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    Revista Brasileira de Prescrio e Fisiologia do Exerccio, So Paulo, v.4, n.22, p.397-401. Julho/Ago. 2010. ISSN 1981-9900.

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    Per idico do Inst i tuto Brasi le i ro de Pesquisa e Ensino em Fis io logia do Exerc c io

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    INFLUNCIA DO MTODO AGONISTA-ANTAGONISTA NO DESEMPENHO DO TREINAMENTO

    DE FORA PARA MEMBROS INFERIORESMarcelo Nobre1, Tiago Figueiredo1, Roberto Simo1

    RESUMO

    O objetivo do estudo foi verificar a influnciado mtodo agonista-antagonista (AA) sobre odesempenho do movimento de extenso dojoelho em homens experientes em treinamentode fora (TF). Foram voluntrios para o estudooito indivduos do sexo masculino (24 9anos, 174,5 14 cm, 71,1 21,9 kg) com

    experincia em TF h no mnimo um ano. Acoleta de dados foi realizada em dois dias noconsecutivos. No primeiro dia de testes foramrealizadas medidas antropomtricas e umteste de 10 repeties mximas (10 RM) paraa extenso do joelho (cadeira extensora) epara flexo do joelho (mesa flexora). Nosegundo dia foi realizada uma srie com acarga de 10 RM da flexo de joelho e emseguida foi realizada uma srie de extensode joelho com as cargas de 10 RM at a falhaconcntrica. Para comparao do nmero derepeties realizadas nos dois dias de teste

    para a extenso de joelhos foi utilizado umteste t para amostras pareadas. Foramencontradas diferenas significativas (p

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    INTRODUO

    O treinamento de fora (TF) tem papelfundamental nos programas de exerccio fsicoe tem sido recomendado por organizaes desade como o American College of SportsMedicine (ACSM, 2009), com o objetivo demelhorar a fora muscular, a sade e ocondicionamento fsico. Diversos mtodos detreinamento de fora foram desenvolvidos como objetivo de obter maiores incrementos defora e da massa muscular (Marchand, 2003),porm grande parte desses mtodos foi criadade forma emprica sem que nenhuma

    evidncia cientfica respaldasse a utilizaodos mesmos para as finalidades pr-estabelecidas (Ferreira e colaboradores,2008). Dentre os mais diversos mtodos pode-se citar o mtodo agonista-antagonista (AA)que utiliza exerccios para grupamentosmusculares antagnicos, como por exemplo,bceps e trceps ou quadrceps e isquiotibiais,sem intervalo de recuperao entre osmesmos, reduzindo o tempo de treinamentosem interferncia significativa no volume totaldo treinamento (nmero de repeties versuscarga) (Robbins e colaboradores, 2010).

    O mtodo agonista-antagonista, temcomo pressuposto a ativao da musculaturaantagonista criando uma estabilidade articularem um processo denominado co-contraoque em consequncia mantm atividade namusculatura oposta (Aagard e colaboradores,2002; Baker e Newton, 2005, Baratta ecolaboradores, 1988, Robbins ecolaboradores, 2010), desta forma, quando aativao da musculatura agonista realizadacom a fadiga do antagonista ocorre umaumento no desempenho de produzir fora epotncia no movimento seguinte, pois o

    mesmo no reduz a ao da musculaturaagonista (Ribeiro e colaboradores, 2006). JMaynard e Ebben (2003), concluram que apr-ativao do antagonista seria ummecanismo inibidor da musculatura agonista,diminuindo seu desempenho.

    Recentemente, Robbins ecolaboradores (2010), verificaram maioreficincia na relao de volume de carga/ horautilizando o mtodo agonista-antagonistaquando comparado ao mtodo tradicional.Porm, para conhecimento dos autores, at omomento a investigao do mtodo agonista-

    antagonista limitada, pois poucos estudosverificaram a eficincia deste mtodo em

    sries mltiplas e nenhum estudo verificou os

    movimentos de extenso de joelhos (cadeiraextensora) e flexo de joelhos (mesa flexora)em homens treinados.

    Desta forma o objetivo do estudo foiverificar a influncia do mtodo AA sobre odesempenho do nmero de repeties nosexerccios extenso do joelho em homensexperientes em treinamento de fora.

    MATERIAIS E MTODOS

    Amostra

    Foram voluntrios para o estudo oitoindivduos do sexo masculino, (idade: 24 9anos, estatura: 174,5 14 cm, massa corporal:71,1 21,9 kg) com experincia emtreinamento de fora h no mnimo um ano.Todos assinaram o termo de consentimentolivre e esclarecido sobre os procedimentos queenvolviam o presente estudo, o qual foiaprovado pelo Comit de tica da Instituio,seguindo resoluo do Conselho Nacional deSade (Nmero 196/196).

    Procedimento de coleta de dados

    Foi realizado um teste de 10repeties mximas (10 RM) segundo oprotocolo determinado por Simo ecolaboradores (2005). Os voluntriosrealizaram no primeiro dia o teste de 10 RMpara obteno das cargas no exerccio deextenso de joelho (cadeira extensora damarca Sickert) e, aps um intervalo de 60minutos o teste de 10 RM foi novamenterealizado para o exerccio flexo de joelho(mesa flexora da marca Sickert). Quarenta eoito horas aps a obteno das cargas no

    teste de 10 RM em ambos os exerccios, foirealizada uma srie de 10 repeties com acarga obtida em 10 RM para a flexo dejoelho. Logo em seguida com um intervalo nosuperior a 15 segundos foi realizada aextenso de joelho com as cargas obtidas em10 RM at a exausto.

    Anlise Estatstica

    Os resultados tiveram a suanomalidade testada por um teste de Shapiro-Wilk, sendo feita a comparao entre os

    mtodos de treinamento de fora atravs doteste T-Student para amostras dependentes.

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    Foi adotado p < 0.05 como nvel de

    significncia estatstica. Os dados foramanalisados no software SPSS, verso 13.0.

    RESULTADOS

    A Figura 1 demonstra o desempenhona extenso do joelho quando realizado otreinamento tradicional e o mtodo agonista-

    antagonista. As mdias foram sempre de 10

    repeties para o treinamento tradicional(Teste de 10 RM) e 13 1,41 repetiesquando realizado o mtodo agonista-antagonista, demonstrando um aumentosignificativo (p

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    antagonista no momento da extenso do

    joelho facilitando o aumento do desempenho(Baratta e coloboradores, 1988). Outrosautores justificam a utilizao do mtodoagonista-antagonista devido prvia ativaodo antagonista, o que gera uma co-contraoda musculatura agonista que auxilia nacontrao subsequente (Baker e Newton,2005). Corroborando esta afirmativa, Kellis(1999) sugere que a contrao mxima doantagonista pode favorecer a ativao doagonista, porm sobre o ponto de vistafisiolgico pode-se afirmar que reduo daativao dos mecanismos proprioceptivos

    como os rgos Tendinosos de Golgi, fusosmusculares, e a inervao recproca possamter influncia nos resultados obtidos (Baker eNewton, 2005). Desta forma, a prvia ativaoda musculatura antagonista pode diminuir aresistncia ao movimento do agonista, etambm pr-ativar a musculatura agonista,possibilitando que o msculo agonista produzaum maior nmero de RM, quando ocorre aaplicao do mtodo agonista-antagonista.

    Por fim, sugere-se que futuros estudossobre a utilizao do mtodo agonista-antagonista sejam realizados com o objetivo

    de quantificar o desempenho de diversosgrupamentos musculares e tambm umasesso completa de treinamento para que hajaparmetros de diferentes grupamentos ediferentes amostras.

    Como limitaes do estudo ficam apequena validade externa da anlise, visto quesomente um exerccio no representa otrabalho que prescrito em academias deginstica e centros de treinamento de fora e acomposio da amostra por indivduossaudveis e treinados, pois resultadosdiferentes poderiam ter sido obtidos caso a

    amostra fosse composta por indivduosdestreinados, do gnero feminino, ouindivduos idosos.

    CONCLUSO

    Considerando as condiesexperimentais os resultados demonstraramque a utilizao do mtodo agonista-antagonista se mostrou efetiva para osmovimentos de extenso e flexo dos joelhosem indivduos treinados. Desta forma, sugere-se que o mtodo seja utilizado nas condies

    sugeridas no estudo, visando o aumento derepeties mximas na extenso do joelho,

    pois foram observadas diferenas

    significativas no numero de repeties para acadeira extensora ao final do treino. Destaforma, se um dos objetivos da sesso detreinamento melhorar o desempenho nomovimento de extenso de joelhos, autilizao do mtodo agonista-antagonista indicada.

    REFERNCIAS

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    Recebido para publicao em 10/06/2010Aceito em 17/08/2010