/0/a a-be-lha abelha.gif abelha.wav

abóbora /a/b/@/b/o/r/a a-bo´-bo-ra abobora.gif abobora.wav

agulha /a/g/u/0/a a-gu-lha agulha.gif agulha.wav

alegre /a/l/e/g/r/e a-le-gre alegre.gif alegre.wav

almofada /a/l/m/./f/a/d/a al-mo-fa-da almofada.gif almofada.wav

amarelo /a/m/a/r/e/l/. a-ma-re-lo amarelo.gif amarelo.wav

anel /a/n/e/l a-nel anel.gif anel.wav

aniversário /a/n/i/v/e/r/s/#/r/i/. a-ni-ver-sa´-rio aniversario.gif aniversario.wav

anjo /!/j/. an-jo anjo.gif anjo.wav

anzol /!/z/o/l an-zol anzol.gif anzol.wav

apito /a/p/i/t/. a-pi-to apito.gif apito.wav

aquário /a/q/u/#/r/i/. a-qua´-rio aquario.gif aquario.wav

aranha /a/r/a/w/a a-ra-nha aranha.gif aranha.wav

arco-íris /a/</c/o/7/r/i/s ar-co-i´-ris arcoiris.gif arcoiris.wav

armário /a/</m/#/r/i/. ar-ma´-rio armario.gif armario.wav

árvore /#/</v/o/r/e a´r-vo-re arvore.gif arvore.wav

avião /a/v/i/~/o a-vi-a~o aviao.gif aviao.wav

azul /a/z/u/l a-zul azul.gif azul.wav

bala /b/a/l/a ba-la bala.gif bala.wav

balança /b/a/l/!/&/a ba-lan-c,a balanca.gif balanca.wav

balão /b/a/l/~/. ba-la~o balao.gif balao.wav

baleia /b/a/l/e/i/a ba-lei-a baleia.gif baleia.wav

banana /b/a/n/a/n/a ba-na-na banana.gif banana.wav

bandeira /b/!/d/e/i/r/a ban-dei-ra bandeira.gif bandeira.wav

bicicleta /b/i/c/i/c/l/e/t/a bi-ci-cle-ta bicicleta.gif bicicleta.wav

blusa /b/l/u/:/a blu-sa blusa.gif blusa.wav

boca /b/./c/a bo-ca boca.gif boca.wav

boi /b/./i boi boi.gif boi.wav

bola /b/o/l/a bo-la bola.gif bola.wav

bolo /b/./l/. bo-lo bolo.gif bolo.wav

bolsa /b/./l/s/a bol-sa bolsa.gif bolsa.wav

boné /b/./n/2 bo-ne´ bone.gif bone.wav

boneca /b/./n/e/c/a bo-ne-ca boneca.gif boneca.wav

borboleta /b/o/</b/./l/e/t/a bor-bo-le-ta borboleta.gif borboleta.wav

borracha /b/o/>/a/*/a bor-ra-cha borracha.gif borracha.wav

bota /b/o/t/a bo-ta bota.gif bota.wav

branco /b/r/!/c/. bran-co branco.gif branco.wav

bruxa /b/r/u/x/a bru-xa bruxa.gif bruxa.wav

cachorro /c/a/*/./>/. ca-chor-ro cachorro.gif cachorro.wav

cadeira /c/a/d/)/i/r/a ca-dei-ra cadeira.gif cadeira.wav

caderno /c/a/d/e/r/n/. ca-der-no caderno.gif caderno.wav

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107

caju /c/a/j/u ca-ju caju.gif caju.wav

calendário /c/a/l/(/d/#/r/i/. ca-len-da´-rio calendario.gif calendario.wav

cama /c/a/m/a ca-ma cama.gif cama.wav

camelo /c/a/m/)/l/. ca-me-lo camelo.gif camelo.wav

caminhão /c/a/m/i/w/~/. ca-mi-nha~o caminhao.gif caminhao.wav

caneta /c/a/n/)/t/a ca-ne-ta caneta.gif caneta.wav

carro /c/a/>/o car-ro carro.gif carro.wav

carta /c/a/</t/a car-ta carta.gif carta.wav

casa /c/a/:/a ca-sa casa.gif casa.wav

castelo /c/a/s/t/e/l/. cas-te-lo castelo.gif castelo.wav

cavalo /c/a/v/a/l/. ca-va-lo cavalo.gif cavalo.wav

cenoura /k/e/n/o/u/r/a ce-nou-ra cenoura.gif cenoura.wav

chapéu /*/a/p/2/u cha-pe´u chapeu.gif chapeu.wav

chave /*/a/v/) cha-ve chave.gif chave.wav

chocolate /*/o/c/o/l/a/t/e cho-co-la-te chocolate.gif chocolate.wav

chuva /*/u/v/a chu-va chuva.gif chuva.wav

cinco /k/8/c/. cin-co cinco.gif cinco.wav

circo /k/i/</c/. cir-co circo.gif circo.wav

circulo /k/i/</c/u/l/. cir-cu-lo circulo.gif circulo.wav

cisne /k/i/s/n/e cis-ne cisne.gif cisne.wav

cofre /c/o/f/r/) co-fre cofre.gif cofre.wav

cola /c/o/l/a co-la cola.gif cola.wav

computador /c/+/p/u/t/a/d/o/r com-pu-ta-dor computador.gif computador.wav

copo /c/o/p/. co-po copo.gif copo.wav

coração /c/./r/a/&/~/. co-ra-c,a~o coracao.gif coracao.wav

corda /c/o/</d/a cor-da corda.gif corda.wav

cruz /c/r/u/; cruz cruz.gif cruz.wav

dado /d/a/d/. da-do dado.gif dado.wav

dedo /d/)/d/. de-do dedo.gif dedo.wav

dente /d/(/t/) den-te dente.gif dente.wav

dez /d/e/; dez dez.gif dez.wav

dinheiro /d/i/w/)/i/r/. di-nhei-ro dinheiro.gif dinheiro.wav

doce /d/./c/e do-ce doce.gif doce.wav

dois /d/./i/s dois dois.gif dois.wav

elefante /e/l/e/f/!/t/e e-le-fan-te elefante.gif elefante.wav

escada /)/s/c/a/d/a es-ca-da escada.gif escada.wav

escova /)/s/c/./v/a es-co-va escova.gif escova.wav

espada /)/s/p/a/d/a es-pa-da espada.gif espada.wav

espantalho /)/s/p/!/t/a/0/. es-pan-ta-lho espantalho.gif espantalho.wav

estante /)/s/t/!/t/e es-tan-te estante.gif estante.wav

estrela /)/s/t/r/)/l/a es-tre-la estrela.gif estrela.wav

fábrica /f/#/b/r/i/c/a fa´-bri-ca fabrica.gif fabrica.wav

faca /f/a/c/a fa-ca faca.gif faca.wav

fantasma /f/!/t/a/s/m/a fan-tas-ma fantasma.gif fantasma.wav

feliz /f/e/l/i/; fe-liz feliz.gif feliz.wav

ferro /f/e/>/. fer-ro ferro.gif ferro.wav

fita /f/i/t/a fi-ta fita.gif fita.wav

flecha /f/l/e/*/a fle-cha flecha.gif flecha.wav

flor /f/l/./r flor flor.gif flor.wav

fogão /f/./g/~/. fo-ga~o fogao.gif fogao.wav

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108

fogo /f/./g/. fo-go fogo.gif fogo.wav

fogueira /f/./5/e/i/r/a fo-guei-ra fogueira.gif fogueira.wav

foguete /f/./5/)/t/) fo-gue-te foguete.gif foguete.wav

folha /f/./0/a fo-lha folha.gif folha.wav

formiga /f/./</m/i/g/a for-mi-ga formiga.gif formiga.wav

gaiola /g/a/i/o/l/a gai-o-la gaiola.gif gaiola.wav

garfo /g/a/</f/. gar-fo garfo.gif garfo.wav

gato /g/a/t/. ga-to gato.gif gato.wav

gelo /6/)/l/. ge-lo gelo.gif gelo.wav

girafa /6/i/r/a/f/a gi-ra-fa girafa.gif girafa.wav

globo /g/l/./b/. glo-bo globo.gif globo.wav

gota /g/./t/a go-ta gota.gif gota.wav

gravata /g/r/a/v/a/t/a gra-va-ta gravata.gif gravata.wav

helicóptero /h/e/l/i/c/@/p/t/e/r/. he-li-co´p-te-ro helicoptero.gif helicoptero.wav

hipopotamo /h/i/p/o/p/o/t/a/m/. hi-po-po-ta-mo hipopotamo.gif hipopotamo.wav

homem /h/o/m/e/¨ ho-mem homem.gif homem.wav

igreja /i/g/r/)/j/a i-gre-ja igreja.gif igreja.wav

ilha /i/0/a i-lha ilha.gif ilha.wav

íma /7/m/a i´-ma ima.gif ima.wav

índio /9/d/i/o i´n-dio indio.gif indio.wav

injeção /8/j/e/&/~/. in-je-c,a~o injecao.gif injecao.wav

ioiô /i/./i/^ io-io^ ioio.gif ioio.wav

janela /j/a/n/e/l/a ja-ne-la janela.gif janela.wav

joaninha /j/./a/n/i/w/a jo-a-ni-nha joaninha.gif joaninha.wav

jornal /j/o/</n/a/l jor-nal jornal.gif jornal.wav

lápis /l/#/p/s la´-pis lapis.gif lapis.wav

lata /l/a/t/a la-ta lata.gif lata.wav

lixo /l/i/x/. li-xo lixo.gif lixo.wav

lua /l/u/a lu-a lua.gif lua.wav

lupa /l/u/p/a lu-pa lupa.gif lupa.wav

luva /l/u/v/a lu-va luva.gif luva.wav

maçã /m/a/&/~ ma-c,a~ maca.gif maca.wav

mala /m/a/l/a ma-la mala.gif mala.wav

mão /m/~/. ma~o mao.gif mao.wav

mapa /m/a/p/a ma-pa mapa.gif mapa.wav

martelo /m/a/</t/e/l/. mar-te-lo martelo.gif martelo.wav

medalha /m/e/d/a/0/a me-da-lha medalha.gif medalha.wav

melancia /m/e/l/!/k/i/a me-lan-ci-a melancia.gif melancia.wav

mesa /m/e/:/a me-sa mesa.gif mesa.wav

milho /m/i/0/. mi-lho milho.gif milho.wav

moeda /m/./e/d/a mo-e-da moeda.gif moeda.wav

montanha /m/o/n/t/a/w/a mon-ta-nha montanha.gif montanha.wav

morango /m/o/r/!/g/. mo-ran-go morango.gif morango.wav

mulher /m/u/0/e/< mu-lher mulher.gif mulher.wav

navio /n/a/v/i/. na-vi-o navio.gif navio.wav

ninho /n/i/w/o ni-nho ninho.gif ninho.wav

nove /n/o/v/) no-ve nove.gif nove.wav

oca /o/c/a o-ca oca.gif oca.wav

óculos /@/c/u/l/o/s o´-cu-los oculos.gif oculos.wav

oito /./i/t/. oi-to oito.gif oito.wav

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olho /./0/. o-lho olho.gif olho.wav

osso /./|/. os-so osso.gif osso.wav

ovo /./v/. o-vo ovo.gif ovo.wav

palhaço /p/a/0/a/&/. pa-lha-c,o palhaco.gif palhaco.wav

palito /p/a/l/i/t/. pa-li-to palito.gif palito.wav

panela /p/a/n/e/l/a pa-ne-la panela.gif panela.wav

pão /p/~/. pa~o pao.gif pao.wav

papaguaio /p/a/p/a/5/a/i/. pa-pa-gai-o papagaio.gif papagaio.wav

parque /p/a/r/4/) par-que parque.gif parque.wav

pássaro /p/#/|/a/r/. pa´s-sa-ro passaro.gif passaro.wav

pasta /p/a/s/t/a pas-ta pasta.gif pasta.wav

pato /p/a/t/. pa-to pato.gif pato.wav

pé /p/2 pe´ pe.gif pe.wav

peixe /p/)/i/x/e pei-xe peixe.gif peixe.wav

pena /p/)/n/a pe-na pena.gif pena.wav

peteca /p/e/t/e/c/a pe-te-ca peteca.gif peteca.wav

piano /p/i/a/n/. pi-a-no piano.gif piano.wav

picolé /p/i/c/o/l/2 pi-co-le´ picole.gif picole.wav

pilha /p/i/0/a pi-lha pilha.gif pilha.wav

pipa /p/i/p/a pi-pa pipa.gif pipa.wav

placa /p/l/a/c/a pla-ca placa.gif placa.wav

porta /p/o/</t/a por-ta porta.gif porta.wav

prato /p/r/a/t/. pra-to prato.gif prato.wav

prédio /p/r/2/d/i/. pre´-dio predio.gif predio.wav

prego /p/r/e/g/. pre-go prego.gif prego.wav

presente /p/r/e/s/(/t/) pre-sen-te presente.gif presente.wav

presidente /p/r/)/:/i/d/(/t/) pre-si-den-te presidente.gif presidente.wav

preto /p/r/)/t/. pre-to preto.gif preto.wav

quadrado /q/u/a/d/r/a/d/. qua-dra-do quadrado.gif quadrado.wav

quatro /q/u/a/t/r/. qua-tro quatro.gif quatro.wav

queijo /4/e/i/j/. quei-jo queijo.gif queijo.wav

quente /4/(/t/e quen-te quente.gif quente.wav

rádio /r/#/d/i/. ra´-dio radio.gif radio.wav

rato /R/a/t/. ra-to rato.gif rato.wav

régua /R/2/g/u/a re´-gua regua.gif regua.wav

rei /r/)/i rei rei.gif rei.wav

relógio /R/e/l/@/6/i/. re-lo´-gio relogio.gif relogio.wav

robô /r/./b/^ ro-bo^ robo.gif robo.wav

rosa /R/o/:/a ro-sa rosa.gif rosa.wav

saco /s/a/c/. sa-co saco.gif saco.wav

sapato /s/a/p/a/t/. sa-pa-to sapato.gif sapato.wav

sapo /s/a/p/. sa-po sapo.gif sapo.wav

seis /s/e/i/s seis seis.gif seis.wav

selo /s/)/l/. se-lo selo.gif selo.wav

seta /s/e/t/a se-ta seta.gif seta.wav

sete /s/e/t/e se-te sete.gif sete.wav

sino /s/i/n/. si-no sino.gif sino.wav

sol /s/o/l sol sol.gif sol.wav

sorvete /s/./</v/e/t/e sor-ve-te sorvete.gif sorvete.wav

tambor /t/`/b/./r tam-bor tambor.gif tambor.wav

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tatu /t/a/t/u ta-tu tatu.gif tatu.wav

teclado /t/e/c/l/a/d/. te-cla-do teclado.gif teclado.wav

telefone /t/e/l/e/f/./n/) te-le-fo-ne telefone.gif telefone.wav

televisão /t/e/l/e/v/i/:/~/. te-le-vi-sa~o televisao.gif televisao.wav

tomada /t/./m/a/d/a to-ma-da tomada.gif tomada.wav

trem /t/r/em trem trem.gif trem.wav

três /t/r/3/s tre^s tres.gif tres.wav

triste /t/r/i/s/t/e tris-te triste.gif triste.wav

um /1 um um.gif um.wav

urso /u/</s/. ur-so urso.gif urso.wav

uva /u/v/a u-va uva.gif uva.wav

vaso /v/a/:/. va-so vaso.gif vaso.wav

vassoura /v/a/|/./u/r/a vas-sou-ra vassoura.gif vassoura.wav

vela /v/e/l/a ve-la vela.gif vela.wav

verde /v/)/</d/) ver-de verde.gif verde.wav

vermelho /v/)/</m/)/0/. ver-me-lho vermelho.gif vermelho.wav

violão /v/i/o/l/~/. vi-o-la~o violao.gif violao.wav

xadrez /x/a/d/r/e/; xa-drez xadrez.gif xadrez.wav

xícara /x/7/c/a/r/a xi´-ca-ra xicara.gif xicara.wav

zebra /z/)/b/r/a ze-bra zebra.gif zebra.wav Tabela 7. Dicionário

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Apêndice F – Grade de Desempenho dos Alunos

As figuras apresentadas neste apêndice representam os históricos de desempenho

de cada criança no tutorial, descritos em mais detalhes no capítulo VII seção 8 – “Informações

providas pelo sistema”.

Método Fônico

Resultado do sistema utilizado pelas crianças no experimento – Método Fônico.

Figura 31. Resultados da criança P1 no tutorial.

Figura 32. Resultados da criança F1 no tutorial.

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Figura 33. Resultados da criança E1 no tutorial.

Figura 34. Resultados da criança D1 no tutorial.

Figura 35. Resultados da criança D2 no tutorial.

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Figura 36. Resultados da criança J1 no tutorial.

Figura 37. Resultados da criança R1 no tutorial.

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Método Silábico

Resultado do sistema utilizado pelas crianças no experimento – Método Silábico.

Figura 38. Resultados da criança I1 no tutorial.

Figura 39. Resultados da criança P2 no tutorial.

Figura 40. Resultados da criança D3 no tutorial.

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Figura 41. Resultados da criança L1 no tutorial.

Figura 42. Resultados da criança C1 no tutorial.

Figura 43. Resultados da criança C2 no tutorial.

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Figura 44. Resultados da criança M1 no tutorial.

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Apêndice G - Pré-Teste e Pós-Teste

Método Silábico

O resultado dos pré-testes e pós-testes de duas crianças que utilizaram o método

silábico.

Figura 45. Exemplo do pré-teste na criança 1.

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Figura 46. Exemplo do pós-teste na criança 1.

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Figura 47. Exemplo do pré-teste na criança 2.

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Figura 48. Exemplo do pós-teste na criança 2.

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Método Fônico

O resultado dos pré-testes e pós-testes de duas crianças que utilizaram o método

fônico.

Figura 49. Exemplo do pré-teste na criança 3.

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Figura 50. Exemplo do pós-teste na criança 3.

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Figura 51. Exemplo do pré-teste na criança 4.

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Figura 52. Exemplo do pós-teste na criança 4.

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Lazer no Computador (PaintBrush)

O resultado dos pré-testes e pós-testes de duas crianças que utilizaram o método

paintbrush.

Figura 53. Exemplo do pré-teste na criança 5.

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Figura 54. Exemplo do pós-teste na criança 5.

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Figura 55. Exemplo do pré-teste na criança 6.

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Figura 56. Exemplo do pós-teste na criança 6.