Agenda julho e agosto 2017 -...

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Agenda julho e agosto 2017

Google Analytics• Planodemensuração• Dimensõesemétricas• Fontesdetráfego• Informaçõessobreopúblico• Tecnologiaecomportamentonosite• Microconversões• Conversõesassistidas• Caminhosdeconversões• Relatóriosparae-commerce• Insightsparaestratégiasdigitaiselevantamento

dehipóteses

Nãoassociados:R$ 690,00Associadoseestudantes: R$ 490,00

Análise de crédito e cobrançaSivaldo Dal Ry18, 19 e 20 de Julho19h às 23h• Normasdecrédito• Análisedecrédito• Métododecobrançaeficiente• PolíticaseprocedimentosdecobrançaNãoassociados:R$ 188,00Associadoseestudantes:R$ 110,00

Palestra: O sucesso das vendas em 7 passosRegina Nakayama19 de Julho19h às 21h• Euvendedor!Comopotencializarosmeus

resultados?• Ofocodasvendas–Sóseiquesoucapaz!• Aoportunidadequegeraresultados–Como

reconhecereaproveitar?Nãoassociados:R$ 80,00Associadoseestudantes:R$ 47,00

Workshop: Estratégias de precificação Rodrigo Martins25 de Julho19h às 23h• Diferençadepreçoevalor• Ferramentasdecomposiçãodovalordevenda• GerênciadepreçosNãoassociados:R$ 100,00Associadoseestudantes:R$ 60,00

Palestra: Otimize a sua empresa com um planejamento de marketingSheila Dal Ry27 de Julho19h às 21h• Aimportânciaebenefíciosdoplanejamento• Definindoosobjetivosdaempresa• Identificandoopúblico-alvo• ElaboraçãodeestratégiasNãoassociados:R$ 80,00Associadoseestudantes:R$ 47,00

Noções gerais de Comércio ExteriorAriane Canestraro29 de Julho08h30 às 12h e das 13h às 17h30• Conceitos• Negociaçãocomoexterior• Modalidadesdepagamento• Classificaçãofiscaldemercadorias(NCM)• Custosetributos• Documentos• Desembaraçoaduaneiro• ExercíciospráticosNãoassociados:R$ 250,00Associadoseestudantes:R$ 195,00

Workshop: Motivação e vendas: Como obter resultados práticos em vendas? Murilo Gomes31 de Julho19h às 23h• Perfildovendedorderesultados• Princípiosdealtaperformanceemvendas• Atitudesehabilidadesparaaumentarresultados

emvendas• Vendasnaprática–Conceitosetécnicas• CasosreaisdomercadobrasileiroNãoassociados:R$ 100,00Associadoseestudantes:R$ 60,00

Workshop: Comunicação eficazO sucesso da liderança Gislene Isquierdo07 de Agosto19h às 23h• Comogerarengajamentoemotivação• Oprocessodecomunicaçãointerpessoal• Validaçãoechecagemdainformação• OperfildolíderdesucessoesuasestratégiasNãoassociados:R$ 100,00Associadoseestudantes:R$ 60,00

Qualidade de serviços em recepção e secretariaSilvana Oliveira09 e 10 de Agosto19h às 23h• Desenvolvimentopessoaleprofissional• Perfileposturaprofissional• Superaçãonoatendimentoaosclientes• TécnicasderecepçãoeatendimentoNãoassociados:R$ 167,00Associadoseestudantes:R$ 91,00

Palestra: Criatividade e inovação como diferencial competitivoGysele Rogo15 de Agosto19h às 21h• Ainovaçãonoambientedetrabalho• Operfildoprofissionalinovadorecriativo• Brainstorming–umexercíciodecriatividade

Qualidade no atendimento ao cliente como diferencial competitivoNiceia C. Henrichsen03 e 04 de Julho19h às 23h• Excelênciaequalidadenoatendimento• Conhecendooperfildocliente–Lidandocom

clientesdifíceis• Comosurpreenderoclientecomatendimento

diferenciado• CompetênciasdoprofissionaldeatendimentoNãoassociados:R$ 167,00Associadoseestudantes:R$ 91,00

Chefia e LiderançaFilomena Regina StortiMinetto14 e 15 de JulhoDia 14 – 19h às 23hDia 15 – 08h às 17h • Acomunicaçãocomofontedeconflitoou

produtividade-FeedbackeAssertividade• Liderançagerencial-Característicaseestilosde

liderança• Oprocessodetomardecisões• Delegaçãodeatribuiçõeseautoridade• ComoidentificareadministrarconflitosnaempresaNãoassociados:R$ 188,00Associadoseestudantes:R$ 110,00

Workshop: ICMS e Substituição Tributária com ênfase no decreto 5.993/2007 e resolução SEFA 20/2017Rosângela Aparecida da Silveira15 de Julho08h30 às 12h30• Baselegal• SubstituiçãoTributária-Conceito• AlteraçãoMVAoriginal• Mercadoriasincluídaseexcluídasnalistagem• Levantamentodoestoque(SimplesNacionale

RegimeNormal)• InaplicabilidadedoajustedoMVAoperação

internaSimplesNacional• ReduçãoMVA.Operaçõesdestinadasa

contribuintesoptantespeloSimplesNacional*TrazercalculadorasimplesNãoassociados:R$ 150,00Associadoseestudantes:R$ 100,00

Google Adwords + Google Analytics = Analista de Marketing DigitalRobson Felipe Ramos17, 18, 19 e 20 de Julho19h às 23h

Google Adwords• Planejamentodacampanha• MétricasessenciaisAdwords• EstruturadacampanhaAdwords• ConfiguraçõescontaAdwords• ConfiguraçõescampanhasAdwords:Redede

pesquisa• Gruposdeanúncios• Palavras-Chave• Anúncios• Primeirosindicadorescampanha• Relatóriosessenciais

Saiba mais:[email protected] ou3374.3082 com Mariana Reche:[email protected]

Associação Comercial e Industrial de Londrina Rua Minas Gerais, 297, 1º andar, Londrina, PR

www.acil.com.br

FINANÇAS GESTÃO DE RH DIVERSOSMARKETINGATENDIMENTO E VENDAS WEB

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• Uniforme,postura,gestoseatitudesaofalarcompessoas,tonalidadedevoz,linguagemcorporaleDressCodePofissional

• Negociandocomelegânciaeclasse• Apertodemãoseapresentaçõespessoais,troca

decartõesdevisita• Comoportar-separafidelizarosclientes• NoçõesbásicasdeEtiquetaàMesa• ImagempessoalnasRedesSociaiseusodocelular• Comoportar-seemreuniõesNãoassociados:R$ 150,00Associadoseestudantes:R$ 100,00

Marketing Digital aplicado na empresaSheila Dal Ry24 e 25 de Agosto19h às 23h• CenáriodigitalnoBrasil• EtapasdoMarketingDigitalparaaplicarna

empresa• Ferramentasmaisutilizadas• RedesSociais• CasesdesucessoNãoassociados:R$ 167,00Associadoseestudantes:R$ 91,00

Atrair, reter e desenvolver: Criar e sustentar um RH estratégicoSilvia Rocha29, 30 e 31 de Agosto19h às 23h

MÓDULO IEstratégia de atração de pessoas – do projeto à execução• Contextohistóricodaáreadepessoas• Gestãoporcompetências• Recrutamentoeseleçãodepessoas(ferramentas

deseleção)• Relacionamentocomomercado

MÓDULO IIO processo de gestão de pessoas e a gestão do capital intelectual• PirâmidedasNecessidadesdeMaslow• PoliticasdeBenefícios• ImportânciadaMeritocracia• Fatoreschaveparaoengajamentoeretençãode

talentos

MÓDULO IIIPor que desenvolver talentos?• Importânciadapromoçãoedesenvolvimento

contínuodostalentos• Levantamentodenecessidadesdeconhecimento

organizacionais• Estruturaçãodamatrizdeconhecimentoe

planejamentoanualdetreinamento• CasesdeSucessoemGestãodePessoas

Nãoassociados:R$300,00Associadoseestudantes:R$250,00

Workshop: O poder das marcas e suas percepçõesRodrigo Martins31 de Agosto19h às 23h• Estruturadevalordemarca• Fatorespsicológicos-Percepções• Comoenfrentardesafioselidarcoma

concorrência• Marketingdiretoecomunicação• Criatividadeeentusiasmo• Dinâmicasdevalordemarcaepercepções• Aequipedevendas–OtrabalhoemgrupoNãoassociados:R$ 100,00Associadoseestudantes:R$ 60,00

• Inovação,criatividadeedesempenhoprofissional• Comoempresasidentificamumprofissional

inovador• Comoserinovador• Técnicasdecriatividade• 10mandamentosparapromoverainovaçãoNãoassociados: R$ 80,00Associadoseestudantes:R$ 47,00

Programa de alto desempenho em vendasMurilo Gomes21, 22, 23, 28, 29 e 30 de Agosto19h às 23h

Módulo I• Prospecção• Aberturadoprograma• Definiçãoecasesdeprospecçãocomercial• Indicadores

Módulo II• Planejamento• Definiçãopráticadeplanejamentocomercial• Ferramentasdeanálisedemercadoedeportfólio• Gestãodacarteiradeclientes

Módulo III • Abordagem• Princípiosdaabordagemcomercial• Atendimentodealtaperformance• Modelomentalnoatendimento

Módulo IV • Levantamentodenecessidadesepropostade

valor• Identificaçãodasnecessidadesdocliente• Ferramentaspráticasparapropostadevalor• Exercíciosparautilizaçãodapropostadevalorno

dia-a-dia

Módulo V • Negociaçãoefechamento• Elementosparadesenvolvimentodenegociação• Perfildenegociadoreseetapasdanegociação• Tiposdefechamento• Técnicasparafechamentosmaisassertivos

Módulo VI • Pós-Venda• Verdadesemitossobrepós-venda• Passoapassoparaumpós-vendadesucesso• Casespráticoseindicadoresdepós-venda

Nãoassociados:R$ 300,00Associadoseestudantes:R$ 250,00

Workshop: Etiqueta e Ética profissional para negócios Claudia Terceiro23 de Agosto19h às 23h• AimportânciadaEtiquetaeÉticaProfissionalno

ambientecorporativo• ConvíviocoletivoeaEtiquetadoBemViver• Construçãodaimagempessoal

EDITORIAL

Mercado em Foco é uma publicação da Associação Comercial e Industrial de Londrina. Distribuição gratuita. Correspondências, inclusive reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da Associação ou pelo e-mail [email protected]

DIRETORIA DA ACIL – GESTÃO 2016/2019

Fundada em 5 de junho de 1937

Rua Minas Gerais 297 – 1º andarEd. Palácio do ComércioLondrina (PR) – CEP 86010-905Telefone (43) 3374-3000Fax (43) 3374-3060E-mail [email protected]

Claudio Sergio TedeschiPresidenteFernando Maurício de MoraesVice-presidenteFabricio Massi SallaDiretor SecretárioAlexandra de Paula Yusiasu dos Santos2º Diretor SecretárioRodolfo Tramontini ZanluchiDiretor FinanceiroRogério Pena Chineze 2º Diretor Financeiro

Angelo Pamplona da CostaDiretor ComercialMarcus Vinicius GimenesDiretor IndustrialMarcia Regina Vieira Mocelin ManfrinDiretor de ServiçosOlavo Batista JuniorDiretor de Comércio InternacionalAdelino Favoretto JuniorDiretor de ProdutosElias Lombardi de OliveiraDiretor Institucional

Luigi Carrer FilhoDiretor de AgronegóciosMarco Aurélio KumuraDiretor de Tecnologia e InovaçãoRicardo Beraldi RodriguesDiretor Micro e Pequeno EmpresárioAndré Gradia Gomes YuiDiretor Jovem EmpresárioMarisol ChiesaPresidente do CME ACIL

CONSELHO DELIBERATIVOAry Sudan Carlos Alberto Dorotheu MascarenhasDavid ConchonFlávio Montenegro BalanGeorge HiraiwaHerson Rodrigues Figueiredo JúniorJosé Augusto RapchamKatsumi Sérgio OtaguiriNivaldo BenvenhoOswaldo Pitol

Valter Luiz OrsiWeber GuimarãesWilson Geraldo Cavina

CONSELHO FISCALTitularesAdoniro Prieto MathiasMarcus Vinicius Bossa GrassanoRafael de Giovanni NetoSuplentesMario Nei PacagnanMarcelo Quelho FilhoEduardo Ajita

Susan NaimeCoordenaçãoLúcio Flávio MouraEdiçãoGiovana Nogueira CorreiaEstagiária de ComunicaçãoFernando CremonezFotografiaThiago MazzeiProjeto gráfico

Diego Rigon MenãoSuperintendenteClaudia Motta PechinGerente ComercialBarbara Della LiberaSupervisora de Marketing

ColaboradoresAmanda AbranchesAmanda de Santa

Celso Felizardo Danilo Marconi Fernanda BressanMarco Feltrin Michelle Aligleri

ImpressãoMidiografTiragem8 mil exemplares

RECEITAS PARA ENFRENTAR O FUTUROO ritmo do desenvolvimento

econômico é marcado por ciclos. O atual é de baixa. Mas e quando o País superar os problemas que freiam a atividade do comércio e da indústria? As empresas estarão preparadas para retomar a saúde financeira? E a administração pública saberá se aproveitar da futura maré positiva para melhorar os serviços ao cidadão?

São perguntas instigantes que surgem em qualquer reflexão sobre como estamos desenhando nosso amanhã. Esta edição quer provocar o empresariado, a sociedade e os governos a olhar para frente, algo que por vezes esquecemos quando temos que apagar incêndios aqui e acolá, de manhã e à tarde.

O pensamento a longo prazo é a base do interesse da ACIL por assuntos como cidades inteligentes e planejamento estratégico na

administração pública, em especial dos municípios. Temos nos empenhado em disseminar estas duas ideias, seja incluindo os temas nos nossos eventos e ações, seja participando de debates fora da entidade. Os dois assuntos são destaques desta edição.

Há outra reportagem que remete ao futuro dos negócios: a necessidade cada vez maior de posicionar a marca das empresas no ambiente online.

Nas páginas a seguir, você pode se informar ainda sobre o cadastro positivo, uma novidade em Londrina que começa a ser operacionalizada pela ACIL em parceria com o SPC Brasil. Outros temas deste número: a importância do compliance em tempos de crise moral, a economia circular e a vaidade masculina que mantém o mercado aquecido.

Boa leitura!

Claudio Sergio Tedeschi Presidente da ACIL(gestão 2016-2019)

Associação Comercial e Industrial de Londrina 5

ENTREVISTAEmpreendedorismo social .................................................. 16

MEIO AMBIENTEEconomia Circular: planejar para reaproveitar .................. 20

UNIVERSO MASCULINOCabeça aberta, carteira aberta ............................................ 24

MÍDIAS SOCIAISÚltima chamada para o mundo digital ................................ 28

ARTIGOQual é o seu foco? ............................................................... 31

PERFILO campeão pedala em uma nova estrada .......................... 32

BEM-ESTAR Inspiração e expiração, um caminho para a cura ............... 36

COLUNA ACILMúsica e homenagens marcam 80 anos da ACIL .............. 38

ÍNDICE

12

EMPRESASCompliance, salvaguarda para uma sociedade em depuração

6

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICOEmpresas ou Municípios: os bons resultados não ocorrem por acaso

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SERVIÇOCadastro Positivo: mais crédito, menos burocracia

SMART CITY Conectados com o bem-estar

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julho e agosto de 2017 | www.acil.com.br6

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

EMPRESAS OU MUNICÍPIOS:OS BONS RESULTADOS NÃO OCORREM POR ACASOA governança pública se assemelha à gestão privada: para obter avanços, é fundamental levar em conta o pensamento a longo prazo

“PARA TER UMA CIDADE COM BOA QUALIDADE DE VIDA PRECISAMOS DE GENTE COM VISÃO EMPREENDEDORA”

Associação Comercial e Industrial de Londrina 7

Por Marco Feltrin

Missão, visão, valores. Os três pilares do planejamento estratégico são itens fundamentais na trajetória de uma empresa de sucesso.

Quem não pensa o modelo de negócio a médio e longo prazo tende a sentir na pele a triste estatística na qual seis em cada dez empresas abertas não sobrevivem após os cinco primeiros anos de atividade, segundo levantamento do IBGE.

A lógica que vale para o mercado corporativo também pode ser aplicada à gestão pública no âmbito municipal?

Para o coordenador do MBA em Gestão e Estratégia Empresarial da Unifil, Luis Marcelo Martins, a “receita do bolo” é a mesma para as gestões privada e pública.

No “modo de fazer” estão: analisar o ambiente, os recursos disponíveis, conhecer os fatores que vão dar a base do planejamento, criar um diagnóstico e gerar um cenário. O problema, no caso das prefeituras, está na instabilidade política.

“Você nunca planeja se não tiver objetivo definido. No caso da prefeitura, em 20 anos pode haver cinco gestões diferentes. Este novo prefeito não segue o planejamento, vai trabalhar em cima das prioridades dele. Isto causa transtornos e desvirtua o planejamento”, compara Martins.“Na organização privada é diferente. Qualquer seja a diretoria que está no comando, o planejamento segue sendo trabalhado de forma independente.”

O presidente da ACIL, Claudio Tedeschi, também aponta a descontinuidade das gestões como entrave para a elaboração do planejamento estratégico. No caso de Londrina, o cenário ainda foi agravado por crises políticas. “Chegamos a ter quatro prefeitos em um período de quatro anos! Perdemos muito em função de todo tumulto causado por estas mudanças. A descontinuidade tem um reflexo: toda hora mudam os rumos e não há expectativa de futuro”, analisa, reforçando que também cabe à sociedade cobrar da prefeitura que o planejamento

seja feito e, independente do gestor, tenha sequência.

Se a análise do ambiente é o primeiro passo para a criação de um planejamento estratégico, pelo menos neste quesito Londrina está no caminho certo.

Desde 2006, o Fórum Desenvolve Londrina produz um manual de indicadores de desenvolvimento que serve como base para estudo com proposta para áreas como educação, segurança e mobilidade urbana. A visão de futuro mira a cidade em seu centenário, em 2034, com uma comunidade ativa e articulada, construindo uma urbe humana, saudável, tecnologicamente avançada, com uma economia diversificada e dinâmica.

“Precisávamos de um grupo para pensar Londrina a longo prazo. No setor público, as preocupações são sempre a curto prazo. E planejamento exige conhecimento factual das coisas”, explica o membro da diretoria do Fórum e consultor de inovação da Adetec, Paulo Sendin.“Por isso criamos o caderno com cerca de 60 indicadores que analisam pontos importantes para o desenvolvimento de Londrina. Estes números são fotografias da realidade que nós tiramos da cidade e servem como base para as propostas”, ressalta.

Para realizar o exercício de imaginar a cidade lá em 2034 sem utilizar bola de cristal ou outro exercício de futurologia, o Fórum aposta na objetividade.

“Temos cuidado na elaboração dos estudos para não ter propostas absurdas. A gente se preocupa com coisas mais macros, uma visão de percepção das pessoas”, esclarece. “Uma das propostas levantadas foi o ensino de empreendedorismo nas escolas. Não é ensinar para, em 2034, ter mais dez mil empreendedores em Londrina. Mas achamos que para ter uma cidade com boa qualidade de vida precisamos de gente com visão empreendedora, no sentido de organizar as coisas para atingir um objetivo”, justifica. “Estas propostas não têm uma ligação direta, numérica, com um prazo futuro. É o que vai contribuir para chegarmos na visão de futuro que traçamos”.

Claudio Tedeschi, da ACIL: “A descontinuidade tem um reflexo:

toda hora mudam os rumos e não há expectativa de futuro”

Luis Marcelo Martins, da Unifil:“Você nunca planeja se não

tiver objetivo definido. No caso da prefeitura, em 20 anos pode haver

cinco gestões diferentes”

julho e agosto de 2017 | www.acil.com.br

Rota definida

Uma das cidades exemplo do País em relação ao planejamento estratégico é Belo Horizonte. A cidade já está na terceira versão do plano “BH no Rumo Certo”, um caderno de 340 páginas que traz tendências e cenários de longo prazo e estabelece desafios, metas e estratégias de desenvolvimento. O documento ainda tem uma divisão por áreas de resultado e sustentação de diretrizes como redução da pobreza, mobilidade sustentável, excelência na gestão orçamentária e financeira, smartcity, entre outras.

A economista Marilena Chaves, coordenadora da terceira fase do projeto, trata como fundamental que o ponto de partida seja o conhecimento das metodologias de planejamento por parte de todos os envolvidos. No caso da capital mineira, houve uma confusão conceitual dos gestores e servidores com relação aos principais termos de planejamento durante a elaboração do plano.

“É preciso saber as diferenças entre projeto, programa e ação continuada, entre objetivos, metas e indicadores, estratégias e diretrizes. Estas confusões dificultavam muito a elaboração e avaliação dos textos, principalmente na hora de escrever e sintetizar as ideias”, conta, lembrando a importância da presença do prefeito em todo o processo.

“Foi um agente facilitador em momentos relevantes da elaboração do plano. Fez com que os gestores se engajassem com maior presença. Conheço casos em que as ausências do prefeito e dos gestores dificultaram a implementação”, relata.

Metrópole mais forte

Chama a atenção no planejamento estratégico de Belo Horizonte a importância dada à região metropolitana, que reúne 34 municípios e tem população estimada de 5,4 milhões de habitantes, sendo 47,9% moradores da capital.

Transportando para a realidade local, não há como pensar em um planejamento estratégico de Londrina sem falar

nas cidades da região metropolitana, principalmente Cambé e Ibiporã.

Para o urbanista Nestor Rezente, professor da Universidade Estadual de Londrina, desde a década de 1970, quando foram fixadas regras para o uso dos espaços e expansão das cidades, o capital imobiliário se expandiu para as periferias, provocando também o crescimento das cidades vizinhas, integrando serviços e quebrando limites geográficos.

“Temos uma região metropolitana de fato e que precisa ser discutida quando se analisa Londrina. As interdependências entre os municípios são imensas, mas ainda não temos uma definição clara”, avalia.“As regiões metropolitanas sofrem de um mal congênito. Não se consegue o mínimo de atuação para o desenvolvimento. É preciso uma combinação entre prefeitos para que a gente crie uma nova situação. Este aglomerado urbano, que não é mais só Londrina, precisa desenvolver políticas públicas que atentem às necessidades da população”, cobra o urbanista.

A opinião é compartilhada por Paulo Sendin, do Fórum Desenvolve Londrina, que enxerga a cidade como um polo de atração devido ao atendimento diferenciado nas áreas de saúde, educação e no comércio. Para ele, tal característica deveria vir acompanhada de protagonismo político. “A gente não tem nenhum mecanismo decente de integração regional. São entidades políticas que raramente fazem algo de prático. Temos a Agência Terra Roxa, mas é uma iniciativa privada. Não houve nenhuma iniciativa governamental que tratasse vender a região para investidores”, lamenta o consultor, lembrando da criação nos anos 1970 da Metrópole Linear Norte do Paraná (Metronor), que durou apenas três anos como uma tentativa de planejamento estratégico regional. “Mudou o governo e o projeto ficou para trás. Se tivesse funcionado, estaríamos organizados de uma forma regional, e não como um arquipélago de municípios que não se falam muito. Estamos 40 anos atrasados”.

Paulo Sendin, do Fórum Desenvolve Londrina:

“Precisávamos de um grupo para pensar Londrina a longo prazo. No

setor público, as preocupações são sempre a curto prazo. E

planejamento exige conhecimento factual das coisas”

Marcelo Belinati, prefeito: “Sei exatamente qual é a minha missão:

corrigir tudo o que está errado e dar um rumo para o futuro da nossa cidade. Mesmo que para

isso eu tenha que pagar um preço alto do ponto de vista político”

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Como está o planejamento de Londrina?

Apesar de não ter documentos oficializados e formatados com o planejamento estratégico para os próximos, a atual gestão da prefeitura de Londrina trabalha na elaboração de projetos e metas para diversas áreas da administração pública.

O prefeito Marcelo Belinati afirma que o grande foco é a retomada do desenvolvimento econômico. “Estamos trabalhando em várias frentes, com grupos de trabalho que fazem o diagnóstico e já apresentam as soluções, medidas importantes que visam a desburocratização da prefeitura, criando um ambiente favorável ao empreendedorismo”, aponta, exemplificando com a criação de um novo plano de desenvolvimento industrial para substituir a lei de incentivo à industrialização de 1993, há 24 anos.

O presidente do IPPUL e da Codel, Nado Ribeirete, aponta que, além de driblar o excesso de leis e procedimentos burocráticos, o plano industrial visa a transparência para

obter a confiança do empresariado. “Os investidores procuram garantias, políticas definidas. Não querem vir para um local que só pode vir se tiver amizade com prefeito, vereador. A clareza e celeridade no processo vão fazer com que o empresário se identifique e tenha boas referências. Vai ser um legado para a cidade”.

Marcelo Belinati entende a necessidade de pensar a cidade a longo prazo e admite a adoção de medidas impopulares para que erros do passado sejam corrigidos e a Londrina do futuro conquiste seus objetivos. “Todo o planejamento está sendo feito, é preciso executar, tirar as coisas do papel. O prefeito não pode ser apenas um bombeiro e ficar apagando incêndios”, pondera.“A cidade de Londrina tem um potencial que talvez nenhuma outra cidade no Brasil tenha. Mas precisa ser rediscutida. Sei exatamente qual é a minha missão: corrigir tudo o que está errado e dar um rumo para

o futuro da nossa cidade. Mesmo que para isso eu tenha que pagar um preço alto do ponto de vista político. Vou fazer todas as discussões e debates que precisavam há anos serem feitos, com diálogo com a sociedade e transparência. Londrina precisa e vai voltar a pensar grande, do tamanho da sua importância para o Paraná e para o Brasil”.

Nado Ribeirete, do IPPUL e da Codel:“Os investidores procuram garantias, políticas

definidas. Não querem vir para um local que só pode vir se tiver amizade com

prefeito, vereador”

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SMART CITY

Por Danilo Marconi

Já imaginou olhar para o display do celular para conferir a distância e o tempo que o ônibus está do ponto? E que tal viver numa cidade com um sofisticado centro de controle de segurança, integrando câmeras dos setores público e privado, com monitoramento 24 horas por dia?Num futuro não muito distante, os londrinenses passarão a contar com essas ferramentas, reflexo do novo desenvolvimento tecnológico que une os mundos físico e virtual tornando possível a criação das ‘smartcities’, em tradução literal, cidades inteligentes.

José Oliveira, CEO da consultora portuguesa BI4ALL, define as cidades do amanhã como “mais eficientes, automatizadas, sustentáveis e agradáveis para se viver”.

O tema pode parecer desconhecido para milhões de brasileiros, mas, atualmente, é linha de pesquisa nos diferentes níveis de governos. Na esfera privada, soluções inteligentes movem bilhões de dólares em negócios nesta fase interpretada como a Quarta Revolução Industrial. Para se ter uma ideia, pesquisa da conceituada consultora norte-americana GartnerGroup descreve que 380 milhões de coisas estarão conectadas a infraestrutura das cidades até o final deste ano. Até 2020, serão 1,3 bilhão de ferramentas disponíveis para tornar a vida dos cidadãos mais prática nos grandes centros.

Semáforos sincronizados por uma central de monitoramento, descongestionamento de ruas e avenidas, plantio de árvores, integração do sistema de vigilância, mapeamento de áreas para o

controle de endemias, transporte coletivo com plataformas digitais, georreferenciamento escolar e medição de poluentes são apenas alguns exemplos de serviços públicos que podem ser implantados em Londrina. Sem falar numa outra infinidade de ferramentas que já estão em desenvolvimento nas empresas de Tecnologia de Informação.

Aliás, o rico ambiente tecnológico existente na cidade é o principal indicativo que Londrina está próxima de se tornar uma cidade inteligente. Temos faculdades, centenas de empresas de tecnologia, Sebrae, o Instituto Senai de Tecnologia, que é o único do país, o Arranjo Produtivo Local (APL) de Tecnologia de Informação e o Sindicato das Empresas de Tecnologia de Informação (Sinfor).

“Não é uma questão de modismo, mas de aproveitar a força que gera esse movimento para criar em nossa cidade uma série de serviços e infraestrutura que vai contribuir para melhorar ainda mais a qualidade de vida e promover o desenvolvimento econômico. Nós dispomos de muitos pré-requisitos para tornar a cidade inteligente. E estamos caminhando para transformar a cidade num grande e importante centro de tecnologia da informação”, disse o presidente do Fórum Desenvolve Londrina, Ary Sudan.

O Fórum Desenvolve Londrina optou por trabalhar a temática neste ano. Especialistas sobre o assunto de todo o mundo estão sendo ouvidos pelos membros do Fórum. Ao final do ciclo de palestras um relatório será apresentado à comunidade. O material pode auxiliar o governo na construção da ‘’Londrina Inteligente’’. “Com certeza, o tema acaba entrando na pauta de discussão do londrinense e isso

CONECTADAS COM O BEM-ESTARA tecnologia do século 21 deve fazer das cidades lugares mais eficientes, sustentáveis e agradáveis. Londrina se articula para ser uma delas

SETOR DE TI EMPREGA MAIS DE DUAS MIL PESSOAS EM LONDRINA

Associação Comercial e Industrial de Londrina 11

é importante para que o projeto saia da teoria e aconteça de fato”, observa Ary Sudan. 

Paralelamente, o Sebrae também realiza um estudo sobre o cenário londrinense de tecnologia de informação para implementação de projetos inteligentes. “O que precisa agora é ter um planejamento estratégico do ecossistema de inovação para dar um caminho mais claro”, salienta o consultor do Sebrae Londrina, Fabrício Bianchi. O estudo deve ficar pronto até o final deste ano.

E é justamente nesta revolução industrial que a ACIL cria a Diretoria de Tecnologia e Inovação. “A função clara é de articulação. A ACIL tem que ser o hub, funcionar como elo e base de discussão para juntar várias iniciativas num só lugar”, comenta o responsável pela diretoria, o empresário Marco Kumura.

Ativos importantes

Atualmente, o setor de TI emprega mais de duas mil pessoas em Londrina. Além dessa massa pensante, outro importante ativo da cidade – e que diferencia Londrina das outras cidades brasileiras – é a Sercomtel.

A empresa de economia mista iniciou um trabalho para tornar a cidade mais inteligente há alguns anos com a distribuição de fibra óptica. “A gente começou a perceber essa tendência de ter internet das coisas, que é basicamente umas das principais tecnologias para implantação da smartcity, e você não consegue fazer nada se não tiver uma infraestrutura mínima. Começamos a implantar a transmissão de alta qualidade, um espectro dedicado para aplicações de internet das coisas e, a partir disso, outras começaram a ser implantadas na cidade. Depois, as gestões posteriores deram continuidade com outros tipos de projetos”, lembra Fernando Kireeff, ex-presidente da Sercomtel.

Pode não parecer aos olhos da comunidade em geral, mas a jovem Sercomtel Iluminação começa a adotar serviços inteligentes. Tornar um sistema de iluminação eficiente e utilizar lâmpadas mais econômica nos postes têm, sim, aspectos das smartcities.

Os modais da empresa foram apresentados recentemente no Smart City Business, maior evento de tecnologia para cidades da América Latina, ocorrido dias atrás em Curitiba. “O importante é não perder o

Ary Sudan, do Fórum Desenvolve Londrina:“Nós dispomos de muitos pré-requisitos para tornar a cidade inteligente. E estamos caminhando

para transformar a cidade num grande e importante centro de tecnologia da informação”

foco de que uma cidade digital deve oferecer melhor qualidade de vida de maneira ampla, mesmo que tenhamos que começar aos poucos, uma área de cada vez”, ressalta o presidente da Sercomtel, Luiz Carlos Adati.

Em breve, londrinenses verão outro projeto com conceito inteligente nas ruas da cidade. Um esboço dele foi apresentado no Smart City Business, ainda não foi batizado com nenhum nome, mas deve integrar em um bairro a telegestão da iluminação pública e a vigilância por câmeras nas ruas.

O local escolhido pelas autoridades para abrigar esse projeto-piloto é o Jardim Petrópolis, onde estão instalados três grandes hospitais e clínicas médicas, por conta da grande circulação de pessoas. O monitoramento será feito por policiais militares, mas o sistema seria comandado pela Sercomtel.

Luiz Carlos Adati, da Sercomtel: “O importante é não perder o foco de que uma cidade digital deve oferecer melhor

qualidade de vida de maneira ampla, mesmo que tenhamos que começar aos poucos, uma área de cada vez”

A gente começou a perceber essa tendência de ter internet das coisas, que é basicamente umas das principais tecnologias para implantação da smartcity, e você não consegue fazer nada se não tiver uma infraestrutura mínima. Começamos a implantar a transmissão de alta qualidade, um espectro dedicado para aplicações de internet das coisas e, a partir disso, outras começaram a ser implantadas na cidade

Fernando Kireeff, ex-presidente da Sercomtel

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EMPRESAS

Por Celso Felizardo

As recentes enxurradas de escândalos que ligam grandes corporações aos maiores esquemas de corrupção do País acenderam a luz de alerta no mundo empresarial.

A procura por mecanismos de controle e transparência nunca esteve tão em alta. O reflexo disso é a popularização da política de compliance. O termo é originário do verbo em inglês to comply, que significa “agir de acordo com uma regra”.

Antônio Raimundo, professor do MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV), explica que já na década de 1930, países desenvolvidos sentiram a necessidade de garantir que os valores das empresas estivessem assegurados dentro de um código de ética.

“A economia mundial sofreu uma grande transformação após a grande crise de 1929 e se tornou cada vez mais complexa”, contextualiza.

Ele lembra que o conceito só chegou ao Brasil, ainda de forma tímida, em meados de 1990. Depois de quase duas décadas, ele ainda vê o compliance em fase de consolidação no País.

“As grandes empresas já se conscientizaram da importância do controle interno, pois sabem do risco que correm ao não serem justas, transparentes”, diz.

Raimundo explica que o compliance sempre vem acompanhado de outros três conceitos ligados à governança: fairness (senso de

COMPLIANCE, SALVAGUARDAPARA UMA SOCIEDADE EM DEPURAÇÃO

justiça), disclosure (transparência); e accontability (capacidade de dar fé, de ser confiável).

O advogado londrinense Gabriel Bertin considera, de uma forma geral, o conceito de compliance ainda embrionário, mas que teve grande impulso nos últimos anos. “Os órgãos de fiscalização têm sofrido investimentos grandes nas últimas décadas. Além das grandes empresas, considerando pessoal e investimento, algumas de médio e até de pequeno porte, dependendo do ramo

Gabriel Bertin, advogado: “Um mecanismo de compliance é para uma empresa que realmente quer andar na linha. Se o

empresário tiver aquela reserva mental de fazer algo errado, as coisas não casam”

Associação Comercial e Industrial de Londrina 13

Adoção de políticas de controles internos ganha espaço com escândalos nacionais; mecanismo protege empresas contra fraudes e até de erros administrativos

de atuação, já perceberam a importância do compliance para seu negócio”, observa.

Bertin lembra que o mecanismo também é voltado para resguardar as empresas de eventuais erros que possam acarretar em prejuízos. “Muitas vezes não há a intenção de ninguém dentro da empresa transgredir a lei, mas o desconhecimento pode levar a penalidades”, explica.

Ele cita alguns ramos para os quais considera fundamental a adoção da política de compliance. “Empresas que importam ou exportam ou que lidam com o poder público por meio de licitação são dois ramos que demandam mais cuidado”, exemplifica.

Outro ramo em que o advogado considera indispensável os mecanismos de controle interno é o das empresas reguladas. “São aquelas que estão sujeitas a uma agência reguladora, como agências bancárias, petróleo e gás, aviação, fornecimento e tratamento de água”, lista.

Segundo ele, isso porque as agências reguladoras costumam sempre multiplicar o número de normas que a empresa tem que seguir, aumentando o rigor legislativo nestes setores.

Tanto Raimundo como Bertin acreditam que o compliance deve ser visto como um investimento. “O retorno que você tem com esse resguardo legal é muito maior do que a quantia investida para montar um departamento ou até contratar um serviço terceirizado”, avalia Raimundo.

“Enquanto uma empresa grande pode ter uma equipe, uma

de pequeno porte pode delegar essa função a uma pessoa, que chamamos de compliance officer. Ele pode atuar em tempo integral ou acumular a função. Tudo depende da demanda da empresa”, detalha.

E os riscos, conforme Bertin, são muitos. “O empresário está sujeito hoje a ter problemas na Receita Federal, praticar crimes vinculados à atividade empresarial, seja de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, crimes ambientais, corrupção”, relaciona.

Lei Anticorrupção

“As empresas estão passivas a responder pela Lei de Improbidade e, partir de 2013, também à Lei Anticorrupção”, aponta. “Isso é grave porque prevê aplicação de multas de maneira administrativa, onde não tem sequer uma ação para se recorrer. Essas multas são aplicadas de maneira objetiva. É de responsabilidade objetiva, que independe da culpa da administração da empresa. Em muitas vezes, o dono pode nem ficar sabendo do problema e responder do mesmo jeito”, adverte.

No caso da Lei Anticorrupção, o advogado lembra que as multas podem ser muito altas. “As penalidades podem chegar ao pagamento de multa de 0,1% até 20% do faturamento bruto da empresa, considerando o ano anterior. Se não for possível aferir o faturamento, a quantia pode variar de R$ 6 mil a R$ 60

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milhões. “Hoje, essa lei está sendo aplicada em casos como a Lava Jato, mas a tendência é que se pulverize. Com a tecnologia, por meio de cruzamento de dados e outras ferramentas, o governo tem um monitoramento mais preciso do sistema fiscal”.

Um exemplo bem sucedido em Londrina é o do Grupo Plaenge, primeira construtora do país a adotar um código de ética, em 2002. Quinze anos depois, o diretor Alexandre Fabian avalia que a preocupação valeu a pena. Ele conta que o pai, Ézaro Fabian, fundou a construtora em 1970, em Londrina, após desfazer uma sociedade por não concordar com algumas práticas da empresa. “Ele começou do zero, com uma betoneira emprestada e sempre achou que a empresa nunca seria grande porque a ética seria um impeditivo, mas o que ele achava que seria um limitador, foi o que fez a empresa ser grande”, analisa.

Apesar do histórico de ética desde a fundação, Fabian sentiu a necessidade de documentar os valores da empresa. “Sempre fomos um grupo coeso, mas quando a empresa começou a crescer demais, tivemos dificuldades para passar nossos valores a todos os funcionários. Foi então que decidimos criar um manual de postura, um código de ética dentro da empresa”. Ele detalha que o manual contém orientações para que todas as relações sejam pautadas pela ética. “Tivemos casos de pessoas que favoreciam pessoas da mesma religião na hora de contratar. Para a empresa, isso não é ético, pois demonstra um tipo de preconceito”, cita.

Canal de Ética

Há quatro anos, a Plaenge criou o Canal de Ética, um sistema de denúncias de irregularidades internas que funciona por meio de telefonema gratuito (0800). Segundo Fabian, o serviço é terceirizado e também estimula que os funcionários apontem erros ou situações que fogem à ética. “Todas as denúncias que chegam são apuradas. Muitas não têm fundamento, pois são desentendimentos de funcionários do setor, mas já fizemos intervenções que mudaram os procedimentos da empresa por

conta das ligações”.Os princípios de governança também são levados a sério por

outra empresa da região: a Belagrícola. Com área de atuação no Norte do Paraná e Sudoeste de São Paulo, a empresa conta com um departamento de auditoria interna, que responde ao conselho de administração. Todas as ações são regidas pelo código de ética e conduta. “Todos se submetem ao código, indistintamente, começando pela alta administração”, explica a gerente de Auditoria Interna da Belagrícola, Vicentina Aparecida de Lima.

Análise de risco

Ela conta que uma atualização do código de ética está sendo preparada. “Temos uma semente plantada que, agora, deve ser fortalecida. Quando os princípios de governança são observados, a empresa se protege e, assim, se torna perene”, comenta. Outra preocupação do setor é com a análise de riscos. “É outro ponto fundamental que não pode ser dissociado da governança, ou do compliance. Este trabalho é analisar os riscos inerentes ao negócio, com base no conhecimento dos atos regulatórios e normativas”, explica.

De acordo com Vicentina, todas as ações exigem um alto grau de maturidade e devem ter um tratamento com a máxima responsabilidade. “Nós temos um canal de denúncia aqui na empresa. As ligações podem ser anônimas ou não. O colaborador tem que ter a certeza que essa é uma ferramenta séria e não um canal de picuinhas”, diz. “Temos tido bons resultados porque trabalhamos na resolução dos casos, sem favorecer ninguém. O canal está acima do CEO da empresa, como deve ser”, argumenta.

Todos os entrevistados são enfáticos em dizer que, para o sucesso dos mecanismos de compliance, a direção da empresa deve realmente almejar a transparência. “Um mecanismo de compliance é para uma empresa que realmente quer andar na linha. Se o empresário tiver aquela reserva mental de fazer algo errado, as coisas não casam”, resume Bertin.

A Belagrícola conta com um departamento de auditoria interna, e todas as ações são regidas

pelo código de ética e conduta

Alexandre Fabian, do Grupo Plaenge:“Quando a empresa começou a crescer demais, tivemos dificuldades para passar nossos valores a

todos os funcionários. Foi então que decidimos criar um manual de postura, um código de ética dentro da empresa”

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ENTREVISTA

EMPREENDEDORISMO SOCIALNo mundo todo são mais de 360 milhões de pessoas com deficiência auditiva, segundo a Organização Mundial da Saúde. No Brasil, são quase 10 milhões de pessoas, o que representa 5% da população do país. Atenta a este cenário, a startup Hand Talk, através de um aplicativo, oferece soluções empresariais de inclusão social

Por Susan Naime

Aos 32 anos ele já foi eleito pela Folha de São Paulo o mais promissor Empreendedor Social do Brasil, escolhido pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts um dos 35 jovens mais inovadores do mundo e avaliado pela revista Forbes como um dos jovens mais promissores do País.

Ronaldo Tenório é co-fundador e diretor executivo da Hand Talk, startup que proporciona soluções de acessibilidade para deficientes auditivos e seus ouvintes. O aplicativo já foi inclusive eleito pela ONU (Organização das Nações Unidas) o melhor app social do mundo. A melhor notícia é que o empresário irá trazer toda essa bagagem de conhecimento e sucesso ao Lidere 2017, encontro empresarial que será realizado pela ACIL em outubro. Enquanto aguardamos com ansiedade pelo evento, a reportagem da Mercado em Foco bateu um papo com Tenório. Confira!

Mercado em Foco: Você já foi eleito empreendedor social do futuro, um dos jovens brasileiros mais promissores pela revista Forbes e ainda ficou entre os 35 jovens brasileiros inovadores pelo MIT. Como foi construir uma trajetória de tantas conquistas sendo uma pessoa muito jovem? Você encontra resistências para a execução de seus projetos?

Ronaldo Tenório: Acho que tudo foi vindo gradativamente e todo esse reconhecimento é fruto de muito suor e de muito trabalho. Isso ajuda a crescer e evoluir cada vez mais. Como em qualquer negócio, a gente enfrenta resistência, principalmente por se tratar de acessibilidade, um tema que algumas pessoas desconhecem. Por esse desconhecimento, elas, muitas vezes, fecham os olhos e não enxergam

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o problema. É um desafio criar esse novo mercado. Mas, com todas essas chancelas e as estratégias certas, conseguimos diminuir as resistências e encontrar um caminho de sucesso.

Mercado em Foco: Como surgiu a ideia de criar o projeto Hand Talk?

Ronaldo Tenório: A ideia da Hand Talk surgiu em um trabalho acadêmico quando eu cursava Comunicação Social. Tinha duas paixões: a comunicação e a tecnologia. Então decidi uni-las para poder ajudar as pessoas. Comecei a pesquisar sobre pessoas com deficiência e encontrei nos surdos um grande problema de comunicação. Os surdos se comunicavam em libras e os ouvintes em português, e esse problema já começava em casa. Fiz um esboço do projeto da Hand Talk. Quatro anos depois a ideia permanecia engavetada. Resolvi neste momento, com meus sócios, inscrever o projeto em um desafio de startups. Vencemos, recebemos o prêmio, investimentos e foi onde começou a trajetória da Hand Talk.

Mercado em Foco: Para quem não conhece o aplicativo, como ele funciona?

Ronaldo Tenório: O aplicativo é um tradutor de bolso para libras que é a língua brasileira de sinais. Então você pode falar ou digitar um texto e o Hugo [um intérprete virtual 3D] vai traduzir para libras automaticamente. Ele é usado hoje para aprender alguns sinais e também para se comunicar com alguém que é surdo. O aplicativo já tem mais de um milhão de downloads e usuários em todo o Brasil.

Mercado em Foco: Além de português e libras, o “Hugo” já fala outros idiomas? Como está a projeção para levar essa acessibilidade ao mercado internacional?

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Ronaldo Tenório: Estamos desenvolvendo a plataforma para novas línguas e em breve iremos lançar. Mas, inicialmente, a pretensão é ir para os Estados Unidos com a língua americana de sinais. Isso são cenas para os próximos capítulos, ainda tem muita coisa que precisamos avançar por aqui e ampliar a penetração e o impacto no Brasil.

Mercado em Foco: Se o aplicativo pode ser baixado gratuitamente, como a Startup sobrevive?

Ronaldo Tenório: O aplicativo é nosso cartão de visita, então ele é de graça e faz com que as pessoas tenham um primeiro contato com acessibilidade, inclusive para passarem a exigi-la nos canais de suas empresas. O nosso modelo de negócio vem através de produtos para empresas, a gente torna os canais de comunicação acessíveis com o Hugo. Hoje, é como se a internet estivesse offline para as pessoas com deficiência auditiva. Com o botão Hand Talk instalado, a empresa possibilita a comunicação com mais pessoas, além de cumprir a lei brasileira de inclusão social que entrou em vigor no ano passado.

Mercado em Foco: Você acha que ainda falta a integração das academias com o mercado, para serem ferramentas de impulsionamento ao empreendedorismo?

Ronaldo Tenório: Falta muito. Está melhorando, mas ainda há uma distância entre academia e mercado. Sabemos que a academia tem um time diferente do mercado, projetos mais voltados à pesquisa. Mas acho que falta incentivo, mais proximidade, mais programas de empreendedorismo de inserção no mercado. Encontramos iniciativas interessantes, mas ainda está longe dos principais mercados.

Mercado em Foco: Esse projeto parece ser muito mais uma transformação social do que qualquer outra coisa. É possível enxergar esse trabalho como um mero negócio, até porque a Hand Talk precisa ser viável financeiramente, não é?

Ronaldo Tenório: Quando você tem um negócio social, você tem o compromisso de gerar impacto e outro compromisso de ser sustentável financeiramente. Costumo dizer que quando você é um empreendedor social você não pode ser missionário, nem mercenário. Tem que manter essa base equilibrada para poder trazer retorno financeiro e, ao mesmo tempo, causar impacto para as pessoas.

Mercado em Foco: O Ministério da Educação incluiu seu aplicativo em todos os tablets que foram distribuídos na rede pública de ensino. Como você enxerga isso?

Ronaldo Tenório: Foi em 2014, se não me engano, que o Governo Federal comprou tablets para usar nas escolas públicas e, desde aquela época, eles nos procuram para inserir o aplicativo Hand Talk nos aparelhos para serem utilizados por professores e alunos do ensino público do País. À época, foram mais de 600 mil tabletes adquiridos e a Hand Talk pôde melhorar a comunicação entre surdos e ouvintes dentro da sala de aula.

Mercado em Foco: Li em algum lugar que vocês têm um quadro no escritório onde colocam depoimentos sobre o aplicativo. É uma forma de vocês não perderem o grande objetivo do aplicativo? Como vocês recebem esse retorno?

Ronaldo Tenório: Temos um quadro onde compartilhamos as mensagens

Ronaldo Tenório, da Hand Talk: “Eu costumo dizer que quando você é um empreendedor

social você não pode ser missionário, nem mercenário. Tem que manter essa

base equilibrada para poder trazer retorno financeiro e, ao mesmo tempo, causar

impacto para as pessoas”

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O HAND TALK TEM MAIS DE UM MILHÃO DE DOWNLOADS

e depoimentos mais marcantes que recebemos dos usuários. Acredito que quando você passa muito tempo na frente do computador, programando, desenvolvendo, você perde a noção do que está acontecendo na outra ponta com o usuário que está usando o aplicativo dentro de casa, na escola, no trabalho. Então, fazemos questão de dividir com todo mundo cada depoimento, não só para estimular todas as pessoas que fazem parte da Hand Talk, mas também mostrar a elas o resultado do trabalho que estão fazendo. É uma moeda importante que a gente tem quando se trata de um negócio social, uma moeda de impacto das boas ações, e isso tem que estar presente sempre na cultura da Hand Talk para que possamos ter vontade de executar um trabalho com excelência.

Mercado em Foco: Você é inspiração para empreendedores que têm a cabeça cheia de ideias, mas medo de encarar um mercado versátil e competitivo. O que você falaria para essas pessoas?

Ronaldo Tenório: Muitas pessoas me contam que têm uma boa ideia, mas medo de falar porque podem copiá-la. Esse é um erro grande. Se ela não falar para ninguém, nunca irá executá-la, e amanhã outra pessoa pode aparecer para colocar aquela ideia em prática. Então, não seja o cara que fala “poderia ser eu”. Seja a pessoa que fala “fui eu que consegui fazer”. A gente tem que tentar acertar e, se errar, não tem problema, é só levantar rápido e continuar tentando até acertar. É preciso muito suor e esforço porque nada cai do céu.

Muitas pessoas me contam que têm uma boa ideia, mas medo de falar porque podem copiá-la. Esse é um erro grande. Se ela não falar para ninguém, nunca irá executá-la, e amanhã outra pessoa pode aparecer para colocar aquela ideia em prática

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MEIO AMBIENTE

ECONOMIA CIRCULAR: PLANEJAR PARA REAPROVEITAREstudiosos defendem que se o modelo não for adotado, em algumas décadas, recursos minerais e matérias-primas ficarão mais escassos e caros

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Por Michelle Aligleri

Uma pesquisa realizada pela Nasa em 2014 aponta que se todos os países adotassem o estilo de vida americano, seria preciso contar com cinco planetas Terra para atender as necessidades da população. As mudanças climáticas, tão estudadas por cientistas do mundo todo, reforçam a tese de que o planeta pode estar à beira de um colapso. As poucas reservas de alguns minerais e a contaminação da água, especialmente pelas indústrias, também reforçam o apontamento da Nasa: o planeta pede socorro. Diante deste cenário, que pode ser considerado catastrófico, há pessoas e instituições que nadam contra a maré e buscam um estilo de vida alternativo, que permite que a economia continue se desenvolvendo sem comprometer mais a qualidade de vida dos indivíduos.

O tema é... economia circular. Na teoria, um ciclo sem fim onde o produto (ou parte dele) pronto, usado e uma vez descartado, vira matéria prima para compor outro produto, que por sua vez também será usado, descartado e transformado. Na prática o conceito não é tão simples e nem tão direto. É preciso planejar e adaptar as empresas para que elas possam aproveitar pelo menos parte do produto em um novo item. O professor responsável pelo Laboratório de Estudos sobre Sustentabilidade em Sistemas Produtivos e chefe do Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Marco Antonio Ferreira, explica que teoricamente tudo seria insumo, mas o processo produtivo sempre resulta na geração de algum resíduo. “Mesmo que seja mínimo”. Ele aponta que apesar desta filosofia propor aproveitar os resíduos ao máximo possível, na prática alguns itens não se encaixam neste processo.

A aproximação da perfeição na aplicação do conceito pode ser praticada se houver planejamento, investimento e cooperação. A cidade de Kalundborg, no litoral da Dinamarca, é um exemplo de sucesso. “Nesta localidade, as empresas e indústrias foram pensadas para que uma aproveite o resíduo ou a geração de energia da outra. A isso se dá o nome de simbiose industrial, a cidade já foi planejada com o objetivo de reaproveitamento”, explica Ferreira.

No entanto, o professor aponta que o restante do planeta está longe de encontrar soluções definitivas. “Há soluções pontuais, algumas pequenas ações em algumas partes do mundo com resultados bem práticos”, salienta. No Brasil, conforme ele, os destaques vão para a

Hoje existem consumidores que consideram a gestão ambiental da produção na hora da compra. Eu vejo o consumidor como um propulsor das práticas sustentáveis nas empresas

Marco Antônio Ferreira, professor

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reciclagem do lixo e para o reaproveitamento do chumbo, que chega a 100% na produção de baterias automotivas.

Para analisar esta questão um pouco mais a fundo é preciso olhar o ciclo de vida dos produtos e identificar os impactos causados pela produção. “Falamos de análise de ciclo de vida, o ideal é que o produto tenha mais de um loop. Uma camiseta feita de garrafa pet está no segundo loop, o primeiro é a garrafa e o segundo é a camiseta”, explica o professor.

Colocar em prática parte da filosofia que abrange a economia circular não exige um alto investimento, a substituição de maquinários ou uma revolução dentro das fábricas. Basta, segundo Ferreira, adotar algumas práticas simples. “Qualquer empresa que quiser adotar ações voltadas ao aproveitamento de resíduos pode fazer adequações no seu processo produtivo. Pode captar água da chuva e reutilizar a água do processo produtivo, por exemplo. Essas pequenas ações não fecham o ciclo propriamente dito, mas melhoram a gestão dos recursos”, afirma.

Conforme ele, o objetivo ideal seria que as indústrias chegassem ao ponto de gerar apenas resíduos que pudessem ser reaproveitados. “Quando eu falo de economia circular como um todo, estou falando de políticas macroeconômicas que estão voltadas para o desenvolvimento de uma economia que considera o reaproveitamento dos resíduos”, resume Ferreira.

No Brasil

No Brasil, a legislação tem sido direcionada para a implantação de técnicas sustentáveis nas indústrias. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, consolidada na lei 12.305/2010, determina que a prática da reciclagem seja implantada em todos os municípios brasileiros. “Já é um começo”, defende Ferreira. Ele cita o exemplo do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InPev), que recolhe e possibilita a transformação de embalagens de defensivos agrícolas vazias em artigos utilizados em determinadas áreas da construção civil, como caixas de passagem de fiação elétrica, por exemplo. “O reaproveitamento é limitado por conta do produto inicial, mas o plástico pode ser usado em algumas funções”, explica.

O professor também lembra que a rotulagem ambiental e alguns selos incentivam a adoção de práticas que reduzem o impacto negativo

sobre o meio ambiente e que algumas empresas estão se adequando para receber este tipo de certificação. “Hoje existem consumidores que consideram a gestão ambiental da produção na hora da compra. Vejo o consumidor como um propulsor das práticas sustentáveis nas empresas”, destaca.

Conforme Ferreira, a conscientização das pessoas a este respeito está aumentando e as empresas que estiverem preparadas serão mais competitivas. “O ideal é que as empresas se adiantem. Não é preciso surgir uma lei para então se adequar”, defende. O professor lembra que o conceito de desenvolvimento sustentável envolve o desenvolvimento econômico, social e ambiental de uma localidade. “Na economia circular, o ponto social precisa ser melhor trabalhado, mas a lei brasileira considera este fator como prioritário e este é um grande diferencial. A inclusão socioprodutiva de catadores e catadoras de materiais reciclados é um avanço da legislação brasileira”, conclui.

A evolução depende de cada um

Conforme a promotora do Meio Ambiente de Londrina, Solange Vicentin, o primeiro passo para evoluirmos na economia circular e aproveitarmos melhor os resíduos começa dentro das casas, empresas e indústrias. “Nossa maior deficiência ainda é na segregação do material. Enterramos muita coisa que poderia ser reaproveitada”, afirma, referindo-se à grande quantidade de resíduo que é enviada ao aterro sanitário e que poderia ser destinada para a reciclagem.

Ela afirma que de nada adiantaria dominar a tecnologia necessária para fazer o reaproveitamento dos resíduos se não tivéssemos matéria prima para fazer rodar a engrenagem. “As pessoas ainda não têm o hábito de segregar, portanto, não adianta termos tecnologia para reaproveitar. Cada gerador é responsável por dar o destino correto ao seu resíduo”, complementa.

A promotora lembra que, apesar do Brasil ser o país que mais recicla alumínio das latas e de conseguirmos reciclar 100% do chumbo usado na produção de baterias automotivas, ainda precisamos avançar muito. “Estes pontos são importantes, mas ainda é muito pouco perto da quantidade de material que poderia ser reaproveitado”, conclui.

Marco Antônio Ferreira, da UTFPR: “Qualquer empresa que quiser adotar ações voltadas ao aproveitamento de resíduos pode fazer

adequações no seu processo produtivo”

Solange Vicentin, promotora: “Nossa maior deficiência ainda é na segregação do material. Enterramos muita coisa que poderia ser

reaproveitada”

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24 julho e agosto de 2017 | www.acil.com.br

UNIVERSO MASCULINO

Por Amanda Abranches

Modernidade, sofisticação e agilidade são as palavras que acompanham o homem moderno. Versátil, o homem de hoje tem que estar alinhado a uma série de atribuições diárias que, talvez, jamais fossem pensadas anteriormente, como estar atento ao mercado, se desenvolver no trabalho e, em muitos casos, até se responsabilizar por parte do dia dos filhos. Com tantas mudanças, o guarda roupa não poderia ficar de fora. As roupas do escritório, por exemplo, devem atender as casualidades do dia sem deixar a elegância de lado.

Miguel Cuenca, stylist e produtor de moda, atribui essas transformações à mudança de perfil do consumidor. “Temos mais pessoas jovens bem-sucedidas e novas profissões, tornando essa faixa etária comercialmente interessante, proporcionando ao mercado este espaço mais criativo e ousado”, avalia o especialista. “Além, é claro, do momento que estamos vivendo: o enaltecimento das minorias sociais e de gênero, o que permite essa quebra de barreira no guarda-roupa”.

Ir ao shopping center, que antes era uma prática quase restrita ao público feminino, passa a ser uma prática dos homens também. De acordo com pesquisa realizada pela Revista Época, o público masculino, pela primeira vez na história do País, representa a metade dos frequentadores nos shoppings e compram em média cinco vezes ao mês. A pesquisa ainda revela que nos segmentos C e D, 54% dos homens se interessam por moda e 61% optam por marcas conhecidas.

A moda masculina para de pegar carona e passa a ser carro-chefe, alcançando novas oportunidades de mercado e incrementando a receita no mercado do vestuário e da beleza, é o que mostra um estudo realizado pelo instituto de pesquisas MarketLine. De acordo com o levantamento, a estimativa é que no Brasil o volume de negócios de moda masculina cresça de US$ 18 bilhões em 2013 para US$ 23 bilhões em 2017.

CABEÇA ABERTA, CARTEIRA ABERTAA mudança de comportamento no universo masculino potencializa os negócios relacionados à moda e ao estilo

R$ 23 bilhões:É a estimativa do mercado para o faturamento em 2017 do comércio voltado à moda masculina

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25Associação Comercial e Industrial de Londrina

Talvez, a diferença mais latente entre homens e mulheres em relação ao consumo seja na forma de pensar a compra. De acordo com o perfil de compra do homem brasileiro elencado pelo Sebrae, o público masculino gosta de transmitir seu estilo de vida através das roupas, e quando vão às compras são práticos, racionais e objetivos. Procuram conhecer a qualidade do produto, aliam ao valor da peça e são fiéis às marcas - não costumam arriscar. Ainda segundo a pesquisa, os homens não estão dispostos a optar por compras de qualidade duvidosa, visto que não querem comprometer o orçamento com produtos que não vão utilizar.

André Yui enxergou a novidade como uma grande oportunidade no mercado. CEO da Key Design, uma marca de acessórios masculinos que desponta como um case de sucesso no comércio eletrônico brasileiro, André conta sobre o desafio de empreender para um nicho tão específico e relativamente novo. “Tendo em vista o segmento feminino tão saturado e com concorrências extremamente altas, identificamos uma fatia no mercado da moda pouco explorado. O que detectamos à época, foi um cenário bastante inicial em relação a moda e conceito masculinos. O mercado de acessórios masculinos no exterior era muito forte e estava começando a chegar no Brasil.”

André Yui, da Key Design: “Tendo em vista o segmento feminino tão saturado e com concorrências extremamente altas, identificamos uma fatia no mercado da moda pouco explorado”

Meio a meio:Os homens já representam metade dos frequentadores de shoppings e compram em média cinco vezes ao mês

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Com um mercado novo para ser explorado, as oportunidades enchem os olhos, mas há percalços. “Para nós foi um desafio entender quais eram as carências do nosso público, nossa estratégia foi ajudar a criar demanda, gerar interesse nos nossos consumidores”. André explica que no blog vinculado ao site da key Design são trabalhados os assuntos pertinentes ao universo da moda masculina, como se vestir e usar acessórios de acordo com situações específicas. “No blog, despertamos o interesse dos consumidores por este conteúdo e dentro deste próprio ambiente, o cliente acaba conhecendo a marca e fazendo a aquisição dos nossos produtos”, revela Yui.“Essas campanhas apresentam um retorno superior às campanhas de marketing direto, agindo como um canalizador e orientando na tomada de decisão. O cliente em potencial chega pra nós através das dúvidas e acaba se tornado comprador.”

Fatia dentro da fatia

O comércio eletrônico cresce a cada dia, aumentando os números de usuários e transações. As vantagens são evidentes: não precisar sair de casa, possibilidade de poder comparar os preços com mais rapidez, sem falar no amplo leque nas formas de pagamento. No cenário global, o Brasil é destaque, estando na terceira posição nas vendas online.

Segundo a E-bit, empresa especializada em informações do varejo eletrônico, o setor movimentou R$ 41,3 bilhões em 2015. Para 2017, a estimativa é que as vendas totais do varejo brasileiro aumentem para 4,3%, ante 3,8% em 2016.

O destaque, de acordo com a 2ª Pesquisa Nacional do Varejo Online, realizada pelo Sebrae em parceria com o E-commerce Brasil, é a categoria de ‘Moda e Acessórios’, que se manteve na liderança em volume de transações do comércio eletrônico.

Vinicius Cazzamatta, da Homens S/A: “Percebemos que os homens mais maduros, público que apresentava mais resistência, estão mais

preocupados em estar alinhados”

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PÚBLICO MASCULINO GOSTA DE TRANSMITIR SEU ESTILO DE VIDA ATRAVÉS DAS ROUPAS

Associação Comercial e Industrial de Londrina

Entretanto, embora o setor seja promissor, dificuldades na gestão do e-commerce como logística, marketing e tributação são alguns dos motivos responsáveis pelo fechamento de muitas empresas.

“Muita gente subestima a complexidade de manter um comércio eletrônico. Para sustentar uma loja eletrônica deve existir uma estrutura muito grande por trás. O e-commerce exige muito recurso investido”, explica André, da Key Design. “Para se posicionar, deve haver muita dedicação, investimento de capital, tempo, paciência e estudo minucioso da concorrência. Mesmo com essas dificuldades este tipo de comércio abre mais oportunidades, visto que o varejo físico tem se retraído nos últimos anos e uma das vantagens deste comércio é poder alcançar todas as idades”, completa André.

Hoje o perfil de compradores pela internet é bastante amplo. Segundo uma pesquisa realizada pelo site Receba em Casa, os consumidores entre 35 e 49 anos são os que mais compram pela internet, seguidos pelos consumidores entre 25 e 34 anos. Nas preferências estão o mercado de eletrônicos e moda. André Yui ressalta a diversidade na faixa etária dos compradores da loja. “Nosso público alvo está entre 25 e 30 anos, mas, temos percebido um perfil de compra de homens entre 50 e 60 anos que também estão se identificando com a marca.”

A mudança também foi identificada por Vinicius Cazzamatta, gerente de vendas da HomensS/A, loja especializada no vestuário masculino. Vinicius trabalha há 8 anos no ramo e explica a notória mudança no perfil de compradores acima de 40 anos.

“Percebemos que os homens mais maduros, público que apresentava mais resistência, estão mais preocupados em estar alinhado. Um corte diferenciado no terno, uma calça com modelo mais slim. A própria alfaiataria tem mudado para acompanhar as novas exigências deste homem.”

O gerente atribui as mudanças de consumo à visibilidade imediata que as redes sociais proporcionam. “Com o acesso imediato à informação, as pessoas querem ser vistas e querem ser vistas de forma boa. Acredito que as redes sociais têm participação muito grande no despertar da vaidade masculina e tem ajudado a quebrar o preconceito em relação a esta prática. Hoje, com um mercado tão competitivo, o homem que deixa de se preocupar com a aparência acaba ficando para trás.”

Dos pés à cabeça

Além da moda e vestuário, as mudanças no comportamento dos homens refletem oportunidades em outras categorias.

As novas barbearias são um bom exemplo. O serviço tem ganhado variações e oferecido um pouco mais do que “barba, cabelo e bigode”. Ao entrar em uma barbearia moderna, o consumidor se depara com decoração despojada, miniaturas de carros, música e um ambiente bem atrativo. Ir ao barbeiro lembra mais uma ida ao happy hour do que qualquer outra coisa.

“A ideia é proporcionar um local agradável, um ponto de encontro entre amigos”, explica Rodrigo Prado, proprietário da Barbearia Prado, localizada no centro de Londrina. Mesa de sinuca, chope gelado e charutos são alguns dos atrativos que Rodrigo oferece em sua barbearia.

A ideia começou em São Paulo e em pouco tempo várias outras cidades aderiram o novo formato de barbearia. Modernas e com cara retrô, o empreendimento surgiu da necessidade do público masculino por produtos e serviços relacionados à beleza e ao bem-estar.

Uma pesquisa realizada pelo instituto Qualibest, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, revelou que 45% dos homens que participaram da pesquisa se declararam muito vaidosos, 85% deles afirmaram que já foi o tempo em que apenas as mulheres cuidavam da beleza e 85% deles responderam que se cuidar aumenta a sensação de bem-estar.

O proprietário conta que há 9 anos trabalha no ramo e há dois abriu o estabelecimento. “É muito fácil identificar de poucos anos para cá o aumento no interesse pelo cuidado pessoal no público masculino. Cortes diferenciados, inspirados nas décadas de 50 e 60 são os que mais fazemos. A barba também, o modelo ‘Lamber Jack’ é um dos mais pedidos, tanto os clientes jovens quanto os clientes mais velhos.”

Rodrigo Prado, da Barbearia Prado: “A ideia é proporcionar um local agradável, um ponto de encontro entre amigos”

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MÍDIAS SOCIAIS

ÚLTIMA CHAMADA PARA O MUNDO DIGITALPessoas estão conectadas nas mídias sociais 24 horas por dia, em busca de informações, opiniões, inspirações. Em meio a esse público, certamente estão seus clientes também. Mas como sua empresa vem se posicionando neste ambiente?

58% DOS BRASILEIROS PESQUISAM PRODUTOS NA INTERNET

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Por Susan Naime Imagine a seguinte situação: você

leva o seu carro para fazer revisão na concessionária. Ele volta, aparentemente, impecável. Quando vai dirigi-lo e precisa trocar a marcha (o veículo não é automático), você se dá conta de que o pedal da embreagem não está lá. Obviamente o carro não sairá do lugar e você vai precisar encontrar outra forma de chegar ao seu destino, certamente não tão eficaz.

É mais ou menos isso que acontece com as empresas que ainda não apostam nas mídias sociais como estratégias para suas marcas. Em um mundo tão competitivo e dinâmico, com consumidores cada vez mais informados e onde milhares de pessoas são impactadas por milhões de marcas o tempo inteiro, algumas peças se tornam essenciais para garantir o bom funcionamento do negócio.

Se você ainda não está convencido, alguns dados podem fazê-lo mudar de ideia. Mais da metade do mundo usa smarthphone; 58% dos brasileiros pesquisam produtos na internet; 60 milhões de brasileiros já compraram pela internet e 60 milhões de empresas estão no Facebook. As estatísticas foram apresentadas pelo consultor de Marketing Digital, Victor Lymberopoulos.

Depois de concluir que fazer parte das mídias sociais não é mais uma opção de escolha e, sim, uma necessidade para as empresas que querem conquistar e se relacionar bem com seu público, a pergunta de grande parte dos empresários é: de que forma fazer isso?

Antes de tudo é importante esclarecer que mídia social não é um canal para vender, mas para se relacionar, se comunicar e criar uma aproximação do cliente com a marca. “Quem sabe disso e faz isso, certamente poderá gerar boas vendas. A venda é uma consequência. Mas esse relacionamento e essa comunicação também precisam ter um objetivo muito claro, que é o posicionamento da marca”, explica Victor Lymberopoulos, que já atendeu a gestão de mídias sociais para as gigantes Cervejaria Devassa, Portal Sonora Terra e Papel Higiênico Neve.

Outro passo importante é entender quem é o público da sua empresa, o que ele faz,

Victor Lymberopoulos, consultor de Marketing Digital: “Na internet não há

muito espaço de sucesso para aquelas marcas que apenas querem se vender

a qualquer custo. Uma marca que souber aliar esse conteúdo inteligente e de qualidade às informações do seu

produto e serviço, certamente terá melhores resultados”

do que gosta e quando está nas redes sociais. “Para encontrar o público é preciso estudar, fazer testes, publicar, analisar quem interage. Não tem fórmula mágica, tem que testar para fazer acontecer”, ressalta o consultor. “Mídia social é algo muito presente na vida das pessoas, e por isso empresas confundem que a gestão de um perfil pessoal pode ser semelhante à gestão de uma Company Page, por exemplo, o que é muito diferente. Temos sempre que lembrar que marcas demoram anos para serem construídas e minutos para serem arruinadas, dependendo da sua postura e comportamento diante do público”, alerta.

Vai falar o que?

Quando navega pelas redes sociais, o consumidor não busca somente um serviço de qualidade palpável, mas também uma representação de seus ideais. É por isso que nesse ambiente o correto é utilizar o Princípio de Pareto, também conhecido como a Regra do 80-20. Na prática, isso significa que 80% do conteúdo publicado pelas empresas não deveriam estar relacionados à venda de sua marca. Caberia aos 20% restantes desse conteúdo a comercialização de serviços e produtos. Então, se você anda publicando apenas informações comerciais sobre sua empresa é hora de repensar.

Aposte em imagens e frases inspiradoras, use GIFs criativos e que transmitam mensagens úteis, fotos com o consumidor, o processo de fabricação do seu produto, ofereça conteúdos que levem ao engajamento. E não se esqueça de criar estratégias inteligentes e criativas na hora de divulgar informações sobre seu produto.

“Na internet não há muito espaço de sucesso para aquelas marcas que apenas querem se vender a qualquer custo. Uma marca que souber aliar esse conteúdo inteligente e de qualidade às informações do seu produto e serviço, certamente terá melhores resultados. Esse é mais um movimento cíclico. Você pensa, cria, publica, analisa o que deu certo, o que foi positivo usa de novo e o que não deu certo joga fora”, pontua Lymberopoulos.

Qual é sua frequência?

Uma das perguntas mais frequentes de quem utiliza as mídias sociais para posicionar a marca é sobre a quantidade de vezes que se deve publicar e quais são os melhores horários para isso. Segundo o consultor de marketing digital, a resposta é conhecida: “tem que testar”.

Mesmo assim, algumas medidas são essenciais para se obter resultados positivos. Uma delas é fazer postagens todos os dias. “Mais postagens significa mais seguidores. Publicar todos os dias é importantíssimo e, no mínimo, uma vez por dia, porque trabalhamos com engajamento, que é o curtir, comentar e compartilhar. Quando a empresa não publica, ela acaba sumindo da vista do seu público, e o gráfico de análise fica parecendo um batimento cardíaco de sobe e desce, e isso não pode acontecer”, ressalta Victor Lymberopoulos.

Outra dica é fazer as publicações em horários diferentes para ter a chance de alcançar mais pessoas, já que apenas uma média de 10% a 15% dos usuários do Facebook são impactados com o conteúdo gerado na rede. “Os outros 90% do meu público só receberão o conteúdo se eu trabalhar com anúncios. Não tem jeito, é preciso investir e impulsionar”.

Fuja dos errosAs redes sociais são ferramentas excelentes para se obter êxito nos negócios. Mas elas também podem se tornar um pesadelo caso não sejam administradas de maneira séria e correta. A revista Mercado em Foco separou algumas dicas para sua empresa se destacar no ambiente digital.

Personalidade definidaRedes sociais são sociais, ou seja, é um espaço para sua marca estar próxima ao público, despertando interesse. Não seja apenas uma empresa desesperada para ganhar fãs. Se preocupe em obter seguidores por oferecer conteúdo agradável e de qualidade.

Interaja!Não há nada pior que deixar as pessoas no vácuo. Responda as perguntas feitas por seu público, passe informações, agradeça os elogios e feedbacks, trabalhe com emotions (quando for o caso). Em caso de mensagens negativas, evite o bate-boca público. Peça um e-mail ou telefone de contato para resolver a situação de forma civilizada. Escute o que o cliente tem a dizer.

Perfil Pessoal x ProfissionalDeixe as fotos em família, dos passeios, das festas em seu perfil pessoal. Aproveite sua rede social profissional para oferecer conteúdos que atendam as necessidades de seu público, afinal de contas, é por isso que ele resolveu ser um seguidor da página da sua empresa.

PlanejamentoMensagens mal elaboradas e mal transmitidas espantam sua audiência. Dedique algum tempo na semana para planejar quais conteúdos e imagens serão publicados, qual será a periodicidade, o formato etc. Faça isso, de preferência, na sexta ou segunda-feira.

Cuidado com o plágioNão é preciso dizer que plágio é crime, além de gerar uma imagem muito negativa para sua empresa.

Excesso de redes sociaisNão adianta querer estar em todas as redes sociais na tentativa de alcançar mais pessoas e depois não dar conta do recado. Estude seu público e descubra onde ele está. Lá será o seu lugar também.

Perfil completoEscolha uma foto de perfil e de capa que traduzem a principal mensagem do seu negócio. Faça uma descrição criativa e interessante sobre sua empresa, coloque endereço, telefone e site. E não se esqueça de atualizar as informações em caso de mudança.

SPC ACILótima solução para evitar

a inadimplência

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ARTIGO

Pode parecer clichê, mas pensar positivo é a chave do sucesso em qualquer área da vida. Seus resultados estão intimamente ligados ao padrão mental que você desenvolve ao longo da vida.

O escritor T. HarvEker, autor do livro Os Segredos da Mente Milionária, publicou a seguinte fórmula: P > S > A = R. Pensamentos conduzem a sentimentos. Sentimentos conduzem a ações. Ações conduzem a resultados. Por exemplo, se você se conecta com pensamentos em relação à péssima situação política e econômica do país, que as empresas estão fechando as portas, que o desemprego está cada vez mais crescente, isto naturalmente vai lhe remeter a sentimentos de fracasso e de desânimo. Certamente você vai ficar paralisado, com medo, e não irá direcionar suas ações para melhorar o seu negócio, inovar seus produtos ou serviços, e muito menos investir em ideias novas. E sem ações, é bem provável que não ocorrerá resultados positivos ou significativos em seu negócio. Para ter resultados positivos o primeiro passo é ter uma atitude mental positiva.

Pensar negativamente não é um defeito. Segundo um artigo publicado no site americano Mind Body Green, as pessoas têm de 50 a 70 mil pensamentos inconscientes por dia. Deste total, cerca de 80% são negativos. Isto mostra que há uma tendência natural do cérebro humano em registrar e armazenar com mais facilidade as experiências negativas. A esta altura você pode estar se perguntando: então devemos ignorar a realidade dos fatos e acreditar que tudo vai ficar bem? Ou mesmo fingir que algo ruim não vai nos afetar e continuar proferindo afirmações positivas? Não se trata de enganar a si mesmo e ignorar eventos negativos, mas de capacitar-se e estruturar a mente para se fortalecer diante de quaisquer circunstâncias.

A boa notícia é que este padrão mental pode ser aprendido e reajustado com algumas atitudes pontuais, mudança de hábitos e filtrando as informações que conscientemente nos permitimos

QUAL É O SEU FOCO? A Atitude Mental Positiva como ferramenta do processo de mudança

registrar. Aqui vão algumas dicas para fortalecer e estruturar um padrão mental positivo:

1) Evite pessoas negativas. Elas nos influenciam negativamente, roubando a nossa energia, contaminando o ambiente e ampliando o problema. Não as queira mal, mas também não alimente os sentimentos negativos exalados por ela.

2) Gratidão. Ser grato é uma das formas mais simples e poderosas para ser mais positivo e mudar o cenário de qualquer situação. Faça uma lista e escreva coisas pelas quais você se sente agradecido. A sua perspectiva muda instantaneamente, melhora os relacionamentos e o sentimento de felicidade aumenta.

3)Auto responsabilidade. Sempre que algo não der certo, verifique o que você poderia ter feito de diferente ao invés de encontrar culpados ou ficar se justificando. Traga para si a responsabilidade pelos seus resultados.

4) Vítima x protagonista. Ser vítima ou protagonista da sua história é uma escolha. Ser vítima da situação nos proporciona ganhos secundários (muitas vezes inconscientes), porém não traz crescimento. Assumir um papel de protagonista requer coragem e a decisão de sair da zona de conforto.

5) Declarações positivas. O primeiro pensamento (aquele que vem do inconsciente) não podemos controlar. Quando surgir na mente um pensamento negativo, questione esta negatividade. Embora o seu discurso interno pareça ter uma lógica, ele pode ser modificado com declarações positivas, provocando uma mudança no seu estado interno, trazendo mais autoconfiança e positividade.

Ter um padrão mental positivo é uma escolha e requer prática. Você está pronto para começar?

Katia Ekuni SakamotoCoach e Master Practitioner em PNL

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PERFIL

Por Fernanda Bressan

Sorte e talento, paixão e negócios, vida em duas rodas. Luciano Pagliarini, ex-atleta do ciclismo com mais de 300 vitórias na carreira, viveu e vive sob e sobre bicicletas.

Com elas, ele alcançou fama, títulos e medalhas. Participou de dois Jogos Olímpicos, foi 16 vezes campeão brasileiro e conquistou outros dois troféus de campeão pan-americano.

Tudo começou com pedaladas na infância. “Minha vida sempre foi ligada às bikes, na adolescência teve a onda da montain bike de 18 marchas e foi numa destas que comecei a pedalar, pois tive a

“Acredito nesta paixão que eu ponho no negócio, as bikes são minha vida e aqui estou no meio delas, conversando em volta das bicicletas. É onde eu gosto de estar”

O CAMPEÃO PEDALA EM UMA NOVA ESTRADALuciano Pagliarini ‘pendurou as sapatilhas’ como atleta profissional, mas continua tentando se equilibrar entre guidões e pedais para se tornar um empresário de sucesso

sorte do meu pai ganhar uma em um bingo”, recorda. Na “bicicleta da sorte”, ele disputou o primeiro campeonato, em

Londrina. Tinha 12 anos. E venceu. Disputou outro em Antonina e, de novo, chegou em primeiro lugar. Eram os primeiros sinais de que aquele mundo tinha tudo a ver com ele. Apenas um adolescente e já sabia qual era sua vocação. “Foi então que troquei de bike, investimos em uma melhor, de estrada, e comecei a investir no alto rendimento. Em 1994, fui campeão brasileiro e depois disso a carreira deslanchou”, conta Luciano.

Na sequência, integrou a equipe brasileira da Caloi. Depois, mudou-se para a Europa e por lá viveu por mais de uma década.

“AS VEZES TENHO ATÉ VONTADE DE FICAR AQUI NA LOJA DEPOIS DO EXPEDIENTE”

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“Fui para lá em 1999 e este não foi um ano fácil, estava longe da família, bateu uma depressão. Mas, quando estava quase dando o prazo para voltar ao Brasil, a minha energia voltou. Ganhei as últimas três corridas e isso me deu estrutura e perspectiva de carreira”, relembra.

Luciano Pagliarini veio ao Brasil naquele ano e em 2000 voltou para a Europa. “Neste ano, foram nove vitórias em seis meses e com isso assinei contrato com a melhor equipe de ciclismo do mundo”.

Foi quando ele passou 12 anos na Itália acumulando triunfos,

atleta inspirou muita gente e serviu para difundir o esporte no País.

Mas vida de atleta não é tão longa. A aposentadoria chega cedo. “Certo dia, vi que já bastava. Tinha vontade de voltar ao Brasil e nesta época tive a oportunidade de trabalhar para uma empresa que representava a marca de óculos esportivos que eu usava nas competições na Europa. Vendemos muitos óculos, fiquei dois anos nesta empresa. Mas eu continuava viajando muito por conta do trabalho e perdendo o foco da bike, foi então que fiz a primeira Prova Pagliarini Marathon Bike, isto em 2011”, relata.

O evento deu certo e este ano já acontecerá a 11ª edição. Com isso, o ex-atleta conseguiu, de fato, ficar próximo da família, da esposa Julia e das duas filhas Aurora e Olívia, além de estar novamente perto do mundo do ciclismo.

Nesta época, Luciano já atuava na assessoria esportiva para ciclistas. Juntando estas duas atividades, ele saiu da empresa de óculos e passou a ser um empreendedor no mundo das bicicletas. Deste momento para a decisão de abrir uma loja de bikes, que hoje ele comanda em Londrina, foi questão de pouco tempo. “Vi que tinha força nesta área com as atividades que eu fazia e veio a ideia de montar a loja”, comenta. Em junho de 2016, a Pagliarini Bikes abriu as portas em Londrina com o foco no universo que faz parte da vida dele, o pedal.

Por lá, é possível comprar bicicletas de todos os tipos (crianças, passeio, esporte), acessórios, roupas próprias para pedalar, fazer reparo das bikes na oficina, tudo com o olhar técnico do ciclista. “Tenho muito respeito pelas duas rodas, tem que tratar as bicicletas com respeito, independente do valor financeiro delas. Aqui todas ficam no tapete vermelho e procuramos deixá-las do melhor jeito”, salienta.

Com o lado empreendedor ativo, Luciano concilia pedaladas matinais com o grupo da assessoria esportiva e a loja. “Sou um total empreendedor, com iniciativa e ousadia, mas pouca disciplina”, brinca.

Para ele, a paixão pelo que faz é a grande impulsionadora dos negócios. “Acredito nesta paixão que eu ponho no negócio. As bikes são a minha vida e aqui estou no meio delas, estamos conversando em volta das bicicletas. É onde eu gosto de estar.”

Sobre os desafios desta nova competição, agora entre planilhas, compras e contas, Luciano destaca a alta carga tributária como o maior desafio a ser vencido. “Tem tanto imposto para pagar!”, exclama. Mas nada que o impeça de seguir adiante. Acostumado a vencer desafios, ele segue investindo em sua nova paixão. “Às vezes tenho até vontade de ficar aqui na loja depois do expediente, acho que um dia vou colocar um colchão e dormir aqui”, brinca.

A vida de empreendedor de Luciano tem ainda outras faces. A assessoria esportiva que ele faz para ciclistas é tanto presencial como à distância para atletas que moram em outras cidades. Ele também ministra palestras pelo Brasil falando justamente sobre o que mais sabe: vencer obstáculos e ser um campeão. Que venham novas vitórias, desta vez no mundo dos negócios!

incluindo o lugar mais alto do pódio no Circuito Pro Tour europeu, na Holanda, em 2007. Esta é a categoria máxima do ciclismo profissional mundial e Luciano foi o primeiro brasileiro a realizar a façanha. “Um brasileiro vencer uma etapa desta tem o mesmo peso da vitória de Guga em Roland Garros, era um feito”, recorda.

De atleta à empreendedor

Durante 12 anos, ele esteve na elite do esporte, disputando as principais competições pelo mundo. Considerando toda a carreira, foram 18 anos dedicados à modalidade. A trajetória do

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SERVIÇO

Por Amanda de Santa

A compra a prazo, mediante parcelamento com juros, é de longe a opção preferida pela maioria dos brasileiros, principalmente na hora de adquirir bens de alto valor agregado. Mas quem sempre honrou os compromissos em dia até então não tinha vantagem alguma em relação àqueles que atrasavam ou mesmo não pagavam as prestações assumidas. O Cadastro Positivo chega para mudar essa realidade e favorecer os bons pagadores com juros menores.

Disciplinado pela Lei Federal 12.414, de 9 de junho de 2011, o Cadastro Positivo, administrado pela iniciativa privada, começa a ser operacionalizado em Londrina pela ACIL em parceria com o SPC Brasil. Trata-se de um banco de dados que reúne as operações de crédito e obrigações de pagamento, quitadas ou em andamento, dos consumidores cadastrados. O objetivo é que, munidos do histórico do cliente, instituições financeiras e lojistas consigam melhorar a qualidade das relações comerciais.

Em outras palavras, o bom pagador – independente se pessoa física ou jurídica – poderá ser beneficiado, na obtenção de financiamentos ou empréstimos, com redução de juros e melhoria dos prazos. Na avaliação do superintendente do SPC Brasil, Nival Martins Silva Junior, esse banco de dados representa “um divisor de águas para o consumidor”. Ele lembra que, até então, apenas o “mau pagador” era identificado. As informações sobre os consumidores que estavam fora do cadastro negativo não eram guardadas. Na consulta feita pelas empresas, o máximo que se conseguia sobre esses clientes era a frase: “Nada consta”.

“O mercado hoje não conhece o comprador e trata todo mundo igual”, aponta. Ao reunir informações sobre financiamentos, empréstimos, compras a prazo, despesas com água, esgoto, luz, gás, telefone, assistência médica e odontológica, internet, TV por assinatura, escolas, administradoras de cartões e instituições financeiras em um só sistema, os empresários conhecerão os hábitos de consumo de cada

CADASTRO POSITIVO: MAIS CREDITO, MENOS BUROCRACIA

´

Para ser incluído no banco de dados, criado para identificar e favorecer consumidores que pagam as contas em dia, basta ir até a sede da ACIL e fazer a solicitação pessoalmente

cliente e poderão conceder crédito com mais segurança e condições especiais.

O SPC Brasil é uma das instituições privadas que possuem a tecnologia para abrigar os dados dos consumidores. Nival Silva explica que o software para a inclusão das informações já está pronto e poderá ser acessado pelas empresas interessadas. “Primeiro, o consumidor faz o cadastro e indica em quais empresas ele costuma comprar. Independentemente de as lojas terem um relacionamento com o SPC, elas ficam obrigadas a inserir as informações do consumidor”, afirma. Os bancos foram os primeiros a fazer a integração ao sistema.

O vice-presidente da ACIL, também diretor da rede Móveis Brasília, Fernando Moraes, elogia a iniciativa. “Hoje, não consigo cobrar juros diferenciados para clientes bons pagadores”, confessa. Ele lembra que, nos Estados Unidos, onde esse banco de dados é mais maduro, aqueles que honram os compromissos em dia são beneficiados com juros menores. “No varejo brasileiro todos pagam juros iguais”, lamenta.

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Fernando Moraes, do Móveis Brasília:

“No varejo brasileiro todos

pagam juros iguais”

Nival Martins Silva Júnior, do

SPC Brasil: o bom pagador poderá ser beneficiado na obtenção de

financiamentos ou empréstimos, com

redução de juros e melhoria dos

prazos

A gerente comercial da ACIL, Cláudia Pechin, destaca que a adesão ao Cadastro Positivo não tem nenhum custo para o consumidor. Basta se dirigir à sede da associação com os documentos pessoais (veja a lista no quadro anexo à matéria) e solicitar o cadastramento. Depois de preenchidas as informações no sistema, o consumidor assina um termo de adesão e a própria entidade o encaminha ao SPC Brasil. Na opinião de Cláudia, a ferramenta representa um grande avanço nas relações comerciais. “É uma mudança de visão”, define.

Velocidade, mais crédito e menores taxasPara o consultor econômico da ACIL

e professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Marcos Rambalducci, o Cadastro Positivo trará três grandes benefícios aos consumidores: velocidade nas n e g o c i a ç õ e s para tomada de financiamentos e empréstimos; acesso a mais crédito; e taxas de juros menores.

O economista explica que os juros representam o custo do dinheiro. Portanto, quanto maior o risco da transação, mais alta será a taxa de parcelamento, afinal, a empresa que concedeu o crédito tem poucas garantias de que irá receber do tomador e precisa compensar o possível prejuízo de alguma forma.

Até então, como não havia uma maneira de diferenciar bons e maus pagadores, o mercado era obrigado a fazer uma média

O varejista que trabalhar com o Cadastro Positivo terá segurança, capacidade de vender mais e de manter um fluxo de caixa que respeite as contratações entre as partes

Marcos Rambalducci, economista

“na hora de imputar juros nas cobranças. A mesma taxa era válida para todos. Só que agora, com um cadastro que reúne consumidores que pagam as contas em dia e, por isso, representam um risco baixo, as empresas podem emprestar ou financiar compras a juros menores.

Rambalducci também destaca que o cadastro reduz a burocracia na tomada de crédito. O consumidor não precisará mais apresentar uma extensa documentação para provar que é bom pagador, pois o histórico das compras realizadas estará registrado. “Isso torna mais rápida a negociação para a tomada de crédito, esse consumidor passa a ter acesso a mais crédito e o emprestador se sente motivado a emprestar com taxas de juros mais baixas”, argumenta.

Para as empresas, a oferta de crédito mais barato representa uma oportunidade de fidelizar bons clientes e vender mais. O economista afirma que a i n a d i m p l ê n c i a gera um custo muito elevado para os varejistas, que muitas vezes não conseguem dar conta dos compromissos com fornecedores porque não recebem em dia. “O varejista que trabalhar com o

Cadastro Positivo terá segurança, capacidade de vender mais e de manter um fluxo de caixa que respeite as contratações entre as partes”, pondera.

É importante ressaltar, de acordo com o economista, que o consumidor negativado

Como fazer o cadastro

Passo 1: Leve até a ACIL, das 8h às 18h, os documentos originais e cópias simples abaixo:

Se for Pessoa Física (PF):- Documento de identificação válido (Ex.: RG, CNH, CTPS ou outros);- Cadastro de Pessoa Física (CPF);

Se for Pessoa Jurídica (PJ):- Ato constitutivo, devidamente registrado no órgão competente; ou documentos da eleição de seus administradores, quando aplicável;- Comprovante de inscrição no CNPJ;- Documento de identificação válido (RG, RNE, CNH, Passaporte, ou outro) e CPF do(s) representante(s) legal (is) da empresa;

Passo 2: Solicite a sua adesão ao Cadastro Positivo SPC Brasil no balcão de atendimento da ACIL.

Assim que seu cadastro for inserido no sistema, você receberá um e-mail do SPC Brasil com o link para cadastramento de sua senha e assim terá acesso gratuito à Consulta Pessoal.

Poderão aderir ao Cadastro Positivo Pessoas Físicas (acima de 18 anos ou emancipados) e Pessoas Jurídicas, adimplentes e inadimplentes.

*A análise de crédito e seus benefícios são de responsabilidade das instituições financeiras e lojistas.

Fonte: SPC Brasil

também poderá entrar no grupo dos bons pagadores, mas para isso terá que construir uma base de informações positiva das transações financeiras. “O Cadastro Positivo não é fotografia, é filme. Ele não mostra o consumidor apenas no momento em que limpou o nome, mas todo o seu histórico de compras e pagamentos”, compara. Na opinião de Rambalducci, a ferramenta deverá mudar a postura de brasileiros que hoje não se importam em manter o nome “sujo”.

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BEM-ESTAR

Da Redação

Podemos ficar um bom tempo sem comer, alguns dias sem beber, mas somente poucos minutos sem respirar. Irrigar o organismo com oxigênio é tão vital para a sobrevivência quanto os batimentos cardíacos. É o principal alimento do ser humano. A sua falta pode provocar danos graves à saúde. Sem ele, as células morrem e o organismo não resiste.

O ser humano aprende a andar, falar, a ler e a escrever, mas respirar é uma das poucas coisas que já nascemos sabendo. É algo natural e instintivo. Seja criança, jovem, idoso ou bebê, o ato de “puxar o ar” é executado quase inadvertidamente. Contudo, ao longo da vida podemos desenvolver hábitos respiratórios que resultam em malefícios.

É isso mesmo que você está pensando: há uma forma correta de respirar! A Mercado em Foco conversou com a neuropsicóloga e terapeuta cognitiva Larissa Botelho Gaça, que falou da importância e dos benefícios de saber respirar corretamente.

Na correria do dia a dia, com tantos afazeres, mudanças de humor e outras situações que vivenciamos, a respiração tende a variar, ficando mais rápida ou mais lenta, intensa ou

INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO, UM CAMINHO PARA A CURATécnicas de respiração podem aliviar estresse e sintomas de ansiedade, males típicos do agitado ambiente corporativo

com curtos intervalos. O fato é que, na maioria das vezes, respiramos de maneira inadequada.

Larissa Gaça conta que as emoções e sentimentos têm ação direta na mudança da respiração. Em um momento de grande preocupação, o cérebro pode entender que estamos em perigo. “Quando ficamos em estado de alerta, ou nos assustamos com algo, involuntariamente nossa respiração fica mais rápida, ou mesmo ofegante sem que tenhamos feito qualquer esforço físico”, explica. Isso acontece porque nosso corpo se sente ameaçado e busca proteção.

Aquele prazo...Outros fatores que interferem negativamente na respiração são

o estresse e a ansiedade. Isso ocorre principalmente no ambiente corporativo e pode ter ligação com preocupações de ordem psicológica. “O medo de não entregar um trabalho no prazo, ou de que nosso desempenho não seja bom o suficiente, raiva após uma discussão com um colega ou o chefe”, exemplifica Larissa.

Uma pesquisa da Stanford University Medical Center apontou que aprender técnicas de respiração correta aumenta os níveis de relaxamento, reduzindo o estresse e a ansiedade.

Segundo a neuropsicóloga, em alguns estados de estresse, ansiedade e excesso de preocupações pode-se ter a sensação de

REVISTA MERCADO EM FOCO | JULHO E AGOSTO DE 2017 WWW.ACIL.COM.BR

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ATIVIDADES DE RESPIRAÇÃO

YogaA yoga utiliza técnicas de respiração que

ajudam você a se manter calmo e relaxado durante o dia. A prática regular de yoga traz inúmeros benefícios, melhora a qualidade de vida, promove o bem-estar, reduz o estresse, proporciona equilíbrio emocional.

Existem inúmeras posições de yoga que podem ajudar você a conquistar um corpo e mente saudável.

MeditaçãoDurante a meditação é importante

se acalmar. Você não deve deixar seus pensamentos ou problemas externos interferirem no momento. É preciso estar consciente de seus pensamentos, mas não deve deixá-los impedir de se concentrar. Sente-se em um local tranquilo, em uma posição confortável, relaxe seu corpo e feche

os olhos. Depois procure respirar sem pressa de forma que consiga sentir o ar entrando e saindo pelos seus pulmões.

MindfulnessPode ser definido como atenção plena

ou consciência plena no que se faz. É uma maneira de estar presente a si, aos outros e ao meio à sua volta a cada momento.

Larissa Botelho Gaça, neuropsicóloga e terapeuta cognitiva: “Quando ficamos em estado de alerta, ou nos assustamos com algo,

involuntariamente nossa respiração fica mais rápida, ou mesmo ofegante sem que tenhamos feito qualquer esforço físico”

‘sufocamento’. Por isso é importante saber respirar corretamente para “ajudar a adequar nossos estados de alerta ao contexto real ao qual estamos inseridos ao invés de nos manter em um estado de hipervigilância”. De acordo com esse raciocínio, até mesmo nossa atenção pode melhorar na realização das atividades laborais.

A boa respiração, além de diminuir o estresse e a ansiedade, deixa o cérebro mais ativo, diminui a insônia, ajuda na memória e deixa o corpo e a pele mais saudáveis.

Outra pesquisa, desta vez da Associação Canadense de Saúde Mental, constatou que respirar bem e profundamente faz o corpo liberar a endorfina – neuro hormônio mais conhecido como hormônio da alegria, que tem uma potente ação analgésica, além de proporcionar a sensação de bem-estar.

Exercícios de relaxamentoSegundo a especialista, existem diversas técnicas de respiração

e em sua maioria estão associadas a exercícios de relaxamento muscular. “Atividades como yoga, meditação e mindfullness trabalham diretamente com uma respiração mais eficaz e podem promover maior relaxamento”, indica. “Como sabemos que estresse pode prejudicar nossa produtividade, essas técnicas tanto podem auxiliar na nossa auto-eficácia quanto nos nossos estados de humor.”

Em resumo, é preciso ter mais consciência sobre como respirar, da quantidade de ar necessária, da profundidade ou do ritmo respiratório, por exemplo, assim será mais simples corrigir e melhorar seu organismo.

EXERCÍCIOS DE RESPIRAÇÃO

Respiração diafragmáticaEsta técnica é indicada principalmente para aliviar o

estresse e a ansiedade. Consiste em concentrar o ar na região do diafragma, estufando a barriga e fazendo-a voltar ao normal, puxando e soltando lentamente.

Alteração de narinasConsiste em respirar por uma narina de cada vez,

inspirando por uma e expirando por outra. Esta prática deve ser feita de forma alternada.

Respiração abdominal deitadaDeite-se na cama, com as luzes apagadas, e coloque as mãos

sobre o abdômen. Inspire e expire, sempre pelas narinas, é necessário fazer uma contagem enquanto respira para criar um ritmo igual entre os intervalos.

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COLUNAACIL

MÚSICA E HOMENAGENS MARCAM 80 ANOS DA ACILA semana em que a ACIL completou 80 anos foi marcada por festividades que envolveram associados, entidades,

lideranças políticas e empresariais. Um momento único para a entidade, que coleciona em sua trajetória lutas, obstáculos, conquistas e vitórias. O calendário de eventos foi inaugurado no dia 5 de junho com o Concerto ACIL 80 anos, no Teatro

Mãe de Deus, e as apresentações da Orquestra Londrinense de Viola Caipira São Domingos Sávio, além do violinista Roney Marczak e convidados. No dia 7 foi a vez do ator global Matheus Nachtergaele encenar a peça “Processo de

Conscerto do Desejo”, no Centro Cultural Sesi. Para fechar com chave de ouro, o Villa Planalto foi palco no dia 8 do jantar de aniversário da ACIL, uma confraternização harmoniosa entre os associados e todos os personagens que ajudaram a

construir a história da entidade e levá-la ao êxito. Confira um pouco sobre esses momentos especiais.

Associação Comercial e Industrial de Londrina

REVISTA MERCADO EM FOCO | JULHO E AGOSTO DE 2017 WWW.ACIL.COM.BR

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NOVOSASSOCIADOS

ARTIGOS ESPORTIVOSHard Skate ShopAv. Ayrton Senana – 400 – Loja 12

ARTIGOS MÉDICOS E ORTOPÉDICOSOrtopedia CentralRua Senador Souza Naves – 1159

COMÉRCIO DE ELETRODOMÉSTICOBHPCatanheira – 852 – Sala 04

Ciamag Comércio de MáquinasRua José de Alencar – 56

COMÉRCIO VAREJISTA DO VESTUÁRIOA K L ConfecçõesRua XV de novembro – 282 – TérreoBela Vista do Paraíso

Billie CatuaíRod. Cleso Garcia Cid – 5600 – Loja 105

Cheias de Chame Loja 2Rua Benício Camilo – 404

LisbellaAv. Higienópolis – 583 – 14º andar

Thaicy ModasRua Francisco Arias – 1029

EMBALAGENSFielAmélia Ferreira Marques – 345

FARMÁCIAFarmácia CarrionAv. Robert Koch – 175

FERRAGENS E FERRAMENTASCasa dos Parafusos GuaporéRua Guaporé 900

INFORMÁTICACity ComputerRua Sergipe – 1025 – Sala 100 – B – Sobreloja

MADEIRA E ARTEFATOSMadeireira ContinentalAv. Dez de Dezembro – 7105

MATERIAIS ELÉTRICOSAndre Junior Vip LtdaRua Walfrido Rincon Kemmer – 141

ToledAv. Juscelino Kubitshek – 1967 – Sala 06

MATERIAL MÉDICO E HOSPITALARAngiomedicRua Espírito Santo – 476 Térreo

Servimedic TechnologyAv. Bandeirantes – 945

Valmir HospitalarRua 19 de dezembro – 1157

MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃOConfort DoorAv. Harry Prochet – 550 – Sala 01 A

EletrotittaAv. Saul Elkind – 4645

MÓVEISK Borba Comércio de MóveisRua Goiás – 1774

ÓTICAS, JOIAS E RELÓGIOSÓtica TupaAv. Saul Elkind – 1099 – Loja 02

PEÇAS E ACESSÓRIOS PARA VEÍCULOSAcciolyAv. Nuno de Assis – Baurú

PRODUTOS ALIMENTÍCIOSEmpório da NaturezaRua Arcindo Sardo – 471 – Sala 01

Vessirre DoceriaRua General Tasso Fragoso – 10 Loja 03

PRODUTOS DE UTILIDADE DOMÉSTICARafael DieselAv. Garibaldi Daliberador – 812

SpetacolloAv. Maringá – 2247 – Loja 12

TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO7E EducaçãoRua Santos – 1249

AGÊNCIA DE TURISMO E CÂMBIOViagens da DanniRua Humaitá – 294

ASSISTÊNCIA TÉCNICAEletrônica RolândiaRua Gustavo Barroso – 190

ATENDIMENTO AMBULATORIALQualimedi SaúdeRua Mato Grosso – 1652

ATIVIDADES DE RÁDIO E TELEVISÃOV9 ComunicaçãoAv. Harry Prochet – 305 – Box 59 – Mercadão da Prochet

CABELEIREIROSAna Mota CabeleireirosAv. Ayrton Senna da Silva – 850 – Sala 05

S.O.S da BelezaRua Bélgica – 1770 – Loja 01

COBRANÇABonicashRua Pernambuco – 390 – Sala 1006

LR Assessoria de CobrançaRua Uruguai – 2011

COMUNICAÇÃO VISUALPuro 3D ComEstr. João Victor Vieira – 715 – Juquitiba

CONSULTORIAI9Gestão Consultoria e TreinamentoRua Saura-Fogo – 219 – Arapongas

Unik Assessoria e Consultoria SesmtRua Serra das Araras – 57

COMÉRCIO

SERVIÇOS

julho e agosto de 2017 | www.acil.com.br42

DESENV. PROGRAMAS COMPUTADORGreatmobAv. Ayrton Senna da Silva – 200 – Sala 603

FERRAGENS E FERRAMENTASEletromaqRua Guaporé – 905

IMOBILIÁRIAS E CORRETORASAlencar Bezerra RepresentaçõesRua Piauí – 399 – Loja 18 Galeria São Pulo Tower

Aria ImóveisRua Pistóia – 67A

Guepardo Negócios ImobiliáriosRua Goiás – 1774

INSPEÇÕES VEICULARESAval LondrinaAv. Rio Branco – 1086

LIMPEZA EM PRÉDIOS E DOMICÍLIOSAdere DesentupidoraRua Senador Souza Naves – 289 – Sala 62

MECÂNICAS E FUNILARIADirelon Direção HidráulicaRua Almirante Barroso – 440

MARKETING DIRETORMC BatistaRua Elvis Presley – 296

Una Marketing & Comunicação – MERua Assis Vicente – 355

MONITORAMENTO DE SISTEMAS DE SEGURANÇAPonto TrackRua Agostinho Feijó Sanches – 349

ODONTOLOGIALondrimplanteRua Mato Grosso – 1048

PROCESSAMENTO DE DADOSCity ComputerAv. Sapopemba – 8724 – Sala 01 São Paulo

City ComputerAmércio Brasiliense – 225 São Bernardo do Campo

SERVIÇOS DE ENTREGASVai e VemRua Foz do Iguaçu – 114

SERVIÇOS DE SECRETARIA E ADMINISTRAÇÃOSecretariado RemotoRua Paranaguá – 840 – Apt. 404

SERVIÇOS FUNERÁRIOSTanatorioum Agnus DeiAv. Juscelino Kubitschek – 3112

TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTOT Protege Treinamentos em Segurança do TrabalhoRua São João – 6118 – Toledo

Vincint Centro de Inovação VincintRua Mossoró – 383

METALÚRGICATorno e Solda BrasíliaAv. Brasília – 1351

AR CONDICIONADOParconRua Recife – 220 – FDS

BICICLETASCaloi Point 700Av. Maringá – 700

BUFFETBuffet Duas AlicesAv. São João – 1435

FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃOPassiphlora Farmácia de ManipulaçãoRua Professor João Cândido – 771

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOSFiltrolonRua Bélgica – 2400 – A

PAISAGISMOErich Plantas e JardinsRod. Mábio Gonçalves Palhano – 2212 KM 03 – Chac 06 A

FEF Comércio de Ferramentas e Ferragens LtdaRua Leopoldo Meyer – 363

TRATAMENTO E REVESTIMENTO EM METAISMetalrevestRua Indústrias – 431

LOTEAMENTOSMF do Amaral Loteadora e IncorporadoraAv. Augusto AlvesAlvorada do Sul

ALIMENTAÇÃOEmpório GastronômicoRua Visconde de Mauá – 168 – Box 54 – Mercado Shangrila

CARVÃO VEGETAL E DERIVADOSCarvão CoroadosRod. José Garcia de Campos – LT14 – Quinhão 06 – Zona Rural

CONFECÇÕESFami ConfecçõesRua Cardeal – 133

COSMÉTICOS E PERFUMARIAFlora CosméticaAv. Winston Churchill – 985

EMBALAGENSJPL EmbalagensAv. Lucílio de Held – 463

TINTASVitorias TintasRua Primo Campana – 569

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOSJM RamosAv. Jules Verne – 336

MÓVEISMadeira Decore Móveis e DecoraçõesAv. Maringá – 2155

IND/COM

COM/SERVIÇOS

INDÚSTRIA