Ajuda

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A mensagem de João Batista 1.1-8 Marcos começa sua história a respeito de Jesus Cristo apontando para o cumprimento das profecias do AT. Conforme anunciado em Ml 2.17—3.5 e Is 40.1-5, João Batista aparece no deserto da Judéia, pregando a sua mensagem, batizando e anunciando a vinda do Messias (vs. 7-8; At 13.24-25). 1.1 boa notícia Tradução da palavra grega euangélion, de onde nos vem, em português, “evangelho”. No NT, é a mensagem da salvação anunciada por Jesus e seus apóstolos. É bem provável que aqui seja uma referência ao livro todo. Nesse caso, Marcos seria o único escritor do NT a dizer que seu livro é um “Evangelho”. 1.2 Deus disse As palavras que seguem são de Ml 3.1. 1.3 o profeta escreveu Isaías, em Is 40.3. Marcos cita conforme o texto da Septuaginta. 1.4 apareceu João Batista, provavelmente, tenha começado seu trabalho no ano de 27 d.C. (Lc 3.1- 3). deserto Uma região onde não mora ninguém, situada na margem oeste do rio Jordão, perto do lugar onde o rio desemboca no mar Morto. 1.5 Judéia A região situada ao sul da terra de Israel e que era governada pelo romano Pôncio Pilatos.

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A mensagem de João Batista 1.1-8

Marcos começa sua história a respeito de Jesus Cristo apontando para o cumprimento das profecias do AT. Conforme anunciado em Ml 2.17—3.5 e Is 40.1-5, João Batista aparece no deserto da Judéia, pregando a sua mensagem, batizando e anunciando a vinda do Messias (vs. 7-8; At 13.24-25).

1.1 boa notícia Tradução da palavra grega euangélion, de onde nos vem, em português, “evangelho”. No NT, é a mensagem da salvação anunciada por Jesus e seus apóstolos. É bem provável que aqui seja uma referência ao livro todo. Nesse caso, Marcos seria o único escritor do NT a dizer que seu livro é um “Evangelho”.

1.2 Deus disse As palavras que seguem são de Ml 3.1.

1.3 o profeta escreveu Isaías, em Is 40.3. Marcos cita conforme o texto da Septuaginta.

1.4 apareceu João Batista, provavelmente, tenha começado seu trabalho no ano de 27 d.C. (Lc 3.1-3). deserto Uma região onde não mora ninguém, situada na margem oeste do rio Jordão, perto do lugar onde o rio desemboca no mar Morto.

1.5 Judéia A região situada ao sul da terra de Israel e que era governada pelo romano Pôncio Pilatos.

1.6 roupa feita de pêlos de camelo Isso lembrava a roupa usada pelo profeta Elias (2Rs 1.8; Zc 13.4). cinto de couro Era um cinto largo e dobrado, que servia também de bolso. comia gafanhotos Gente pobre que morava no deserto, indo de um lugar para outro, comia, entre outras coisas, gafanhotos cozidos em água salgada e assados sobre brasas.

1.7 desamarrar as correias das sandálias Um serviço humilde feito somente por um empregado ou escravo. João diz que não merece a honra nem de ser escravo do Messias.

1.8 com O texto original também pode ser traduzido por “em”.

O batismo de Jesus 1.9-13

Jesus vem de Nazaré e é batizado por João, que assim termina a sua missão de preparar o povo para a vinda do Messias. Logo depois, Jesus foi tentado por Satanás.

1.9 Nazaré Pequena cidade que ficava a uns 26 km a sudoeste do lago da Galiléia. Galiléia Região que ficava ao norte da terra de Israel e que era governada por Herodes Antipas, filho de Herodes, o Grande.

1.11 és o meu Filho querido e me dás muita alegria Jesus é o Filho de Deus (Sl 2.7) e o Servo do Senhor anunciado por Isaías (Is 42.1; Mt 12.18). Algo semelhante foi dito no monte da transfiguração (Mt 17.5; Mc 9.7; Lc 9.35).

1.12 deserto Ver Mc 1.4, n.

1.13 sendo tentado Marcos não relata as diferentes tentações de Jesus (Mt 4.1-11; Lc 4.1-13).

Jesus começa o seu trabalho na Galiléia 1.14-20

Jesus volta para a Galiléia, onde começa o seu trabalho pregando e chamando os primeiros discípulos. Não se sabe exatamente quanto tempo ele ficou na Galiléia, pois são poucas as indicações de tempo (vs. 21,35; 2.1; 4.3-5; 8.1; 9.2). Em Mc 10.1 é dito que Jesus foi para a Judéia. A única Festa da Páscoa que Jesus celebra acontece quando ele está terminando o seu trabalho (cap. 14).

1.14 João foi preso Herodes Antipas, governador das regiões da Galiléia e da Peréia, mandou prender João (Mc 6.16-17).

1.15 está perto O texto original também pode ser traduzido por “já chegou”. Segundo Mt 3.2, também João Batista anunciou essa mensagem.

1.16 lago da Galiléia Um lago de água doce, situado na região da Galiléia. Tem 21 km de comprimento por 13 km de largura na sua parte mais larga. redes Redes redondas que o pescador girava por cima da cabeça e lançava na água.

1.17 Venham comigo Naquele tempo, entre os judeus, era comum um discípulo pedir permissão para seguir um mestre. Com Jesus é diferente: ele escolhe quem ele quer. ensinarei vocês a pescar gente Pescar gente era uma figura de linguagem de juízo e castigo (Jr 16.16). Jesus faz dela uma figura de salvação.

1.19 consertando O texto original também pode ser traduzido por “aprontando”.

Um homem dominado por um espírito mau 1.21-28

Esta é a primeira vez que Jesus expulsa um espírito mau. Com isso Jesus está derrotando Satanás e acabando com o reino dele (Mc 3.23-27).

1.21 Cafarnaum Cidade que ficava na margem noroeste do lago da Galiléia, perto do lugar onde o rio Jordão desemboca no lago.

1.22 mestres da Lei Homens que conheciam bem os livros da Lei de Moisés e resolviam problemas de aplicação da Lei na vida diária dos judeus. Geralmente, eles citavam as opiniões de mestres famosos, cujas interpretações tinham muita autoridade (ver Mt 7.28-29, n.).

1.23 um espírito mau Ao pé da letra, “um espírito impuro”. Isso porque ele causava certas doenças que tornavam a pessoa impura. Nessa condição a pessoa não podia participar dos cultos públicos realizados nas sinagogas e no Templo.

1.24 O que quer de nós...? O espírito fala em nome de todos os espíritos maus. A pergunta não é para pedir informações, mas para mostrar que ele não gostou nem um pouco da presença de Jesus. o Santo Alguém escolhido e separado por Deus para um serviço especial. Aqui, é uma maneira de falar sobre o Messias (Jo 6.69).

Jesus cura a sogra de Pedro 1.29-34

Jesus volta a agir com autoridade (v. 26), curando a sogra de Pedro e muitas outras pessoas.

1.29 a casa de Simão e de André Em Cafarnaum (v. 21).

1.31 ela começou a cuidar deles “Cuidar” também pode ser traduzido por “servir”. Servir Jesus é algo que os anjos já tinham feito (Mc 1.13), que outras mulheres ainda fariam (Mc 15.41; Lc 8.3; Jo 12.2) e que Jesus espera que seus discípulos façam (Mc 10.43). O modelo para tanto é o próprio Jesus (Mc 10.45; Lc 22.27).

1.32 depois do pôr-do-sol Só então terminava o sábado (v. 21), e as pessoas podiam sair de casa e levar os doentes a Jesus. demônios O mesmo que espíritos maus (v. 23).

1.34 Ele não deixava que os demônios falassem As curas são sinais que apontam para a vinda e presença do Reino de Deus. A vinda total e completa desse Reino só será possível através do sofrimento, da morte e da ressurreição de Jesus. Para não deixar que curas e outros sinais se tornem mais importantes do que isso, Jesus proíbe os demônios de falar e se retira para orar (v. 35). sabiam quem Jesus era Sabiam que ele era o Messias (v. 24). Eles já sabiam o que as pessoas iriam entender só mais tarde.

Jesus anuncia o evangelho na Galiléia 1.35-39

Para cumprir a vontade de Deus, Jesus anda por toda a Galiléia anunciando o evangelho e expulsando demônios (v. 39; Mt 4.23; 9.35).

1.35 orando Mc 6.46; 14.32; Lc 5.16; 6.12; 9.18; 11.1.

Jesus cura um leproso 1.40-45

Na Bíblia, a palavra lepra inclui também outras doenças da pele (Lv 13—14), que faziam com que a pessoa ficasse impura (ver vs. 23, n.). Depois de curada, a pessoa podia outra vez participar da vida social e religiosa da comunidade.

1.40 chegou perto de Jesus Desrespeitando o que dizia a lei de Moisés (Lv 13.45-46).

1.41 tocou nele Jesus fez o que ninguém faria, pois quem tocasse numa pessoa com lepra também ficaria impuro.

1.43-44 vá pedir ao sacerdote que examine você Era isso que a Lei de Moisés exigia (Lv 14.1-32). sacerdote Podia ser um sacerdote local, mas é mais provável que se trata de um sacerdote que servia no Templo de Jerusalém.

Jesus cura um paralítico 2.1-12

Na cura deste paralítico, fica claro que a missão de Jesus não é curar somente o corpo da pessoa, mas, principalmente, curar o seu espírito pelo perdão dos pecados.

2.1 em casa Pode ser a casa de Jesus ou, o que é mais provável, a casa de Simão Pedro (Mc 1.29).

2.4 um buraco no telhado Uma escada do lado de fora da casa levava ao telhado, onde havia um terraço (Mc 13.15). O telhado, geralmente, era feito de galhos e palha, misturados com barro. Assim, era fácil abrir um buraco nele. cama Uma esteira ou maca.

2.5 eles tinham fé Os quatro homens e, com certeza, também o paralítico. os seus pecados estão perdoados Com a autoridade que Deus lhe deu (v. 10), Jesus perdoa os pecados do paralítico, mostrando ser este o maior problema daquela pessoa. A cura da doença do corpo é sinal de uma cura muito mais profunda. Por outro lado, a cura espiritual tem seus reflexos sobre o corpo. Essa relação entre corpo e espírito aparece também em Sl 38.3-5; 103.3.

2.7 só Deus tem esse poder Os mestres da Lei tinham razão: o perdão que Jesus dá é o perdão de Deus.

2.9 mais fácil Num certo sentido, era mais fácil dizer que os pecados estavam perdoados, pois não se podia verificar se isso tinha acontecido ou não. Por outro lado, todos poderiam ver se Jesus, de fato, podia fazer aquele homem paralítico andar.

Jesus e Levi 2.13-17

Como cobrador de impostos, Levi era desprezado pelos outros judeus. Isso porque ele estava a serviço das autoridades romanas e ficava impuro pelo constante contato com não-judeus. Mesmo assim, Jesus o escolhe para ser um dos seus discípulos.

2.14 Levi Este é o nome dele também em Lc 5.27-29; em Mt 9.9-10, ele é chamado de Mateus. Venha comigo Ver Mc 1.17, n.

2.15 na casa de Levi O texto original também pode ser traduzido por “na casa dele”, isto é, na casa de Jesus (ver Mc 2.1, n.). pessoas de má fama A palavra grega é geralmente traduzida por “pecadores”. Era assim que os líderes religiosos chamavam os judeus que não obedeciam a todas a leis religiosas, especialmente as que proibiam as pessoas de comer certos alimentos e de se reunir com não-judeus.

2.16 perguntaram A pergunta não deixa de ser uma crítica (Lc 15.1-2).

2.17 vim para chamar os pecadores Jesus dá preferência às pessoas que reconhecem que precisam de cura espiritual (Lc 18.9-14).

Jesus e o jejum 2.18-22

Por motivos religiosos, os judeus mais piedosos jejuavam duas vezes por semana (Lc 18.12). Jesus diz que jejum é sinal de tristeza e que, para os seus seguidores, o tempo presente é de alegria.

2.20 o noivo será tirado do meio deles Jesus está falando sobre si mesmo como o noivo (Jo 3.29; Mt 22.2; 25.1; Ap 21.2,9). Já no AT Deus é apresentado como um noivo que casa com o seu povo (Is 62.2-5). vão jejuar Como tudo tem o seu tempo (Ec 3.1-10), depois da morte de Jesus virá o tempo do jejum, em sinal de tristeza.

2.21 remendo novo... roupa velha Com esta comparação, bem como a do v. 22, Jesus ensina que o novo (“pano novo”, “vinho novo”) do Reino de Deus não combina com as formas religiosas antigas (“roupa velha”, “odres velhos”). Jesus adverte contra a ilusão de querer entender o Reino de Deus à luz do sistema antigo. Com a chegada do noivo Jesus, algo novo, o Reino de Deus, se fez presente. Isso explica a alegria dos discípulos, que, naquele momento, não jejuam.

22 2.22 vinho novo O vinho que ainda está fermentando faz com que uma vasilha de couro envelhecida rebente.

Jesus e o sábado 2.23-28 Neste trecho aparece a primeira discussão de Jesus com os líderes religiosos a respeito do sábado. Ao longo do tempo, muitas leis tinham sido criadas para garantir que se cumprisse o que a Lei de Moisés diz a respeito do sábado (Êx 20.8-11; Dt 5.12-15).

23 2.23 colhendo espigas A Lei de Moisés permitia arrancar espigas com as mãos para comer os grãos, mesmo quando se estava na plantação de outros (Dt 23.24-25). Isso significa que os discípulos não estavam roubando. O problema é que os fariseus achavam que aquilo era o mesmo que fazer uma colheita, que era um dos trabalhos proibidos no sábado (Êx 34.21).

25 2.25 o que Davi fez Jesus diz que ele e seus discípulos têm a mesma liberdade que, num momento todo especial, Davi e seus soldados tiveram no AT (1Sm 21.1-6; Lv 24.5-9). Indiretamente, Jesus está dizendo: o que está aqui é mais importante do que Davi (Mt 12.6).

26 2.26 casa de Deus No tempo de Davi, era a Tenda da Presença de Deus (Êx 36.8-38). Abiatar O sacerdote que deu os pães a Davi foi Aimeleque (1Sm 21.1), pai de Abiatar (1Sm 22.20). 2Sm 8.17 e 1Cr 24.6 dizem que Aimeleque era filho de Abiatar. os pães oferecidos a Deus No Lugar Santo do Templo (Hb 9.2) havia uma mesa revestida de ouro sobre a qual eram colocados doze pães como oferta a Deus. Esses pães eram trocados todos os sábados, e somente os sacerdotes podiam comer os pães velhos (Lv 24.5-9).

28 2.28 o Filho do Homem tem autoridade Isso significa que Jesus, o Filho do Homem, foi encarregado por Deus para decidir se as pessoas estão, de fato, reconhecendo e cumprindo a vontade de Deus ou se estão interpretando mal e falsificando a mesma.

Jesus e o homem da mão aleijada 3.1-6 Os mestres judeus ensinavam que, no sábado, se podia fazer tudo que fosse necessário para salvar a vida de uma pessoa. Este não era o caso do homem da mão aleijada. Por isso, a reação dos fariseus, ainda que violenta (v. 6), é natural. A lição dessa cura é que o bem-estar das pessoas é mais importante do que as leis do sábado (Mc 2.27; Lc 14.1-6).

2 3.2 algumas pessoas Provavelmente, fariseus (v. 6).

6 3.6 partido de Herodes Partido formado por judeus que queriam que um dos descendentes do rei Herodes governasse em lugar do governador romano. planos para matar Jesus Jesus mostrou sua autoridade sobre as pessoas (Mc 1.16-20), os demônios e as doenças (Mc 1.21-45), o pecado (Mc 2.1-17) e a lei (Mc 2.18—3.5). A reação dos fariseus e das pessoas do partido de Herodes não demorou e já aponta para a cruz.

Jesus cura outros doentes 3.7-12 Outra vez, Jesus mostra o seu poder de curar e a sua autoridade sobre os espíritos maus (Mc 1.39).

7 3.7 o lago da Galiléia Ver Mc 1.16, n. Galiléia... Judéia Ver Mc 1.9, n.; 1.5, n.

3.8 Iduméia A região que ficava ao sul da Judéia. Tiro... Sidom Duas cidades que ficavam no litoral do mar Mediterrâneo, fora da terra de Israel (Mc 7.24,31).

9 3.9 que arranjassem um barco para ele Mc 4.1; Lc 5.1-3.

11 3.11 O senhor é o Filho de Deus! Mc 1.23-34; Lc 4.41.

Jesus escolhe os doze apóstolos 3.13-19 Os doze homens escolhidos por Jesus representam a nova comunidade do povo de Deus, assim como as doze tribos de Israel eram a antiga comunidade (Lc 22.30). Isso mostra que Jesus quer restaurar todo o Israel e não apenas os piedosos ou religiosos.

14 3.14 apóstolos Como apóstolos, eles são os representantes de Jesus, que têm autoridade para anunciar a mensagem do Reino de Deus e para expulsar demônios.

16 3.16 o nome de Pedro Mt 16.17-18; Jo 1.42.

18 3.18 Tadeu Ao que parece, é a mesma pessoa que, em Lc 6.16 e At 1.13, é chamada de Judas, filho de Tiago. Simão, o nacionalista Ele pertencia ou tinha pertencido a um grupo de patriotas judeus que eram contra a ocupação romana da terra de Israel e estavam dispostos até a fazer guerra para expulsar os romanos.

O poder de Jesus para expulsar demônios 3.20-35 A mensagem e a atividade de Jesus são tão surpreendentes que algumas pessoas, talvez até seus parentes (ver v. 21, n.), pensam que ele está louco (v. 21), e os mestres da Lei concluem que ele está a serviço de Satanás (v. 22). Jesus responde tanto a uns (vs. 34-35) como a outros (vs. 23-29). Não pode haver meio-termo: ou eles têm razão ou estão totalmente enganados, e Jesus é, de fato, aquele em quem Deus vem até nós. Jesus deixa claro que o fato de ele expulsar demônios representa a vitória do Reino de Deus sobre o reino de Satanás.

20 3.20 casa Provavelmente, em Cafarnaum.

21 3.21 algumas pessoas O texto original também pode ser traduzido por “eles”, isto é, os parentes de Jesus.

22 3.22 Belzebu, o chefe dos demônios Mt 9.34; 10.25.

23 3.23 por meio de parábolas No Evangelho de Marcos, esta é a primeira vez que Jesus ensina por meio de parábolas. É significativo que isso aconteça num contexto de conflito e oposição a Jesus.

27 3.27 amarrá-lo... levar o que ele tem Jesus está dizendo que, ao expulsar demônios, ele está invadindo o reino de Satanás e levando embora as coisas dele, isto é, as pessoas dominadas por demônios.

29 3.29 blasfêmias contra o Espírito Santo Os mestres da Lei sabem muito bem que é pelo poder de Deus que Jesus está expulsando demônios. Mesmo assim, eles mentem, afirmando que Jesus está a serviço de Satanás. Este é o pecado que não pode ser perdoado (1Jo 5.16; ver Mt 12.32, n.).

30 3.30 dominado por um espírito mau É provável que isso se refira à acusação registrada no v. 21 de que Jesus estava louco (Jo 8.48,52; 10.20).

31 3.31 chegaram Provavelmente, eles tivessem vindo de Nazaré, que ficava a uns 48 km de Cafarnaum.

35 3.35 quem faz a vontade de Deus é meu irmão É de Jesus a pessoa que faz a vontade de Deus. Laços de parentesco e nacionalidade não podem garantir isso.

O semeador 4.1-9 A parábola do semeador ensina que, apesar do aparente desperdício de

sementes, um pouco de semente que cai em terra boa produz uma grande colheita. A parábola é explicada nos vs. 13-20.

1 4.1 lago da Galiléia Ver Mc 1.16, n.

4 4.4 caminho Tratava-se de um caminho que passava pelo meio do campo.

Por que Jesus usava parábolas 4.10-12 Segundo os vs. 33-34, Jesus sempre usava parábolas quando ensinava o povo. Isso sugere que as parábolas eram bem entendidas por todos. No entanto, os vs. 11-13 mostra que isso não era bem assim. Para os que estavam fora do Reino, as parábolas escondiam o segredo do Reino de Deus. Até os discípulos precisavam de explicações para que pudessem entender tudo o que as parábolas queriam dizer.

11 4.11 o segredo do seu Reino A pessoa e a missão de Jesus.

12 4.12 para que olhem e não enxerguem nada Is 6.9-10, segundo o texto da Septuaginta. Em Jo 12.34-40, essa mesma passagem é citada para mostrar a razão por que as pessoas não creram em Jesus.

Jesus explica a parábola do semeador 4.13-20 A explicação da parábola mostra a reação das pessoas que ouvem a mensagem do Reino de Deus. Junto com o privilégio de ouvir essa mensagem vem a responsabilidade de aceitar e pôr em prática o que se ouve.

A luz 4.21-25 Neste trecho, aparecem quatro pequenas “parábolas” ou afirmações parabólicas de Jesus.

21 4.21 uma lamparina Esta pequena parábola (v. 21) também se encontra, com pequenas diferenças, em Mt 5.15; Lc 8.16; 11.33. Em Jesus, Deus tornou a luz de sua revelação bem visível. Ele não quer que sua revelação seja escondida.

22 4.22 escondido... conhecido Mt 10.26; Lc 12.2.

24 4.24 Deus usará para julgar vocês a mesma regra que vocês usarem Mt 7.2; Lc 6.38.

25 4.25 Quem tem receberá mais Quem aceita e guarda o que Deus lhe dá recebe mais ainda; quem não usa o que recebeu vai perder tudo (Mt 13.12; 25.29; Lc 19.26).

A semente 4.26-29 Esta parábola aparece apenas em Marcos. Assim como a terra faz a semente germinar, sem a participação daquele que joga a semente, também o crescimento do Reino depende inteiramente de Deus e não dos seres humanos. Deus também marca o dia da colheita.

29 4.29 o tempo da colheita Figura de linguagem sobre o dia do Juízo Final (Jl 3.13; Ap 14.15).

A semente de mostarda 4.30-34 A parábola da semente de mostarda ensina que o Reino de Deus começa pequeno, pois Jesus foi desprezado e rejeitado. Mas vai chegar o dia em que todos verão sua grandeza e poder.

32 4.32 a maior de todas as plantas O pé de mostarda cresce até uma altura de dois metros e meio a três metros e meio. os passarinhos fazem ninhos entre as suas folhas Ez 17.23; Dn 4.12,21. Os “passarinhos” são uma maneira de falar sobre os não-judeus.

Jesus acalma uma tempestade 4.35-41 Também a autoridade de Jesus sobre a tempestade mostra que o poder do Reino de Deus está presente no que ele diz e faz. A exemplo de Deus no AT (Sl 65.7; 89.9; 107.23-29), Jesus tem poder sobre as forças da natureza. Os discípulos ainda não sabem bem quem ele é (v. 41).

39 4.39 falou duro Isso traduz a mesma palavra grega que é usada em Mc 1.25 (“ordenou”) e 3.12 (“proibiu duramente”) para falar sobre a expulsão de demônios.

Jesus cura um homem dominado por espíritos maus 5.1-20 Das muitas vezes em que Jesus expulsou um espírito mau, este é o relato mais longo. A história se passa no lado leste do lago da Galiléia, isto é, em território não-judeu. A cura não acontece logo (v. 8), e a presença de muitos espíritos maus mostra como era grave a situação daquele pobre homem.

1 5.1 Gerasa Uma região onde moravam não-judeus. Alguns manuscritos antigos trazem “Gadara” (Mt 8.28); outros trazem “Gergesa”.

3 5.3 cemitério Muitas covas de cemitério, escavadas na subida de montes, eram tão grandes que uma pessoa podia se abrigar dentro delas.

7 5.7 Filho do Deus Altíssimo O homem dominado por espíritos maus sabe quem é Jesus (Mc 1.24,34). Deus Altíssimo Um título que afirma a autoridade de Deus e o seu poder sobre o mundo inteiro.

9 5.9 Multidão Tradução da palavra grega para “legião”, que era uma unidade ou divisão do exército romano formada por uns 6.000 soldados.

5.11 porcos Segundo a Lei de Moisés (Lv 11.7), porcos eram animais impuros. Só eram criados fora da terra de Israel.

19 5.19 conte aos seus parentes o que o Senhor lhe fez Era o mesmo que contar o que Jesus tinha feito por ele (v. 20). A uns Jesus tirou da casa deles e do meio da família (Mc 1.16-20); este foi mandado de volta aos seus parentes.

20 5.20 Dez Cidades Um grupo de cidades, quase todas situadas no lado leste do lago da Galiléia. Os seus moradores eram não-judeus.

O pedido de Jairo 5.21-43 A cura de uma mulher doente e a ressurreição de uma menina mostram a presença do Reino de Deus.

22 5.22 chefe da sinagoga O chefe da sinagoga estava encarregado do bom andamento do culto público na sinagoga.

23 5.23 ponha as mãos sobre ela Pôr as mãos sobre alguém ou alguma coisa era um gesto usado quando se levava uma oferta, quando se abençoava alguém e quando se enviava alguém para uma missão especial. Era também um gesto bastante comum nas curas de Jesus (Mc 6.5; 7.32; 8.23-25).

25 5.25 uma hemorragia Parece que a mulher sofria de hemorragia menstrual que não parava nunca. Além de não poder viver uma vida normal, ela era considerada impura (Lv 15.25). Se ela tocasse em alguém, essa pessoa também ficaria impura.

30 5.30 dele havia saído poder Lc 6.19.

37 5.37 ninguém mais A exemplo de Elias (1Rs 17.19) e Eliseu (2Rs 4.33), Jesus fez este milagre longe dos olhos do povo.

41 5.41 Talitá cumi! As palavras estão em aramaico, a língua que Jesus falava. O evangelista traduz as palavras para o grego, pois a grande maioria dos seus leitores não entendia aramaico. Outras palavras em aramaico aparecem em Mc 3.17; 7.34; 15.22.

Jesus em Nazaré 6.1-6a Em Nazaré, a cidade onde ele tinha sido criado, Jesus, pela primeira vez, se defronta com falta de fé (v. 6). Isso contrasta com a grande fé que tinha a mulher com a hemorragia (5.34).

3 6.3 Não é irmão de Tiago...? Nenhum dos irmãos de Jesus era seu discípulo (Jo 7.5).

4 6.4 respeitado em toda parte, menos na sua terra Este ditado aparece também em Jo 4.44, onde “sua terra” se refere à Judéia e não à Galiléia.

5 6.5 não pôde fazer milagres Esses milagres são coisas grandiosas como aquelas narradas no cap. 5. alguns doentes Ao contrário da maioria dos moradores de Nazaré (v. 6), esses doentes que foram curados por certo tinham fé em Jesus. Jesus nunca fez milagres para mostrar seu poder e nem para forçar as pessoas a crerem.

6 6.6 ficou admirado Não apenas os líderes religiosos e políticos se colocam contra Jesus (Mc 3.6), mas também aqueles que lhe são mais próximos. Isso é motivo de admiração.

A missão dos doze discípulos 6.6b-13 Jesus envia os doze discípulos para fazerem o que ele mesmo já vinha fazendo. O texto não diz quanto tempo durou a missão, mas ela era urgente.

7 6.7 dois a dois Para um poder ajudar o outro, mas, acima de tudo, para que houvesse duas testemunhas (Dt 19.15).

11 6.11 sinal de protesto Isso indica que aquela cidade é impura e vai ser julgada e castigada por Deus (At 13.51). A rejeição dos mensageiros terá sérias conseqüências (Mt 11.20-24).

13 6.13 azeite Naquele tempo, o azeite era usado na cura de pessoas (Lc 10.34; Tg 5.14).

A morte de João Batista 6.14-29 Enquanto os discípulos não voltam de sua missão (6.30), Marcos conta o que as pessoas, em especial o rei Herodes, pensavam de Jesus (Mc 8.27-29). Para explicar por que algumas pessoas estavam dizendo que Jesus era João Batista ressuscitado (vs. 14,16), o evangelista conta como João Batista foi morto. Não se sabe exatamente quanto tempo antes João tinha sido morto. João foi preso antes de Jesus começar a sua missão na Galiléia (Mc 1.14; Lc 3.19-20).

14 6.14 O rei Herodes Trata-se de Herodes Antipas, que governou a Galiléia e a Peréia entre 4 a.C. e 39 d.C. O titulo “rei” é uma cortesia, pois ele não era rei e, sim, governador. O título exato era “tetrarca”.

15 6.15 Elias Os judeus esperavam a volta do profeta Elias, que viria preparar o caminho para a vinda do Messias (Ml 4.5-6). Mais tarde os discípulos de Jesus vão citar os mesmos nomes quando Jesus lhes pergunta o que o povo diz a respeito dele (Mc 8.28; Mt 16.14; Lc 9.19).

17 6.17 cadeia O historiador Josefo conta que João Batista estava na prisão em Maquero, uma fortaleza que ficava a uns 8 km a leste do mar Morto, na Peréia. Herodias Filha de Aristóbulo, que era filho de Herodes, o Grande.

18 6.18 Pela nossa Lei A Lei de Moisés não permitia que um homem se casasse com a sua cunhada enquanto o marido dela ainda estivesse vivo (Lv 18.16; 20.21).

22 6.22 a filha de Herodias Alguns manuscritos antigos dizem “Herodias, a filha dele”, isto é, filha de Herodes. Segundo o historiador Josefo, o nome dela era Salomé.

Jesus alimenta uma multidão 6.30-44 Este é o único milagre contado nos quatro Evangelhos. Os relatos diferem em alguns pequenos detalhes, mas todos concordam que havia mais ou menos cinco mil homens presentes (v. 44; Mt 14.21; Lc 9.14; Jo 6.10). Jesus procura um lugar para descansar um pouco, mas a multidão o segue, e ele não pode deixar de lhes dar alimento material e espiritual (Jo 6.26-27).

30 6.30 Os apóstolos voltaram Eles voltaram depois de terminada a missão que Jesus lhes tinha dado (vs. 7-13). Esta é a segunda e última vez que a palavra “apóstolo” aparece neste Evangelho (Mc 3.14).

31 6.31 Vamos sozinhos Assim como tinha feito anteriormente (Mc 1.35; 3.20), Jesus se retira para um lugar deserto.

34 6.34 ovelhas sem pastor Figura de linguagem usada várias vezes na Bíblia para falar sobre pessoas confusas e necessitadas (Nm 27.17; 1Rs 22.17; 2Cr 18.16; Ez 34.5; Mt 9.36). Jesus cumpre a promessa que Deus tinha feito de que ele mesmo seria o pastor de seu povo (Ez 34.7-31).

37 6.37 moedas de prata Uma moeda de prata era o valor pago a um trabalhador rural por um dia de trabalho (Mt 20.2).

41 6.41 pegou... deu graças a Deus... partiu... os entregou A linguagem lembra e antecipa o que Jesus fez ao instituir a Ceia do Senhor (Mc 14.22).

Jesus anda em cima da água 6.45-52 Este acontecimento mostra que os discípulos ainda não sabem quem é Jesus (v. 52; 8.14-21).

50 6.50 ficaram apavorados Quanto mais Jesus mostra quem ele é, menos os discípulos conseguem enxergar isso. Jesus falou com eles Mais do que o milagre feito, o que realmente ajuda os discípulos é a palavra de Jesus.

Jesus cura em Genesaré 6.53-56 Novamente, o povo reconhece Jesus, e todos correm para onde ele está, procurando cura para as suas doenças.

53 6.53 Genesaré Uma região fértil que ficava na margem noroeste do lago da Galiléia.

55 6.55 camas Ver Mc 2.4, n.

56 6.56 tocar na barra da sua roupa Assim como a mulher com a hemorragia já tinha feito (Mc 5.27; At 5.15-16).

Jesus e a tradição dos judeus 7.1-13 Nessa discussão com os líderes religiosos, Jesus trata da pureza ritual ou religiosa, que era um assunto muito importante para os judeus de seu tempo. Afinal, os fariseus pensavam que a vinda do Reino de Deus dependia do cumprimento total dessas leis de pureza. O assunto também interessava aos primeiros leitores do Evangelho, que, na grande maioria, eram de origem judaica. A pergunta que esses cristãos faziam era se a Lei

de Moisés, que estava escrita, e as tradições dos antigos mestres, que eram conhecidas apenas de memória, ainda tinham valor para eles.

3 7.3 com bastante cuidado Esta expressão traduz uma palavra grega cujo sentido não é claro. Também poderia ser traduzido por “com o punho” ou “até os punhos”. Lavar as mãos não era simples questão de higiene, mas de seguir certas regras para tirar toda impureza ritual.

4 7.4 tudo o que vem do mercado Contato com não-judeus ou com comidas impuras tornaria impura qualquer vasilha ou alimento.

5 7.5 ensinamentos dos antigos Leis e orientações a respeito da pureza religiosa que tinham sido elaboradas pelos mestres da Lei de tempos passados e transmitidos para as novas gerações numa forma oral ou não-escrita. comem sem lavar as mãos? Lc 11.38.

6 7.6 Isaías As palavras de Is 29.13, encontradas nos vs. 6-7, seguem a Septuaginta com pequenas diferenças.

8 7.8 obedecem a ensinamentos humanos Jesus acusa os líderes religiosos de terem feito com que leis humanas virassem mandamentos de Deus. Como esses ensinamentos não faziam parte do AT (ver v. 5, n.), Jesus declara que são leis humanas.

10 7.10 “Respeite o seu pai...” Êx 20.12. “Que seja morto...” Êx 21.17 (Dt 5.16; Lv 20.9).

Jesus fala sobre a impureza 7.14-23 Jesus, novamente, faz diferença entre o seu ensinamento e o dos mestres judeus: o que torna a pessoa impura não é comida considerada impura, como eles ensinavam, mas pensamentos, desejos e conduta que fazem mal aos outros.

14 7.14 Escutem todos o que eu vou dizer Jesus repete esse ensinamento três vezes (vs. 15,18-19,20-23), o que mostra sua importância.

16 7.16 Este versículo não faz parte do texto original grego (Mc 4.9).

17 7.17 essa comparação Também se poderia traduzir por “esse provérbio” ou “essa palavra enigmática”. Trata-se do que Jesus disse no v. 15.

18 7.18 não entendem nada! Os discípulos continuam sem entender (v. 17; 4.13; 6.52). Logo Jesus vai começar a falar com seus discípulos mais vezes e com maior ênfase (Mc 8.31,34; 9.31; 10.23,32,42).

19 7.19 Jesus quis dizer Este comentário, feito pelo evangelista, deixa bem claro que os cristãos não precisam obedecer às leis do AT sobre comidas impuras (Lv 11.1-47; At 10.9-16).

A mulher estrangeira 7.24—8.10 De agora em diante, até chegar à região de Dalmanuta (8.10), Jesus fica fora da terra de Israel, em áreas onde moravam não-judeus. Ele expulsa um demônio (7.24-30), cura um surdo-mudo (7.31-37) e alimenta uma multidão (8.1-10). Tudo isso mostra que a sua missão e a sua mensagem não são apenas para os judeus, mas também para todas as pessoas. A mulher estrangeira defende, firmemente, o seu direito de ser atendida por Jesus (7.28).

24 7.24 Tiro Ver Mc 3.8, n.

7.27 os cachorros A resposta de Jesus reflete o que os judeus daquele tempo pensavam dos não-judeus.

28 7.28 até mesmo os cachorrinhos Em sua resposta, a mulher diz que até os não-judeus têm os seus direitos. A fé passa por cima da diferença entre judeus e não-judeus.

31 7.31 Tiro... Sidom Ver Mc 3.8, n. Dez Cidades Ver Mc 5.20, n. Jesus continua numa região de não-judeus.

32 7.32 um homem que era surdo e quase não podia falar O relato da cura desse homem (Mc 7.31-37) aparece somente em Marcos e tem mais detalhes do que qualquer outra cura feita por Jesus.

34 7.34 Efatá! A palavra está em aramaico, a língua que Jesus falava (ver Mc 5.41, n.).

36 7.36 que não contassem para ninguém Outra vez Jesus proíbe as pessoas de falarem sobre a cura (Mc 1.43-45; 5.43). Desta vez o resultado foi exatamente o contrário.

1 8.1 uma grande multidão Parece que essa multidão é composta de não-judeus, pois Jesus está no lado leste do lago da Galiléia (ver v. 10, n.). Este

milagre é um pouco diferente do outro (Mc 6.30-44). Todos os quatro Evangelhos registram o primeiro milagre, mas só Mateus e Marcos registram este.

4 8.4 lugar deserto Um lugar onde não morava ninguém. Não é possível dizer onde ficava.

10 8.10 Dalmanuta Lugar desconhecido (Mt 15.39 traz “Magadã”). Parece que ficava no lado oeste do lago da Galiléia, isto é, dentro da terra de Israel. O fato de logo em seguida alguns fariseus chegarem para falar com Jesus (v. 11) confirma isso.

Os fariseus pedem um milagre 8.11-13 Jesus fez milagres para ajudar as pessoas, como sinal de que o Reino de Deus tinha chegado. Ele não fez nenhum milagre em benefício próprio.

11 8.11 pediram que ele fizesse um milagre Lc 11.16; Jo 6.30.

O fermento dos fariseus e o fermento de Herodes 8.14-21 Mais uma vez os discípulos mostram que não entendem o que Jesus está fazendo (6.52). Nisto eles não são muito diferentes dos fariseus (7.18).

15 8.15 fermento Em geral, o fermento é símbolo de uma força negativa que age secretamente (1Co 5.6-7; Gl 5.4-9). O fermento dos fariseus é o ensino deles (Mt 16.12; Lc 12.1) ou o motivo por que estão contra Jesus.

18 8.18 não enxergam... não escutam Os profetas já tinham acusado o povo de Israel de ser espiritualmente cego e surdo (Jr 5.21; Ez 12.2; Is 6.10, citado em Mc 4.12).

Jesus e o cego de Betsaida 8.22-26 Em Betsaida (ver v. 22, n.), Jesus cura um cego. No começo, o homem não enxerga muito bem, mas acaba vendo tudo claramente. Os discípulos ainda são espiritualmente cegos (v. 18), mas a cura daquele cego traz a esperança de que um dia também eles vão ver tudo direito.

22 8.22 Betsaida Um povoado que ficava no lado nordeste do lago da Galiléia, isto é, fora da terra de Israel.

23 8.23 passou a saliva Ver caso parecido em Mc 7.33.

26 8.26 Não volte para o povoado! Jesus não quer que o homem espalhe a notícia da cura (Mc 1.43-45; 5.43).

A afirmação de Pedro 8.27—9.1 Agora, começa uma nova fase, decisiva, no trabalho de Jesus. Os discípulos confessam que ele é o Messias, mas Jesus precisa ensinar a eles que tipo de Messias ele é. Precisa dizer também o que terão pela frente se eles o seguirem e tomarem parte na sua missão messiânica. Daqui em diante, Jesus muitas vezes fala só com os discípulos, procurando levá-los a entender o que ele veio fazer e por que ele está fazendo tudo aquilo.

27 8.27 Cesaréia de Filipe Ficava fora da terra de Israel, a uns 40 km a nordeste do lago da Galiléia.

28 8.28 João Batista... Elias... um dos profetas Mc 6.14-15; Lc 9.7-8. Elias João Batista foi esse Elias prometido (ver Mc 9.13, n.).

31 8.31 O Filho do Homem terá de sofrer muito Esta é a primeira das três vezes que Jesus fala sobre sua morte e ressurreição (Mc 9.30-32; 10.32-34). Jesus diz isso somente aos discípulos e não ao povo. Pedro tinha afirmado que Jesus é o Messias; agora, Jesus ensina como é que o Messias vai cumprir a sua missão. terá de sofrer Jesus vai sofrer e morrer porque Deus assim o quer e não apenas porque os inimigos decidiram matá-lo.

8.33 Satanás Ao tentar impedir que Jesus faça a vontade de Deus, Pedro deixa de ser seguidor e se torna inimigo de Jesus.

34 8.34 morrer como eu vou morrer Ao pé da letra, o texto original diz: “carregar a sua cruz” (Mt 10.38; Lc 9.23).

35 8.35 quem esquece a si mesmo por minha causa... terá a vida verdadeira Este ensinamento é um dos mais importantes para os seguidores de Jesus (Mt 10.39; Lc 17.33; Jo 12.25).

1 9.1 algumas pessoas... não morrerão antes de verem o Reino de Deus Ver Mt 16.28, n.

Jesus, Moisés e Elias 9.2-13 No monte, os discípulos Pedro, Tiago e João vêem a aparência de Jesus mudar, apontando para a glória que ele tem. Os discípulos também viram Moisés e Elias conversando com Jesus. Uma nuvem brilhante, indicando a presença de Deus, desceu sobre eles, e da nuvem veio uma voz confirmando que Jesus é o Filho querido de Deus (2Pe 1.17-18).

2 9.2 um monte alto Segundo alguns, trata-se do monte Hermom, que ficava perto de Cesaréia de Filipe (ver Mc 8.27, n.). Outros pensam que foi o monte Tabor, que fica a sudoeste do lago da Galiléia. a aparência de Jesus mudar Ver Mt 17.2, n.

5 9.5 é bom estarmos aqui! Pedro está falando em nome dos três discípulos (v. 2).

7 9.7 Este é o meu Filho querido Estas palavras lembram a voz que falou no batismo de Jesus (Mc 1.11; Mt 3.17; Lc 3.22). Escutem o que ele diz! Em vez de dar atenção a Moisés (Dt 18.15) e aos profetas, o novo povo de Deus deve ouvir a palavra de Jesus. Isso vale também para o que Jesus tem a dizer sobre o sofrimento e a rejeição do Messias (Mc 9.12).

9 9.9 não contassem a ninguém Mc 1.43-44; 8.30.

10 9.10 essa ressurreição Os discípulos sabem o que é ressurreição. Eles não entendem por que o Filho do Homem precisa morrer para depois ressuscitar.

11 9.11 Elias deve vir primeiro? De acordo com Ml 4.5, Deus iria enviar o profeta Elias para preparar a vinda do Senhor. Os discípulos sabiam que Jesus era o Messias, mas não tinham certeza a respeito da vinda de Elias.

13 9.13 Elias já veio Jesus está falando sobre João Batista (Mt 11.14).

A cura de um menino 9.14-29 O relato da cura deste menino ensina que, para derrotar as forças do mal, é preciso ter fé (v. 23) e contar com o poder de Deus através da oração (v. 29).

18 9.18 joga-o no chão Em Mt 17.15, o pai diz que o filho é epilético. aos discípulos do senhor Os que não tinham subido o monte com Jesus (v. 2).

23 9.23 Tudo é possível para quem tem fé Jesus podia muito bem curar o menino, mas somente se o pai tivesse fé.

Jesus fala outra vez da sua morte e da sua ressurreição 9.30-37 Pela segunda vez, Jesus fala sobre sua morte e ressurreição (8.31). Os discípulos ainda não entendem como é que Jesus vai cumprir a sua missão (v. 32). A discussão sobre quem é o mais importante (vs. 33-37) deixa isso bem claro.

33 9.33 Cafarnaum Ver Mc 1.21, n.

34 9.34 tinham discutido sobre qual deles era o mais importante Lc 22.24.

35 9.35 servir a todos Mc 10.43-44; Mt 20.26-27; 23.11; Lc 22.26.

37 9.37 estará também me recebendo Mt 10.40; Lc 10.16; Jo 13.20.

Quem não é contra nós é por nós 9.38-41 Mais uma vez, os discípulos mostram que não sabem o que significa ser seguidor de Jesus.

39 9.39 pelo poder do meu nome Fica claro que aquele homem não estava usando o nome de Jesus num sentido mágico (At 19.13). Ele estava do lado de Jesus, trabalhando a favor de Jesus.

40 9.40 quem não é contra nós... Jesus diz algo parecido, só que de forma invertida (“quem não é a meu favor...”), em Mt 12.30; Lc 11.23.

41 9.41 quem der um copo de água Mt 10.42.

O perigo do pecado 9.42-50 Na comunidade cristã, cada um deve preocupar-se com o bem-estar espiritual dos outros, especialmente dos pequeninos, ou seja, daqueles que são fracos na fé (v. 42). Nada é pior do que levar alguém a abandonar Jesus. Também é preciso ter cuidado de si mesmo e nenhum sacrifício é grande demais quando se trata de ficar ligado a Jesus.

42 9.42 estes pequeninos que crêem em mim Não somente crianças, mas também outros seguidores de Jesus, especialmente os que ainda são fracos na fé (1Co 8.9-13).

9.43 Se uma das suas mãos faz com que você peque, corte-a fora! Ver Mt 5.29-30, n.

44 9.44 Este versículo não faz parte do texto original grego (v. 48).

45 9.45 Se um dos seus pés... Ver Mt 5.29-30, n.

9.46 Este versículo não faz parte do texto original grego (v. 48).

48 9.48 os vermes... não morrem Is 66.24.

50 9.50 O sal é uma coisa útil Ver Mt 5.13, n.; Lc 14.34, n. Tenham sal em vocês mesmos Aqui, “sal” parece ser uma maneira de falar sobre a atenção pelas outras pessoas e sobre o bom senso (ver Cl 4.6, n.). Poderia ser também o ensino de Jesus colocado em prática. vivam em paz Hb 12.14.

Jesus fala sobre o divórcio 10.1-12 Nesta discussão com os fariseus, Jesus ensina que Deus não quer que o casamento seja desfeito pelo divórcio (Lc 16.18; 1Co 7.10-11). No entanto, em Mt 5.32; 19.9, o divórcio é permitido em caso de adultério.

10.2 De acordo com a nossa Lei A Lei de Moisés não dizia claramente por que motivo um homem podia mandar a sua esposa embora, e os mestres judeus não concordavam na interpretação de Dt 24.1-4.

4 10.4 Moisés permitiu Os fariseus se referem a Dt 24.1-4, uma lei que protegia a esposa. O marido precisava dar-lhe um documento justificando o divórcio.

6 10.6 “Deus os fez homem e mulher...” Gn 1.27.

7 10.7 Por isso o homem deixa o seu pai e a sua mãe Gn 2.24 (Gn 5.2).

12 10.12 se a mulher mandar o seu marido embora A Lei de Moisés não permitia que a esposa mandasse o marido embora. A lei romana, sim (1Co 7.10-11).

Jesus e as crianças 10.13-16 Depois de falar sobre casamento e divórcio, Jesus abraça crianças e as abençoa.

O moço rico 10.17-31 Naquele tempo, a riqueza era vista como prova de que Deus gostava da pessoa rica. Jesus diz a este homem rico que, para entrar no Reino de Deus, ele precisa abrir mão de sua riqueza e receber o Reino de Deus como uma criança (10.15), seguindo Jesus (v. 21). O homem não quis. Voltou para casa rico, mas pobre diante de Deus (Lc 12.21).

19 10.19 os mandamentos Jesus cita cinco dos dez mandamentos (Êx 20.12-16; Dt 5.16-20).

20 10.20 desde criança Aos treze anos de idade, o menino judeu se tornava “filho da Lei” (ver Lc 2.42, n.); daí em diante, ele devia obedecer aos mandamentos da Lei de Moisés.

21 10.21 olhou para ele com amor Esta é a única vez que se diz isso de Jesus. e me siga Este é o ponto alto da resposta de Jesus. Ele está indo para Jerusalém, onde vai ser morto (vs. 33-34).

25 10.25 um camelo passar pelo fundo de uma agulha Algo humanamente impossível. A reação dos discípulos (v. 26) mostra que eles pensavam que as riquezas daquele homem eram bênção de Deus, ou seja, recompensa pela fidelidade dele à Lei de Moisés.

30 10.30 e também perseguições Só aqui em Marcos isso aparece na lista das bênçãos que o seguidor de Jesus vai receber (Mt 19.29; Lc 18.30).

10.31 primeiros serão... últimos Estas palavras aparecem também em Mt 19.30; 20.16; Lc 13.30. O julgamento de Deus nem sempre é igual ao julgamento humano. Muitos daqueles que, do ponto de vista das pessoas, são os primeiros, do ponto de vista de Deus, são os últimos. Esta é uma advertência que vale especialmente para aqueles que deixaram tudo e seguiram Jesus (Mc 10.28). O inverso também é verdadeiro (isto é, últimos serão primeiros). Isso se aplica, neste caso, aos ricos.

Jesus anuncia outra vez a sua morte e a sua ressurreição 10.32-34 Pela terceira vez, Jesus diz a seus discípulos que ele vai sofrer e morrer em Jerusalém (8.31-32; 9.30-32). Aqui, ele inclui detalhes que não aparecem nas duas vezes anteriores.

33 10.33 chefes dos sacerdotes e... mestres da Lei Estes dois grupos formavam o Conselho Superior em Jerusalém. não-judeus As autoridades romanas em Jerusalém.

O pedido de Tiago e João 10.35-45 Enquanto Jesus fala sobre seu sofrimento e morte, dois de seus discípulos querem um lugar de honra não nesta vida, mas quando Jesus “sentar-se no trono do seu Reino glorioso” (v. 37). Seu modo de pensar, no entanto, é coisa típica de pessoas deste mundo. Jesus responde que, no Reino de Deus, honra e glória significa servir os outros (v. 43). O melhor exemplo disso é o próprio rei Jesus (Lc 22.24-27).

35 10.35 Tiago e João Em Mt 20.20, quem faz o pedido é a mãe deles.

37 10.37 direita... esquerda Os lugares de honra, perto do trono do Rei.

38 10.38 beber o cálice Uma maneira de falar sobre sofrimento (Mc 14.36). Geralmente se refere a sofrimento e castigo que Deus manda sobre pessoas ou povos maus (Sl 75.8; Is 51.17; Jr 25.15-16; Ez 23.32-34; Hc 2.16). A diferença é que, agora, o Messias vai beber esse cálice. eu vou ser batizado Batismo, aqui, é uma maneira de falar sobre a morte (Lc 12.50). Esta figura de linguagem parece ter sua origem no AT (Sl 18.4; 42.6-7; 69.14-15).

39 10.39 vocês... receberão o batismo Tiago, filho de Zebedeu, foi morto por Herodes Agripa I, neto de Herodes, o Grande, por volta do ano 44 d.C. (At 12.2).

10.43 quem quiser ser importante, que sirva os outros Mc 9.35; Mt 20.26-27; Mt 23.11; Lc 22.25-26.

45 10.45 veio... para servir e dar a sua vida Estas palavras lembram os textos de Isaías que falam sobre o Servo de Deus, especialmente o poema do servo sofredor em Is 52.13—53.12. O tema aparece também em Gl 2.20; Ef 5.2; Tt 2.14; 1Pe 1.18-19. para salvar É a primeira vez que Jesus explica por que ele vai morrer. Ele volta a falar sobre o assunto em Mc 14.24.

Jesus cura o cego Bartimeu 10.46-52 A cura do cego Bartimeu é o último milagre que Jesus fez durante o seu trabalho público.

46 10.46 uma grande multidão Estes eram galileus que iam a Jerusalém para a Festa da Páscoa. Bartimeu Nome aramaico que quer dizer “filho de Timeu”.

47 10.47 Filho de Davi Bartimeu está dizendo que Jesus é o Messias.

52 10.52 você está curado porque teve fé! Mc 5.34. pelo caminho Em direção a Jerusalém.

Jesus entra em Jerusalém 11.1-11 Jesus entra em Jerusalém, e a multidão que está com ele dá glória a Deus,

dizendo que Jesus é o Messias. Jesus não proíbe, deixando que se manifestem livremente.

1 11.1 o monte das Oliveiras Ficava a leste de Jerusalém, no outro lado do vale de Cedrom. O profeta Zacarias (Zc 14.4) tinha dito que o Senhor Deus apareceria neste monte. Betfagé Ficava perto do monte das Oliveiras, a 1 km a leste da cidade. Betânia Ficava a uns 3 km a leste da cidade.

2 11.2 povoado Provavelmente, Betânia (v. 11).

3 11.3 Mestre A palavra grega também pode ser traduzida por “Senhor” ou “dono”. É pouco provável que Jesus tenha falado sobre si mesmo como “Senhor”. Por isso, prefere-se a tradução “Mestre”.

8 11.8 estenderam as suas capas... espalharam... ramos Maneira festiva de receber reis e outras altas autoridades (2Rs 9.13).

9 11.9 Hosana a Deus! Hosana é uma palavra hebraica que quer dizer “salva-nos agora” (Sl 118.25-26). Também se poderia traduzir por “louvado seja Deus!”, porque, no tempo de Jesus, era uma expressão de louvor e glória a Deus.

11 11.11 foi até o Templo e olhou tudo em redor O objetivo disso vai ficar claro em Mc 11.12-17.

Jesus e a figueira 11.12-14 Jesus amaldiçoa (v. 21) a figueira, e seu gesto pode ser visto como um símbolo do castigo que virá sobre o povo de Israel (ver v. 14, n.).

12 11.12 No dia seguinte A segunda-feira daquela semana. Jesus passou a última semana em Jerusalém e arredores, desde o domingo até sexta-feira. Se Jesus entrou em Jerusalém no domingo (Mc 11.1-11), a passagem dos outros dias da semana é assinalada como segue: segunda-feira, em Mc 11.12; terça-feira, em Mc 11.20; quarta-feira, em Mc 14.1; quinta-feira, em Mc 14.12; e sexta-feira, o dia da crucificação e do sepultamento de Jesus (Mc 15.21-47), em Mc 15.1.

14 11.14 Que nunca mais ninguém coma das suas frutas! Não era tempo de figos (v. 13), o que faz com que as palavras de Jesus sejam ainda mais difíceis de compreender. Os discípulos deveriam entender que isso foi um ato simbólico: o profeta Jeremias (Jr 8.13) tinha comparado o povo de Israel, desobediente e rebelde, a uma figueira sem figos.

Jesus no Templo 11.15-19 Jesus entra no pátio do Templo e o purifica, fazendo daquele lugar, outra vez, a “Casa de Oração” para todos os povos (v. 17).

15 11.15 compravam e vendiam naquele lugar No pátio dos não-judeus se vendiam animais e pombas que seriam oferecidos em sacrifício a Deus. Esse comércio era para ajudar os judeus que vinham de terras distantes e não podiam levar esses animais para os sacrifícios. Tudo isso atrapalharia os não-judeus que chegavam ali para adorar o Deus de Israel. trocavam dinheiro O dinheiro estrangeiro tinha de ser trocado por moedas próprias para pagar o imposto anual do Templo (ver Mt 17.24-27, n.).

16 11.16 atravessar o pátio do Templo Muitos usavam o pátio do Templo para fazer um atalho, isto é, para chegar mais depressa de um lugar da cidade a outro.

17 11.17 Nas Escrituras Sagradas Jesus cita Is 56.7 e Jr 7.11. para todos os povos Jesus defende os direitos dos não-judeus de adorarem o Deus de Israel.

A lição da figueira 11.20-26 Jesus e os discípulos voltam a Jerusalém, e os discípulos vêem a figueira morta. Em vez de falar sobre o fracasso do antigo sistema religioso, representado pela figueira seca, Jesus fala sobre a nova comunidade que ele está criando e que vive pela fé e pela oração (ver Mt 17.20, n.; 1Co 13.2).

20 11.20 No dia seguinte Seria a terça-feira (ver v. 12, n.). Jesus e os discípulos, provavelmente, estivessem voltando de Betânia, onde tinham passado a noite (vs. 11-12).

23 11.23 este monte Pode ser uma referência ao monte Sião, onde ficava o Templo.

24 11.24 quando vocês orarem Este ensino sobre a oração vem daquele que fez do Templo um lugar de adoração para todos os povos (v. 17). tudo lhes será dado Esta promessa precisa ser lida junto com outras passagens que falam sobre oração (Mt 6.10; Jo 14.13-14; Tg 4.3).

25 11.25 quando estiverem orando, perdoem Mt 6.14.

26 11.26 Este versículo não faz parte do texto original grego (Mt 6.15).

A autoridade de Jesus 11.27-33 A partir deste momento até Mc 12.34, Jesus discute com os líderes religiosos. Os líderes querem saber quem deu a Jesus autoridade para fazer o que ele está fazendo. Jesus responde com uma pergunta: “quem deu autoridade a João para batizar?” (v. 30). Se os líderes religiosos não reconhecem que a autoridade de João Batista veio de Deus, também não serão capazes de reconhecer a autoridade divina de Jesus. E não vão crer, mesmo que Jesus diga que a sua autoridade, de fato, vem de Deus.

28 11.28 faz essas coisas Especialmente o que Jesus tinha feito no Templo (vs. 15-16).

Os lavradores maus 12.1-12 Nesta parábola, Jesus usa a figura de linguagem da plantação de uvas (v. 1), que representa o povo de Israel (Is 5.1-7). Os líderes religiosos não guardaram a aliança que Deus tinha feito com o povo de Israel. Rejeitaram os profetas que Deus tinha enviado e, no fim, mataram o filho do dono da plantação de uvas. Por isso, o dono, isto é, Deus, vai passar para outros a responsabilidade de cuidar do seu povo (v. 9).

6 12.6 o seu querido filho Estas palavras lembram a voz do céu que falou durante o batismo de Jesus (Mc 1.11) e também quando Jesus estava no monte com Moisés e Elias (Mc 9.7).

7 12.7 a plantação será nossa Isso dá a entender que se tratava de filho único, o herdeiro da plantação.

10 12.10 as Escrituras Sagradas Jesus cita Sl 118.22-23 (At 4.11; 1Pe 2.7).

A pergunta sobre os impostos 12.13-17 Um assunto muito importante para os primeiros leitores deste Evangelho era seu relacionamento com as autoridades civis. Será que deviam sempre obedecer às leis do Estado? Aqui, temos a resposta de Jesus. Paulo trata do mesmo assunto em Rm 13.1-7.

13 12.13 partido de Herodes Ver Mc 3.6, n. alguma prova contra ele Os inimigos querem pegar Jesus ensinando alguma coisa errada. Se ele disser que os judeus não devem pagar impostos ao Imperador romano, as autoridades romanas o prenderão; se ele disser que devem pagar impostos, os judeus o denunciarão como traidor. Mas Jesus não se deixa pegar por eles.

14 12.14 a nossa Lei A Lei de Moisés. Imperador romano Na época, o imperador era Tibério, que governou de 14 a 37 d.C.

16 12.16 nesta moeda Era um denário romano, uma moeda de prata que tinha a figura de Tibério e as seguintes palavras: “Tibério César, filho do divino Augusto”.

17 12.17 Dêem ao Imperador... e dêem a Deus Os cristãos da Igreja antiga reconheciam que precisavam cumprir os seus deveres para com o Estado (Rm 13.5-7; 1Pe 2.13-17). Entendiam também que se deve adorar e prestar obediência total somente a Deus.

A pergunta sobre a ressurreição 12.18-27 Ao contrário dos fariseus, os saduceus não acreditavam na ressurreição (At 4.1-2; 23.6-10). Aceitavam apenas os cinco primeiros livros do AT, isto é, a Lei de Moisés. A história que eles contam a Jesus (vs. 20-22) foi inventada por eles. Tinha a intenção de mostrar que, na visão deles, essa idéia de ressuscitar e voltar a viver uma vida normal era absurda. A resposta de Jesus mostra que eles não entendiam o que quer dizer ressuscitar.

19 12.19 a seguinte lei Os saduceus citam Dt 25.5-6 (Gn 38.8), que eles aceitavam como parte da Bíblia.

24 12.24 Jesus respondeu Em sua resposta, Jesus mostra que a vida da ressurreição será diferente da vida que se tem agora. Depois de ressuscitarem, as pessoas serão imortais, como os anjos, e não precisarão casar (v. 25). Jesus também deixa claro que a lei de Moisés, aceita tanto por Jesus como pelos saduceus, ensina a ressurreição. Jesus cita Êx 3.6 para provar que Abraão, Isaque e Jacó estão vivos. Se não estivessem vivos, Deus não poderia ter dito: “Eu sou o Deus” deles (v. 27).

12.25 os anjos do céu Falar sobre os anjos deve ter chocado os saduceus, que não acreditavam na existência deles (At 23.8).

26 12.26 Livro de Moisés Os primeiros cinco livros do AT.

O mandamento mais importante 12.28-34 Nesta conversa com um mestre da Lei a respeito do mandamento mais importante, Jesus resume a lei de Deus, citando Dt 6.4-5 e Lv 19.18. Assim, ele mostra que o amor a Deus e o amor aos outros são igualmente

importantes e não podem ser separados (Rm 13.8-10; Gl 5.14; Tg 2.8; 1Jo 4.20-21).

29 12.29 O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor O texto original também pode ser traduzido assim: “O Senhor e somente o Senhor é o nosso Deus.”

32 12.32 não existe outro além dele Dt 4.35.

12.33 é melhor obedecer... do que trazer animais Os 6.6.

34 12.34 Você não está longe do Reino de Deus Uma pessoa que entende tão bem a vontade de Deus, o Rei, não está longe de reconhecer que esta vontade se cumpre no Messias que Deus mandou e que traz o Reino de Deus ao mundo (Mc 1.15; 4.11).

A pergunta sobre o Messias 12.35-37a Desta vez Jesus faz uma pergunta que os líderes religiosos não conseguem responder. Eles diziam que o Messias seria descendente do Rei Davi, isto é, seria inferior a Davi. Mas o próprio Davi (Sl 110.1) tinha chamado o Messias de “meu Senhor”, mostrando assim que o Messias era superior ou mais importante do que Davi. Esse ensinamento de Jesus é uma advertência aos líderes religiosos: eles não sabem com quem estão lidando! (Mc 14.62).

36 12.36 Davi... escreveu Sl 110.1. Este texto é citado também em At 2.34-35; Hb 1.13 (1Co 15.25; Hb 10.12-13). lado direito O lugar de honra e autoridade. debaixo dos seus pés Sinal de derrota e humilhação.

Jesus e os mestres da Lei 12.37b-40 Jesus acusa os mestres da Lei de serem vaidosos e falsos (Lc 11.43; 12.1).

39 12.39 lugares de honra nas sinagogas Eram os assentos que ficavam na frente, perto da arca de madeira na qual estavam os livros sagrados. os melhores lugares nos banquetes Perto da pessoa que estava dando o banquete (Lc 14.8-10).

A oferta da viúva pobre 12.41-44 Jesus chama a atenção de seus discípulos para uma viúva pobre que coloca em prática o amor a Deus (v. 30).

41 12.41 caixa das ofertas No pátio das mulheres, no Templo, havia treze caixas onde as pessoas podiam colocar as suas ofertas.

42 12.42 uma viúva pobre Ela era uma daquelas pessoas que os mestres da Lei gostavam de explorar (v. 40).

44 12.44 deu tudo o que tinha para viver Ela se entregou nas mãos de Deus, esperando que Deus cuidasse dela.

Jesus fala da destruição do Templo 13.1-37 Agora começa o mais longo ensinamento de Jesus registrado neste Evangelho. É terça-feira, e Jesus e os discípulos saem do Templo e vão para o monte das Oliveiras. Jesus anuncia a destruição do Templo (v. 2) e depois fala sobre as dificuldades e perseguições que os seus seguidores sofrerão antes do fim (vs. 5-13,14-23). O fim virá quando o Filho do Homem chegar com grande poder e glória (vs. 24-27). Haverá sinais para mostrar que o fim está perto, mas ninguém, a não ser Deus, sabe quando isso vai acontecer. Isso quer dizer que os seguidores de Jesus precisarão vigiar sempre (vs. 28-37).

1 13.1 que pedras...! Algumas das pedras usadas na construção do Templo tinham 11 metros de comprimento, 5 metros de largura e 4 metros de espessura!

2 13.2 tudo será destruído Por causa da revolta dos judeus contra Roma, o Templo foi destruído pelas tropas romanas em 70 d.C.

3 13.3 monte das Oliveiras Ver Mc 11.1, n.

9 13.9 Vocês precisam ter cuidado Mt 10.17-20; Lc 12.11-12. sinagogas... governadores e reis Os seguidores de Jesus seriam perseguidos tanto na terra de Israel como em países estrangeiros.

11 13.11 as palavras... virão do Espírito Santo Jo 16.8-11.

13 13.13 Todos odiarão vocês Mt 10.22; Jo 15.18-21. firme até o fim Este “fim” é a morte em meio à perseguição e não o fim do mundo (Lc 21.19; Ap 2.10).

14 13.14 “o grande terror” Dn 9.27; 11.31; 12.11.

15 13.15 Quem estiver em cima da sua casa, no terraço Lc 17.31. O terraço ficava em cima da casa, no telhado, que era plano (ver Mc 2.4, n.). Ali, as pessoas passavam os seus momentos de lazer no fim do dia.

18 13.18 no inverno As chuvas do inverno tornariam a fuga difícil e demorada.

19 13.19 um sofrimento tão grande Dn 12.1; Ap 7.14.

24 13.24 o sol ficará escuro, e a lua não brilhará mais Is 13.10; Ez 32.7; Jl 2.10,31; 3.15; Ap 6.12.

25 13.25 As estrelas cairão Is 34.4; Jl 2.10; Ap 6.13. os poderes do espaço As estrelas e os planetas, que, de acordo com o pensamento daquele tempo, eram governados por seres espirituais.

26 13.26 o Filho do Homem aparecerá... nas nuvens Dn 7.13; Ap 1.7.

29 13.29 o tempo está perto, pronto para começar O texto original também pode ser traduzido assim: “o Filho do Homem está perto, ele está chegando”.

30 13.30 essas coisas Ao que parece, trata-se das coisas descritas nos vs. 14-23. Os acontecimentos dos vs. 24-27 virão depois (v. 24).

35 13.35 tarde... meia-noite... madrugada... manhã As quatro divisões da noite, de acordo com o sistema romano.

O plano para matar Jesus 14.1-11 Dois dias antes da Páscoa, isto é, na quarta-feira (ver 11.12, n.), os chefes dos sacerdotes e os mestres da Lei procuravam um jeito de prender e matar Jesus sem que houvesse uma revolta no meio do povo (v. 2). Tudo ficou mais fácil quando Judas, um dos doze discípulos, decidiu entregar Jesus a eles. Naquele mesmo dia, Jesus foi ungido em Betânia.

1 14.1 Festa da Páscoa Era comemorada no dia 14 do mês de nisã (março-abril). Tinha de ser comemorada em Jerusalém. Festa dos Pães sem Fermento Durava sete dias, de 15 a 21 de nisã (Êx 12.1-20). As duas festas eram comemoradas como se fossem uma.

3 14.3 Betânia Ver Mc 11.1, n. derramou o perfume na cabeça de Jesus Com isso, a mulher queria dizer que Jesus é uma pessoa muito importante, que ele é o Rei Messias. Jesus explica a ação dela de modo diferente, como um sinal profético (v. 8).

5 14.5 moedas de prata Ver Mc 6.37, n. poderiam ser dadas aos pobres Era costume fazer isso durante a Páscoa (Jo 13.29).

7 14.7 os pobres estarão sempre com vocês Jesus não diz que é vontade de Deus que sempre existam pessoas pobres. Suas palavras lembram Dt 15.11, onde se pede que os israelitas sejam generosos com os pobres e necessitados entre o povo. Jesus diz que, naquele momento, a mulher fez a coisa certa, pois, em pouco tempo, ele iria ser morto.

8 14.8 perfumar o meu corpo Os judeus usavam óleos perfumados quando preparavam um corpo para o sepultamento (Mc 16.1).

10 14.10 como entregaria Jesus a eles É bem possível que Judas contou aos líderes religiosos onde Jesus estava passando a noite em Jerusalém (Lc 22.39; Jo 18.2).

Jesus comemora a Páscoa 14.12-26 É quinta-feira (ver 11.12, n.) e, ao anoitecer, Jesus e os discípulos se reúnem numa casa em Jerusalém para comemorar a Festa da Páscoa. Durante o jantar da Páscoa, Jesus institui a Ceia do Senhor. Tarde da noite eles saem da sala e vão ao monte das Oliveiras.

12 14.12 os judeus matavam carneirinhos Os carneirinhos eram mortos no Templo, no pátio dos sacerdotes, durante a tarde de 14 de nisã, que, naquele ano, caía numa quinta-feira.

13 14.13 a cidade Jerusalém. um homem... carregando um pote de água Parece que Jesus já tinha pedido ao dono da casa para usar aquela sala, onde seria realizado o jantar da Páscoa. Buscar água era, em geral, o trabalho das mulheres (Jo 4.28); por isso, não seria difícil localizar um homem carregando um pote de água.

16 14.16 prepararam o jantar da Páscoa As instruções estão em Êx 12.3-11.

17 14.17 Quando anoiteceu O jantar da Páscoa começava depois do pôr-do-sol da quinta-feira, isto é, quando já era o dia 15 do mês de nisã. No calendário dos judeus, o dia começava com o pôr-do-sol.

18 14.18 que está comendo comigo As palavras de Jesus lembram Sl 41.9, onde o salmista se queixa de que ele está sendo traído por um dos seus melhores amigos.

20 14.20 no mesmo prato Este era o prato com o molho no qual se molhava o pão antes de comer.

21 14.21 o Filho do Homem vai morrer Jesus tinha dito isso várias vezes (Mc 8.31; 9.30-32; 10.33-34). as Escrituras Sagradas Uma possível referência a Is 52.13—53.12. Outra possibilidade é Zc 13.7, citado no v. 27; ver também o v. 49.

24 14.24 o meu sangue... que garante a aliança A aliança que Deus fez no monte Sinai com o povo de Israel foi garantida com o sangue de animais (Êx 24.8). Jesus está fazendo uma nova aliança (1Co 11.25), que tinha sido prometida pelo profeta Jeremias (Jr 31.31-34) e que é garantida pelo seu sangue.

26 14.26 canções de louvor Os Sl 113—118, que eram cantados na Festa da Páscoa.

Jesus avisa Pedro 14.27-52 Jesus vai sofrer sozinho: um discípulo o está traindo (vs. 18,43), e os outros vão abandoná-lo (vs. 27,50). Nem mesmo os discípulos mais chegados podem apoiá-lo na hora da mais dura provação (vs. 32-42). Tudo acontece de acordo com a vontade de Deus (v. 36), segundo o que dizem as Escrituras Sagradas (v. 49).

27 14.27 “Matarei o pastor...” Zc 13.7.

28 14.28 irei adiante de vocês para a Galiléia Depois da ressurreição, o anjo relembra essa promessa de Jesus (Mc 16.7; Mt 28.16).

32 14.32 Getsêmani Ficava no lado oeste do monte das Oliveiras, de frente para a cidade. Em Jo 18.1 é chamado de jardim. A palavra hebraica “getsêmani” quer dizer “lagar de azeite”, isto é, o tanque em que as azeitonas eram espremidas para fazer azeite de oliva.

33 14.33 grande tristeza e aflição Hb 5.7-9.

36 14.36 Pai, meu Pai O texto original traz a palavra aramaica Abba e a palavra grega Pater. As duas querem dizer “Pai”. este cálice de sofrimento Ver Mc 10.38, n.

37 14.37 Simão, você está dormindo? Jesus fala com Simão, pois ele, mais do que os outros, tinha prometido que não abandonaria Jesus (vs. 29,31). O pior ainda estava por vir (vs. 68,70-71).

38 14.38 sejam tentados A tentação é esta: o que vai acontecer com Jesus poderá destruir a fé que eles têm nele. Negar Jesus é uma forma bem concreta dessa tentação.

45 14.45 o beijou Um discípulo saudava o seu mestre com um beijo no rosto.

47 14.47 um dos que estavam ali Simão Pedro, segundo Jo 18.10.

49 14.49 todos os dias, ensinando no pátio do Templo Lc 19.47; 21.37. as Escrituras Sagradas Entre outros textos, Zc 13.7 (Mc 14.27).

51 14.51 Um jovem Talvez alguém que, mais tarde, se tornasse membro da Igreja cristã e pudesse contar o que aconteceu naquela noite. Alguns pensam que se tratava do próprio evangelista Marcos, mas isso não pode ser provado. O certo é que somente Marcos relata isso.

Jesus diante do Conselho Superior 14.53-65 O Conselho Superior, composto de 70 líderes religiosos e presidido pelo Grande Sacerdote, tratava de assuntos religiosos e civis dos judeus. Tinha a autoridade de impor castigo, mas não podia aplicar a pena de morte, pois isso somente as autoridades romanas podiam fazer. Em todo caso, a decisão de que Jesus tinha de morrer já tinha sido tomada há mais tempo (Mc 3.6; 11.18; 12.12; 14.1).

53 14.53 Grande Sacerdote Caifás (Jo 18.13; ver Lc 3.2, n.), que ocupou o cargo de 18 a 36 d.C.

56 14.56 as suas histórias não combinavam umas com as outras Num tribunal dos judeus, dava-se grande importância ao que as testemunhas tinham a dizer. Era preciso mais de uma testemunha, e o que elas diziam tinha de combinar (Dt 17.6). Não foi o caso aqui (v. 59).

58 14.58 “Vou destruir este Templo...” De acordo com Jo 2.19, Jesus disse algo parecido com isso. Só que ele estava falando sobre sua ressurreição e sobre o surgimento do novo povo de Deus. Mais tarde, a Igreja cristã sabia que ela é esse Templo (1Co 3.16), o corpo de Cristo (1Co 12.27).

61 14.61 Filho do Deus Bendito Para o Grande Sacerdote, isso talvez fosse a mesma coisa que Messias (2Sm 7.14; Sl 2.7).

62 14.62 Sou Jesus responde com um sim, mas logo explica em que sentido ele é o Messias. Ele usa a linguagem de Dn 7.13 e Sl 110.1 para dizer que ele será o juiz de todos, também daqueles que o estão julgando naquele momento. Ao dizer isso, Jesus praticamente se colocou no lugar de Deus e podia ser acusado de blasfêmia (v. 63). Para esse crime, o castigo era a pena de morte (Lv 24.16; Nm 15.30). sentado do lado direito Era o lugar de honra e autoridade (Mc 12.36).

63 14.63 rasgou as suas próprias roupas Um gesto simbólico, para indicar horror e espanto, em que somente um pequeno pedaço da roupa era rasgado.

65 14.65 davam bofetadas nele Agora, são os líderes judeus que maltratam Jesus. Mais tarde, também os soldados romanos vão maltratá-lo (Mc 15.16-20).

Pedro nega Jesus 14.66-72 Na mesma hora em que Jesus faz a confissão que o leva à morte, seu principal discípulo, cercado de testemunhas, nega conhecer Jesus. Este é o Pedro que tinha declarado que Jesus é o Messias (Mc 8.29) e, poucas horas antes, tinha jurado que nunca o negaria (vs. 29-31). Agora, ele vai negar Jesus três vezes, cumprindo, assim, a profecia feita por Jesus (v. 30). Para todos os discípulos de Jesus, essa história é, ao mesmo tempo, advertência e consolo.

70 14.70 você também é da Galiléia Parece que isso se refere ao sotaque galileu de Pedro (Mt 26.73).

72 14.72 Jesus lhe tinha dito Mc 14.30.

Jesus diante de Pilatos 15.1-15 Depois de ser julgado e condenado pelo Conselho Superior dos judeus, Jesus é entregue a Pilatos, o governador romano. É a madrugada de sexta-feira, dia 15 de nisã.

1 15.1 Pilatos Nomeado pelo Imperador romano, Pilatos governou a Judéia, Samaria e Iduméia de 26 a 36 d.C.

15.7 numa revolta Pelo que parece, um acontecimento bem conhecido naquele tempo, mas do qual não temos nenhuma outra informação. Fica claro que Barrabás era um revolucionário.

15 15.15 querendo agradar o povo Pilatos não encontrou nenhuma razão para condenar Jesus (v. 14), mas, para não desagradar o povo, decidiu entregá-lo para ser crucificado.

Os soldados zombam de Jesus 15.16-20 Depois dos líderes judeus (14.65), agora é a vez dos soldados romanos maltratarem Jesus.

17 15.17 uma capa vermelha A capa de um soldado romano.

A crucificação de Jesus 15.21-32 A crucificação era uma das maneiras como os romanos executavam aqueles que tinham sido condenados à morte. Uma pessoa crucificada podia ficar vários dias pendurada na cruz até morrer. Como parte do castigo, o condenado era forçado a carregar a trave horizontal da cruz até o lugar onde ele seria crucificado.

21 15.21 Simão A maneira como o texto se refere a Simão dá a entender que ele era bem conhecido pelos leitores deste Evangelho. Em Rm 16.13, Paulo fala sobre um cristão chamado Rufo. Cirene A capital da Líbia, situada no Norte da África.

22 15.22 Lugar da Caveira Provavelmente, um lugar elevado que parecia uma caveira. A Bíblia não diz claramente que Jesus foi crucificado no alto de um monte.

15.24 repartiram as suas roupas... tirando a sorte com dados Sl 22.18.

25 15.25 nove horas da manhã Isso traduz “a terceira hora”. Naquele tempo, as horas do dia eram contadas a partir do nascimento do sol.

28 15.28 Este versículo não faz parte do texto original grego (Lc 22.37; Is 53.12).

29 15.29 balançavam a cabeça Sl 22.7; 109.25. destruir o Templo Ver Mc 14.58, n.

32 15.32 descer agora da cruz e então creremos nele! O pedido de um sinal espetacular que levasse as pessoas a acreditar em Jesus já tinha sido feito e recusado em Mc 8.11. Tal sinal, muito antes de ajudar as pessoas a acreditarem, tornaria impossível aquilo que a Bíblia entende por fé.

A morte de Jesus 15.33-41 Ao meio-dia, começa a escurecer e, três horas depois, Jesus morre. Aquela escuridão é o começo do juízo de Deus sobre um mundo que condena à morte aquele que traz o Reino de Deus (Am 8.9-14). Mas aquela é também a hora em que Jesus bebe o cálice a respeito do qual ele tinha falado anteriormente (Mc 10.38; 14.36). Assim, em meio ao julgamento, existe também salvação (Mc 10.45), que Deus coloca à disposição de todos que se arrependem (Mc 1.1,15).

33 15.33 meio-dia Tradução de “a sexta hora” (ver v. 25, n.). toda a terra O texto original também pode ser traduzido por “o mundo inteiro”.

34 15.34 três horas da tarde Tradução de “a nona hora” (ver v. 25, n.). Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Jesus grita as palavras do Sl 22.1 em aramaico. Para que os leitores entendam as palavras, o evangelista as traduz para o grego (ver Mc 5.41, n.). No mais profundo abandono Jesus ainda se volta para meu Deus!

35 15.35 Elias Na época, pensava-se que Elias podia ajudar as pessoas que estavam passando por momentos difíceis. Entender as palavras de Jesus como um pedido por Elias era, pois, uma forma de zombar de Jesus.

36 15.36 vinho comum Sl 69.21. Esse era um vinho comum que os soldados romanos bebiam.

38 15.38 a cortina do Templo Provavelmente, a cortina que separava o Lugar Santo do Lugar Santíssimo (Êx 26.31-33). de cima até embaixo Isso indica que não foi uma pessoa que rasgou a cortina. Hb 9.12 e 10.19-20 explicam o que isso significa para o cristão.

39 15.39 O oficial Este “centurião” comandava as tropas encarregadas de crucificar os condenados à morte.

40 15.40 Madalena Este nome quer dizer “nascida em Magdala”, uma cidade que ficava na margem oeste do lago da Galiléia.

41 15.41 Essas mulheres Lc 8.2-3 fala sobre mulheres da Galiléia que acompanhavam Jesus e ajudavam no sustento dele e dos discípulos.

O sepultamento de Jesus 15.42-47 Jesus morreu às três horas da tarde daquela sexta-feira, e o seu corpo tinha que ser sepultado antes do pôr-do-sol, quando começava o sábado. José de

Arimatéia agiu com rapidez e sepultou o corpo num túmulo que ficava ali perto. Mt 27.60 diz que o túmulo pertencia a José.

42-43 15.42-43 José... de Arimatéia José é mencionado também em Lc 23.50-54; Jo 19.38. Ele era de Arimatéia, um povoado que ficava, provavelmente, a uns 35 km a noroeste de Jerusalém.

46 15.46 túmulo cavado na rocha Uma cova grande cavada no lado de um monte, na qual havia compartimentos onde vários corpos podiam ser sepultados.

A ressurreição de Jesus 16.1-20 A mensagem central da fé cristã é a ressurreição de Jesus (1Co 15.12-22). Ninguém, de fato, viu Jesus ressuscitar; as mulheres e outras testemunhas viram o Jesus ressuscitado. O túmulo aberto e vazio e, acima de tudo, as manifestações do Senhor ressuscitado mostram que ele, de fato, ressuscitou.

1 16.1 terminou o sábado O sábado terminava ao pôr-do-sol. compraram perfumes Elas não tiveram tempo para fazer isso quando Jesus foi sepultado, pois estava começando o sábado.

2 16.2 domingo Tradução de “o primeiro dia da semana”. Por causa da ressurreição de Jesus, o domingo se tornou o dia de reunião e celebração semanal dos cristãos (At 20.7; Ap 1.10).

5 16.5 moço vestido de branco Maneira de falar sobre um anjo.

7 16.7 como ele mesmo disse Ver Mc 14.28, n.

8

16.8 apavoradas e tremendo... com muito medo A primeira resposta diante da mensagem da ressurreição foi de medo. Foi também a reação de muitas pessoas ao longo do Evangelho (Mc 4.41; 6.51; 9.6; 10.32).

Aqui, termina o Evangelho de Marcos. Esse final é um tanto inesperado e estranho. Alguns estudiosos da Bíblia pensam que o autor terminou assim de propósito. Outros pensam que uma parte final foi escrita pelo próprio Marcos e que, por estar na última página, se perdeu muito cedo e nunca mais foi recuperada. Também é possível que o autor nunca tenha chegado a terminar o seu Evangelho.

17 16.17 falar novas línguas At 2.4; 10.46; 19.6; 1Co 12.10,28; 14.1-6.

19 16.19 lado direito O lugar de honra e autoridade.

Sociedade Bíblica do Brasil. (2005; 2005). Bíblia de Estudo Nova Tradução na Linguagem de Hoje (Mc 16:20). Sociedade Bíblica do Brasil.