Asas Para Despertar

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    Asas para Despertar

    Uma antologia do Canon Pali

    Thanissaro Bhikkhu

    [O Buda:]

    "Ento isto o !ue o#$s pensam de mim: %O A&en'oado( Compassio( pro#urandoo nosso &em)estar( !ue ensina o Dhamma por #ompai*o+ % Ento o#$s deem

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    treinar)se de ,orma harmoniosa( #ordial( e sem disputas( nas !ualidades !ue -.indi!uei( tendo)as #onhe#ido dire#tamente: os !uatro !uadros de re,er$n#ia( os

    !uatro es,or'os #orre#tos( as !uatro &ases do poder( as #in#o ,a#uldades( os #in#opontos ,ortes( os sete ,a#tores do Despertar e o no&re #aminho /#tuplo0+

    ) 1+234

    )))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

    Cop5right 6C7 8323 por A##ess to 9nsight+ Todos os direitos reserados+

    Editora Commodius i#us ePu&lisher ) ;etem&ro de 8323

    Proeni$n#ia: Thanissaro Bhikkhu 6#7 2eis mediante

    soli#ita'o+ Para entregas para as Amri#as e ,ri#a( por ,aor es#rea para: 1etta@orest 1onaster5( PO Bo* 23

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    9ntrodu'o

    PAMTE 9: PM9JCNP9O; B;9CO; A+Ga&ilidade66P7 2)7

    B+ O Carma e o @im do Carma66P7)27

    PAMTE 99: O; ;ETE OFO; A+ O Ensinamento dos Tesouros66P7 2)8Q7

    B+ Os uatro uadros de Me,er$n#ia66P7 8=)7 C+ Os uatro Es,or'os Corre#tos66P7

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    sua apli#a'o na pr.ti#a+ @oi en#ora-ador er !ue as pessoas na Amri#a V !ue ao#ontr.rio da sua reputa'o em outras partes do mundo ) esto interessados emaprender aut$nti#os ensinamentos &udistas e a integr.)los nas suas idas+ Este

    in#entio !ue me deu o >mpeto para trans,ormar este material num liro+Alm disso os parti#ipantes dos #ursos a#ima re,eridos( Dorothea Boen( ohn

    Bullitt( im Col,a*( Charles Gallise5( Waren Wing( 1u ;oeng( Andre OlendSki(Fregor5 1+ ;mith e ane Xudelman( leram e o,ere#eram aliosos #oment.rios

    so&re as #on,igura'?es anteriores do manus#rito+ ohn Bullitt tam&m a-udou #omo >ndi#e+ O trminos do liro( dee muito a todas estas pessoas+ uais!uer erros

    !ue #ontenha( naturalmente( so da minha responsa&ilidade+Dedi#o este liro a todos os meus pro,essores e( em parti#ular a Phra A-aan ee

    Dhammadharo( o pro,essor do meu pro,essor prim.rio( Phra A-aan @uang otiko+ Oe*emplo de ida de A-aan ee tee uma grande

    in,lu$n#ia so&re a minha pr/pria( em mais do !ue posso realmente retri&uir+ O seuensinamento do #aminho &udista( #omo uma arte ) #omo e*presso em Asas para oDespertar e in#orporado na pr.ti#a da medita'o da respira'o ) ,orne#eu a

    inspira'o ini#ial e #ont>nua( para es#reer este liro+ O,ere'o)o K sua mem/ria #omo maior respeito+

    Thanissaro Bhikkhu1etta @orest 1onaster5

    P+ O+ Bo* 23,i#as na pr.ti#a( e para o #aminho dapr.ti#a #omo um todo+ Eles no so destinados a ante#ipar ou a responder a #ada

    pergunta poss>el( leantadas pelas passagens+ Em eS disso( eles t$m #omoo&-e#tio dar uma ideia do tipo de perguntas !ue podem ser mais proeitosas para

    as passagens( de modo a !ue as li'?es #ontidas nas passagens podem serdeidamente apli#adas K pr.ti#a+ Como o Buda apontou( a atitude de "aten'o

    apropriada" 65oniso manasikara7( a #apa#idade de ,o#ar as !uest?es #ertas( umadas ha&ilidades mais importantes a desenoler no \m&ito da pr.ti#a+ Estaha&ilidade muito mais proeitosa do !ue uma atitude !ue tenta #hegar K pr.ti#a(

    armada de ante#ed$n#ia #om todas as respostas #ertas+

    O #onte*to ,orne#ido pelos ensaios triplo: isto ( doutrin.rio( #olo#ando aspassagens dentro da estrutura dos ensinamentos do Buda( tido #omo um todohist/ri#o( ou se-a( rela#ionando)os #om o !ue #onhe#ido da hist/ria intele#tual e

    so#ial da po#a do Buda e pr.ti#o( ou se-a( apli#ando)os K pr.ti#a do #aminho&udista no presente+

    As mais importantes ,ontes( para o #onte*to doutrin.rio so os dis#ursos do C\noneem si+ O Buda e os seus dis#>pulos no&res so de longe os guias mais #on,i.eis

    para o signi,i#ado das suas pr/prias palaras+ 1uitas eSes um ensinamento !uepare#e ago ou #on,uso !uando en#ontrado por si s/ num Lni#o dis#urso( torna)se

    mais #laro !uando isto no #onte*to de diersos dis#ursos !ue tratam de umaariedade de \ngulos( assim #omo mais ,.#il o&ter a #ompreenso de um edi,>#ioatras de uma srie de ,otos tiradas a partir de perspe#tias di,erentes( do !ue de

    uma Lni#a ,otogra,ia+ Esta a&ordagem para a #ompreenso dos dis#ursos instrutia( no s/ !uando o dis#urso * de,ine e*pli#itamente um termo men#ionado

    no dis#urso( mas tam&m !uando os padr?es de imagens e terminologia permeiammuitas passagens+ Dois #asos em !uesto: Em #onte*tos distintos( os dis#ursos#omparam o so,rimento #om o ,ogo( e a pr.ti#a de treinar a mente na medita'o#om a arte de a,inar e to#ar um instrumento musi#al+ Em #ada #aso( os termost#ni#os ) da ,>si#a( em primeira inst\n#ia( da teoria musi#al na segunda ) so

    apli#ados para a mente num grande nLmero de #onte*tos+ Assim( Ltil#ompreender de onde os termos esto indo( a ,im de apreender as suas #onota'?es

    e ad!uirir um sentido intuitio ) #om &ase na nossa pr/pria ,amiliaridade #om o,ogo e a mLsi#a ) do !ue eles signi,i#am+

    Em alguns #asos( #itei ers?es alternatias dos dis#ursos ) #omo os #ontidos noCanon ;arastiada preserado na tradu'o #hinesa ) para lan'ar luS so&re aspassagens em Pali+ Em&ora o Canon ;arastiada #omo um todo( pare'a ser

    http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#Parte_1_Princ%EDpios_B%E1sicoshttp://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#Parte_3:http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#Parte_1_Princ%EDpios_B%E1sicoshttp://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#Parte_3:
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    posterior ao Pali( no h. nenhuma maneira de sa&er se os dis#ursos ;arastiadaem parti#ular( so mais primitios ou mais tardios( do !ue as suas #ontrapartes emPali( ento as #ompara'?es ,eitas entre os dois( destinam)se simplesmente #omo

    assunto para o pensamento+

    Tam&m aproeitei o#asionalmente o P.li A&hidhamma e #oment.rios( !ue sodis#ursos posteriores por .rios s#ulos+ A!ui( porm( tie de ser sele#tio+ Estes

    te*tos empregam uma a&ordagem sistem.ti#a para se interpretar os dis#ursos( ondealguns ensinamentos se a-ustam( uns melhor do !ue outros+ G. #asos em !ue umensino em parti#ular( tem um signi,i#ado em termos de sistema( e outro !uando

    isto no #onte*to dos pr/prios dis#ursos+ Assim( adoptei os #onhe#imentosespe#>,i#os destes te*tos( onde eles pare#em genuinamente iluminar o signi,i#ado

    dos dis#ursos( mas sem adoptar a estrutura geral !ue in#ide so&re os ensinamentos+

    Para ,orne#er o #onte*to hist/ri#o( &aseei)me numa ariedade de ,ontes+Joamente( a ,onte mais importante a!ui o C\none em Pali em si( tanto no !ueele tem a diSer e*pli#itamente so&re o meio so#ial e intele#tual do tempo do Buda(#omo no !ue ele diS impli#itamente so&re a ,orma #omo as dis#iplinas intele#tuaisda po#a do Buda ) #omo a #i$n#ia( a matem.ti#a e a teoria da mLsi#a ) a-udaram amoldar a ,orma #omo o Buda e*pressou o seu pensamento+ Tam&m me &aseei em

    ,ontes se#und.rias( onde estas ,aSem um tra&alho Ltil de #onsu&stan#iar temaspresentes no #\none Pali+ Estas ,ontes se#und.rias so #itadas na Bi&liogra,ia+

    Por!ue a tradi'o Pali ainda est. ia( os #onte*tos doutrin.rios e hist/ri#os noleam em #onta a gama de signi,i#ados !ue os prati#antes &udistas #ontinuam aen#ontrar nos te*tos+ Para apoiar essa eidente dimenso( inspirei)me nosensinamentos das tradi'?es de pr.ti#as modernas( onde estas se pare#em

    harmoniSar #om a mensagem do Canon e adi#ionar uma perspe#tia es#lare#edora+A maioria desses ensinamentos so retirados da Tradi'o da @loresta da Tail\ndia(

    mas tam&m me inspirei noutras tradi'?es+ Tenho seguido a tradi#ional pr.ti#a&udista de no identi,i#ar as ,ontes para esses ensinamentos( por duas raS?es: emprimeiro lugar( de muitas ,ormas( deo todos os #onhe#imentos o,ere#idos neste

    liro K ,orma'o !ue re#e&i dos meus mestres na tradi'o da ,loresta( e pare#earti,i#ial #redit.)los por alguns pontos e no por outros em segundo lugar( h. a

    possi&ilidade de !ue eu tenha entendido mal alguns dos seus ensinamentos ou le.)los para ,ora de #onte*to( ento eu no !uero arris#ar o meu #rdito por os ter

    entendidos mal+

    Ao ,orne#er um #onte*to mais moderno para as passagens apresentadas neste liro(porm( no tentei interpretar os ensinamentos em termos de psi#ologia ou

    so#iologia moderna+ A mensagem do Buda atemporal e dire#ta+ Ela no pre#isa deser traduSida em dis#iplinas de modas moment\neas e !ue so de muitas ,ormas

    mais distantes da e*peri$n#ia da realidade dire#ta( e mais proaelmente #res#erem,ora de #onte*to+Jo entanto( e*istem duas dis#iplinas modernas em !ue eu me tenho inspirado para

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    a-udar a e*pli#ar alguns dos aspe#tos mais ,ormais do modo de dis#urso do Buda eda sua an.lise dos prin#>pios de #ausalidade+

    A primeira dis#iplina a ,enomenologia( o ramo da ,iloso,ia !ue lida #om,en/menos #omo eles so ien#iados( em si mesmos+ G. muitas es#olas de

    ,enomenologia moderna( e no meu o&-e#tio tentar e!ua#ionar os ensinamentosdo Buda #om !ual!uer uma delas+ Jo entanto( o Buda re#omendou um modo deper#ep'o( !ue ele #hama "entrada no aSio 6sunnata7^ [er+ 1J] 282( em !uesimplesmente se nota a presen'a ou aus$n#ia de ,en/menos( sem ,aSer !uais!uer

    suposi'?es adi#ionais so&re eles+ Essa a&ordagem assemelha)se ao !ue na ,iloso,iamoderna poderia ser #hamado de ",enomenologia radi#al "(um modo de per#ep'o

    !ue olha para as e*peri$n#ias e pro#essos simples #omo eentos( sem !ual!uerre,er$n#ia K !uesto de sa&er se h. alguma " #oisa " por tr.s desses eentos( ou se o

    eento se pode diSer !ue realmente e*ista [er passagens [6P7 843] e [6P7 2=]+ Por#ausa desta semelhan'a( a palara ",enomenologia" Ltil para a-udar a e*pli#ar aorigem das des#ri'?es do Buda do ,un#ionamento de #arma e o pro#esso de #o)depend$n#ia de#orrentes( em parti#ular+ Uma eS !ue sa&emos de onde ele est.

    indo( mais ,.#il as suas a,irma'?es ,aSerem sentido( para us.)las no seu pr/prio#onte*to+

    @iS uso semelhante da #i$n#ia moderna ) a teoria do #aos( em parti#ular+ G. muitosparalelos entre as teorias &udistas do ne*o de #ausalidade e a teoria do #aos

    determin>sti#o moderna+ E*emplos e terminologia desenhada a partir desta Lltima )

    #omo ,eed&a#k( inariantes de es#ala( e tur&ul$n#ia de ,luidos ) so muito Lteispara e*pli#ar a primeira+ 1ais uma eS( ao usar estes paralelos eu no estou

    tentando e!ua#ionar os ensinamentos &udistas #om a teoria do #aos ou a parti#iparem pseudo #i$n#ias+ As modas na #i$n#ia( mudam to rapidamente !ue no ,aSemos

    nenhum ,aor em tentar "proar" K luS dos paradigmas #ient>,i#os a#tuais osensinamentos do Buda+ A!ui estou simplesmente a apontar semelhan'as #omo uma,orma de a-udar a tornar esses ensinamentos #ompreens>eis em termos modernos+

    A Teoria do #aos determin>sti#o o Lni#o #orpo de #onhe#imento moderno( !uetem tra&alhado #om um o#a&ul.rio( para os padr?es de #omportamento des#ritos

    nas e*pli#a'?es &udistas de #ausalidade e( por isso pare#e uma ,onte natural deaproeitamento( tanto para des#reer esses padr?es #omo para apontar algumas das

    suas impli#a'?es menos /&ias+

    Ao ,aSer isto( per#e&o !ue #orro o ris#o de alienar os no #ientistas !ue se sentemintimidados pela terminologia #ient>,i#a( assim #omo os #ientistas !ue se ressentem#om a apli#a'o de terminologias das suas dis#iplinas para #ampos "no #ient>,i#os

    "+ Para am&os os grupos( s/ posso diSer !ue os termos em si mesmos no so"#ient>,i#os "+ Frande parte da a#tual terminologia do nosso !uotidiano para e*pli#aras rela'?es #ausais deriada da #i$n#ia do s#ulo _999( e espero !ue se-a apenas

    uma !uesto de tempo at a terminologia da #i$n#ia mais re#ente ser ,iltrada emlinguagem !uotidiana+ Para o prop/sito deste liro( importante ressaltar !ue!uando o Buda ,alou so&re a #ausalidade( a sua no'o de rela'?es de #ausalidade

    http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_230._http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_186.http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_230._http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_186.
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    no #orrespondem K nossa imagem #omum( dos ne*os de #ausalidade linear+ ;e esteponto no apreendido( a tend$n#ia #omum a de -ulgar as des#ri'?es do Buda de

    #ausalidade em oposi'o Ks nossas pr/prias e en#ontr.)las um tanto #on,usas+endo)as K luS da teoria do #aos determin>sti#o( porm( a-uda)nos a er !ue am&os

    so #oerentes e de uso pr.ti#o+

    Outro e*emplo de uma analogia da #i$n#ia moderna o termo "hologr.,i#o"( !uetenho usado para des#reer algumas ,ormula'?es do #aminho &udista+ uando umholograma ,eito de um o&-e#to( uma imagem de todo o o&-e#to ) ainda &astantene&ulosa ) pode ser ,eita at mesmo de pe!uenos ,ragmentos do holograma+ Da

    mesma ,orma( algumas ,ormula'?es do #aminho #ontem uma erso tos#a de todoo #aminho #ompleto em #ada etapa indiidual+ Ja minha &us#a por um ad-e#tio

    para des#reer tais ,ormula'?es( "hologr.,i#o" pare#ia ser a melhor es#olha+

    ;e o#$ no estier ,amiliariSado #om a terminologia da ,enomenologia( da teoriado #aos( e dos hologramas( leia a se#'o9`A( em Ga&ilidade( para en#ontrar o#onte*to doutrin.rio em !ue estes termos podem ser rela#ionados #om umae*peri$n#ia imediata: o pro#esso de desenolimento de uma ha&ilidade+ A

    a&ordagem da ,enomenologia re,ere)se ao ,a#to de !ue( na noite da sua ilumina'o(o Buda ,o#ou a sua aten'o dire#tamente so&re o pro#esso mental de

    desenolimento de estados h.&eis na mente( sem se re,erir a !uem ou o !ue estaaa desenoler a #apa#idade( ou se houe algum tipo de su&strato su&-a#ente aopro#esso+ A teoria do #aos diS respeito aos padr?es de #ausalidade !ue o Buda

    dis#erniu( o&serando este pro#esso( em !ue os e,eitos da a#'o por sua eS podemtornar)se ,a#tores #ausais in,luen#iando noas a#'?es+ A hologra,ia diS respeito K

    sua des#o&erta de !ue a #apa#idade desenolida( tendo #on-untos de &oas!ualidades -. presentes na mente e utiliS.)las para se ,ortale#erem umas K outras a#ada passo ao longo do #aminho+ Uma eS !ue esses pontos de re,er$n#ia ,amiliar

    se-am #ompreendidos( os termos a&stra#tos des#ritos( deem tornar)se menosestranhos e mais Lteis+

    Ao ,orne#er o #onte*to doutrinal( hist/ri#o e pr.ti#o(( &aseado em todas as ,ontes#itadas( os ensaios serem para dar entrada ao horiSonte mental e K paisagem so&reos te*tos a introduSir+ Eles tam&m t$m a inten'o de sugerir #omo os te*tos podem

    ser utiliSados para os ,ins preistos: para a-udar a eliminar os o&st.#ulos Kli&erta'o da mente+ Apesar de alguns ensaios a&ordarem !uest?es #ontroersas( aspassagens te*tuais no so destinadas a proar os pontos assinalados nos ensaios+Ja montagem desta antologia( primeiro reuni e traduSi as passagens do Canon( eem seguida( produSi os ensaios depois de ponderar o !ue haia reunido+ Por estaraSo( !ual!uer leitor !ue dis#orde das posi'?es apresentadas nos ensaios( deeainda en#ontrar as tradu'?es( aproeitando)as para os seus pr/prios ,ins+ Estou

    dolorosamente #iente de !ue alguns dos ensaios( espe#ialmente na Parte 9( tendem a

    dominar o material para !ue so designados( mas isso por!ue os temas da Parte 9desempenham um papel pro,undo nos ensinamentos do Buda #omo um todo+Assim( tie de lidar #om eles em pormenor( e indi#ar !ue eles no diSem apenas

    http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#A._T%E9cnicahttp://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#Parte_1_Princ%EDpios_B%E1sicoshttp://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#A._T%E9cnicahttp://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#Parte_1_Princ%EDpios_B%E1sicos
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    respeito Ks passagens na Parte 9( mas tam&m a temas a&ordados no restante doliro+

    Em&ora os ensaios deam ir longe para ,amiliariSar o leitor #om o mundo#on#eitual e #om a pertin$n#ia das passagens do te*to( e*istem outros aspe#tos daspassagens !ue podero reelar)se di,>#il para os no ini#iados( e assim gostaria de

    o#upar)me deles a!ui+

    Para #ome'ar( os ensinamentos so&re( Asas Para o Despertar( esto inter)rela#ionados de ,orma muito #omple*a+ Por!ue os liros deem ser organiSados em

    se!u$n#ia linear( tendo uma #oisa de #ada eS numa linha( isso signi,i#a !uenenhum liro pode ,aSer -usti'a a todos os #aminhos laterais e passagens

    su&terr\neas !ue ligam os elementos de um #on-unto de ensinamentos para os de

    outro+ Por este motio( organiSei o material de a#ordo #om a ordem dada no Canon(mas ) #omo -. men#ionado ) e*tensiamente #ruSados e re,eren#iados( paraseguran'a dos leitores !ue !uerem e*plorar as #one*?es !ue esto ,ora do padrolinear+ As re,er$n#ias #ruSadas so indi#adas entre par$ntesis []( e assumem tr$s,ormas+ Um e*emplo ) [6P7 284] ) uma re,er$n#ia a uma passagem do #\none

    Pali traduSida neste liro+ Outro e*emplo ) [999`E] ) um re,er$n#ia a um ensaio deintrodu'o de uma se#'o( neste #aso ;e#'o E na Parte 999+ E por ,im ) [1J 23] )

    uma re,er$n#ia a uma passagem do #\none P.li no traduSida a!ui+ Asa&reiaturas utiliSadas nestas Lltimas re,er$n#ias so e*pli#ados na p.gina dea&reiaturas+ 1uitas passagens nesta Lltima #ategoria esto traduSidos no meu

    liro( The 1ind ike @ire Un&ound( #aso em !ue a re,er$n#ia in#luir. a sigla1@U( seguida do nLmero da p.gina em !ue a passagem est. lo#aliSado no mesmo

    liro+ A minha esperan'a !ue essas re,er$n#ias #ruSadas a&riro linhas depensamento Ltil para !uem usa o tempo para e*plor.)las+

    Outra di,i#uldade poten#ial para o leitor leigo en#ontra)se no estilo das passagens+O #\none Pali ,oi( durante Q33 anos( uma tradi'o inteiramente oral+ Como

    resultado( ele tende a ser #on#iso em algumas .reas e repetitio noutras+ @iS umes,or'o para #ortar o m.*imo de repeti'?es poss>eis( mas terei !ue pedir pa#i$n#ia

    para a!uelas !ue permane#em+ Pense nelas #omo os re,ros de um peda'o demLsi#a+ Alm disso( !uando o Buda se re,eria aos monges ,aSendo isto e a!uilo(

    tenha em mente !ue a sua audi$n#ia era ,re!uentemente #omposto inteiramente demonges+ Os #oment.rios de#larados pela palara "monge" in#lui !ual!uer pessoa )homem ou mulher( leigo ou ordenado ) !ue prati#a seriamente( e este sentido dee

    ser sempre mantido em mente+ Pe'o des#ulpas pelo pre#on#eito de gnero dastradu'?es+ Em&ora tenha tentado des#o&rir ,ormas de minimiS.)lo( sinto)me

    ,rustrado( por!ue est. to pro,undamente entranhado numa literatura originalmentedirigida aos monges+

    Con,io( no entanto( !ue nenhuma dessas di,i#uldades iro reelar)se insuper.eis( e!ue #ada um en#ontrar.( #omo eu( !ue os ensinamentos do C\none P.li mais !uere#ompensam o es,or'o posto em e*plor.)lo+ A realidade de As Asas Para o

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    Despertar est. nas !ualidades da mente+ As palaras !ue esto e*pressas no C\nonePali so simplesmente ponteiros+ Esses indi#adores t$m de ser testados K luS da

    pr.ti#a sria( mas a minha #oni#'o !ue( de todos os pro,essores de medita'o!ue a ra'a humana -amais iu( o Buda ainda o melhor+ As suas palaras deem ser

    lidas repetidamente( pensadas( e postas K proa na pr.ti#a+ A minha esperan'a nare#olha dos seus ensinamentos desta ,orma( !ue eles o dar in,orma'?es Lteis

    para o treino da mente( para !ue um dia no tenha de ler so&re o Despertar( mas !ueser. #apaS de sa&er por si mesmo+

    -------------------------------------------------------

    A Ta&ela de Asas Para o Despertar

    9+ Os ;ete Con-untos

    Os uatro uadros de Me,er$n#ia 6satipatthana7

    2+ Permane#er #on#entrado no #orpo #omo um #orpo ) intenso( alerta e #ons#iente )(superando a aideS e angLstias em rela'o ao mundo+

    8+ Permane#er #on#entrado nos sensa'?es #omo sensa'?es ) intenso( alerta e#ons#iente )( superando a aideS e angLstias #om rela'o ao mundo+

    4+ Permane#er #on#entrado na mente #omo mente ) intenso( alerta e #ons#iente )(

    superando a aideS e angLstias em rela'o ao mundo++ Permane#er #on#entrado nas !ualidades mentais #omo !ualidades mentais )

    intenso( alerta e #ons#iente )( superando a aideS e angLstias em rela'o ao mundo+

    Os uatro Es,or'os Corre#tos 6sammappadhana7

    2+ Ferar a ontade( es,or'ando)se( despertando a persist$n#ia( a de,esa e e*er#endoa inten'o para o no surgimento de !ualidades in.&eis e pre-udi#iais !ue ainda no

    surgiram+8+ Ferar a ontade( es,or'ando)se( despertando a persist$n#ia( a de,esa e e*er#endo

    a inten'o para o a&andono das !ualidades in.&eis e pre-udi#iais !ue tenhamsurgido+

    4+ Ferar a ontade( es,or'ando)se( despertando a persist$n#ia( a de,esa e e*er#endoa inten'o para a #ausa do surgimento de !ualidades h.&eis !ue ainda no surgiram++ Ferar a ontade( es,or'ando)se( despertando a persist$n#ia( a de,esa e e*er#endoa inten'o para a manuten'o( no #on,uso( aumento( plenitude( desenolimento

    e #ulmin\n#ia de !ualidades h.&eis !ue surgiram+

    As uatro Bases do Poder 6iddhipada7

    2+ Desenoler a &ase do poder espiritual !ue possui a #on#entra'o ,undada nodese-o e na #onstru'o do es,or'o+

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    8+ Desenoler a &ase do poder espiritual !ue possui a #on#entra'o so&re apersist$n#ia e na #onstru'o do es,or'o+

    4+ Desenoler a &ase do poder espiritual !ue possui a #on#entra'o na inten'o ena #onstru'o do es,or'o+

    + Desenoler a &ase do poder espiritual !ue possui a #on#entra'o so&re adis#rimina'o e na #onstru'o do es,or'o+

    As Cin#o @a#uldades 6indri5a7

    2+ A ,a#uldade da #oni#'o 6saddha7+8+ A ,a#uldade da persist$n#ia 6iri5a7+4+ A ,a#uldade da aten'o plena 6sati7+

    + A ,a#uldade da #on#entra'o 6samadhi7+

    Q+ A ,a#uldade do dis#ernimento 6panna7+Os Cin#o Pontos @ortes 6Bala7

    2+ A ,or'a da #oni#'o 6saddha7+8+ A ,or'a da persist$n#ia 6iri5a7+4+ A ,or'a da aten'o plena 6sati7+

    + A ,or'a da #on#entra'o 6samadhi7+Q+ A ,or'a da sa&edoria 6panna7+

    Os ;ete @a#tores da 9lumina'o 6&o--hanga72+ Aten'o #omo um ,a#tor de ilumina'o 6sati)sam&o--hanga7+

    8+ An.lise das !ualidades #omo ,a#tor da ilumina'o 6dhamma)i#a5a)sam&o--hanga7+

    4+ Persist$n#ia #omo um ,a#tor de ilumina'o 6iri5a)sam&o--hanga7++ *tase #omo um ,a#tor da ilumina'o 6piti)sam&o--hanga7+

    Q+ ;erenidade #omo um ,a#tor de ilumina'o 6passaddhi)sam&o--hanga7+=+ Con#entra'o #omo ,a#tor de ilumina'o 6samadhi)sam&o--hanga7++ E!uanimidade #omo ,a#tor de ilumina'o 6upekkha)sam&o--hanga7+

    O Jo&re Caminho R#tuplo 6ari5a)magga7

    2+ Entendimento #orre#to 6samma)ditthi7+8+ Pensamento Corre#to 6samma)sankappa7+

    4+ @ala #orre#ta 6samma)a#a7++ A#'o #orre#ta 6samma)kammanta7+

    Q+ 1odo de ida #orre#to 6samma)a-ia7+=+ Es,or'o #orre#to 6samma)a5ama7+

    + Aten'o #orre#ta 6samma)sati7+

    + Con#entra'o #orre#ta 6samma)samadhi7+

    99+ Os @a#tores dos ;ete Con-untos #lassi,i#ados so& as Cin#o @a#uldades

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    Coni#'o

    @ala Corre#ta 6Caminho R#tuplo7

    A#'o Corre#ta 6Caminho R#tuplo71odo de ida Corre#to Caminho R#tuplo7

    ontade 6Bases do Poder7

    Persist$n#ia

    Es,or'o Corre#to 6Caminho R#tuplo7Os uatro es,or'os #orre#tosPersist$n#ia 6Bases do Poder7

    Persist$n#ia 6Elementos de 9lumina'o7

    Aten'o Plena

    Os uatro uadros de Me,er$n#iaAten'o Plena Corre#ta 6Caminho R#tuplo7

    9nten'o 6Bases do Poder7Aten'o 6Elementos de 9lumina'o7

    Con#entra'o

    As uatro &ases do PoderCon#entra'o Corre#ta 6Caminho R#tuplo7

    *tase 6Elementos de 9lumina'o7;erenidade 6Elementos de 9lumina'o7

    Con#entra'o 6Elementos de 9lumina'o7E!uanimidade 6Elementos de 9lumina'o7

    Dis#ernimento

    iso Corre#ta 6Caminho R#tuplo7Aspira'o Corre#ta 6Caminho R#tuplo7An.lise das ualidades 6Elementos de 9lumina'o7

    Dis#rimina'o 6Bases de Poder7E!uanimidade 6Elementos de 9lumina'o7

    )))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

    9ntrodu'o

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    Asas para Despertar #onstitui a pr/pria lista dos ensinamentos mais importantes doBuda+ Para o ,im da sua ida( ele a,irmou .rias eSes !ue( en!uanto os

    ensinamentos desta lista ,oram lem&rados e #olo#ados na pr.ti#a( a sua mensagemperduraria+ Assim( as Asas #onstituem( aos olhos do Buda( as palaras e os dons

    mais aliosos #apaSes de ser transmitido aos outros+

    O Despertar do Buda

    Ao dis#utir os ensinamentos do Buda( o melhor lugar para #ome'ar #om o seudespertar+ Desta ,orma( ningum ai sa&er de onde os ensinamentos esto indo epara onde se dirigem+ Para apre#iar o despertar( porm( temos !ue sa&er o !ue

    leou o Pr>n#ipe ;idarta Fautama ) o Buda antes da sua ilumina'o ) a pro#ur.)loem primeiro lugar+ De a#ordo #om a sua pr/pria des#ri'o( #ome'ou a pro#ura em

    muitas idas atr.s( mas nesta ida ,oi proo#ada pela #on#retiSa'o daineita&ilidade do enelhe#imento( en,ermidade e morte+ Jas suas palaras:

    Eu vivia em refinamento, no maior refinamento, em refinamento total. O meu pai

    at tinha tanques de ltus feitos no nosso palcio: um onde floresciam ltusvermelhos, um onde floresciam ltus brancos e um outro onde floresciam ltus

    azuis, tudo por minha causa. Eu no usava sndalo que no fosse de aranasi. Omeu turbante era de aranasi, assim como a t!nica, o meu vesturio interior, e o

    meu manto e"terior. # sombrinha branca era mantida sobre mim, dia e noite parame prote$er do frio, calor, poeira, su%idade e orvalho. Eu tinha tr&s palcios: um

    para a esta'o fria, um para a esta'o quente, e um para o per(odo chuvoso.)urante os quatro meses da esta'o chuvosa, eu era entretido no palcio da poca

    chuvosa por menestris, sem um !nico homem entre eles, e eu no sa(a nunca dopalcio. *onsiderando que os servi'ais, trabalhadores e empre$ados nas casas de

    outras pessoas eram alimentados de refei'+es com sopa de lentilhas e arrozquebrado, na casa do meu pai os servi'ais, trabalhadores e empre$ados eram

    alimentados com tri$o, arroz, e carne. esmo sendo dotado com tal fortuna, erefinamento total, o pensamento ocorreu-me: /uando uma pessoa sem instru'o,

    uma pessoa comum, ela prpria su%eita ao envelhecimento, que ainda no atin$iua velhice, v& uma outra que idosa, ela fica horrorizada, humilhada e repu$nada,

    esquecendo-se que ela tambm est su%eita ao envelhecimento, apesar de no teratin$ido a velhice. 0e eu - que estou su%eito ao envelhecimento, que ainda no

    atin$i a velhice - ficasse horrorizado, humilhado e repu$nado vendo uma pessoaque velha, isso no seria prprio de mim *onforme notei isso, o 1t(pico2

    encantamento do %ovem com a %uventude, desapareceu completamente.esmo sendo dotado com tal fortuna, e refinamento total, o pensamento ocorreu-

    me: /uando uma pessoa sem instru'o, uma pessoa comum, ela prpria su%eita 3doen'a, que ainda no foi atin$ida pela doen'a, v& uma outra que doente, ela

    fica horrorizada, humilhada e repu$nada, esquecendo-se que ela tambm estsu%eita 3 doen'a, apesar de no ter sido atin$ida pela doen'a. 0e eu - que estou

    su%eito 3 doen'a, que ainda no fui atin$ido pela doen'a - ficasse horrorizado,humilhado e repu$nado vendo uma pessoa que doente, isso no seria prprio de

    mim *onforme notei isso, o 1t(pico2 encantamento do %ovem com a %uventude,

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    desapareceu completamente.esmo sendo dotado com tal fortuna, e refinamento total, o pensamento ocorreu-

    me: /uando uma pessoa sem instru'o, uma pessoa comum, ela prpria su%eita 3morte, que ainda no foi atin$ida pela morte, v& uma outra que est morta, ela fica

    horrorizada, humilhada e repu$nada, esquecendo-se que ela tambm est su%eita 3morte, apesar de no estar morta. E se eu - que estou su%eito 3 morte, que ainda

    no fui atin$ido pela morte - ficasse horrorizado, humilhado e repu$nado, vendooutra pessoa que est morta, isso no seria prprio de mim . *onforme notei isso,

    o encantamento da pessoa vi$orosa com a vida desapareceu completamente.- #4 5,56

    #ntes do meu )espertar quando eu ainda era um 7odisatva no iluminado87uddha-a-ser9, estando su%eito ao nascimento, velhice, doen'a, morte, tristeza e

    contamina'+es, procurava 8na felicidade9 o que estava su%eito ao nascimento,

    velhice, doen'a, morte, tristeza e contamina'+es. O pensamento ocorreu-me:orque estou, sendo su%eito ao nascimento..., contamina'+es, procurando o queest su%eito ao nascimento... contamina'+es; E se eu< fosse procurar o que no

    nasce, o que no envelhece, o que no adoece, o imortal, o sem sofrimento, oimaculado, a insupervel se$uran'a da escravido: a )esvincula'o Ento, num

    momento posterior, quando eu ainda era %ovem, de cabelos ne$ros, dotado com asb&n'os dos %ovens na primeira fase da vida, raspei o meu cabelo e a barba -

    embora os meus pais dese%avam o contrrio e estivessem sofrendo com l$rimasnos seus rostos - coloquei o manto ocre e sa( da vida em fam(lia.

    ) 1J 8=Essas passagens so uniersais na sua import\n#ia( mas uma apre#ia'o #ompletado por!u$ de um -oem pr>n#ipe sair de #asa para a ida de um andarilho sem lar(

    re!uer alguma #ompreenso das #ren'as e da situa'o so#ial do seu tempo+

    O Pr>n#ipe ;idarta ieu numa repL&li#a aristo#r.ti#a no norte da Nndia durante os#ulo 9 a#+( uma po#a de grandes #onuls?es so#iais+ Uma noa e#onomia

    monet.ria estaa a su&stituir a antiga e#onomia agr.ria+ 1onar!uias a&solutas( emalian'a #om a re#m),ormada #lasse de #omer#iantes( ,oram engolindo as

    aristo#ra#ias mais elhas+ Como muitas eSes a#onte#e !uando uma elitearisto#r.ti#a est. sendo marginaliSada( as pessoas em todos os n>eis da so#iedadeestaam a #ome'ar a pbr em #ausa as #ren'as !ue haiam apoiado a elha ordem( eestaam olhando para a #i$n#ia e outras ,ormas alternatias de #onhe#imento para

    dar)lhes uma noa iso da ida+

    A prin#ipal #i$n#ia no norte da Nndia na!uela po#a era a astronomia+ Joaso&sera'?es pre#isas dos moimentos planet.rios( #om&inados #om os meios re#mdesenolidos de #.l#ulo( leou os astr/nomos a #on#luir !ue o tempo era medidoem eras( in#ompreensieis longos #i#los !ue se repetem in,initamente+ Tomando

    estas #on#lus?es( os ,il/so,os da po#a tentaram tra&alhar as impli#a'?es destaasta moldura temporal para o drama da ida humana e da pro#ura ,inal da

    ,eli#idade+ Esses ,il/so,os #a>ram em dois amplos grupos: a!ueles !ue realiSaam

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    as suas espe#ula'?es dentro da tradi'o dos edas( #om os primeiros te*tosindianos( religiosos e rituais( !ue ,orne#eu as #ren'as ortodo*as da elha ordem( e

    outro grupo no)ortodo*o( #hamado ;amanas 6#ontemplatios7( !ue !uestionaram aautoridade dos edas+ Ja moderna etimologia a palara ;amana deria de

    "perseguidor"( mas na etimologia da!uele tempo deriaa a partir de sama( o !uesigni,i#a estar "em #ampo" ou "em sintonia"+ Os ,il/so,os ;amana estaam a tentaren#ontrar um modo de ida e de pensamento !ue estiesse em sintonia( no #om as#onen'?es so#iais( mas #om as leis da natureSa( pois estas podem ser dire#tamente

    #ontempladas atras da o&sera'o #ient>,i#a( e*peri$n#ia pessoal( a raSo(medita'o ou pr.ti#as *am\ni#as( #omo a pro#ura de estados alterados de

    #ons#i$n#ia atras de austeridades( -e-um ou outros+ 1uitas destas ,ormas de#ontempla'o ne#essitaam de a&andonar as limita'?es e as responsa&ilidades daida domsti#a( e tomar a ida de um andarilho sem teto+ Esta ,oi a l/gi#a por tr.s

    da de#iso do Pr>n#ipe ;idarta para dei*ar a ida de #asa para er se podia haeruma erdadeira ,eli#idade para alm da in,lu$n#ia do enelhe#imento( en,ermidadee morte+

    . no seu tempo( os ,il/so,os di#os e das es#olas ;amana tinham desenolidomuitas interpreta'?es di,erentes do !ue as leis da natureSa eram e #omo elas

    a,e#taam a &us#a da erdadeira ,eli#idade+ Os seus prin#ipais pontos dedierg$n#ia ,oram dois:

    27 A so&rei$n#ia para alm da morte+ A maioria dos ,il/so,os di#os e ;amana

    assumiram !ue a identidade de uma pessoa( se estendia para alm desta ida( erasantes do nas#imento( de olta ao passado e depois da morte no ,uturo( em&ora

    houesse algum desa#ordo !uanto K sua identidade de ida para ida( se iria mudarou permane#er a mesma+ Os edas tinha isto o renas#imento so& um ponto deista positio( mas pelo tempo do Pr>n#ipe ;idarta a in,lu$n#ia dos #i#los das

    re#m)des#o&ertas astron/mi#as leou a!ueles !ue a#reditaam no renas#imento( a#onsiderar os #i#los #omo li&erta'o inLtil e restritia( #omo a Lni#a possi&ilidadepara a erdadeira ,eli#idade+ Goue( no entanto( uma es#ola ;amana hedonista de

    materialistas( #hamados oka5atans ( !ue negaam a e*ist$n#ia de !ual!ueridentidade para alm da morte e insistiam !ue a ,eli#idade podia ser en#ontrada

    apenas por se entregarem aos praSeres sensuais a!ui e agora+

    87 Causalidade+ A maioria dos ,il/so,os a#eitaa a ideia de !ue a a#'o humanadesempenhaa um papel #ausal nas #ondi'?es para a ,eli#idade ,utura( tanto nestaida #omo alm dela+ Opini?es so&re o modo #omo este prin#>pio de #ausalidade

    ,un#ionaa( no entanto( di,eria de es#ola para es#ola+ Para alguns edistas( a Lni#aa#'o e,e#tia era ritual+ Os -ainistas( uma es#ola ;amana( ensinaa !ue todas as

    a#'?es eram lineares( leis #ausais determin>sti#as e ,ormaam uma liga'o de #i#lorepetitio+ E*peri$n#ias presentes( segundo eles( inham de a#'?es passadas( as

    presentes a#'?es daam ,orma Ks e*peri$n#ias ,uturas+ Esta #ausalidade lineartam&m era materialista: a#'?es ,>si#as #riaam asaas 6e,luentes( ,ermenta'?es7 )su&st\n#ias pega-osas na alma !ue a mantinham ligado ao #i#lo+ ;egundo eles( a

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    Lni#a sa>da do #i#lo era ter uma ida de no)iol$n#ia e ina#'o( #ulminando #omum sui#>dio lento por ,ome( !ue !ueimasse e eliminasse o asaas( li&ertando assim

    a alma+ Alguns Upanishads ) p/s)di#os( te/ri#os V e*pressaram a #ausalidade#omo uma moralidade neutral( um pro#esso de eolu'o puramente ,>si#o+ Outrosa,irmaam !ue as leis morais eram intr>nse#as K natureSa da #ausalidade( ao insde serem meras #onen'?es so#iais( e !ue a moralidade de uma a#'o determinaa#omo isso a,e#taa o #urso do ,uturo no #i#lo de renas#imentos+ ;e estes Lltimoste*tos ,oram #ompostos antes ou ap/s o Buda ter ensinado esse ponto de ista(

    porm( ningum sa&e+ De !ual!uer ,orma( todos os pensadores pr)&udistas !uea#eitaram o prin#>pio da #ausalidade( e*pressaram( porm( !ue o iam #omo um

    pro#esso puramente linear+

    Do outro lado da !uesto( os oka5atans insistiam !ue nenhum prin#>pio de

    #ausalidade a#tuaa entre os eentos( e !ue todos os eentos eram espont\neos eauto)#ausados+ 9sso signi,i#aa !ue as a#'?es no tinham #onse!u$n#ias( e podiam)se ignorar as regras morais na nossa pro#ura do praSer sensual+ Um ramo de uma

    outra es#ola ;amana( os A-iakas( insistiam !ue a #ausalidade era ilus/ria+ AsLni#as #oisas erdadeiramente e*istentes( segundo eles( eram as su&st\n#ias

    imut.eis !ue ,ormaam os &lo#os de #onstru'o do unierso+ Por!ue a #ausalidadeimpli#aa mudan'as( ela era( portanto( irreal+ Como resultado( a a#'o humana no

    tinha nenhum e,eito so&re !ual!uer #oisa de !ual!uer su&st\n#ia ) in#luindo a,eli#idade ) e assim no tinha nenhuma import\n#ia+ Um outro ramo da mesma

    es#ola( !ue se espe#ialiSou em astrologia( insistia !ue a #ausalidade era real( mas

    totalmente determinista+ A ida humana era inteiramente determinada pelo destinoimpessoal( amoral( es#rito nas estrelas( a a#'o humana no desempenhaa nenhum

    papel no ,orne#imento da ,eli#idade ou misria a moralidade era apenas uma#onen'o so#ial+ Assim( eles insistiram !ue a li&erta'o do #i#lo do renas#imentos/ a#onte#ia !uando o #i#lo se dissipasse+ A paS de esp>rito podia ser en#ontrada

    por a#eita'o do destino da pessoa e esperando pa#ientemente pelo ,im do #i#lo(#omo um noelo de l !ue se desenrola( para #hegar ao seu ,im+

    Estes pontos de ista diergentes ,ormaam o pano de ,undo intele#tual da pro#urado Pr>n#ipe ;idarta para a ,eli#idade suprema+ Ja erdade( a sua ilumina'o pode

    ser ista #omo a sua pr/pria resolu'o destes dois pro&lemas+

    O #\none Pali regista .rias ers?es di,erentes das des#ri'?es do pr/prio Buda doseu Despertar+ Estas des#ri'?es esto entre os primeiros relatos auto&iogr.,i#os da

    hist/ria humana+ O Buda apresenta)se #omo um e*plorador e pes!uisador )e*tremamente #ora-oso em !ue( #olo#a a sua ida em ris#o na pro#ura de uma

    ,eli#idade imortal+ Depois de tentar .rios #aminhos ,alsos( in#luindo a&sor'?esmentais in,ormes e austeridades ,>si#as( ele passou so&re o #aminho !ueeentualmente tra&alhou: traSer a mente para o presente( #entrando)se na

    respira'o( e ,aSendo uma an.lise( #alma e atenta dos pro#essos da mente( !ue seapresentaram dire#tamente K sua #ons#i$n#ia imediata+ endo esses pro#essos #omoimperman$n#ia( so,rimento( e no si mesmo( ele a&andonou o seu sentimento de

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    identi,i#a'o para #om eles+ 9sto #ausou)lhe a disperso( e o !ue restou ,oi o 9mortal6Amata)dhamma7( alm das dimens?es de tempo e espa'o+ Esta ,oi a ,eli#idade !ue

    ele estaa K pro#ura+

    Juma passagem do #\none Pali [6P7 2]( o Buda o&serou !ue o !ue ele tinhaindo a realiSar no de#urso da sua ilumina'o podia ser #omparado #om as ,olhasde uma ,loresta inteira( e o !ue ensinou aos outros ,oi #omo !ue um mero punhado

    de ,olhas+ A Lltima parte #omposta dos pontos essen#iais para a-udar os outros aal#an'ar a 9lumina'o por si mesmos+ A parte !ue ele tinha guardado seria inLtilpara o e,eito+ Assim( !uando dis#utimos o Despertar do Buda( deemos ter em

    mente !ue sa&emos s/ uma pe!uena ,atia do total dos eentos+ Jo entanto( a ,atia!ue sa&emos pro-e#tada para nos a-udar na nossa pr/pria ilumina'o+ Essa a

    parte !ue se ir. ,o#ar a!ui( mantendo o prop/sito do Buda de ensinar( sempre em

    mente+uando o Buda depois analisou o pro#esso do Despertar( ele a,irmou !ue #onstou

    de dois tipos de #onhe#imento:

    rimeiro, h o conhecimento da re$ularidade do )hamma, depois do qual h o

    conhecimento da =iberta'o.) ;J 28(3

    A regularidade do Dhamma( a!ui( denota o prin#>pio de #ausalidade !ue sustenta

    toda a e*peri$n#ia ",a&ri#ada" 6sankhata7( ou se-a( e*peri$n#ia( #omposta de#ondi'?es #ausais e in,lu$n#ias+ Entender este prin#>pio signi,i#a domin.)lo: no sepode seguir apenas o #urso dos pro#essos #ausais( mas tam&m es#apar deles

    ha&ilmente dei*ando)os de&andar+ O #onhe#imento da Desin#ula'o a realiSa'oda li&erdade total !ue em !uando se dissoleu os pro#essos #ausais do reino da

    ,a&ri#a'o( dei*ando)a lire de in,lu$n#ias #ausais !ue #hamado de "no),a&ri#ado+"

    A es#olha do Buda da palara i&erta'o 6Ji&&ana7 ) !ue literalmente signi,i#a ae*tin'o de um in#$ndio ) deria da ,orma de #omo ,isi#amente um in#$ndio era

    isto no seu tempo+ Como o ,ogo ardia( ele era isto #omo ader$n#ia ao#om&ust>el num estado de aprisionamento e agita'o+ uando ele se in#endiaa(

    soltaa o #om&ust>el( aumentando #alma e liremente+ Assim( !uando os 9ndianosdo seu tempo iam larar um in#$ndio( eles no sentiam !ue estaam assistindo K

    e*tin'o+ Pelo #ontr.rio( eles estaam endo uma li'o meta,/ri#a de #omo ali&erdade podia ser al#an'ada por a&andono+

    O primeiro #onhe#imento( o da regularidade do Dhamma( a parte des#rit>el dopro#esso do Despertar o segundo #onhe#imento( o da i&erta'o( em&oraindes#rit>el( o !ue garante o alor do primeiro: uando se ,oi totalmente

    li&ertado de todo o so,rimento e tenso( sa&e)se !ue se dominou #orre#tamente oreino da ,a&ri#a'o e pode)se garantir a utilidade das ideias !ue learam a essa

    http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_188.http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_188.
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    li&erdade+ erdade( a!ui( simplesmente a maneira #omo as #oisas ,un#ionam( oerdadeiro #onhe#imento medido por !uo &em se pode manipul.)los+

    G. muitos lugares no C\none em Pali( onde o Buda des#ree o seu pr/prio a#to dedespertar para o primeiro #onhe#imento( #onsistindo de tr$s perspe#tias:

    2+ re#orda'o de idas passadas(

    8+ dis#ernimento so&re a morte e o renas#imento de seres em todo o #osmos( e

    4+ dis#ernimento so&re o ,im das impureSas mentais ou ,ermenta'?es 6asaa7 dentroda mente [6P7 2]+ 6Como eremos a&ai*o( o Despertar do Buda deu um noo

    signi,i#ado a este termo emprestado dos -ainistas7+

    As duas primeiras perspe#tias no eram de propriedade e*#lusia da tradi'o&udista+ As tradi'?es *am\ni#as t$m relatado em todo o mundo identes !ue

    tieram ideias semelhantes+ A ter#eira intui'o( entretanto( ,oi alm do *amanismonuma ,enomenologia do esp>rito( ou se-a( uma e*pli#a'o sistem.ti#a de ,en/menos

    #omo eles so ien#iados+ Essa per#ep'o ,oi e*#lusiamente &udista( em&oratenha sido &aseada nas anteriores duas+ Por!ue era multi,a#etada( o Canon des#reeuma ariedade de pontos de ista( ressaltando os di,erentes aspe#tos !ue se apli#am

    a #onte*tos espe#>,i#os+ Jo de#orrer deste liro( n/s tam&m iremos e*plorar,a#etas espe#>,i#as dessa iso de di,erentes \ngulos+ A!ui amos simplesmente dar

    uma ideia geral para mostrar #omo o prin#>pio do #arma h.&il ,ortale#e asprin#ipais #ara#ter>sti#as deste dis#ernimento+

    A #ompreenso do Bodhisatta( na segunda iso( de !ue o #arma determina #omoos seres transitam no #i#lo de renas#imentos( ,iSeram #om !ue se #entrasse so&re a!uesto do #arma na ter#eira iso+ E( por!ue a segunda iso apontaa para pontosde ista #orre#tos e errados( #omo ,a#tores !ue determinam a !ualidade do kamma(

    ele olhou para a possi&ilidade de !ue o #arma era essen#ialmente um pro#essomental( em eS de ,>si#o( #omo os edistas e ainistas ensinaam+ Como resultado(

    ele #on#entrou)se no #arma mental !ue estaa a#onte#endo na!uele e*a#to

    momento na sua mente( para entender o pro#esso de ,orma mais #lara+ Emparti#ular( ele !ueria er se podia haer uma esp#ie de ponto de ista #orre#to !ue(

    em eS de #ontinuar o #i#lo de renas#imentos( trou*esse a li&erta'o+ Para ,aSerisso( ele per#e&eu !ue teria !ue ,aSer os seus poderes de dis#ernimento mais h.&eis

    isto signi,i#aa !ue o pro#esso de desenoler esse dis#ernimento teria !ue ser o#arma !ue o&seraa+

    Agora( no pro#esso de desenolimento de uma aptido( dois pressupostosimportantes so produSidos: !ue h. uma rela'o #ausal entre os a#tos e os seus

    resultados( e !ue os &ons resultados so melhores do !ue os ruins+ ;e estespressupostos no ,orem .lidos( no haer. nenhum ponto a desenoler numa

    aptido+ O Bodhisatta o&serou esse ponto de ista desde duas ari.eis ) as

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    #ausas e os resultados( ,aor.eis e des,aor.eis ) !ue diidiu a e*peri$n#ia em!uatro #ategorias( !ue mais tarde ,ormulou #omo as uatro Jo&res erdades6Ar5a)sa##a7: so,rimento( sua origem( sua #essa'o e o #aminho para a sua

    #essa'o [6P7 2si#o+ Ao mesmo tempo( a suaan.lise em es#ala real da intera#'o entre #arma e os e,luentes ,ormou um dos

    pontos #entrais de seu ensino( denominado Origem Dependente 6Pati##a)samuppada7 [6P7 822( 82( 842]+

    O ,a#to de !ue poss>el desenoler uma aptido sugeriu ao Bodhisatta(en!uanto desenolia a sua ter#eira per#ep'o( !ue o dese-o e o apego !ue

    toldaam as per#ep'?es e a aten'o no seguiam ne#essariamente o sentimento !ueresultaa do #arma+ Caso #ontr.rio( no haeria maneira de desenoler inten'?esh.&eis+ Assim( o dese-o e o apego podiam ser a&andonados+ 9sso e*igia solideS nos

    a#tos e aten'o e inten'o re,inadas( o !ual resultaa de dis#ernimento e#on#entra'o &em desenolidos( as !ualidades #entrais no #aminho para a

    #essa'o do so,rimento+ A #on#entra'o deu o dis#ernimento o ,o#o e a solideSne#ess.rios para er #laramente( en!uanto o dis#ernimento seguiu o padro duplo

    !ue a aten'o dee desempenhar no desenolimento de !ual!uer aptido:sensi&ilidade para o #onte*to do a#to( ,ormado por elementos pr)e*istentes

    proenientes do passado( em #on-unto #om a sensi&ilidade ao a#to em si( ,ormadopor inten'?es presentes+ Joutras palaras( haia dis#ernimento para er os

    resultados de uma a#'o #omo resultante de uma #om&ina'o de #ausas passadas e

    presentes+

    Como as ,ormas mais primitias de dese-o( apego e ignor\n#ia ,oram erradi#adas

    http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_189._http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_195.http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_227.http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_211http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_218.http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_231.http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_189._http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_195.http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_227.http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_211http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_218.http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_231.
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    #om a melhoria #onstante de #on#entra'o e dis#ernimento( #hegou a um pontoonde os Lni#os a#tos !ue a aten'o e inten'o dei*aram analisar ,oram os a#tos de#on#entra'o e dis#ernimento em si mesmos+ A rea#'o !ue este pro#esso impli#ou

    ) #om a #on#entra'o e dis#ernimento a moldarem)se um ao outro no presenteimediato ) trou*e a inestiga'o para to perto !ue as #ondi'?es de an.lise ,oram

    reduSidas para as palaras mais &.si#as apontando apresentar e*peri$n#ias: "isto" e"a!uilo+" O ,o#o duplo de dis#ernimento( em termos de in,lu$n#ias passadas e

    presentes( ,oi reduSido para as #ondi'?es mais &.si#as !ue #omp?em a e*peri$n#iado "presente" 6e( por e*tenso( o "espa'o"7( por um lado( e o "tempo" por outro: Aaten'o para apresentar a parti#ipa'o no pro#esso #ausal ,oi reduSida K #ondi'o&.si#a para a e*peri$n#ia do presente( ou se-a( presen'a mLtua 6"uando isto (

    a!uilo !uando isto no ( a!uilo no "7( en!uanto a aten'o para as in,lu$n#iasdo passado ,oi reduSida K #ondi'o de &ase para a e*peri$n#ia do tempo( ou se-a( a

    depend$n#ia de um eento noutro 6"Do surgimento disto( em o surgimentoda!uilo( a partir da #essa'o disto( a!uilo #essa "7+ Estas e*press?es mais tarde,ormaram a ,/rmula &.si#a dos ensinamentos do Buda so&re a #ausalidade( !ue ele#hamou a #ondi#ionalidade isto`a!uilo 6idappa##a5ata7 [6P7 822] para en,atiSar !uea ,/rmula des#reia padr?es de eentos e*i&idos num modo de per#ep'o aSio de

    todos os pressupostos ,ora do !ue poderia ser imediatamente per#e&ido+

    Depois de #hegar a este ponto( no haia mais nada !ue a #on#entra'o e odis#ernimento V eles mesmos #ondi#ionados pela po#a e pelo presente ) podiam

    ,aSer+ uando todas as liga'?es residuais e at estas su&tis realiSa'?es ,oram

    dispensadas( seguiu)se assim( um estado #hamado de no ,a&ri#ado( no !ual amente no produSiu a&solutamente nenhuma in,orma'o na e*peri$n#ia+ ;em a

    presen'a de in,orma'o para manter a e*peri$n#ia do po#a e do presente( o #i#lode e*peri$n#ias ,a&ri#adas dissoleu)se+ 9sso ,ormou uma a&ertura para o no

    ,a&ri#ado( a ,eli#idade eterna !ue o Bodhisatta( agora( o Buda( tinha pro#urado+Este era o #onhe#imento da Desin#ula'o( ou a li&erta'o total+

    Os Ensinamentos do Buda

    Os te*tos diSem !ue o Buda passou um total de < dias ap/s o seu Despertar(sens>el ao $*tase da li&erta'o( reendo as impli#a'?es das ideias !ue o seu

    Despertar tinha traSido+ Jo ,inal deste per>odo( ele pensou em ensinar os outrosseres ios+ Ja in>#io da su&tileSa e da #omple*idade da sua 9lumina'o ,eS sa&er

    !ue !ual!uer um seria #apaS de entender e usu,ruir dos seus ensinamentos+ Joentanto( ap/s se #erti,i#ar atras dos seus noos poderes da mente !ue haia !uementendesse( ele tomou a de#iso de ensinar( determinando !ue no entraria em totalDesin#ula'o at !ue tiesse esta&ele#ido os seus ensinamentos ) a sua doutrina e

    dis#iplina 6Dhamma)ina5a7 ) so&re uma &ase s/lida para os &ene,>#ios a longopraSo dos seres humano e diino+

    Os dois #onhe#imentos prin#ipais !ue #onstitu>ram o Despertar ) o #onhe#imentoda regularidade do Dhamma e o #onhe#imento da i&erta'o ) desempenharam um

    http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_211http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_211
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    papel importante na ,orma'o do !ue o Buda ensinou e #omo ensinou+ Dos dois( o#onhe#imento da i&erta'o ,oi o mais importante+ Ele no s/ garantiu a erdade

    do outro #onhe#imento( mas tam&m #onstituiu o total prop/sito do Buda deensinar: ele !ueria !ue os outros al#an'assem essa ,eli#idade tam&m+ Jo entanto( a

    #ausa do primeiro #onhe#imento ,oi o !ue leou ao segundo( !ue ,orne#eu asdire#triSes !ue o Buda usou para determinar o !ue seria Ltil para se #omuni#ar #omos outros( para !ue tam&m eles #hegassem ao #onhe#imento da Desin#ula'o por

    sua pr/pria ontade+

    Essas dire#triSes ,oram nada mais do !ue as tr$s ideias de !ue este #onhe#imentoera #omposto: re#orda'o de idas passadas( iso da morte e do renas#imento dosseres( e dis#ernimento so&re o ,im dos e,luentes mentais+ Como ,i#ou #laro durante

    a #arreira de ensinamento do Buda( nem todos a!ueles !ue al#an'assem o

    #onhe#imento da i&erta'o ne#essitaam de o&ter uma iso dire#ta das idaspassadas ou so&re a morte e o renas#imento de outros seres( mas eles teriam !ue teruma iso dire#ta do ,im das impureSas mentais+ O dom>nio da #ausalidade !ue,ormou o #ora'o desta per#ep'o( ,ormou assim o #ora'o de seu ensinamento(

    #om as duas primeiras per#ep'?es ,orne#endo o #onte*to em !ue os ensinamentos,oram postos em pr.ti#a+

    Como o&ser.mos a#ima( as tr$s per#ep'?es tomadas em #on-unto ,orne#eram asrespostas Ks !uest?es !ue em primeiro lugar learam o Pr>n#ipe ;idarta a pro#urar oDespertar+ A sua lem&ran'a de idas anteriores mostraram por um lado( !ue a morte

    no a ani!uila'o( mas( por outro lado !ue no h. identidade do nL#leo !uepermane#e inalterado ou ,aS #onstante( prosseguir o progresso atras do pro#essode renas#imento+ Uma ida segue outra #omo um sonho pode seguir outro( #om asmesmas amplitudes de os#ila'?es na l/gi#a de !uem ou de onde se est.+ Assim( no

    h. seguran'a inerente ao pro#esso+

    A segunda per#ep'o ) so&re a morte e o renas#imento de seres em todo o #osmos ),orne#e parte da resposta Ks perguntas !ue enolem a !uesto da #ausalidade em

    &us#a da ,eli#idade+ O ,a#tor #ausal prim.rio a mente( e em espe#ial a !ualidademoral das inten'?es #ompreendendo os seus pensamentos( palaras e a#'?es( e a

    -usti'a dos pontos de ista !ue lhes esto su&-a#entes+ Assim( os prin#>pios moraisso inerentes ao ,un#ionamento do #osmos( ao ins de serem meras #onen'?es

    so#iais+ Por esta raSo( !ual!uer pro#ura da ,eli#idade dee #entrar)se em dominar a!ualidade de pontos de ista da mente e de inten'?es+

    A ter#eira per#ep'o ) o ,im das impureSas mentais ) mostrou !ue a ,uga do #i#lode renas#imentos pode ser en#ontrada( no atras da a#'o ritual ou ina#'o total(mas atras do desenolimento de um tipo h.&il de iso #orre#ta( !ue a&andone

    os e,luentes !ue mantm o #i#lo de kamma( so,rimento( e ignor\n#ia em

    moimento+ Como imos( este tipo de iso #orre#ta passou por tr$s ,ases dere,inamento #om a progresso da ter#eira per#ep'o: as !uatro no&res erdades( aorigem dependente( e a #ondi#ionalidade isto`a!uilo+ amos dis#utir as duas

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    primeiras etapas em detalhe noutra parte deste liro [999`G`ie 999`G`iii]+ A!ui amos,o#ar a #ondi#ionalidade isto`a!uilo( o aspe#to mais radi#al da ter#eira per#ep'o

    do Buda+ Em termos do seu #onteLdo( ele e*pli#ou #omo as inten'?es do passado edo presente apoiam toda a e*peri$n#ia da po#a e do presente+ A erdade so&re este#onteLdo ,oi mostrado pelo seu papel na dissolu'o de toda a e*peri$n#ia da po#ae do presente simplesmente por( #ausando nas inten'?es presentes uma suspenso+Jo admira( ento( !ue este prin#>pio( ,orne'a a in,lu$n#ia mais ,undamental na

    ,orma'o dos ensinamentos do Buda+

    O Buda e*pressa a #ondi#ionalidade isto`a!uilo numa ,/rmula simples para o,uturo:

    627 uando isto ( a!uilo +

    687 Do surgimento disto em o surgimento da!uilo+

    647 uando isto no ( a!uilo no +

    67 Da suspenso disto( em a suspenso da!uilo+) AJ 23(eis de interpretar esta ,/rmula( mas apenas uma ,aS-usti'a( tanto na ,orma #omo a ,/rmula redigida de maneira #omple*a e do modo

    ,luido em !ue os e*emplos #on#retos das rela'?es #ausais so des#ritos no Canon+Desta ,orma( $)se a ,/rmula #omo a intera#'o de dois prin#>pios de #ausalidade(um linear e outro sin#r/ni#o( !ue se #om&inam para ,ormar um padro no linear+ O

    prin#>pio linear V tomando 687 e 67( um par ) #one#ta os eentos( ao ins deo&-e#tos( ao longo do tempo o prin#>pio sin#r/ni#o ) 627 e 647 ) liga o&-e#tos e

    eentos no momento presente+ Os dois prin#>pios #ruSam)se( de modo !ue !ual!uerdeterminado eento in,luen#iado por dois #on-untos de #ondi'?es: a entrada na

    !ualidade de passado e a entrada na !ualidade de presente+ Apesar de #adaprin#>pio( pare#er simples( o ,a#to de !ue eles interagem ,aS as suas #onse!u$n#iasmuito #omple*as [6P7 23]+ Para #ome'ar( #ada a#'o tem reper#uss?es no momento

    presente( -untamente #om reper#uss?es !ue se estendem para o ,uturo+ Dependendoda intensidade do a#to( essas reper#uss?es podem durar um per>odo muito #urto oumuito longo de tempo+ Assim( #ada eento o#orre num determinado #onte*to pela

    #om&ina'o dos e,eitos de a#onte#imentos do passado indo de uma grandeariedade no tempo( -untamente #om os e,eitos dos a#tos presentes+ Estes e,eitos

    podem intensi,i#ar o outro( pode #oe*istir #om pou#a intera#'o( ou podem#an#elar um ao outro+ Assim( em&ora se-a poss>el preer !ue um #erto tipo de a#totender. a dar um #erto tipo de resultado ) por e*emplo( a raia lear K dor ) no h.

    #omo preer !uando ou onde esse resultado se ,ar. sentir [6P7 22]+

    A #omple*idade do sistema ainda re,or'ada pelo ,a#to de am&os os prin#>pios de#ausalidade se en#ontrarem na mente+ Atras das suas ideias e inten'?es( a mente

    http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#H_(ii).__Discernimento:_A_Primeira_Verdadehttp://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#H_(iii)_Discernimento:_As_Verdades_Segunda_e_Terceirahttp://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_10.http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_11http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#H_(ii).__Discernimento:_A_Primeira_Verdadehttp://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#H_(iii)_Discernimento:_As_Verdades_Segunda_e_Terceirahttp://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_10.http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_11
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    tem um papel #ausal em manter am&os os prin#>pios em a#'o+ Atras das suas#ompet$n#ias sensoriais( a,e#tada pelos resultados das #ausas !ue pbs em mar#ha+9sso #ria a possi&ilidade dos prin#>pios de #ausalidade realimentar)se a si mesmos(assim a mente reage aos resultados das suas pr/prias a#'?es+ Estas rea#'?es podemassumir a ,orma de realimenta'?es positias( intensi,i#ando a entrada original e os

    seus resultados( #omo o silo de um alti,alante !uando #olo#ado ao lado de ummi#ro,one alimentando)o+ Eles podem tam&m #riar la'os de realimenta'o

    negatia( #ontrariando a entrada original( assim #omo a a#'o de um term/stato !uedesliga um a!ue#edor !uando a temperatura no !uarto muito alta( e o liga

    noamente !uando ,i#a muito &ai*a+

    Por!ue os resultados das a#'?es podem ser imediatos( e a mente pode ento reagir aeles imediatamente( estes la'os de rea#'o podem Ks eSes sair rapidamente ,ora de

    #ontrolo em outros momentos( podem agir #omo #ontrolos h.&eis nos#omportamentos de #ada um+ Por e*emplo( um homem pode agir #om raia( o !uelhe d. uma imediata sensa'o de mal)estar para o !ual ele pode reagir #om mais

    raia ainda( #riando um e,eito de &ola de nee+ Por outro lado( ele pode ir a#ompreender !ue a raia est. a #ausar a sua doen'a( e assim ,aS imediatamente o

    !ue a pode para a parar+ Jo entanto( tam&m pode haer momentos em !ue osresultados das suas a#'?es passadas podem o&s#ure#er o mal)estar !ue est. a #ausara si mesmo no presente( de tal ,orma !ue ele no rea-a imediatamente de uma ,orma

    ou de outra+

    Desta ,orma( a #om&ina'o dos dois prin#>pios de #ausalidade ) as in,lu$n#ias dopassado( interagindo #om as do presente imediato ) e*pli#am a #omple*idade das

    rela'?es #ausais de #omo elas ,un#ionam no n>el da e*peri$n#ia imediata+ Joentanto( a #om&ina'o dos dois prin#>pios tam&m a&re a possi&ilidade de

    en#ontrar uma maneira sistem.ti#a para romper a teia #ausal+ ;e as #ausas e ose,eitos ,ossem totalmente lineares( o #osmos seria totalmente determinista( e nadapoderia ser ,eito para se es#apar das ma!uina'?es do pro#esso #ausal+ ;e ,ossem

    totalmente sin#r/ni#as( no haeria rela'o de um momento para o outro( e todos oseentos( seriam ar&itr.rios+ A teia poderia !ue&rar)se #ompletamente ou re,ormar)seespontaneamente sem nenhuma raSo para isso+ Jo entanto( #om os dois modos de

    tra&alhar -untos( pode)se aprender a partir de padr?es #ausais o&serados dopassado e apli#ar os seus #onhe#imentos para des,aSer os padr?es #ausais mesmo

    a#tuando no presente+ ;e os seus #onhe#imentos so ade!uados( pode)se entoo&ter a li&erdade dos padr?es+

    Por esta raSo( o prin#>pio da #ondi#ionalidade isto`a!uilo ,orne#e uma &ase ideal(tanto te/ri#a !uanto pr.ti#a( para uma doutrina de li&erta'o+ E #omo um pro,essor(o Buda tirou total aproeitamento das suas impli#a'?es( usando)as de tal ,orma !ue

    as e*pli#a no s/ para a apresenta'o e o #onteLdo dos seus ensinamentos( mas

    tam&m para a sua organiSa'o( sua ,un'o e utilidade+ Ele ainda e*pli#a ane#essidade dos ensinamentos e o ,a#to de !ue o Buda ,oi #apaS de ensin.)los emprimeiro lugar+ J/s amos pegar estes pontos pela ordem inersa+

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    A realidade dos ensinamentos: Como men#ionado a#ima( a #ondi#ionalidadeisto`a!uilo uma #om&ina'o dos dois modos de #ausalidade: a#tiidade linear(

    #one#tando os eentos ao longo do tempo e #ausalidade sin#r/ni#a( ligandoo&-e#tos no presente+ O ,a#to de !ue o prin#>pio de #ausalidade no era totalmente

    linear rela#iona)se #om o ,a#to de !ue o Buda ,oi #apaS de romper o #>r#ulo de#ausalidade( logo !ue ele o #ompreendeu totalmente( e no tee !ue esperar por

    todo o seu #arma anterior para o resoler primeiro+ O ,a#to de !ue o prin#>pio noera totalmente sin#r/ni#o( porem( e*pli#a o ,a#to de !ue ele so&reieu K sua

    9lumina'o e ieu para #ontar a#er#a dela+ Em&ora ele no #riasse um noo #armaap/s o seu Despertar( ele #ontinuou a ier e a ensinar so& a in,lu$n#ia do #arma!ue haia #riado antes da sua ilumina'o( morrendo ,inalmente somente !uando

    essas in,lu$n#ias #.rmi#as totalmente tra&alhadas desapare#eram+ Assim( a

    #om&ina'o dos dois padr?es tieram em #onsidera'o uma e*peri$n#ia do no,a&ri#ado !ue podia so&reier( a&rindo a oportunidade para o Buda ensinar aosoutros so&re ele antes da sua total i&erta'o+

    A ne#essidade dos ensinamentos: a #ondi#ionalidade isto`a!uilo( em&ora possa sere*pressa numa ,/rmula simples( muito #omple*a na sua e*e#u'o+ Como

    resultado( as #ondi'?es da po#a e do presente so des#on#ertantes para a maioriadas pessoas+ 9sto parti#ularmente erdade no pro#esso !ue leou ao so,rimento edi,i#uldades+ Como o [6P7 2da+ ;e as #ondi'?es do so,rimento no

    ,orem #omple*as( o resultado ser. um pro#esso simples e regular( !ue no ser.#on,uso+ As pessoas sero #apaSes de #ompreend$)lo sem !ual!uer ne#essidade de

    ensinamentos e*ternos+ O ,a#to da sua a#tual #omple*idade( no entanto( e*pli#apor!ue as pessoas a#ham #on,uso e( #omo resultado da sua #on,uso( #riaram uma

    grande ariedade de meios in.&eis para es#apar dele: o re#urso a meios e*ternos(tais #omo rituais( a magia( a ingan'a( e a ,or'a( e aos meios internos( tais #omo

    nega'o( represso( /dio a si mesmo( e ora'o+ Assim( a #omple*idade da#ondi#ionalidade disto`a!uilo( satis,aS a ,alta de ha&ilidade !ue as pessoas

    introduSem nas suas idas ) a #ria'o de mais so,rimento e di,i#uldades nas suastentatias de es#aparem do so,rimento e di,i#uldades ) mostra !ue esta ,alta de

    #apa#idade o resultado da ignor\n#ia+ 9sso e*pli#a a ne#essidade de um ensino!ue aponte para a erdadeira natureSa do sistema opera#ional de #ausalidade do

    mundo( de modo !ue a #ompreenso ade!uada do sistema possa lear as pessoas alidar #om ele ha&ilmente e a realmente #onseguir a li&erta'o !ue elas pro#uram+

    A utilidade dos ensinamentos: O ,a#to da #ondi#ionalidade isto`a!uilo permitir aentrada de #ausalidade a partir do momento presente signi,i#a !ue o pro#esso

    #ausal no totalmente determinista+ Apesar da #ausalidade linear #olo#arrestri'?es so&re o !ue pode ser ,eito e #onhe#ido em !ual!uer momento parti#ular(

    a #ausalidade sin#r/ni#a permite algum espa'o para o lire ar&>trio+ O es,or'ohumano pode assim ,aSer a di,eren'a no presente imediato+ Ao mesmo tempo( o,a#to do prin#>pio de #ondi#ionalidade isto`a!uilo ser e*presso em termos

    http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_189._http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_189._
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    impessoais signi,i#a !ue a 9lumina'o do Buda no dependeu de nenhum poder !uelhe ,osse pessoalmente pe#uliar+ Como ele desta#ou ao relatar a sua e*peri$n#ia( as

    realiSa'?es( !ue ele al#an'ou eram tais !ue !ual!uer pessoa !ue desenole)se amente para o mesmo grau de dilig$n#ia( ard$n#ia( e resolu'o e em seguida( a

    dirigisse para a tare,a apropriada seria #apaS de a atingir tam&m [6P7 2]+ Por estasraS?es( o a#to de ensinar no seria inLtil( por!ue as !ualidades mentais ne#ess.riaspara a tare,a de despertar estaam dispon>eis para outras pessoas( !ue teriam a

    li&erdade de desenol$)las se !uisessem+

    A ,un'o dos ensinamentos: Como a teoria do #aos demonstrou em termos gr.,i#os(!ual!uer sistema de #ausalidade !ue #ontenha tr$s ou mais la'os de rea#'o( pode

    eoluir para uma #omple*idade in#r>el uma pe!uena mas &em #olo#ada mudan'ana entrada( in#lina a &alan'a de uma ordem #omple*a para um #aos aparente( ou de

    um #aos para uma ordem( num pis#ar de olhos+ Uma o&sera'o semelhante apli#a)se K #ondi#ionalidade isto`a!uilo+ Dada a inerente #omple*idade e insta&ilidade dosistema( uma des#ri'o simples seria inLtil: a #omple*idade #on,undiria a mente( ea insta&ilidade asseguraria !ue !ual!uer des#ri'o( no seria Ltil por muito tempo+Ao mesmo tempo( a insta&ilidade do sistema torna imperatio !ue !ual!uer pessoaimersa num tal sistema en#ontre uma sa>da( por!ue a insta&ilidade amea'a toda apossi&ilidade erdadeira de uma paS e ,eli#idade duradouras+ A #omple*idade do

    sistema re!uer !ue se en#ontre uma an.lise #on,i.el dos pontos sens>eis dosistema e #omo eles podem ser ha&ilmente manipulados de uma ,orma a traSer osistema para &ai*o a partir de dentro+ Todas estas #onsidera'?es desempenharam

    um papel na determina'o da ,un'o para a !ual o Buda #on#e&eu os seusensinamentos+ Eles so destinados a serir de guia aos meios h.&eis de

    #ompreenso dos prin#>pios su&-a#entes ao sistema de #ausalidade( e aos meiosh.&eis de manipular os ,a#tores #ausais( de modo a #onseguir a li&erta'o deles+ O#on#eito de pensamentos h.&eis e in.&eis( palaras e a#tos( desempenham portanto

    um papel #entral no ensino+

    Ja erdade( os ensinamentos em si destinam)se a ,un#ionar #omo pensamentosh.&eis em dire#'o K meta do Despertar+ O Buda ,oi muito #laro so&re o ponto( em!ue no !ueria !ue os seus ensinamentos se tornassem num sistema meta,>si#o( ou

    !ue ,ossem #umpridos( simplesmente por #ausa do seu alor de erdade+ Eledis#utiu temas meta,>si#os apenas !uando eles poderiam desempenhar um papel no#omportamento h.&il+ 1uitas !uest?es meta,>si#as ) #omo se h. ou no uma alma

    ou eu( ou o mundo no eterno( se ou no in,inito( et#+ ) ele re#usou)se aresponder( alegando !ue eles eram #ontraprodu#entes ou irreleantes para a tare,aem mos: o de #on!uistar( es#apar da presso e do so,rimento inerentes na po#a e

    no presente+

    Em&ora o Buda insistisse !ue todos os seus ensinamentos eram erdadeiros )

    nenhum de seus meios h.&eis eram ,i#'?es Lteis V eles eram para ser postos de lado!uando se tiesse &ene,i#iado plenamente da sua #olo#a'o na pr.ti#a+ Jos seusensinamentos( o erdadeiro mas #ondi#ionado #onhe#imento #olo#ado ao seri'o

    http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_1http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#(P)_1
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    a uma meta in#ondi#ionada: a li&erta'o total de modo !ue nenhuma erdade#ondi#ionada pode a&ar#.)la+ Como um prati#ante tem !ue usar ,a#tores #ausais( a

    ,im de desmantelar o sistema #ausal( ele`ela tem !ue ,aSer uso de ,a#tores !ue(eentualmente( tem !ue ser superados+ Este padro de desenolimento de

    !ualidades( dee na pr.ti#a eentualmente desprender)se( #om o al#an'ar)se o Jo,a&ri#ado( #omum em todos os ensinamentos do Buda+ Eentualmente at a

    ha&ilidade em si mesma tem de ser superada+

    A organiSa'o dos ensinamentos: O ,a#to do sistema #ausal #onter muitas rea#'?es(signi,i#a !ue uma #one*o #ausal parti#ular ) !ue prolongue o sistema ou pro-e#tedissol$)lo ) pode seguir um dos .rios #aminhos+ Assim( h. a ne#essidade de uma

    ariedade de e*pli#a'?es para as pessoas !ue se en#ontram enolidas nestesdi,erentes #aminhos+ Esta ne#essidade e*pli#a a organiSa'o a#tual dos

    ensinamentos do Buda nos seus dis#ursos+ Ao ,alar #om pessoas di,erentes( ou paraas mesmas pessoas em momentos di,erentes( ele deu di,erentes e*pli#a'?es so&reos ne*os #ausais !ue #onduSem ao so,rimento( e ao #onhe#imento !ue pode learao ,im do so,rimento+ A!ueles !ue tentaram dar ,orma a uma e*plana'o Lni#a e

    #onsistente da an.lise #ausal &udista depararam)se ,rustrados por esse ,a#to( emuitas eSes t$m deduSido uma ampla ariedade de an.lises ao insistir !ue apenas

    um delas a an.lise &udista "erdadeira" ou !ue s/ o prin#>pio geral de#ausalidade mLtua importante( os elos das an.lises sendo irreleantes( ou !ue o

    Buda realmente no entendeu a #ausalidade de todo+ Jenhuma destas posi'?es ,aS-usti'a K #apa#idade do Buda #omo um mestre dessas pessoas em !ue( #ada um

    #apturou em momentos di,erentes as rea#'?es da #ondi#ionalidade isto`a!uilo+

    Como eremos( !uando #onsiderarmos as Asas Para o Despertar em detalhe( oBuda #atalogou ,ormas di,erentes de isualiSar os ,a#tores #ausais no tra&alho adesenoler( os #onhe#imentos ne#ess.rios para o&ter a li&erta'o do reino de

    ,a&ri#a'o+ Em&ora o #at.logo siga di,erentes linhas da #ondi#ionalidadeisto`a!uilo( ele insistiu !ue elas eram e!uialentes+ Assim( !ual!uer #onsidera'ode ,orma ade!uada aos seus ensinamentos( deem a&rir espa'o para a diersidadede #aminhos !ue ele des#reeu( e pelo ,a#to de #ada um ser uma ,orma anta-osa

    espe#>,i#a e pre#isa+

    O #onteLdo dos ensinamentos: TaleS um dos aspe#tos mais radi#ais dosensinamentos do Buda a a,irma'o de !ue os ,a#tores de tra&alho no #osmos em

    geral( so os mesmos !ue a!ueles !ue tra&alham( na ,orma #omo #ada mentee*perimenta os pro#essos indiiduais+ Estes pro#essos( ao ins dos dados

    sensoriais !ue pro#essam( so primordiais na pr/pria e*peri$n#ia do #osmos+ ;e sepuder desmantelar o a#to de pro#essamento( ,i#a)se lire da rede de #ausalidade

    #/smi#a+

    O !ue isto signi,i#a( no #aso da mente indiidual ) enolida( e so,rendo ospro#essos da po#a e do presente ) !ue a sa>da dee ser en#ontrada( #entrando)sedire#tamente so&re o tratamento de e*peri$n#ias presentes( pois a> !ue as !uest?es

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    #ru#iais se desenrolam mais #laramente+ A!ui e agora onde #ada #oisa importanteest. a#onte#endo( no e*istindo depois+ Ao mesmo tempo( as #apa#idades !ue so

    ne#ess.rias para lidar #om estas !uest?es so as #apa#idades da mente: ,ormasade!uadas de analisar o !ue se ie e as !ualidades de mente apropriadas para ,aSer

    a an.lise e torn.)la to #lara e e,i#aS !uanto poss>el+ 9sto resume)se ao pr/prio!uadro de re,er$n#ia( a !ualidade pr/pria de #onhe#imento( e ao modo pr/prio de

    an.lise+ Estes so pre#isamente os temas a&ordados nas Asas Para Despertar(em&ora( #om o desenolimento das suas #apa#idades( elas se ,undam: A !ualidade

    da pr/pria #ons#i$n#ia torna)se o !uadro de re,er$n#ia e do o&-e#to ao !ual aan.lise apli#ada+

    A apresenta'o do ensinamento: Por!ue os ouintes do Buda -. eram apanhados nomeio da teia da #ondi#ionalidade isto`a!uilo( ele tee !ue apresentar a sua

    mensagem de uma ,orma !ue ,alasse da #ondi'o deles+ 9stosigni,i#aa !ue ele tee!ue ser sens>el tanto para #om os e,eitos lineares de #arma passado !ue podiameitar ou apoiar a #apa#idade do ouinte em &ene,>#io do ensino( e so&re a atitude

    a#tual e preo#upa'?es do ouinte+ Uma pessoa #u-o #arma passado aderso impede)o de Despertar nesta ida pode &ene,i#iar de um ensino mais elementar !ue ir.

    #olo#.)lo numa melhor posi'o( para al#an'ar a ilumina'o numa ida ,utura+ O#arma passado de outra pessoa pode a&rir)lhe a possi&ilidade de Despertar nesta

    ida( mas a atitude a#tual dele`dela poder. ter de ser alterada antes de ele`elaestarem dispostos a a#eitar o ensinamento+

    A segunda #ompli#a'o inerente ao prin#>pio de #ondi#ionalidade isto`a!uilo !ueela tem !ue ser #onhe#ida e dominada a n>el de e*peri$n#ia dire#ta em si+ Este

    dom>nio ( assim( uma tare,a !ue #ada pessoa dee ,aSer por si mesma+ Jingumpode dominar a e*peri$n#ia dire#ta para outrem+ O Buda( portanto( tinha !ue

    en#ontrar uma maneira de induSir os seus ouintes a a#eitar o diagn/sti#o dos seusso,rimentos e a pres#ri'o para a sua #ura+ Ele tam&m tee de #onen#$)los a

    a#reditar na sua pr/pria #apa#idade de seguir as instru'?es e o&ter os resultadosdese-ados+ Para usar uma analogia &udista tradi#ional( o Buda era #omo um mdi#o

    !ue tinha de #onen#er os seus pa#ientes a administrar uma #ura para si( tanto!uanto um mdi#o tem !ue #onen#er os seus pa#ientes a seguirem as suas

    orienta'?es( em tomar remdios( ,aSer e*er#>#ios( mudar a sua dieta e estilo deida( e assim por diante+ O Buda tinha uma di,i#uldade adi#ional( no entanto( !ue asua de,ini'o de saLde V a Desin#ula'o ) era algo !ue nenhum dos seus ouintes(no tinha ainda e*perimentado por si mesmos+ Da> o ponto mais importante do seuensinamento ser algo em !ue os seus ouintes teriam !ue ter ,+ ;/ depois de eremos resultados( de #olo#ar os ensinamentos em pr.ti#a por si mesmos( !ue a , no

    seria mais ne#ess.ria+

    Assim( para #ada ouinte( a , na 9lumina'o do Buda era um pr)re!uisito para o

    #res#imento aan'ado no ensino+ ;em , no ,a#to do #onhe#imento da i&erta'odo Buda( no se podia a#eitar plenamente a sua pres#ri'o+ ;em , na regularidadedo Dhamma ) in#luindo a #oni#'o no prin#>pio do #arma e da impessoalidade da

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    lei de #ausalidade( tornando o #aminho a&erto( em prin#>pio para todos ) pode)seno ter totalmente , na nossa pr/pria #apa#idade de seguir o #aminho+

    Jaturalmente( essa , seria( ento( #on,irmada( passo a passo( !uando se seguia oensinamento e se #ome'ou a o&ter resultados( mas a #on,irma'o plena iria apenas

    #om uma e*peri$n#ia do Despertar+ Antes desse ponto( a pr/pria #on,ian'a(sustentada apenas pelos resultados par#iais( teria de ser uma !uesto de , [1J 8]+

    A a!uisi'o desta , #hamada de "ir para o re,Lgio" no Buda+ O "re,Lgio" a!uideria do ,a#to de se ter #olo#ado a #on,ian'a na erdade do Despertar do Buda eesperar !ue( seguindo os seus ensinamentos ) em espe#ial( o prin#>pio de #arma

    h.&il ) se prote-a a si mesmo de #riar mais so,rimento para si ou para os outros( eeentualmente( atingir a erdadeira ,eli#idade in#ondi#ionada+ Esse a#to de ir para

    o re,Lgio o !ue o !uali,i#a #omo um &udista ) ao #ontr.rio de algum

    simplesmente interessado nos ensinamentos do Buda ) e #olo#a)o em posi'o de&ene,i#iar plenamente do !ue o Buda ensinou+

    O Buda empregou .rios meios de in#utir a , nos seus ouintes( mas os prin#ipaismeios re#a>ram em tr$s #lasses: o seu #ar.#ter( os seus poderes ps>!ui#os( e os seuspoderes da raSo+ uando ele deu o seu primeiro sermo ) aos #in#o irmos( seus#ompatriotas ) ele tee !ue pre,a#iar o seu dis#urso lem&rando)lhes o seu #ar.#terhonesto e respons.el( antes de o ouirem #om satis,a'o+ uando ele ensinou os

    irmos Wassapa( tee !ue primeiro su&-ugar o orgulho deles( #om umadeslum&rante ariedade de ,a'anhas ps>!ui#as+ Ja maioria dos #asos( entretanto(

    ele pre#isaa apenas de argumentar #om os seus ouintes e interlo#utores( em&oraa!ui mais uma eS( tiesse !ue ser sens>el #om o n>el das suas mentes( para !ue

    pudesse le.)los passo a passo( guiando)os a partir do !ue eles iam #omoimediatamente eidente e dire##ionando)os #ada eS mais para eleados e mais

    su&tis pontos+ O padro t>pi#o do Buda( era #ome'ar #om as alegrias imediatas degenerosidade e irtude em seguida( ia para a renta&iliSa'o a longo praSo das

    !ualidades sensuais( em #onson\n#ia #om o prin#>pio do #arma em seguida( osin#onenientes ,inais dessas re#ompensas sensuais e( ,inalmente( os &ene,>#ios darenLn#ia+ ;e os seus ouintes pudessem a#ompanhar o seu ra#io#>nio at a!ui( eles

    estariam prontos para os ensinamentos mais aan'ados+

    Costumamos er a raSo #omo algo distinto da ,( mas para o Buda erasimplesmente uma maneira de in#utir , ou #oni#'o nos seus ouintes+ Em .rios

    pontos no #\none Pali [por e*emplo( DJ 2]( ele aponta as ,al.#ias !ue podemresultar( !uando se tiram #on#lus?es ,undamentadas a partir de uma gama limitadade e*peri$n#ias( de ,alsas analogias( ou de modos inade!uados de an.lise+ Por!ueos seus ensinamentos no podiam ser #omproados antes de uma e*peri$n#ia deDespertar( ele re#onhe#eu !ue o &om uso da raSo( no era tentar proar os seusensinamentos( mas simplesmente( mostrar !ue eles ,aSiam sentido+ As pessoas

    podem dar l/gi#a Ks #oisas !uando as $em #omo algo semelhante ao !ue -.#onhe#em e #ompreendem+ Assim( a ,un'o prin#ipal do motio em apresentar oensinamento( estaa em en#ontrar analogias ade!uadas para #ompreend$)los: da> as

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    muitas met.,oras e s>miles utiliSados nos te*tos+ A , &aseada na raSo e#ompreenso( !ue o Buda ensinou( ,oi mais s/lida do !ue a , irra#ional( mas no

    pode su&stituir o #onhe#imento dire#to da regularidade do Dhamma e dai&erta'o( pois s/ a e*peri$n#ia da i&erta'o era uma garantia do erdadeiro

    #onhe#imento+ Jo entanto( a , era um pr)re!uisito para al#an'ar esse#onhe#imento dire#to+ ;omente !uando a apresenta'o ini#ial do ensino tinha

    despertado a , no ouinte( !ue ele`ela estariam em #ondi'?es de &ene,i#iar deuma apresenta'o menos adornado do #onteLdo e #olo#.)lo em pr.ti#a+

    A ne#essidade de apresentar de .rias ,ormas( os seus pontos de ista( so&re umaasta gama de n>eis de signi,i#ados( o #orpo de ensinamentos do Buda tornou)se#ada eS mais olumoso e ariado #om o tempo+ uando a sua #arreira #hegou ao

    ,im( ele a#hou ne#ess.rio desta#ar o nL#leo essen#ial do ensinamento( um #onteLdo

    sem adornos( de modo !ue os aspe#tos mais intemporais da sua mensagem,i#assem #laros na mente dos seus seguidores+ ;o#iedades e #ulturasineitaelmente mudam( de modo !ue o !ue e,i#aS e persuasio numa hora e

    lo#al( pode ser ine,i#aS noutro+ A estrutura &.si#a da #ondi#ionalidade isto`a!uilono muda( no entanto( as !ualidades da mente ne#ess.rias para dominar e per#e&er

    o ne*o de #ausalidade no ,a&ri#ado permane#er. sempre o mesmo+ O Buda(apresentou ento as Asas para o Despertar #omo um #onteLdo sem adornos: o

    nL#leo essen#ial( atemporal+

    1esmo nestas #ondi'?es( entretanto( o prin#>pio da #ondi#ionalidade isto`a!uilo

    a,e#tou a sua apresenta'o+ Ele pre#isaa en#ontrar prin#>pios !ue seriamrelatiamente imunes Ks mudan'as da so#iedade e da #ultura+ Ele pre#isaa de um

    modo de apresenta'o !ue ,osse &astante simples de memoriSar( mas no tosimplista #omo ,alsear ou restringir o ensino+ Ele tam&m pre#isaa de palaras !ueassinalassem( no a&stra#'?es( mas a realidade imediata da #ons#i$n#ia na pr/priamente do ouinte+ E( ,inalmente( ele pre#isaa de um en!uadramento Ltil para o

    ensino #omo um todo( de modo !ue a!ueles !ue !ueriam lo#aliSar pontosespe#>,i#os no perdessem de ista o modo #omo esses pontos se en#ai*am num

    !uadro maior da pr.ti#a+

    A sua solu'o ,oi dar listas de !ualidades pessoais( #omo o&seramos a#ima( aoins de !ual!uer das o&s#uras( doutrinas ,ilos/,i#as !ue so ,re!uentemente

    #itadas #omo distintamente &udistas+ Estas !ualidades pessoais esto imediatamentepresentes( pelo menos( em #erta medida( em #ada mente humana+ Assim( elas

    mant$m um signi,i#ado #onstante( no importa !ue mudan'as o#orram na nossapaisagem mental ou horiSontes #ulturais+ O Buda apresenta)as em sete listas

    alternatias( interligadas 6er uadro 97+ Cada lista ) !uando todas as suasimpli#a'?es so tra&alhadas ) e!uialente a todas as outras nos seus e,eitos( mas

    #ada uma tem uma a&ordagem distinta para a pr.ti#a+ Assim as listas o,ere#em uma

    ariedade su,i#iente para atender Ks ne#essidades das pessoas enolidas emdi,erentes partes da rede #ausal+ uando se pro#ura o te*to para e*pli#a'?es so&re osigni,i#ado dos termos e ,a#tores espe#>,i#os nas listas( eri,i#a)se !ue elas ligam )

    http://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#A_Tabela_de_Asas_Para_o_Despertarhttp://www.amentemente.com/Textos/Asas%20para%20Despertar.html#A_Tabela_de_Asas_Para_o_Despertar
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    dire#ta ou indire#tamente ) tudo ali+ Ao mesmo tempo( as #ategorias das listas(por!ue elas apontam para as !ualidades da mente( in#entiam o leitor a #onsiderar

    os ensinamentos( no #omo um sistema em si( mas #omo ,erramentas para olhardire#tamente na sua pr/pria mente( dele`dela( onde esto as ,ontes e as solu'?es

    para o pro&lema do so,rimento e da mentira+

    Como resultado( em&ora as listas se-am #urtas e simples( elas so uma introdu'oe,i#aS para o ensino e um guia para a sua pr.ti#a+ Da sua e*peri$n#ia no #aminho(

    #om a #ondi#ionalidade isto`a!uilo( o Buda tinha isto !ue #on#entrando)se nopresente( desenole)se as !ualidades mentais listadas em !ual!uer um destes sete

    #on-untos( tendo em #onta os !uatro !uadros de re,er$n#ia e analisando o !ueapare#e na #ons#i$n#ia imediata em termos das #ategorias das !uatro no&res

    erdades( #hegando ineitaelmente Ks mesmas realiSa'?es !ue ele: a regularidade

    do Dhamma e a realidade da i&erta'o+ Essa ,oi a ,eli#idade !ue ele pr/priopro#urou e en#ontrou( e !ue !ueria !ue os outros atingissem+

    Alm das sete listas( o Buda dei*ou para tr.s uma ordem mon.sti#a #on#e&ida noapenas para !ue os ensinamentos ,ossem memoriSados de gera'o para gera'o(mas tam&m para !ue as gera'?es ,uturas tenham e*emplos ios do ensino para

    aprender( e um am&iente so#ial prop>#io para #olo#.)los em pr.ti#a+ Esse am&iente,oi planeado #omo um presente( no s/ para a!ueles !ue sero ordenados( mas

    tam&m para os leigos( !ue asso#iados K ordem( t$m a oportunidade de desenolera sua pr/pria generosidade( moralidade e #ons#i$n#ia no pro#esso+ Asso#ia'o #om

    outros !ue esto seguindo um #/digo de dis#iplina sens>el( pressiona outros a setornarem mais sens>eis e a dis#iplinarem)se a si mesmos+ Apesar da nossapreo#upa'o( neste liro( ser #om o Dhamma( ou o ensino das Asas para o

    Despertar( no deemos es!ue#er !ue o Buda #hamou ao seu ensino( Dhamma)ina5a+ O ina5a o #on-unto de regras e regulamentos !ue ele esta&ele#eu para o&om ,un#ionamento da ordem+ O Dhamma o mem&ro prin#ipal do #on-unto( mas

    o ina5a ,orma o #onte*to !ue a-uda a mant$)lo io+ Eles reLnem)se num ,o#o#omum so&re o ,a#tor da inten'o+ O ina5a usa as suas regras no s/ para

    promoer a ordem #omunit.ria( mas tam&m para sensi&iliSar os prati#antesindiiduais para o elemento da inten'o em todas as suas a#'?es+ O Dhamma( emseguida( ,aS uso dessa sensi&ilidade #omo uma ,orma de promoer as ideias !ue

    leam ao Despertar+

    Depois Dele ter #olo#ado o Dhamma)ina5a no lugar #erto( o Buda ,ale#eu emi&erta'o total+ Este a#onte#imento proo#ou uma grande #ontrorsia dentro e

    ,ora da tradi'o Budista( algumas pessoas diSem !ue se o Buda eraerdadeiramente #ompassio( ele deeria ter tido repetidos renas#imentos para !ue

    o resto da humanidade pudesse #ontinuar a &ene,i#iar das e*#elentes !ualidades!ue ele haia #onstru>do na sua mente+ A ;ua i&erta'o total( no entanto( pode ser

    ista #omo uma das suas maiores aten'?es para #om os seus seguidores+ Pore*emplo( ele mostrou !ue( em&ora o #aminho para a erdadeira ,eli#idade e*igissegenerosidade e &ondade para #om os outros( o o&-e#tio do #aminho no pre#isa de

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    -usti,i#a'o em termos de !ual!uer outra #oisa+ A li&erdade ilimitada da i&erta'o um ,im digno para o seu pr/prio &em+ As ha&ituais e*ig$n#ias da so#iedade de

    !ue as pessoas deem -usti,i#ar as suas a#'?es pelo apelo ao ,un#ionamento#ont>nuo da so#iedade ou K ,eli#idade dos outros( no t$m nenhuma in,lu$n#ia

    so&re o alor inato deste n>el+ O Buda ,eS uso do res>duo #.rmi#o remanes#ente(ap/s o seu Despertar( para ,aSer um presente lire do Dhamma)ina5a a todos os

    !ue se importam #om a ,eli#idade genu>na e so&re a saLde( mas !uando os res>duos,oram esgotados( ele tomou o #aminho no&re da erdadeira saLde #omo um

    e*emplo e um desa,io para todos n/s+

    Assim( o Dhamma)ina5a pode ser isto #omo um dom generoso do Buda para aposteridade+ As regras do ina5a o,ere#em um am&iente para a pr.ti#a( en!uanto as

    Asas para o Despertar so um #onite e um guia para !ue a

    pr.ti#a( lee K erdadeira ,eli#idade+ ual!uer pessoa( em !ual!uer lugar( !ue este-aseriamente interessada na erdadeira ,eli#idade &em)inda a #on#entrar)se nas!ualidades a!ui listadas( para er se a #ondi#ionalidade isto`a!uilo realmente oprin#>pio da #ausalidade( regendo as dimens?es da po#a e do presente( e para

    testar se ela pode ser dominada de uma ,orma !ue lee ao resultado prometido: ali&erdade trans#endendo as dimens?es( #ompletamente alm de !ual!uer medida e

    sem ,ronteiras+

    -----------------------------------------------------------

    Parte 1 Princpios Bsicos

    A+ Ga&ilidade

    Os ensinamentos de Buda( assim #omo os prin#>pios !ue os des#reem( esto inter)rela#ionados de ,orma #omple*a+ c di,>#il apontar !ual!uer ensino !ue este-a por

    tr.s de tudo( assim todos os ensinamentos so mutuamente dependentes+ Joentanto( h. uma srie de poss>eis pontos de entrada no seu padro( e um desses

    pontos a o&sera'o do Buda de !ue poss>el dominar uma ha&ilidade+Ao #ontr.rio de muitos dos seus #ontempor\neos ) e muitos pensadores de antes e

    depois ) o Buda no tentou ra#io#inar a partir de prin#>pios a&stra#tos para ae*peri$n#ia dire#ta+ Como o&ser.mos na 9ntrodu'o( os #ontempor\neos do Buda

    ,oram in,luen#iados pela prin#ipal #i$n#ia do seu tempo ) a astronomia ) damaneira #omo iam a e*peri$n#ia( e ,.#il de er os pre#on#eitos deriados da

    astronomia no tra&alho do pensamento deles: !ue o unierso #omposto de #orposindependentes agindo regularmente em #onson\n#ia #om #ausas lineares( e !ue o#onhe#imento humano desses pro#essos no tem impa#to na ,orma #omo eles se

    #omportam+ Esses pre#on#eitos( !uando apli#ados K e*peri$n#ia humana(resultaram no !ue o Buda #hamou teorias do ser( ou a!uilo a !ue ho-e #hamar>amosteoria da ordem: em !ue os pro#essos do unierso podem ser totalmente e*pli#ados

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    em termos de prin#>pios ,>si#os !ue seguem padr?es de #ausalidade linear a,e#tadapela interen'o humana+ As .rias #on#lus?es !ue se desenoleram a partir desta

    a&ordagem( di,eriam prin#ipalmente #omo uma alma ) ista de .rias maneiras(!uer #omo uma #oisa dis#reta ou #omo um prin#>pio mais a&stra#to ) pro#uraa ali&erta'o a partir desta asta m.!uina #/smi#a+ Alguns insistiram !ue a a#'o era

    ilus/ria( e outros( !ue a a#'o era real( mas totalmente determinada por regras ,i*as(serindo apenas para atar a pessoa ao #i#lo impessoal+

    Em rea#'o Ks teorias do ser( os oka5atans( propuseram uma teoria do no)ser ouo #aos a&soluto !ue( #omo todas as ideologias rea##ion.rias( era largamente

    de,inida pelo !ue negaa+ Em&ora tenham admitido o primado do unierso ,>si#o(negaam !ue as leis #ausais operassem no n>el humano o&ser.el+ Tudo( o !ue osoka5atans diSiam( era totalmente espont\neo( aleat/rio e #a/ti#o+ A identidade das

    almas humanas no era o&ser.el e( portanto( a identidade humana era #ompostaapenas por uma #on-un'o tempor.ria de elementos !ue #ompunham o #orpo(

    terminando !uando os elementos se separaam na morte+

    Jo seu modo t>pi#o de a&ordagem dos pro&lemas( o Buda eitou am&os os lados doargumento( #entrando)se dire#tamente no n>el da e*peri$n#ia imediata e

    e*plorando as impli#a'?es das erdades !ue am&os os lados negligen#iaam+ EmeS de se ,i*ar no #onteLdo das opini?es e*pressas( ele #onsiderou as a#'?es

    da!ueles !ue e*pressaam os pontos de ista+ A l/gi#a do determinismo total ou do

    #aos total( dee terminar na #on#luso de !ue o prop/sito da a#'o inLtil( e ainda!ue os adeptos de am&as as es#olas #ontinuaram a agir de ,orma inten#ional+ O,a#to de !ue #ada lado aan'ou #om uma interpreta'o da realidade( impli#a !ueam&os #on#ordaram !ue haia maneiras h.&eis e in.&eis de se apro*imarem da

    erdade( e #ada um insistiu !ue o outro usou ,ormas pre-udi#iais de o&sera'o e deargumenta'o para ,aSer promoer a sua posi'o+ Assim( o Buda olhou

    dire#tamente para a a#'o h.&il em si( tra&alhou as suas impli#a'?es na iso dopr/prio #onhe#imento #omo uma ha&ilidade ) e no um #on-unto de ,a#tos ) e

    des#o&riu !ue essa impli#a'o leaa ao total #aminho da li&erta'o+

    . lem&r.mos #omo as impli#a'?es( delineadas da realidade da a#'o ha