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Alados As asas do caos Autor: Beto Júnior

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Alados

As asas do caos

Autor: Beto Júnior

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Alados

As asas do caos

Prólogo

O que faria se tivesse que por sua vida em risco por alguém? Esse tipo de situação emblemática geralmente lhe surpreende. Mas não deixe ser pego de surpresa nunca. Por quê? A resposta é bem simples. Se você é surpreendido, você começa a duvidar, se você dúvida vocêtem medo. E se tem medo de encarar a adversidade, você perde, e se não conseguir curar o medo causado pela dúvida... Provavelmente o seu destino será a morte de forma infeliz e solitária. Tudo o que você vai ler a partir de agora irá lhe revelar como o fato de ser parecido com meu bisavô transformou minha vida calma e tranquila, em um incessante teste de sobrevivência em uma terra que não é terra. Um mundo mágico e maravilhoso, e, ao mesmo tempo sombrio, perigoso e triste. E olha que eu tentei ser normal, tentei não me meter em confusão e não me envolver com ninguém, mas, é como eu já tinha visto em um anime japonês... “Aquele que não cumpre as regras que lhe são delegadas é uma escória, mas, aquele que é incapaz de quebrar as regras para apoiar seus amigos e ajudar a quem precisa é pior que a escória”.

“4ª Híbrido”

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Capítulo I – Vovô?! Ei... Cadê minha Hell?

Bom, eu não queria contar essa história a vocês, mas... Ela me obrigou sabe.

Após a criação de tudo o que existe na terra, duas forçasde mesma intensidade, entretanto opostas, surgiram a fim de equilibrar o controle das coisas na distorção dimensional, a luz e a escuridão. Cada uma delas tinha umser do qual tal poder havia sido gerado, Luminos o criador da luz, e Eklipse o rei das sombras. Esses foram os guardiões que deveriam estabelecer o equilíbrio do mundo dos humanos. Mas, como nem sempre cumprirmos nosso dever, e até deuses são gananciosos e querem mais podera todo custo, nem é preciso dizer no que isso terminou.

Ah, me chamo Isaac Romanov, e de alguma forma estúpida destrui minha paz por ela.

Se bem que ela é diferente das outras e ao mesmo tempo normal. Se é que é possível considerar normal uma garota que possui asas, além de uma arma que reduziria um bairro a pó, é uma garota normal.

Bem, voltando ao que interessa no momento, a disputa entre os guardiões começou primordialmente em ritmo de festa, e quando digo isso é por que foi em uma festa.

Por muito tempo, tempo até demais. Tudo estava tranquilo entre a Genesis, encabeçada por Luminos, e a nação de Armageddom que tinha como soberano Eklipse. Havia uma convivência pacífica em que cada um cuidava

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de suas tarefas destinadas, mas, justo em uma festa em comemoração a paz, o inicio de uma guerra longa e desesperadora poderia ter começado da forma mais ridícula possível.

Eram tidos como regra que nenhum ser da Genesis podia pisar em Armageddom sem um grande motivo e vice-versa, os únicos que podiam quebrar essa regra eramLuminos e Eklipse, já que havia duas reuniões dos guardiões sendo uma em Armageddom e outra em Genesis.

Então, para o salão da festa os minângelos e os obskurios decidiram com a permissão dos seus respectivos mestres, criarem uma cidade onde cada um dos grupos poderia ter livre acesso e conviver entre si, essa cidade foi chamada de Soraktos. No dia da festa, Luminos e Eklipse pareciam ter combinado de usarem capas e elmos que escondiam seus rostos, o traje de Luminos era de um azul cintilante, já o de Eklipse, era da cor de vinho, mas ambos usavam o elmo na cor prata

Durante a comemoração um castelo foi reservado para uma espécie de conferência em que estavam presentes osmais fortes de cada lado, todos vestindo trajes de gala, as mulheres como sempre competindo para saber qual era o vestido mais bonito. Todos bebendo vinho, ouvindo músicaclássica... Quando que para inicio da bagaça a nona sinfonia de Beethoven foi interrompida por We are the champions do Queen. Nesse momento um obskurio chamado Humberto, que era um arqueiro de um metro e setenta e cinco, de uns trinta e dois anos, que tinha a pele

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muito clara e um rosto que parecida ter sido esfregado em asfalto na velocidade de um trem bala entrou em cena. Humberto que já estava pra lá de bêbado, quebrava um violino devido ao ritmo do rock que havia tomado conta do ambiente e dos seus neurônios que ainda não tinham sido afetados pela bebida. Mas um violino? Sim, um violino. A festa era de gala, por isso não havia uma guitarra que valesse a pena destruir. Então um violino foi à melhor opção.

Logo não demorou muito para que a classe da comemoração desaparecesse, quando outro obskurio tropeçou acidentalmente rasgando a roupa de uma minângela que neste ponto já havia se vestido de odalisca,e como seu namorado estava por perto, não demorou muito para que uma briga começasse.

Você deve estar pensando, que uma simples briga não é nada demais, mas imagine que em uma luta de uma minângelo e um obskurio, nada pode ser desprezado por que suas habilidades são assombrosas. Ou você acharia normal alguém sacar um arco e uma flecha do nada, disparar uma seta, e explodir um muro de concreto puro com um reforço de luz celestial, da qual tudo que é envolvido por esse vel resiste ao impacto de uma tonelada de dinamite pura. Mas isso não foi o pior do combate, logo que desviou da flecha, o minângelo investiu com sua espada katana feita de aço do lago aurora. Com um corte decrescente, o obskurio rolou para o lado e uma fenda no chão se abriu no local onde a espada tinha tocado.

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Em instantes, a briga tinha se espalhado pelo salão principal onde tinha sido não muito tempo atrás um lugar lindo e pacifico. Se com lindo você quer dizer a mistura no teto de vitrais de querubins junto a caveiras penduradas em correntes e pinturas de monstros, o piso de mármore que possuía as imagens do espaço com a visão das galáxias e nebulosas, como outros corpos celestes e que agora estava destruído por duas gangues que haviam se formado para a luta e que não iam parar tão cedo já que tinha muita coisa pra quebrar.

- Pega o obskurio da direita. Você, pega o Humberto ali. – um minângelo berrou.

- Obskurios, em posição. Preparar arcos... Apontar arcos... E fogo. Reféns não me interessam. – um obskurio comandou o contra-ataque.

- essa não! Eles me alvejaram! Perai, isso é... Um bolinho?! – gritou em desespero um minângelo que pareciaser um brincalhão ou um medroso mesmo.

– É guerra de comida. Não cessem até ver o ultimo obskurio completamente sujo. – gritou o minângelo como uma criança.

Logo não demorou muito para se ver vasos quebrados, estátuas de mármore cobertas de doces e algumas de ônixdestruídas, porém, com medo da despesa de limpeza do palácio, Luminos e Eklipse decidiram interferir na confusão. Bem, eles não deveriam ter feito isso.

- Minângelos contenham-se, por favor. - Luminos disse.

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- Servos inúteis parem com essa bagunça agora mesmo,se quebrarem mais uma coisa, todos serão torturados na ilha de Drartomes. - Eklipse exigiu.

Nessa hora, a guerra que começara com armas de destruição em massa, mas que tinha de alguma forma milagrosa e inexplicável tinha se transformado em uma chuva de canapés, petit gateus e outras comidas chiques parou e cada um foi para seu lado.

Nisso um silêncio mórbido tomou conta do salão, quandotodos viram que um casal entre um minângelo e uma obskuria estava se pegando no meio da festa. Até ai não havia nenhum problema, tirando o fato de que não podia haver nenhum relacionamento desse tipo entre seres de lados opostos e sendo que a obskuria era filha de Eklipse e o minângelo era um dos mais fracos guerreiros de Luminos que havia bancado o penetra. Eklipse teve um ataque de fúria e esbravejou:

- Largue a minha filha nesse instante seu projeto defeituoso de guerreiro e prometo que não sofrerá uma morte muito dolorosa!

- Calma Eklipse. – irrompeu Luminos

- Isso mesmo, calma patrão. – Humberto disse todo sujo de vinho misturado à poeira que a bagaça tinha produzido e com torta de limão esparramada em sua cara.

Mal acabando de dizer estas palavras, uma chama negrasurgiu do nada e incinerou Humberto.

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- Por que fez isso, ele não era um de seus arqueiros mais habilidosos? Fora que ele não lhe ofendeu. – questionou um minângelo discretamente que teria sido queimado pelas chamas negras caso Luminos não o tivesse protegido.

- Huh. Esse era o único motivo pelo qual já não havia sido destruído há muito tempo, e de qualquer forma ele voltará a ter consciência e corpo em cinco anos. Mesmo que eu queira ou não, esse bebum é muito persistente e sempre aparece. - debochou Eklipse

- Como pode falar assim de alguém que luta sem motivo próprio apenas para satisfazer sua vontade? – replicou Luminos.

- Luminos. E assim que as coisas são. Apenas nos temos o direito de sermos imortais, já esses vermes insolentes... Hum, um a mais um a menos, não tem diferença. – disse Eklipse.

- Como assim não faz diferença? Eklipse, não se pode medir uma vida por nada nesse mundo, todos os presentesnesta sala têm o mesmo valor. – interrompeu Luminos.

Assim que Luminos disse isso, Eklipse olhou com nojo para o minângelo que estava com sua filha e berrou:

- Você esta me falando que a existência dessa escória que pensa que é um guerreiro tem o mesmo valor da minha. Não acha que esta sendo muito presunçoso confiando na minha paciência?

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- Sim e não. Quero dizer, sua existência vale tanto quanto a deste soldado, e não estou confiando com sua paciência. – respondeu o Criador da luz.

- Pois que seja, mas como o relacionamento entre minângelos e obskurios é proibido, eu desejo uma punição!– exclamou Eklipse.

- Não pai, não o mande para Drartomes. – implorou sua filha.

Alguns mitos, falam de seres chamados succubus. Criaturas com aparência feminina bem atraente, para ser franco, de tirar o fôlego, tirando os chifres na cabeça, as asas de morcego e o rabo cuja ponta tem forma de uma flecha. Pois bem, algumas das filhas de Eklipse eram succubus. Entretanto, não se deixe levar pela aparência, elas possuem uma arma mortal chamada atheus, que é como se fosse uma bazuca de energia, além de um canto que drena sua alma.

- Cale-se Camélia. Não quero ouvir uma só palavra em defesa desse pervertido. – retrucou Eklipse.

- Mais papai, é que nos já estamos saindo há algum tempo e... Eu estou grávida. – murmurou Camélia.

Essa foi à gota d’água para o rei das sombras que já estava furioso.

- Luminos eu quero a execução desse verme para ontem. – exigiu Eklipse esbravejando como se fosse explodir o castelo inteiro com chamas negras.

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- Não vou fazer isso Eklipse, e também acho que já esta na hora de acabar com essa regra estúpida e desnecessária. – disse Luminos.

- Então não vai atender o meu pedido? Sabe o que isso significa?

Quando o deus estava prestes a fazer o pedido de um duelo na arena dos gritos, um minângelo teve uma idéia estúpida devido à bebedeira e resolveu gritar:

- Eklipse vai ter um bi-dimensional como neto, ele vai ser o orgulho da família. E eu quero ser o padrinho da criança.

- Isso é uma declaração de guerra. – exaltou Eklipse que já pensava em como ia matar o minângelo pervertido, antes que ele o chama-se de sogrão.

Mas já era tarde demais.

- E aí sogrão, como vai? – o minângelo Nestor disse pensado em todas as vantagens que teria sendo parte da família do rei das sombras.

- O quê? – disse Eklipse furioso. – Verme profano. Esta querendo declarar guerra e fadar o seu povo a uma derrotavergonhosa.

- Ninguém declarou guerra aqui. – Luminos falou. – E Nestor, pare já com isso

- E o que você quer que eu pense diante uma afronta dessas! – gritou Eklipse.

Logo após, todo o salão ficou no escuro, o que é estranho, pois o criador da luz estava presente no salão,

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então não poderia haver um blecaute. Provavelmente alguém não tinha pagado a conta de luz, aí nem Luminos poderia fazer seu serviço adequadamente. Mas quando a energia foi restabelecida, Eklipse deu falta de sua lança deferro fundido em sangue. O que logo despertou a desconfiança de que Luminos havia tramado o roubo:

- Devolva minha lança Hell agora Luminos. – ordenou Eklipse.

- Mas eu não tenho nada a ver com isso, não me acuse de novo sem motivo se não quiser entrar em uma guerra. A blasfêmia vai contra as regras que ele nos deu. – disse Luminos.

- Então, como explica a falta de iluminação na presença de seu próprio criador. Acho que essa paz já durou tempo demais, além de que ele sempre preferiu você Luminos. Sendo assim, declaro que até que o minângelo que violou minha filha seja executado e minha lança seja devolvida, estamos em guerra. – reprimiu Eklipse.

- Posso dizer o mesmo de você Eklipse, sendo o rei das sombras, poderia pôr qualquer lugar na escuridão, esconder sua própria lança e me acusar. – replicou Luminos.

A discussão continuou por algum tempo com ameaças de guerra, porém, enquanto os criadores discutiam, um vulto abriu um portal nos fundos da sala sem que ninguém percebesse e sumiu.

No fim das contas, uma guerra estava sendo declarada apartir do momento em que o rock havia interrompido o

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erudito. O que fez com que uma luta de gangues iniciasse, uma gravidez fosse descoberta e uma lança roubada. E essa guerra não iria acabar tão cedo se o ultimo recurso para a paz falhasse.

Quando a primeira e talvez a única batalha da guerra, já estava pra se iniciar, uma voz irrompeu a sala calando até mesmo a voz dos deuses.

- O que vocês pensão que estão fazendo meus filhos, vão usar de um mal entendido para lutar até destruir um o domínio do outro sem razão. – A voz interrompeu.

De modo algum. – disse Eklipse. – Não sem razão, mas é que além de ter minha lança roubada, me insultaram e minha filha foi violada ainda menina, ela só tem 16 anos. Eu sei que não vai defender luminos e sua nação apenas por ele ser seu preferido.

- Claro que não, mas acusar seu irmão sem ter certeza que ele o roubou não é justo, você não foi ofendido e sim interpretou mal as palavras dos outros. Por isso, tanto vocêquanto Luminos, Camélia e o minângelo Nestor vão daqui onze dias para a cidade de Libra, para ter o julgamento de Sirius, após ser feita a pericia do congresso de rastreadores de Mikhail, que com minha ordem começara a investigar o roubo da lança a partir de amanhã. Sirius lhes dará um acordo justo em que o minângelo e a sua filha serão punidos corretamente por quebrarem a regra, o ladrão de sua lança será preso e sua arma será devolvida, e, caso luminos não tenha nada a ver com quem afanou sua lança, você também será punido por injúria. – ele decretou.

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Capitulo II – A fuga em prantos

Ao ouvir a ordem do pai cujo nome não pode ser dito, luminos e Eklipse se acalmaram e, depois de se reunirem com seus lados, voltaram cada um para suas nações deixando Soraktos e o castelo sem uma faxina para não atrapalhar os rastreadores em suas investigações.

O congresso dos rastreadores de Mikhail era um clã muito famoso por ser aquilo que a de melhor quando se trata de detetives. Conseguiam achar qualquer pista em um raio de cinco quilômetros. Eles também eram guerreiros muito poderosos já que herdaram de um pouco da energia dos Assuras da quarta via da transmigração. Por isso o Grande, como ele foi apelidado por seu nome ser proibido, os colocou para trabalhar com Sirius na cidade de libra, onde fica a décima terceira prisão. O líder dos rastreadores era Milos e ninguém questionava sua liderança, pois até luminos e Eklipse teriam problemas para enfrentá-lo.

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Milos tinha a aparência do que ele era... Um líder. O rastreador mestre era um homem distinto de um metro e setenta, que possuía a uma face quase élfica, tinha olhos verdes tão escuros que chegava a dar medo só de olhar, além de uma incrível palidez de sua pele mesmo sendo muito saudável.

O clã trajava como uniforme um manto de cor grená quedescia dos ombros até o meio da canela com o símbolo deα em suas costas para os recém formados e o símbolo de Ω na frente do manto para os veteranos e Milos usava os dois símbolos por ser o comandante do grupo.

No dia seguinte, ao chegarem a Soraktos, Milos e outros quatro rastreadores se dirigiram para o palácio do contraste, logo que o grupo encontrou o salão principal, começou a buscar indícios da causa do apagão que permitiu que a lança sumisse, não demorou muito para Milos achar o motivo do blecaute.

- Vejam, encontrei esse pote quebrado.

- Grande coisa, a festa se tornou uma bagunça, como queria que um simples pote como esse não fosse quebrado. – Debochou Michael, um de seus companheirosque era do alto escalão, por isso atreveu-se a fazer pouco de seu achado.

- Idiota, não estou nem aí pro pote e sim para apenas esse pedaço. – disse Milos.

Por quê? – questionou outro.

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- vejam essa marca, é de uma língua antiga que traduzida, quer dizer vazio, e no vazio a escuridão sempre prevalece.

- Então quer dizer que isso foi obra de Eklipse? – perguntou Magno, um recém formado que participava de sua primeira missão importante.

- Infelizmente não... Não na presença de luminos. Quando os dois estão juntos em algum lugar, seus poderes enfraquecem um o do outro. Além do fato de que essa marca é de antes de ambos terem nascido. E segundo a lenda, esses tipos de vaso se encontram no único lugar em que nenhum deles pode pisar. Não poderia ter sido nenhum dos dois. – explicou Milos.

- Bem, sendo assim sabemos que não foi Eklipse e muitomenos Luminos que provocou a queda de força. Mas então quem pode ter sido? Não me diga que “Eles” voltaram. – seu colega de escalão Michael se espantou.

- Talvez, mas é impossível que eles tenham voltado depois de tanto tempo, eu estava lá no dia em que o Grande os baniu para o núcleo zero. Eles não deveriam nem existir mais, que dirá escapar de uma zona mais poderosa que um buraco negro. – Milos se exaltou.

- Bem, se “Eles” não voltaram e apenas eles tinham acesso ao tudo e o nada, quem foi então? – Michael disse.

Temos que pensar como faremos isso depois. Agora precisamos descobrir como a lança foi roubada. Assim teremos dez dias para saber quem é o ou os ladrões e

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prender quem quer que seja antes que as duas nações comessem a derramar sangue inocente. – retrucou Milos.

Depois de muito vasculhar em busca de como a lança foiroubada, Milos e seus companheiros se depararam com a pista mais intrigante de suas vidas, nada.

- Não é possível. Como que após revirar todo esse salão não encontramos nada que indique como a Hell foi roubada. Como vamos resolver o caso então, será que nãotem jeito. - desabafou Michael.

Nesse meio tempo, Magno que havia deixado a sala parair ao banheiro por que aparentemente havia comido muitosbolinhos de chocolate no caminho, retornou entusiasmado com uma máscara em sua mão.

- Sr. Milos e Sr. Michael, por favor, olhem isso.

- Milos essa máscara é o que eu estou pensando?

- Sim Michael. Essa é uma máscara de mimetismo, com ela o usuário consegue se transformar completamente tanto no rosto quanto na voz e a roupa. Em suma, transformasse no ser que quiser. – respondeu Milos.

- Com isso só temos duas opções de criminosos: ou “Eles” voltaram ou foram os arquelistas, me lembrei que antes de serem banidos, os arquelistas haviam comprado armas e itens místicos deles. – deduziu Michael.

- Agora a questão é como a lança de Eklipse foi afanada.Mesmo no escuro, com os minângelos e os obskurios maisfortes presentes além de ambos os criadores... Seria

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praticamente um suicídio tentar invadir esse local apenas para roubar a lança Hell. – Indagou Milos.

- Essa lança Hell deve ser muito poderosa para alguém ter a audácia de entrar escondido em um lugar onde se encontram os mais fortes das mais fortes nações que habitam a distorção dimensional da terra só para roubá-la. – disse Magno.

- Ô se é! Durante a luta contra “Eles”, Eklipse usou Hell em combate. Aquilo não é uma simples arma, ela intensifica algumas técnicas dele. – explicou Michael.

- Mas não faz sentido. Hell só funciona na posse de Eklipse e apenas ele sabe como usá-la, já que ele a criou na ilha de Drartomes. - Milos falou.

- E se foi apenas para provocar uma guerra entre os guardiões. Com isso, ambas as partes perderiam força, tornando-se mais vulneráveis para outro ataque e já que também estariam em conflito interno... – pensou Magno em voz alta.

Michael acompanhou o raciocínio. – O verdadeiro criminoso poderia declarar guerra contra os dois lados tendo grandes chances de vitória.

- As coisas estão ficando mais complicadas, mas pelo menos já progredimos bastante hoje, vamos montar acampamento e descansar assim que sairmos de Soraktos. – ordenou Milos.

Nenhum dos outros rastreadores pareceu entender por que Milos havia ordenado que saíssem da cidade apenas

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para acampar. Sendo que voltariam de manhã para continuar seu trabalho, mas já que ele era o chefe e ninguém queria arrumar problemas com o patrão, todos acataram sua decisão e saíram da cidade. Mas ao chegarem ao portão de saída de Soraktos uma silhueta de uma pessoa usando uma capa preta se interpôs na frente deles os fazendo recuarem.

- Quem é você? – Milos perguntou.

- Tire esse capuz e mostre seu rosto agora mesmo! – exigiu Michael.

Nesse momento, a silhueta soltou uma daquelas gargalhadas insanas que se vê em filmes de terror e sumiuse transformando em névoa.

- O que era aquilo?! Para onde ele foi?! – Magno questionava Milos e Michael completamente assustado.

Acalme-se Magno, ele era um espectro. Os espectros são seres que costumavam trabalhar para Eklipse, mais alguns deles conseguiram fugir de seu controle com a energia que roubaram das almas de pessoas usando uma técnica chamada pânico e...

Milos se deteve em sua explicação após ver que dois de seus rastreadores estavam caídos gritando e se contorcendo de medo, e, naquele instante, pode apenas ver a alma de deles esvair-se de seus corpos e serem sugadas para dentro do espectro que agora estava distante a não mais que três metros de distância dele, Michael e Magno que estava paralisado e suando tão frio,

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que fazia parecer que alguém havia jogado nitrogênio liquido em cima dele.

Muito interessante. - riu o espectro. - Milos e Michael da para entender, mas por que a alma desse verme ai não se juntou a mim. Bem, não vou falhar dessa vez.

O espectro já estava em cima de Magno quando Milos ergueu sua mão e dela surgiu um flash de luz tão potente que parecia que alguém havia ligado a maior lâmpada fluorescente já fabricada, o que afetou a criatura que recuou gritando de dor.

- Ahhhhhhhhhhhh! Maldito, como fez isso tão rápido? Você quer me matar?

- Quero sim, não vou deixar que mate mais nenhum dos meus companheiros! Também não pretendo deixar você fugir. - Milos respondeu.

- E quem disse que eu vou fugir? Você não está se precipitando Milos? – rosnou o espectro.

- O quê?

Lamúria. – praguejou o espectro.

Então os três rastreadores que sobraram vivos entraram em transe. Logo Milos e Michael recuperaram a consciência,mas não conseguiam mover-se.

- Gostou da minha praga Milos? O que vai fazer? O garoto esta sofrendo a minha técnica, e em dois minutos ele morrerá. Não vai me deixar pegar a alma dele. Não é? – o espectro começou a se gabar.

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- Droga. Milos o que faremos? – disse Michael.

Pela primeira vez na vida Milos estava tremendo. Não demedo, mais de raiva por estar vendo um jovem prodígio morrendo lentamente sem que ele pudesse evitar.

- Ahhhhhhhhhhhhhhhhh! - Magno começou a gritar.

- Você tem um minuto agora. Cinquenta e nove; cinquenta e oito... – debochou o espectro.

- Hahahahahaha! Sou tão forte que consegui imobilizar o chefe dos rastreadores com uma simples técnica. Acho que já posso ir atrás de Luminos e Eklipse. – ressaltou o espectro.

Ao ouvir o grito de Magno, uma força despertou em Milos, a ira. E como um raio, Milos atacou a criatura com uma espada, mas erra o ataque.

- Você esta ficando lento demais ou eu estou muito velozpara você? Vejamos, onde eu estava... Ah. Trinta; vinte e nove; vinte e oito; vinte e sete...

Mas eu não errei! – disse Milos com sarcasmo.

- Como? Essa lâmina é?

- Isso mesmo? Ela nasceu com os metais que há no lagoaurora. Eu cortei o fio que ligava sua técnica ao corpo dele.

- Muito bom. Mas de uma forma ou outra você cometeu um erro. Por que saiu de Soraktos? Se não tivesse feito isso, os outros dois estariam vivos. Seus amigos morrerampor um mero capricho seu!

- Não foi capricho, era necessário... – vacilou Milos.

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-Era necessário que seus amigos morressem, ou é por que você não pode ficar na cidade após o anoitecer?

- É por que estávamos sendo vigiados.

- Mesmo assim, foi isso que os matou.

- Engraçado, achei que tivesse sido você?

- Mas só por que os guiou até aqui.

- E quem garante que não nos atacaria em Soraktos?

- Eu. Nem pensar. Não com ele lá, de forma alguma eu entraria na cidade!

- E quem esta lá?

- Eu não sei ao certo, mas é poderoso. Tão poderoso que escondeu sua presença até de Luminos e Eklipse durante a festa.

- Então foi ele que roubou Hell? Ele é um arquelista?

- Talvez sim, talvez não. Eu já falei demais, agora tenho mais um motivo para te matar.

Ao dizer isso, o espectro investiu contra Milos com uma corrente negra. Milos desviou do primeiro golpe, mais o segundo ataque agarrou sua perna esquerda o prendendo próximo ao espectro que espectro se pôs a descarregar uma corrente elétrica negra sobre Milos.

- Agonia. – praguejou novamente o espectro.

Ahhhhhhhhh! – Milos gritou de dor.

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- Então o grande Milos não é tão grande assim. Não pensei que seria tão poderoso a ponto de derrotar aquele que rivaliza com os guardiões claro-escuro.

- Não... Não pense que me derrotou antes que eu esteja morto. E como eu disse antes, eu não vou ver mais nenhum dos meus amigos morrendo hoje. - esbravejou Milos.

Então Milos cortou para baixo com sua espada e destruiua corrente. Com o corte, foi-se também a praga do espectro, que atacou de vez contra Michael que ainda estava paralisado, erguendo uma de suas mãos na qual algo como uma chama de um azul frio se formava e deixando de lado Milos que estava caído.

- O quê? – Milos se surpreendeu.

- Michael, você já era... Uhhh... Não é possível, você estava longe demais para um contra-atraque. Além disso, você não poderia se mover por um tempo devido à agonia.Ah, ah, ahhhhhhhhhhhhhhh!

Para surpresa de Michael, Milos e principalmente do espectro. O ataque não havia sido detido por Milos e sim por Magno que a pouco estava praticamente morto.

- Isso é impossível. Você deveria estar morto, fora que eu sou um espectro, não posso ser perfurado com um simples punhal. – disse a criatura.

- E quem disse que foi esse punhal que o feriu? – Magnoriu em ironia.

- Como? Então o que foi? – o espectro se espantou.

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- Eu. - Milos disse.

Nesse instante, um clarão se formou na altura do umbigoonde estava atravessado o punhal de Magno e esse clarãocomeçou a se expandir até que explodiu, fazendo com queo espectro ganhasse uma forma mais... Humana. Um homem de mais ou menos um metro e oitenta, com cabelos longos negros, olhos vermelhos e a pele de um tom cinza muito escuro e foi aí que o punhal fez diferença, ferindo sua barriga.

- Maldito Milos. Quando que você usou a esfera clarão? – disse o homem que a pouco era um espectro, tossindo muito sangue.

- Eu disse que não havia errado antes. – Milos falou.

- A espada? – murmurou o homem.

- Sim. Assim que você desviou da espada e que eu corteio seu fio de lamúria, implantei a esfera clarão em você, eu estava esperando apenas o momento certo para dispará-la. Agora, que tal nos responder algumas perguntas? – disse Milos sentando-se ao lado do ex-espectro.

Michael começou o interrogatório:

- Qual era o seu nome?

- Quando eu era humano, me chamava Johan. Era um cidadão britânico de Manchester, tinha uma esposa, dois filhos e um cão.

- Quem o tornou espectro? – Milos continuou.

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- Eu não sei. Na terra eu fui assassinado por ladrões e quando dei por mim já possuía a forma de um espectro. – o homem respondeu.

- Bem. Você faz idéia do que ou quem possa estar lá. Quem é que estava nos vigiando e que também se escondeu dos guardiões claro-escuro? – prosseguiu Milos.

- Como eu disse antes, eu não sei ao certo. Tudo o que sei é que ele sempre usa uma capa roxa e tinha uma foice de quatro lâminas. Acho que seu nome era... – mais uma tosse de Johan que agora já não tinha praticamente mais sangue para cuspir.

- Ei. Qual era o nome dele? – Michael apressou-se na questão.

- Le... Le... Lembrei! Ele se chamava...

Antes que Johan pudesse falar, sua alma se esvaiu deixando apenas um corpo inerte e sem vida e então um raio vermelho caiu em cima dos rastreadores que só não viraram pó por que Michael criou um campo de proteção com reforço de luz celestial. Com a explosão, uma grande cratera se formou onde eles estavam.

- Essa foi quaaaaaaaaaaaaase! – Michael suspirou.

- Que droga! Essa foi quase mesmo, quem deve ter sido esse maldito. Mesmo que ele já estivesse morto poderíamos levar o corpo dele e usar o hackeamento da mente e descobrir o nome desse cara. Agora ele foi transformado em pó e não podemos fazer mais nada. – Milos disse completamente revoltado.

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- Então, isso foi uma espécie de queima de arquivo? – questionou Michael.

- Parece que sim. – Milos respondeu.

- Mais a precisão desse cara é incrível. Justo no instante em que ele ia nos dizer o nome dele, cai um raio e ele virá pó! – perguntou Magno, caído no chão e ofegando muito.

- Ou talvez não tenha sido a precisão e sim uma programação. Magno, há mais ou menos dez anos atrás eu ouvi falar de uma organização que era formada por humanos que foram enviados por acidente para a quarta via. Lá, aprenderam o domínio de técnicas ocultas que apenas os Assura sabem e... – Milos disse.

- Assura? – interrompeu Magno

- Assuras na mitologia oriental, mais precisamente para ohinduísmo. Assuras era um grupo de demônios muito poderosos que lutavam contra os devas. Muitas de nossas habilidades vêm da energia emanada por eles. Mas como as lendas mudam de um local para o outro, na Grécia, por exemplo, eles são chamados de titãs. – prosseguiu com a explicação o chefe.

- E como se chama essa organização?

- Os renegados. – respondeu Milos.

- E quantos são? – Michael perguntou.

- É impossível saber. Depende do número de seres humanos que absorvem a energia dos Assuras e aceitam entrar para a organização. – disse Milos.

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- E por que não aceitariam? Não é o sonho de todo ser humano ter muitos poderes e ganhar uma nova vida? – magno interrogou.

- Sim. Mas, uma vez que se vem para a distorção dimensional dessa forma, não se pode mais voltar para nenhuma das vias quando se morre e sua alma vaga por toda eternidade, perdida na cortina das dimensões já que osoma que eles recebem não os tornam imortais. Bem, vamos cuidar dos corpos desses dois agora. – disse Milos com um olhar que emitia tristeza.

Para os corpos foram preparadas caixas de madeira e depois foram ateado fogo nas duas cobrindo os guerreiros com mortalhas que tinham o símbolo dos rastreadores de Mikhail, um pássaro fênix de chamas azuis e olhos vermelhos. Terminado as honras, chegou o amanhecer, Milos e Michael voltaram para Soraktos carregando Magnoque ainda estava muito abalado por ter sofrido duas técnicas de um espectro poderoso, mas ainda estava vivo e isso já era alguma coisa.

- Magno, o quê você viu quando foi atingido pelas técnicas do espectro? – Milos perguntou para Magno que estava sendo carregado em suas costas

- Era assombroso. Na primeira técnica eu vi meus piores pesadelos tornando-se realidade e na segunda eu escutava gritos que me depreciavam. – Magno murmurou, pois ainda estava muito fraco.

- Eram pânico e lamúria. A primeira técnica destrói sua energia espiritual dando ilusões do que o atingido mais

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teme e a segunda enfraquece sua mente o fazendo acreditar que não pode fazer nada para reverter essa situação. – Milos explicou.

Quando chegaram a Soraktos, Michael saiu pela cidade em busca de remédios e comida e Milos ficou junto de Magno para que pudesse protegê-lo caso o tal cara da capa aparecesse.

- Então Sr. Milos. Ontem o senhor falou que o espectro poderia ter sido programado para forçar um raio a cair quando fosse entregar o nome do provável criminoso. Como seria essa programação?

- Bem, contando com que esse cara da capa seja um renegado. Seria muito fácil para ele tomar o controle do corpo do espectro através de um selo que eles usam em comum. Esse selo pode ter sido implantado através de um simples contato visual com o espectro, assim, poderia usarseu corpo como quisesse depois que já não possuísse mais alma. – disse Milos.

- Então o que é esse selo? – perguntou Magno.

- Em geral é uma espécie de vírus que é instalado no sistema nervoso do atingido. Quando isso acontece, aquele que foi infectado vai perdendo o controle de si à medida que a sua alma, mente e corpo vão se separando.

- E quando seria esse momento de divisão?

- Quando um ser está próximo da morte, porém, essa divisão é cada vez mais intensa quando ocorre em um recém nascido por exemplo. Os bebês não têm uma boa

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ligação destes elementos, pois não tem consciência. - explicou Milos.

- E há alguma forma de identificar esse selo? – Magno continuou a perguntar apesar de estar bem acabadinho.

- Quase sempre é um circulo com uma estrela de Davi e no centro uma tatuagem de ouro boros que aparece no corpo da vitima. – Milos disse enquanto Magno arrumava amanga de seu manto.

Foi quando Michael chegou até eles com a aparência de quem estava fugindo em desespero quase deixando cair à comida e os remédios que havia conseguido.

- O que aconteceu Michael? – Milos disse.

Michael estava tão ofegante que Milos preferiu deixar a pergunta para depois, pegou os medicamentos e começou a tratar de magno. Michael então pegou uma garrafa de água e começou a beber.

- E ai? Esta melhor? – Milos questionou Magno.

- Sim. Obrigado Sr. Milos.

- Para com isso. Os rastreadores de Mikhail são amigos que trabalham pelo bem do grupo, lutamos pela justiça, sendo assim, não precisamos desse tipo de tratamento.

- Certo. – assentiu Magno com um sorriso.

- Agora está mais calmo Michael? Por favor, nos conte o que aconteceu. – disse Milos.

Após se engasgar com a água e tossir um pouco. Michael parecia pronto para falar:

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- Eu os vi, ou melhor, eles me viram. Estavam me perseguindo desde a saída da rua que fica a doze quadrasdaqui. – Michael falou.

- Quem você viu? – Milos disse.

- O cara da capa e um arquelista que estava com Hell emmãos.

- Então foram eles. Vamos pega-los e...

- Fique calmo Magno. – interrompeu Milos.

- Mas por quê?

- Estamos exauridos depois da luta contra o espectro. Nesse estado, não poderemos fazer nada contra eles. Precisamos nos recuperar primeiro.

Milos pegou Magno e junto a Michael saíram de onde eles estavam pouco antes que os perseguidores chegassem lá caso contrario, sabiam que não teriam a menor chance. Com uma técnica de transporte de Michael,os rastreadores de Mikhail se abrigaram em um castelo próximo ao palácio do contraste para descansar, torcendo para não serem encontrados antes de estarem prontos para a luta, pois Michael não conseguiria usar a técnica de novo por algum tempo. Quem não se conformou com isso foi Magno que, inconformado começou a questionar:

- Por que estamos fugindo deles? Milos e Michael do altoescalão de Mikhail estão com medo desses criminosos?

- Respeito aos mais graduados. – exigiu Michael. – Se foram eles que roubaram Hell, capazes de colocar um selo

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em um espectro forte como aquele. Precisamos estar em cem por cento para enfrentá-los. Vamos repor nossas forças e depois, criaremos uma estratégia ofensiva.

- E se eles saírem da cidade?

- Não vão. Sabendo que os vimos e que eles não nos colocaram selos, eles não vão para outro lugar enquanto não nos eliminarem. – explicou Milos.

- Além de termos uma vantagem. Eles apenas me viram e acham que estou sozinho, então poderemos atacar de surpresa com a vantagem numérica. - prosseguiu Michael.

Após o descanso. Milos começou a traçar o plano de ataque com Michael e Magno e foram atrás dos oponentes. Foram indo pelas ruas em direção norte da cidade até chegarem a um armazém de armas dos minângelos, lá encontraram um minângelo ancião de um metro e meio, sessenta anos mais ou menos, careca, que possuía um bigode chinês gigante e vestia roupas de monge brancas que estava a polir algumas espadas.

- O que está fazendo aqui senhor? Precisa sair da cidadelogo. – disse Michael.

- Estou trabalhando. Por que deveria sair da cidade? – o ancião perguntou.

- Por que a cidade foi evacuada para uma investigação, eem breve vai ser um campo de batalha. – respondeu Magno.

- Vão lutar contra quem meu jovem? – o ancião perguntou a Magno.

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- Contra os prováveis ladrões da lança Hell. – Milos respondeu.

- Certo, vou sair daqui, mas antes tenho algo para vocês.– o velho disse.

O ancião deu um conjunto de três armas a cada um. Para Michael, o velho deu uma corrente, um cata-vento de três lâminas e um escudo de um metro e sessenta de diâmetro. Já Milos recebeu um arco dourado e uma aljava de flechas luminosas, um bastão bi-articulado e uma bomba de luz. Sobraram para Magno apenas uma espada katana, um pássaro verde e um bracelete de um azul fluorescente.

- Ancião. Que armas são essas? – Magno perguntou decepcionado.

- Das boas. Não se preocupe meu jovem, elas lhe serão de grande valia. – respondeu o velho.

- Sim, mas por que um pássaro verde e um bracelete? – insistiu Magno.

- Na hora certa você saberá o que fazer com a arma que tiver nas mãos. Apenas lembre-se de não permitir que o medo, a surpresa, a dúvida e a indecisão tomem conta de você. Afinal o guerreiro é que faz a arma. – o senhor explicou.

- Mas...

- Chega Magno. – Milos o deteve. - Muito obrigado pelas armas senhor, tenho certeza que faremos bom uso delas. Prometo que após a luta, as devolveremos ao arsenal dos

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minângelos. Agora o senhor precisa sair da cidade. Aconselho a usar as passagens subterrâneas que os minângelos devem ter feito.

- Tá certo. Mas não precisam devolver as armas. Elas os escolheram, e a partir de agora são de vocês. Bem já esta na hora de ir. – disse o senhor abrindo uma porta no chão do prédio que levava para uma passagem secreta. Mas antes de ir de vez, o ancião disse algo para eles que sem dúvida os fariam pensar muito:

“Lembrem-se. Às vezes, um sacrifício é necessário para que uma recompensa apareça. A verdadeira força vem daqueles que não recuam de forma covarde mesmo quando a derrota parece ser irreversível. Os que lutam para proteger seus estimados nunca serão esquecidos pelos céus”.

Após essas palavras, o velho sumiu deixando os rastreadores de Mikhail com a pulga atrás da orelha, exceto Milos que pareceu notar o sentido da mensagem, mas não ligou muito para isso e saiu do armazém seguido por Michael e Magno.

Depois de quase uma hora e meia de caminhada, Milos eseus companheiros avistaram os alvos, o renegado da capa roxa e um arquelista vestindo o uniforme do exército frânces. Então eles preparam seu plano de ataque colocando-se em suas posições até o momento de dar play na ação. Michael se aproximou por trás dos dois, Magno atacaria o arquelista pela esquerda já que ele segurava Hell nessa mão e Milos investiria por cima do

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cara da capa, com tudo pronto, contaram até três e atacaram.

O primeiro a golpear foi Milos lançando flechas do topo de um prédio, à medida que as setas iam caindo, ganhavam velocidade e atingiram o local onde os ladrões estavam como mísseis explodindo com muita violência, mas sem nenhum efeito aparente a não ser pelas crateras no chão e pelo segundo de distração dos oponentes.

A parte boa da saraivada de Milos foi ter dado a Michael uma chance para atacar o arquelista com sua corrente, lheprendendo completamente tirando o braço que segurava a lança e arremessando seu cata-vento assassino na altura da cabeça do inimigo. Nesse mesmo momento, Milos se lançou do prédio caindo em uma velocidade impressionante e golpeando o renegado com sua espada que se chocou com a foice do inimigo e Magno atacou comsua katana pelo lado esquerdo do arquelista tentando pega-lo pela lateral da arma, no seu ponto cego. Até aí tudo certo, mas daí para frente... A situação ficou feia.

- Kabum! – Gritou o sujeito da capa.

Nessa hora, um círculo vermelho ao redor do que afinal era um renegado e do arquelista surgiu do nada e explodiuem um circulo de fogo, fazendo Milos e Magno recuarem, mas não deteve o cata-vento de Michael que sem dúvida acertaria em cheio o pescoço do arquelista.

O renegado que antes olhava fixamente para Milos, desviou os olhos para o companheiro e usou sua foice para deter o cata-vento com um corte decrescente partindo

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ao mesmo tempo a corrente. Porém no seu descuido, Milos arremessou sua bomba de luz implantando nela umatécnica de hackeamento para descobrir os segredos dos dois. Quando o brilho começou a se esvair e a técnica de Milos havia sido completada, Michael lançou uma bomba de verdade, que deveria sem duvidas ter eliminado a ambos... Deveria.

- O quê? – Michael disse completamente incrédulo.

- Não é possível. – acompanhou Magno. – a explosão deveria ter deixado apenas Hell inteira.

- Gostaram do meu Assura? – disse o renegado.

A aura verde de um Assura de quatro braços se formou saindo do renegado.

- Sem isso essa sua explosão teria nos destruído. – disseo arquelista preparando o contragolpe contra Magno, sem notar que o segundo golpe do que sobrou da corrente de Michael havia agarrado a Hell e tirado de suas mãos.

- Como? – falou o arquelista.

- Primeira fase: sucesso. – Milos disse. – Conseguimos alança e a informação. Magno, leve Hell e entregue essa mensagem para Sirius na cidade de libra rápido. Eu e Michael vamos prender esses dois e...

Com a ordem sendo dada. O renegado teve tempo de atacar Milos em seu estômago deixando um ferimento muito feio e uma foice atravessada. Michael teve que ver essa imagem assombrosa sem fazer nada, pois se esforçava ao máximo para deter o ataque do arquelista

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sobre Magno tendo seu escudo destruído por um soco do adversário. Com o golpe, Michael perdeu o equilíbrio, dando tempo para o arquelista usar de uma técnica para incinerar Michael em uma onda de chamas ascendentes. O rastreador só teve tempo de jogar Hell para Magno.

- Vá! – gritou Milos.

- Como? – Magno perguntou.

- O pássaro. – Milos respondeu com a boca cheia de sangue. Fazendo força para reter a foice em seu corpo imobilizando o renegado.

- E vocês? Não posso abandoná-los.

- A missão em primeiro. Não se preocupe, ficaremos bem. Agora vá! – retrucou Milos com um sorriso muito forçado no rosto.

- Mas...

- Se ficar, só ira nos atrapalhar. Quer morrer por nada ao invés de evitar uma guerra? – irrompeu Milos gritando.

Magno jogou o pássaro de seu ombro ao ar, a ave cresceu até se tornar um pássaro gigante. Sem demora, Magno montou em seu pássaro e começou a voar com o rosto escondido de vergonha rumo à cidade de libra podendo apenas olhar seus chefes quase mortos em uma luta perdida. Carregando a lança e a mensagem escrita que poderia ter custado a vida daqueles que o protegeram mesmo sendo um calouro no que parecia ser uma derrota certa. Magno queria ajudar, mas não podia por que eles

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eram adversários muito fortes e não devia, pois tinha uma missão para concluir.

Capitulo III – Uma conferência perigosa

Montado em seu pássaro voador super desenvolvido. Magno dirigiu-se para a cidade de libra, levando consigo a ultima mensagem de Milos e a lança Hell que por puro descuido de Eklipse tinha sido roubada em cima de sua fuça, e que, poderia ter causado a morte de seus amigos.

Magno estava tão distraído pensando nas coisas que aconteceram na sua primeira missão realmente importanteque quase caiu do pássaro umas três vezes, se bem que ninguém poderia lhe culpar de sua tristeza já que tudo que pode fazer foi matar um espectro com um golpe de sorte de um punhal em um ponto onde Milos tinha posto uma esfera clarão, no resto do tempo apenas foi protegido pelos outros. Finalmente chegando à cidade de libra. Que em oito dias, seria sede de um julgamento que poderia resultar em uma guerra que abalaria toda a distorção dimensional e talvez a terra dos seres humanos diretamente.

Magno continuou voando mais um pouco até poder ver o ministério do julgamento, lugar onde ocorreria o grande veredito. Ao descer do pássaro em frente à entrada da

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cidade e abriu o portão principal com uma senha, Magno seguiu andando de cabeça baixa quando ouviu uma voz.

- Não foi sua culpa.

- Agora estou ouvindo vozes também. – Magno soluçou.

- Você não está louco. E como eu disse você não tem culpa. Erga sua cabeça. – a voz lhe falou.

- Quem é que esta falando? Além de mim, não há ninguém aqui.

- Claro que tem! Eu aqui. Ou você veio voando até aqui com suas asas?

- Você? – perguntou Magno de costas.

- Sim.

Magno começou a entender as coisas. O pássaro havia falado. Isso fez com que o rastreador se virasse em direção do pássaro, mostrando as lágrimas em seus olhos para prestar atenção à ave. Coisa que ainda não havia feito desde que ela tinha crescido. Ele era maravilhoso, umpássaro verde de três metros altura e cerca de seis de envergadura, parecia um falcão. Seu verde reluzia a luz dosol lançando um brilho intenso, tinha um bico amarelo dourado como a cor de seus olhos.

- Incrível. – disse Magno esquecendo um pouco da tristeza.

- Sou mesmo. Eu já sabia que era muito bonito, mas não me canso de ouvir isso. – o pássaro gabou.

- E qual é o seu nome? – disse Magno

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- Alexander. – voltou a se gabar a ave. – Eu sei, é um nome lindo como o dono.

- Eu pensei que fosse falcão? – replicou Magno.

- Mas sou da espécie dos falcões. Apenas tenho nome próprio e sou um pouquinho maior do que a maioria.

- Só um pouquinho. Tem certeza?

- Ta bem. Sou muito maior, mas, se não fosse por isso, você não teria chegado aqui tão rápido. Além do mais, sou do esquadrão de pássaros guerreiros da Genesis.

- Bem, muito obrigado então. Você pode ir se quiser, agora tenho uma missão para encerrar. – Magno falou de forma um pouco mais consolada e saiu em direção ao ministério.

- Certo. Mas antes. Lembre-se do que o ancião disse. Seprecisar da minha ajuda tem um amuleto que o velho colocou em seu bolso. – Alexander avisou.

Alexander então saiu voando para a Genesis, deixando Magno andando rumo ao ministério do julgamento.

Enquanto andava pelas ruas da cidade, Magno se deparava com os olhares atravessados dos cidadãos de libra. Isso não o animava muito, pelo contrario, só o fazia se sentir pior do que já estava. Tentando sufocar a tristeza causada pelo o que parecia seu suplício, Magno seguiu emdireção a um castelo imenso e de aparência muito antiga por fora... Mas apenas por fora.

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O ministério do julgamento situava-se exatamente no centro da cidade, a única coisa moderna que havia fora do prédio era uma balança gigante equilibrada por uma chama de luz de um lado e uma de escuridão que na verdade era o portão do castelo. Do lado de cada prato da balança havia duas estátuas que representavam a justiça, o equilíbrio, a verdade e a coragem.

Para abrir o portão era necessária uma senha que apenas os rastreadores mais experientes possuíam acesso, coisa que Magno não era. Então ele olhou para a mensagem que Milos lhe deu e para sua surpresa lá estava o código.

Após inserir a senha, a balança se dividiu perfeitamente em duas e abriu caminho para dentro do ministério que, por dentro parecia um palácio grego com colunas de mármore, o piso era feito de ônix polido e era iluminado por lustres que aparentavam ter mais de trezentos anos. No resto do prédio havia a mais alta tecnologia; rede wi-fi, telões de led, cafeteiras de expresso e cappuccino; gabinetes super requintados para os juízes, promotores, advogados além de outras coisas que faziam parecer com os fóruns mais modernos do nosso mundo.

Magno continuou a caminhar pelo fórum máximo sendo atingido o máximo que podia pelos olhos dos presentes. O modo como os outros rastreadores, zeladores, juízes e outros o encaravam era irritante e ao mesmo tempo assustador. Ele queria sair de lá o mais rápido que pudesse, mas não podia deixar a missão que Milos havia delegado a ele pela metade, então prosseguiu até um

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corredor que possuía duas fileiras de estátuas de guerreiros com uma espada na mão direita e um escudo na esquerda até chegar à porta que dava para o salão principal onde encontrou Sirius e um grupo de seis rastreadores.

- O quê? - Magno disse espantado.

- Rastreador de Mikhail Magno. Você foi promovido ao alto escalão do clã. Foi isso o que eu disse. – falou Sirius que parecia um matusalém chique. Usava um terno de executivo azul marinho e tanto seu cabelo como sua barbao faziam parecer à figura de um papai Noel empresário.

- Como assim promovido? Eu não mereço tal honra. Além do mais eu não fiz nada na missão. – falou Magno perplexo.

- Como não fez nada. – retrucou um dos rastreadores. – Você nos trousse de volta Hell. Só o fato dessa lança estaraqui é muito bom. Isso poderá ajudar e muito a evitar a guerra entre os guardiões no dia do julgamento.

- Mas não fui eu que recuperei Hell e sim Michael e Milos. Eles é que são os heróis e não eu. – replicou Magno.

- E então por que só você voltou de um grupo de cinco? Por que Milos, Michael e os outros dois não voltaram? – perguntou James que estava na liderança do clã logo atrásde Michael e Milos.

- Dois de nós foram mortos por um espectro e até o momento em que sai da cidade para vir até aqui, Milos e

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Michael estavam lutando contra um arquelista e um renegado que tinha posto um selo no espectro. – Magno disse isso quase chorando. – A única coisa que fiz foi fugir.

- E por que não ficou lutando contra eles? – questionou Sirius tentando parecer o menos irritado possível.

Então Magno contou-lhes a historia toda do que aconteceu em Soraktos e entregou a Sirius a mensagem que Milos tinha lhe confiado.

- Então foi isso o que aconteceu. Milos provavelmente estava pensando que isso iria acontecer e lhe confiou essamensagem. Muito bem, você cumpriu sua missão com êxito e por isso merece sua premiação. – lhe confortou Sirius.

- Mas por que Milos e Michael me protegeram? Seria muito mais fácil terem me deixado ali e trazerem a mensagem até aqui eles mesmos. – Magno questionou.

- Talvez por que eles viram algo especial em você. De três novatos, apenas você sobreviveu ao ataque de um espectro muito forte e conseguiu se mover mesmo sobre o efeito da lamúria. Coisa que nem Michael conseguiu. – respondeu novamente Sirius.

- Provavelmente eles acharam que você pode ter um grande futuro entre os rastreadores. - completou James.

- E como eles ficam? Eles ainda podem estar vivos? – disse Magno.

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- Amanhã mandaremos uma equipe de busca para Soraktos. – prometeu James. – Agora você precisa descansar.

Magno então deixou a sala carregando em seu ombro o novo manto grená que havia ganhado. Sendo surpreso poruma legião de rastreadores que gritava seu nome dando tapinhas em suas costas:

- Grande Magno. O novato que recuperou Hell.

- Três uhas para ele! Hip hip, uha! Hip hip, uha! Hip hip, uha!

- Por favor, parem. – Gritou Magno.

O rastreador promovido se dirigiu ao dormitório do clã e chegando lá notou que suas coisas haviam sido transferidas para o dormitório do alto escalão do qual fazia parte agora.

Como não conseguia dormir direito há quase uma semana. Magno saiu para andar um pouco pela cidade noite. Mas havia algo estranho no lugar, mesmo sendo pra lá de meia noite a cidade estava cheia de movimento, então ele seguiu para o centro da cidade para saber o que se passava e logo notou a causa. Luminos e Eklipse acabavam de chegar à cidade em um cortejo real para o julgamento que agora estava para se iniciar em dois dias.

Os guardiões claro-escuro resolveram seguir em direção ao ministério após terem ouvido de um cidadão que Hell havia sido trazida de volta por um novato.

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- Isso era de se esperar de um rastreador de Mikhail. – disse Luminos em resposta ao cidadão.

- Então que dizer que minha lança está aqui! Mal posso esperar para ter ela em minhas mãos de novo. – falou Eklipse entusiasmado. – Assim eu mesmo vou poder executar aquele vermezinho que engravidou minha pobre filhinha.

- E aí, vamos irmão? Sirius nos espera e, você não pode fazer nada antes do veredito. – disse Luminos.

- Tá, como quer que seja. – disse Eklipse se imaginando com Hell em suas mãos.

Quando os guardiões chegaram ao ministério viram que Sirius estava esperando pessoalmente por eles.

- Boa noite. Sejam bem vindos ao fórum máximo do ministério do julgamento. Vocês e seus seguranças podemse hospedar nas suítes que temos na cobertura do prédio de dormitórios a esquerda.

- Muito obrigado pela hospitalidade. – disse Luminos.

- Não esperava menos de um quarto descente. – disse Eklipse com arrogância.

Magno voltou para seu quarto decidido a pedir uma conferência com os guardiões na manhã do dia seguinte.

Quando amanheceu, Magno correu para o salão principalpara falar com Sirius e James.

- Por favor. Preciso falar com eles. - Magno implorou.

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- Não. Eles não podem ser incomodados por nada. – Sirius negou seu pedido.

- Mas é que eu tenho um recado de Milos para eles.

- E qual é esse recado? Prometo que darei a eles. – disse James.

- Eu não posso dizer. Milos pediu que falasse apenas para os dois. – explicou Magno. – Por favor. Deixem-me atender o que pode ter sido o ultimo pedido do mestre Milos.

- Entendo. Volte daqui à meia hora e você poderá falar com eles. – prometeu James.

- Muito obrigado.

Passados os trinta minutos. Magno retornou para o salãoprincipal para cobrar a promessa de James.

- Já posso falar com eles? – Magno disse.

- Sim. Mas tome cuidado com a forma de falar que vai usar com Eklipse. Ele nunca foi muito amigável e aberto aouso de gírias. – aconselhou James.

- Entendi. Muito obrigado Sr. James.

Ao entrar na sala, Magno se deparou de frente dos guardiões e entendeu por que eles eram tão admirados e temidos por todos. Luminos tinha a aparência de um homem de uns vinte anos usando um terno branco com uma gravata de ouro. Ele possuía um cabelo prateado e uma pele avermelhada e olhos dourados como os de Alexander, só que com cem vezes mais brilho. A energia

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que era emanada por ele emitia a sensação de que tudo que é bom no mundo acontecia no mesmo instante e lugar.Já Eklipse... Bem, ele seria o que muitos chamariam como lobo em pele de cordeiro. E como seu nome o sugere, era o rei da escuridão. Usava um, sobretudo aberto preto sobre terno cor de vinho muito escuro, seu cabelo era negro e sua pele era tão clara que parecia nunca ter visto o sol na vida. A única coisa nele que não era negra em si eram seus olhos azuis como uma safira. Pesadelos e gritos de mortos pareciam sair detrás dele para te infernizar apenas por estar ali. Diante de tal poder, Magno fez a única coisa que achava certa naquele momento.

- Que honra poder falar com vocês guardiões claro-escuro. – curvou-se Magno.

- O que quer que tenha a nos dizer diga logo rastreador. Estou de bom humor e foi você que trousse minha preciosa Hell de volta, mas não abuse. – disse Eklipse

- Sim. Graças a você, um passo foi dado para que a sombra de uma guerra passe direto por Genesis e Armageddom. O que foi que Milos confiou a você que só pode ser dito a nós. – Luminos disse agradecido.

- Sinto muito senhores guardiões, mas eu menti. Não trago nenhuma mensagem de Milos. – falou o rastreador.

- O quê? Esta querendo nos fazer de idiotas? – berrou Eklipse.

- acalme-se irmão. Você deve a ele, lembra? – intercedeu Luminos. – Por que mentiu para nós?

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- Por que preciso fazer algumas perguntas e não me deixariam falar com os senhores sem um grande motivo. – respondeu Magno ainda curvado.

Magno contou-lhes a história da missão. Aguardando o pronunciamento dos deuses sobre o seu pedido.

- Bem. Pode perguntar, prometo por mim e por meu irmão que responderemos qualquer pergunta se soubermos. E você pode se levantar e olhar para nós! – disse Luminos de forma seria olhando para seu irmão.

- Certo. Devo isso a você. Mas que seja rápido! – rosnou Eklipse passando Hell de uma mão para a outra.

- E serei. Durante a missão Milos e Michael falaram sobre uma batalha em que os senhores estavam presentesjunto ao Grande quando os baniram para o núcleo zero. Quem são “Eles”? – questionou olhando fixamente para osguardiões.

- Somos proibidos de falar sobre isso. Mas uma pergunta? - reprimiu Eklipse.

- Sim. Quem são os arquelistas?

- Ta aí uma questão que podemos responder. – Disse Luminos de forma complacente.

- No geral, são feiticeiros. São muito bons com técnicas que afetam o inimigo fisicamente e em combates a corpo, porém são fracos quanto a habilidades com armas como espadas, bastões etc. Por isso que Michael conseguiu recuperar Hell com muita facilidade. – respondeu o senhor da luz.

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- Em suma. São guerreiros inúteis se você não se aproximar muito deles. Eu sozinho daria conta de um exército dessa escória. Se Milos e Michael foram derrotados por um arquelista, é por que eles também eraminúteis. – debochou Eklipse.

Quando Eklipse disse isso, Magno lembrou-se de como oarquelista havia incendiado o corpo de Michael com muita facilidade. E a forma como o rei das sombras estava falando daqueles que se sacrificaram para protegê-lo o deixou tão irado que se esqueceu do perigo e cometeu aquele que seria o maior erro em sua vida que poderia nãoser tão longa.

- Se você é tão poderoso como diz; e se poderia vencer um exército sozinho... Por que deixou que um arquelista e um renegado roubassem a sua lança bem em cima do seu nariz. – berrou Magno encarando os frios olhos de Eklipse como se não tivesse medo do rei das sombras, coisa que agora ele não tinha, pois sua raiva era maior que tudo.

- Como é? O que você disse? – falou Eklipse se levantando da cadeira em que estava assentado já se aquecendo para pulverizar Magno demonstrando o poder de Hell.

- O que você ouviu, ou você é surdo? – Magno gritou bem alto dessa vez.

- Você está com tanta pressa de se juntar aquela escória do Michael e do Milos? Eu posso te ajudar com o maior prazer. – grunhiu Eklipse em pé e andando rumo a Magno quando Luminos intercedeu:

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- Pare irmão! Você está errado se pensa que pode brincar com o sentimento dos outros e que eles não vão responder a altura. – irrompeu Luminos pondo a mão no peito de Eklipse.

- Do que é que você está falando? Eu não me importo com os que me afrontam contanto que eu possa exterminá-los depois. Milos era uma escória mesmo, e pensar que alguns loucos comparavam o poder dele ao mesmo nível que o meu e o seu. – Eklipse continuou a debochar.

- Mas ele e Michael recuperaram sua lança. E se eles fizeram isso mesmo sendo mais fracos do que você. Seria um atestado de que você teve muito medo de enfrentar aqueles que lhe afanaram? – Magno disse pausada e sarcasticamente.

- você já era! – gritou o mestre da escuridão.

Ao ouvir o que Magno havia pronunciado. Eklipse teve um ataque de fúria empurrando Luminos para longe com a expansão de um campo negro de energia e investindo contra Magno com sua lança. Magno conseguiu de algumaforma estupenda, e ao mesmo tempo milagrosa rebater a lança de Eklipse com sua katana que havia ganhado do ancião em Soraktos.

- Então essa é uma recordação do arsenal dos minângelos? Porém será inútil em relação ao próximo ataque. – esbravejou Eklipse. – onda de choque.

O rei das sombras lançou uma esfera negra em Magno, que, com o impacto, fez uma grande explosão jogando o

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rastreador para fora do salão com uma violência incrível deixando seu corpo imóvel no chão á pelo menos quarentametros donde estava antes.

- Pobre tolo. Pensou que poderia lutar contra mim? Se bem que, eu poderia ter matado ele mais devagar e quem sabe... O quê?!

Para a surpresa de todos. Magno tinha sobrevivido ao golpe graças a uma estranha luz prateada que cobria todo o corpo do rastreador como um manto. E o mais estranho é que seu bracelete também brilhava.

- Agora você vai-me dizer que está munido de um escudo divino? – falou Eklipse.

- O quê? – Magno disse espantado olhando para seu corpo coberto por um vel de luz.

- Tanto faz... Dessa vez você não vai escapar! – gritou Eklipse lançado uma esfera de aparência mais agressiva que a primeira.

- Chega irmão! – repreendeu gritando Luminos, colocando-se na frente de Magno recebendo o golpe que não fez sequer um arranhão nele.

- Agora você vai bancar o piedoso? É por essa e outras coisas que muitos têm começado a nos desafiar. – disse Eklipse completando. – há quinze anos você protegeu Milos, o que depois fez com que ele fosse tido por muitos, como um adversário a nossa altura. Quer cometer o mesmo erro novamente?

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- Não foi um erro ter protegido Milos de você naquele tempo. Se eu tivesse permitido que você o matasse ele não poderia recuperar sua lança. – respondeu Luminos.

- Não haveria lança roubada para recuperar. Esse assalto de uma forma ou outra é culpa dele e sua, mas, pelo menos ele corrigiu o erro dele morrendo e mandando Hell por esse verme. – Eklipse falou friamente.

- E por que seria culpa dele e minha? – questionou Luminos.

- Primeiro. É culpa dele por que ele me encarou e ainda estava vivo, fazendo com que pensassem que os poderes deles se equiparavam aos meus. E a parte que é culpa suafoi ter além de protegido, você tinha que passar alguns de seus poderes para ele. Mas dessa vez o mesmo erro não vai acontecer.

Eklipse investiu contra luminos com mais uma de suas esferas assassinas sabendo que não teria efeito em seu irmão, estava apenas ganhando tempo.

Enquanto Luminos defendia-se do golpe, Eklipse atacou Magno após saltar para cima com uma esfera imensa que dessa vez atingiu o rastreador como um meteoro que deixou o corredor que dava para o salão principal em destroços. E qual não foi sua surpresa ao ver Magno saindo dos escombros com o campo de força ao seu redor com um brilho cada vez mais intenso.

- Não é possível! Como esse maldito ainda está vivo! – esbravejou Eklipse.

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- Por Milos! – gritou Magno enquanto investia para cima de Eklipse com uma velocidade impressionante.

- Essa é boa. Acha que pode me vencer? – riu Eklipse. – Pode vir seu farejador.

- É rastreador seu idiota. – Gritou mais uma vez Magno que começava a atacar impetuosamente com sua katana Eklipse, que apenas desviava de seus golpes como se eles fossem efetuados em câmera lenta.

Em um descuido, Magno atritou diretamente sua katana contra a ponta da Hell, fazendo com que ele perdesse o equilíbrio dando uma brecha para Eklipse lhe mandar pelos ares com um chute que o levantou do chão pelo menos cinco metros. Após o golpe Magno estava caído ao chão aparentemente sem forças para se levantar podendo apenas olhar Eklipse preparar mais uma esfera que certamente, venceria o escudo divino daquela distância.

- Adeus rastreador de Mikhail. – disse Eklipse pouco antes de um pulso de energia lhe atingir.

- Pare irmão! – ordenou Luminos enquanto ajudava o rastreador a se levantar. – Veja a destruição que já causou. Magno, saia daqui agora mesmo e não volte até amanhã para o julgamento.

- Sim senhor Luminos e... Desculpe-me pela confusão. Falou Magno que estava segurando sua perna que se encontrava em um ângulo estranho.

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- Então está com a perna quebrada? – riu Eklipse. – pelos menos deixei a minha marca. Ou será que devo quebrar ele mais um pouquinho?

Eklipse pensou em continuar o ataque contra Magno queestava se arrastando para fora do ministério. Mas quando viu melhor o olhar fixo e atento de seu irmão para ele, achou melhor cessar a investida.

- Bom... Temos que dar um jeito aqui. – disse Luminos.

- É mesmo. – disse Eklipse conformando em ajudar na faxina.

Em um piscar de olhos, os guardiões haviam deixado o lugar como novo e agora com cheiro de desinfetante de lavanda, pronto para o julgamento do dia seguinte.

Quando a manhã chegou todos os envolvidos seguiram para o salão principal que agora estava com uma placa na porta que dizia: “Bem vindo ao fórum máximo. Se você está aqui para ser julgado, reze par ser considerado inocente”.

O salão que antes era simples e só tinha duas cadeiras para os criadores, agora era um tribunal esplêndido com espaço para no mínimo duzentas pessoas. Havia uma grande comoção em toda a cidade, um julgamento estava para começar e após o fim dele, muita coisa poderia mudarde forma irreversível.

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Capitulo IV – O ataque dos sete juradosjuvenis.

No dia do julgamento a cidade de libra possuía uma atmosfera tensa e uma brisa fria que cruzava as ruas. Como se anunciasse que algo ruim fosse acontecer... E aconteceu. Essas malditas brisas, nunca erram.

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Voltando ao fórum máximo, todos se preparavam para a abertura dos trabalhos. Havia pelo menos duzentos espectadores assistindo ao julgamento. Nas cadeiras reservadas para os acusados estavam sentados apenas Luminos e Eklipse, por alguma razão Nestor e Camélia não estavam presentes e como não podiam esperar mais, começaram sem eles.

- Agora que todos estão presentes, vamos começar a sessão. – disse Sirius que foi eleito como juiz e os sete anciãos da justiça como jurados.

Sirius então leu o processo e toda a parte burocrática que tinha para ler e só depois começou a sessão de fato.

- Acusação, por favor, pode apresentar sua tese. – disse Sirius.

- Obrigado meritíssimo. – falou Lucas. Um guerreiro que nas horas vagas era advogado, mas que agora era o promotor no tribunal.

- Luminos, o criador da luz venha até aqui, por favor.

Luminos então se dirigiu a cadeira dos réus.

- Luminos você promete dizer a verdade, somente a verdade e nada além da verdade? – Lucas recitou o velho juramento para Luminos

- Prometo. – disse Luminos com a mão em cima de um livro cinza sem titulo na capa.

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- Luminos. Você é acusado de tramar o roubo da lança Hell que pertence a Eklipse. Essa acusação procede? – Lucas iniciou com o interrogatório.

- Não. – respondeu Luminos de forma seria e seca.

- Escrivão tome nota que Luminos nega ter sido o mandante do crime.

- Bem. Você foi o autor do convite para a festa? – prosseguiu Lucas.

- Sim.

- Você tinha motivo para querer que a lança Hell fosse roubada?

- Não.

- E como explica o fato de ter faltado luz em um lugar onde seu próprio criador? – Continuou Lucas.

- Não faço a mínima idéia. – respondeu sarcasticamente Luminos. – Você não leu o laudo dos rastreadores de Mikhail?

- apenas se limite a responder as questões. – interrompeu Lucas.

- Então você não leu?! Você é preguiçoso ou analfabeto?– perguntou ainda mais sarcasticamente o guardião.

- Já basta. – interrompeu Lucas antes que Luminos perguntasse mais alguma coisa da qual não queria responder.

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- Meirinho. Por favor, providencie uma cópia do laudo dos rastreadores de Mikhail. – murmurou o promotor.

Assim que o promotor pegou o laudo da pericia, ouviram-se vozes da platéia que murmuravam coisas como: Burro, idiota, maluco e etc.

- Bem. De acordo com a perícia. A causa do blecaute foi um pote de vazio, que apenas os arquelistas têm posse. Luminos, você têm alguma ligação com os arquelistas? – questionou Lucas.

- Não. – respondeu Luminos.

- Tem certeza?

- Tenho. Por quê?

- Só para confirmar. Sem mais perguntas Meritíssimo. – encerrou Lucas.

- Inútil. - murmurou Eklipse para o promotor que se sentava a seu lado.

- Posso me sentar no meu lugar? – Luminos perguntou para Sirius.

- Sim. – respondeu Sirius que estava com roupas de juiz.Mas não usava a peruca tradicional dos filmes em que há cenas de julgamento, não por que não gostava, mas por que não precisava devida sua cabeleira grisalha de matusalém.

Luminos voltou-se ao seu assento e Sirius então chamouMagno que estava com a perna direita engessada e por isso entrou no tribunal com a ajuda de James.

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- Rastreador do congresso de Mikhail Magno. Por favor, faça um breve relato sobre a missão em Soraktos. – Sirius lhe pediu enquanto James lhe sentava em uma cadeira a frente do juiz.

- Bem, como já sabem. Ao chegarmos a Soraktos, nosso grupo se dirigiu até o palácio do contraste e logo que entramos no salão principal, o mestre Milos encontrou o pote de vazio. O que fez o mestre Milos e Michael deduzirem que fossem os arquelistas ou algo pelo qual os dois se referiram apenas por “eles”. – iniciou Magno.

- E quanto à máscara de mimetismo? – Sirius lhe perguntou.

- Fui eu que a encontrei quando estava voltando do banheiro meritíssimo. Foi quando soubemos que o ladrão estava infiltrado na festa. – respondeu.

- E depois?- prosseguiu Sirius.

- O mestre Milos achou melhor sairmos da cidade já que estava ficando escuro. Foi quando sofremos o ataque do espectro que matou dois de nós. Quando conseguimos derrotá-lo, ele se tornou um homem e o estávamos interrogando. Entretanto, um raio caiu em cima dele e de nos no justo momento em que ele ia-nos dizer quem eram os ladrões, queimando assim o arquivo. Então as coisas começaram a se encaixar.

- Como assim? Elas não deveriam ter ficado mais confusas? – irrompeu Sirius.

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- Sim. Mas o mestre Milos achou que o espectro já tivesse sido programado por um renegado e quando voltamos para a cidade, Michael descobriu que os autores do crime eram mesmo um arquelista e um renegado. – Magno falou com a voz trêmula.

- E o que aconteceu? – perguntou Sirius.

- Nos... – Magno vacilou.

- Sei que é difícil. Mas é necessário, por favor, fale? – pediu o meritíssimo.

- Nos então planejamos uma forma de prendê-los, mas, eles eram muito fortes e não conseguimos derrotá-los mesmo com as armas que um ancião havia nos dado no arsenal dos minângelos. Assim a nossa única opção foi a que eu tivesse que vir aqui trazer a lança e entregar a mensagem de Milos ao senhor meritíssimo. – Magno dissecom a voz vibrando de forma absurda sem que ele derramasse uma lágrima.

- Certo. Muito obrigado pelo testemunho. – disse Sirius.

- Só cumpri o meu dever. – Assentiu Magno indo para um local vago junto ao público com James servindo de apoio.

- Protesto meritíssimo! – disse Lucas.

- Protesta sobre o quê? – perguntou Sirius.

- Luminos poderia ter contratado ambos para roubar Hell.– disse Lucas suando frio, talvez rezando para que sua

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idéia fosse aceita pela tribuna, assim não sofreria um castigo tão pesado de Eklipse.

- Luminos você tem o direito de resposta se quiser. – Falou o juiz fazendo uma careta como se dissesse “o que esse idiota está querendo alegar?”

- Obrigado meritíssimo. Se eu tivesse contratado eles, por que depois do roubo eles ainda estariam em Soraktos.

-... – se calou Lucas com sentando-se de volta na cadeira com a maior cara de pau já feita na história.

- Bem, vamos terminar com isso. Peço aos sete anciãos da justiça o veredito para Luminos. – disse Sirius.

- Inocente. – o júri disse por unanimidade.

- Caso encerrado. O réu Luminos foi decretado inocente. – Sirius proclamou.

Quando ouviu a decisão dos sete anciãos. Luminos soltou um sorriso disfarçado que emitia seu alívio.

- Continuando. Já que esta provada a inocência de Luminos. Passaremos agora para a mensagem que Milos me enviou pedindo para lê-la apenas no julgamento. Após a leitura, o congresso de Mikhail e eu faremos uma conferencia e nela, veremos como vamos atrás dos criminosos para prendê-los e julgar-los.

No instante em que Sirius começaria a ler a mensagem todo o tribunal se calou. Não por que o documento mais importante da sessão seria citado, mas por que Sirius estava com uma espada atravessada em seu corpo.

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- O quê? – muitos da platéia perguntaram quase que simultaneamente.

- Matem todos! – uma voz gritou.

Então, seis jurados se lançaram de sua bancada e começaram a atacar os espectadores com as mais variadas armas, matando muitos em um tempo que parecia não ser tempo. Seis anciãos que deveriam ter pra lá de seus oitenta anos haviam matado mais de cem pessoas num tempo que parecia ser apenas dez segundoscom armas aparentemente simples. O massacre teria continuado se Luminos não tivesse protegido aqueles que ainda estavam vivos com uma barreira de energia.

- Quem são vocês e o que querem aqui? – perguntou Luminos com uma voz tão ameaçadora e a face tão seria que causava tanto, ou mais medo que a de seu irmão.

Os seis jurados que agora se dirigiam para o corpo de Sirius pegando a mensagem de Milos de suas mãos e colocando-a no bolso de um deles, mas, se afastaram do cadáver ao ver que detrás dele a figura do sétimo jurado aparecia com a metade de sua espada toda ensaguentada.

- Não somos ninguém que vocês devam conhecer, e o que queremos é... Nada! – a voz que saia da capa preta dosétimo jurado disse rindo.

- Por que fizeram isso? – perguntou James que estava à frente de Magno para protegê-lo.

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Apenas estávamos entediados e resolvemos passar aquipara sermos jurados de um julgamento do qual não fomos convidados. Matar algumas pessoas e realizar uma missão. Por quê? Não podemos? – o sétimo jurado falou em deboche.

- E onde estão os anciãos? – Luminos questionou dessa vez invocando através de um círculo uma espada que apareceu embainhada em sua cintura.

- E por que mataram Sirius? – prosseguiu Eklipse fazendo Hell aparecer do nada como seu irmão, mediante um círculo negro que surgiu no ar.

- Vamos por partes. Primeiro Luminos, os anciãos né? Matamo-los por que não deixaram que agente os substituíssem. E olha que nos pedimos, por favor. E Sirius por que não queríamos que ele lesse o bilhete. Falando nisso, já está na hora de ir. Bom, foi um prazer estar aqui com vocês mais... Tchau! Vamos embora gente! – respondeu um dos jurados. Jurados que agora estavam debandando pelas duas saídas que se encontravam livres.

- Não vão fugir malditos! – esbravejou James que seguia junto a três rastreadores quatro deles que fugiam pelo ladoesquerdo enquanto outros cinco perseguiam o restante que sobrava pela direita.

- Vamos ajudar?! – disse Eklipse olhando para seu irmãocom cara de sono.

- Sim, vamos ajudar. – falou Luminos.

- E eu? O que eu faço Sr Luminos? – perguntou Magno.

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- Você descansa. Não pode lutar assim, por isso fique aqui. – Luminos o reprimiu.

Logo que disse isso, Luminos e Eklipse saíram um por cada lado correndo em uma velocidade assombrosa que faria Usain Bolt passar vergonha nos cem metros rasos contra eles.

Em instantes, todos os remanescentes saíram correndo como loucos do fórum máximo pela entrada principal. O único que permaneceu lá foi Magno que não podia se movimentar por causa do gesso em sua perna e os mortos.

- Droga. Eu quero ajudar, mas com uma perna quebrada é impossível. – falou Magno para si mesmo quando uma voz interrompeu sua conversa pessoal de Magno para Magno.

- Então não pode lutar só por causa de uma perna quebrada! Ridículo. – disse Lucas que segurava um bastãocom duas lâminas nas pontas.

- Só. O que você quer dizer com só? – disse Magno fuzilando com os olhos a figura de um típico gótico durão vestido de promotor.

- Que, se for só pela perna, eu sei de alguém que pode te curar. – falou o promotor.

- Sério? Como? – questionou Magno entusiasmado.

- Vem comigo. – disse Lucas carregando Magno até o dormitório reservado aos obskurios.

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Quando os quatro intrusos perceberam que tinham companhia, se dividiram em grupos de dois no primeiro cruzamento de corredores que encontraram. Fazendo comque James e os outros rastreadores fossem por um lado e Luminos fosse atrás da outra dupla.

Da mesma forma o outro grupo que restava se dividiu em três direções, fazendo os rastreadores se dividirem em uma dupla e um trio, já que ninguém queria fazer par com Eklipse.

Pouco tempo depois, uma explosão destruiu o fórum máximo, fazendo com que o resto do clã de Mikhail dirigir-se para a sala que estava um bagaço incandescente.

Quando todos os invasores chegaram a prováveis saídasdo castelo fizeram algo surpreendente, pararam e esperaram tranquilamente que seus perseguidores os alcançassem. Isso parecia ser loucura, mas apenas parecia.

- Enfim chegaram! Que tal se nós nos divertíssemos um pouco. – disse um cara da dupla que aguardava James e sua gangue.

- por que pararam? – disse James com seu grupo ofegando muito atrás dele.

- Não interessa. Atacar! – gritaram simultaneamente os dois assassinos investindo contra o grupo de James munidos de um machado e um sabre.

No mesmo tempo, Luminos alcançou os outros dois, mas, tomou a iniciativa atacando a dupla com uma esfera

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de energia parecida com a de seu irmão só que brilhante que atingiu os oponentes, arremessando-os com tanta violência que destruiu a parede que estava atrás deles. Mas não foi o bastante para exterminá-los.

- Aí, aí. Essa doeu. – riu um dos invasores que estava com sua capa em farrapos mostrando quem estava lá.

- O quê? Isso não é possível. – disse Luminos incrédulo ao ver que um dos inimigos era uma criança de no máximoquinze anos.

- O que foi? Precisávamos ser adultos para ser fortes?! –disse o outro cara que tirava sua capa mostrando a figura de uma jovem de treze anos.

- Vocês são... São, Pirralhos! – disse Luminos abismado.

- Adolescentes! – a garota gritou. – Ah que droga! Olha só o meu cabelo! Está parecendo um ninho de pomba! Maldita capa! Maldita!

- Você está preocupada com seu cabelo quando sobrou para nos a tarefa de enfrentar o criador da luz. – berrou o outro pirralho... Quero dizer adolescente olhando para a garota como se não acreditasse que ela estava preocupada com o cabelo enquanto tinham pela frente o guardião da luz.

- Você esta certo. Primeiro derrotamos Luminos, aí completamos a tarefa e então poderei fazer meu alisamento progressivo! – concordou a garota.

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- Não acham que estão muito confiantes? – disse Luminos lançado outra esfera de luz em direção aos pirralhos... Que droga, adolescentes.

- Aí vem. – disse o garoto. – Se prepare.

Os dois adolescentes desviaram da esfera do guardião muito rápido se dividindo um para cada lado e atacando Luminos pelos flancos, o garoto com garras de Wolverine ea garota com um cajado mágico.

- Vocês realmente estão se precipitando. Explosão divina. – esbravejou Luminos lançando de seu corpo um ataque em forma de cúpula que se expandiu destruindo tudo em um clarão que poderia cegar até o próprio sol.

No outro extremo do castelo. Os cinco rastreadores que se dividiram em uma dupla e um trio sofriam para enfrentaros encapuzados que também eram crianças de doze e quatorze anos. Já para Eklipse, sobrou aquele que havia matado Sirius. O rei das sobras tentou surpreender o espadachim com uma de suas esferas, mas, para seu espanto, o espadachim apenas ergueu seu braço esquerdo ainda coberto pela capa e dele surgiu um escudode energia que deteve facilmente o ataque de Eklipse.

- E aí. O que você achou da minha defesa. – falou o cararindo de Eklipse.

- Mas eu ainda não acabei. – disse Eklipse aparecendo atrás do sujeito investindo com sua lança que atravessou oespadachim.

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- O quê? Que velocidade! – disse o espadachim que parecia não se importar com o fato de uma lança estar atravessando seu corpo.

– É impressionante, mas...

Ao dizer isso o espadachim atacou Eklipse com o punho de sua espada o fazendo recuar e remover a Hell de seu corpo que, por mais impossível que pareça ser não derramava uma gota de sangue.

- Bom. Agora é a minha vez! – falou o espadachim atacando com sua espada em uma velocidade absurda enquanto Eklipse tinha trabalho para se defender com Hell.

Quando notou que o combate físico era perigoso. O rei das sombras atacou o espadachim com uma esfera em seu estômago causando uma explosão incrível que deveriater reduzido o cara a pó... Mas não o reduziu.

- Impossível. – Eklipse berrou incrédulo.

- Isso não fez nem cócegas. - disse o que quer que fosseque estava na capa que agora tinha sido destruída pela explosão.

- Bem. Sinto que todos atingiram suas posições, vamos começar a executar a fase final da missão. – falou à criatura que não tinha rosto e não tinha corpo.

Era apenas o que parecia ser uma silhueta humana de energia vermelha segurando uma espada de prata com ummetro e dez aproximadamente e andando em direção a uma gárgula próxima dali ignorando Eklipse. Mesmo com Eklipse lhe atacando com suas esferas destrutivas o

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máximo que podia. A criatura não lhe dava à mínima, já que um escudo vermelho transparente aparecia em suas costas detendo cada ataque. Ao chegar à frente da gárgulaficou parado parecendo aguardar alguma confirmação.

A equipe de James após muito custo tinha conseguido derrotar a dupla de oponentes que também eram um casal crianças de treze anos. Porém, ao desviar o olhar de seus corpos os dois começaram a correr como covardes desesperados fugindo de valentões, só que em direção a um ponto especifico, quando chegaram a seus postos se puseram a gritar. – Faltam apenas dois.

Luminos era o único que parecia ter derrotado os dois adolescentes de forma fácil, mas não foi bem assim.

- Pega o guardião. – a garota gritou ensandecida saltando de uma pilha de escombros.

O garoto atacou com suas garras com golpes em diagonal, quando Luminos sacou sua espada que era de uma lâmina que parecia ser feita de diamante e que brilhava como o flash de uma máquina fotográfica.

Luminos cortou com sua espada pela lateral, mas o garoto defendeu o ataque colocando as garras cruzadas formando um X, mas mesmo assim, ele foi lançado com uma violência incrível que lhe fez rolar pelo chão. A garota então atacou o guardião com uma espiral de fogo que saia de seu cajado, mas Luminos se protegeu com um escudo divino, o que deu tempo para que os dois que mesmo estando muito feridos e sangrando, conseguissem correr e

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se posicionar para a fase final do plano, seja lá o que fosseisso.

Com o posicionamento estratégico de todos. O desenho de uma estrela de sete pontas verde começou a se formar nas mãos de cada um dos sete que estavam com as palmas erguidas para cima e no castelo visto de cima.

Ao sentir que uma forte energia estava se formando, e que sem dúvida nenhuma vinha das estrelas em suas mãos, James começou a atacar desesperadamente os dois adolescentes com tudo o que podia no intuito de fazê-los se mexer ainda que pouco para quebrar o ritual. Infelizmente, tudo o que fazia não tinha efeito. Não importao que James e seu grupo jogassem neles; bombas, flechas, rachadas de energia, investidas com suas espadas, James que atacava incessantemente com seu bastão de lâminas duplas... Nada. Todos os ataques paravam na figura de um Assura vermelho que envolvia osdois com um escudo que mais parecia à parede de um quarto do pânico que muitos ricos constroem em suas mansões.

Nos minutos que se seguiram, uma estranha névoa fina inodora, tomava pouco a pouco cada canto do ministério do julgamento. E vista por cima a estrela de sete pontas ganhava mais brilho, o que fazia a cor esverdeada cintilar a cada instante. A essa altura, Luminos, Eklipse e James, que eram os únicos guerreiros que ainda estavam vivos. Faziam de tudo para deter algo que não sabiam o que era, mas, que só de sentir a força que aquilo emanava dava a eles a certeza de que era muito perigoso.

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Em um ultimo recurso Luminos usou uma técnica de transporte para ir até James e a usou novamente para levar ele e James até Eklipse a fim de deter aquele que parecia ser o líder do grupo e começaram a investir contra o Assura que parecia proteger cada um, mas que agora defendia apenas o líder com mais intensidade, pois não era necessário nos outros pontos.

- Onda de choque. – gritou Eklipse lançando uma de suas esferas.

- Explosão divina. – esbravejou Luminos saltando sobre a cabeça do Assura.

Apesar dos ataques de Luminos e Eklipse terem atingido simultaneamente, e em cheio o Assura da massa de energia humanóide com ataques que sem dúvida matariaminstantaneamente a maioria das pessoas. A criatura ainda estava lá, com a estrela nas palmas de suas mãos ganhando mais e mais brilho.

- Hahahahahahahahahahahahahah! Acham que isso vai fazer algum efeito? – riu em deboche a criatura ou o quer que ela fosse.

- Que droga! Luminos, nós vamos atacá-lo de novo, e dessa vez vamos usar aquilo. – berrou Eklipse.

- Aquilo! Você está certo dos riscos que correremos ao utilizá-lo irmão. – disse Luminos olhando espantado para seu irmão que estava todo arrebentado.

- Se não usarmos isso eles terão tempo para terminar o que estão planejando. Esse é o nosso ultimo recurso, não

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dará tempo para acionar o modo guardião. – argumentou Eklipse

- Então vamos fazer isso. Já que não há outra forma e leva tempo para poder usar o modo guardião. Não temos outra escolha. – falou Luminos conformado.

- Então está decidido. Isso vai acabar com ele, tem que acabar! – disse Eklipse como se rezasse para que o que fossem fazer desse certo, pois do contrario, não poderiam fazer mais nada por um bom tempo.

Os dois guardiões sentaram-se na posição de lótus em que um estava de frente para o outro começando a meditar. Uma chama de energia começou a se irradiar de Luminos e a mesma coisa aconteceu com Eklipse e essas chamas se intensificavam mais e mais. No entanto, algo parecia acontecer com os guardiões que começavam a sangrar de seus ouvidos, nariz e ferimentos que possuíam pelo corpo. O sangue deles então começou a se juntar em uma esfera no meio dos dois e a chama que cada um emanava de seu corpo se unia a bola de sangue formandouma nova esfera.

- Está quase pronta! – Luminos exclamou quase perdendo o foco da meditação.

Do tamanho de uma bola de basquete que se comprimiu para uma de futebol com uma luz branca no centro da esfera que ia mudando de cor para cinza e depois para uma corrente elétrica negra, a esfera feita pelos guardiões fazia o castelo inteiro vibrar com o som horrível de eletricidade que era provocado pelo atrito das energias

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opostas dos irmãos, fazendo dela a primeira referência quando o assunto é meter medo.

- James, venha até aqui rápido. - gritou Luminos.

- Tem certeza Luminos. Nos dois podemos lançar sozinhos. – disse Eklipse como se não quisesse confiar o amontoado de luz sombria que ele e seu irmão haviam formado a tanto custo para um mero rastreador.

- Sim. – falou James andando até os dois.

- James, você é do o novo líder de Mikhail? – perguntou apressadamente Luminos.

- Sou sim. Por quê? – respondeu James.

- Então você deve saber disparar energia. – disse Eklipsecom a voz dolorida.

- Sim, mas então. O que eu faço?

- Nos ajude aqui. – ordenou Luminos.

James pôs sua mão direita na esfera e começou a preparar o arremesso contando até três, acompanhado porLuminos e Eklipse.

- Destino divino! – gritaram os irmãos pondo o resto de suas energias na esfera.

- E banzai! – esbravejou James curvando-se todo para lançar a bola de energia que amassava o piso do lugar indo em direção a criatura com um aspecto muito ameaçador.

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- Podem tentar, mas não vão conseguir fazer nem um arranhão em mim enquanto eu estiver com o meu Assura! – gabou-se a o humanóide transparente.

- É mesmo?! – perguntou James de forma sarcástica.

- O quê?

O humanóide de energia apenas pode ver seu Assura seesvair enquanto a massa de energia e sangue lhe acertavaem cheio.

- Não é possível... Ahhhhhhhhhh! – gritou a criatura que também se esvaiu com o choque.

A explosão que se formou após o impacto, gerou uma nuvem em forma de cogumelo que iluminou no mesmo tempo que enchia de sombras a cidade de libra destruindo todo o local onde estava o chefe dos penetras. Após o ataque, Luminos e Eklipse deitaram no chão ofegando e murmurando palavras de alívio. James os acompanhou e se estirou no chão quase desmaiando.

- Acabou? – perguntou James ofegando.

- Sim. Não sinto a energia daquela coisa, além de que a presença dos outros está sumindo, o que quer dizer que eles estão fugindo.

- Que maravilha. – James comemorou falando pausadamente.

Passado alguns minutos após a explosão de seu ataque.Luminos, Eklipse e James continuavam deitados descansando. Mas se levantaram de supetão ao ver que

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Lucas estava se aproximando deles com uma caixa de primeiros socorros.

- E aí. Tudo bem com vocês? – perguntou Lucas animado.

- Seu idiota. É claro que nos estamos bem. – disse Eklipse.

- Não tanto quanto gostaríamos. – falou Luminos.

- Mas estamos vivos pelo menos... Como está a equipe médica? – perguntou James.

- Já está se encaminhando para atender os outros.

- Que bom. – disse Luminos.

- Bem. De qualquer forma, vim para atender vocês.

- Eu primeiro. – exigiu Eklipse.

- Sim meu senhor. – Lucas disse se dirigindo para Eklipse.

Após todos terem sidos tratados a base de gaze, esparadrapo e iodo. Luminos, Eklipse e James se levantaram e se dividiram em duplas para ver como estavam os outros, mas, ao chegarem lá, se deparam com cinco corpos sem cabeça.

- Droga! – James gritou inconformado. – mais vitimas. SeMilos e Michael ainda estivessem aqui, eles não teriam morrido... Ninguém teria morrido... Que droga de líder eu sou para deixar meus companheiros morrerem assim?

- Um dos mais inúteis. – afirmou Eklipse.

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- Pare agora mesmo Eklipse! – retrucou Luminos.

- Mas o que foi que eu fiz! – Eklipse deu de ombros.

- Tanta gente morreu pela minha incompetência. Cidadãos de libra, os setes anciãos da justiça... Como chefe do congresso dos rastreadores de Mikhail, era meu dever proteger todos, principalmente aqui. Tudo isso é culpa minha! – James falou consigo em voz alta sem se importar que os outros o estivessem ouvindo.

- Com certeza você é o pior de todos. Tantas vidas foramceifadas pela morte hoje por sua causa. – concordou Eklipse.

- Irmão, pare já com isso! – gritou Luminos.

- Mas ele está certo. Eu fui um fracasso. Não sirvo para líder de Mikhail. – James murmurou enquanto tirava seu manto de Mikhail.

- Não faça isso James. Além do mais não é culpa sua. Sempre houve vitimas em ataques imprevistos e sempre haverá.

- Sim. Mas não dessa forma tão desproporcional. Cem civis só no fórum máximo, cinco rastreadores de Mikhail. E isso é só dos que temos certeza. Todas essas pessoas foram mortas por apenas seis pirralhos cheios de espinhase que ainda nem devem ter saído de suas fraudas.

- Não se esqueça de Sirius. – lembrou Eklipse.

- Não posso mais ficar aqui. A partir de agora, eu, James Abraão, deixo a liderança de Mikhail. – disse o rastreador

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que largou seu manto grená que tinha na frente um α e umΩ lado a lado no chão e saiu andando cabisbaixo por um corredor que se dirigia para a saída do ministério.

- Vamos atrás dele. – um dos rastreadores do grupo de James disse.

- Não. Essa é a decisão dele, portanto vocês devem respeitá-la e aguardar até que ele decida voltar. – interrompeu Luminos. – Lucas. Você sabe onde Magno está?

- Sim. Durante a confusão, eu o levei para ser curado pelo médico dos obskurios. O nosso médico é muito bom erapidamente consertou sua perna quebrada. Então eu o deixei lá para descansar e vim me juntar para a batalha. Mas quando cheguei, ela já tinha acabado. Então resolvi ajudar os feridos.

- Não ficou com medo?! - questionou Eklipse que estava bem do seu lado.

- Claro que não mestre! – respondeu Lucas. – vamos, vou levá-lo para o nosso médico.

- Se não há outra forma. Então vamos. – concordou Eklipse de cara feia.

- Bem. Acho que também vou descansar. Lucas, quando chegar ao dormitório dos obskurios, você poderia me fazer o favor de mandar Magno vir falar comigo?

- Sim senhor Luminos.

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- Muito obrigado. Até mais! – Luminos despediu-se deixando que os outros rastreadores cuidassem de seus mortos decapitados do seu modo indo em direção oposta aLucas e Eklipse.

Passadas três horas todas as mortes haviam sido contabilizadas. Ao todo duzentos e vinte um cidadãos foram mortos entre o fórum máximo e a cidade de libra, vinte e oito rastreadores de Mikhail além dos sete anciãos e Sirius.

Assim que todos os corpos foram preparados. Um enterro coletivo foi realizado no cemitério da cidade que por mais inacreditável que pareça, tinha espaço para mais de três mil visitantes enlutados ao mesmo tempo. E olha que ele não era muito grande, apenas do tamanho de dois ginásios de vôlei juntos. Os rastreadores que haviam sobrevivido realizaram uma saraivada de duzentas e cinquenta e sete flechas em chamas que apenas subiam para o céu com a ajuda dos poderes do Grande.

- Tantos... Se eles estivessem aqui! – disse Magno cabisbaixo.

- Como vai? – falou Luminos pondo a mão em seu ombro.

- Péssimo. Mas, Lucas me disse que o senhor queria falar comigo. Não sei por que, mas acho que não é para me consolar. – Magno disse sem nem ao menos olhar paraLuminos. Na verdade, a única coisa que seus olhos miravam era uma lápide de concreto simples.

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- Você está certo. As palavras que vou lhe dizer são sérias e provavelmente dolorosas para você. Por isso, vamos para um lugar mais reservado.

- É sobre o mestre Milos e Michael? – perguntou Magno para ter certeza do que já previa.

- Sim. Mas aqui não é um local apropriado para nós falarmos sobre isso. Quando chegarmos ao dormitório dos minângelos, eu conto tudo o que descobri hoje. – prometeuo guardião.

- Mas é que eu não gosto de falar sobre isso. Esses dias,tudo que as pessoas tem me perguntado é sobre a missão.Como eu voltei vivo enquanto Milos e Michael desapareceram.

- Mas é preciso. Com o que eu tenho para lhe dizer você começará a entender o motivo para a lança ter sido roubada, para Milos e Michael terem protegido você e o enviado aqui para cumprir a investigação e realizar uma segunda missão.

- E como o senhor sabe de tudo isso.

- Apenas venha comigo, por favor!

- Então vamos. – disse por fim com a expressão de quemestá para ser torturado por palavras.

Capitulo V – O prodígio desumano quepossui a marca híbrida do massacre

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Mesmo sem vontade, Magno seguiu Luminos e voltou até o ministério do julgamento que estava um caos. Havia rastreadores correndo de um lado para o outro, o pessoal da limpeza que reclamava com qualquer um que passassepor eles enquanto passavam o aspirador no chão, mas como Magno estava com Luminos, ninguém se atreveu a dizer nada para os dois.

Ao chegarem ao bloco reservado para a comissão de Luminos e mais dez minângelos, magno e Luminos se dirigiram para uma suíte presidencial imensa.

- Incrível! – disse Magno parecendo uma criança.

- É. Sirius foi muito generoso. Bem, vamos ao que interessa! Alfa e Ômega venham aqui.

Nesse instante dois homens apareceram. Um tinha as feições de um típico italiano e o outro provavelmente era um jamaicano com um rastafári muito comprido. Ambos usavam um manto branco com o símbolo de seus respectivos nomes em azul marinho na frente.

- Sim mestre. Em que podemos ser úteis. – o jamaicano Ômega disse.

- Quero que conheçam Magno. Eu o trousse aqui para que vocês contem a ele o resultado final das suas investigações. – falou Luminos.

- Como desejar mestre. Vamos lhe contar tudo o que quiser. – disse o italiano Alfa.

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- Perai? Quem são eles. – perguntou Magno.

- Os iluminados. Quem mais eles seriam?! – disse Luminos coçando a cabeça prateada.

- Iluminados.

- Sim. Vai dizer que nunca ouviu falar de nós? – disse Alfa.

- Não. Vocês são minângelos especiais ou algo assim?

- O quê! – engoliu em seco Ômega abismado.

- Tem certeza? – perguntou Alfa.

- Sim. Por quê? – falou Magno com cara de tédio.

- Está bem. Eu vou explicar quem eles são. – disse Luminos que começava a se irritar com a discussão que saia de nada e levava a lugar nenhum.

- Obrigado Sr. Luminos – agradeceu Magno sem melhorar sua expressão.

- Alfa e Ômega são conhecidos como os iluminados por que são meus seguranças particulares. Eles têm um poderque vai muito além das habilidades dos minângelos comuns. Até aqueles que estavam no palácio do contraste não poderiam resistir muito contra eles. São como meu braço esquerdo e direito, me substituindo quando estou fora da nação de Genesis.

- Ah! Entendi. Muito obrigado pela explicação.

- Viu. Somos muito fortes. – Alfa gabou-se.

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- Mas por que Luminos precisaria de seguranças. – retrucou o rastreador.

- E por que não precisaria? – Luminos replicou Magno.

Magno sem ter o que falar. Limitou-se apenas a dizer:

- Eu não sei!

- Primeiro. Não sou completamente imortal, apenas não posso morrer de velhice e meu corpo é muito mais resistente a ferimentos do que o normal; segundo. Necessito de gente que possa me substituir à altura caso venha a faltar, por isso, tenho Alfa e Ômega sempre por perto. Assim como Eklipse tem os seus seguranças. – explicou o guardião.

- Bem. Agora que as apresentações já foram feitas... Por que não me dizem, por favor, qual é o motivo pelo qual eu vim aqui. – Magno falou quase caindo de sono.

- Certo, mas preste bastante atenção. O roubo da Hell era apenas uma distração para nos cegar do verdadeiro assalto. – começou Alfa

- O quê?

- Quem planejou isso, estava de olho em um artefato muito mais poderoso. – continuou Ômega.

- Apenas uma distração. – sussurrou Magno para si mesmo.

Magno começou a olha fixamente para o chão e o aspecto de seu rosto foi mudando de tédio e apatia para uma expressão vidrada que transmitia fúria.

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- E que artefato seria esse? – Magno perguntou olhando de forma seca para Alfa.

- As asas do caos. – Alfa respondeu curto e grosso.

- O quê é isso?

- Apesar de se chamarem asas. Na verdade é uma espécie de braçadeira que não pode ser usada por minângelos e nem por obskurios. – Luminos falou olhando para cima.

- E por que as nações não podem usar ela?

- Por que ela foi fabricada com a energia de ambas as nações combinadas. Qualquer um dessas nações que se atreva a colocar - lá morre antes mesmo de fazer uso de seus poderes.

- E como ela foi fabricada? – Magno continuou o interrogatório.

- Você não nega o dom para rastreador mesmo hein. Bem, a regra que torna o relacionamento afetivo entre minângelos e obskurios proibido surgiu a partir daí. Há cento e dez anos atrás. Um obskurio chamado Calabar, se relacionou com uma minângela chamada Magnólia. Durante algum tempo, eles foram bem aceitos tanto pela Genesis quanto por Armageddom, até que eles tiveram umfilho. Esse nascimento provocou mudanças já que a criança sempre foi muito problemática desde bebê. Mas aocompletar treze anos, ela causou grandes problemas. – falava Ômega quando Magno o interrompeu de forma grosseira.

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- Que tipo de problemas? Ele era um delinquente juvenil?Engravidava garotas de dezesseis? Vivia a pedir um Playstation 3? Não me diga que ele ouvia bandas Emo? Ou ainda que...

- Chega! – cortou a sequência de questões que Magno proporcionava antes que ele mencionasse mais alguma pergunta idiota.

- Não esses problemas. Ele era... Como posso dizer... Frio! – prosseguiu Luminos.

- Como assim, frio?

- Insensível, antipático, calado, anti-social... Enfim, ele era solitário por opção, e o pior é que ele se virava muito bem assim.

- Como alguém pode ser completamente solitário? E os seus pais? – continuou Magno.

- Morreram. – disse Alfa.

- De quê?

- Foram assassinados. Mefisto os matou. – Ômega falou.

- Por quê? E quem é esse Mefisto?

- Mefisto era e ainda é um dos três juízes dos pecadores,assim como Calabar. Mefisto sempre foi invejoso, tinha raiva de Calabar por que era considerado o preferido do meu irmão. Ele não suportou quando Eklipse deu a Calabar uma espada que ele próprio havia criado, essa espada era chamada benevolente e...

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- Pare aí mesmo! Por que era chamada Benevolente, mesmo tendo nascido em Drartomes?

- Me deixa continuar, por favor. O nome Benevolente foi concebido a ela por que dava um fim rápido e praticamenteindolor ao adversário. Então ele decidiu que ceifaria a vida de Calabar a qualquer custo. Quando Calabar se casou com magnólia que era uma de minhas melhores médicas edecidiram morar juntos longe das nações após seu filho tercomeçado a causar distúrbios em plena fase de amamentação...

- Então. O que aconteceu? – Magno voltou a perguntar.

Eu e meu irmão decidimos dar a cada, um amuleto que pudessem proteger o lugar onde moravam. Eu dei a Magnólia um rosário de Miguel. Ele pode curar qualquer enfermidade se usado uma vez ao dia se a enfermidade for grave e Alvorada, a chave que abre apenas o portão dacâmara de sacerdotes de Genesis e Eklipse deu Benevolente a Calabar.

- Até que seu irmão pode ter salvação! E então os dois viveram felizes para sempre? – perguntou o rastreador que, naquele momento tinha uma expressão que misturavaraiva, ironia e sarcasmo.

- Não interrompa o mestre! – cortou Ômega.

Infelizmente, eles não foram capazes de deter o ataque de Mefisto e um exército de espectros. Mefisto e seus espectros mataram os dois rapidamente, começando por Calabar que deu conta de pelo menos trinta espectros, e depois Magnólia. Mas, ele não obteve os amuletos que os

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demos. Magnólia era muito inteligente, quando estava preste a morrer, ela combinou Alvorada e Benevolente usando uma técnica de união para unir os amuletos formando a braçadeira que ele denominou como asas do caos. Utilizando o pouco do que restava de suas forças, ela me invocou através do rosário de Miguel, me implorou para que eu protegesse as asas e seu filho, e após isso, foise arrastando até o corpo de Calabar.

- Que história! – disse Magno para Luminos com a face de entusiasmo, porém, sem perder a fúria em seu olhar.

- Até hoje meu irmão acha que deveria ter destruído a criança ainda recém nascida. – disse Luminos com a voz abafada.

- Retiro o que disse! Seu irmão definitivamente não tem salvação! – Magno decidiu assentindo com a cabeça.

- Mas, ele tinha talento, e eu gostava tanto de sua mãe que não podia destruir-lo.

- E por que Eklipse queria reduzi-lo a pó?

- Por quê? Com seis meses de vida. Ao chorar com cólicas, a criança provocou uma tempestade inimaginável até nos piores pesadelos de um meteorologista que só cessou quando seu choro foi suprimido. Seis dias ininterruptos de raios que atingiam a cidade com grande violência.

- Interessante. E o que ele fez quando completou treze anos?

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- Eu decidi cuidar dele e treinar-lo como um minângelo na esperança de que se tornasse um grande guerreiro. Mas, ele simplesmente era frio desde os três anos, nunca gostou de estar perto dos outros e só falava quando era preciso.

- Isso é que se pode dizer por sério desde menino. – Magno assentiu novamente.

- Na academia ele foi o que se pode chamar de promissor. Nos treinos de combate ele demonstrava grandes habilidades tanto em lutas físicas, quanto com armas e técnicas específicas. Mesmo assim, havia semprealguns alunos que o encaravam por que estavam em gangues e ele sempre andava sozinho, mas, não importava o número de oponentes, ele derrotava a todos como se não passassem de vermes.

- O cara era bom. – Magno disse. – ah, desculpe Sr. Luminos. Por favor, prossiga.

- Quando ele fez doze anos. Eu dei a ele um filhote de Beagle na esperança que ele se apegasse ao cão. Mas nada, a única coisa que fazia era alimentá-lo, dar banho, água e de vez em quando passeava com ele, mas, nunca lhe jogava uma bola ou afagava seu pelo. Um dia, alguns obskurios que também faziam brincadeiras de mau gosto com ele, mas sempre eram ignorados e decidiram matar o cachorro dele chutando o pobre animal na sua frente enquanto alguns o seguravam. Isso fez com que ele ficasse possesso de raiva.

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- Talvez ele tivesse se apegado ao Beagle no final das contas. – Magno deduziu.

- Ele matou os obskurios que haviam findado com o seu cão, mas, o mais impressionante foi à forma como fez. A gangue de quinze obskurios era formada por apenas soldados formados do esquadrão principal de Eklipse. Todos eles estavam fortemente armados no quartel general de Armageddom quando foram atacados, e mesmo assim foram mortos pelo garoto que não tinha nenhuma arma a não ser seu próprio corpo.

- Aquele garoto era mesmo especial! – Alfa disse assentindo como se essa história lhe provocasse medo.

- Após isso. O garoto sumiu da Genesis logo após de termos criado a lei de acesso restrito e durante um ano ninguém ouviu falar dele até que...

- Até que o quê?

- Ele invadiu Armageddom a fim de destruir todos os obskurios. Um por um munido apenas de uma espada que não fazia parte do nosso arsenal e a braçadeira que havia herdado de seus pais. Em uma hora, o garoto deu conta de pelo menos quinhentos soldados, invadiu o palácio do meu irmão, e quase o matou.

- Tô começando a gostar desse cara.

- Foi uma dura luta, meu irmão já estava próximo de vencer-lo quando o garoto começou a usar o poder das asas do caos e pressionar o meu irmão a ponto de obrigá-lo a fugir até a Genesis.

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- Grande garoto! Eu me tornei Fã número um dele a partir de agora.

- Ele declarou guerra contra mim também por proteger Eklipse, e tudo isso sozinho. Ele não precisava de um exército, tudo o que lançávamos contra ele era revidado em dez vezes mais. Possivelmente, teríamos sido destruídos se nosso pai não tivesse intervindo. É por essa razão que Eklipse ficou tão irritado em saber da mínima chance de ser avô de um bidimensional.

- Como assim, mínima?

- A criança de Calabar e Magnólia fora a primeira a nascer em dez mil casos de gravidez entre minângelos e obskurios, por algum motivo todos os outros bebês eram abortados. Ela nasceu com uma marca que, segundo meu irmão, brilhava em ressonância as asas do caos. O sinal de uma cruz em suas costas que criava asas quando tinha contato com a energia das asas do caos. Essas asas não eram uma arma qualquer, ele criava uma armadura de luz sombria. Essa armadura, dependendo da vontade de seu dono possuía asas. As asas do caos estavam guardadas em Soraktos até que foram roubadas. Provavelmente pelo arquelista e o renegado que vocês encontraram em sua missão. – Luminos concluiu sua história indo em direção ao criado mudo de seu quarto e pegando um copo de água.

- E essa é a verdade do crime. Como vê Hell não passoude uma distração para esvaziar a cidade. Dando tempo para buscar as asas e enviá-las ao líder deles, talvez pelo correio. Eu odeio essas entregas de emergência que

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chegam ao destino no dia seguinte. – disse Ômega olhando pela janela.

- Certo. Mas até agora não me explicaram por que Milos e Michael me protegeram. – Magno falou com uma cara dequem está perdendo tempo.

- Para que você traga o herdeiro delas. – respondeu Alfa secamente. – Só você entre os rastreadores pode fazer isso!

- Como assim herdeiro?

- O bisneto do garoto. Antes que o líder deles o encontre e o force a usar as asas contra nós.

- E onde ele está?

- No mundo dos humanos.

- Como?

- O Grande achou que seus poderes poderiam ser uteis um dia. Então o baniu para a distorção da terra em que os humanos simples habitam. Um lugar perfeito para um híbrido.

- Híbrido?

- É como foi chamado por ser filho de seres opostos.

- E ele não tinha nome?

- Preferimos evitar a pronuncia desse nome. Mas, como você vai precisar saber para encontrar seu bisneto, Eklipsee eu o batizamos de Nicolau de Davi. Seria mas fácil se ele

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ainda estivesse vivo. Mas infelizmente, você terá que buscar pelo quarto híbrido. – disse Luminos.

- E qual é o nome desse garoto?

- Não sabemos. – ômega limitou-se a responder.

- E onde ele mora?

- Também não sabemos. Pode estar em qualquer lugar! – Luminos disse.

- Obrigado, isso ajuda muito! – Magno falou olhando parabaixo e riscando uma cruz em sua mão com uma faca.

- Nosso pai não nos permitiu de saber seu paradeiro. Mas sabemos de alguém que pode lhe ajudar. – disse Luminos olhando os corredores de fora do quarto para ter certeza de que ninguém bancava o intrometido.

- Quem?

- Alfa e Ômega. Levem-no até Sofia e peça para ela o ajudar a cruzar a dimensão e encontrar o herdeiro de Nicolau. E depois que fizer isso, Magno estará livre para cumprir o juramento que fez em sua mão.

- E o resultado das buscas por mestre Milos e Michael?

- Nenhum vestígio deles. Sinto muito. – Ômega disse virando o rosto para não encarar Magno nos olhos, que agora despejavam lágrimas.

- Entendo. – Então Magno engoliu o choro e virou-se para Luminos e disse:

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- Vou encontrar esse herdeiro e depois, irei atrás do arquelista e o renegado da foice. Não estou nem aí para o congresso de Mikhail ou para o ministério do julgamento, não vou prendê-los. Vou matá-los tão brutalmente que nem Eklipse poderia imaginar uma forma pior.

- Vamos Magno. Temos um longo caminho até Sofia. – disse Alfa.

- E então? Onde essa Sofia mora?

- Nos apenas te levaremos até lá. Não podemos dizer a você a localização agora. – irrompeu Ômega.

- Então vamos logo. Não estou nem um pouco a fim de perder tempo. – disse Magno saindo da suíte de Luminos sem esperar pelos iluminados.

- Esse cara realmente tem pressa de por o pescoço em risco. Se nem Milos e Michael puderam vencer-los, que chance esse garoto terá contra os dois? – Ômega falou indo atrás dele.

- Os jovens... A cada ano que passa, eles querem morrermais cedo. – Alfa continuou.

- Estou contando com vocês, não posso acompanhá-los por que tenho que voltar à Genesis. Que os poderes do Grande os acompanhem. – Luminos deu uma bênção a eles enquanto falava sozinho.

Ao saírem da ala reservada para os minângelos, Magno e os iluminados se dirigiram até a entrada de um salão quepossuía acima da porta a imagem de uma fênix de chamasazuis e olhos vermelhos como sangue.

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- Ma - Magno. Por que exatamente viemos aqui? – Alfa disse com a voz tão perturbada que dava pra ver que ele não queria entrar naquele lugar ainda que sua mãe estivesse sendo enforcada lá.

- Para comunicar sobre minha viagem. Esqueceu que agora sou do alto escalão do congresso. – Magno falou detendo sua mão que já estava preste a girar a maçaneta.

- O que foi Alfa? Por que ficou pálido de repente? – perguntou Ômega.

- Eu – Eu... Pálido?! Não faça esse tipo de piada Ômega!

- Então... Já que ninguém está com medo... Vamos entrar! – disse Magno olhando para Alfa que mantinha um falso sorriso de descontração enquanto empurrava a porta.

Quando entraram na sala, Magno e seus companheiros se depararam com um típico salão de reuniões em que os executivos de uma empresa discutem o futuro da firma. Havia uma prateleira para documentos, o brasão dos rastreadores e um projetor em cima da mesa que era na forma de estrela de doze pontas, o número máximo de rastreadores que podia haver simultaneamente no alto escalão de Mikhail, mas que agora, possuía apenas cinco membros sentados que olhavam um pro outro de forma desconfiada até ver que o sexto integrante adentrava a sala que a julgar pelo tamanho era provisória.

- Olha só! Não é que o novato veio para participar de sua primeira reunião. Já iríamos começar sem você e... – disse o rastreador da cabeceira da mesa. Se é que aquela mesa tinha cabeceira.

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- Oi Andrew. Só vim para avisar que estou de saída, boa reunião para vocês e adeus. – Assim que Magno disse isso, deu meia volta e saiu andando pelo corredor, o que deixou o alto escalão e os iluminados boquiabertos.

- O- o quê? – Ômega disse com a face congelada.

- Ei... Espera ai! – gritou um dos rastreadores que estavana mesa se levantando e correndo atrás de Magno, só queele esqueceu que os iluminados estavam imóveis barrandoa passagem pela porta e por isso, acabou ganhando um galo na cabeça.

- Olha por onde você anda seu idiota. – berrou Alfa se levantando e correndo em direção a Magno que já estava longe.

- Ah se agente não estivesse com pressa. – Completou Ômega olhando friamente para o rastreador e seguindo o exemplo de Alfa.

Assim que Alfa e Ômega conseguiram alcançar Magno, todos resolveram por sair do ministério e passar a noite emuma pousada próxima à saída da cidade, assim, poderiam sair de libra sem mais interrupções.

- Anhhhhh! E então Alfa. Como passou a noite. – bocejouÔmega.

- Muito mal em dicas se de passagem, o colchão daqui é muito duro. Mas, cadê o Magno?

Apressadamente os iluminados se puseram de pé, fizeram toda a higiene pessoal e se dirigiram para o restaurante da pousada quando viram Magno que já

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estava na recepção pagando a diária dos três e saindo do estabelecimento. Como não tinham outra opção, Alfa e Ômega saíram atrás de Magno sem café da manhã.

- E então... Para onde vamos? – Magno questionou olhando para os dois assim que eles conseguiram alcançá-lo.

- Para o sul. – respondeu Ômega ofegando. – Mas fica muito longe.

- Você poderia pelo menos ter deixado agente tomar café. – Alfa disse ainda sonolento.

- Se queriam comer antes de partir deveriam ter acordado às quatro da manhã como eu! Agora vamos, nãoposso perder nenhum segundo.

- Você está a cada instante mais apressado. Primeiro na ala dos minângelos, depois na reunião dos rastreadores doalto escalão e agora você praticamente correu da pousada sem ter dormido pelo menos quatro horas... Completar a missão de Luminos muito rápido e correr atrás daqueles que atacaram você e seus mestres sem uma preparação adequada só o fará ter o mesmo destino de Milos e Michael à toa. Aposto que eles não iriam querer isso de forma alguma. – Ômega falou agarrando o braço de Magno.

- Faça-me o favor de me largar e vamos até essa Sofia. Por favor?

- Tá bem. Mas, já que você está tão apressadinho. Comovai fazer para chegarmos lá em menos tempo? Com o

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método que eu e Alfa conhecemos, levaríamos pelo menosuma semana para chegarmos até lá se fossemos correndocomo uns loucos.

- Então não vamos correr! – Magno falou esboçando um leve sorriso. – Vamos ir voando, assim pouparemos no mínimo quatro dias!

Ao dizer isso, Magno pegou de seu bolso um pergaminhoque o ancião lhe havia dado em Soraktos e começou a ler. Quando terminou de ler seu conteúdo, o rastreador pôs a folha no chão e cortou a palma de sua mão com uma faca, deixando o sangue de seu ferimento cair sobre o papel queapenas parecia absorver o sangue sem ficar sujo com ele. Após isso, Magno começou a falar de um jeito estranho, com se sua voz se multiplicasse em quatro enquanto falava algo como:

“Com a oferenda parcial da alma de seu mestre. Eu, Magno, invoco o pássaro guerreiro que é de meu encargo”.

- O que é que você está fazendo? – Alfa disse olhando Magno de forma atravessada.

- Cale-se. – Magno cortou a conversa com o segurança de Luminos sem nem olhar para ele.

- Ah se você não estivesse ajudando o mestre Luminos! Não deixaria essa passar assim tão barato. – bufou Alfa.

- Tô chegannnnnnnnnnnnndo! – uma voz gritou.

- Já não era sem tempo. – disse Magno como um patrão que está prestes a reclamar com um empregado.

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- O que é que esta chegannnnnnnnnnnnndo?! – Ômega perguntou olhando para Magno.

- Se quer saber... Olhe para cima.

- Não me diga que você possui um falcão imperial de Genesis!

- Cortesia do ancião do arsenal dos minângelos em Soraktos.

- Ancião é? Tem certeza?

- O que você acha que seria um velhinho de bigode chinês de uns sessenta anos.

- Nada não. Esquece. – riu Ômega. – E então? Vamos?

- Alexander linhas aéreas se apresentando. Em que posso ajudar Sir. Magno?

- Pergunte aos seus colegas de nação?

- Olha só... Os iluminados acompanhando você! O chefe está ficando importante.

- Me poupe de suas piadas.

- Nos leve até Sofia, por favor! – Alfa pediu.

- É pra já?

- É pra ontem. – esbravejou Magno.

- Ta bem. O chefe já está ficando sem paciência. Então vamos logo. – Alexander disse por fim enquanto todos subiam em suas costas.

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Capitulo VI – Visita a igreja da guerra

O pássaro começou a alçar voo muito rápido já demarcando o curso para Sofia e olha que ele não possuía GPS. Após um dia e meio de viagem, Alexander e seus tripulantes se aproximavam de uma igreja imensa que desde longe dava pra ver que ela era uma construção magnífica. Ao se aproximar um pouco mais da igreja, Alexander começou a cair bruscamente com o bico apontado para o chão.

- O que é que você esta pensando?! Quer nos matar é?! – Magno gritou no ouvido de Alexander que parecia não lhe ouvir.

- Mas que droga! Alfa. Vamos usar o para quedas de emergência.

- Já estou providenciando Ômega, mas preciso da suaajuda.

Uma luz começou a brilhar dos dois e asas de energia começaram a se forma em cima das de Alexander, mas pouco depois elas viraram pó. Dando mais velocidade a queda deles.

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- Não é possível. Não acredito que a bênção de anjo não deu certo. – Esperneou Alfa.

- Bem... Agora já era! – Ômega completou.

- Ainda não! Talvez eu possa... – Magno falava puxando a manga direita de seu manto quando algo o interrompeu.

- Peguei vocês! Enganei vocês! Pensaram que eu tinha morrido né? – riu Alexander enquanto parava a queda bruscamente e aterrissava no chão.

- Seu idiota! O que é que deu nesse seu cérebro de pássaro! Assim que eu terminar essa missão, vamos ter uma conversa. – gritou Magno.

- Não sabia que admirava Eklipse tanto assim ao ponto de começar a imitá-lo. – Alexander falou olhando Magno com a expressão de condenação. Daqueles olhares que as nossas mães nos fazem quando aprontamos alguma.

- Desculpe Alexander.

- Obrigado por se redimir. Agora, onde é que eu estava... Sim! Obrigado por voar na Alexander linhas aéreas, espero que volte sempre! – disse o pássaro enquanto levantava voo e sumia no horizonte.

- Onde estamos? – perguntou o rastreador.

- Magno, seja bem vindo à catedral de Sofia.

- O quê?! Eu pensei que ela fosse uma pessoa e...

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- Até mais! - Disse Ômega esvaindo-se em uma nuvem fumaça de pó de giz.

- E complete a missão! Nós nos veremos em Genesis. – disse Alfa acompanhando o exemplo de seu amigo e se dissolvendo em fumaça.

- Ah seus miseráveis. Podíamos ter usado esse método. Eu cortei minha mão à toa. – Magno começou aberrar sozinho em frente à porta da catedral.

Após uma pausa dramática, Magno resolveu entrar na igreja de Sofia em busca de qualquer um que pudesse ajudá-lo em seu trabalho já que os iluminados não haviam lhe dito o nome da pessoa, não lhe passaram o celular dela e muito menos o endereço no facebook, então a julgar pelo tamanho da igreja, Magno tinha apenas umas dez mil opções de pessoas para perguntar.

A catedral era imensa, tinha corredores quilométricos por toda a parte, seu piso era feito em mármore, tinha logo na entrada um jardim com as flores mais lindas e variadas do mundo e estava repleta de anjos trajando armaduras de guerra, não importa para onde olhasse, sempre era visível um anjo guerreiro. Até essa parte Magno conseguiu entender, mas, foi inadmissível para ele se deparar com um forte arsenal de arcos, espadas, sabres, lanças e etc. que estavam jogadas num canto. Eo mais esquisito ainda é que mesmo sendo gigante, a igreja parecia vazia.

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- Mas que estranho. Tem alguém aí? – Magno gritou, mas sem resposta a não ser o barulho de passos que vinham de longe.

- Além de mim, existe uma alma viva nesta igreja? – o rastreador exprimiu um grito com mais força e só o que pode ouvir foi os mesmos passos de antes.

- Será que há algum idiota aqui! – Magno soltou um berro tão forte que deve ter alcançado toda a igreja, e isso era muito. Ele esperou pelos passos, mas o que recebeu em resposta foi uma flecha que acertaria seu rosto em cheio se ele não desviasse.

- Arg! O quê que é isso? Por que fizeram isso? O que teria acontecido se eu não me esquivasse. – Magno rosnou com a mão no rosto que estava sangrando devido ao arranhão da seta.

- Quem é o idiota agora. É claro que isso é uma flecha, e, por que um rastreador entra em Sofia sem permissão? – uma voz do alto disse.

- Posso perguntar o mesmo. Quem são vocês? – disseMagno olhando para cima de uma torre de vinte metros de altura. Onde havia pelo menos cinco mulheres vestidas de freiras, quatro com arcos e uma com uma bazuca.

- Somos devotas daqui e... Por favor, nos chame de irmãs! – a freira da bazuca pediu.

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- Irmãs devotas? Não sabia que doces e meigas freiras usavam armas hoje em dia, muito menos que atacavam visitantes que vieram de tão longe.

- Me desculpe, mas é que aqui só é permitida a entrada de homens em situações especiais, para treinar para fazer parte do clero, ou quando abrimos a igreja em dias de missa, já com os rastreadores somos bem mais rígidas. Você apenas invadiu sem dizer nada então... Se não tem nada de importante para fazer aqui saia. – a arqueira que disparou a seta em Magno disse.

- Hahahahahahahahahahahaha!

- Do que está rindo rastreador? – disse outra que já apontava a flecha.

- Nada não. É só que vocês estão me dando sermões bem depois de terem me atingido com uma flecha.

- Quer que sejam duas?! – disse outra arqueira.

- Tá bem. Eu estou aqui em uma missão, Luminos me mandou aqui para que alguém me ajude a trazer o herdeiro de Nicolau de Davi.

- Entendo... Vocês estão dispensadas, podem ir! – a irmã da bazuca disse e imediatamente as quatro arqueiras saíram correndo.

- É que eu preciso de ajuda para atravessar a distor...

- Cale a boca. Por que acha que eu as dispensei, eu não quero que elas ouçam isso.

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- Tá bom, mas você não precisava ter se arremessadoda torre para me chutar.

- Eu sei, mas é que me deu uma vontade de fazer isso. Em todo caso, venha comigo.

Magno seguiu a freira pela catedral se deparando comfreiras, padres, bispos, aprendizes e era estranho para ele se deparar com os mais variados olhares, havia os que pareciam ter medo dele e os que estavam a ponto de atacá-lo.

- Irmã?

- Sim?

- Posso fazer uma pergunta?

- Claro você já fez duas mesmo.

- É impressão minha ou o pessoal daqui não gosta muito dos rastreadores?

- Não é impressão sua já faz muito tempo que os rastreadores de Mikhail não são bem vindos aqui.

- Por quê?

- Pergunte aos seus colegas James e Andrew.

- O que foi que eles fizeram?

- Já falei para perguntar a eles, não gostamos de falar sobre isso além do mais, já estamos quase chegando até a pessoa que pode lhe ajudar. – repreendeu a irmã.

Os dois seguiram até chegarem a um quarto que ficava afastado de tudo nos fundos da igreja.

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- Por que essa pessoa mora tão longe assim? Estamos praticamente fora da catedral. – Magno falou ofegante.

- É que ela não gosta de estar muito com os outros e as outras irmãs têm medo dela. – falou à freira que ainda estava com a bazuca a postos batendo na porta do quarto.

- Quem é? – uma voz murmurou sonolenta vinda do quarto.

- Sou eu, Rosália.

- Já estou indo.

Quando a garota abriu a porta, Magno teve dois sustos que quase o fizeram enfartar. O primeiro é que a garota era estonteantemente bonita e o segundo, é que o quarto dela mais parecia com o de um gênio valentão. Havia computadores portáteis e anotações em cima de sua cama além de livros de ciências e matemática, no resto do espaço havia armas de fogo como metralhadoras, além de um suporte que suspendia seis espadas organizadas de acordo com o seu tamanho. Sem falar que aquele quarto não tinha nada que uma garota normal gostasse... Nenhum bicho de pelúcia, nenhuma caixa de maquiagem em seu criado mudo e até sua pilha de cd´s era composta apenas por rock e rap. A garota estava vestida com um jeans preto e uma blusa azul coberta por um casaco vermelho.

- Qual é o seu nome? – Magno falou fazendo uma cara de idiota devido à beleza da garota.

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- Amélia Xavier Johnson.

- E... Você tem namorado? – perguntou o rastreador com uma cara de idiota maior ainda.

- Não e... Não tenho o menor interesse em você! – Amélia disse após dar um soco no estômago de Magno.

- Eu sei... Só estava brincando!

- Irmã Rosália, quem é esse idiota?

- Ele é Magno, rastreador de Mikhail.

- Perai! Eu não lhe disse meu nome. Como é que vocêsabe que me chamo Magno?

- Bom eu tenho que ir. Espero que vocês se entendame ajudem Luminos. – disse Rosália saindo de fininho.

- Luminos? – Amélia disse com muita empolgação o nome do criador da luz.

- É ele disse que eu deveria procurar por alguém que pudesse me ajudar a atravessar a distorção dimensionalpara trazer até aqui o herdeiro de Nicolau de Davi.

- E... Para que exatamente o senhor Luminos iria querer trazer um descendente daquele cara até aqui?

- Ele me disse que as asas do caos foram roubadas, parece que alguém está formando uma organização queestá realizando uma serie de ataques com o objetivo de enfraquecer Genesis e Armageddom. Você já deve ter ouvido falar do furto da lança de Eklipse e do ataque dos sete invasores que se passaram pelos anciãos da justiça.

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- Já ouvi sim. Praticamente todos os rastreadores de Mikhail estavam lá e mesmo assim não puderam evitar que houvesse mais de duzentos mortos. Todo um clã foiderrotado por seis adolescentes e uma massa de energia ambulante.

- É. Pode até ser... Mas, Eklipse foi quem lutou contra o humanóide e teria perdido se Luminos e James não tivessem ido lhe ajudar.

- James... Aquele covarde, não me faça rir. A única coisa que ele fez foi disparar o destino divino que os guardiões claro-escuro produziram. Se não fosse pelos dois, a cidade de libra ficaria a mercê do que aquela estrela de sete pontas significasse.

- Como é que você sabe tanto sobre o que ocorreu emlibra.

- Eu apenas sei!

- Certo... Mas, como é que você sabe hein?

- Vai querer minha ajuda ou vai continuar a perguntar algo que não vou responder por hora.

- Vou querer ajuda.

- Muito boa escolha. Por onde começamos?

- Luminos disse que é necessário encontrar esse garoto antes que essa organização o encontre e o convença a usar as asas do caos contra as nações de Genesis e Armageddom.

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- Assim eles poderiam destruir ou dominar toda a distorção, sendo que depois poderiam ir atrás do Grande uma vez que tivesse em mãos o poder das asas.

- E como vamos atravessar a distorção.

- Se tiver coragem o bastante, me siga. – Amélia falou de um jeito tão áspero e frio que provocaria dúvida até no próprio medo.

- Claro que vou te seguir. Quando terminar essa missão, tenho que acertar umas contas e... – disse Magno sem nenhum vacilo em sua voz quando Amélia odeixou realmente assustado.

- Contas essas a acertar com um arquelista e um renegado. Sinto em dizer, mas, mesmo com suas armase o que você carrega em seu braço. Você não está no nível de derrotar-los, precisa treinar primeiro.

- Como é que sabe de tudo isso? – Magno começou a olhar Amélia com desconfiança.

- Cale a boca e me acompanhe.

- Ce-Certo!

- Então vamos.

Os dois saíram da catedral e foram até um grande teatro ao norte no topo de uma colina. Chegando lá, se depararam com o fato de que onde deveria haver o palco e as bancadas no solo, existia apenas uma arena onde freiras lutavam com armas ou no braço mesmo.

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- Mas o quê que é isso?

- Atividade de recreação. Elas estão brincando.

- BRINCANDO?!

- Não acha que freiras precisam se exercitar.

- Mas se exercitar atacando umas as outras. O que é que elas são?

- Religiosas?

- Religiosas uma ova! Eu mal cheguei aqui e fui recebido com uma flecha.

- Só uma?

- Como assim só uma?

- Nada, é que o ultimo rastreador que chegou aqui sem ser convidado foi recebido, com posso dizer... Menos afetuosamente.

- Menos afetuosamente?

- Sim. As irmãs o expulsaram a golpes de tacape.

- Muito bom. Começo a entender o porquê da flecha, pra falar a verdade, até que eu tive sorte.

- Teve mesmo. Sara, por favor, venha aqui!

- O que é que você quer Amélia? Ei! O que é que vocêainda está fazendo aqui?

- Vo-você? – disse Magno para Sara que estava coberta da cabeça aos pés com uma armadura prateada

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tão polida que parecia ser feita de pérolas. Na verdade, ele só a reconheceu por causa do seu arco.

- Por que a irmã Rosália ainda não o botou para fora! Não tem problema eu mesmo vou recolher o lixo.

- Calma Sara! Deixa que eu explique o que ele está fazendo aqui.

Amélia então explicou que Magno havia ido até Sofia em busca de ajuda para procurar o herdeiro de Nicolau em nome de Luminos e coisa e tal.

- Entendo, sendo assim teremos que ajudar esse lixo. – concluiu Sara.

- Obrigado pela parte que me toca. – Magno murmurou.

- Bem, sendo lixo ou não. Parece que ele é o único que pode atravessar a distorção além de mim. Do contrario, Luminos mandaria um de seus minângelos que sem dúvida é mais confiável que ele.

- E você vai junto com ele? – Sara questionou olhandopara Magno com desprezo

- Claro. Se eu não for, ele vai se perder.

- Certo. Tá tudo bem, tranquilo, mas, como é que vamos atravessar essa distorção?

- Por que acha que viemos aqui?

- Você queria me intimidar com a armada das irmãs assassinas?

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- Não!

- Então o quê?

- Precisamos que elas cantem para nós.

- Como?

- Isso mesmo. Eu sou encarregada de ajudar a buscar o herdeiro na terra, mas, só o canto das irmãs pode abrir o portão dimensional.

- O que é esse portão?

- É uma passagem que pode levar a qualquer lugar, mas é preciso ter cuidado. Se escolher a entrada errada, você pode cair no núcleo zero ou no domínio de gente que você não quer encontrar.

- De quem. Os Assuras?

- Vamos dizer que eles são um pouco mais fortes que os Assuras.

- Quem?

- Esqueça. – Sara interferiu.

- Vamos ao que interessa, por favor? Sara chame as irmãs e diga para que elas vão à entrada da catedral daqui a quatro horas.

- Sim. Vou convocá-las imediatamente.

- E nós?

- Você vem comigo. Temos trabalho a fazer.

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Magno e Amélia passaram o resto do tempo se preparando no quarto da garota. Trabalhando para encontrar o país em que a criança se encontrava e chegaram à conclusão de que a Espanha era uma boa opção inicial.

- Tudo certo. Traçamos a rota, agora vamos à entrada da catedral. Magno chame seu amigo emplumado.

- Que amigo emplumado? – Magno tentou disfarçar que não sabia do que Amélia falava.

- Alexander.

- Você sabe sobre isso também?

- Foi o presente que o ancião lhe deu. Não foi?

- Até isso?

- Sim, até isso.

- Sem mais perguntas.

- Obrigado.

Magno então fez novamente a invocação de Alexander e poucos minutos depois o pássaro verde fosforescente imenso apareceu.

- Alexander viagens e montaria aérea para guerras de prontidão senhor. – disse Alexander aterrissando ferozmente na entrada da igreja. O pássaro pousou comtanta violência que provocou uma rachada de vento tão forte a ponto de obrigar as irmãs a se ajoelhar para não serem arremessadas para longe.

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- E aí chefe. Tudo bem? Ah, me desculpem irmãs.

- Oi pra você também Alexander.

- Em que posso ajudar?

- Ah, sobre isso. Preciso que me ajude a atravessar a distorção dimensional.

- A distorção dimensional?! Você pirou ou o quê? Nempensar, não mesmo!

- Cara, é pra ajudar o mestre Luminos.

- Que Luminos lhe ajude. Eu não vou arriscar meu lindo pescoço verde por nada. E tem mais... Por que precisaria de mim?

- Por que Amélia disse que é necessário algo que tenha asas além de um possuir a energia que vem de Genesis ou Armageddom para atravessar a distorção?

- E por que os iluminados não fazem isso, você viu a bênção de anjo que eles possuem não viu?

- Vi, mas, eu não sei por que eles não cumprem a missão já que Luminos está na nação dos minângelos agora. Eu também tenho coisas muito melhores para fazer do que caçar um pirralho descendente de um sujeito que quase arrasou as duas grandes nações.

- É que não tem outro jeito. Os iluminados só podem atravessar a distorção com a concordância de Eklipse e de seus cães de guarda. – Amélia explicou.

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- Mas é que eu tenho muita coisa para fazer sabe montar um ninho, procurar comida para os meus filhotes, proteger a Genesis, etc.

- Mas você não tem filhos e vamos combinar... Luminos é bem mais forte que você e com certeza ele vai dar conta de cuidar da Genesis.

- Mas é que é uma viagem muito perigosa e... – Alexander insistiu até que Amélia interveio.

- Por favor, Alexanderzinho. Eu tenho certeza que o melhor e mais forte falcão imperial da Genesis não vai me deixar ir sozinha com esse idiota insensível que te maltratou, vai? – Amélia apelou de um jeitinho meigo e irresistível.

- Tem toda razão. Não posso deixar que uma jovem tão delicada como você vá acompanhada apenas por esse bruto. – concordou por fim o pássaro. Viu, falei quea apelação era irresistível.

- O quê que você está dizendo, seu Judas! – Magno rugiu exasperadamente para Alexander.

- E pensar que eu cogitei uma moça linda e amável como essa viajar sozinha com esse bronco idiota e fraco. – Suspirou a ave ignorando seu mestre.

- Amável?! Você acha que essa garota é amável.

- Sim, por que não seria? Além do mais, só as pessoas boas habitam a igreja. Não é mesmo?

- Você está completamente certo. – Assentiu Amélia.

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- Você está errado Alexander! Muito errado mesmo! – Magno explodiu de raiva e começou a contar a história de como foi recebido pelas doces e simpáticas freiras, sobre a arena de atividades físicas e o arsenal militar que elas tinham.

- Elas lhe atingiram com uma flecha. Isso está muito errado. Por que vocês arremessaram uma flecha no meu mestre? – Alexander exclamou para as irmãs.

- Isso mesmo. Defenda a justiça! – Magno disse.

- É por que... – sara começava a responder quando a própria ave a cortou.

- Por que uma flecha... Vocês deveriam acertá-lo com pelos menos cem!

- O- o – o QUÊ!!!!!!!!!!!!!! – Magno esbravejou depois de gaguejar.

- Se Alexander decidiu nos acompanhar, vamos logo ao que interessa. Sara todas as irmãs estão aqui?

- Sim. Estamos prontas ao seu sinal Amélia.

- Então vamos começar. Magno e Alexander vamos, me sigam.

Os três subiram até o topo de uma torre e Amélia lançou uma bomba de fumaça para dar o sinal às irmãs que começaram a entoar um cântico sereno e calmo como uma canção de ninar em latim.

“As irmãs de Sofia atendem ao pedido do Guerreiro. Abriremos o portal e rezemos para que volte inteiro.

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Para o voo da ave da luz pedimos proteção e a nossa criança damos nossa bênção”.

Enquanto as freiras cantavam, um buraco começou a surgir do nada e a julgar pela aparência o que havia nele fazia quem o visse ter a impressão de que estava viajando na velocidade da luz, pois todas as cores tinham se dividido e se espalhado em um efeito Doppler.A fenda era assustadora e na medida em que crescia piorava por que começava sugar tudo que estavam próximas a ele, cadeiras, parte do arsenal de Sofia, etc. ele foi engolindo coisas até que parou de crescer