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EDITORIAL

Mercado em Foco é uma publicação da Associação Comercial e Industrial de Londrina. Distribuição gratuita. Correspondências, inclusive reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da Associação ou pelo e-mail [email protected]

DIRETORIA DA ACIL – GESTÃO 2012/2014

Fundada em 5 de junho de 1937

Rua Minas Gerais 297 – 1º andarEd. Palácio do ComércioLondrina (PR) – CEP 86010-905Telefone (43) 3374-3000Fax (43) 3374-3060E-mail [email protected]

Flávio Montenegro BalanPresidenteLuiz Carlos I. AdatiVice-PresidenteAry SudanDiretor SecretárioFabricio Massi Salla2º Diretor SecretárioRogério Pena ChinezeDiretor FinanceiroRodolfo Tramontini Zanluchi2º Diretor Financeiro

Marcelo Paganucci OntiveroDiretor ComercialHerson R. Figueiredo JúniorDiretor IndustrialMarcelo Bisatto CardosoDiretor de ServiçosBrasilio Armando FonsecaDiretor de Comércio InternacionalLuigi Carrer FilhoDiretor de ProdutosFernando Lopes KireeffDiretor Institucional

Rosangela KhaterPresidente do Conselho da Mulher Empresária

CONSELHO DELIBERATIVOCarlos Alberto De Souza FariaDavid Dequêch NetoEduardo Yoshimura AjitaEnio Luiz Sehn JúniorFábio Aurélio Mansano MelaréJosé Guidugli Júnior

Marcelo Massayuki CassaNivaldo BenvenhoOswaldo PitolRubens Benedito AugustoSilvana Martins CavicchioliValter Luiz OrsiWellington Moreira

CONSELHO FISCAL

TitularesJaime Celeste PonceMichel Menegazzo GouvêaRonaldo Pena Chineze

SuplentesMarcus Vinícius Bossa GrassanoMarcus Vinicius GimenesRafael Andrade Lopes

Paulo BriguetCoordenaçãoSusan NaimeEdiçãoJosoé de CarvalhoFotografiaThiago MazzeiProjeto gráfico

Diego Rigon MenãoSuperintendenteClaudia Motta PechinCoord. Comercial e SPCBarbara Della LiberaAnalista de MarketingColaboradoresDiego PrazeresGuto Rocha

Juliana MasteliniMárcia Boroski Mariana ZirondiRafael Machado

ImpressãoMidiografTiragem8 mil exemplares

2014, um ano cheio de desafiosSempre que viramos a folhinha de um ano para o outro, renovamos as nossas energias. É como se realmente fosse um recomeço, uma nova chance de fazer diferente. Em 2014 temos realmente muitas coisas para pensar e executar, quem sabe, de um jeito diferente. Não é porque um ano acabou que os problemas ficaram para trás. Demandas não solucionadas entram como um desafio ainda maior a ser superado. Vamos a alguns exemplos práticos.Só de ouvir a palavra “pombo” os londrinenses se arrepiam. Esse é um problema que se arrasta há vários anos e não podemos permitir que ele nos domine. Entra ano e sai ano, e essa demanda de nossa cidade segue sem solução.Nessa mesma linha entram os ambulantes ilegais que ficam nas ruas em frente às lojas promovendo uma concorrência desleal. Sem pagar contas como aluguel, energia, água e, principalmente, impostos, eles se multiplicam pelo Centro com produtos nem sempre de origem definida. Somos a favor da legalidade, sempre. Está

cada vez mais fácil buscar a formalização em categorias como o MEI e o EI, em que os impostos são minimizados. Não queremos que ninguém viva em condições precárias, mas também não aceitamos que isso sirva de desculpa para prejudicar o comerciante que honra com as suas obrigações e emprega trabalhadores. E o que dizer das condições do nosso Calçadão. Vários processos de licitação já foram encaminhados mas a prefeitura não consegue empresas dispostas a seguir com a reforma. Com isso sobram buracos e pedras de petit-pavé soltas pelo Centro, uma cena lamentável que prejudica o cidadão, o comerciante, as pessoas com dificuldades de locomoção. É mais um desafio a ser superado neste ano.A lista é longa, estamos em ano de Copa do Mundo, de eleições. Falando em pleito, a ACIL mais uma vez reforça a importância de eleger candidatos que sejam da nossa região. De nada adianta escolher um bom político da região oeste, sul ou central. Os recursos não chegarão até nós. Precisamos batalhar

pela nossa representatividade em nível estadual e federal se quisermos aumentar a capilaridade de Londrina e do Norte do Paraná na esfera política. Se nossa voz não tiver força, vamos seguir perdendo espaço para outras regiões. Com isso, quem perde é a cidade, que sai dos trilhos do desenvolvimento. Aliás, quase perdemos a chance de ter a ferrovia Norte-Sul passando por aqui. Em uma manobra política, os trilhos foram redirecionados, passando bem longe do Norte do Paraná. Mas estamos buscando, pelo caminho da união, reverter essa situação.Juntas, Londrina e Maringá (e as cidades do entorno) precisam mostrar a força que têm. E isso pelo bem comum da população que por aqui vive. Dessa parceria, bons projetos, ações e recursos podem vir para cá.2014 promete ser um ano de muito trabalho. E estamos empenhados em fazer o nosso melhor.

Flávio Montenegro BalanPresidente da ACIL

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Agenda janeiro e fevereiro 2014

FINANÇAS GESTÃO DE RH DIVERSOSMARKETINGATENDIMENTO E VENDAS WEB

Palestra: A importância do contas a receber e a pagar na empresaSivaldo Dal Ry21 de janeiro19h às 21h• Realizaçãodaanálisedecadastroe

análisefinanceira• Alimentaçãodofluxodecaixacomo

valordostítulosemitidoscontraclientes• Recebimento,conferênciae

agendamentodepagamentodosdocumentosdecobrançaemitidosporfornecedores

• Conferênciadovalordosdébitosreferentesatarifasbancáriaseencargosfinanceirosetributáriosdeoperaçõesdecrédito

NãoassociadosR$65,00AssociadosR$32,00

Proteção ao créditoClaudia Pechin21 de janeiro10h às 12h • Informaçõessobreonovocenáriodo

SPCnoBrasil• Treinamentodosistemadasconsultas

aoSPC• Detalhamentodasconsultaseinclusãoe

exclusãodeinadimplentesGratuito–exclusivoparaassociados

Palestra – Venda valor e não preçoNatasha Bacchi23 de janeiro19h• Comoconvenceroclientedovalor• Comoprovarquesuasoluçãovalemais

doqueasdosconcorrentes• Asetapasdavendadevalor• ConvençaoclienteapagarmaisNãoassociadosR$65,00AssociadosR$32,00

Como vender mais para o novo consumidorSheila Dal Ry27 e 28 de janeiro19h às 23h• Comportamentodonovoconsumidor• Atendimento3.0• Estratégiasdevendaemlongoprazo• ComoatenderatravésdosnovoscanaisNãoassociadosR$152,00AssociadosR$76,00

Comunicação para vendedores Carmen Benedetti27 a 29 de janeiro19h às 23h• Oqueéprecisoparaserumbom

vendedor?• Comunicaçãoevendas• Característicasebenefícios• Acomunicaçãoportelefone• AimportânciadoouvirNãoassociadosR$173,00AssociadosR$86,00

Intensivo em substituição tributária do ICMS Paraná (3º edição)Rosângela da Silveira29 e 30 de janeiro19h às 23h• Conceitos,legislaçãoemodalidadesde

substituiçãotributária• BasedecálculodoICMSdevidopor

substituiçãotributária• CálculosdaSTporoperações

interestaduais• Procedimentoseobrigaçõesdo

substitutotributário• Devoluçãodemercadoriasediferencial

dasalíquotasdevidasNãoassociadosR$250,00AssociadosR$195,00

Intensivo em gestão estratégica de custos – Aprenda a controlar custos em sua empresa Thiago Terzoni29 e 30 de janeiro19h às 23h• Objetivosdossistemasdecusteio• Quantoavariaçõesdevolume-fixose

variáveis• Centrosdecustosprodutivoseauxiliares• Centrosdedespesas• CritériosderateioNãoassociadosR$250,00AssociadosR$195,00

Intensivo em assistente fiscal: Formação e atualização (2º edição)Rosângela da Silveira08 de fevereiro8h30 às 12h e das 13h às 17h30• Introduçãoao:ICMS,IPI,PISECOFINS,

ISSQN• CódigosdaNF-e:CFOP,CST,CSOSN,

NCM• BenefíciosFiscais:Isenção,Redução

daBasedeCálculo,Diferimento,Suspensão,Imunidade,DiferencialdeAlíquota

• PrincipaisOperaçõescomNotaFiscal:Vendas,DevoluçãodeMercadoria,Bonificação,RemessaParaconserto,AmostraGrátis

NãoassociadosR$250,00AssociadosR$195,00

Negociação em vendasSidney Kayamori10 a 12 de fevereiro19h às 23h• Avendacompetitivanomercado

globalizado• Asqualidadesdoprofissionaldevendas• Estratégiadevendasenegociação• Fechamentodasvendas• Oreforçopositivodopós-vendaNãoassociadosR$173,00AssociadosR$86,00

Saiba mais:[email protected] ou3374.3082 com Tatiane Goes:[email protected]

Associação Comercial e Industrial de Londrina Rua Minas Gerais, 297, 1º andar, Londrina, PR

Av. Saul Elkind, 1820 | Regional Nortewww.acil.com.br Curta

Qualidade no atendimento ao cliente como diferencial competitivoNicéia Henrichsen24 e 25 de fevereiro19h às 23h• QualidadenoAtendimento• Perfildocliente• Queixasereclamações-como

solucionar?• Comportamentoassertivono

atendimento• Competênciasdoprofissionalde

atendimentoNãoassociadosR$152,00AssociadosR$76,00

Cobrança e negociação de dívidasBraz Vendramini24 a 26 de fevereiro19h às 23h• Códigodedefesadoconsumidor• Cartasdecobrança:comotorná-lasmais

eficazes• Comoobtermaioresresultadosnas

cobrançasdeclientesinadimplentes• Comoorganizarumacarteiradeatrasos

deformaprodutiva• ComocobrarportelefoneNãoassociadosR$173,00AssociadosR$86,00

Analista financeiro: Formação e atualização 2ª ediçãoThiago Terzoni24 a 27 de fevereiro19h às 23h• Contabilidadefinanceira;• Finançascorporativas;• Gestãodecustos;• Matemáticafinanceira;• Funçõesdoprofissionalnaárea

financeira;NãoassociadosR$250,00AssociadosR$195,00

ABRASEL NORTE DO PARANÁCURSO DE BOAS PRÁTICAS E HIGIENIZAÇÃO NAS MANIPULAÇÕES DE ALIMENTOS28,29e30dejaneiro13h30às17h3025,26e27defevereiro13h30às17h30Local:BlueTreePremiumAv.JuscelinoKubtischek,1356Informações:33270202AssociadosACIL:R$60,00

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 5

PREVISÃOEconomia 2014: O que vem por aí? .................................... 6

PREVENÇÃOLondrina Segura ................................................................. 11

FACILIDADECertificação Digital ............................................................. 14

ARTIGOA felicidade anda de bicicleta ............................................ 17

PING PONGConsultoria Empresarial. Para quê? ................................. 26

MEIO-AMBIENTENatureza para todos ........................................................... 29

PERFILO conselheiro da cidade ..................................................... 36

MUDANÇASeSocial: Como se preparar ................................................. 39

NOTAS DA ACILACIL prestigia “Londrina, Terra de Riquezas” ...................... 41

ÍNDICE

20

FOCO NO PODER Cidade Limpa passa por mudanças

18

CAMPANHA INSTITUCIONALVocê mais perto da ACIL

32

LONDRINATALPrêmios multiplicam sonhos e felicidade

INFRAESTRUTURAFerrovia Norte-Sul

22

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FACILIDADE

janeiro de 2014 | www.acil.com.br6

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 7

Copa do Mundo

Teoricamente, 2014 vai ser um ano bom. Com a Copa do Mundo, teremos uma injeção de dinheiro, principalmente vindo de fora. O Governo também vai aplicar mais dinheiro na tentativa de complementar obras de infraestrutura. Tudo isso vai estimular bastante a economia. O problema vai ser na hora em que formos pagar as contas, em 2015, 2016. O ano de 2013 foi ruim para a economia brasileira. Não cumprimos a meta de superavit primário. Estamos em uma situação delicada, em que o País deve para si mesmo. E ainda vamos ter de pagar pelas obras da Copa. Estamos aumentando o tamanho de nossa dívida e o governo não enxuga seus gastos, não é responsável fiscalmente. Em 2014 nossa dívida interna deve atingir R$ 2,3 trilhões. Uma dívida impagável.

Renato Pianowski

A Copa do Mundo é uma situação momentânea. Mas, sem levar em conta o evento Copa, a economia nacional depende muito do cenário internacional. E o fim dos incentivos fiscais nos EUA vai refletir de forma considerável no Brasil por conta dos fluxos de investimentos e da migração de investimentos para os Estados Unidos. A Copa do Mundo vai gerar postos de trabalho, maior consumo no comércio e segmentos da economia vão se beneficiar, como os de alimentação, hotelaria, turismo e logística. Mas haverá também aumentos de preços, principalmente nas cidades-sedes dos jogos, o que poderá provocar uma pressão inflacionária.

Francisco José Gouveia de Castro

A Copa do Mundo vai trazer benefício macro, então precisamos pensar no Brasil como um todo. Ao mesmo tempo é um evento localizado nas capitais que vão sediar os jogos. Nestas cidades, a economia se torna mais pujante durante os dias do evento, quando haverá maior fluxo de pessoas que vão consumir. Já nas cidades que estão próximas das sedes há uma tendência de esvaziamento, ainda mais que haverá recesso escolar, então o comércio desses locais precisa usar da criatividade para captar o potencial de consumo. Durante a Copa também haverá altas de preços de produtos e serviços, e caso os valores

Por Guto Rocha

Como a economia brasileira deve se comportar em 2014? A reportagem da revista Mercado em Foco ouviu a opinião de três economistas para saber quais serão os possíveis cenários econômicos no País, em um ano que promete ser atípico. Afinal, o Brasil vai sediar a Copa do Mundo 64 anos após a primeira edição por aqui (a Copa de 50) e teremos eleições para presidente, governadores, senadores e deputados. Quais serão os reflexos desses dois acontecimentos no desempenho econômico do País? O que a conjuntura atual sinaliza para o comportamento do câmbio, das taxas de juros e da política de incentivos adotada pelo governo federal? Para falar sobre esses temas, ouvimos o economista do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social). Francisco José Gouveia de Castro, o professor de Economia da PUC-Londrina. Márcio Luis Massaro e o professor de Economia da UEL e consultor da ACIL, Renato Pianowski de Moraes. Leia a seguir a análise feita pelos economistas sobre os temas:

Renato Pianowski de Moraes é professor de Economia da UEL e consultor da ACIL

Márcio Luis Massaro é analista e professor de Economia da PUC-Londrina

Francisco José Gouveio de Castro é economista do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social)

“O PROBLEMA VAI SER NA HORA DE PAGARMOS AS CONTAS” (PIANOWSKI)

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janeiro de 2014 | www.acil.com.br8

não retornem aos níveis anteriores ao evento, haverá pressão sobre a inflação, que já está em alta. Fazendo um balanço, o País vai ganhar com a projeção no exterior, abrindo novas possibilidades de negócios, trazendo maior dinamismo para a economia ao longo dos dois anos seguintes.

Márcio Luis Massaro

Eleições

Vão abrir o cofre da reeleição. Nem estou falando do governo atual. Todos os governantes se comportam assim. É intrínseco do político: abre o cofre, gasta irresponsavelmente. E se já está ruim, pode ficar pior. Por isso, aconselho às pessoas que desfrutem 2014, mas economizem, tenham cautela, pois quando passar as eleições, em 2015, todos nós pagaremos as contas.

Renato Pianowski

As eleições, na questão prática de geração de renda, não têm efeito nenhum, não movimentam a economia. A tentativa de conter a inflação utilizando política monetária, com a elevação dos juros, inibe o crédito e reduz o consumo. E o governo federal utiliza o consumo como variável chave para sustentar o crescimento do PIB. Com a eleição, o governo fica nessa encruzilhada: ou a inflação volta ou o governo adota uma medida impopular, como a elevação de juros, para segurar o consumo e a inflação.

Francisco José Gouveia de Castro

Em ano eleitoral o governo tem interesse em se manter no cargo. Então, do ponto de vista econômico, muito provavelmente a gente não veja nenhum cenário do que vivemos em 2013. Os prognósticos negativos para 2014, provavelmente, não se tornarão realidade tão sólida porque o governo vai segurar, como já vem fazendo, maquiando contabilidades. Como aconteceu com a gasolina, que teve aumento no último momento para não estourar as metas de inflação. Permanecem o controle da inflação, o não crescimento da economia, mesmo porque já temos uma sinalização por parte da indústria de que os investimentos não vão acontecer, pois não há infraestrutura para comportar crescimento. E o cenário

global é de cuidado, então as eleições vão deixar o governo na defesa.

Márcio Luis Massaro

Incentivos

O governo deveria baixar o IPI de tudo, assim como reduzir o ICMS de tudo. Daí as pessoas iriam consumir mais e o governo arrecadar mais, mesmo com os impostos reduzidos. Se os incentivos para a linha branca, automóveis e construção civil serviram, por que não ampliar para os outros setores? Estão sendo injustos. Tratando os iguais diferentemente. Do jeito que está, estamos matando nossa indústria e importando produtos com mais competitividade que os nossos. Não digo que temos de aumentar impostos de importação, mas tornar todos os nossos setores produtivos mais competitivos, com impostos menores, em nível de países civilizados.

Renato Pianowski

Estes incentivos têm duas vertentes: uma que é estimular o crescimento do consumo e o outro que é o impacto nas finanças públicas. No caso da desoneração do IPI de alguns setores, tem impacto negativo para os Estados e municípios. Já os programas mais populares, como Minha Casa, Minha Vida, acredito que com a eleição vai haver uma redução desses incentivos por parte do governo federal. Quando há incentivos ao consumo, há redução da poupança e diminuição dos investimentos, o que pode ser muito ruim. E o câmbio favorável para importação prejudica a indústria nacional, que fica sem condições de concorrer com o mercado externo.

Francisco José Gouveia de Castro

Quando se incentiva o consumo por meio da desoneração do IPI é preciso olhar a capacidade de produzir, a vontade de comprar e a possibilidade de comprar. O consumidor é o foco; se ele sinaliza que quer comprar, o setor produtivo se mexe. Mas vemos que há uma parcela de consumidores que está com sua capacidade de endividamento esgotada. Esse crescimento baseado no consumo, e não em industrialização, provoca essas armadilhas que vivemos,

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Associação Comercial e Industrial de Londrina

“CRESCIMENTO BASEADO NO CONSUMO PROVOCA ARMADILHAS.” (MASSARO)

em que 25% dos produtos que se consome no Brasil são importados. Com isso, a industria nacional afunda.

Márcio Luis Massaro

PIB

Em 2014, o PIB pode ficar um pouco melhor do que em 2013, principalmente em virtude da Copa do Mundo. Acredito que fique em torno de 2,5%. Mas saímos de uma base ruim, por isso não vai ser sensacional. Temos que construir uma boa infraestrutura e reduzir o custo Brasil para voltarmos a crescer.

Renato Pianowski

O PIB é um reflexo do consumo. Se há uma política contracionista, a tendência é de que o PIB tenha redução, pois uma taxa de juros maior inibe o consumo, que reflete no PIB. Taxas de juros maiores têm uma implicação nos investimentos e, com um câmbio muito desvalorizado, os custos dos insumos se tornam mais caros para indústrias que utilizam componentes importados.

Francisco José Gouveia de Castro

Já sabemos que o PIB está condenado a um crescimento pífio, devendo ficar entre 1,8% e 2,2%, nada além disso. No entanto, o governo trabalha com uma previsão de crescimento de 2,5%. Mas o governo não vai deixar a peteca cair, não quer que nenhum índice econômico atrapalhe a possibilidade de reeleição.

Márcio Luis Massaro

Câmbio

O governo acha que está bom no nível em que se encontra hoje. Está em equilíbrio. Por isso, vai continuar deixando ao sabor do mercado, sem muita intervenção. A não ser que haja ataques especulativos, e para isso o governo conta com reservas de US$ 380 bilhões.

Renato Pianowski

O câmbio depende muito das condições internacionais. O fim do programa de incentivos fiscais nos EUA irá provocar aumento de juros por lá, então já há uma sinalização de uma desvalorização maior do dólar. O crescimento menor da China, nosso maior cliente internacional, também pode ter implicações por aqui. Se houver uma interferência muito grande do governo federal na política econômica, os investidores ficam receosos, e isso também pode afetar o câmbio.

Francisco José Gouveia de Castro

O câmbio, comparando ao que estava há um ano e agora, melhorou muito. O governo não deve alterar sua política cambial em 2014.

Márcio Luis Massaro

Juros

Dado o repique da inflação, os juros deverão se manter no patamar em que estão agora, em nível de Selic. Caso contrário, há o risco de a inflação voltar a pipocar bastante, uma vez que ela não está comportada. Tanto é que os produtos de Natal e as passagens subiram bastante. Isso já contaminou a inflação e o governo não quer novas altas, por isso os juros não vão baixar.

Renato Pianowski

A manutenção dos juros vai depender do comportamento da inflação. A política adotada pelo governo para conter os índices de preços é a elevação das taxas de juros.

Francisco José Gouveia de Castro

A taxa de juros não deve ficar menor do que temos hoje. Todas as previsões de 2012 para 2013 erraram, nenhuma dizia que voltaríamos aos dois dígitos, e fechamos o ano com a taxa Selic em 10%. Então não há expectativa de a taxa recuar; pelo contrário, há uma tendência grande de o Banco Central elevar mais 0,25% ou até 0,5%, até para sinalizar que está segurando a inflação.

Márcio Luis Massaro“

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 11

PREVENÇÃO

Por Susan Naime

Evitar o uso de celular enquanto caminha por vias públicas, conduzir bolsas na frente do corpo com alças firmemente seguradas, não carregar grande quantidade de dinheiro na carteira e não reagir a assaltos. Quando o assunto é segurança, qualquer atitude, por mais banal que pareça, pode fazer a diferença. Segundo o capitão da Tropa de Choque de Londrina e porta-voz do 5º Batalhão da Polícia Militar, Nelson Villa Junior, o dever de proporcionar segurança é do Estado, porém algumas medidas simples do dia a dia podem assegurar a vida de uma pessoa. Em outras palavras, o que se espera são atitudes individuais de cada cidadão, seja no comércio, nas ruas ou em

sua própria casa. “Se você dá ocasião, o ladrão vai praticar o furto. A segurança é responsabilidade de todos”, alerta.Entre algumas das ações que podem prevenir práticas de roubo ou furto no comércio, a arquitetura do estabelecimento é uma grande aliada. A dica nada mais é do que fazer pequenas mudanças estruturais, sem grandes custos, principalmente se pensadas no momento da abertura do negócio. “Quanto maior a visibilidade do local, maior a segurança. As vitrines podem ter produtos expostos, contanto que não interfiram na visão de uma viatura policial que pode passar pelo local durante o patrulhamento, por exemplo. Além das portas com vidro, deve haver janelas amplas permitindo a visibilidade da rua para o interior da

Em 2013, o município recebeu quase 40 novas viaturas e o ingresso de aproximadamente 150 homens para o policiamento efetivo nas ruas. Para a PM, a segurança ganha força quando conta com o apoio da população

loja e vice-versa. É importante ter janelas laterais se o estabelecimento for de esquina”, ensina Nelson Villa. Na hora de encerrar o expediente e fechar o comércio, o ideal é que a porta principal permaneça aberta por completo ou totalmente fechada. Segundo a PM, mantê-la entreaberta pode chamar a atenção para assaltos. O controle do acesso de clientes à loja também é um grande diferencial. “Controlar a entrada e a saída de clientes do local é uma forma segura de evitar delitos no comércio. Isso pode até fazer com que o criminoso não se sinta atraído pelo seu estabelecimento. O sensor sonoro é uma boa opção para se atentar quando alguém adentrar à loja”, ressalta o capitão. Outro facilitador para o crime

LONDRINA SEGURA

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janeiro de 2014 | www.acil.com.br12

apontado por Villa refere-se aos caixas de pagamentos que ficam localizados de costas para a porta de entrada do comércio, fazendo com que o trabalhador deixe de estar atento a um possível assalto. As gôndolas altas no interior da loja também não são recomendadas por atrapalhar a visão. A orientação é que as prateleiras tenham até 1,20 metros de altura para que a visão não seja afetada. Espelhos distribuídos no ambiente também ajudam a visualizar os “pontos cegos” do local. Sobre o que entra e sai do caixa, o alerta ao comerciante é para que se mantenha disponível apenas valores suficientes para o troco, se possível. Gavetas com dinheiro ou caixas administradoras devem ser colocadas fora do alcance dos clientes. Também é fundamental evitar comentários sobre pagamentos e outras transações em dinheiro com terceiros. E, já que segurança nunca é demais, o monitoramento com câmeras e alarmes é um adicional à tranquilidade do empresário. “Quem não previne o crime, colabora com ele”, afirma Villa.

EstatísticasLondrina esteve menos violenta em 2013, se comparada a 2012. Os dados estatísticos da Polícia Militar apontam 3.486 roubos no ano passado, uma queda de 20% em relação a 2012, quando foram cometidos 4.376 delitos da mesma natureza. No que diz respeito ao número de homicídios, foram 91 em 2013, contra 164 em 2012. Para o capitão Nelson Villa, as estatísticas se devem aos investimentos realizados para a área de segurança. Foram quase 40 novas viaturas entregues a Londrina somente no ano passado, além do ingresso de aproximadamente 150 homens para o policiamento efetivo nas ruas. “Esses novos policiais não vieram para suprir demanda. Em 2013 foram apenas 12 ou 13 policiais aposentados. Então foi um ganho substancial. Com essa corporação, a expectativa é de que ocorra uma redução ainda maior na criminalidade agora em 2014. Com mais policiais, você atinge o objetivo da Polícia Militar, que é prevenir pela presença, proporcionar a capacidade de dar respostas, fazer mais operações e reforçar o policiamento tanto nos pontos comerciais, como também nas áreas

Capitão Nelson Villa: “A sensação de segurança contribui para a melhora da

qualidade de vida das pessoas”

Guarda Municipal é responsável pelo patrulhamento em praças e prédios públicos, além do videomonitoramento de câmeras de segurança

residenciais. A sensação de segurança contribui para a melhora da qualidade de vida das pessoas.”Além do efetivo incorporado no ano passado, também está em andamento a escola de preparação com mais 170 policiais. A expectativa é de que a formação desse novo grupamento aconteça até o encerramento do primeiro semestre de 2014.

Guarda MunicipalDesde dezembro do ano passado, Londrina conta com mais 180 guardas municipais em seu contingente, totalizando 335 profissionais. À corporação cabe como atividade legal cuidar de praças e prédios públicos municipais, além da atividade de videomonitoramento de câmeras de segurança e Guarda Municipal Escolar Comunitária. O secretário municipal de Defesa Social, coronel Rubens Guimarães de Souza, admite que o número de guardas ainda não é suficiente para uma cidade do porte de Londrina, por isso a pasta trabalha com prioridade de escalas e pretende ampliar o patrulhamento a partir de 2014. “Queremos dar ênfase também

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Associação Comercial e Industrial de Londrina

“QUEM NÃO PREVINE O CRIME, COLABORA COM ELE” (CAPITÃO VILLA)

à Defesa Civil e ao setor ambiental, sem deixar de atender os mais de 40 postos fixos da Guarda Municipal.” Atualmente, Londrina possui cerca de 240 câmeras de segurança instaladas em pontos estratégicos do município, como prédios e praças públicas, entradas e saídas do município. Dessas, 30 vieram do Consórcio Intermunicipal de Segurança Pública e Cidadania de Londrina e Região (Cismel) e estão fixas na saída de Londrina para Ibiporã, saída de Cambé, altura do Parque de Exposições Ney Braga, outra no Novo Bandeirantes e na PR-445, saída para Curitiba. O objetivo é identificar crimes que possam migrar para as cidades vizinhas. Outras 30 câmeras devem ser instaladas em breve. A Prefeitura de Londrina e a Sercomtel podem firmar um convênio para a instalação de 15 delas, com recursos da própria companhia telefônica. As outras 15 seriam de responsabilidade do Município. O sistema de videomonitoramento dessas câmeras é utilizado como fonte de informações para todas as polícias da cidade, contribuindo para a resolução de diversos tipos de crimes. A Guarda Municipal também tem trabalhado de forma integrada com a Polícia Militar com o objetivo de proporcionar a tão sonhada sensação de segurança à população. “Quando a Guarda Municipal passa a cuidar de ocorrências dentro de seus espaços públicos, que antes eram atendidos pela Polícia Militar, a gente desonera a PM para fazer o seu trabalho de rua e outras atividades de sua competência. Acabamos somando forças em prol da segurança pública”, afirma o secretário de Defesa Social. Da mesma opinião compartilha o capitão Nelson Villa. “Está sendo implementado no policiamento a pé dois policiais militares e um guarda municipal. Dessa forma integramos os dois órgãos, reunimos mais informações e geramos mais confiança à população. Os dois órgãos têm as suas funções bem definidas. Quando o cidadão identifica um profissional dessa natureza, não importa se é um guarda ou um policial, ele já tem uma maior sensação de segurança.”

Segurança residencialDurante o mês de janeiro muitas pessoas aproveitam para viajar e descansar. Mas permanecer longe de casa por vários dias seguidos exige algumas medidas preventivas para evitar surpresas desagradáveis na volta do passeio. O capitão Nelson Villa recomenda que, ao se ausentar da residência, o morador suspenda a entrega de jornais e revistas, pois o acúmulo dos periódicos poderá chamar a atenção de assaltantes. O mesmo ocorre em casos onde o morador deixa a luz da varanda acesa para instigar a ideia de que há alguém em casa. “Na verdade, essa prática funciona para o período da noite. Mas se a luz permanecer acesa durante todo o dia vai chamar a atenção de bandidos”, alerta Villa. Se ocorrer um possível assalto, o mais prudente é jamais esboçar qualquer tipo de reação. É sempre importante considerar a hipótese do criminoso estar armado e nervoso com a situação. “Não se deve julgar o bandido pelo seu porte físico ou idade. A reação do comerciante ou qualquer outra pessoa deixa o assaltante tenso, e a situação pode passar de roubo para latrocínio. O bem material você recupera, mas a vida não.”

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Os produtos expostos nas vitrines das lojas não devem prejudicar a visibilidade do local

Com mais policiais, você atinge o objetivo da Polícia Militar, que é prevenir pela presença, proporcionar a capacidade de dar respostas, fazer mais operações e reforçar o policiamento tanto nos pontos comerciais, como também nas áreas residenciais,

capitão Nelson Villa

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A intenção é ampliar e, provavelmente, no futuro, tudo será com assinatura digital

Paulo Roberto Monteiro, auditor fiscal

“ “

FACILIDADE

Por Mariana Zirondi

A partir deste ano, os contribuintes que possuem certificação digital podem participar do projeto de preenchimento automático dos dados da Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF). De acordo com a Polícia Federal, cerca de 1 milhão de pessoas poderá acessar a funcionalidade na primeira fase do processo. A parcela representa 3,8% dos 26 milhões de contribuintes que entregaram a declaração à Receita em 2013. A nova medida está sendo implementada aos poucos e atinge, primeiramente, os contribuintes que declaram o IR no modelo simplificado. Paulo Roberto Monteiro, auditor fiscal, explica que este modelo é a opção daqueles que não têm muito a declarar ao Fisco. Desta forma, são somados todos os rendimentos tributáveis recebidos ao longo do ano e

substituídas as despesas por um desconto padrão de 20%, que será usado para reduzir a base de cálculo do imposto. Nestas condições, portanto, o contribuinte que tiver a certificação digital poderá utilizá-la para fazer o preenchimento automático do IR. Monteiro alerta que poderão usufruir desse serviço pessoas físicas (PF) que recebem ou prestam serviços para pessoas jurídicas (PJ). Sendo assim, não poderão usar o certificado digital as PF que prestam serviços apenas para PF. O preenchimento da declaração do IRPF no modelo simplificado, explica o contador da Pontocon Contabilidade, Euclides Nandes Correia, pode ser dividido em três etapas. A primeira consiste em informar os dados cadastrais de identificação, como o endereço completo, profissão, vínculo empregatício, data de nascimento, dependentes com grau de

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CERTIFICAÇÃO É UMA FERRAMENTA MODERNA PARA PROTEÇÃO DAS EMPRESAS

Associação Comercial e Industrial de Londrina 15

dependência, entre outros. A segunda declara todos os rendimentos recebidos, como: rendimentos tributados, recebidos de pessoas jurídicas, recebidos de pessoas físicas, rendimentos com tributação exclusiva na fonte e rendimentos isentos. Já a terceira é o preenchimento da declaração de bens e dívidas.Com o projeto da Receita Federal, a declaração simplificada será preenchida previamente com os dados cadastrais e de rendimentos recebidos das pessoas jurídicas. “Este procedimento, em princípio, será adotado para as declarações simplificadas, pois para o modelo completo a receita ainda não possui todos os dados necessários, que só o contribuinte poderá informar. Além disso, se observarmos mesmo no modelo simplificado, as informações de aquisições de bens e direitos, bem como de dívidas, deverão ser preenchidas pelo contribuinte”, destaca Correia.

Certificado Digital na ACILAndré Oliveira, consultor de negócios da ACIL, destaca que a certificação digital é um documento eletrônico com informações pessoais que comprovam identidade física ou jurídica de forma digital. “Com a inserção da chave pública de cada usuário, o certificado equivale a uma assinatura com papel e caneta”, exemplifica. Por meio da internet, as pessoas ou empresas podem se identificar e assinar digitalmente transações online que aceitem esse sistema. Segundo a Cartilha de Certificação Digital, a tecnologia é criptografada, ou seja, é escrita em códigos, transformando as informações em um texto desconhecido. O processo de cifragem, que é “esconder” o texto, e o decifragem, que obtém a informação original a partir do texto cifrado, são realizados por computadores específicos para essa leitura. Assim, sem a chave correta, as máquinas não decifram o texto cifrado, garantindo segurança para o usuário.

O resumo autenticado das informações criptografadas é chamado de assinatura digital. A vantagem da utilização nos processos de autenticação com a chave privada é a redução do tempo de operação, já que os resumos criptografados são, em geral, menores que o documento em si. Consequentemente, esse sistema consome menos tempo de operação, independente do tamanho do documento a ser assinado. O certificado digital é emitido pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP – Brasil) e, para adquiri-lo, é necessário procurar uma das Autoridades Certificadoras Habilitadas. Em Londrina, a ACIL é uma entidade credenciada junto à Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (FACIAP) e pode emitir o certificado. Com a compra, a PF ou PJ receberá um e-CPF ou um e-CNPJ, respectivamente. Os valores variam conforme o tempo de validade escolhido pelo usuário.

Utilização do e-CNPJ e e-CPFTodas as pessoas jurídicas, exceto optantes pelo Simples Nacional, são obrigadas a utilizar a assinatura digital para apresentar declarações à Receita Federal do Brasil. A utilização do e-CNPJ, de acordo com

André Oliveira, consultor de negócios: “Com a inserção da chave pública de

cada usuário, o certificado equivale a uma assinatura com papel e caneta”

Monteiro, é o canal de recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e, ainda, prestam informações à Previdência Social. “É uma forma segura e facilitada que a Receita Federal Brasileira utiliza para obter informações e fazer o cruzamento de dados”, explica. Além disso, o e-CNPJ pode ser utilizado para todos os procedimentos permitidos pelo Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC). Em relação ao e-CPF, Correia afirma que as pessoas físicas com rendimentos acima de R$ 10 milhões já estão obrigadas a entregar a DIRPF com assinatura digital. Oliveira ressalta também que pessoa física que emprega trabalhadores da construção civil ou empregadas domésticas, por exemplo, pode utilizar um e-CPF para liberar o FGTS.A Certificação digital é uma das ferramentas mais modernas de segurança para proteção pessoal e das empresas. “Em 2014, começa a ser implementado esse projeto para PF com modelo simplificado. No entanto, a intenção é ampliar e, provavelmente, no futuro, tudo será com assinatura digital”, analisa Monteiro.

Euclides Nandes Correia, contador: “Este procedimento,

em princípio, será adotado para as declarações simplificadas,

pois para o modelo completo a Receita ainda não possui todos

os dados necessários”

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ARTIGO

No ano de 2013 fiz um negócio que resultou em um lucro inacreditável de 90%. Aliás, seria injusto dizer que foram somente 90%. Além do dinheiro, fiquei mais saudável, mais feliz e inclusive mais magro. Não se trata de algum sistema de vendas em pirâmide, apenas decidi trocar meu carro por uma bicicleta. Isto mesmo, vendi meu carro e comprei uma bicicleta. Se soubesse que seriam tantos os benefícios, acho que poderia até ter dado o carro. Além de não precisar pagar o seguro obrigatório e o IPVA, com a bicicleta tive uma economia mensal de 50% nos gastos com transporte. A bicicleta não precisa de etanol ou gasolina. Ela requer apenas que o responsável pela tração durma cedo e se alimente bem.Recentemente recebi um post no Facebook sobre carros e bicicletas que traduzido para o português dizia: “Este multiplica seu dinheiro e queima sua gordura. O outro queima seu dinheiro e multiplica sua gordura”. Não é preciso dizer qual era o “este” e qual era o “outro”. Atualmente, o sedentarismo é um dos grandes vilões da saúde, por isso carecemos desesperadamente de movimento. Antes do advento do automóvel, este movimento era feito enquanto se deslocava pela cidade.Passamos boa parte de nossas vidas enclausurados em caixas de concreto, de forma que ao nos movermos pela malha urbana a última coisa que precisamos é estar fechados dentro de um carro. Desconte-se aqui, é claro, os eventuais dias de chuva, emergências e distâncias maiores, que deveriam ser resolvidos com carros de pequeno porte, menos poluentes e mais econômicos.Deslocar-se ao ar livre possibilita um maior contato com a natureza, algo que o homem contemporâneo perdeu. Ver o céu, sentir o cheiro das árvores, o vento ou até mesmo o calor do verão, são comprovadamente benéficos para a saúde, não só a saúde física, mas

especialmente para a emocional. E ao se falar em saúde emocional, nesta modernidade avançada, nossa civilização encontra-se em grande sofrimento graças ao estresse cotidiano.Há alguns anos seria possível imaginar estar preso em um engarrafamento em Londrina? Hoje em dia, dependendo do percurso e do horário, pode-se levar quase uma hora para se deslocar poucos quilômetros dentro de nossa cidade. Mas experimente nestes horários fazer estes percursos de bicicleta e veja quanto tempo você leva. Você ficará surpreso com o resultado.Se você está se perguntando se pedalar no trânsito não é perigoso, é claro que certos cuidados devem ser tomados. Existem regras para um pedalar consciente, assim como para o uso de qualquer outro veículo. Entretanto, segundo dados do Ministério da Saúde, do número total de mortes no trânsito, os ciclistas representam apenas 3% destas mortes, contra 40% de pedestres, 24% de motociclistas e 10% de condutores de automóveis.É notório que o número de ciclistas transitando nas ruas é bem menor, porém, se houvesse mais, o trânsito não ficaria mais seguro, menos poluente e mais saudável? Wellington, a capital da Nova Zelândia, uma cidade relativamente similar à Londrina em dimensões e número de habitantes, tem como meta nas próximas décadas ser uma cidade onde só circularão pedestres, bicicletas e o transporte público.E a nossa meta, qual é? Precisamos urgentemente rever nossos conceitos sobre mobilidade urbana e especialmente sobre qualidade de vida urbana. A felicidade depende das escolhas certas, como cidade e como cidadãos. Eu já fiz a minha escolha.

Sergio Rugik Gomes é Arquiteto e Urbanista, Professor do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Unifil e Mestre em Projeto de

Arquitetura pela USP, Universidade de São Paulo.

A FELICIDADE ANDA DE BICICLETAÉ impossível fugir à impressão de que as pessoas comumente empregam falsos padrões de avaliação – isto é, de que buscam poder, sucesso e riqueza para elas mesmas e os admiram nos outros, subestimando tudo aquilo que verdadeiramente tem valor na vida.

Sigmund Freud

““

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CAMPANHA INSTITUCIONAL

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Por Paulo Briguet Todo londrinense é um apaixonado pela sua cidade. Com a ACIL não é diferente: a entidade expressa um amor incondicional por Londrina ao lutar pelo desenvolvimento de nossa terra. Em muitos momentos importantes da história de Londrina, a ACIL estava lá. Continua sendo assim até hoje: quando algum tema fundamental está sendo discutido, a ACIL é sempre procurada.Nos próximos dias, a população londrinense vai conhecer melhor o trabalho da ACIL por meio de uma campanha institucional nos veículos de comunicação e nas ruas da cidade. O principal objetivo da campanha, elaborada pela agência publicitária Giacometti, é mostrar tudo aquilo que a ACIL faz por você londrinense, por você empresário, por você que lê estas palavras agora.“Vamos mostrar à população tudo aquilo que a ACIL faz – e as pessoas

nem sempre sabem”, diz o presidente Flávio Montenegro Balan. “Nos últimos anos, realizamos um trabalho intenso de profissionalização da entidade. Com isso, conseguimos ao mesmo tempo lutar pelas grandes causas de Londrina e oferecer serviços eficientes e vantajosos aos nossos associados”, comenta Balan. “A força do associativismo se revela nesses dois aspectos: desenvolver a cidade e ajudar as pessoas.”Com a campanha institucional, a ACIL vai se apresentar como nunca fez: além de ser a porta-voz dos anseios da comunidade, ela também se tornou, nos últimos anos, uma empresa moderna, eficiente e inovadora. E isso sempre sem abandonar aqueles princípios que a norteiam desde a fundação em 1937: ética do trabalho, defesa da legalidade, espírito de união, valorização do conhecimento, disposição para servir às pessoas, busca da eficiência e cultivo da gratidão em todos os momentos.

Tudo que a ACIL faz e você não sabe“A campanha foi desenvolvida para mostrar às pessoas tudo que a ACIL faz por Londrina e região”, diz a gerente de atendimento da Giacometti em Londrina, Daniela Ribeiro. “Nossa equipe já imaginava que a ACIL realizava muito para a cidade, mas se surpreendeu ao descobrir que a atuação da entidade é bem mais ampla do que pensávamos. Nem sempre os londrinenses sabem que a ACIL foi a responsável por muitas coisas boas que acontecem na cidade. E o próprio empresário não tem consciência de tudo que a entidade pode oferecer a ele. A campanha vai lançar luz sobre tudo isso e deixar mais claro o papel da ACIL em nossa comunidade.”Para Daniela, o empresário que ainda não se aproximou da ACIL precisa

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conhecer todos os benefícios que a entidade lhe oferece. “Quando perceber a importância e a força desse trabalho, o empresário vai concluir que está perdendo ao não ser um associado”, afirma a gerente da Giacometti. “Ao mesmo tempo, quem já é associado vai desenvolver um sentimento de orgulho por fazer parte dessa entidade que tanto fez e continua fazendo em benefício de Londrina.”Proximidade é a palavra-chave da campanha institucional da ACIL. A cada dia, torna-se necessário trazer o empresário – e o cidadão londrinense – para mais perto da entidade. “E a melhor forma de conversar com esse público é trabalhar a comunicação de forma humanizada”, diz Daniela Ribeiro. Durante a campanha, haverá um personagem que vai falar diretamente com o empresário e a população de maneira simples, clara, acessível e acolhedora. “Queremos que as pessoas que trabalham no comércio e na indústria de Londrina se identifiquem com esse personagem”, explica. “Ele estará presente em todos os anúncios, VTs, outdoors e materiais da campanha. Também vai estar pessoalmente nos eventos organizados pela ACIL, numa comunicação direta com as pessoas.” Mais do que um símbolo, o personagem da campanha vai mostrar o que a ACIL – seus diretores, sua equipe, seus parceiros – vêm sendo para Londrina: uma referência de confiança, serviço e competência.Para o presidente da ACIL, Flávio Balan, a campanha será um fator decisivo para o fortalecimento da entidade. “É a nossa forma de dizer a cada empresário: Venha participar desse trabalho. Você só tem a ganhar – e Londrina também”.

SPC

Os serviços de proteção ao crédito da ACIL trazem informações sobre pessoa jurídica, pessoa física, cheques e outras consultas. Parcerias com Serasa e SPC Brasil ampliam a cobertura para todo

o território nacional. Com eficiência e credibilidade, o SPC da ACIL se tornou um modelo para associações comerciais do Paraná e outros estados. Um verdadeiro exemplo de sucesso – à sua disposição!

Certificação Digital A ACIL é uma entidade credenciada junto à Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (FACIAP) e por isso pode emitir certificados aos associados que possuem transações que exijam a certificação digital. A tecnologia oferece sigilo e agilidade em transações e trocas de documentos com garantia jurídica. Com o certificado digital, as empresas passam a ter um documento eletrônico que contém o nome, um número público exclusivo denominado chave pública e muitos outros dados que mostram quem ela é para as pessoas e para os sistemas de informação. É a assinatura da sua empresa no mundo eletrônico.

Espaços ACIL Dois auditórios, duas salas de treinamentos e espaço para coffee break. A ACIL possui estrutura planejada para a realização de eventos, convenções, reuniões e treinamentos para atender às necessidades dos empresários e seus colaboradores. São espaços que já se tornaram pontos de referência em Londrina: Auditório David Dequêch, Auditório João Alfredo de Menezes e duas Salas de Treinamento.

Fácil Imobiliário

Esta ferramenta lançada pela ACIL garante agilidade para quem quer comprar ou alugar um imóvel. Em apenas um único documento o cidadão recebe informações sobre consultas de SPC, cheques devolvidos em nome da pessoa ou empresa, protestos, ações judiciais, entre outras pendência financeiras. O serviço tem o apoio do Conselho Regional de Corretores de Imóveis e age como um interlocutor entre a imobiliária e o locatário. A declaração é feita na

hora, com data e horário. Para emitir o documento é necessário apresentar o RG e o CPF (documentos originais). O custo é de R$19,90.

ACIL na Zona Norte A ACIL conta também com a sua Regional Norte, na Avenida Saul Elkind, um dos mais importantes centros econômicos e afetivos do município. Ali há tudo para deixar a ACIL ainda mais perto dos empresários locais: SPC, cursos de capacitação, cooperativas de crédito, convênios para descontos em planos de saúde, escolas e faculdades, entre outros serviços de qualidade.

Cidade Vitrine O aplicativo Cidade na Vitrine foi lançado pela ACIL para modernizar o comércio, divulgar os produtos e serviços de Londrina e trazer mais facilidade para todos os consumidores da região. Através de um aparelho smartphone é possível acessar informações sobre produtos, serviços, lojas, pesquisa de empresas associadas e promoções sem precisar sair de casa. O aplicativo é gratuito. Os associados interessados em baixar o Cidade na Vitrine devem ligar para a ACIL: 3374-3000.

Serviço de Atendimento ao Associado Um canal direto para o empresário. Dúvidas? Informações? Sugestões? Ligue 3374-3003.

Flavio Balan: “A força do

associativismo se revela nesses

dois aspectos: desenvolver a

cidade e ajudar as pessoas”

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Por Rafael Machado

A Lei Cidade Limpa, que proíbe a exibição de anúncios publicitários em lugares públicos de Londrina e estabelece regras para a publicidade externa de forma geral, voltou a provocar debates acirrados na Câmara Municipal nas últimas sessões do ano de 2013, repetindo o mesmo processo de quando foi aprovada, em 26 de julho de 2010. Naquela ocasião, profissionais de São Paulo, cidade pioneira na promulgação da lei, vieram à cidade explicar como o projeto virou realidade na capital paulista. A Associação dos Profissionais de Propaganda (APP) de Londrina e outras entidades – dentre elas a

ACIL - formaram uma Câmara Técnica para analisar a proposta, que foi aprovada depois de muitas discussões. A lei também criou uma Câmara Técnica Permanente, com representantes do Poder Público, entidades e sindicatos de categorias relacionadas ao tema.Em 2013, a Prefeitura de Londrina – por meio da CMTU - apresentou um projeto que modifica o texto original da Lei Cidade Limpa. A matéria foi submetida à análise da Câmara Técnica Permanente. Em resumo, a CMTU quer firmar parcerias com empresas privadas para revitalizar mobiliários e espaços urbanos. O acordo funcionaria da seguinte forma: a instituição parceira poderá

divulgar sua marca em determinado lugar público conforme preconiza a lei e, em troca, fica responsável por assumir a aquisição, instalação e manutenção do mobiliário e das praças, canteiros ou áreas verdes. Todas as parcerias com a iniciativa privada, feitas através de processo licitatório, vem sem custo para o município. Pela proposta, seriam reformulados canteiros, parques, rotatórias, lixeiras, floreiras, bicicletários e outros componentes do mobiliário urbano. Ainda de acordo com as novas regras, as empresas ganhadoras terão que adotar e cuidar também de dois espaços sem visibilidade. Ou seja, um espaço poderá ser de caráter central, com maior notoriedade, e

FOCO no PODER

CIDADE LIMPA PASSA POR MUDANÇASCMTU propõe alterações na Lei para que empresas privadas possam assumir a manutenção de espaços e mobiliário urbano em troca de publicidade

Instituição parceira poderá divulgar sua marca em locais públicos, como praças, rotatórias e pontos de ônibus, desde que seja responsável pela manutenção do espaço

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“NÃO QUEREMOS UMA CIDADE POLUÍDA VISUALMENTE.” (FLÁVIO BALAN)

outros dois locais sem visibilidade também deverão ser cuidados. O objetivo é envolver tratamento igual para todos os pontos da cidade. Os contratos de licitação deverão ter o prazo de duração correspondente ao investimento da empresa ou pessoa física vencedora do certame. As empresas vencedoras de licitações para explorar publicidade em mobiliários de praças deverão instalar uma placa com o nome do espaço (nome da praça) e um pequeno resumo do histórico da pessoa homenageada.

TramitaçãoA matéria do Executivo passou sem problemas pelas Comissões de Desenvolvimento Urbano, Finanças, Economia e Meio Ambiente, mas, durante a última sessão ordinária, os vereadores solicitaram o parecer da Câmara Técnica Permanente, apesar de o projeto ter sido aprovado em primeira discussão. Sete emendas foram protocoladas ao texto original, sendo a maioria do vereador Mário Takahashi (PV). Dentre elas, a que estabelece que os engenhos devem ser instalados, individualmente ou em grupos de, no máximo, dois, observando-se a distância de quinze centímetros entre cada anúncio, sendo vedada a instalação de outra unidade ou grupo, num raio inferior a 90 metros. Outra, mais polêmica, proíbe que empresas que foram autuadas por crime ambiental em um prazo de 12 meses possam participar da seleção e assumir a revitalização de espaços e mobiliário urbano. Esta foi a principal barreira para que o

projeto não fosse apreciado pelos vereadores rapidamente. Todas as emendas foram retiradas e discutidas na última sessão do ano, uma extraordinária que a Câmara convocou para zerar os projetos da pauta. Depois de analisar o parecer emitido às pressas pela Câmara Técnica Permanente, já que a reunião das entidades aconteceu na sexta pela manhã e à tarde o projeto deveria ser votado, a proposta que reformula a Lei Cidade Limpa passou com três emendas. Com isso, além da novidade em mobiliário urbano, a cidade passa a ter uma nova regra para as distâncias dos engenhos publicitários.

Custo ZeroO presidente da CMTU, Carlos Alberto Geirinhas, que acompanhou as discussões intensas, esperava que o projeto passasse ileso. Para ele, o projeto não recuaria nas conquistas adquiridas com a lei, mas, sim, iria contribuir dando nova cara a Londrina, de forma rápida e barata. “Apenas propomos mudanças que, a nosso ver, contribuiriam para o município. Temos dificuldade em zelar pelo patrimônio da cidade, e essa parceria com a iniciativa privada poderia minimizar o problema. O importante é o projeto, mesmo com algumas ressalvas”, disse. O presidente da Câmara Municipal, vereador

Rony Alves (PTB), comentou que concorda com as alterações propostas pela CMTU, “por isso o meu voto foi positivo à iniciativa da prefeitura”. Já Mário Takahashi julgou a apresentação de suas emendas como “relevantes para a finalidade da matéria, principalmente na distância dos engenhos publicitários”. Até o prefeito Alexandre Kireeff (PSD) conversou com os vereadores sobre esta aprovação. Ele convocou uma reunião com os parlamentares de última hora, pedindo a adesão total. Em entrevista coletiva, o chefe do Executivo foi questionado sobre a necessidade da apreciação ainda neste ano. “Temos um tempo necessário para o contato com as empresas, por isso solicitei apoio da Câmara”. O projeto foi sancionado por Kireeff no dia 30 de dezembro do último ano. O presidente da ACIL, Flávio Montenegro Balan, participou de toda a discussão ao lado da Câmara Técnica Permanente com o objetivo de aprimorar a Lei Cidade Limpa, fazendo com que ela não perca a sua essência e, ao mesmo tempo, valorize mais a cidade. “Acordamos esse assunto juntamente com a Câmara Técnica para que essas alterações não provoquem conflitos com o comércio em geral. Também não queremos ver uma cidade poluída visualmente. Londrina merece ser valorizada e terá através dessa modificação uma oportunidade importante”.

Câmara de Londrina utilizou a última sessão extraordinária de 2013 para votar as alterações

na Lei Cidade Limpa

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INFRAESTRUTURA

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 23

“DESVIAR DAQUI É NOS TIRAR O DIREITO DE DISPUTAR O MERCADO INTERNO”

Por Susan Naime

Lideranças empresariais, políticas, do agronegócio e instituições da sociedade civil organizada estão unidas para defender a inclusão da região Norte do Paraná no traçado da Ferrovia Norte-Sul, projetada pelo Programa de Investimentos em Logística (PIL), do Governo Federal, com o objetivo de estimular as transações comerciais no mercado interno.Originalmente, a malha ferroviária parte de Panorama (SP), passa pelo Norte do Estado, onde segue por Apucarana, contempla as regiões metropolitanas de Londrina e Maringá até chegar em Guarapuava e Pato Branco. Em seguida é direcionada a Santa Catarina (passando por Chapecó e Erechin), até chegar no Rio Grande do Sul, onde passa por Passo Fundo, Roca Sales, Montenegro, Triunfo/Gen Luz, Pelotas e Rio Grande.Porém, em agosto de 2012, o movimento do Norte do Paraná foi pego de surpresa ao saber que o traçado da ferrovia havia sido alterado após articulações de lideranças do Oeste paranaense e do Mato Grosso do Sul. Pelo novo planejamento a interligação será por Maracajú (MS) e depois volta ao Paraná por Guaíra, Cascavel e Guarapuava, excluindo o trecho compreendido no Norte Paranaense. Para o vice-prefeito de Apucarana e diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento (Idepplan),

engenheiro Sebastião Ferreira Martins Junior, os prejuízos com a alteração do traçado original são imensuráveis. “O Norte do Paraná é uma das regiões que mais cresce no país. É a região mais produtiva do Brasil em termos de grãos. É onde tem as melhores terras para soja, milho, feijão e tantas outras coisas. É também a região que produz muito álcool e açúcar. São 3,2 milhões de toneladas de açúcar, 1,4 bilhão de litros de álcool, fora os 2 bilhões de litros de álcool que passam por aqui indo para Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O traçado original vai nos ligar a todo mercado consumidor brasileiro de uma forma ágil, rápida e eficiente. Já com esse novo traçado vamos perder um grande diferencial competitivo, vamos continuar sofrendo com pedágios e com ferrovias antigas”.A infraestrutura utilizada nas ferrovias que atendem a região é outro fator preocupante. Segundo o engenheiro, os projetos das ferrovias foram elaborados há quase 70 anos, o que aponta para a urgente necessidade de modernização. “A bitola [largura determinada pela distância medida entre as faces interiores das cabeças de dois carris ou trilhos em uma via férrea] utilizada nessas antigas ferrovias é de 1 metro. Já a Norte-Sul vem com a bitola de 1,60m, ou seja, a velocidade dos trens é de 70 a 80 km/h. Hoje as nossas ferrovias são operadas pela América Latina Logística com a velocidade de 20 km/h. Se a Ferrovia Norte-Sul não passar por aqui, vamos ter um grande prejuízo”, afirma.

Movimento político

Os estudos técnicos de dados e topografia para o novo modal tiveram início há quase uma década, mas ganharam força quando houve a crise internacional. O Brasil conseguiu suportar os obstáculos econômicos, financeiros, ideológicos e políticos graças à pujança do mercado interno. A partir daí, o Governo Federal decidiu priorizar ações de logística que ligam o mercado produtor ao consumidor dentro do Brasil. Em outras palavras, é o brasileiro comprando e vendendo para o próprio brasileiro. Ao lado de outras lideranças políticas, o prefeito Alexandre Kireeff (PSD) participou

TRAÇADO ORIGINAL

São PauloPanorama

Paraná

ApucaranaGuarapuavaPato Branco

Santa Catarina

ChapecóErechim

Rio Grande do Sul

Passo FundoRoca Sales

MontenegroTriunfo / Gen Luz

Pelotas

“O traçado original vai nos ligar a todo mercado consumidor

brasileiro de uma forma ágil, rápida e eficiente”, Sebastião Ferreira

Martins Junior, vice-prefeito de Apucarana

“Que se mantenha o que já foi conquistado e está

sacramentado, e que circule esse no pacote, que é de suma

importância por se tratar de uma região superprodutora e que

não tem a duplicação das suas rodovias”, Flávio Montenegro

Balan, presidente da ACIL

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do movimento que elaborou estratégias em defesa do traçado da Ferrovia Norte-Sul pelo Norte do Paraná. O chefe do Executivo reconhece que faltou articulação antecipada das forças políticas, econômicas e das representações de classe de todo o Norte do Estado, mas que o momento agora é de união e reivindicação. Para Kireeff, o traçado original vai garantir o desenvolvimento econômico, a produção de empregos, renda e qualidade de vida para a região.“Num curto prazo o impacto não é tão importante, mas a médio e longo prazo nós vamos ser excluídos de uma solução logística que integra o Brasil de Norte a Sul. Não podemos imaginar que apenas a exportação seja um viés da atividade econômica predominante na nossa região. Precisamos pensar também em um mercado interno, na industrialização e fornecimento de produtos industrializados para todo o Brasil. Desviar daqui é nos tirar o direito de disputar o mercado interno a médio e longo prazo”. Marcha da Ferrovia

O vice-prefeito de Maringá, Claudio Ferdinandi, lembrou da Marcha da Produção, em 1958, ao defender a passagem da Ferrovia Norte-Sul pela região Norte do Paraná. “Esta é uma reivindicação histórica e a solução está em Brasília. Já estamos unindo todas as nossas forças políticas. Agora temos

que repetir a Marcha da Produção do Café, que deu certo em 1958”. A Marcha da Produção se desencadeou após tentativas frustradas dos lavradores em pleitear novos preços para o café. Caravanas compostas por agricultores do Paraná (especialmente Londrina e Maringá), São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro foram até a capital federal protestar junto ao Palácio do Catete. O movimento reuniu cerca de 40 mil pessoas.

Luta pela região

O presidente da Terra Roxa Investimentos e do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá, José Carlos Valêncio, ressalta que há vários anos as lideranças do Norte do Paraná reivindicam que a logística de transporte modal ferroviário seja modernizada. Segundo ele, caso isso não ocorra, a região pode perder competitividade no mercado interno. “O transporte ferroviário que temos hoje é o da época dos ingleses quando traçaram o trecho Ivaiporã-Paiçandu, passando por Maringá e Londrina. É um modal muito antigo e isso prejudica a escoação da safra. Fomos surpreendidos com essa mudança, e por isso precisamos que seja retornado o trajeto inicial dessa ferrovia.”Para o presidente da ACIL, Flávio Montenegro Balan, o traçado atual da Ferrovia Norte-Sul foi definido através de um movimento político articulado nos bastidores de Brasília, e por isso lideranças do Norte do Paraná não vão deixar de lutar pelo traçado elaborado inicialmente. “Não podemos ficar assim porque para se levar a carga via ferroviária até o Porto de Paranaguá, hoje, nós pagamos quase o mesmo preço do modal rodoviário, enquanto que em outras localidades fora do Brasil é um terço. Estamos lutando pelo nosso traçado. Que se mantenha o que já foi conquistado e está sacramentado, e que circule esse no pacote, que é de suma importância por se tratar de uma região superprodutora e que não tem a duplicação das suas rodovias”, afirmou.

Estado pode intermediar Em dezembro de 2013, o presidente da Ferroeste, João Vicente Bresolin Araújo,

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esteve em Londrina para ouvir o pleito da região e, posteriormente, subsidiar o melhor traçado ao Governo Federal. Segundo ele, a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística tem priorizado o seu trabalho na extensão da Ferroeste, ferrovia que já está contemplada no primeiro programa do Plano Nacional de Logística (PIL). Esta etapa prevê a extensão da Ferroeste de Guarapuava até Paranaguá, e de Cascavel até Maracaju (MS). O segundo momento é para saber como a Ferrovia Norte-Sul vai chegar ao Paraná. “Pretendemos pegar todos os estudos realizados pelas regiões, elaborar um estudo de viabilidade para verificar por onde é mais viável esse traçado passar, por onde tem mais carga indo e voltando, e por onde será mais fácil fazer ferrovia, ficando menos oneroso para o Estado. Nenhuma escolha foi tomada ainda. O Governo Estadual não tem nenhuma preferência. A decisão final é do Governo Federal”, disse Araújo. O presidente da Ferroeste acredita que a segunda parte do PIL deve ser lançada em 2014. “É imprescindível que o Paraná receba mais investimentos ferroviários. As ferrovias existentes não conseguem atender todas as demandas. Queremos ouvir o que a região demanda e ajudar no melhor pleito”.A expectativa é que os estudos para priorizar o traçado pelo Norte do Paraná aconteçam já em 2014, período para também iniciar a realização de audiências públicas e licitação, e concluir todo o processo em 2015.

“É imprescindível que o Paraná receba mais

investimentos ferroviários. As ferrovias existentes não conseguem atender todas

as demandas”, João Vicente Bresolin Araújo, presidente

da Ferroeste

“O transporte ferroviário que temos hoje é o da época dos ingleses. É um modal muito

antigo e isso prejudica a escoação da safra”, José Carlos

Valêncio, presidente da Terra Roxa Investimentos

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PING PONG

No ritmo do século XXI, o ditado que diz que “a única certeza que temos é a da mudança” se faz mais verdadeiro do que nunca. Quando o assunto é negócio, o termo logo se volta para as tendências do mercado. E diante de uma sociedade dinâmica e exigente, o empreendedor que não buscar uma atualização compatível com o que a demanda procura poderá contar no calendário os dias para o seu empreendimento ser ultrapassado pela concorrência. É neste momento que a consultoria empresarial pode fazer parte do cenário e colaborar com um diagnóstico da empresa,

buscar a otimização da logística e o aperfeiçoamento das atividades como um todo. Parar no tempo e esperar para ver o que acontece enquanto o mercado cresce lá fora pode acarretar em riscos até mesmo irreversíveis. Se você se identificou com o tema, não deixe de ler a entrevista com a administradora de empresa e especialista em marketing Sheila Dal Ry Issa. Ela é certificada pela metodologia 8P´s de marketing digital, colunista e associada do Ecommerce Brasil, além de atuar há 11 anos no mercado empresarial com gestão estratégica, marketing e lojas virtuais.

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 27

“O EMPREENDEDOR É INQUIETO, ESTÁ SEMPRE EM BUSCA DE UMA NOVA OPORTUNIDADE”

Por Susan Naime

Mercado em Foco: Qual a função de uma consultoria empresarial?

Sheila Dal Ry: A consultoria empresarial é fundamental para a empresa ou empreendedor abrir seus horizontes de atuação ou, ao inserir uma empresa no mercado tradicional ou on-line, visualizar oportunidades ou fraquezas com o auxílio do consultor. Por estar envolvido no processo, o empresário não vê ou simplesmente não consegue parar para analisar as informações do mercado. Cabe ao consultor orientar com soluções práticas e aplicáveis para fortalecer a empresa.

Mercado em Foco: Em que situações se deve pensar em uma consultoria empresarial?

Sheila Dal Ry: Se um empreendedor quer investir num novo negócio, antes de arriscar todo seu capital é necessário realizar uma consultoria de pesquisa de mercado. Outra situação é quando surge uma oportunidade de um novo produto ou serviço para desenvolvimento da empresa ou até mesmo achar a solução para o maior questionamento: a empresa vende bem, mas no final do mês não sobram recursos financeiros, para onde foi o dinheiro? Com a consultoria o empresário consegue achar as respostas para seus questionamentos e profissionaliza mais as decisões da empresa.

Mercado em Foco: Após obter o diagnóstico da empresa, como é aplicado o trabalho da consultoria empresarial?

Sheila Dal Ry: No primeiro passo é necessário saber qual é o problema a ser resolvido ou problemas. Através de um diagnóstico empresarial conseguimos visualizar erros ou falta de processos que estão gerando esses tais problemas. Diante disso é possível realizar um planejamento do trabalho e resultados a serem alcançados.

Mercado em Foco: Como o empresário pode traçar um planejamento eficaz e definir as principais metas do ano para o seu negócio?

Sheila Dal Ry: Para um bom planejamento precisamos de dados! Sem informações é possível realizar um planejamento, mas será surreal. Monitoramento é imprescindível para um excelente planejamento e o monitoramento de todos os dados que influenciam o negócio é importante para identificar e gerar indicadores para, a cada ano, a empresa poder analisar o que deu certo, onde errou e tomar novas decisões. Indicadores básicos que toda empresa deve ter: quantas pessoas ligam para sua empresa (mensalmente), qual é o ticket médio, quantos clientes voltam para realizar uma nova compra ou contratação de um novo serviço.

Mercado em Foco: Quais as reais características de um empreendedor?

Sheila Dal Ry: O empreendedor é inquieto, está sempre em busca de uma nova oportunidade, arrisca calculadamente, está sempre aberto para investir em uma oportunidade pontual e está sempre em busca de novos conhecimentos.

Mercado em Foco: Dificuldades e oportunidades. Como esses opostos podem estar ligados?

Sheila Dal Ry: Vivemos num cenário instável, porém, o empreendedor que está atento ao mercado e acompanhando as mudanças num momento de crise ou dificuldade, consegue enxergar uma oportunidade momentânea e onde ele consegue se inserir no mercado. Quando essa dificuldade passar, ele se adapta ao novo cenário. Hoje as maiores chances de sucesso estão no quanto o empresário consegue se adaptar na constante mudança.

Mercado em Foco: Como desenvolver a capacidade de negociar com os mercados futuros e mercados prósperos?

Sheila Dal Ry: Para desenvolver uma negociação é preciso conhecimento, analisar, pesquisar, participar de eventos nacionais e internacionais para estar à frente do mercado nacional. Conhecimento, pesquisa e troca de experiências com outros empresários e mentores também são importantes.

Mercado em Foco: De que forma saber onde e como encontrar caminhos e novas maneiras de reinventar?

“Hoje as maiores chances de sucesso estão no quanto o empresário consegue se adaptar na constante mudança”

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Sheila Dal Ry: A empresa tem os momentos de crise e mudança de necessidade e comportamento do cliente para continuar no mercado. Para ser competitiva, a empresa precisa constantemente se reinventar, mas como? É necessário estar com os processos e ter as informações à mão, caso contrário é preciso realizar uma pesquisa. Tudo depende de qual reinvenção será necessária: de produto ou serviço? Novos mercados? Uma nova forma de comunicação? Enfim, são milhares de maneiras que uma empresa, ao mudar, poderá ganhar mercado alterando a forma de se posicionar.

Mercado em Foco: Como deve ser a preparação para sucessores, no caso de empresas familiares?

Sheila Dal Ry: Para uma sucessão mais tranquila para o empresário e para a própria empresa, a melhor forma é que o sucessor já comece a trabalhar no local na base operacional, acompanhando todo o processo hierárquico até o momento de ser o braço direito do empresário. Só depois ele deve assumir seu novo cargo. Também é importante ter regras claras quanto aos próximos passos para a empresa não correr o risco de acabar durante o processo de sucessão.

Mercado em Foco: Quais os itens básicos que toda a empresa deve ter para poder dizer que possui uma área de Recursos Humanos eficiente?

Sheila Dal Ry: Para uma empresa ter uma gestão em recursos humanos ela precisa ter uma eficiente estrutura de captação e seleção de pessoal, aplicação de descrição, análise de cargos e avaliação de desempenho, relações sindicais, benefícios sociais, recompensas, disciplinas, normas de funcionamento e condutas aplicadas, treinamento, desenvolvimento das equipes de liderança. As empresas são pessoas que precisam de regras e compensações como todo ser humano, um desequilíbrio no setor de pessoas pode colocar qualquer estratégia em risco.

Mercado em Foco: Qual a melhor maneira de utilizar as mídias sociais no marketing da empresa?

Sheila Dal Ry: No mercado em que vivemos a empresa precisar estar estrategicamente nas mídias sociais. Dentro do planejamento de marketing que realizo tenho um subnível especifico para gestão digital da empresa. Querendo ou não, nossos hábitos mudaram e os consumidores utilizam os buscadores como o Google como lista telefônica ou forma de encontrar fornecedores. Então, todo e qualquer segmento empresarial tem que ter uma gestão estratégica on line. Não vale estar presente em todas as mídias, por isso é importante um planejamento para identificar onde o público-alvo está e, aí, investiremos todas as ações e conteúdos de forma relevante e interativa. Estamos vivendo a era da experiência e isso é ótimo para o meio digital, podemos agregar muito valor às marcas e empresas.

Mercado em Foco: O mercado muda o tempo todo e de forma inesperada. Como trabalhar essa mudança dentro da empresa corporativa e também no mercado do varejo?

Sheila Dal Ry: Cada vez menos teremos um mercado instável, por isso o empresário não pode aplicar as mesmas estratégias ano após anos, com ações iguais e resultados iguais. Para trabalhar com esse mercado é indispensável investir em capacitação própria e na equipe, mas não somente treinar, mas também aproveitar esse treinamento e ouvir constantemente deste a telefonista até seu fornecedor. Ouvir quais são suas visões de mercado referente ao negócio e, depois de uma análise, procurar se adaptar ao mercado. Numa entrevista vi que o Flávio Balan (presidente da ACIL) comentou que se o cliente de uma empresa de pesca vai comprar um anzol às 4h da manhã, pois é o horário que ele está saindo para ir pescar, a empresa poderá ver como uma oportunidade e uma reinvenção atender em horário diferenciado focado na necessidade de seus clientes.

Mercado em Foco: O quanto é importante o empresário ter bem dividido os seus afazeres pessoais e profissionais, visando uma melhor qualidade de vida para si mesmo e, consequentemente, elevar a produtividade do seu empreendimento?

Sheila Dal Ry: Cada vez mais as pessoas estão buscando realizações, não somente financeiras, mas, sim, fazer aquilo que amam e isso ser o sustento de sua família. Para ter sucesso na vida empresarial e familiar é necessário que a roda da vida esteja equilibrada em momentos em que a empresa precisa de decisões importantes, que há capacitação para participar e outros para planejar as horas de lazer. O que há é falta de foco. É necessário estar 100% na hora que estiver resolvendo problemas na empresa e a mesma coisa para a família. Estar numa função pensando ou desejando estar na outra atrapalha. É necessário um planejamento de sua rotina.

Mercado em Foco: Como manter os resultados aplicados após a conclusão da consultoria na empresa?

Sheila Dal Ry: Isto é uma questão recorrente: contrato consultoria e depois ficarei dependente do consultor? Na realidade, não. O processo de consultoria pode ser para ações pontuais ou um projeto. Ao ser concluído, o cliente precisa continuar com as ações e ter metas para apresentar para a própria equipe. Ao concluir uma consultoria o cliente fica com as ferramentas necessárias para dar continuidade no processo e, sendo necessário, terá a presença do consultor em momentos pontuais ou novos projetos.

As empresas são pessoas que precisam de regras e compensações como todo ser humano, um desequilíbrio no setor de pessoas pode colocar qualquer estratégia em risco.

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REVISTA MERCADO EM FOCO | JANEIRO DE 2014 WWW.ACIL.COM.BR

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MEIO-AMBIENTE

Por Marcia Boroski

Registrado nas lembranças de muitos londrinenses, os parques do município têm encantos de sobra. Ao todo a cidade tem quatro espaços abertos para a população. São eles: Parque Municipal Arthur Thomas, Parque Ecológico Dr. Daisaku Ikeda, Parque Estadual Mata dos Godoy e o recém-inaugurado Jardim Botânico. Londrina também abriga o Parque Municipal Fazenda Refúgio e a Mata do Barão, espaços não abertos ao público.De todos esses, o Arthur Thomas é o mais visitado. São mais de 7.500 visitantes por mês e, média de 90 mil por ano. O parque ainda ocupa o terceiro lugar do ranking da Secretaria de Turismo do Paraná, ficando atrás apenas do Parque Nacional do Iguaçu e do Parque Estadual Vila Velha em número de visitantes. O quarto lugar é ocupado por outro parque londrinense, o Dr. Daisaku Ikeda. Esse ranking pontua apenas as Unidades de Conservação abertas para visitação. Entretanto, as colocações excelentes estão ameaçadas porque o número de visitações vem caindo a cada ano, fato que pode ser consequência da falta de orçamento, infraestrutura, pessoal e divulgação que deixam o parque menos atraente na hora de escolher um roteiro para o passeio. O Arthur Thomas está aberto ao público há 20 anos, fica a menos de 10 minutos do centro e hoje abriga a Secretaria Municipal do Meio Ambiente

e a Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento. A infraestrutura conta com Centro de Educação Ambiental, anfiteatro, lanchonete, mirante e uma beleza cênica natural que impressiona qualquer pessoa.O estudante Renato Baduy foi ao parque pela primeira vez há mais de 10 anos e hoje nota grande diferença. “Senti falta do pedalinho e de placas informativas. Também vi alguns lugares demolidos e quebrados. Mas não ter essas estruturas não deixou o parque feio, ele está super bonito e pronto para receber o público”, conta. Baduy também contou que viu muitas pessoas visitando e aproveitando o espaço. “Vi famílias com crianças se divertindo e fazendo piquenique. É importante encontrar um lugar desse no meio da cidade de Londrina e, ainda por cima, gratuito”, aponta.Nos últimos anos o Arthur Thomas foi castigado por chuvas fortes que deixaram o rastro de destruição apontado pelo estudante. Devido às construções muito próximas ao local, que fica perto da Av. 10 de dezembro, a água não consegue ser absorvida pelo solo, de acordo com Sidney Antonio Bertho, que trabalhou por mais de nove anos na administração do parque, e que hoje está na Gerência de Patrimônio Histórico-Cultural da Secretaria Municipal de Cultura. “O processo de erosão tem piorado, sendo duas ou três vezes mais grave que no início”, explica Bertho.Outro problema é o desequilíbrio animal. De acordo com Sidney Bertho, um mini zoológico foi solto no parque há alguns anos e

NATUREZA PARA TODOSParques de Londrina, como o Arthur Thomas, lutam para preservar fauna e flora e oferecer visitação de qualidade e gratuita

Associação Comercial e Industrial de Londrina

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a falta de controle, combinada com a ausência de um predador de grande porte e de controle, que depende de outros órgãos, como o IBAMA, fez com que macacos-prego, capivaras e quatis se tornassem uma questão ambivalente para a administração. Quem mora na região reclama que os macacos entram nas casas à procura de alimentos. Quem visita o parque fica feliz por encontrá-los durante o passeio pelas trilhas. Ou seja, eles, juntamente com a beleza natural do parque, são a grande atração. O visitante, percorrendo alguns metros, pode ver de perto um dos marcos históricos de Londrina: a Usina Cambé. A Usininha, como é conhecida, foi a primeira hidrelétrica da cidade. Porém, o chão de paralelepípedos e o declive do terreno comprometem a acessibilidade de cadeirantes. Sidney Bertho conta que a atual gestão não prevê grandes investimentos em 2014 para o parque, mas que a administração do local tem a intenção de atualizar os planos de manejo do Arthur Thomas e do Dr. Daisaku Ikeda com uma verba já captada. “Esse documento dita o que deve ser feito nos parques e é produzido por diversos profissionais de uma assessoria especializada”, explica Bertho. E ele completa defendendo que: “É nossa obrigação, como gestores, tornar esses espaços cada vez mais atrativos para que possam trazer essa população para conhecer, com a responsabilidade de manter a preservação.” O secretário do Meio Ambiente, Cleuber Moraes Brito, explica que é preciso repensar o parque para alcançar uma condição ideal. “Desde a acessibilidade, a conservação de calçadas da entrada do parque até as trilhas, bem como lixeiras e placas de sinalização. A situação hoje não é ideal. E não tem segredo, o parque precisa de dinheiro para ter conservação. Quando você pega esse conjunto de elementos é possível perceber que o parque está deficiente”, comenta. Quanto aos pontos importantes em uma Unidade de

Conservação, o secretário enuncia vários cuidados que devem ser feitos. “É preciso fazer o controle de invasores, enriquecimento de espécies, pesquisa com biólogos. E isso vale também para o Ikeda”, comenta.Mas o secretário lembra que o deficit é grande e ainda não tem previsão para ser sanado. “Nós estamos fazendo muitas mágicas para mantê-lo conservado. O nosso desafio é aumentar o orçamento para garantir a manutenção desses parques. Hoje nós estamos presos ao orçamento da prefeitura, que nesse momento está numa fase de contenção para ajuste financeiro. Por isso nós não vamos obter qualquer suplemento”, esclarece.

Dr. Daisaku IkedaO parque, que fica na Rodovia João Alves da Rocha, na estrada para o Distrito de Maravilha, a aproximadamente 12 km do centro, tem sete anos de existência e está fazendo um trajeto semelhante ao do Arthur Thomas. A segunda usina hidrelétrica de Londrina está preservada dentro do parque e é conhecida como Usina Três Bocas. O local tem um espaço de visitação muito pequeno, mas, ainda assim, tem uma linda beleza cênica. O Dr. Daisaku Ikeda tem como principal mantenedor o grupo japonês BSGI (Brasil Soka Gakkai Internacional) que, de acordo com o secretário do meio ambiente, ajuda na capina, na limpeza e outras coisas. O visitante tem acesso à barragem da usina, ao mirante metálico e trilha de mais de um quilômetro, ao playground e à passarela por cima da barragem. Tudo concentrado em um espaço que é aberto gratuitamente ao público. O parque também recebe visitas de colégios com agendamento prévio.

Cleuber Moraes Brito: “A situação hoje não é ideal. E não tem segredo, o parque precisa de

dinheiro para ter conservação”

O Parque Arthur Thomas recebe mais de 7.500 visitantes por mês e, média, 90 mil por ano. O local ainda ocupa o terceiro lugar do ranking da Secretaria

de Turismo do Paraná

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Jardim BotânicoO Jardim Botânico - que foi inaugurado em dezembro de 2013, ainda não está totalmente pronto, mas o visitante já pode encontrar lagos, pistas de caminhada, ciclovias, trilhas, anfiteatro ao ar livre, jardins e arboretos em uma área de 45 alqueires. De acordo com o deputado estadual Luiz Eduardo Cheida (PMDB), até o final de 2014 está prevista a conclusão da segunda fase do investimento, que contará com salas de aulas, anfiteatro fechado, restaurantes e lanchonetes, viveiros e jardins temáticos. A demora para a abertura ao público ocorreu devido a problemas de licitação. De acordo com Cheida, o Jardim Botânico cumprirá funções sociais, culturais, educacionais e ambientais em Londrina. “As pessoas vão aprender sobre a natureza. E a gente só protege e ama aquilo que conhece. Por isso, conhecer é o primeiro passo para proteger o meio ambiente. Além disso, essa área verde de grande dimensão ajudará a estabilizar o clima da cidade” defende o deputado. A intenção é organizar visitas de escolas de Londrina e região, duas vezes por semana, em 2014.

Mata dos GodoyO parque abriga mais de 675,70 hectares de floresta subtropical e fica localizado a aproximadamente 15 km do centro. A administração do parque é estadual e a gerente da Unidade de

Conservação Mata dos Godoy, Leliana Aparecida Casagrande Luiz, garante que é justamente esse orçamento, juntamente com as orientações do Plano de Manejo, que conferem ao parque suporte para atender até 110 visitantes por dia. A Mata dos Godoy é também referência em pesquisas na área de Biologia. Segundo Leliana Luiz, a administração mantém diversos programas de educação ambiental no mesmo local. Um dos principais é o Parque Escola, que leva estudantes da rede estadual para visitarem a mata. Para 2014, a previsão é de implantar um novo projeto, voltado para a comunidade que mora nas proximidades do parque, que fica no Patrimônio Regina. “A Arte na Mata será um projeto que visará o reaproveitamento de objetos pela comunidade do entorno do parque e pela população de baixa renda para a confecção de produtos que possam se transformar em uma fonte de renda própria”, explica a gerente.

Serviço:

Horário de funcionamento dos parques:Arthur Thomas: Terça-feira a domingo – 8h às 17h ou 9h às18h (horário de verão)Dr. Daisaku Ikeda: Terça-feira a domingo – 8h às 17h ou 9h às18h (horário de verão)Mata dos Godoy: Terça a sexta-feira – 8h às17h (com agendamento) ou domingos e feriados – 13h30 às 17hJardim Botânico: Quarta-feira a domingo - 9h às 19h

“O PARQUE PRECISA DE DINHEIRO PARA TER CONSERVAÇÃO”

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LONDRINATAL

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“CAMPANHAS ASSIM MOVIMENTAM A CIDADE”

Por Juliana Mastelini

A secretária Cláudia Alves Feliciano sempre se emocionou ao ver pessoas felizes recebendo prêmios em sorteios. Desta vez, a felicidade veio para ela, que foi sorteada na Campanha Londrinatal e ganhou o primeiro Novo Palio zero quilômetro. O cupom veio da compra que fez no Boticário, um perfume de presente de aniversário para a mãe. “Não vejo a hora de chegar”, declara. Cláudia diz que sempre que recebia cupons de promoção acabava não preenchendo. “Toda vez eu descartava ou deixava para preencher depois e esquecia. Desta vez, dei pra minha filha preencher na hora”. Quando recebeu a ligação informando que havia ganhado o carro, não acreditou. “Eu nunca ganhei nada, nem rifa, agora ganho um prêmio desses! Quando me falam que é sorte, eu falo que foi Deus mesmo, foi um presente de Deus.”A segunda ganhadora do Novo Palio foi Suellen de Oliveira Martins. “Comprei três sandálias na Casas Ajita que foram suficientes para receber os cupons e ser sorteada. Fiquei muito surpresa, foi uma emoção muito

grande”, conta. Ela preencheu os cupons e colocou na urna, como faz todos os anos, e chegou a esquecer. “Eu achava que não era verdade a campanha, que era só pra vender mais. Agora eu acredito”, explica. Alessandra Pereira do Prado, de Cambé, foi quem ganhou a moto Harley Davidson no último sorteio da campanha. Um dia antes dos cupons serem jogados para cima para saber quem seria o grande contemplado, ela

foi até a Casas Ajita para comprar um par de sapatos antes de viajar. Acabou saindo da loja com vários pares de sapato e cupons da Londrinatal. Decidiu preencher ali mesmo os cupons enquanto esperava a chuva passar. Desses cupons, sairia o último sorteado. “Eu faço compras e não preencho esses cupons. Lembrei do meu marido que sempre fala que tenho que preencher e resolvi. Foi Deus pra no meio de tantos sair o meu.”

Suelen Martins: “Eu achava que não era

verdade a campanha, que era só pra vender

mais. Agora eu acredito”

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Alessandra conta que o cupom da Londrinatal pedia CPF e RG. Primeiro ela completou todos os cupons só com o seu CPF. “O CPF eu sabia de cor. Mas depois pensei: e se eu tenho a sorte de ganhar, mas o azar de não receber porque está sem o RG? Então peguei o documento na bolsa e preenchi em todos os cupons.”Alessandra pretende vender a moto e, com o dinheiro, fazer investimento. “Eu já havia negociado um empréstimo com o banco para depois que voltasse de viagem. A moto veio a encaixar certinho”, completa.

Expectativas

Ganhar prêmios é algo que mexe com o imaginário das pessoas. Pensar que um carro zero quilômetro pode ser seu, faz as pessoas torcerem os dedos, esperarem pelo sorteio, alimentarem um sonho. Às vezes a incredulidade bate e dá até preguiça de participar, mas quando ganhamos algo, ou conhecemos alguém próximo que ganhou, temos nossas expectativas renovadas.Foi o que aconteceu com a bartender Luciane Domingues. Ela lembra que não gostava de preencher cupons até ganhar um prêmio na promoção do mercado onde faz compra. “Agora, em todo lugar que tem cupons, quero preencher”. Ela não foi contemplada nessa edição da campanha, mas ilustra a motivação e o desejo das pessoas em participar de ações

promocionais. Segundo a gerente da loja Giga, Sandra Cristina Sena, os clientes se mostraram interessados na Londrinatal, perguntavam como participar da promoção, quando seria o sorteio e quais eram os prêmios. “Com isso, as vendas da loja aumentam”, pontua.Como na Giga, as outras lojas que participaram da campanha sentiram a diferença nas vendas. Eliane Zendrini, supervisora da rede Billie, fala que a campanha foi um atrativo para os clientes, estimulando as vendas. “Eles pedem explicação, pedem os cupons”. A cliente Aridiane Karine de Oliveira confirma o que Eliane diz. “Comecei as compras de Natal agora, vou gastar ainda mais na expectativa de ganhar os prêmios”, conta. A auxiliar de produção Lilian da Silva Sena torcia para que a mãe ganhasse algum prêmio. “Minha mãe pegou vários cupons.”

Vendas subiram

A Casa das Bolsas participou da Campanha Londrinatal neste ano pela primeira vez. Segundo o sócio-gerente Márcio Almir Martinez, a promoção foi um sucesso além do esperado. “As vendas aumentaram. Este mês é forte em vendas e a forma de sorteio e de divulgação foi muito boa, as pessoas se interessam e aderem. Campanhas assim movimentam a cidade e o centro, e não ficam

só restritas a shoppings”, explica.Sobre a novidade de mesclar os prêmios - com carros, motos e vale-compras - Martinez achou ótimo. “Assim, mais gente ganha, não fica só preso ao carro. E com os vales-compra, a pessoa pode escolher o que quer: móveis, roupas ou até fazer compra no mercado”, enumera. A expectativa agora, segundo ele, é que em 2014 a ACIL continue com novas campanhas.No Boticário da Saul Elkind, durante todo o mês da Londrinatal, os clientes tinham uma mesa específica disponível para preencher os cupons e depositá-los em uma urna em frente à loja. “A campanha foi nota 10, estimula bastante as vendas, as pessoas já pedem os cupons e por isso movimenta o comércio”, explica a consultora do Boticário Cláudia Pereira.A gerente da Bolivar da Saul, Josélia Xavier, conta que lá os clientes também se animaram em participar da campanha. “É bem bacana, dá uma mexida no comércio. Quando vamos explicar a promoção, a maioria dos clientes já sabe e muitos vêm procurar.” Josélia explica que todas as ações nesta época do ano favorecem as vendas. “Tudo o que é divulgado, chama atenção e as pessoas participam”, completa.O autônomo Lucas Garcia foi até a Bolivar já sabendo da promoção. “A gente tem que comprar os presentes mesmo, aproveitar e arriscar a sorte na expectativa de ganhar um prêmio.” Para o funileiro Alexandre Akira Yukihara, a campanha é um incentivo a mais a comprar. “Porque, além das compras, você pode receber algo em troca depois, não é só a compra”, finaliza Yukihara.

Concorreram aos prêmios mais de um

milhão e meio de cupons e cerca de 500 lojas

participantes.

Márcio Almir Martinez: “Campanhas assim movimentam a cidade e o centro

e não ficam só restritas a shoppings”

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PERFIL

Dom AlbAno CAvAllin fAz DA missão evAngelizADorA suA trAjetóriA De fé e DA Devoção A lonDrinA umA CAusA

Por Diego Prazeres

São 11 horas quando chego à espaçosa residência de Dom Albano Cavallin, no Jardim Alvorada, zona oeste da cidade, num sábado de novembro passado. Ele está sozinho em casa e me recebe com o sorriso fácil que marcou seus 14 anos à frente da Arquidiocese de Londrina (de 1992 a 2006). No sofisticado sofá da sala de estar, nos sentamos onde já se sentaram prefeitos, empresários, promotores e quem mais o procurou e ainda o procura para trocar ideia, pedir conselhos, resolver pepinos. Todos parecem querer ouvir o que Dom Albano tem a dizer.Antes da entrevista, falamos sobre futebol. Será que o nosso Arcebispo Emérito gosta de futebol? “Claro.” E torce para quem? “Eu sou um homem que sigo a Bíblia ao pé da letra. Está lá: São Paulo

disse aos Coríntios: ‘sede santos.’ Como é que eu vou contrariar a Bíblia?”, sorri. É um santista devoto. “Acho que o time enfraqueceu muito com as saídas do Neymar e daquele goleiro que foi para a Itália (Rafael), mas vamos torcer para que em 2014 as coisas melhorem...”E se o Santos o preocupava naqueles dias, alguns problemas administrativos de Londrina também pareciam deixá-lo irrequieto, como os serviços relacionados à coleta de lixo, capina e roçagem. É que Dom Albano, paranaense nascido há 83 anos na “República Independente da Lapa”, como ele gosta de dizer, é mais que um londrinense de coração. É um londrinista inveterado. “Gosto apaixonadamente de Londrina. Tudo: clima, pessoas, juventude da cidade, Lago Igapó, a terra vermelha. Tudo faz parte da minha vida. Aliás, aqui também é onde

Ter fé não é acreditar em algo, no catecismo um, dois e três ou ler dez livros, mas é acreditar em alguém, em uma pessoa que se chama Jesus Cristo, que nos amou antes de nós o amarmos.

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quero ser enterrado”, avisa.E por isso, Dom Albano jamais se absteve de se meter nos assuntos de maior relevância da cidade. Quando Londrina sangrou com o esquema de corrupção que culminou na cassação inédita do então prefeito Antonio Belinati, no início da década passada, teve papel importante na luta pelo triunfo da moralidade. Sua postura como líder religioso e o carisma insofismável serviram como alicerces dos movimentos cívicos nascidos daquele grande escândalo político.“Não sou político no sentido partidário, mas todo homem é um ser político, e a política eu considero uma virtude. É a ciência, a arte e a virtude de praticar o bem comum. Então, vendo o sofrimento da cidade naquele momento, entrei, procurei acompanhar o trabalho do Ministério Público e tive que fazer alguns

pronunciamentos que foram pautando a opinião pública”, recorda. Mesmo aposentado, Dom Albano segue sendo referência moral, mesmo entre aqueles que têm o dever de colocar Londrina no trilho. Puxou publicamente as orelhas de Barbosa Neto ao dizer aos jornais, pouco antes do jornalista vir a ser o segundo prefeito cassado da história da cidade, em 2012, que “nem todo Igapó seria suficiente para lavar Londrina”. E conta que costuma se reunir com o atual prefeito, Alexandre Kireeff, para dar seus palpites. “Eu vibro com tudo, com as luzes e as sombras da cidade. Quando tenho a oportunidade de me reunir com o prefeito, eu, bastante metido, falo da importância da cidadania, falo do buraco que está em tal rua, do lixo, pois sou um apaixonado pelo trabalho da coleta reciclável, dou

sugestões. Desde que aqui cheguei contei uma historinha para mostrar como é que se exerce a democracia. A história saiu numa revista francesa, que lançou a seguinte pergunta: quanto tempo para varrer Paris? E a gente fica calculando quantos caminhões hora; com a condição de que cada família varra a frente de sua casa’. Acho formidável e vassouras seriam necessários. Quem ganhou o concurso foi quem respondeu: ‘no máximo, uma esse princípio de cidadania.”Aliás, foi por meio de historinhas e parábolas que Dom Albano mais se fez ouvir pela comunidade. Viraram a marca registrada de seu episcopado.

“Eu nasci padre”Filho de pai vicentino e mãe ligada ao apostulado, Albano Bortoletto Cavallin nunca teve dúvidas de sua vocação. “Eu nasci padre”, brinca. “Com sete anos fiz a primeira eucaristia, com oito era coroinha, e com a respeitabilidade de 10 anos e três meses entrei para o seminário.” Em 2013, completou 60 anos de sacerdócio e 40 anos de Ministério Episcopal, o que lhe rendeu inúmeras homenagens e uma Missa de Ação de Graças celebrada por seu sucessor, Dom Orlando Brandes, na Catedral Metropolitana no início de dezembro. Foi em maio de 1992 que Dom Albano assumiu a Arquidiocese de Londrina em substituição a Dom Geraldo Majella Agnelo, após seis anos à frente da Diocese de Guarapuava. Na condição de terceiro arcebispo da cidade (o primeiro foi Dom Geraldo Fernandes), teve talvez como maior desafio conter a crescente “fuga” dos católicos para as religiões evangélicas, que naquela época já se proliferavam em várias correntes. Quando aqui chegou, disse em suas primeiras entrevistas que não se considerava “salvador da pátria” e que tinha uma batalha mais profunda a travar: “Queremos trabalhar com a consciência das pessoas. Nossa batalha é a batalha de valores”, afirmou.E quando lhe pergunto, 21 anos depois, qual o seu maior legado à cidade que tanto ama, a resposta vem com alguns

“Não sou político no sentido partidário, mas todo homem é um ser político, e a política eu considero uma virtude”

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números e muita convicção. “Quanto ao que eu posso ter feito para a cidade, ou que Deus fez através da gente, foi o trabalho da evangelização. Um dos grandes trabalhos que eu acompanhei foi a grande missão popular, com 14 mil pessoas trabalhando meses visitando de 95 a 100 mil lares em Londrina e toda a diocese. Foi um trabalho muito bonito, levamos o Evangelho a muitos lares.”Ao final da entrevista, ouso querer saber desse grande conselheiro da cidade o que afinal é ter fé. “Ter fé não é acreditar em algo, no catecismo um, dois e três ou ler dez livros, mas é acreditar em alguém, em uma pessoa que se chama Jesus Cristo, que nos amou antes de nós o amarmos.” E por que ter fé, Dom Albano? “Porque nós somos finitos diante da vida. A gente sabe que o nosso destino é uma cova na terra. Diante da limitação, descobrimos que há um poder superior.”

TrajetóriaDom Albano Cavallin recebeu o Sacramento da Ordem em dezembro de 1953, aos 23 anos de idade, e iniciou sua missão vocacional em Curitiba, onde foi pároco na Paróquia Santa Terezinha, Vice-Reitor do Seminário Maior e diretor espiritual do Seminário Maior Rainha dos Apóstolos. Antes de ser ordenado bispo, em agosto de 1973, em Curitiba, fez cursos de especialização em Roma e em Burgos, na Bélgica.Por vários anos foi membro da Comissão Episcopal e responsável pelo setor Bíblico-Catequético da Conferência Nacional

dos Bispos do Brasil (CNBB) e autor de obras como os livros “Bispo, ensina-me a rezar” e “Fotografando a história de um amor materno”. Permaneceu à frente da Arquidiocese de Londrina de maio de 1992 a maio de 2006, quando se aposentou, por idade, aos 76 anos. O Informativo Coração de Jesus, da Catedral Metropolitana, afirma que o período de episcopado de Dom Albano na Arquidiocese “é marcado pelo arrojo de suas ações e pela sua presença marcante nos mais variados temas religiosos, sociais e políticos na região. Sua postura dócil e conciliadora conquistou o coração da comunidade, que, através de sua presença, sente-se acariciada pelo amor do Sagrado Coração de Jesus.”

HomenagemPara o presidente da ACIL, Flávio Montenegro Balan, Dom Albano Cavalin é um homem de Deus. Um ser humano que soube ir além das próprias fronteiras, que dedicou e dedica a vida a fazer do mundo um lugar melhor. “São 60 anos de casamento com o bem. Falar do arcebispo Dom Albano é recordar aquele que sempre se pautou pela sabedoria e carinho ao se dirigir aos fiéis e, com delicadeza, conduziu a Igreja em Londrina. Falar do homem Dom Albano é se referir a alguém que nos serve de inspiração para buscar o olhar para o outro. Um espelho que queremos ter em nossas empresas, em nossas casas, em nossos relacionamentos. Hoje estou presidente da ACIL, entidade

associativista, que busca a união como meio de evoluir, de desenvolver, de buscar o bem comum. Como entidade, devemos buscar um pouco da essência de Dom Albano, abrir mão das próprias vontades em busca da harmonia e da evolução de todos. Aprender a usar a voz suave sem perder as mãos firmes com as quais Dom Albano orienta os que o procuram é uma tarefa diária se quisermos ser verdadeiros líderes empresariais, inspirar jovens a seguir o caminho do empreendedorismo, criar uma equipe motivada e capaz em nossas empresas. Saber conduzir o barco é tão importante quanto ter um barco equipado e em boas condições de navegação. E, nesse ponto, a forma como lidamos com o próximo é essencial. Não vivemos isolados em uma ilha, mas formamos a grande comunidade chamada Londrina. Que a vida dele de dedicação ao outro abra nossos olhos para realizar projetos concretos visando uma Londrina cada vez melhor”, ressalta Balan.

“NOSSA BATALHA É A BATALHA DE VALORES”

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MUDANÇAS

Por Susan Naime

Dar transparência e qualidade às informações corporativas, garantir os direitos trabalhistas e previdenciários, além de facilitar a vida do empregador e da área contábil. Essas são algumas pretensões do Governo Federal ao implantar a partir de 2016 o eSocial. Para o advogado especializado em Direito do Trabalho e Direito Previdenciário, Leandro Lunardi, o programa vai viabilizar a garantia de direitos previdenciários e trabalhistas aos trabalhadores brasileiros, simplificar o cumprimento de obrigações e aprimorar a qualidade de informações das relações de trabalho, previdenciárias e fiscais. “O eSocial tem por objeto estabelecer a forma única com que passam a ser prestadas as informações trabalhistas, previdenciárias, tributárias e fiscais relativas à contratação e utilização de mão de obra onerosa, com ou sem vínculo empregatício e também de outras informações previdenciárias previstas na respectiva legislação de regência. (Lei n° 8.212/91), e de rendimentos pagos por si sujeitos à retenção na fonte”, explica. De acordo com o especialista, a implantação do eSocial

implicará na transformação da maioria das rotinas Trabalhistas, Previdenciárias e do FGTS, em informações geradas e transmitidas pela internet ao fisco federal, em tempo real. “Estas informações, nos dias de hoje, não saem das dependências dos empregadores e somente são acessadas pelo fisco, através das fiscalizações presenciais. Com o eSocial implantado e em funcionamento, a fiscalização terá acesso instantâneo e on line às informações prestadas pelos empregadores em geral e demais fontes pagadoras. Diante de tais perspectivas fica muito claro que o grande desafio será o de mudar a cultura dos empregadores em geral, no que concerne ao total e irrestrito cumprimento das obrigações decorrentes da legislação trabalhista/previdenciária. A obediência irrestrita às normas legais existentes será a palavra de ordem para que a nova estrutura fiscalizadora ora em implantação seja assimilada por todos aqueles por ela abrangidos. Para isso, é mister que os empregadores em geral, passem a respeitar e aplicar a letra de nossa legislação trabalhista, sem invenções, simulações, retroatividades e outras artimanhas facilmente detectáveis em qualquer departamento de pessoal”.Por enquanto não foram editadas informações pertinentes

A partir deste ano o Governo Federal vai implantar o programa eSocial com o objetivo de unificar o envio de informações pelo empregador em relação aos seus empregados. Até então, essas diversas obrigações são enviadas em momentos e formas distintas. O projeto envolve a Receita Federal, Ministério do Trabalho, INSS e Caixa Econômica Federal.

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a penalidades pelo descumprimento das normas do eSocial. “No entanto, podemos ter certeza de que em prevê tempo, sem sombra de dúvidas, teremos a edição, por parte do fisco, de regras próprias e objetivas, que venham a implantar um sistema punitivo, aplicável aos casos de descumprimento das novas normas”, prevê Lunardi.

OrganizaçãoAs empresas devem estar atentas e já iniciar o processo de reorganização para cumprir as medidas e os prazos exigidos pelo eSocial. O advogado Leandro Lunardi aponta dicas para a transição. “Em primeiro lugar, conhecer a estrutura do eSocial, suas regras, objetivos, prazos e procedimentos em geral. Num segundo momento, precisamos proceder a um raio x de todos os procedimentos adotados internamente, para cumprimento das obrigações trabalhistas/previdenciárias, identificando costumes e manias administrativas incompatíveis com as exigências legais. Por fim, simplesmente passar a aplicar as normas legais sem atalhos, resumos ou subterfúgios, aplicando integralmente os preceitos do eSocial”. “Ao meu entendimento, a área contábil ficará com a obrigação apenas da geração e transmissão dos arquivos que compõe a estrutura do eSocial, além, é claro, de conhecer profundamente o novo sistema e suas implicações no cotidiano de cada empresa assessorada. Não cabe aos contadores as decisões de procedimentos do departamento de pessoal. Cabe-lhes apenas repassar aos clientes, os conhecimentos legais necessários para que estes se posicionem de forma reta e inequívoca diante das obrigações trabalhistas/previdenciárias a serem cumpridas”, ressalta.Ainda no mês de janeiro a ACIL vai realizar uma palestra para discutir e tirar duvidas sobre o eSocial. Os interessados podem entrar em contato pelo telefone 3374-3082 ou através do e-mail [email protected].

Cronograma SocialI – A transmissão dos eventos iniciais e tabelas deverá ocorrer:a) até 30/04/2014 para produtor rural pessoa física e segurado especial;b) até 30/06/2014 para as empresas tributadas pelo Lucro Real;c) até 30/11/2014 para as empresas tributadas pelo Lucro Presumido, Entidades Imunes e Isentas e optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Simples Nacional, Micro Empreendedor Individual (MEI), contribuinte individual equiparado à empresa e outros equiparados a empresa ou a empregador; ed) até 31/01/2015 para os órgãos da administração direta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, bem como suas autarquias e fundações.

II– A transmissão dos eventos não periódicos deverá ocorrer imediatamente após a inclusão dos eventos iniciais no eSocial, conforme cronograma definido no inciso I

III – A transmissão dos eventos mensais de folha de pagamento e de apuração de tributos e encargos trabalhistas deverá ocorrer:a) a partir da competência maio de 2014 para os obrigados relacionados na alínea “a” do inciso I deste artigo (produtor rural pessoa física e segurado especial);b) a partir da competência julho de 2014 para os obrigados relacionados na alínea “b” do inciso I deste artigo (Lucro Real);c) a partir da competência novembro de 2014 para os obrigados relacionados na alínea “c” do inciso I deste artigo (empresas tributadas pelo Lucro Presumido, Entidades Imunes e Isentas e optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Simples Nacional, Micro Empreendedor Individual (MEI), contribuinte individual equiparado à empresa e outros equiparados a empresa ou a empregador); ed) a partir da competência janeiro de 2015 para os obrigados relacionados na alínea “d” do inciso I deste artigo (órgãos da administração direta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, bem como suas autarquias e fundações); Parágrafo único. A transmissão das informações por meio do eSocial substituirá a prestação das informações por meio da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP, a partir das seguintes competências:I – a partir de maio de 2014, para os obrigados relacionados na alínea “a” do inciso I deste artigo; eII – a partir de novembro de 2014, para os obrigados relacionados na alínea “b” do inciso I deste artigo; eIII - a partir de janeiro de 2015, para os obrigados relacionados na alínea “c” e “d” do inciso I deste artigo.

Com o eSocial implantado e em funcionamento, a fiscalização terá acesso instantâneo e on line às informações prestadas pelos empregadores em geral e demais fontes pagadoras,

Leandro Lunardi, advogado

janeiro de 2014 | www.acil.com.br

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COLUNA DA ACIL

ACIL prestigia “Londrina, Terra de Riquezas”

A ACIL prestigiou no mês de dezembro o lançamento da revista “Londrina, Terra de Riquezas”. O projeto é de iniciativa da Rádio CBN Londrina com o apoio da ACIL e Codel, e foi elaborado com o propósito de apresentar a cidade como uma empresa que renasceu para o desenvolvimento. São cinco mil exemplares que esbanjam características da beleza natural e da infraestrutura produzida pelo homem. Londrina possui cerca de 537 mil habitantes, 54,46% pessoas economicamente ativas e o PIB representa 72,3% do PIB da região. A economia forte reflete na qualidade

e na expectativa de vida de seus munícipes. “Londrina, Terra de Riquezas” é o portfólio ideal para apresentar a cidade a seus futuros investidores. A publicação ainda aborda um leque de temas que permite a universalização de suas aplicações, fornecendo instrumentos que passam pela área de serviços, construção civil, malha viária, transporte público, infraestrutura urbana, centro logístico, sustentabilidade e, como não poderia faltar, o agronegócio. O material é bilíngue, com tradução para o inglês. “É uma iniciativa espetacular e um material muito rico em detalhes que traduzem a importância de Londrina para todo o país. Precisamos desse portfólio para apresentar a cidade para os seus novos investidores. Ao mesmo tempo, também precisamos de mais união e menos burocracia em nossos projetos de lei para que Londrina siga ainda mais potente e produtiva”, ressalta o presidente da ACIL, Flávio Montenegro Balan.

Três primeiros pavimentos de um sonhoOs mais de 5 mil pacientes em atendimento no Hospital do Câncer de Londrina têm motivos para celebrar. No último mês de 2013 foram inaugurados os 3 primeiros pavimentos do novo prédio – que tem 8 andares no total. As primeiras áreas construídas são para diagnóstico (com vários exames, incluindo ressonância magnética), consultórios e a tão esperada sala de espera, com cadeiras para 300 pessoas. Esse era o sonho que Nelson Dequech, presidente do hospital, almejava desde que assumiu o posto em 2005. O objetivo é humanizar o atendimento. Por dia são realizados cerca de mil procedimentos no hospital, e a pequena sala dedicada à espera ficava lotada, obrigando muitos pacientes e acompanhantes a aguardarem em pé ou mesmo na rua. Agora, com espaço amplo e arejado, todos terão o conforto que merecem. Para que os outros 5 andares sejam concluídos, o HCL segue com a campanha Doe 1% pela Vida. O custo para equipar cada pavimento, incluindo piso, fiação, estrutura para instalar os equipamentos, está estimado em R$ 1 milhão. “Terminar essa obra é importantíssimo e precisamos alavancá-la. Começamos pela sala de espera em respeito ao nosso paciente e acompanhantes. Quando a obra finalizar, todo o atendimento ambulatorial, à exceção da radioterapia, serão feito no novo prédio”, diz Dequech, A solenidade de inauguração teve a presença de diversas autoridades, incluindo o governador Beto Richa, o prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff, prefeitos da região e vereadores da cidade. O vice-presidente da ACIL, Luiz Carlos Adati, e o ex-presidente Nivaldo Benvenho prestigiaram a comemoração.

O vice-presidente da ACIL, Luiz Carlos Adati, e o ex-presidente Nivaldo Benvenho prestigiaram a inauguração dos primeiros

pavimentos do novo prédio do Hospital do Câncer de Londrina

Também participaram da celebração o chefe da Casa Civil do governo do

Estado, Reinhold Stephanes; o prefeito de Londrina Alexandre Kireeff; Dilza e

Nelson Dequech, presidente do Hospital do Câncer; o deputado federal Luiz

Carlos Hauly; e o deputado estadual Gilberto Martin

O presidente da ACIL, Flávio Montenegro Balan, e o diretor-geral da CBN Londrina, Amarildo Lopes dos Santos

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